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UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE EDUCAÇÃO E HUMANIDADES FACULDADE DE EDUCAÇÃO FUNDAÇÃO CECIERJ /Consórcio CEDERJ / UAB Curso de Licenciatura em Pedagogia – modalidade EAD REVISÃO DA AP2 ALFABETIZAÇÃO 1 UNIDADE 01: Os sentidos da alfabetização ao longo do tempo e as políticas públicas: • A Constituição brasileira de 1946 consagra os princípios liberais-democráticos, que asseguravam direitos individuais inalienáveis e liberdade a todos, colocando o Estado com a responsabilidade de garanti-los; • A educação voltada para o fortalecimento da democracia e para o desenvolvimento econômico, redimensionou a perspectiva da alfabetização; • Ao aliar a dimensão política à dimensão cultural, Paulo Freire introduz a prática alfabetizadora numa perspectiva crítica, que procura libertar e emancipar o oprimido de sua condição de opressão; • Alfabetizar é um ato político, voltado para a emancipação pessoal, para a conscientização política e para a ampliação da participação social do alfabetizando. Alfabetização: “uma questão política” 1- ORGANICISTA • Atribui o fracasso escolar a possíveis distúrbios e doenças neurológicas e subnutrição. 2- COGNITIVISTA INSTRUMENTAL • Atribui o fracasso associados aos quatro problemas fundamentais percepção, memória, linguagem e pensamento. Suas dificuldades teriam origem em algum conflito emocional. 3- HANDICAP SOCIOCULTURAL • O fracasso escolar teria origem no meio sócio cultural e familiar da criança (pobreza). 4- QUESTIONAMENTOS DA ESCOLA • responsabiliza a escola pelo fracasso escolar. Não leva em conta os saberes dos alunos Alfabetização no contexto das políticas públicas Altos índices de reprovação, os maiores do mundo. Três questões avaliativas formuladas a partir dos índices de reprovação ao final da 1a série do ensino fundamental: 1 – Como foi possível aceitar passivamente elevados índices de reprovação? • A LDB de 1971 garantiu o acesso, mas não o sucesso na alfabetização, pois se acreditava que o medo da reprovação serviria de “estímulo” para a aprendizagem. 2 – Que explicações justificam essa realidade apresentada? • Culpabilização das crianças por não possuírem os pré-requisitos para a aprendizagem e de sua família, por não as estimular. Explicação nutricional, onde o determinante da não-alfabetização era a pobreza. 3 – Políticas públicas implementadas visando mudar a realidade. • Programa de Merenda Escolar, acreditando na hipótese da desnutrição, contudo, sem mudança nos índices; • Progressão continuada dentro dos ciclos. Alunos em anos avançados do ensino fundamental e ainda não alfabetizados. Hipótese para o fracasso na alfabetização e estratégia para buscar maior eficácia: • Dificuldade dos professores em avaliar a aprendizagem, com a progressão continuada; • Os PCNs (Parâmetros Curriculares Nacionais) como estratégia para compreender e reverter o fracasso na alfabetização; • Implementação do programa de formação de professores alfabetizadores, conhecido como PROFA, capacitando mais de 75 mil professores. Unidade 02: Alfabetização: Um conceito em movimento. • Pensadores Humanistas (Séc. XVI aprox.) – Acreditavam que a educação poderia transformar o homem e permitir controle do próprio destino; • Revolução Francesa (Séc. XVIII) – A escolarização passa a ocupar o lugar de via de acesso à cultura; a escola se torna universal e gratuita, e está sob o controle do Estado. Burgueses pensam em um tipo de saber que lhes permitisse exercer o poder; • Reforma Protestante – A educação do povo deveria se elementar: ler, escrever e realizar operações matemáticas básicas. • No Brasil – Os Jesuítas implantaram um sistema de ensino voltado a formação livresca, acadêmica e aristocrática. Marques de Pombal com sua política anticlerical