Buscar

Resumos AP 2 - Alfabetização 1

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 11 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 11 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 11 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO 
CENTRO DE EDUCAÇÃO E HUMANIDADES 
FACULDADE DE EDUCAÇÃO 
FUNDAÇÃO CECIERJ /Consórcio CEDERJ / UAB 
Curso de Licenciatura em Pedagogia – modalidade EAD 
REVISÃO DA AP2 
 ALFABETIZAÇÃO 1 
 
UNIDADE 01: Os sentidos da alfabetização ao longo do tempo e as políticas públicas: 
• A Constituição brasileira de 1946 consagra os princípios liberais-democráticos, 
que asseguravam direitos individuais inalienáveis e liberdade a todos, colocando 
o Estado com a responsabilidade de garanti-los; 
• A educação voltada para o fortalecimento da democracia e para o 
desenvolvimento econômico, redimensionou a perspectiva da alfabetização; 
• Ao aliar a dimensão política à dimensão cultural, Paulo Freire introduz a prática 
alfabetizadora numa perspectiva crítica, que procura libertar e emancipar o 
oprimido de sua condição de opressão; 
• Alfabetizar é um ato político, voltado para a emancipação pessoal, para a 
conscientização política e para a ampliação da participação social do 
alfabetizando. 
Alfabetização: “uma questão política” 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1- ORGANICISTA 
• Atribui o fracasso escolar a possíveis distúrbios e doenças neurológicas 
e subnutrição. 
2- COGNITIVISTA INSTRUMENTAL 
• Atribui o fracasso associados aos quatro problemas fundamentais 
percepção, memória, linguagem e pensamento. Suas dificuldades 
teriam origem em algum conflito emocional. 
3- HANDICAP SOCIOCULTURAL 
• O fracasso escolar teria origem no meio sócio cultural e familiar da 
criança (pobreza). 
4- QUESTIONAMENTOS DA ESCOLA 
• responsabiliza a escola pelo fracasso escolar. Não leva em conta os 
saberes dos alunos 
 
Alfabetização no contexto das políticas públicas 
Altos índices de reprovação, os maiores do mundo. 
Três questões avaliativas formuladas a partir dos índices de reprovação ao final da 1a 
série do ensino fundamental: 
1 – Como foi possível aceitar passivamente elevados índices de reprovação? 
• A LDB de 1971 garantiu o acesso, mas não o sucesso na alfabetização, pois se 
acreditava que o medo da reprovação serviria de “estímulo” para a aprendizagem. 
2 – Que explicações justificam essa realidade apresentada? 
• Culpabilização das crianças por não possuírem os pré-requisitos para a 
aprendizagem e de sua família, por não as estimular. Explicação nutricional, onde 
o determinante da não-alfabetização era a pobreza. 
3 – Políticas públicas implementadas visando mudar a realidade. 
• Programa de Merenda Escolar, acreditando na hipótese da desnutrição, contudo, 
sem mudança nos índices; 
• Progressão continuada dentro dos ciclos. Alunos em anos avançados do ensino 
fundamental e ainda não alfabetizados. 
Hipótese para o fracasso na alfabetização e estratégia para buscar maior 
eficácia: 
• Dificuldade dos professores em avaliar a aprendizagem, com a progressão 
continuada; 
• Os PCNs (Parâmetros Curriculares Nacionais) como estratégia para compreender 
e reverter o fracasso na alfabetização; 
• Implementação do programa de formação de professores alfabetizadores, 
conhecido como PROFA, capacitando mais de 75 mil professores. 
 
