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ESTATUTO DISCIPLINAR DOS MILITARES DO ESTADO DA BAHIA



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ESTATUTO DISCIPLINAR DOS MILITARES DO ESTADO DA BAHIA	Pág � PAGE �69�
ESTATUTO DISCIPLINAR DOS MILITARES DO ESTADO DA BAHIA
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS
LIVRO I		DO REGIME DISCIPLINAR
TÍTULO I		GENERALIDADES
CAPÍTULO I		DOS PRINCÍPIOS GERAIS DA HIERARQUIA E DISCIPLINA
CAPÍTULO II		DA ATRIBUIÇÃO DE RESPONSABILIDADES
CAPÍTULO III	DA ESFERA DE AÇÃO DO ESTATUTO DISCIPLINAR E DA COMPETÊNCIA PARA A SUA APLICAÇÃO
Seção I		Da Esfera de Ação
Seção II		Da Competência
Seção III		Dos Limites da Competência
CAPÍTULO IV	DA MEDIDA DISCIPLINAR CAUTELAR
TÍTULO II		DA DEONTOLOGIA 
CAPÍTULO I	DAS OBRIGAÇÕES 
Seção I	Dos Valores 
Seção II	Da Ética 
Seção III	Dos Deveres 
TÍTULO III		DAS TRANSGRESSÕES DISCIPLINARES
CAPÍTULO I		DA ESPECIFICAÇÃO DAS TRANSGRESSÕES
CAPÍTULO II		DO JULGAMENTO
CAPÍTULO III	DA NATUREZA DA TRANSGRESSÃO
TÍTULO IV		DAS SANÇÕES DISCIPLINARES
CAPÍTULO I		DAS ESPÉCIES
Seção I		Da Repreensão
Seção II		Da Suspensão
Seção III		Da Detenção
Seção IV		Da Perda da Graduação
Seção V		Da Reforma Disciplinar
Seção VI		Da Demissão
CAPÍTULO II		DA GRADAÇÃO
CAPÍTULO III	DA APLICAÇÃO DAS SANÇÕES
CAPÍTULO IV	DA EXECUÇÃO
Seção Única		Da Contagem dos Prazos
CAPÍTULO V	DA MODIFICAÇÃO NA APLICAÇÃO DAS SANÇÕES
Seção I		Da Relevação
Seção II		Da Atenuação
Seção III		Da Agravação
CAPÍTULO VI	 DA ANULAÇÃO
CAPÍTULO VII	 DO CANCELAMENTO
CAPÍTULO VIII	 DA PRESCRIÇÃO
TÍTULO V		DO COMPORTAMENTO 
CAPÍTULO ÚNICO	DA CLASSIFICAÇÃO E DA RECLASSIFICAÇÃO
TÍTULO VI		DOS DIREITOS E RECOMPENSAS
LIVRO II		DOS PROCEDIMENTOS DISCIPLINARES
TÍTULO I		DAS DISPOSIÇÕES COMUNS
CAPÍTULO I		GENERALIDADES
CAPÍTULO II		DA COMPETÊNCIA
CAPÍTULO III	DO LOCAL DOS TRABALHOS
CAPÍTULO IV	DO AFASTAMENTO PREVENTIVO
CAPÍTULO V	DOS INCIDENTES
Seção I	Do Incidente de Insanidade Mental do Acusado
Seção II	Do Incidente de Extravio
Seção III	Da Suspeição e do Impedimento
CAPÍTULO VI	DAS INTIMAÇÕES E NOTIFICAÇÕES
CAPÍTULO VII 	DA CARTA PRECATÓRIA
CAPÍTULO VIII	DA OITIVA DE PESSOAS
CAPÍTULO IX	DA ACAREAÇÃO
CAPÍTULO X	DO RECONHECIMENTO DE PESSOAS E COISAS
TÍTULO II		DA SINDICÂNCIA 
CAPÍTULO I	DA DEFINIÇÃO E DA FINALIDADE
CAPÍTULO II	DO PROCEDIMENTO
Seção I	Dos Documentos Básicos
Seção II	Das Atribuições do Sindicante e do Secretário
Seção III	Da Citação e do Termo de Acusação
Seção IV	Da Instrução
Seção V	Da Ampla Defesa e do Contraditório
Seção VI	Dos Prazos
Seção VII	Do Relatório
Seção VIII	Da Decisão da Autoridade Competente
TÍTULO III		DO PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR
CAPÍTULO I		DA DEFINIÇÃO E DA FINALIDADE
CAPÍTULO II		DAS DISPOSIÇÕES GERAIS
Seção I	Do Procedimento
Seção II	Dos Documentos Básicos
Seção III	Dos Prazos
CAPÍTULO III	DAS ESPÉCIES
Seção I	Do Conselho de Justificação
Seção II	Do Conselho de Disciplina
CAPÍTULO IV	DAS FASES DO PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR
Seção I	Da Instauração
Seção II	Da Instrução
Seção III	Da Defesa
Seção IV	Do Relatório
Seção V	Da Decisão da Autoridade Competente 
TÍTULO IV		DOS RECURSOS
CAPÍTULO I		GENERALIDADES
CAPÍTULO II		DO PEDIDO DE RECONSIDERAÇÃO
CAPÍTULO III	DO RECURSO HIERÁRQUICO
TÍTULO V		DA REVISÃO DOS PROCEDIMENTOS
 
DAS DISPOSIÇÕES TRANSITÓRIAS E FINAIS
�
ESTATUTO DISCIPLINAR DOS MILITARES DO ESTADO DA BAHIA
Lei Estadual nº _________, de ____ de __________ de 2003.