expulsa os jesuítas, mas os professores recrutados eram aqueles formados pelo modelo jesuítico de ensino. A linguagem científica nas culturas orais. • A humanidade sempre vive na oralidade, a escrita gerava autonomia, que era dada a poucos; • A igreja ocupava lugar central na sociedade, detinha o conhecimento da escrita; • Igreja representava a voz de Deus na Terra, “a palavra sagrada”; • Burguesia buscava maior autonomia no seu pensar e no seu fazer; • A prática pedagógica adquire pela primeira vez um caráter político; • Inicia-se então a busca de uma língua que pudesse tornar o conhecimento universal, dando possibilidade a todos de adquiri-lo; • A língua torna-se então um fator dificultoso e excludente na construção de conhecimentos comuns, “deixando pessoas que não constroem conhecimentos a partir da linguagem empregada na experiência de ensino com um sentimento de marginalidade cultural – aquele que realmente causa a segregação dos grupos sociais minoritários.” (Senna, 2000, p. 172) • Segundo Magda Soares, admite-se como letrado aquele indivíduo que, mesmo não sabendo ler ou escrever, envolve-se no seu dia a dia com práticas sociais de leitura e de escrita; • Piaget com sua teoria construtivista influenciou a educação mundial com a perspectiva de universalização do sujeito cognoscente, ou seja, todos tem a priori as mesmas condições biológicas para construir conhecimento a partir da sua relação com o meio; • A medicalização do fracasso escolar para o que não aprendiam da mesma forma; • Segundo os estudos de Vygotsky, a linguagem também assume um papel importante em sua teoria: segundo sua concepção, o pensamento não é simplesmente expresso em palavras, ele nasce através delas e por meio delas passa a existir; • Segundo Vygotsky, o desenvolvimento envolve processos simultâneos de imersão na cultura e afloramento da individualidade; • O papel da escola: ser agente de letramento que dá ao outras condições de se apropriar do conhecimento para chegar à autonomia através do acesso ao conhecimento científico. Cultura e linguagem: a questão da oralidade. • A escola não reconhece como legítimas as variedades linguísticas faladas pelos diferentes grupos sociais. Tal preconceito é fator de determinação do fracasso escolar, • A narrativa tem importante função na produção e socialização do saber, que a escola não legitima; • OS métodos de alfabetização não reconhecem a criança como ser histórico- cultural produtora de saber. Estão preocupados apenas com a codificação e decodificação de símbolos; • A alfabetização é uma prática social, multidimensional, que deve ser abordada em suas dimensões histórica, política, pedagógica, linguística, sociocultural, antropológica e psicológica UNIDADE 3.1 – Reflexões sobre a constituição da escrita em classes de EJA no Brasil a partir de textos medievais portugueses. A crença de que a escrita alfabética guarde relação com uma possível representação da fala não contribuem para a superação das dificuldades da construção da escrita por alunos EJA (Educação de Jovens e Adultos) Objetivo do texto: Verificar fenômenos de escrita similares aos apresentados por alunos de EJA em textos produzidos no período medieval em Portugal, demonstrando que o comportamento gráfico apresentado pelos alunos de hoje pode ser explicado por fatores históricos e tendências da língua portuguesa falada. I. A gramatização das escritas modernas e a normatização ortográfico- lexical: • Fenômeno escrito após o processo de gramatização no séc. XVI; • Acreditava-se que o emprego de uma norma gramatical culta da língua escrita promoveria o desenvolvimento intelectual e assegurar-se-iaa estabilidade do poder público e a prosperidade do Império; • Diante da hegemonia política e cultural da Igreja sobre as estruturas sociais, não se pensou em