Unidade 02: Alfabetização: Um conceito em movimento. 
• Pensadores Humanistas (Séc. XVI aprox.) – Acreditavam que a educação 
poderia transformar o homem e permitir controle do próprio destino; 
• Revolução Francesa (Séc. XVIII) – A escolarização passa a ocupar o lugar de 
via de acesso à cultura; a escola se torna universal e gratuita, e está sob o controle 
do Estado. Burgueses pensam em um tipo de saber que lhes permitisse exercer o 
poder; 
• Reforma Protestante – A educação do povo deveria se elementar: ler, escrever e 
realizar operações matemáticas básicas. 
• No Brasil – Os Jesuítas implantaram um sistema de ensino voltado a formação 
livresca, acadêmica e aristocrática. Marques de Pombal com sua política 
anticlerical expulsa os jesuítas, mas os professores recrutados eram aqueles 
formados pelo modelo jesuítico de ensino. 
A linguagem científica nas culturas orais. 
• A humanidade sempre vive na oralidade, a escrita gerava autonomia, que era dada 
a poucos; 
• A igreja ocupava lugar central na sociedade, detinha o conhecimento da escrita; 
• Igreja representava a voz de Deus na Terra, “a palavra sagrada”; 
• Burguesia buscava maior autonomia no seu pensar e no seu fazer; 
• A prática pedagógica adquire pela primeira vez um caráter político; 
• Inicia-se então a busca de uma língua que pudesse tornar o conhecimento 
universal, dando possibilidade a todos de adquiri-lo; 
• A língua torna-se então um fator dificultoso e excludente na construção de 
conhecimentos comuns, “deixando pessoas que não constroem conhecimentos a 
partir da linguagem empregada na experiência de ensino com um sentimento de 
marginalidade cultural – aquele que realmente causa a segregação dos grupos 
sociais minoritários.” (Senna, 2000, p. 172) 
• Segundo Magda Soares, admite-se como letrado aquele indivíduo que, mesmo 
não sabendo ler ou escrever, envolve-se no seu dia a dia com práticas sociais de 
leitura e de escrita; 
• Piaget com sua teoria construtivista influenciou a educação mundial com a 
perspectiva de universalização do sujeito cognoscente, ou seja, todos tem a priori 
as mesmas condições biológicas para construir conhecimento a partir da sua 
relação com o meio; 
• A medicalização do fracasso escolar para o que não aprendiam da mesma forma; 
• Segundo os estudos de Vygotsky, a linguagem também assume um papel 
importante em sua teoria: segundo sua concepção, o pensamento não é 
simplesmente expresso em palavras, ele nasce através delas e por meio delas 
passa a existir; 
• Segundo Vygotsky, o desenvolvimento envolve processos simultâneos de imersão 
na cultura e afloramento da individualidade; 
• O papel da escola: ser agente de letramento que dá ao outras condições de se 
apropriar do conhecimento para chegar à autonomia através do acesso ao 
conhecimento científico. 
Cultura e linguagem: a questão da oralidade. 
• A escola não reconhece como legítimas as variedades linguísticas faladas pelos 
diferentes grupos sociais. Tal preconceito é fator de determinação do fracasso 
escolar, 
• A narrativa tem importante função na produção e socialização do saber, que a 
escola não legitima; 
• OS métodos de alfabetização não reconhecem a criança como ser histórico-
cultural produtora de saber. Estão preocupados apenas com a codificação e 
decodificação de símbolos; 
• A alfabetização é uma prática social, multidimensional, que deve ser abordada 
em suas dimensões histórica, política, pedagógica, linguística, sociocultural, 
antropológica e psicológica 
 
UNIDADE 3.1 – Reflexões sobre a constituição da escrita em classes de 
EJA no Brasil a partir de textos medievais portugueses. 
A crença de que a escrita alfabética guarde relação com uma possível 
representação da fala não contribuem para a superação das dificuldades da 
construção da escrita por alunos EJA (Educação de Jovens e Adultos) 
Objetivo do texto: Verificar fenômenos de escrita similares aos 
apresentados por alunos de EJA em textos produzidos no período medieval em 
Portugal, demonstrando que o comportamento gráfico apresentado pelos alunos 
de hoje pode ser explicado por fatores históricos e tendências da língua portuguesa 
falada. 
 
I. A gramatização das escritas modernas e a normatização ortográfico-
lexical: 
 
• Fenômeno escrito após o processo de gramatização no séc. XVI; 
• Acreditava-se que o emprego de uma norma gramatical culta da língua 
escrita promoveria o desenvolvimento intelectual e assegurar-se-iaa 
estabilidade do poder público e a prosperidade do Império; 
• Diante da hegemonia política e cultural da Igreja sobre as estruturas 
sociais, não se pensou em normatizar o uso da escrita derivada dos falares 
locais; 
• A necessidade de conversão dos escritos medievais em língua local para o 
alcance do povo e para o controle do poder público; 
• O processo de gramatização – instrumento político de unificação dos 
estados modernos e extinção das escritas as marcas da oralidade; 
• Nas culturas europeias, a gramatização provoca diferenças dialetais – na 
fala e na escrita – criando situações de exclusão social. 
 