Dispõe sobre o Estatuto Disciplinar dos Militares do Estado da Bahia e dá outras providências.
O GOVERNADOR DO ESTADO DA BAHIA, faço saber que a Assembléia Legislativa decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS
Art. 1º. O Estatuto Disciplinar dos Militares do Estado da Bahia tem por finalidade tratar das obrigações militares relativas aos preceitos éticos, valores e deveres, especificar e classificar as transgressões disciplinares, estabelecer normas relativas à competência, amplitude e aplicação das sanções disciplinares, à classificação do comportamento, à interposição de recursos contra a aplicação das sanções, às recompensas, bem como, reger os procedimentos de sindicância, processos administrativos disciplinares e revisão processual.
 
Art. 2º. O respeito mútuo e a civilidade tornam-se indispensáveis à formação e ao convívio na Instituição Militar do Estado. 
§ 1º. Incumbe ao militar do Estado tratar a todos com urbanidade e justiça. 
§ 2º. As demonstrações de civilidade, cortesia e consideração, obrigatórias entre os militares do Estado, devem ser dispensadas aos policiais militares e bombeiros militares de outras Corporações, aos militares das Forças Armadas, aos policiais civis e federais e aos cidadãos em geral.
Art. 3º. Aplicam-se subsidiariamente a esta Lei as normas do Código Penal Militar, Código de Processo Penal Militar, do Código de Processo Civil, do Código de Processo Penal e do Estatuto dos Policiais Militares do Estado da Bahia, no que couber.
Art. 4º. As normas desta Lei e as utilizadas por analogia, deverão ser interpretadas, segundo os princípios do direito administrativo e observando-se:
a desigualdade jurídica entre a administração e o administrado;
a necessidade de poderes discricionários para a administração atender ao interesse público;
a presunção de legitimidade XE "legitimidade" dos atos da administração.
Art. 5º. Os casos omissos desta Lei serão supridos:
pela legislação citada no artigo 3º desta Lei;
pela jurisprudência;
pelos princípios gerais de direito;
pela analogia;
pelos usos e costumes militares.
Parágrafo único. A autoridade administrativa não poderá eximir-se de emitir sua decisão, alegando lacuna na norma administrativa.
Art. 6º. Para efeito desta Lei, Organização Policial Militar (OPM) é a denominação genérica dada à fração de tropa, repartição, estabelecimento ou a qualquer outra unidade administrativa ou operacional da Instituição Militar do Estado, sendo seus Comandantes, Diretores, Chefes e Coordenadores, denominados Comandantes.
Art. 7º. O militar do Estado que tomar conhecimento de fato atentatório à disciplina deve, de imediato, comunicá-lo por escrito ou verbalmente ao seu chefe imediato. 
§ 1º. Sendo a comunicação feita verbalmente, deverá formalizá-la, por escrito, no prazo de 24 (vinte e quatro) horas, ou no primeiro dia útil subseqüente à comunicação verbal.
§ 2º. A comunicação deve ser clara, concisa e precisa, sem tecer comentários ou opiniões, contendo a exposição do fato com todas as suas circunstâncias, local, data e horário, os dados que permitam a identificação dos militares do Estado, bem como, das pessoas e coisas envolvidas e das testemunhas. 
LIVRO I
DO REGIME DISCIPLINAR
TÍTULO I
GENERALIDADES
CAPÍTULO I
DOS PRINCÍPIOS GERAIS DA HIERARQUIA E DA DISCIPLINA
Art. 8º. A hierarquia e a disciplina são a base institucional da Instituição Militar do Estado.
§ 1º. A hierarquia é a organização em carreira da autoridade em níveis diferentes, dentro da estrutura da Instituição Militar do Estado, consubstanciada no espírito de acatamento à seqüência de autoridade.
§ 2º. Disciplina é a rigorosa observância e o acatamento integral das leis, regulamentos, normas e disposições que fundamentam o organismo da Instituição Militar do Estado e coordenam seu funcionamento regular e harmônico, traduzindo-se pelo perfeito cumprimento do dever por parte de todos e de cada um dos componentes desse organismo.
§ 3º. A disciplina e o respeito à hierarquia entre os militares do Estado devem ser observados e mantidos em todas as circunstâncias da vida.
§ 4º. São manifestações essenciais da disciplina:
a correção de atitudes;
a obediência pronta às ordens legais dos superiores hierárquicos;
a dedicação integral ao serviço;
a consciência das responsabilidades;
a rigorosa observância das disposições legais e regulamentares.
CAPÍTULO II
DAATRIBUIÇÃO DE RESPONSABILIDADES
Art. 9º. O militar do Estado em função de comando responde integralmente pelas decisões que tomar, pelas ordens que emitir, pelos atos que praticar, bem como pelas conseqüências que deles advierem.
§ 1º. Cabe ao militar do Estado, ao receber uma ordem, solicitar os esclarecimentos necessários à sua total compreensão, às condições de execução e à legalidade.
§ 2º. Cabe ao executante que exorbitar no cumprimento de ordem recebida, a responsabilidade pessoal e integral pelos excessos e abusos que cometer.
Art. 10. O militar do Estado responde civil, penal e administrativamente pelo exercício de suas atribuições. 
§ 1º. As responsabilidades civil, penal e administrativa poderão cumular-se, sendo independentes entre si.