normatizar o uso da escrita derivada dos falares locais; • A necessidade de conversão dos escritos medievais em língua local para o alcance do povo e para o controle do poder público; • O processo de gramatização – instrumento político de unificação dos estados modernos e extinção das escritas as marcas da oralidade; • Nas culturas europeias, a gramatização provoca diferenças dialetais – na fala e na escrita – criando situações de exclusão social. II. Gramatização, diglossia e sujeitos sociais na EJA: O que é DIGLOSSIA? É “a situação de línguas empregadas em uma mesma comunidade de fala, na qual uma ou mais são consideradas línguas de prestígio social, ao passo que outras, línguas de situação social inferior”, SENNA (2010). A mesma definição se aplica aos dialetos regionais e de grupos sociais, muito comuns no Brasil, não contemplados. • Define-se um modelo padrão da escrita tomado a partir de um modo específico de fala, que não considerava os dialetos; • As culturas não contempladas na gramatização da escrita rejeitam e reagiram ao sistema alfabético oficial; • Falares preservados na oralidade e nas práticas culturais regionais emudecidos nos sistemas de comunicação oficial, regidos pela escrita; • Dos falares populares à imposição da língua gramatizada pela elite brasileira no Brasil colonial; • Diglossia no Brasil – sobreposição da escrita sobre os falares naturais do Brasil pela elite intelectual; • Alunos da EJA – representantes do segmento marginalizado pela padronização da fala. Compreende-se, então, a estranheza e dificuldades do segmento na aquisição da leitura e escrita, que nada tem a ver com deficiência de ordem cognitiva. III. Escritas medievais do Português: A partir dos textos propostos, faz-se a análise das formas gráficas das palavras observando: • Fenômenos agregados às representações linguísticas de quem as produziu; formulação de formas escritas aparentemente imotivadas; formas explicáveis a partir de certas propriedades de fala portuguesa, dentre outras; • Truncamento de palavras - Casos similares a escritas produzidas por alunos em processo de alfabetização, afastando-nos da crença em distúrbios intelectuais; • Quanto mais antigo o relato escrito, maior a dificuldade que encontramos em compreendê-lo; • O tempo se alimenta dos traços sociais e culturais que movem e constroem o Homem da escrita alfabética; • Como, então, alfabetizar sujeitos sociais e culturais os mais diversos, sem lhes oportunizar o devido tempo sociocultural? IV. Os brasileiros da EJA – seus tempos linguísticos e o direito à escrita: • Os dialetos em situação de diglossia, são esquecidos ou desprezados pelo preconceito. A comunidade acadêmica não o legitima; • Seus dialetos falados interferem diretamente sobre as formas empregadas na escrita do português; • Entende-se que a escrita é um patrimônio do estado nacional, algo cuja materialidade é definida por lei federal e não, por mecanismos evolutivos naturais aplicáveis às línguas naturais; • Segundo SENNA (2010), “o reconhecimento de traços de oralidade no esforço de escrita inicial destes sujeitos sociais em processo de alfabetização permite- lhes reconhecerem-se na experiência de imersão na cultura da escrita e, ao mesmo tempo, superarem o sentimento de estranhamento perante um sistema de expressão cuja normatização é historicamente associada a processos de exclusão social.” Unidade 3 (PARTE 3): Aspectos linguísticos da alfabetização: os sistemas da escrita e da fala. 3.3 LÍNGUA MATERNA E LÍNGUA CULTA: Senna (1991) entende ser BILINGUÍSMO: “A capacidade de emprego alternado de diferentes línguas naturais, estrategicamente planejado pelo falante segundo o momento social em que se dá o ato de fala. Admitirei, também, que o contacto de duas ou mais línguas por um mesmo sujeito falante (considerado