II. Gramatização, diglossia e sujeitos sociais na EJA: 
 
O que é DIGLOSSIA? É “a situação de línguas 
empregadas em uma mesma comunidade de fala, na qual uma 
ou mais são consideradas línguas de prestígio social, ao passo 
que outras, línguas de situação social inferior”, SENNA (2010). 
A mesma definição se aplica aos dialetos regionais e de grupos sociais, muito 
comuns no Brasil, não contemplados. 
• Define-se um modelo padrão da escrita tomado a partir de um modo específico de 
fala, que não considerava os dialetos; 
• As culturas não contempladas na gramatização da escrita rejeitam e reagiram ao 
sistema alfabético oficial; 
• Falares preservados na oralidade e nas práticas culturais regionais emudecidos nos 
sistemas de comunicação oficial, regidos pela escrita; 
• Dos falares populares à imposição da língua gramatizada pela elite brasileira no 
Brasil colonial; 
• Diglossia no Brasil – sobreposição da escrita sobre os falares naturais do Brasil 
pela elite intelectual; 
• Alunos da EJA – representantes do segmento marginalizado pela padronização 
da fala. Compreende-se, então, a estranheza e dificuldades do segmento na 
aquisição da leitura e escrita, que nada tem a ver com deficiência de ordem 
cognitiva. 
 
III. Escritas medievais do Português: 
A partir dos textos propostos, faz-se a análise das formas gráficas das palavras 
observando: 
• Fenômenos agregados às representações linguísticas de quem as produziu; 
formulação de formas escritas aparentemente imotivadas; formas explicáveis a 
partir de certas propriedades de fala portuguesa, dentre outras; 
• Truncamento de palavras - Casos similares a escritas produzidas por alunos em 
processo de alfabetização, afastando-nos da crença em distúrbios intelectuais; 
• Quanto mais antigo o relato escrito, maior a dificuldade que encontramos em 
compreendê-lo; 
• O tempo se alimenta dos traços sociais e culturais que movem e constroem o 
Homem da escrita alfabética; 
• Como, então, alfabetizar sujeitos sociais e culturais os mais diversos, sem lhes 
oportunizar o devido tempo sociocultural? 
 
IV. Os brasileiros da EJA – seus tempos linguísticos e o direito à escrita: 
 
• Os dialetos em situação de diglossia, são esquecidos ou desprezados pelo 
preconceito. A comunidade acadêmica não o legitima; 
• Seus dialetos falados interferem diretamente sobre as formas empregadas na 
escrita do português; 
• Entende-se que a escrita é um patrimônio do estado nacional, algo cuja 
materialidade é definida por lei federal e não, por mecanismos evolutivos naturais 
aplicáveis às línguas naturais; 
• Segundo SENNA (2010), “o reconhecimento de traços de oralidade no esforço 
de escrita inicial destes sujeitos sociais em processo de alfabetização permite-
lhes reconhecerem-se na experiência de imersão na cultura da escrita e, ao 
mesmo tempo, superarem o sentimento de estranhamento perante um sistema 
de expressão cuja normatização é historicamente associada a processos de 
exclusão social.” 
 
Unidade 3 (PARTE 3): Aspectos linguísticos da alfabetização: os sistemas da 
escrita e da fala. 
 
3.3 LÍNGUA MATERNA E LÍNGUA CULTA: 
 
Senna (1991) entende ser BILINGUÍSMO: “A capacidade de emprego 
alternado de diferentes línguas naturais, estrategicamente planejado pelo falante 
segundo o momento social em que se dá o ato de fala. Admitirei, também, que o 
contacto de duas ou mais línguas por um mesmo sujeito falante (considerado o 
ambiente psicológico, exclusivamente) tende a gerar interferências de uma língua 
sobre as demais, sendo esta interferência a primeira e mais profícua evidência de 
que o falante é, de fato, bilíngue.” 
Quando um mesmo grupo de indivíduos manifestar os mesmos tipos de 
interferência decorrentes do emprego de duas ou mais línguas, caracterizar-se-á 
uma comunidade linguística bilíngue. (Senna ,1991, p.5) 
O bilinguismo empregado nas línguas oral e escrita dentro de uma comunidade 
como a do Rio de Janeiro apresenta características de uma situação de. Esta 
afirmativa baseia-se, fundamentalmente, nos fatos de que: 
 
a) A língua oral e a língua escrita constituem sistemas autônomos entre si, 
empregados em situações sociais específicas; experiências de fala em que a forma 
de LO se assemelha à de LE são derivadas direta ou indiretamente do letramento, 
sem o qual não viriam a existir; 
 b) O emprego de LE manifesta inúmeras interferências derivadas da língua oral, 
evidência empírica do bilinguismo; 
 