§ 2º. A responsabilidade administrativa resulta de ato omissivo ou comissivo, praticado no desempenho de cargo ou função, ou no convívio social, capaz de configurar, à luz desta Lei, transgressão disciplinar.
§ 3°. A absolvição judicial pelo mesmo fato que originou o processo disciplinar não se constituirá em motivo impeditivo de apuração de responsabilidade disciplinar, por meio do devido processo, salvo se a decisão judicial declarar a inexistência material do fato ou a negativa de autoria.
§ 4°. A absolvição judicial nas hipóteses tratadas na parte final do parágrafo anterior, não obsta a apuração de outras condutas conexas, não abrangidas pela decisão.
CAPÍTULO III
DA ESFERA DE AÇÃO DO ESTATUTO DISCIPLINAR E DA COMPETÊNCIA PARA SUA APLICAÇÃO
Seção I
Da Esfera de Ação
Art. 11. As disposições desta Lei aplicam-se aos militares do Estado na ativa e na inatividade, exceto aos da reserva não remunerada.
§ 1º. O militar do Estado matriculado nos diversos cursos e estágios disponibilizados pela Corporação, no âmbito do Estado, estará, também, sujeito aos regulamentos, normas e disposições da respectiva OPM ou instituição.
§ 2º. Compete à Instituição Militar do Estado a imposição de sanção disciplinar ao militar do Estado matriculado em curso ou estágio realizado em outros Estados da Federação ou no exterior, em caso de cometimento de transgressão disciplinar, sem prejuízo da aplicação de sanções de natureza administrativo-escolar, previstas em normas e regulamentos específicos das instituições.
§ 3º. As sanções de natureza administrativo-escolar, previstas em normas e regulamentos dos órgãos de ensino, quando aplicadas ao militar do Estado matriculado nos cursos de formação e outros congêneres da Corporação, serão tornadas sem efeito, automaticamente ao término do curso, não sendo averbadas na ficha individual de elogios e sanções disciplinares do militar do Estado. 
Art. 12. O militar do Estado agregado fica sujeito às obrigações disciplinares concernentes às suas relações com outros militares estaduais e autoridades civis, salvo quando titular de cargo que lhe dê precedência funcional sobre outros militares mais graduados ou antigos.
Seção II
Da Competência
Art. 13. A atribuição para aplicar as disposições contidas nesta Lei é conferida ao cargo e não ao grau hierárquico. Podem aplicá-las:
O Governador do Estado, a todos os integrantes da Instituição Militar do Estado;
O Comandante Geral, a todos os integrantes da Instituição Militar do Estado, exceto aos oficiais da Casa Militar do Governador;
O Chefe da Casa Militar aos que estiverem sob a sua chefia;
O Subcomandante Geral, àqueles que estiverem servindo sob suas ordens;
Os ocupantes dos cargos privativos do posto de Coronel do QOPM, àqueles que estiverem servindo sob suas ordens.
Os Comandantes de OPM, àqueles que estiverem servindo sob suas ordens. 
Parágrafo Único. Excluem-se das disposições deste artigo os Comandantes de frações de tropa destacadas. 
Seção III
Dos Limites da Competência
Art. 14. As sanções disciplinares constantes desta Lei podem ser aplicadas pelas autoridades referidas no artigo 13, observados a gravidade da transgressão e os seguintes níveis hierárquicos, penas e limites respectivos: 
para Oficiais:
de demissão e reforma disciplinar a autoridade prevista no inciso I;
de suspensão até 10 (dez) dias, as autoridades previstas nos incisos I, II e III;
de suspensão até 05 (cinco) dias, as autoridades previstas nos incisos IV a VI;
de detenção até 30 (trinta) dias, as autoridades previstas nos incisos I, II e III;
de detenção até 20 (vinte) dias, as autoridades previstas no inciso IV e V;
de detenção até 15 (quinze) dias, as autoridades previstas no inciso VI;
de repreensão, todas as autoridades previstas no artigo anterior.
para Praças:
de demissão, reforma disciplinar e perda da graduação, as autoridades previstas nos incisos I e II;
de suspensão até 10 (dez) dias e detenção até 30 (trinta) dias, as autoridades previstas nos incisos I, II, III;
de suspensão até 05 (cinco) dias, as autoridades previstas nos incisos IV a VI;
de detenção até 20 (vinte) dias, as autoridades previstas nos incisos IV e V;
de detenção até 15 (quinze) dias, as autoridades previstas no inciso VI.
de repreensão, todas as autoridades previstas no artigo anterior.
Art. 15. Quando a autoridade instauradora, ao receber os autos conclusos da sindicância ou do processo administrativo disciplinar, não mais possuir ação disciplinar sobre o militar do Estado acusado, deverá remetê-los à autoridade competente para o julgamento.
CAPÍTULO IV
DA MEDIDA DISCIPLINAR CAUTELAR
Art. 16. A medida disciplinar cautelar consiste no recolhimento do militar do Estado à disposição da autoridade competente, em área livre, preferencialmente da OPM em que serve. 
Art. 17. A adoção da medida disciplinar cautelar será inicialmente efetivada por oficial hierarquicamente superior ou de maior antiguidade, que presenciar ou tiver conhecimento de fato atentatório à disciplina e ao decoro da Instituição, considerado de natureza grave, nos termos do artigo 33 desta Lei, quando a ocorrência exigir uma pronta intervenção, mesmo sem possuir ascendência funcional sobre o transgressor, cabível, especialmente, se este se mostrar agressivo, embriagado ou sob ação de substância entorpecente, a fim de salvaguardar a vida, o patrimônio e a incolumidade física ou moral do transgressor ou de terceiros e a imagem da Instituição.