o ambiente psicológico, exclusivamente) tende a gerar interferências de uma língua sobre as demais, sendo esta interferência a primeira e mais profícua evidência de que o falante é, de fato, bilíngue.” Quando um mesmo grupo de indivíduos manifestar os mesmos tipos de interferência decorrentes do emprego de duas ou mais línguas, caracterizar-se-á uma comunidade linguística bilíngue. (Senna ,1991, p.5) O bilinguismo empregado nas línguas oral e escrita dentro de uma comunidade como a do Rio de Janeiro apresenta características de uma situação de. Esta afirmativa baseia-se, fundamentalmente, nos fatos de que: a) A língua oral e a língua escrita constituem sistemas autônomos entre si, empregados em situações sociais específicas; experiências de fala em que a forma de LO se assemelha à de LE são derivadas direta ou indiretamente do letramento, sem o qual não viriam a existir; b) O emprego de LE manifesta inúmeras interferências derivadas da língua oral, evidência empírica do bilinguismo; • A situação escolar do ensino de língua materna, na qual se privilegiam os valores socialmente dominantes, contribui para que o indivíduo desenvolva aspectos sócio psicolinguísticos de semilinguismo (condição, típica do imigrante, que consiste no conhecimento parcial e imperfeito da língua do país anfitrião), seja no emprego de LE, seja no de LO; • Considerar essas circunstâncias na organização de currículos escolares é fundamental para obtenção de resultados satisfatórios na formação do indivíduo no uso da língua portuguesa. METODOLOGIA DO ENSINO – diferentes concepções Sílvia Maria Manfredi. • Concepção tradicional de educação - entendida como “um conjunto padronizado de procedimentos destinados a transmitir todo e qualquer conhecimento universal e sistematizado”; • Concepção escola novista de educação- tomada como “uma estratégia que visa garantir o aprimoramento individual e social”; • Concepção tecnicista de educação - vista como “estratégia de aprimoramento técnico, no sentido de garantir maior eficiência e eficácia ao processo de ensino- aprendizagem”; • Concepção crítica de educação - entendida como “uma estratégia que visa garantir o processo de reflexão crítica sobre a realidade vivida, percebida e concebida, visando uma tomada de consciência dessa realidade, tendo em vista a sua transformação”; • Perspectiva histórico dialética da educação – “um conjunto de princípios e/ou diretrizes sócio-políticos, epistemológicos e psicopedagógicos articulados a uma estratégia técnico-operacional capaz de reverter os princípios em passos e/ou procedimentos orgânicos e sequenciados, que sirvam para orientar o processo de ensino-aprendizagem em situações concretas”. “LER, ESCREVER E CONTAR”: • As permanências e rupturas – Tensões diante das diferentes condições dentro do processo de renovação escolar; • A dicotomia entre velho e novo, tradicional e moderno - permanência do método sintético em tempos de circulação dos métodos analítico e intuitivo, tão enraizada na educação brasileira. Cartilha de alfabetização e cultura escolar: Um pacto secular No Brasil, a partir da última década do século XIX, com a organização republicana da instrução pública, observa-se o início de um movimento de escolarização das práticas de leitura e escrita e de identificação entre o processo de ensino inicial dessas práticas e a questão dos métodos. A partir de então, a cartilha vai-se consolidando como um imprescindível instrumento de concretização dos métodos propostos e, em decorrência,de configuração de determinado conteúdo de ensino, assim como de certas silenciosas, mas operantes, concepções de alfabetização, leitura, escrita e texto, cuja finalidade e utilidade se encerram nos limites da própria escola e cuja permanência se pode observar até os dias atuais. Cartilha de