• A situação escolar do ensino de língua materna, na qual se privilegiam os valores 
socialmente dominantes, contribui para que o indivíduo desenvolva aspectos 
sócio psicolinguísticos de semilinguismo (condição, típica do imigrante, que 
consiste no conhecimento parcial e imperfeito da língua do país anfitrião), seja 
no emprego de LE, seja no de LO; 
• Considerar essas circunstâncias na organização de currículos escolares é 
fundamental para obtenção de resultados satisfatórios na formação do indivíduo 
no uso da língua portuguesa. 
 
 
METODOLOGIA DO ENSINO – diferentes concepções 
Sílvia Maria Manfredi. 
 
• Concepção tradicional de educação - entendida como “um conjunto padronizado 
de procedimentos destinados a transmitir todo e qualquer conhecimento universal 
e sistematizado”; 
• Concepção escola novista de educação- tomada como “uma estratégia que visa 
garantir o aprimoramento individual e social”; 
• Concepção tecnicista de educação - vista como “estratégia de aprimoramento 
técnico, no sentido de garantir maior eficiência e eficácia ao processo de ensino-
aprendizagem”; 
• Concepção crítica de educação - entendida como “uma estratégia que visa garantir 
o processo de reflexão crítica sobre a realidade vivida, percebida e concebida, 
visando uma tomada de consciência dessa realidade, tendo em vista a sua 
transformação”; 
• Perspectiva histórico dialética da educação – “um conjunto de princípios e/ou 
diretrizes sócio-políticos, epistemológicos e psicopedagógicos articulados a uma 
estratégia técnico-operacional capaz de reverter os princípios em passos e/ou 
procedimentos orgânicos e sequenciados, que sirvam para orientar o processo de 
ensino-aprendizagem em situações concretas”. 
 
“LER, ESCREVER E CONTAR”: 
 
• As permanências e rupturas – Tensões diante das diferentes condições dentro do 
processo de renovação escolar; 
• A dicotomia entre velho e novo, tradicional e moderno - permanência do método 
sintético em tempos de circulação dos métodos analítico e intuitivo, tão enraizada 
na educação brasileira. 
 
Cartilha de alfabetização e cultura escolar: Um pacto secular 
No Brasil, a partir da última década do século XIX, com a organização republicana 
da instrução pública, observa-se o início de um movimento de escolarização das práticas 
de leitura e escrita e de identificação entre o processo de ensino inicial dessas práticas e 
a questão dos métodos. A partir de então, a cartilha vai-se consolidando como um 
imprescindível instrumento de concretização dos métodos propostos e, em decorrência,de configuração de determinado conteúdo de ensino, assim como de certas silenciosas, 
mas operantes, concepções de alfabetização, leitura, escrita e texto, cuja finalidade e 
utilidade se encerram nos limites da própria escola e cuja permanência se pode observar 
até os dias atuais. 
Cartilha de alfabetização - um modo de pensar, sentir, querer e agir relacionado 
com a imagem idealizada de linguagem/língua e com modelos equivocados de leitura, 
escrita e texto. 
 
Alunos ideais e alfabetização mecanicista: 
 
• A concepção mecanicista de alfabetização é fundamentada na ideia de 
homogeneização, de padronização. O foco recai sobre a questão do método, de 
acordo com o modelo da ciência positivista vigente e com os reflexos de uma 
sociedade industrial capitalista; 
• Na escola, o principal fator de preocupação seria a forma como o professor deveria 
ensinar, pois com um bom método, todos aprenderiam sem dificuldade, tal como 
numa experiência de laboratório, em que o cientista controla as variáveis e tudo o 
que pode interferir no processo; 
• Culpabilização do aluno pelo fracasso; 
• A avaliação recai sobre os fatores externos, preferencialmente no aluno, pois a 
culpa nunca será do método. 
 
