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Direito das Sucessões Direito das Sucessões - SLIDE 01 Introdução ● Estrutura ● Objeto ● Definições ● Histórico ● Espécies de Sucessão Causa Mortis 1. Estrutura do Direito das Sucessões ● Introdução ao Direito das Sucessões ● Sucessão em Geral ○ Abertura da sucessão ○ Transmissão da herança ○ Aceitação da herança ○ Renúncia à herança ○ Cessão dos direitos hereditários ○ Petição de herança ○ Vocação hereditária ● Sucessão legítima ○ Ordem de vocação hereditária ○ Direito de representação ● Sucessão testamentária ○ Testamento ○ Codicilo ○ Legado ○ Substituições ● Liquidação da herança ○ Inventário ○ Partilha ○ Sobrepartilha 2. Objeto do Direito das Sucessões ● Regulamentar a transmissão do patrimônio de uma pessoa que morre a seus herdeiros e legatários ○ Arts. 1784 a 2027 do Código Civil ○ Arts. 610 a 673 do Código de Processo Civil 3. Definições ● Sucessão: ○ Continuação de uma pessoa em relação jurídica que cessou para o sujeito anterior e continua em outro ○ Transferência de direito de uma pessoa a outra ■ Venda de carro ■ Transmissão de cheque ● Sucessão inter vivos ○ Direito das coisas e/ou Direito das obrigações ● Sucessão causa mortis ○ Transmissão da herança de um morte a seus herdeiro e legatários 4. Objeto da Sucessão ● Patrimônio do finado ○ Ativo (bens e créditos) ○ Passivo (dívidas) ● Patrimônio do solteiro ● Patrimônio do casado (distinção entre patrimônio do de cujus e o do seu cônjuge) ○ Análise do regime de bens do casamento ● Patrimônio de quem vivem em união estável ○ Análise do regime de bens da união estável 5. Histórico ● Ausência de propriedade individual ○ Não se falava em sucessão causa mortis ● Advento da propriedade individual ○ Origem da sucessão ○ Cunho religioso ■ Continuação do culto aos defuntos ■ Banquetes fúnebres, sacrifícios propiciatórios ■ Regra para o culto: transmissão de varão para varão ■ Filha: ao casar, renúncia ao culto paterno e passa ao culto da família do marido ● Dote ○ Ligação com Direito de Família ○ Ligação com Direito de Propriedade ○ Roma, Grécia e Índia ● Fundamento da continuidade patrimonial (art. 5º, XXII e XXX, CF) 6. Espécies de Sucessão Causa Mortis ● 1. Quanto à fonte de que deriva (art. 1786, CC) ○ Sucessão testamentária ● Decorre de testamento válido ou de disposição de última vontade ○ Sucessão legítima ou ab intestato ● Art. 1788, CC ● Resulta de lei nos casos de ausência, nulidade, anulabilidade ou caducidade do testamento ● Passa o patrimônio do falecido às pessoas indicadas pela lei ● (ordem de vocação hereditária – art. 1829, CC) ○ Sucessão mista ● Art. 1966, CC ● 2. Quanto a seus efeitos ○ Sucessão a título universal ● Transmissão da totalidade de certo patrimônio ao sucessor ● Herdeiros sucedem o defunto universalmente, na totalidade de seu patrimônio ● Até a partilha dos bens, tudo pertence a todos (regime de co-propriedade) ● Sucessão a título singular ○ Transmissão de uma coisa ou direito determinado ○ Legado Abertura da Sucessão - SLIDE 02 ● Morte ● Abertura da Sucessão ● Características ● Tempo da abertura ● Lugar da abertura 1. Morte ● Morte como causa da sucessão Morte é a causa do fenômeno sucessório Ilicitude do pacto sucessório ou pacta corvina (art. 426, CC) Antes da morte não há direito adquirido à sucessão, mas expectativa de direito ● Morte Real Presumida 2. Morte real Verificada perante o cadáver Cessação das funções orgânicas responsáveis pela vida ● Falência das funções cardíacas e respiratórias (tradicional) ● Morte cerebral É determinada pela “cessação irreversível de todas as funções do encéfalo, incluindo o tronco encefálico, onde se situam as estruturas responsáveis pela manutenção dos processos vitais autônomos, como a pressão arterial e a função respiratória” (Maria de Fátima Freire de Sá, in Direito de morrer, Ed. Del Rey). Art. 3º da Lei 9434/97 Resolução 1480/97, Conselho Federal de Medicina Caracterização da morte encefálica Será atestada por médico, que declarará: ● A causa da morte ● O momento da morte 3. Morte presumida Morte real é provável, mas não há o cadáver Resultará, sempre, de provimento judicial Hipóteses: ○ Declaração de ausência (art. 6º, 2ª parte, CC) ○ Arrecadação do patrimônio (art. 22, CC) ○ Abertura da sucessão provisória (art. 26, CC) - um ano após arrecadação ○ Declaração do óbito (180 dias após publicação na imprensa - art. 28, CC) ○ Prestação de garantias (art. 30, CC) ○ Aparecimento do ausente (art. 36, CC) ○ Sucessão definitiva (art. 37, CC) - 10 anos após sucessão provisória - levantamento de cauções ○ Regresso do ausente em até 10 anos da sucessão definitiva (art. 39, CC) Art. 7º, I, CC (extremamente provável a morte de quem estava em perigo de vida – ex. naufrágio, catástrofes naturais, acidente aéreo) Art. 7º, II, CC (desaparecimento em campanha ou feito prisioneiro) 