Art. 18. O oficial que fizer uso da medida disciplinar cautelar apresentará o recolhido, juntamente com a comunicação circunstanciada dos fatos, imediatamente, ao oficial de serviço ou militar de maior posto da OPM a que pertence o infrator, que adotará os seguintes procedimentos:
Dar ciência, incontinênti, de todo o ocorrido ao comandante da OPM em que serve o recolhido, que deliberará sobre a manutenção da medida disciplinar cautelar, desde que verificadas fundadas razões para a efetivação desta medida excepcional.
Reduzir a termo as declarações do militar do Estado recolhido e das testemunhas que entender necessárias;
Apreender os instrumentos e objetos relacionados com o fato, lavrando o respectivo auto;
Solicitar os exames e perícias pertinentes;
Consignar a ocorrência em parte ou relatório de serviço;
§ 1º. O militar do Estado não poderá ter seu depoimento reduzido a termo enquanto estiver embriagado, sob efeito de substância entorpecente, alucinógena ou de efeitos análogos. 
§ 2º. O tempo de recolhimento do militar do Estado, em cumprimento de medida disciplinar cautelar, não deve ultrapassar 4 (quatro) dias, lapso no qual a autoridade competente deverá determinar a apuração formal dos fatos.
Art. 19. No caso de ocorrência em município de área distinta daquela de origem do militar estadual transgressor, caberá à OPM que possua responsabilidade territorial no local do fato adotar as medidas previstas no caput e alíneas “a” a “e” do artigo anterior.
Art. 20. Quando a ocorrência envolver militares estaduais de mais de uma OPM, ou militar do Estado na inatividade, caberá à Corregedoria PM adotar as providências cabíveis e determinara apuração dos fatos.
Art. 21. A adoção das medidas administrativas disciplinares previstas neste capítulo impõe à autoridade citada na alínea “a” do artigo 18 a imediata ciência ao Corregedor-Chefe da Corporação e não prejudica a aplicação de outras medidas legais cabíveis. 
TÍTULO II �tc "Título II "�
DA DEONTOLOGIA �tc " Das Obrigações e dos Deveres Policiais-Militares"�
CAPÍTULO I�tc "Capítulo I"�
DAS OBRIGAÇÕES �tc "Das Obrigações Policiais-Militares"�
Seção I�tc "Seção I"�
Dos Valores 
Art. 22. São valores institucionais:
da organização:
a dignidade do homem;
a disciplina;
a hierarquia;
a credibilidade;
a ética;
a efetividade;
a solidariedade;
a capacitação profissional;
a doutrina;
a tradição.
do profissional:
a) a eficiência e a eficácia;
b) o espírito profissional;
c) a aparência pessoal;
d) a auto-estima;
o profissionalismo;
a bravura;
a solidariedade;
a dedicação.
Art. 23. São manifestações essenciais dos valores militares:
o sentimento de servir à sociedade, traduzido pela vontade de cumprir o dever e pelo integral devotamento à preservação da ordem pública e à garantia dos direitos fundamentais da pessoa humana;
o civismo e o respeito às tradições históricas;
a fé na elevada missão da Instituição Militar do Estado;
o orgulho do militar do Estado pela Instituição;
o amor à profissão e o entusiasmo com que é exercida;
o aprimoramento técnico-profissional.
Seção II�tc "Seção II"�
Da Ética 
Art. 24. O sentimento do dever, a dignidade e o decoro da classe impõem a cada um dos integrantes da Instituição Militar do Estado conduta moral e profissional irrepreensíveis, tanto durante o serviço quanto fora dele, com observância dos seguintes preceitos da ética:
amar a verdade e a responsabilidade como fundamento da dignidade pessoal;
exercer com autoridade, eficiência, eficácia, efetividade e probidade as funções que lhe couberem em decorrência do cargo;
respeitar a dignidade da pessoa humana;
cumprir e fazer cumprir as leis, os regulamentos, as instruções e as ordens das autoridades competentes, à exceção das manifestamente ilegais;
ser justo e imparcial no julgamento dos atos e na apreciação do mérito dos subordinados;
zelar pelo preparo moral, intelectual e físico próprio e dos subordinados, tendo em vista o cumprimento da missão comum;
praticar a solidariedade e desenvolver permanentemente o espírito de cooperação;
ser discreto em suas atitudes e maneiras e polido em sua linguagem falada e escrita;
abster-se de tratar de matéria sigilosa, de qualquer natureza, fora do âmbito apropriado;
cumprir seus deveres de cidadão;
manter conduta compatível com a moralidade administrativa;
comportar-se educadamente em todas as situações;
conduzir-se de modo que não sejam prejudicados os princípios da disciplina, do respeito e do decoro;
abster-se de fazer uso do posto ou da graduação para obter facilidades pessoais de qualquer natureza ou para encaminhar negócios particulares ou de terceiros;
abster-se, ainda que na inatividade, do uso das designações hierárquicas quando:
em atividade político-partidária, salvo quando candidato a cargo eletivo;
em atividade empresarial ou industrial;
para discutir ou provocar discussões pela imprensa a respeito de assuntos políticos ou militares, excetuando-se os de natureza exclusivamente técnica, se devidamente autorizado; 
no exercício de funções, mesmo oficiais, de natureza não militar. 
zelar pelo bom conceito da Instituição Militar do Estado;
zelar pela economia do material e a conservação do patrimônio público;
preservar a natureza e o meio ambiente;
proceder de maneira ilibada na vida pública e particular;
não pleitear para si, por meio de terceiros, cargo ou função que esteja sendo exercido por outro militar do Estado;
conduzir-se de modo não subserviente, sem ferir os princípios de respeito e decoro.
