Buscar

cultura etcas diversidade

Prévia do material em texto

Projeto Educacional para a Educação para as Relações Étnico-raciais
Estima-se que havia no Brasil antes da colonização cerca de 5 milhões de indígenas, divididos por várias etnias e povos, cerca de três milhões e meio de africanos chegaram ao Brasil como escravos. Isso significa que a população indígena e negra sempre foram maioria. No entanto, a cultura negra e indígena não era bem vista pela elite dominante do nosso país. Por esse motivo, o país estabelece uma política de introdução de outros povos, brancos, para dar uma “nova cara” e contrapor a cultura que estava posta. “É importante lembrar que os povos de etnia branca foram convidados, não foram trazidos como escravos”.
Por muito tempo afirmou-se que o Brasil era um país composto por uma população branca. O último sendo do IBGE 2010 (Instituo Brasileiro de Geografia e Estatística) demonstrou que 51% da população se declaram pretos ou pardos.
O que caracteriza e marca a identidade brasileira é a Diversidade “de povos, de cultura e etnias”.
Embora haja uma maioria parda e negra, isso não se traduz em oportunidades ou presença no mundo do trabalho, no mundo acadêmico, no mundo político e nos postos de direção ou comando. Pelo contrário, a população negra é a que mais tem sofrido com a pobreza, o desemprego e a violência.
No passado a miscigenação foi vista como algo perigoso e ameaçador. A diversidade cultural do povo brasileiro não pode ser vista como uma ameaça e sim, como uma riqueza. É a troca cultural, o entrelaçamento de povos e a partilha de conhecimento que contribui para enriquecer cada vez mais a cultura brasileira. Nesse sentido, esse Projeto de Ação estará fundamentado em três eixos: O reconhecimento da diversidade, a promoção da visibilidade da Cultura negra e indígena e o protagonismo desses povos.
Escolas públicas empoderam alunos com projetos de equidade racial e de gênero
Durante o evento, realizado pelo CEERT, com apoio do Instituto Unibanco, do Sesc e da Fundação Ford, foram apresentadas quatro experiências de escolas públicas que desenvolvem projetos para empoderar os seus alunos em diferentes regiões do país. Conheça as iniciativas:
Ibirapitanga (BA) Para debater sobre o tema, as questões raciais e de gênero se tornaram prioridade no cotidiano escolar. “O projeto precisou fazer parte do currículo da escola. Não adianta fazer uma ação pontual dentro da escola”.
A experiência desenvolvida na escola deu origem ao grupo de teatro NEGRACIARTE, que atualmente se dedica à montagem de uma peça sobre feminicídio, genocídio e LGBTfobia. “Sabemos que não erradicamos o preconceito e talvez ele nem tenha diminuído tanto, mas o projeto empoderou aquela juventude negra e negra feminina a ponto de ter coragem de denunciar qualquer atitude preconceituosa dentro e fora da escola”.
Ananindeua (PA) Incomodada com o pouco espaço para trabalhar história e cultura afrobrasileira na Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio Jornalista Rômulo Maiorana, em Ananindeua (PA), a professora de matemática Odalícia Oliveira Neves Conceição trouxe o conhecimento de etnomatemática para a sala de aula. Durante as aulas, ela começou a ensinar conceitos da disciplina a partir de jogos de origem africana.Para incentivar os seus colegas de outras disciplinas a também trabalharem questões étnico-raciais, a professora dedicou várias noites de sono ao estudo de conteúdos de diferentes áreas de conhecimento. Até que ela conseguiu fazer uma relação entre os temas curriculares e as questões raciais. “Em 2013, dei de presente [essa relação] para os meus colegas, acompanhada de um provérbio africano e uma boneca abayomi.”
A estratégia deu certo. Aos poucos, de acordo com ela, outros professores compraram a ideia. “É importante que o projeto não seja apenas uma prática de um professor. É necessário que a prática seja democrática. A participação da gestão é fundamental para que isso aconteça”, afirmou, ao citar que é necessário que a tema seja trabalhado em todas as disciplinas.
Boneca Abayomi - A palavra abayomi tem origem iorubá, e costuma ser uma boneca negra, significado aquele que traz felicidade ou alegria. O nome serve para meninos e meninas, indistintamente.
CEERT - Criado em 1990, o Centro de Estudos das Relações de Trabalho e Desigualdades - CEERT é uma organização não-governamental que produz conhecimento desenvolve e executa projetos voltados para a promoção da igualdade de raça e de gênero.

Continue navegando