alfabetização - um modo de pensar, sentir, querer e agir relacionado com a imagem idealizada de linguagem/língua e com modelos equivocados de leitura, escrita e texto. Alunos ideais e alfabetização mecanicista: • A concepção mecanicista de alfabetização é fundamentada na ideia de homogeneização, de padronização. O foco recai sobre a questão do método, de acordo com o modelo da ciência positivista vigente e com os reflexos de uma sociedade industrial capitalista; • Na escola, o principal fator de preocupação seria a forma como o professor deveria ensinar, pois com um bom método, todos aprenderiam sem dificuldade, tal como numa experiência de laboratório, em que o cientista controla as variáveis e tudo o que pode interferir no processo; • Culpabilização do aluno pelo fracasso; • A avaliação recai sobre os fatores externos, preferencialmente no aluno, pois a culpa nunca será do método. Na alfabetização, os dois tipos de teorias resultam... a) Ora em métodos que partem das unidades primárias (grafemas ou sílabas) para as palavras, no caso das teorias indutivas – métodos sintéticos: silabação e fônico. b) Ora em métodos que partem da observação das palavras ou outras unidades textuais maiores, como frases ou pequenos textos, no caso das teorias dedutivas – métodos analíticos: palavração. Segundo SENNA (2018) a “alfabetização mecanicista esbarra, entretanto, no fato de que os alunos não são ideais e não reconhecem nada daquilo que o professor pressupõe que eles deveriam reconhecer. A alfabetização mecanicista resulta em fracasso para um número imenso de crianças e jovens no Brasil, em sua grande maioria, aqueles que chegam às escolas vindo de culturas não cartesianas.” • O fracasso é da escola, ao insistir em suas crenças equivocadas de que métodos ou cartilhas tenham a propriedade de alfabetizar qualquer um. Letramento, linguagem e escola: • Os gêneros do discurso - “Evidentemente, cada enunciado particular é individual, mas cada campo de utilização da língua elabora seus tipos relativamente estáveis de enunciados, os quais denominamos gêneros do discurso”; • Os tipos relativamente estáveis de enunciados, orais ou escritos, que têm origem nos diferentes campos de utilização da língua, visam à realização de objetivos comunicativos próprios a esses campos; • Para o filósofo, é no evento singular da existência humana que se pode buscar a superação da dualidade entre teoria e vida. Enquanto evento singular, único, irrepetível, a existência humana deve ser o ponto de partida para a construção de uma filosofia capaz de superar os dualismos decorrentes de uma separação entre teoria e vida, entre o objetivo e o subjetivo; • A linguagem é a de que essas práticas devem considerar os sujeitos praticantes, suas crenças, expectativas e experiências, sob pena de que a língua lhes seja apresentada como algo que se impõe ou se sobrepõe a essas experiências; • As relações entre linguagem e escola, ancoradas na perspectiva de que as práticas de leitura e escrita realizadas no contexto escolar são parte integrante da vida dos sujeitos e, portanto, devem ser compreendidas como um tipo de resposta que estes dão à sua inserção no mundo; • Segundo Senna, “o gênero discursivo é a definição de um ato de comunicação específico, o que envolve certo tipo de interlocutores, que exercem certos tipos de papeis sociais, compartilham um conjunto de intenções, demandam certos tipos de textos etc.” Ao se tornar o centro do processo de alfabetização, o gênero discursivo dá sentido a tudo o que se fizera anteriormente nos métodos globais de forma intuitiva: cada atividade de descoberta da escrita constitui, na realidade, a vivência de um ato comunicativo, de forma ativa e lúdica. Neste ato, o texto circula como um instrumento de interação, com sentido vivo, em diálogo com