4. Abertura da sucessão ● Conceito É o desligamento do autor da herança da titularidade daqueles direitos e obrigações suscetíveis de transmissão que compõem o seu patrimônio Dá-se lugar ao nascimento do direito de herdar ● Le droit de saisine (o direito de posse de uma herança) Art. 1784, CC Morto o autor da herança, ela é transferida de pleno direito e imediatamente aos seus sucessores Ex. Pais e filhos (acidente de carro) ● Ocorrência de três institutos simultaneamente: Abertura da sucessão Delação sucessória (colocação da herança à disposição de quem possa adquiri-la) Aquisição da herança ○ Questão do Fideicomisso (arts. 1951 a 1960, CC) ● Histórico Direito Romano – transmissão direta aos herdeiros Direito Medieval – devolução dos bens do servo ao suserano e pagamento do imposto 5. Caraterísticas ● Herdeiros tornam-se titulares dos direitos e obrigações que pertenciam ao falecido ● Limite da responsabilidade das dívidas ao ativo hereditário (art. 1792, CC) ● Deferida como bem imóvel (art. 80, II, CC), indivisível (art. 1791, CC) ● Possibilidade de cessão do direito a outrem (art. 1793, CC) 6. Tempo da abertura da sucessão ● Coincide cronologicamente com o evento morte ● Momento do óbito marca a legislação aplicável ao fenômeno sucessório (art. 1787, CC) ● Comoriência (art. 8º, CC) 7. Lugar da abertura da sucessão ● Último domicílio do falecido (art. 1785, CC) ○ Mesmo que o óbito tenha ocorrido em outro local ○ Mesmo que seus bens se encontrem em localidade diversa ● Domicílio (art. 70, CC) ○ Pluralidade de domicílios (art. 71, CC) ● ● Importância ● Fixação do juízo competente para abertura do inventário (art. 1796, CC; art. 48, NCPC) ○ Situação de vários domicílios: abertura por prevenção ○ Domicílio incerto: foro de situação dos bens imóveis (art. 48, parágrafo único, I, NCPC) ○ Domicílio incerto e bens em vários locais: qualquer dos foros dos imóveis (art. 48, parágrafo único, II, ) ○ Domicílio incerto e não havendo bens imóveis, mas apenas móveis: foro de local de qualquer dos bens do espólio (art. 48, parágrafo único, III, NCPC) ● Art. 23, II, NCPC ● Art. 10 da LINDB ● Art. 5º, XXXI, CF Transmissão da herança - SLIDE 03 ● Conceito ● Aceitação ● Renúncia ● Cessão de Direitos Hereditários 1. Conceito Transferência do acervo aos herdeiros e legatários ○ Questões que dela nascem: ■ Quando se transmite a herança? ■ Onde se transmite a herança? ■ A quem se transmite a herança? ● Quando? ○ Questões relativas à abertura da sucessão ○ Princípio de saisine (art. 1784, CC) ● Onde? ○ No último domicílio do inventariado (art. 1785,CC) ●A quem? ○ Art. 1786, CC ○ Herdeiros e legatários instituídos no testamento ○ Se não houver testamento, aos herdeiros instituídos pela Lei – herdeiros legítimos 2. Aceitação e renúncia ● A transferência independe da vontade dos herdeiros e dos legatários ● Sucessores não estão obrigados a se submeter ao seu recebimento ○ Aceitação – consolidam a transmissão ○ Renúncia – repudiam a transmissão ● Aceitação e renúncia compõem duas faces de uma mesma moeda (excluem-se) 2.1. Aceitação da herança ● Art. 1804, CC ○ Manifestação de aquiescência com a transferência da herança – torna-a definitiva ● Declaração não receptícia de vontade ● Ato puro e simples - não pode ser parcial, suportar condição ou termo (art. 1808, CC) ● Ato irrevogável ○ Art. 1812, CC ○ Exceção – se resultante de dolo, coação ou vício do negócio jurídico 2.1.1. Requisitos para validade ● Capacidade de fato do herdeiro (art. 5º, CC) ○ Intervenção de representante legal – se incapaz absoluto (art. 3º, CC) ○ Intervenção de assistente – se incapaz relativo (art. 4º, CC) ○ Prévia autorização judicial ■ Se submetido a tutela (art. 1748, II, CC) ■ Se submetido a curatela (art. 1781, CC) 2.1.2. Espécies ● Expressa ● Tácita ● Presumida ● Aceitação expressa Art. 1805, CC, parte inicial. Decorre de documento escrito, público ou privado, bem como de termo judicial É a modalidade menos frequente ● Aceitação tácita Art. 1805, CC, in fine Herdeiro pratica atos compatíveis com sua condição hereditária ○ Administração, alienação ou oneração de bens do espólio ○ Locação, reconstrução ou demolição de prédios ○ Propositura de ações ○ Cobrança de dívidas ○ Cessão onerosa de direitos hereditários Não induzem aceitação tácita (art. 1805, §§ 1º e 2º, CC) ○ Atos meramente conservatórios: benfeitorias necessárias ○ Atos de administração e guarda provisória: colheita de frutos maduros, pagamento de dívidas vencidas Aceitação presumida ○ Art. 1807, CC; incidência do art. 111, CC ○ Interessado pode ser um credor ○ Chamada Ação Interrogatória 2.2. Renúncia à herança ● Art. 1804, parágrafo único, CC ○ Negócio jurídico unilateral ○ Herdeiro declara expressamente que não aceita herança ● Somente ocorre antes da aceitação ● Renúncia translativa ○ Aceitação e depois transmissão ○ Bitributação 