Seção III�tc "Capítulo II"�
Dos Deveres �tc "Dos Deveres Policiais-Militares"�
Art. 25. Os deveres emanam de um conjunto de vínculos morais e racionais, que ligam o militar do Estado à pátria, à Instituição e à segurança da sociedade e do ser humano, e compreendem, essencialmente:
a dedicação integral ao serviço e a fidelidade à Instituição a que pertence;
o respeito aos Símbolos Nacionais;
a submissão aos princípios da legalidade, da impessoalidade, da moralidade, da probidade, da lealdade e da eficiência em todas as circunstâncias;
a disciplina e o respeito à hierarquia;
o cumprimento das obrigações e ordens recebidas, salvo as manifestamente ilegais;
o trato condigno e com urbanidade a todos;
o compromisso de atender com presteza ao público em geral, prestando com solicitude as informações requeridas, ressalvadas as protegidas por sigilo;
a assiduidade e pontualidade ao serviço, inclusive quando convocado para cumprimento de atividades em horário extraordinário;
as relações harmônicas com outras categorias profissionais, conhecendo e respeitando-lhes os limites de competência, mas elevando o conceito e os padrões da própria profissão, zelando por sua competência e autoridade; 
a atuação onde estiver ou a adoção das providências cabíveis, mesmo não estando em serviço, para preservar a ordem pública ou prestar socorro, desde que não exista, naquele momento, força de serviço suficiente.
 
TÍTULO III
DAS TRANSGRESSÕES DISCIPLINARES
CAPÍTULO I
DA ESPECIFICAÇÃO DAS TRANSGRESSÕES DISCIPLINARES
Art. 26. Transgressão disciplinar é a infração administrativa caracterizada pela violação aos preceitos da ética e dos deveres, cominando ao infrator as sanções previstas nesta Lei.
§ 1º. São transgressões disciplinares:
faltar com a verdade;
faltar com a verdade, na condição de testemunha, ou omitir fato do qual tenha conhecimento;
ameaçar, induzir ou instigar alguém para que não declare a verdade em procedimento administrativo, civil ou penal;
utilizar-se do anonimato para fins ilícitos ou imorais;
envolver, indevidamente, o nome de outrem para esquivar-se de responsabilidade;
publicar, divulgar ou contribuir para a divulgação irrestrita de fatos, documentos ou assuntos administrativos ou técnicos de natureza policial, militar ou judiciária, que possam concorrer para o desprestígio da Instituição Militar do Estado, ferir a hierarquia ou a disciplina, comprometer a segurança da sociedade e do Estado ou violar a honra e a imagem de pessoa;
espalhar boatos ou notícias tendenciosas em prejuízo da boa ordem civil ou militar ou do bom nome da Instituição Militar do Estado;
provocar ou fazer-se, voluntariamente, causa ou origem de alarmes injustificados;
receber ou solicitar vantagem ou promessa de vantagem de pessoa interessada em produto ou objeto de ato ilícito ou no resultado de qualquer ocorrência;
receber ou permitir que seu subordinado receba, em razão da função pública, objeto, valor ou qualquer vantagem mesmo quando oferecido pelo proprietário ou responsável;
apropriar-se indevidamente de bens pertencentes ao patrimônio público ou particular;
manter indevidamente em seu poder bem de terceiro ou da Fazenda Pública;
apagar, destruir, modificar ou de qualquer forma inutilizar, total ou parcialmente, dado ou programa de computador, de forma indevida ou não autorizada;
utilizar-se dos recursos de telemática de forma a causar danos de qualquer natureza à Administração Pública, a terceiros, ou comprometendo a moral e os bons costumes;
empregar subordinado ou servidor civil, ou desviar qualquer meio material ou financeiro sob sua responsabilidade ou não, para a execução de atividades diversas daquelas para as quais foram destinadas, em proveito próprio ou de outrem;
provocar desfalques ou deixar de adotar providências, na esfera de suas atribuições, para evitá-los;
utilizar-se da condição de militar do Estado para obter facilidades pessoais de qualquer natureza ou para encaminharnegócios particulares ou de terceiros;
dar, receber ou pedir gratificação ou vantagem de qualquer espécie com finalidade de retardar, apressar ou obter solução favorável em qualquer ato de serviço;
contrair dívida ou assumir compromisso superior às suas possibilidades, desde que venha a expor o nome da Instituição Militar do Estado;
fazer, diretamente ou por intermédio de outrem, agiotagem ou transação pecuniária envolvendo assunto de serviço, bens da administração pública ou material cuja comercialização seja proibida;
exercer ou administrar, o militar do Estado em serviço ativo, a função de segurança particular ou qualquer atividade estranha à Instituição Militar do Estado ou com emprego de meios do Estado;
participar, o militar do Estado em serviço ativo, de firma ou sociedade empresarial, exercendo função ou emprego remunerado na administração ou gerência, ou dela ser sócio, exceto como acionista, cotista ou comanditário;
dar, por escrito ou verbalmente, ordem ilegal ou claramente inexeqüível, que possa acarretar responsabilidade ao subordinado, ainda que não chegue a ser cumprida;
não cumprir, sem justo motivo, qualquer ordem legal recebida;
retardar a execução de qualquer ordem, sem justificativa;
deixar de assumir a responsabilidade por seus atos ou pelos praticados por subordinados que agirem em cumprimento de sua ordem;
aconselhar ou concorrer para não ser cumprida qualquer ordem legal de autoridade competente, ou serviço, ou para que seja retardada, prejudicada ou embaraçada a sua execução;