o aluno, que, deste modo, percebe-se na situação de quem vive a cultura letrada e ela se integra. Alfabetização e Letramento: • Atualmente, a alfabetização é entendida como um processo ininterrupto de aprendizagem da língua materna e que se constitui no processo de desenvolvimento da língua, que não se completa nunca e apresenta características diferentes do processo de aquisição do código escrito; • O ensino da leitura e da escrita exige que o professor seja um leitor proficiente (leitor crítico, reflexivo, autônomo e letrado); • O professor que se propõe a alfabetizar deve ter como objetivos preparar o aluno para ler, escrever e ter um grau de letramento que lhe permita acompanhar as exigências de uma sociedade letrada e tecnológica; • O sentido de leitura e escrita ganha uma dimensão maior e mais profunda, deixando de ser mera codificação e decodificação; • O professor deve instrumentalizar o aluno a ponto de torná-lo capaz de ler, escrever e envolver-se em práticas sociais de leitura e de escrita, não sendo somente alfabetizado, sendo também letrado; Magda Soares aponta que “alfabetizar e letrar são duas ações distintas, mas não inseparáveis, ao contrário, o ideal seria alfabetizar letrando...” (2003, p. 47). • Ainda segundo Soares (2003, p. 39), letramento é: “resultado da ação de ensinar e aprender as práticas sociais de leitura e escrita; estado ou condição de quem se envolve nas numerosas e variadas práticas sociais de leitura e de escrita.” AULA 19. Concepções epistemológicas da alfabetização: a perspectiva sociointeracionista – 1ª parte CONCEPÇÃO SUJEITO CONHECIMENTO RELAÇÃO PROF/ALUNO ALFABETIZAÇÃO INATISTA SER PRONTO DETERMINADO GENETICAMENTE NASCE COM O SUJEITO É UM DOM O PROF. AJUDA O DESENVOLVIMENT O DOS DONS DO ALUNO, QUE É O CENTRO DO PROCESSO CONSISTE EM DEIXAR AFLORAR O QUE O SUJEITO TEM, NATURAMMENTE AMBIENTALISTA SER PASSIVO TÁBULA RASA SE DÁ POR ABSORÇÃO DO MEIO. APRENDIZAGEM. TREINO, REPETIÇÃO, MEMORIZAÇÃO DOMINAÇÃO, SUBMISSÃO O PROF. NÃO LEVA EM CONTA AS SINGULARIDADES DO ALUNO. É CENTRADA NA PRONTIDÃO DO ALUNO. ESCRITA = CÓPIA LEITURA = DECIFRAÇÃO DO CÓDIGO ESCRITO INTERACIONISTA CONSTRUTIVISTA SER INTERATIVO SER COGNOSCENTE É FRUTO DA INTERAÇÃO DO SUJEITO COM O MEIO PROCESSO DE ADAPTAÇÃO, ASSIMILAÇÃO, ACOMODAÇÃO O PROFESSOR TRABALHA A PARTIR DO NÍVEL DE DESENVOLVIMENT O DO ALUNO A LINGUAGEM ESCRITA É VISTA COMO UM OBJETO DE CONHECIMENTO (RECONSTRUÍDO PELO SUJEITO A PARTIR DO LEVANTAMENTO DE HIPÓTESES. A ALFABETIZAÇÃO ACOMPANHA O DESENVOLVIMENTO COGNITIVO INTERACIONISTA SÓCIO- HISTÓRICA SER SOCIAL E CRIADOR DE CULTURA É CONSTRUÍDO E RECONSTRUÍDO NAS INTER-RELAÇÕES SOCIAIS DO INTERPSÍQUICO (COLETIVO) PARA O INTRAPSÍQUICO (INDIVIDUAL) A APRENDIZAGEM AMPLIA O DESENVOLVIMENTO O PROFESSOR É O MEDIADOR ENTRE O ALUNO E O MEIO SÓCIO-HISTÓRICO- CULTURAL LEITURA E ESCRITA SÃO VISTAS COMO PRÁTICASDISCURSIVAS AULAS 29 e 30. Diferentes perspectivas para olhar o erro no processo de alfabetização: • O processo de aprendizagem da escrita traz em si importantes momentos do desenvolvimento da criança, que precisam ser incentivados e estimulados pelo professor; • Diante do erro o professor deve agir de forma construtiva de aprendizagem, tendo em vista o favorecimento da autoestima e confiança da criança em si mesma; • O professor precisa pensar e compreender a questão do erro, neles mesmos, para poder descobrir alternativas e possibilidades no trabalho com os erros dos alunos; • A forma como o professor intervém na produção escrita da criança pode representar elemento determinador do fracasso escolar; • O momento da produção escrita da criança deve ocorrer num ambiente encorajador e prazeroso, onde ela se sinta à vontade para testar hipóteses e compartilhar seus avanços.
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