Na alfabetização, os dois tipos de teorias resultam... 
a) Ora em métodos que partem das unidades primárias (grafemas ou sílabas) para 
as palavras, no caso das teorias indutivas – métodos sintéticos: silabação e fônico. 
b) Ora em métodos que partem da observação das palavras ou outras unidades 
textuais maiores, como frases ou pequenos textos, no caso das teorias dedutivas –
métodos analíticos: palavração. 
Segundo SENNA (2018) a “alfabetização mecanicista esbarra, entretanto, no 
fato de que os alunos não são ideais e não reconhecem nada daquilo que o professor 
pressupõe que eles deveriam reconhecer. A alfabetização mecanicista resulta em 
fracasso para um número imenso de crianças e jovens no Brasil, em sua grande 
maioria, aqueles que chegam às escolas vindo de culturas não cartesianas.” 
• O fracasso é da escola, ao insistir em suas crenças equivocadas de que métodos 
ou cartilhas tenham a propriedade de alfabetizar qualquer um. 
 
Letramento, linguagem e escola: 
 
• Os gêneros do discurso - “Evidentemente, cada enunciado particular é individual, 
mas cada campo de utilização da língua elabora seus tipos relativamente estáveis 
de enunciados, os quais denominamos gêneros do discurso”; 
• Os tipos relativamente estáveis de enunciados, orais ou escritos, que têm origem 
nos diferentes campos de utilização da língua, visam à realização de objetivos 
comunicativos próprios a esses campos; 
• Para o filósofo, é no evento singular da existência humana que se pode buscar a 
superação da dualidade entre teoria e vida. Enquanto evento singular, único, 
irrepetível, a existência humana deve ser o ponto de partida para a construção de 
uma filosofia capaz de superar os dualismos decorrentes de uma separação entre 
teoria e vida, entre o objetivo e o subjetivo; 
• A linguagem é a de que essas práticas devem considerar os sujeitos praticantes, 
suas crenças, expectativas e experiências, sob pena de que a língua lhes seja 
apresentada como algo que se impõe ou se sobrepõe a essas experiências; 
• As relações entre linguagem e escola, ancoradas na perspectiva de que as práticas 
de leitura e escrita realizadas no contexto escolar são parte integrante da vida dos 
sujeitos e, portanto, devem ser compreendidas como um tipo de resposta que estes 
dão à sua inserção no mundo; 
• Segundo Senna, “o gênero discursivo é a definição de um ato de comunicação 
específico, o que envolve certo tipo de interlocutores, que exercem certos tipos 
de papeis sociais, compartilham um conjunto de intenções, demandam certos 
tipos de textos etc.” Ao se tornar o centro do processo de alfabetização, o gênero 
discursivo dá sentido a tudo o que se fizera anteriormente nos métodos globais de 
forma intuitiva: cada atividade de descoberta da escrita constitui, na realidade, a 
vivência de um ato comunicativo, de forma ativa e lúdica. Neste ato, o texto 
circula como um instrumento de interação, com sentido vivo, em diálogo com o 
aluno, que, deste modo, percebe-se na situação de quem vive a cultura letrada e 
ela se integra. 
 
Alfabetização e Letramento: 
• Atualmente, a alfabetização é entendida como um processo ininterrupto de 
aprendizagem da língua materna e que se constitui no processo de 
desenvolvimento da língua, que não se completa nunca e apresenta características 
diferentes do processo de aquisição do código escrito; 
• O ensino da leitura e da escrita exige que o professor seja um leitor proficiente 
(leitor crítico, reflexivo, autônomo e letrado); 
• O professor que se propõe a alfabetizar deve ter como objetivos preparar o aluno 
para ler, escrever e ter um grau de letramento que lhe permita acompanhar as 
exigências de uma sociedade letrada e tecnológica; 
• O sentido de leitura e escrita ganha uma dimensão maior e mais profunda, 
deixando de ser mera codificação e decodificação; 
• O professor deve instrumentalizar o aluno a ponto de torná-lo capaz de ler, 
escrever e envolver-se em práticas sociais de leitura e de escrita, não sendo 
somente alfabetizado, sendo também letrado; 
Magda Soares aponta que “alfabetizar e letrar são duas ações distintas, mas 
não inseparáveis, ao contrário, o ideal seria alfabetizar letrando...” (2003, p. 47). 
• Ainda segundo Soares (2003, p. 39), letramento é: “resultado da ação de ensinar 
e aprender as práticas sociais de leitura e escrita; estado ou condição de quem 
se envolve nas numerosas e variadas práticas sociais de leitura e de escrita.” 
AULA 19. Concepções epistemológicas da alfabetização: a perspectiva 
sociointeracionista – 1ª parte 
 
