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Origem e Sistema Bancário da Moeda

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Mercado de Capitais Origem da Moeda 
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Profª. Carla T. do A. Rodrigues 
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1. INTRODUÇÃO 
 
 
 
1.1 Origem da moeda 
 
 
Existem estudos que comprovam que há pelo menos 2.500 anos o homem já cunhava 
moedas. A origem da cunhagem de moedas se dá no vale dos Hindus e na China. Nos 
tempos antigos o ouro e a prata se rivalizaram com o ferro e o cobre na cunhagem de 
moedas. 
Com o passar do tempo, os metais menos nobres foram cedendo lugar aos metais 
mais raros (ouro e prata). Essa invenção facilitou sobremaneira a vida do homem, mas no 
início apresentou graves problemas de confiabilidade, porque não havia nenhuma 
regulamentação e era fácil o abuso, através de cunhagem de moedas com metais não 
preciosos. 
Esses abusos fizeram com que a moeda perdesse credibilidade e por conseqüência 
limitava a troca de produtos. Em 1609 foi criado em Amsterdã o Banco Municipal, que 
tinha como finalidade dar credibilidade e apresentar garantias de qualidade das moedas em 
circulação. Esse procedimento era o seguinte: o comerciante trazia suas moedas boas e 
adulteradas, que eram pesadas e seu valor creditado em conta corrente. 
Com o desenvolvimento do comércio, em função da regulamentação e padronização 
das moedas, surge a idéia de emprestar os depósitos que eram feitos, porque não era lógico 
deixar inativo esse dinheiro. Como nos diz John Kenneth Galbraith, em seu livro “A era da 
incerteza”. “Acabava de ser criado o dinheiro para gastar”. Como não poderia deixar 
de ser, os abusos começaram a acontecer e os governantes começaram a sentir a 
necessidade de intervir para manter a tranquilidade econômica. Surge a figura do Banco 
Central com o objetivo de ordenar a circulação do dinheiro. 
Com a Crise de 29 a conversão da moeda é abandonada, com exceção dos Estados 
Unidos da América, que mantiveram até 1971 o lastro do dólar em ouro. 
 
 
 
1.2 Sistema Bancário 
 
 
A atividade bancária é relativamente simples; consiste em oferecer determinados 
serviços a seus clientes (depositantes e tomadores) e receber uma remuneração por esses 
serviços prestados. 
Os bancos captam recursos através de depósitos à vista (conta corrente) e depósitos a 
prazo (certificados de depósito bancário etc.) e aplicam em títulos governamentais ou 
títulos privados, ou simplesmente emprestam as empresas ou pessoas físicas, ou auferem 
uma receita que deverá cobrir seus custos de operação. 
Para garantir às pessoas (físicas e jurídicas) que confiam seu dinheiro a um banco, 
existe a obrigatoriedade de manter reservas para cobrir os saques dos correntistas. 
 
 
 
 
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1.3 Criação de moeda pelos bancos – O efeito multiplicador dos depósitos 
 
Vamos supor que, no primeiro instante, determinada pessoa realize um depósito de 
R$2.000,00 e o banco mantenha 100% em reservas. Nesse caso, não haverá expansão da 
moeda, porque todo o dinheiro depositado ficará indisponível. Supondo que a 
obrigatoriedade de manter reservas seja de 20%, o balancete do banco terá a seguinte 
forma: 
 
 Ativo R$ Passivo R$ 
Reservas 400,00 Depósitos 2.000,00 
Empréstimos e 
Investimentos 1.600,00 
TOTAL 2.000,00 2.000,00 
 
 Os R$1.600,00 foram empregados pelo banco em empréstimo e investimentos e 
aquisição de títulos públicos ou privados. Nesse caso, as pessoas (físicas e jurídicas) que 
receberam empréstimos ou venderam títulos irão realizar novos depósitos em outros bancos 
que por sua vez, irão proceder da mesma forma: 
 
 Ativo R$ Passivo R$ 
Reservas 320,00 Depósitos 1.600,00 
Empréstimos e 
Investimentos 1.280,00 
TOTAL 1.600,00 1.600,00 
 
Fica claro que o ciclo: Depósitos (Empréstimos + Investimentos) expandem o meio 
circulante em progressão geométrica. Esse ciclo pode ser apresentado da seguinte forma: 
 
POSIÇÃO DO 
BANCO 
NOVOS 
DEPÓSITOS 
NOVOS 
EMPRÉSTIMOS E 
INVESTIMENTOS 
 
RESERVAS 
 R$ R$ R$ 
Banco Inicial 2.000,00 1.600,00 400,00 
Banco A 1.600,00 1.280,00 320,00 
Banco B 1.280,00 1.024,00 256,00 
Banco C 1.024,00 819,20 204,80 
 : : : : 
 : : : : 
Banco N : : : 
 
Para um nível de compulsório de 20%, teremos a seguinte expansão monetária para 
um depósito inicial de R$2.000,00: 
 
 1 
 2.000,00 x (---------) = R$10.000,00 
 0,20 
 
*Para cada R$1,00 depositado existirá uma expansão de R$5,00. 
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O controle da oferta de reservas é feito através do Banco Central, por meio de 
instrumentos de política monetária (colocação de títulos, aumento do depósito compulsório 
etc.), que regula a liquidez do sistema financeiro. O controle de liquidez é realizado para 
ordenar a economia, isto é, caso a economia esteja atravessando um período de baixa nos 
negócios, o Banco Central intervirá aumentando a liquidez e, por conseqüência, reduzindo 
as taxas de juros. Para uma economia com excesso de liquidez, o Banco Central fará com 
que as taxas de juros subam e a economia reduza o nível de atividade. 
 
 
 
1.4 Sistema Financeiro Nacional 
 
 
Podemos defini-lo como: "Conjunto de instituições que tem como finalidade manter o 
fluxo contínuo de recursos entre poupadores e investidores e assegurar a tranquilidade 
do Mercado Financeiro, através de normas e procedimentos que visam a coibir o abuso e 
manter a confiança na moeda". 
O Sistema Financeiro Nacional é constituído por um subsistema normativo e por 
outro operativo. O subsistema normativo controla e regula o subsistema operativo. Esse 
controle e regulação são exercidos por meio de normas legais, expedidas pela autoridade 
monetária. As instituições que compõem o subsistema normativo são: o Conselho 
Monetário Nacional, o Banco Central do Brasil e a Comissão de Valores Mobiliários. 
 
 
Conselho Monetário Nacional
Banco Central 
do Brasil
Banco do Brasil
Instituições 
Financeiras
Banco Nacional de 
Desenvolvimento
Bolsas de Valores
Associações de 
Poupança e 
Emprésetimo
Sociedades de 
Crédito 
Imobiliário
Bancos Múltiplos
Bancos de 
Desenvolvimento
Bancos 
Comerciais
Sociedades de 
Crédito, 
Financiamento e 
Investimento
Bancos de 
Investimento
Sociedades 
distribuidoras
Sociedades 
Correstoras
Comissão de Valores 
Mobiliários
Sistema Financeiro 
de Habitação

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