interferir na administração de serviço ou na execução de ordem ou missão sem ter a devida competência para tal;
deixar de comunicar ao superior a execução de ordem dele recebida, no mais curto prazo possível;
concorrer para a discórdia, desarmonia ou cultivar inimizade entre companheiros;
dirigir-se, referir-se ou responder a superior de modo desrespeitoso;
recriminar ato legal de superior ou procurar desconsiderá-lo;
ofender, provocar ou desafiar superior, par ou subordinado hierárquico;
promover ou participar de luta corporal com superior, par ou subordinado hierárquico;
exercer coação ou assediar, moral ou sexualmente, pessoas com as quais mantenha relações funcionais;
ofender a moral e os bons costumes por atos, palavras ou gestos;
deixar de prestar a superior hierárquico continência ou outros sinais de honra e respeito previstos em regulamento;
deixar de corresponder a cumprimento de seu subordinado;
deixar de exibir, injustificadamente, estando ou não uniformizado, documento de identidade funcional ou recusar-se a declarar seus dados de identificação quando lhe for exigido por autoridade competente;
evadir-se ou tentar evadir-se de escolta, bem como resistir a ela;
retirar-se da presença do superior hierárquico sem obediência às normas regulamentares;
deixar de providenciar a tempo, na esfera de suas atribuições, por negligência ou incúria, medidas contra qualquer irregularidade de que venha a tomar conhecimento;
tendo conhecimento de transgressão disciplinar, deixar de apurá-la;
deixar de punir o transgressor da disciplina, salvo se houver causa de justificação;
não levar fato ilegal ou irregularidade que presenciar ou de que tiver ciência, e não lhe couber reprimir, ao conhecimento da autoridade para isso competente;
deixar de comunicar ao superior imediato ou, na ausência deste, a qualquer autoridade superior toda informação que tiver sobre iminente perturbação da ordem pública ou grave alteração do serviço ou de sua marcha, logo que tenha conhecimento;
deixar de encaminhar à autoridade competente, no mais curto prazo e pela via hierárquica, documento ou processo que receber, se não for de sua alçada a solução;
prestar informação a superior hierárquico induzindo-o a erro, deliberadamente;
deixar de informar, para fins de registro e controle, o deslocamento para outro Estado da Federação ou para outro país, mesmo em gozo de férias ou de outras licenças;
omitir, injustificadamente, em boletim de ocorrência, relatório ou qualquer documento, dados indispensáveis ao esclarecimento dos fatos;
subtrair, extraviar, danificar ou inutilizar documentos de interesse da administração pública ou de terceiros; 
trabalhar mal, intencionalmente ou por desídia, em qualquer serviço, instrução ou missão;
retardar ou prejudicar o serviço de polícia judiciária militar e procedimentos administrativos disciplinares que deva promover ou de que esteja investido;
deixar de observar prazos legais ou os fixados por autoridade competente;
deixar de comunicar a alteração de dados de qualificação pessoal ou mudança de endereço residencial;
abandonar posto de serviço ou serviço para o qual tenha sido designado ou recusar-se a executá-lo na forma determinada;
faltar ao expediente ou ao serviço para o qual esteja nominalmente escalado;
chegar atrasado ao expediente, ao serviço para o qual esteja nominalmente escalado ou a qualquer ato em que deva tomar parte ou assistir;
faltar a qualquer ato em que deva tomar parte ou assistir, ou ainda, retirar-se antes de seu encerramento sem a devida autorização;
afastar-se, quando em atividade com veículo automotor, aeronave, embarcação ou a pé, da área em que deveria permanecer ou não cumprir roteiro de patrulhamento predeterminado;
afastar-se de qualquer lugar em que deva estar por força de dispositivo ou ordem legal;
deixar de comunicar a tempo, à autoridade competente, a impossibilidade de comparecer à Organização Policial Militar (OPM) ou a qualquer ato ou serviço de que deva participar ou a que deva assistir;
permutar serviço sem permissão da autoridade competente;
simular doença para esquivar-se ao cumprimento de dever, serviço ou instrução;
deixar de se apresentar às autoridades competentes nos casos de movimentação ou quando designado para comissão ou serviço extraordinário;
não se apresentar ao seu superior imediato ao término de qualquer afastamento ou dispensa do serviço, inclusive em virtude de atestado médico, ou ainda, logo que souber que os mesmos tenham sido interrompidos ou suspensos;
dormir em serviço de policiamento, vigilância ou segurança de pessoas ou instalações;
dormir em serviço, salvo quando autorizado;
fazer uso, estar sob ação ou induzir outrem ao uso de substância proibida, entorpecente ou que determine dependência física ou psíquica, ou introduzi-las em local sob administração militar;
embriagar-se quando em serviço ou apresentar-se embriagado para prestá-lo;
ingerir bebida alcoólica quando em serviço;
introduzir bebidas alcoólicas em local sob administração militar, salvo se devidamente autorizado;
fumar em recinto fechado de repartição sujeito à administração militar ou em qualquer outro local não permitido;
portar ou possuir arma de fogo em descumprimento às normas vigentes a respeito;
andar ostensivamente armado, em trajes civis;
portar arma de fogo pertencente à Corporação, fora de serviço, salvo quando devidamente autorizado; 
disparar arma desnecessariamente ou por imprudência, negligência ou imperícia;
