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Profª: Cristina Márcia B. de Castro TEORIA DA FIRMA Aula 9 31/ 01/ 2013 crismbc@gmail.com.br MICROECONOMIA (ANE 040) Microeconomia 2 TAXA MARGINAL DE SUBSTITUIÇÃO TÉCNICA (TMST) 1) Quando os insumos são substitutos perfeitos: TMST será constante em todos os pontos da isoquanta. Exemplo: Produção (manufatura) de instrumentos musicais, são feitos quase inteiramente com máquinas operatrizes, ou com poucas ferramentas. Mas, com mão de obra altamente especializada. Os pontos A, B e C representam 3 composições diferentes entre K e L que geram a mesma quantidade de produto q3. CASOS ESPECIAIS DE FUNÇÕES DE PRODUÇÃO: Microeconomia 3 TAXA MARGINAL DE SUBSTITUIÇÃO TÉCNICA (TMST) 2) FUNÇÃO DE PRODUÇÃO DE PROPORÇÕES FIXAS (OU FUNÇÃO DE PRODUÇÃO LEONITIEF): Exemplo: Uma empresa de cereais matinais, ofereça um produto composto por 30g de nozes e 120g de aveia em cada porção. Se a empresa comprar uma quantidade adicional de nozes, mas não fizer o mesmo com aveia, não poderá aumentar a produção, pois a fórmula exige uma proporção fixa dos 2 insumos. Isoquanta em formato de L, indica que apenas uma combinação de K e L pode ser empregada para produzir cada nível de produto. Não sendo possível qualquer substituição entre os insumos. Os pontos A, B e C representam combinações tecnicamente eficientes dos insumos. Ponto A é a única combinação de K e L, que gera o nível de produção q1. Microeconomia 4 RENDIMENTOS DE ESCALA TRÊS CASOS: No longo prazo, quando todos os insumos são variáveis, a empresa deve decidir como aumentar o produto. RENDIMENTOS DE ESCALA: Proporção de aumento do produto quando os insumos aumentam proporcionalmente entre si. Uma forma é MUDAR A ESCALA da operação, aumentando todos os insumos na mesma proporção. • RENDIMENTOS CRESCENTES DE ESCALA: Quando a produção CRESCE MAIS DO QUE o dobro quando se dobram os insumos. Ocorre quando os profissionais se especializam e fazem o uso de máquinas e equipamentos mais especializados e em grande escala. Ex: linha de montagem na indústria automobilística Microeconomia 5 RENDIMENTOS DE ESCALA • RENDIMENTOS CONSTANTES DE ESCALA: Quando a produção dobra após a duplicação dos insumos. O tamanho da empresa não influencia a produtividade dos insumos. • RENDIMENTOS DECRESCENTES DE ESCALA: Quando a produção AUMENTA MENOS que o dobro, quando os insumos dobram. Aplicam-se a algumas empresas com operações em grande escala, devido a dificuldades para organizar e gerenciar uma operação em grande escala. Microeconomia 6 RENDIMENTOS DE ESCALA Para níveis de produção mais baixos, por exemplo, pode-se ter rendimentos crescentes e para níveis mais altos, rendimentos constantes ou decrescentes. Gráfico (a): RENDIMENTOS CONSTANTES (distâncias iguais entre as isoquantas). Gráfico (b): RENDIMENTOS CRESCENTES (isoquantas mais próximas a medida que se distancia da origem – que se aumenta a quantidade de insumos utilizados na produção). Microeconomia 7 TEORIA DOS CUSTOS A função de produção fornece informação para construir o mapa das isoquantas. Os preços dos recursos estabelecem as curvas de ISOCUSTOS. Então, uma decisão eficiente do empresário significa produzir, dada uma combinação de insumos, de forma que iguale a taxa marginal de substituição técnica à relação de preços dos insumos. Ou seja, para