2.2.1. Requisitos para validade ● Capacidade de fato do herdeiro (art. 5º, CC) ○ Pais só poderão fazê-la em nome dos filhos com autorização judicial (art. 1691, CC) ○ Prévia autorização judicial ■ Se submetido a tutela (art. 1748, II, CC) ■ Se submetido a curatela (art. 1781, CC) ● Herdeiro casado – vênia conjugal (art. 1647, I, CC) ○ Exceção – regime de separação de bens ○ Falta de autorização ■ Torna ato anulável ■ Necessária ação própria (art. 1649, CC) 2.2.2. Ato solene (art. 1806, CC) ● Não admite forma tácita ● Forma: ○ Instrumento público ○ Termo nos autos 2.2.3. Características Efeito ex tunc Retroage como se o renunciante jamais tivesse sido chamado à sucessão dode cujus Inexiste direito de representação para descendentes do renunciante ● Inadmissibilidade de renúncia parcial, a termo ou sob condição (art. 1808, CC) Situação dos parágrafos (renúncia de parte dos direitos) 2.2.4. Efeitos na sucessão legítima ● Acresce à dos outros herdeiros da mesma classe (art. 1810,CC) ● Se renunciante for o único da classe, bens serão transmitidos aos herdeiros da classe subsequente (art. 1810,CC) ● Filhos do herdeiro renunciante não podem herdar por representação (art. 1811, CC) ● Se herdeiro for o único da classe, ou se todos da mesma classe renunciarem, filhos do renunciante poderão suceder por direito próprio e por cabeça (art. 1811, CC) 2.2.5. Efeitos na sucessão testamentária Herdeiro que renuncia herança pode aceitar legado e viceversa (art. 1808, § 1º, CC) Herdeiro que sucede sob títulos diversos (sucessão legítima e testamentária) poderá (art. 1808, § 2º, CC): ● Aceitar legítima e testamentária ● Aceitar uma e rejeitar outra ● Rejeitar ambas Renúncia gera caducidade da disposição, exceto caso haja indicação de substituto (art. 1947) ou direito de acrescer (art. 1941, CC) 3. Cessão de direitos hereditários Conceito Art. 1793, CC Alienação, gratuita ou onerosa, da herança a terceiro Pode ser total ou parcial, do quinhão 3.2. Capacidade Especial para alienar bens 3.3. Princípios ● Só pode ser feita após abertura da sucessão (art. 426, CC) ● Feita por meio de escritura pública (art. 1793, CC) ● Direito a sucessão aberta é considerado bem imóvel (art. 80, II, CC) ● Só pode ser efetivada antes da partilha ● Se depois, será doação ou compra e venda de bem herdado ● Contrato aleatório Cedente não responde, em regra, pela evicção Perda da coisa em virtude de sentença judicial a favor de quem possuía direito anterior sobre ela ● Cessão onerosa a estranhos – direito de preferência (arts. 1794 e 1795, CC) ● Substituição processual do cedente pelo cessionário no inventário ● Pagamento será feito em nome do cessionário Herança Jacente e Herança Vacante - SLIDE 04 ● Conceito ● Hipóteses de Jacência ● Processo de Jacência ● Vacância ● Efeitos da Vacância 1. Conceitos 1.1. Conceito de Herança Jacente: É a herança que não tem herdeiros conhecidos, ou cujos herdeiros não podem assumir a titularidade da herança Pode ser que não haja herdeiros 1.2. Conceito de Herança Vacante: É a herança de que se sabe não haver herdeiros Há certeza de que não há herdeiros 1.3. Natureza Jurídica de ambas: Ente despersonalizado (art. 75, VI, CPC) 2. Hipóteses de jacência 2.1. Falecimento sem testamento ou herdeiros legítimos Arts. 1829 c/c 1844, CC Art. 1819, CC 2.2. Falecimento com testamento (situações relacionadas ao testamento, sem que a herança deixe de ser jacente) Ausência de nomeação de herdeiros Testamento para nomear tutor para o filho Testamento para dispor sobre o funeral Herdeiros nomeados pelo testador não queiram ou não possam aceitar a herança Situações em que herdeiro morre antes do de cujus, ou ser declarado indigno, ou nem existir 3. Processo de jacência 3.1. Arrecadação dos bens Art. 738, CPC 3.2. Curador Art. 739, § 1º, CPC Atuação do MP 3.3. Expedição de editais Arts. 1820, CC; 741, CPC CPC - no site do TJ e do CNJ (por 3 meses) Publicação por 3 vezes (intervalos de 1 mês) Convocação dos sucessores para que se habilitem no prazo de 6 meses da 1ª publicação 3.4. Término da fase de jacência Pelo aparecimento de algum herdeiro CPC - simples petição de habilitação no processo de jacência Poderá ser intentada até antes da declaração da vacância Julgada procedente, converte-se em inventário (art. 741,§ 3º, CPC) Sentença de declaração de vacância Ocorrerá após um ano da publicação do primeiro edital (art. 743, CPC) desde que não haja habilitação pendente 3.5. Declaração imediata da Vacância Art. 1823, CC Se houver dúvida tanto à existência de outros herdeiros, não poderá ser declarada a vacância imediata 3.6. Situação dos credores (art. 1821, CC) Art. 741, § 4º, CPC 4. Efeitos da vacância 4.1. Cessam os deveres do curador Art. 739, CPC 4.2. Os bens passam às mãos da Fazenda Pública municipal, Distrito Federal ou União (art. 1822, CC) Propriedade resolúvel 4.3. Herdeiros (fora os colaterais) poderão entrar com Ação de Petição de Herança (arts. 1824 a 1828, CC), até 5 anos da abertura da sucessão (art. 1822, CC; c/c art. 743, § 2º, CPC) 4.4. Exclusão dos colaterais se não se habilitarem até a declaração de vacância (art. 1822, parágrafo único, CC) 4.5. Poder Público deverá aplicar os bens recebidos em fundações destinada ao ensino universitário (art. 3º do Decreto-lei 8207/1945)4.6. Projeto de Lei 259/2011 - aprovado na Câmara Herança vacante irá para Santas Casas de Misericórdia no domicílio do de cujus, entidades filantrópicas ou sem fins lucrativos que prestam serviços na área da saúde Petição de Herança - SLIDE 05 ● Conceito ● Legitimidade ● Características 1. Conceito Art. 1824, CC É a solicitação levada a efeito pelo herdeiro perante o juízo do inventário,visando o reconhecimento de seus direitos sucessórios. Destina-se ao reconhecimento da qualidade sucessória de quem a intentar Visa a positivação de um status do qual deriva a aquisição da herança Herança recolhida por parentes mais afastados e surge parente mais próximo Filho natural judicialmente reconhecido Situação de testamento descoberto depois de inventariados e partilhados os bens Geralmente é proposta juntamente com Ação Investigatória de Paternidade Mas é ação independente, pode ser proposta de forma autônoma Necessidade do reconhecimento do estado de herdeiro 2. Legitimidade ● Legitimidade ativa: Cabe a quem se afirma herdeiro e busca esse título,pretendendo lhe pertença exclusivamente, ou tão-só, a participação na herança ● Legitimidade passiva: Herdeiro, que, indevidamente, esteja a deter a posse sobre bens que não lhe pertençam; Terceiro estranho, que tenha a posse ilegal sobre bens hereditários; Herdeiro putativo ou aparente, que, por não ser sucessor do de cujus não possua direito ao acervo da herança. 3. Características Restituição dos bens do acervo hereditário e a boa-fé ou a má-fé do possuidor (art. 1826, CC) Possuidor indevido deve restituir os bens aos herdeiros ● Responsabilidade do possuidor (arts. 1214 a 1222, CC) De boa-fé (arts. 1214, 1217 e 1219, CC) De má-fé (arts. 1216, 1218 e 1220, CC) ● Presunção de má-fé para qualquer possuidor a partir da citação (art. 1826, parágrafo único, CC) Direito do herdeiro à petição de herança em face de terceiro (art. 1827, CC) ● Se terceiro adquirente é de boa-fé Alienações onerosas são preservadas Se alienações são gratuitas, é ineficaz ● Se terceiro adquirente é de má-fé Alienações gratuitas ou onerosas são ineficazes ● Se alienação ficou preservada, possuidor responderá pelo valor dos bens ● Prazo para propositura: 10 anos, a partir do término do inventário (art. 205, CC) Alguns doutrinadores fundamentam que não há prazo ● Pode ser proposta antes ou depois de homologada a partilha Não faz coisa julgada contra o herdeiro real Não há necessidade de rescindir a partilha ○ Exclusão do herdeiro real determina sua nulidade absoluta ● Reserva de quinhão (art. 628, CPC) Vocação Hereditária - SLIDE 06 ● Conceito ● Dos que herdam por sucessão legítima e por testamentária ● Dos não legitimados a suceder ● Da ilegitimidade relativa 1. Conceitos Capacidade sucessória ● Herdeiro legítimo ● Herdeiro testamentário Incapacidade Sucessória Ilegitimidade sucessória ● Absoluta: incapacidade sucessória ● Relativa: art. 1801, CC 2.Dos que herdam por sucessão legítima Art. 1798, CC Pessoas já nascidas ● Quem não tem personalidade jurídica no momento da abertura da sucessão, não pode ser herdeiro Nascituro ● Curador ao ventre (art. 878, parágrafo único, CPC; não consta no NCPC) Nascituro x embrião ● Discussão da personalidade jurídica do embrião ● Soluções apresentadas pela doutrina Exclusão da pessoa jurídica na sucessão legítima 3. Dos que herdam por sucessão testamentária Art. 1799, CC Aqueles ainda não concebidos Concepturo (prole eventual) ● Não poderá ser da própria prole do testador (confrontação com o art. 1798, CC) ● Não é substituição fideicomissária ● Insegurança do instituto ● Prazo: 2 anos (art. 1800, §4º, CC); se superado o prazo, caducidade do testamento ● Conservação dos bens: curador (art. 1800, caput, CC) Situação da adoção ● Ressalva em testamento para filhos biológicos Pessoas jurídicas ● Necessidade de personalidade jurídica (art. 45, CC) ● Exceção: fundações (art. 1799, III, CC) Questão controversa quanto aos bens não serem suficientes para a criação da fundação ● Devolução para os herdeiros legítimos ● Destinação dos bens para outra fundação (art. 69, CC) 4. Dos não legitimados a suceder Ilegitimidade sucessória ● Absoluta: situação de incapacidade sucessória ○ Não é nem herdeiro legítimo, nemtestamentário ● Relativa:Ocorrem apenas na sucessão testamentária ○ Possui capacidade sucessória ○ Lei estabelece a ilegitimidade (art. 1801, CC) 4.1.Ilegitimidade relativa Pessoa que a rogo escreveu o