não obedecer às regras técnicas básicas de segurança ou não ter cautela com equipamento ou arma de sua propriedade ou sob sua responsabilidade;
ter em seu poder, introduzir, ou distribuir em local sob administração militar, substância ou material inflamável ou explosivo sem permissão da autoridade competente;
dirigir ou permitir que se dirija viatura com imprudência, imperícia, negligência ou sem habilitação legal;
desrespeitar regras de trânsito, de tráfego aéreo ou de navegação marítima, lacustre ou fluvial;
autorizar, promover ou executar manobras perigosas com viaturas, aeronaves, embarcações ou animais;
conduzir veículo, pilotar aeronave ou embarcação oficial sem autorização do órgão competente da Instituição Militar do Estado, mesmo estando habilitado;
transportar na viatura, aeronave ou embarcação que esteja sob seu comando ou responsabilidade, pessoal ou material,sem autorização da autoridade competente ;
não ter o devido zelo, danificar, extraviar ou inutilizar, por ação ou omissão, bens móveis ou semoventes pertencentes ao patrimônio público ou particular, que estejam ou não sob sua responsabilidade;
negar-se a utilizar ou a receber do Estado fardamento, armamento, equipamento ou bens que lhe sejam destinados ou devam ficar em seu poder ou sob sua responsabilidade;
retirar ou tentar retirar de local sob administração militar material, viatura, aeronave, embarcação ou animal, ou mesmo deles servir-se, sem ordem do responsável ou proprietário;
entrar, sair ou tentar fazê-lo, de OPM, com tropa, sem prévio conhecimento da autoridade competente, salvo para fins de instrução autorizada pelo comando;
deixar o responsável pela segurança da OPM de cumprir as prescrições regulamentares com respeito a entrada, saída e permanência de pessoa estranha;
deixar, ao entrar ou sair de OPM onde não sirva, de apresentar-se ao Oficial-de-Dia ou de serviço ou, se oficial, ao comandante ou o oficial de posto mais elevado ou seu substituto legal, expondo as razões de sua presença, salvo as exceções regulamentares previstas;
adentrar, sem permissão ou ordem, em aposentos destinados a superior ou onde este se encontre, bem como qualquer outro lugar cuja entrada lhe seja vedada;
abrir ou tentar abrir qualquer dependência da OPM, desde que não seja a autoridade competente ou sem sua ordem, salvo em situações de emergência;
desconsiderar os direitos constitucionais da pessoa no ato da prisão;
usar de força desnecessária no atendimento de ocorrência ou no ato de efetuar prisão;
deixar de providenciar para que seja garantida a integridade física das pessoas que estiverem sob sua custódia;
agredir física, moral ou psicologicamente preso sob sua guarda ou permitir que outros o façam;
permitir, dolosa ou culposamente, que o preso, sob sua guarda, conserve em seu poder instrumentos ou outros objetos proibidos, com os quais possa ferir a si próprio ou a outrem;
facilitar fuga de preso ou não ter a devida cautela na guarda de quem esteja sob sua custódia, de forma a contribuir para a sua evasão;
reter o preso, a vítima, as testemunhas ou partes por mais tempo que o necessário para a solução do procedimento policial, administrativo ou penal;
liberar preso ou dispensar parte de ocorrência, sem competência legal para tanto;
apresentar-se, em qualquer situação, mal uniformizado, com o uniforme alterado ou diferente do previsto, contrariando o Regulamento de Uniformes da Instituição Militar do Estado ou outra norma a respeito;
não portar plaqueta ou tarjeta de identificação quando uniformizado, salvo se previamente autorizado, em operações policiais específicas;
usar no uniforme insígnia, medalha, condecoração ou distintivo não regulamentares ou de forma indevida;
usar vestuário incompatível com a função ou descurar do asseio próprio ou prejudicar o de outrem;
comparecer, uniformizado, a manifestações ou reuniões de caráter político-partidário, salvo por motivo de serviço;
assumir compromisso em nome da Instituição Militar do Estado, ou representá-la em qualquer ato, sem estar devidamente autorizado;
abandonar função por mais de 30 (trinta) dias;
incorrer, na qualidade de autor, co-autor ou partícipe, em conduta comissiva ou omissiva descrita como crime, prevista no Código Penal brasileiro ou em legislação especial ou extravagante, que o torne incompatível com o desempenho da função ou cargo de militar do Estado, comprometendo a Instituição ou a autoridade militar; 
todas as manifestações comissivas ou omissivas que violem os preceitos éticos e deveres previstos nos artigos 24 e 25 deste Estatuto.
§ 2º. A prática reiterada e habitual de transgressões disciplinares, que caracterize concurso ou continuidade infracional, ensejará a instauração de processo administrativo disciplinar, mesmo que este resulte da união de outros procedimentos anteriormente instaurados e não solucionados. 
CAPÍTULO II
DO JULGAMENTO
Art. 27. O julgamento das transgressões deve ser precedido de análise que considere:
a natureza ou gravidade das transgressões cometidas;
os motivos determinantes;
a personalidade e os antecedentes funcionais do transgressor;
os danos para o serviço público que delas provierem;
as causas de justificação e as circunstâncias agravantes e atenuantes.
Parágrafo único. À autoridade sancionadora caberá observar o grau de reprovabilidade da conduta transgressiva e o comportamento das eventuais vítimas, objetivando aplicar com justiça a sanção, estabelecendo a dosimetria correspondente.