cada ponto de tangência de determinado nível de produção e seu custo total. CURTO PRAZO: Alguns insumos são fixos. Assim, o empresário pode não atingir a eficiência econômica (aquela que iguala a TMST com a relação entre o preço dos insumos). Opera tão eficiente quanto possível. LONGO PRAZO: Todos insumos são variáveis. O empresário pode atingir a eficiência econômica. Microeconomia 8 TEORIA DOS CUSTOS CUSTO SOCIAL DE PRODUÇÃO: Custo que uma sociedade suporta quando seus recursos são usados para produzir uma mercadoria. Do ponto de vista social, o objetivo da atividade econômica é obter o máximo possível de um determinado bem. Por exemplo: Uma sociedade teria maior produção se produzisse somente carros compactos. Carros maiores e mais luxuosos requerem mais de quase todos os insumos. Na avaliação privada, muitas pessoas dão mais importância para esses carros maiores e luxuosos. O que se diferencia da avaliação social. Assim, o custo social da produção de um bem X é a quantidade do bem Y que deve ser sacrificada, a fim de que os recursos sejam alocados para produzir X em vez de Y. Microeconomia 9 TEORIA DOS CUSTOS CUSTO PRIVADO DE PRODUÇÃO: CUSTOS CONTÁBEIS: Despesas correntes + despesas pela depreciação dos equipamentos de capital. CUSTOS DE OPORTUNIDADE: Custos associados às oportunidades perdidas quando os recursos não são utilizados da melhor forma possível. CUSTOS ECONÔMICOS: Custos de utilização dos recursos econômicos na produção, incluindo os custos oportunidade. Microeconomia 10 TEORIA DOS CUSTOS CUSTO PRIVADO DE PRODUÇÃO: CUSTOS IRREVERSÍVEIS: Um gasto que foi feito e que não pode ser diretamente recuperado. São visíveis, mas deveriam ser ignorados quando se tomam decisões econômicas. Exemplo: Compra de um equipamento em uma fábrica. Essa compra é um custo irreversível. Como ele não tem uso alternativo, seu custo oportunidade é zero. Se o equipamento pudesse ser vendido ou alugado, ele teria um custo econômico (um custo oportunidade) Microeconomia 11 CUSTOS FIXOS E CUSTOS VARIÁVEIS CUSTO TOTAL (CT): Também denominado de CUSTO ECONÔMICO TOTAL DA PRODUÇÃO. Consiste de custos fixos e variáveis. • CUSTOS FIXOS (CF): Custos que não variam com o nível de produção e só não existirá se a empresa deixar de operar. • CUSTOS VARIÁVEIS (CV): Custos que variam quando o nível de produção varia. 𝑪𝑻 = 𝑪𝑭 + 𝑪𝑽 Microeconomia 12 CUSTOS FIXOS E CUSTOS VARIÁVEIS CUSTO MARGINAL (CMa) : Aumento no custo resultante da produção de uma unidade adicional do produto. Custos Marginal nos informa quanto custará aumentar a produção em uma unidade. 𝑪𝑴𝒈 = ∆𝑪𝑽 ∆𝒒 = ∆𝑪𝑻 ∆𝒒 Também denominado de Custo Incremental Microeconomia 13 CUSTOS FIXOS E CUSTOS VARIÁVEIS CUSTO TOTAL MÉDIO (CTMe) ou CUSTO MÉDIO (CMe): Custo unitário da produção. CUSTO FIXO MÉDIO (CFMe): • Como CF é constante, CFMe é diminui com o aumento da produção 𝑪𝑻𝑴𝒆 = 𝑪𝑻 𝒒 CUSTO VARIÁVEL MÉDIO (CVMe): 𝑪𝑭𝑴𝒆 = 𝑪𝑭 𝒒 𝑪𝑽𝑴𝒆 = 𝑪𝑽 𝒒 Microeconomia 14 Exercício... Calculando os custos de uma empresa Microeconomia 15 Nível de Produção (unidades por ano) Custo Fixo (CF) – R$/ano Custo Variável (CV) – R$/ano Custo Total(CT) - R$/ano Custo Marginal (CMg) – R$/ano Custo Fixo Médio (CFMe) – R$/ano Custo Variável Médio(CV ME) – R$/ano Custo Total Médio (CTMe) – R$/ano 0 50 0 1 50 50 2 50 78 3 50 98 4 50 112 5 50 130 6 50 150 7 50 175 8 50 204 9 50 242 10 50 300 11 50 385 Encontre os custos da empresa. Microeconomia 16 Diante dos dados da Tabela: 1) Trace os Custos Fixo, variável e total em um gráfico, conforme o esboço abaixo. 