testamento (art. 1801, I, CC) ● Situação do descendente – art. 1802, parágrafo único) ● Aplicável ao testamento cerrado ● Não aplicável ao testamento particular (art. 1876, caput,CC) Testemunhas (art. 1801, II, CC) ● Nulidade atinge apenas a deixa respectiva ● Interpretação do art. 1802, CC confrontada com o princípio da conservação dos negócios jurídicos (arts. 184 e 1910, CC) Concubino (art. 1801, III, CC) ● Crítica ao texto ● Concubino x companheiro ● Prazo diferente (art. 1830, CC) ○ Ausência de prazo (art. 1723, §1º, CC) ● Discussão da culpa Tabelião (art. 1801, IV, CC) Indignidade e Deserdação - SLIDE 07 ● Conceito ● Causas legais ● Procedimento ● Perdão ● Efeitos 1. Indignidade - Conceito É ato ilícito cometido pelo sucessor, a que se comina sanção de exclusão da sucessão em face de determinada herança Ingratidão para com o de cujus ou familiares próximos dele Se aplica a todos os tipos de sucessão ○ Herdeiros legítimos ○ Herdeiros testamentários ○ Legatários Diferença da deserdação ● Esta, embora seja hipótese de exclusão (art. 1961, CC), se aplica apenas a herdeiros necessários ● Não decorre diretamente da lei, mas da vontade do testador 2. Indignidade - Causas legais Atentado contra a vida (Art. 1814, I, CC) ○ Não importa se matou visando a herança ○ Exclusão do crime culposo ○ Dispensa-se condenação criminal (art. 935, CC) ○ Processo criminal não suspende processo civil ○ Influência da sentença criminal na civil ○ Legítima defesa e estado de necessidade – excluem o crime, e a indignidade (art. 188, CC) ○ Quanto aos penalmente inimputáveis – dissenso ■ Não estão sujeitos à pena por indignidade ■ Relativamente incapazes (no cível) – seriam excluídos ■ Absolutamente incapazes (no cível) – seriam isentados da pena Atentado contra a honra (Art. 1814, II, CC) ○ Denunciação caluniosa em juízo (art. 339, CP) ○ Somente contra o de cujus ○ Desnecessária condenação no âmbito criminal Crimes contra a honra (calúnia, difamação e injúria –arts. 138 a 140, CP) ○ Necessária sentença condenatória ○ Crime que se procede mediante representação ○ Crime praticado contra o de cujus, ou seu cônjuge ou companheiro Atentado contra a liberdade (Art. 1814, III, CC) ● Coação para impedir que o testamento seja feito ● Situações de destruição de testamento particular ou cerrado 3. Indignidade - Procedimento Sentença declaratória de indignidade ● Art. 1815, CC ● Necessária ação própria para o reconhecimento da indignidade Legitimidade ativa ● Dissenso: ■ Somente os beneficiados com a exclusão ■ Quaisquer dos herdeiros, mesmo que não beneficiados, e até mesmo o credor ■ Art. 12, parágrafo único, CC ■ Ministério Público, desde que presente o interesse público, ou situação do art. 1814, I, CC (art. 1815, § 2º, CC) ● Prazo para pleitear a exclusão ○ Art. 1815, § 1º, CC ○ Decadencial de 4 anos, contados da abertura da sucessão 3. Indignidade - Perdão Reabilitação expressa do indigno ○ Art. 1818, CC ○ Por testamento ou ato autêntico(escrito particular) Reabilitação tácita do indigno ○ Art. 1818, parágrafo único, CC ○ Terá direito somente à deixa testamentária e não à parte da herança legítima 3. Indignidade - Efeitos A) Efeitos pessoais da indignidade ● Art. 1816, CC ● Pena de natureza civil. Não passam da pessoa do indigno ● Indigno é considerado pré-morto ● Herdeiros do indigno herdam por representação, mas não por direito próprio (arts. 1851 a 1853, CC) B) Perda do Direito de Usufruto ou à administração dos bens destinados aos seus sucessores ● Art. 1816, parágrafo único, CC ● Art. 1689, CC ● Impedimento de benefício ao indigno por via transversal C) Perda do direito à sucessão eventual desses bens ● Art. 1816, parágrafo único, CC D) Validade das alienações onerosas ● Art. 1817, CC E) Direito dos herdeiros a perdas e danos ● Art. 1817, CC F) Obrigação de restituir os frutos e rendimentos ● Art. 1817, parágrafo único, CC G) Direito a reembolso e à cobrança de créditos ● Art. 1817, parágrafo único, CC 4. Deserdação - Conceito É o ato pelo qual o testador retira, por declaração expressa inserta em testamento, a legítima de seus herdeiros necessários, configurando a única hipótese de privação da metade indisponível de tais herdeiros Herdeiros necessários (art. 1845, CC) ● Legítima ● Parte disponível 5. Deserdação - Causas legais Art. 1814, CC Arts. 1962 e 1963, CC ● Ofensa física ● Injúria grave ● Relações ilícitas com quem ascendente e descendente mantenha vínculo conjugal ou de união estável ● Desamparo de ascendente ou descendente portador de deficiência mental ou grave enfermidade Situação do Cônjuge – não mencionada no CC 6. Deserdação - Requisitos Testamento ● Art. 1964, CC Ação Declaratória de Deserdação ● Comprovação dos atos de deserdação ■ Preparação das provas em vida e indicação no testamento ● Sentença transitada em julgado ● Art. 1965, CC 7. Deserdação - Efeitos Da