CONCEPÇÃO 
 
SUJEITO 
 
CONHECIMENTO 
 
RELAÇÃO 
PROF/ALUNO 
 
 
ALFABETIZAÇÃO 
 
 
 
INATISTA 
 
 
 
SER PRONTO 
DETERMINADO 
GENETICAMENTE 
 
 
 
NASCE COM O 
SUJEITO 
É UM DOM 
 
 
O PROF. AJUDA O 
DESENVOLVIMENT
O DOS DONS DO 
ALUNO, QUE É O 
CENTRO DO 
PROCESSO 
 
 
CONSISTE EM DEIXAR 
AFLORAR O QUE O 
SUJEITO TEM, 
NATURAMMENTE 
 
 
 
 
AMBIENTALISTA 
 
 
 
SER PASSIVO 
TÁBULA RASA 
 
 
SE DÁ POR 
ABSORÇÃO DO MEIO. 
APRENDIZAGEM. 
 
 TREINO, REPETIÇÃO, 
MEMORIZAÇÃO 
 
 
DOMINAÇÃO, 
SUBMISSÃO 
O PROF. NÃO LEVA 
EM CONTA AS 
SINGULARIDADES 
DO ALUNO. 
 
 
É CENTRADA NA 
PRONTIDÃO DO ALUNO. 
ESCRITA = CÓPIA 
LEITURA = DECIFRAÇÃO 
DO CÓDIGO ESCRITO 
 
 
 
 
INTERACIONISTA 
CONSTRUTIVISTA 
 
 
 
SER INTERATIVO 
SER 
COGNOSCENTE 
 
 
 
É FRUTO DA 
INTERAÇÃO DO 
SUJEITO COM O MEIO 
PROCESSO DE 
ADAPTAÇÃO, 
ASSIMILAÇÃO, 
ACOMODAÇÃO 
 
 
 
O PROFESSOR 
TRABALHA A 
PARTIR DO NÍVEL 
DE 
DESENVOLVIMENT
O DO ALUNO 
 
A LINGUAGEM ESCRITA 
É VISTA COMO UM 
OBJETO 
DE CONHECIMENTO 
(RECONSTRUÍDO PELO 
SUJEITO A PARTIR DO 
LEVANTAMENTO DE 
HIPÓTESES. 
A ALFABETIZAÇÃO 
ACOMPANHA O 
DESENVOLVIMENTO 
COGNITIVO 
 
 
 
 
INTERACIONISTA 
SÓCIO-
HISTÓRICA 
 
 
 
 
 
SER SOCIAL E 
CRIADOR DE 
CULTURA 
 
 
É CONSTRUÍDO E 
RECONSTRUÍDO NAS 
INTER-RELAÇÕES 
SOCIAIS 
DO INTERPSÍQUICO 
(COLETIVO) 
PARA O 
INTRAPSÍQUICO 
(INDIVIDUAL) 
A APRENDIZAGEM 
AMPLIA O 
DESENVOLVIMENTO 
 
 
 
 
O PROFESSOR É O 
MEDIADOR ENTRE 
O ALUNO E O MEIO 
SÓCIO-HISTÓRICO-
CULTURAL 
 
 
 
 
 
LEITURA E ESCRITA SÃO 
VISTAS COMO PRÁTICASDISCURSIVAS 
 
 
AULAS 29 e 30. Diferentes perspectivas para olhar o erro no processo de alfabetização: 
• O processo de aprendizagem da escrita traz em si importantes momentos do 
desenvolvimento da criança, que precisam ser incentivados e estimulados pelo 
professor; 
• Diante do erro o professor deve agir de forma construtiva de aprendizagem, tendo 
em vista o favorecimento da autoestima e confiança da criança em si mesma; 
• O professor precisa pensar e compreender a questão do erro, neles mesmos, para 
poder descobrir alternativas e possibilidades no trabalho com os erros dos alunos; 
• A forma como o professor intervém na produção escrita da criança pode 
representar elemento determinador do fracasso escolar; 
• O momento da produção escrita da criança deve ocorrer num ambiente 
encorajador e prazeroso, onde ela se sinta à vontade para testar hipóteses e 
compartilhar seus avanços.

Continue navegando