2) Trace os Custos Marginal, Total Médio, Variável Médio e Fixo Médio em um gráfico, conforme o esboço abaixo. Microeconomia 17 CUSTOS NO CURTO PRAZO A medida que uma produção aumenta os custos variáveis aumentam e consequentemente os custos totais também aumentaram Paraaumentar o nível de produção a empresa deve contratar mais mão-de-obra, só que o produto marginal do trabalho diminui a medida que a quantidade de trabalho aumenta. (𝑷𝑴𝒂𝑳 = ∆𝒒 ∆𝑳 ) Suponha uma empresa que contrate o trabalho por uma remuneração fixa w: Como: 𝑪𝑴𝒂 = ∆𝑪𝑽 ∆𝒒 Então o custo variável (CV) será o custo unitário do trabalho extra: ∆𝑪𝑽 = 𝒘∆𝑳 O CMa será: 𝑪𝑴𝒂 = ∆𝑪𝑽 ∆𝒒 = 𝒘 ∆𝑳 ∆𝒒 𝑷𝑴𝒂𝑳 = ∆𝒒 ∆𝑳 𝑪𝑴𝒂 = 𝒘 𝑷𝑴𝒂𝑳 Microeconomia 18 CUSTOS NO CURTO PRAZO REDIMENTOS MARGINAIS DECRESCENTES: Significa que o produto marginal do trabalho diminui, a medida que a quantidade de trabalho aumenta. Quando houver Rendimento marginal DECRESCENTE 𝑷𝑴𝒂𝑳 ∆𝑳 Custo marginal Aumenta, conforme o produto for aumentando 𝑪𝑴𝒂 = 𝒘 𝑷𝑴𝒂𝑳 𝑪𝑴𝒂 𝑷𝑴𝒂𝑳 = ∆𝒒 ∆𝑳 Microeconomia 19 CUSTO FIXO (CF): constante e não varia com a produção; CUSTO VARIÁVEL (CV): zero quando a produção é zero e aumenta com o aumento da produção; CUSTO TOTAL (CT): é determinada ao adicionar verticalmente as curvas de CF e CV. A distância entre as curvas de CV e CT é sempre CF, neste caso 50 (CF=50); FORMATOS DAS CURVAS DE CUSTO Microeconomia 20 CUSTO TOTAL MÉDIO (CTMe): soma custo variável médio (CVMe) e custo fixo médio (CFMe); CUSTO MARGINAL (CMa): cruza CVMe e CTMe nos seus pontos de mínimo; FORMATOS DAS CURVAS DE CUSTO CUSTO FIXO MÉDIO (CFMe): representa uma queda contínua do CF ($50) em direção a zero; Microeconomia 21 No longo prazo as empresas tem mais flexibilidade, podem maximizar sua capacidade, como: CUSTOS NO LONGO PRAZO • Expandir suas fábricas existentes ou criar novas unidades; • Alterar a força de trabalho(aumento ou diminuição); • Mudar o desenho dos produtos (como criação de novos produtos). Microeconomia 22 Trabalho: L Preço trabalho: w ESCOLHAS DE INSUMOS E MINIMIZAÇÃO DE CUSTOS Capital: K Preço Capital: r (custo de oportunidade: custo uso do capital = taxa de depreciação do capital + taxa de juros) LINHA DE ISOCUSTO Considere que o capital seja inteiramente alugado. Apresenta todas as combinações possíveis de trabalho e capital que podem ser adquiridas por determinado custo total. A linha de isocusto é obtida por meio do custo total da empresa, ou seja, da soma dos custos: 𝑪 = 𝒘𝑳 + 𝒓𝑲 Microeconomia 23 LINHA DE ISOCUSTO Para cada nível diferente de custo total, tem-se uma linha de isocusto. As linhas de isocusto descrevem as combinações de insumos de produção que custam o mesmo montante para a empresa. A linha de isocusto C1 é tangente a isoquanta q1, no ponto A, indicando que o produto q1 pode ser produzido ao custo mínimo com L1 unid. trabalho e K1 unid. capital. Outras combinações de insumos: (L2,K2), (L3,K3), fornecem a mesma produção, mas com um custo maior. A linha de isocusto tem inclinação: ∆𝑲 ∆𝑳 = − 𝒘 𝒓 (indica a razão entre a taxa de remuneração do trabalho e o custo de locação de capital) Microeconomia 24 ESCOLHA DE INSUMOS Suponha que desejamos o nível de produção