posse e propriedade dos bens da herança Herdeiro que tenha a seu desfavor cláusula de deserdação terá a posse e propriedade dos bens da herança até que por sentença judicial seja excluído da sucessão Efeitos da deserdação ● Privação do direito à legítima ● Privação da metade disponível ● Recebimento por parte do herdeiro do excluído da quota que teria direito seu ascendente ● Perda do direito ao usufruto, administração ou sucessão dos bens dos filhos menores que herdarem 8. Deserdação - Perdão Do perdão concedido ao deserdado ● Aplicação analógica do art. 1818, CC ● Perdão expresso ○ Disposto em testamento posterior ou outro documento autêntico ● Perdão tácito ○ Existência de testamento posterior que não inseriu cláusula de deserdação Sucessão Legítima - Regras gerais - SLIDE 08 ● Conceitos gerais ● Hipóteses de sucessão legítima ● Regras fundamentais da sucessão legítima Conceitos gerais Sucessão legítima Decorrente das disposições legais (art. 1829,CC) Sucessão testamentária Decorrente de um ato de última vontade do falecido (testamento) – arts. 1857 a 1990, CC Sucessão mista Englobará a testamentária e a legítima Hipóteses de Sucessão Legítima: Falecimento sem testamento (ab intestato) Testador não dispôs da totalidade da herança Presença de herdeiros necessários (arts. 1845 e 1846, CC) Pré-morte do herdeiro testamentário (sem previsão do direito de substituição no testamento) Renúncia do herdeiro testamentário (sem previsão do direito de substituição no testamento) Herdeiro testamentário for excluído da sucessão por indignidade Reconhecimento de invalidade do testamento (ser nulo ou anulável) Testamento nulo ● Feito por pessoa absolutamente incapaz (art. 1860, parágrafo único,CC) ● For ilícito, impossível ou indeterminável o seu objeto ● O motivo determinante, comum a ambas as partes, for ilícito ● Não revestir a forma prescrita em lei ● For preterida alguma solenidade que a lei considere essencial para sua validade ● Tiver por objetivo fraudar lei imperativa ● A lei taxativamente o declara nulo, ou proibir-lhe a prática, sem cominar sanção (ex. art. 1900, CC) Testamento anulável (art. 1909, CC) Outros Conceitos Gerais? Linha de parentesco Consanguíneo (vínculo biológico) ou Civil Linha reta (é infinito) ● Descendente ● Ascendente ● Linha colateral, transversal ou oblíqua (limita-se ao 4º grau) Afinidade (vínculo conjugal) ● Não tem direito sucessório na sucessão legítima ● Lei contempla apenas os consanguíneos e/ou civis Classe de Herdeiros Art. 1829, CC ● 1ª classe – descendentes ● 2ª classe – ascendentes ● 3ª classe – cônjuge ● 4ª classe – colaterais Graus de parentesco Art. 1594, CC ● Contagem na linha reta ● Contagem na linha transversal Regras Fundamentais da Sucessão Legítima Existência de herdeiros de uma classe exclui o chamamento da classe seguinte ● Presunção legal de afetividade ● Situação da concorrência do cônjuge supérstite Ex.1 - Falecido deixou pai vivo e filho vivo. Ex.2 – Falecido deixou pai vivo e irmãos. Ex. 3 – Falecido casado não deixou filhos e pais, mas tinha irmãos. Dentro de uma mesma classe de herdeiros,os de grau mais próximo excluem os de mais remoto Arts. 1833, 1835 e 1840, CC Ex. 1 – Falecido deixa filhos e neto. Ex. 2 – Falecido deixa dois irmãos e um tio. Direito de representação ● Arts. 1851 a 1856, CC Herdeiro falecido (pré-morto) antes da abertura da sucessão de quem se trata ● Seus herdeiros assumem o seu lugar Hipóteses de direito de representação (estirpe) ● Art. 1852, 1853, CC ● Art. 1816, CC (indignidade) ● Art. 1856, CC (ex. renuncia à herança do pai, pré-morto, mas não à herança do avô) Hipóteses em que há direito próprio (cabeça) ● Herdeiros no mesmo grau Sucessão Legítima - Regras específicas - SLIDE 09 ● Sucessão dos descendentes ● Sucessão dos ascendentes ● Sucessão do cônjuge ● Concorrência sucessória do cônjuge ● Sucessão dos Colaterais Sucessão legítima - Descendentes 1ª classe ● Art. 1829, I, CC Regras 1ª - Entre os descendentes, os de grau mais próximo excluem os de mais remoto, salvo direito de representação (art. 1833, CC) Ex. 1 – falecido deixa filhos e netos Ex. 2 – falecido deixa filho vivo, e filho pré-morto (que tem dois filhos) Ex. 3 – falecido deixa filho vivo e filho pré-morto (deste há um neto vivo e outro pré-morto que deixou dois bisnetos) 2ª - Se todos os descendentes forem do mesmo grau, recebem por direito próprio e por cabeça (art. 1835, CC) Ex. 1 – falecido deixa 3 filhos vivos Ex. 2 – falecido tinha 2 filhos pré-mortos, um neto de um e dois netos de outro Ex. 3 – falecido tinha 2 filhos pré-mortos (B e C); B teve o filho D; C teve o filho E (pré-morto) e F; E teve os filhos G e H Sucessão legítima - Ascendentes 2ª classe ● Art. 1829, II, CC Regras 1ª - Entre os ascendentes, os de grau mais próximo excluem os de mais remoto, sem distinção de linhas (art. 1836, §1º, CC) 2ª - Não existe direito de representação (art. 1852, CC) Ex. 1 – falecido deixa pais e avós Ex. 2 – falecido deixa apenas pai (mãe é pré-morta); todavia os avós maternos são vivos 3ª - Havendo igualdade em graus e diversidade em linhas, os ascendentes da linha paterna herdam uma metade e os da materna a outra (art. 1836, §2º, CC) Ex. 1 – falecido deixa avós paternos e maternos Ex. 2 – falecido deixa avó materna e dois avós paternos Parentesco por afinidade (sogro e sogra) Não herdam – sucessão ocorre somente por consanguinidade ou parentalidade civil (adoção)Sucessão legítima - Cônjuge: requisitos iniciais 3ª classe Art. 1829, III, CC Herdeiro único (art. 1838, CC) Distinção entre meação e herança Direito de concorrência (art. 1829, I e II, CC) Direito real de habitação Requisitos para o cônjuge ser herdeiro Art. 1830, CC Somente é reconhecido direito sucessório ao cônjuge sobrevivente se, ao tempo da morte do outro, não estavam separados judicialmente, nem separados de fato há mais de dois anos, salvo prova, neste caso, de que essa convivência se tornara impossível sem culpa do sobrevivente. ● Não estar separado juridicamente, nem divorciado ● Não estar separado de fato há mais de dois anos ● Discussão da culpa Quadrante patrimonial Distinção entre herança e meação Direito real de habitação (art. 1831, CC) Espécie de Direito Real (art. 1225, VI, CC) Titular do direito deverá morar (não pode alugar ou emprestar) Habitação será gratuita Arcará com pagamento de tributos incidentes sobre o imóvel; despesas condominiais e despesas ordinárias (conservação e manutenção) Se não cumprir com essas obrigações – proprietário poderá pedir judicialmente extinção do direito real Independe do regime de bens Extingue-se com a morte (não se extingue com novo casamento ou união estável) Imóvel deverá ser o único a inventariar Se deixou mais de um imóvel residencial – direito recairá sobre um deles Sucessão legítima - Cônjuge: concorrência com descendentes Distinção: meação x sucessão (herança) Análise dos regimes de bens (art. 1829, I, CC) Art. 1.829. A sucessão legítima defere-se na ordem seguinte: (Vide Recurso Extraordinário nº 646.721) (Vide Recurso Extraordinário nº 878.694) I - aos descendentes, em concorrência com o cônjuge sobrevivente, salvo se casado este com o falecido no regime da comunhão universal, ou no da separação obrigatória de bens (art. 1.640, parágrafo único); ou se, no regime da comunhão parcial, o autor da herança não houver deixado bens particulares; Massa patrimonial em que incidirá a concorrência sucessória Corrente majoritária (incidência sobre bens particulares do de cujus) Enunciado 270 do CJF: “Art. 1.829: O art. 1.829, inc. I, só assegura ao cônjuge sobrevivente o direito de concorrência com os descendentes do autor da herança quando casados no regime da separação convencional de bens ou, se casados nos regimes da comunhão parcial ou participação final nos aquestos, o falecido possuísse bens particulares, hipóteses em que a concorrência se restringe a tais bens, devendo os bens comuns (meação) ser partilhados exclusivamente entre os descendentes.” Regra de ouro: “Na massa patrimonial em que se mea, não se herda; na massa patrimonial em que se herda, não se mea” Defensores: Flávio Tartuce, Giselda Hironaka, José Fernando Simão, Rolf Madaleno, Zeno Veloso Uniformização da jurisprudência do STJ: informativo 563, REsp 1.368.123-SP ● Análise do quadrante patrimonial Quadrante patrimonial Massa patrimonial em que incide a concorrência sucessória do cônjuge supérstite Massa patrimonial em que incidirá a concorrência sucessória ● Correntes minoritárias Corrente 1 (incidência sobre bens comuns e particulares do de cujus) Fundamento: patrimônio se transforma num todo indivisível Defensores: Maria Helena Diniz, Guilherme Calmon Nogueira da Gama, Luiz Paulo Vieira de Carvalho Corrente 2 (incidência sobre bens comuns do de cujus) Fundamento: a vontade do cônjuge, manifestada no casamento, deve ser tomada em consideração também no momento de interpretar as regras sucessórias Defensores: Maria Berenice Dias, Ministra Nancy Andrighi Votos no STJ: REsp 992.749-MS, 1.117.563-SP, 1.377.084-MG Cálculo do quinhão do cônjuge ● Art. 1832, CC Cônjuge herdará quinhão igual ao do descendente que sucede por cabeça Filiação comum ● Cota do cônjuge supérstite não poderá ser inferior a ¼ (25%) Filiação exclusiva ● Cota do cônjuge supérstite será igual à dos descendentes Filiação híbrida (filhos comuns e exclusivos) ● Não há solução pacífica para filiação híbrida Corrente 1 (Venosa, Cahali e José Fernando Simão) Todos os descendentes são iguais Consequência: reserva de 25% para o cônjuge Corrente 2 (Flávio Tartuce, Maria Helena Diniz, Rolf Madaleno) Corrente majoritária Aplicação do enunciado 527, CJF “Art. 1832. Na concorrência entre o cônjuge e os herdeiros do de