q1, ao mínimo custo. Qual ponto da isoquanta escolher? Ao custo C0, mais baixo, não é possível obter a produção q1 desejada. Dessa forma, para produzir q1, ao menor custo, deve-se usar os insumos (L1,K1), custo C1. Que corresponde ao ponto de tangência entre a isocusto e a isoquanta. Ao custo C2, é possível obter a produção q1, porém não minimiza-se os custos. Neste ponto, as inclinações das duas curvas são iguais. Microeconomia 25 ESCOLHA DE INSUMOS Quando aumenta o gasto de todos os insumos, a inclinação da isocusto não sofre modificação, mas o intercepto aumenta. Mas, quando aumenta o preço de 1 INSUMO (por exemplo, TRABALHO), a isocusto torna-se mais inclinada ( isocusto C2). O mínimo custo de produção passa a ser no ponto B, empregando os insumos (L2, K2), ou seja, passa usar mais capital e menos trabalho. INCLINAÇÃO: − 𝒘 𝒓 Microeconomia 26 ESCOLHA DE INSUMOS Como: 𝑻𝑴𝑺𝑻 = − ∆𝑲 ∆𝑳 = 𝑷𝑴𝒂𝑳 𝑷𝑴𝒂𝑲 Então: Sabemos que a inclinação da isocusto é igual a: ∆𝑲 ∆𝑳 = − 𝒘 𝒓 𝑷𝑴𝒂𝑳 𝑷𝑴𝒂𝑲 = 𝒘 𝒓 𝑷𝑴𝒂𝑳 𝒘 = 𝑷𝑴𝒂𝒌 𝒓 𝑷𝑴𝒂𝑳 𝒘 = produto adicional que resulta no gasto de uma unidade monetária a mais em trabalho onde: 𝑷𝑴𝒂𝒌 𝒓 = produto adicional que resulta no gasto de uma unidade monetária a mais em trabalho Uma empresa que minimiza seus custos escolhe quantidade de insumos dado que a última unidade monetária gasta em qualquer insumo adicionado à produção gere a mesma quantidade de produto adicional. Microeconomia 27 MINIMIZAÇÃO DE CUSTOS COM VARIAÇÃO DOS NÍVEIS DE PRODUÇÃO Equação Isocusto: 𝑪 = $𝟏𝟎 ∗ 𝑳 + $𝟐𝟎 ∗ (𝑲) Sendo: os custos de L e K dados em $ por hora. Isocusto mais baixa: C=$1.000,00 Isocusto do meio: C=$2.000,00 Isocusto superior: C=$3.000,00 Pontos A, B e C representam pontos de tangência entre uma isocusto e uma isoquanta. Ponto B: para produzir 200 unid. Produto é preciso: 100 unid. de L e 50 unid. de K. Microeconomia 28 MINIMIZAÇÃO DE CUSTOS COM VARIAÇÃO DOS NÍVEIS DE PRODUÇÃO A curva que passa pelos pontos de tangência entre as linhas de isocusto e isoquanta é o CAMINHO DE EXPANSÃO. CAMINHO DE EXPANSÃO: apresenta todas as combinações possíveis de L e K pelas quais a empresa minimiza seus custos para cada um dos níveis de produção. Se a utilização de ambos os insumos estiver aumentando, conforme a produção aumentar. A inclinação do CAMINHO DE EXPANSÃO será ASCENDENTE. E dada por: ∆𝑲 ∆𝑳 Microeconomia 29 CAMINHOS DE EXPANSÃO E CUSTOS NO LONGO PRAZO O caminho de expansão da empresa tem as mesmas informações da curva de custo total no longo prazo (C(q)). Pode ser traçada da seguinte forma: 1) Escolha um produto representado por uma isoquanta no gráfico (a), exemplo 100 unid., que corresponde ao um ponto de tangência dessa isoquanta com a isocusto (ponto A) Neste caso, como A está sobre a isocusto de $1.000, sabe-se que o custo mínimo para produzir 100 unid de produto será $1.000 Marca-se este ponto no gráfico (b), ponto D. Microeconomia 30 CAMINHOS DE EXPANSÃO E CUSTOS NO LONGO PRAZO De forma similar são traçados os pontos, a partir do caminho de expansão: E: custo $2.000 e 200 unid. Produção, correspondente ao ponto B F: custo $3.000 e 300 unid. produção , correspondente ao ponto C Unindo os pontos no gráfico (b) obtém-se o CUSTO TOTAL DE LONGO PRAZO CUSTO TOTAL DE LONGO PRAZO: onde cada ponto representa os custos mínimos no longo prazo para obter cada nível de produto. Microeconomia 31