cujus, não será reservada a quarta parte da herança para o sobrevivente no caso de filiação híbrida.” ● Consequência: não há reserva de 25% para o cônjuge Cálculo do quinhão do cônjuge ● Filiação híbrida (filhos comuns e exclusivos) Corrente 3 (Gustavo André Guimarães Medeiros) Legenda Qc = valor do quinhão do cônjuge Qf = valor do quinhão do filho H = valor da herança objeto de concorrência sucessória S = número total de filhos Nc = número de filhos comuns Nx = número de filhos exclusivos Corrente 3 (Gustavo André Guimarães Medeiros) Aplicação prática da corrente 3, dividindo herança de $1200 entre cônjuge supérstite e descendentes híbridos, na situação em que há 10 filhos Breve análise dos regimes de bens Regimes em que não há concorrência sucessória Comunhão universal (arts. 1667 a 1671, CC) ● Há meação ● Outra metade é exclusiva dos herdeiros ● Dúvida: situação dos bens particulares desse regime (art. 1668, CC; ex. cláusula de incomunicabilidade) Comunhão parcial de bens, se não houver bens particulares (arts. 1658 a 1666, CC) ● Há apenas bens comuns ● Há meação ● Outra metade é exclusiva dos herdeiros Separação obrigatória de bens (art. 1641, CC) ● Erro material no texto do art. 1829, I, CC ● Lei impede comunhão em vida, também deverá impedir comunhão post mortem ● Situação da súmula 377, STF ● Partilha dos aquestos (impedir enriquecimento sem causa) Regimes em que há concorrência sucessória Comunhão parcial de bens, se houver bens particulares (arts. 1658 a 1666, CC) ● Bens comuns - meação do cônjuge e do de cujus (que vai para os herdeiros) ● Bens particulares - nos quais incidirá a concorrência sucessória Separação convencional de bens (arts. 1687 e 1688, CC) ● Não há meação ● Bens particulares - nos quais incidirá a concorrência sucessória Críticas ● Burla a intenção dos cônjuges de não haver qualquer comunicação de patrimônio, mesmo que a título de herança ● Testador não poderá dispor de maneira diversa, pois cônjuge supérstite é herdeiro necessário (direito de receber a legítima) Participação final nos aquestos (arts. 1672 a 1686, CC) Situações a serem trabalhadas a) todos os bens deixados são particulares não haverá participação nos aquestos, mas haverá herança de concorrência b) todos os bens deixados são aquestos haverá participação nos aquestos, mas não haverá herança de concorrência c) há bens de aquestos e bens particulares haverá participação do cônjuge nos aquestos e haverá sucessão de concorrência nos bens particulares Sucessão legítima - Cônjuge: concorrência com ascendentes Regimes de bem em que vigora Quaisquer regimes Sempre haverá concorrência Art. 1829, II, CC Não confundir com o direito à meação ● Cálculo do quinhão do cônjuge (art. 1837, CC) Concorrência com dois ascendentes de 1º grau – cônjuge terá 1/3 da herança Concorrência com um ascendente de 1º grau – cônjuge terá 1/2 da herança Concorrência com ascendente de 2º grau ou mais – cônjuge terá 1/2 da herança Sucessão legítima - Colaterais 4ª classe Art. 1829, IV, CC Art. 1839,CC – art. 1592, CC Não são herdeiros necessários (art. 1850, CC) Art. 1.850. Para excluir da sucessão os herdeiros colaterais, basta que o testador disponha de seu patrimônio sem os contemplar. Possibilidade de se fazer testamento excluindo-os Regra do art. 1840, CC e direito de representação (art. 1853, CC) • Irmãos (2º grau) Somente bilaterais – divide-se por cabeça •Somente unilaterais – divide-se por cabeça (art. 1842, CC) Art. 1.842. Não concorrendo à herança irmão bilateral, herdarão, em partes iguais, os unilaterais. Bilaterais (2x) e unilaterais (1x) – art. 1841, CC Art. 1.841. Concorrendo à herança do falecido irmãos bilaterais com irmãos unilaterais, cada um destes herdará metade do que cada um daqueles herdar. • Cálculo • Direito de representação (arts. 1840 e 1853, CC) Art. 1.840. Na classe dos colaterais, os mais próximos excluem os mais remotos, salvo o direito de representação concedido aos filhos de irmãos. Art. 1.853. Na linha transversal, somente se dá o direito de representação em favor dos filhos de irmãos do falecido, quando com irmãos deste concorrerem. Sobrinhos (3º grau) Art. 1843, CC Art. 1.843. Na falta de irmãos, herdarão os filhos destes e, não os havendo, os tios. § 1o Se concorrerem à herança somente filhos de irmãos falecidos, herdarão por cabeça. § 2o Se concorrem filhos de irmãos bilaterais com filhos de irmãos unilaterais, cada um destes herdará a metade do que herdar cada um daqueles. § 3o Se todos forem filhos de irmãos bilaterais, ou todos de irmãos unilaterais, herdarão por igual. Herdarão por cabeça (§1º) Sobrinhos bilaterais e unilaterais (§2º) Tios (3º grau) Art. 1843, CC Não existe representação Herdarão por cabeça Tios-avós, sobrinhos-netos e primos (4º grau) Não existe representação Herdarão por cabeça
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