Art. 28. São causas de justificação:
motivo de força maior ou caso fortuito, plenamente comprovado;
ter sido cometida a transgressão na prática de ação meritória, no interesse do serviço ou da ordem pública;
ter sido cometida a transgressão em legítima defesa, estado de necessidade, estrito cumprimento do dever legal ou exercício regular de direito; 
ter sido cometida a transgressão pelo uso imperativo da força necessária, a fim de compelir o subordinado a cumprir rigorosamente o dever no caso de perigo, necessidade urgente, calamidade pública, manutenção da ordem e disciplina;
ter sido cometida a transgressão mediante coação, assim compreendida a presença de uma força física ou psicológica intransponível.
Art. 29. Não haverá sanção, sendo o militar do Estado absolvido, quando for reconhecida qualquer causa de justificação, bem como, nos seguintes casos:
estar provada a inexistência do fato;
não haver prova da existência do fato;
não constituir o fato transgressão disciplinar;
não existir provas de ter o militar do Estado praticado ou concorrido para a prática da infração.
Art. 30. São circunstâncias atenuantes:
estar, no mínimo, no bom comportamento;
possuir relevantes serviços prestados, devidamente registrados;
ter sido cometida a transgressão para evitar mal maior;
ter sido cometida a transgressão em defesa própria, de seus direitos ou de outrem, desde que não constitua causa de justificação;
falta de prática no serviço;
confissão espontânea da transgressão; 
ter o transgressor procurado diminuir as conseqüências da transgressão, antes da sanção, reparando os danos;
ter sido cometida a transgressão por motivo de relevante valor social ou moral. 
Art. 31. São circunstâncias agravantes:
estar no mau comportamento;
prática simultânea ou conexão de duas ou mais transgressões;
reincidência em transgressão idêntica, cuja sanção tenha sido aplicada;
ser praticada a transgressão durante a execução do serviço;
ser cometida a falta em presença de subordinado;
ter abusado o transgressor de sua autoridade hierárquica ou funcional;
ter sido praticada a transgressão com premeditação;
ter sido praticada a transgressão em presença de tropa;
ter sido praticada a transgressão em presença de público;
ser a transgressão ofensiva ao decoro e à dignidade militar;
com induzimento de outrem à prática de transgressão;
mediante concurso de pessoas;
com abuso de confiança inerente ao cargo ou função;
para satisfazer interesse pessoal ou de terceiros;
para acobertar erro próprio ou de outrem;
com o fim de obstruir ou dificultar apuração administrativa, policial ou judicial, ou o esclarecimento da verdade.
CAPÍTULO III
DA NATUREZA DA TRANSGRESSÃO
Art. 32. Classifica-se a transgressão disciplinar em:
leve;
média;
grave.
Parágrafo único. A classificação da transgressão compete a quem couber aplicar a punição, respeitado o disposto nos artigos 27, 33 e 51, desta Lei.
Art. 33. As transgressões disciplinares previstas nesta Lei serão classificadas como graves, podendo ensejar a aplicação da pena de demissão, quando se enquadrarem em pelo menos uma das seguintes situações:
incompatíveis com o desempenho do cargo ou função de militar do Estado;
atentatórias à Instituiçãoou ao Estado;
violadoras dos direitos humanos fundamentais;
de natureza desonrosa ou que afetem o decoro da classe.
Art. 34. A violação dos preceitos da ética é tanto mais grave quanto mais elevado for o grau hierárquico de quem a cometer.
TÍTULO IV
DAS SANÇÕES DISCIPLINARES
CAPÍTULO I
DAS ESPÉCIES
Art. 35. A sanção disciplinar objetiva a tutela da disciplina e da hierarquia, assim como a preservação dos valores ético-profissionais.
Art. 36. As punições disciplinares a que estão sujeitos os militares do Estado, segundo a classificação resultante do julgamento da transgressão, são as seguintes:
repreensão;
suspensão;
detenção;
perda da graduação;
reforma disciplinar. 
demissão;
Seção I
Da Repreensão
Art. 37. A repreensão consiste numa admoestação por escrito, averbada na ficha individual de elogios e sanções disciplinares (FIESD) e publicada em boletim ostensivo ou reservado pela autoridade com ascendência disciplinar, nos casos de violação de proibição e de inobservância de dever funcional, previstos em lei, regulamento ou norma interna, que não justifiquem imposição de penalidade mais grave. 
Seção II
Da Suspensão
Art. 38. A suspensão consiste em uma interrupção temporária do exercício da atividade do militar do Estado, não podendo ser inferior a 3 (três) ou exceder a 10 (dez) dias, observado o seguinte:
os dias de suspensão não serão remunerados, incidindo proporcionalmente o desconto sobre o soldo e as gratificações fixas;
o período de cumprimento da suspensão não será computado como tempo de efetivo serviço, caso em que o militar do Estado suspenso perderá todas as vantagens e direitos decorrentes do exercício da atividade militar.
durante o período de cumprimento da pena de suspensão o militar do Estado estará proibido de usar uniformes e de portar arma de fogo, ressalvada a permissão da autoridade competente. 
Parágrafo único. A sanção de suspensão somente se aplicará em caso de transgressão de natureza funcional.
Seção III
Da Detenção
Art. 39. A detenção consiste na sanção em que o transgressor é cerceado em sua liberdade, sendo aplicada em caso de violação das proibições que não justifiquem a imposição de sanção mais grave, devendo ser cumprida em área livre, preferencialmente da OPM em que estiver lotado o militar do Estado. 
§ 1º. A sanção de detenção não poderá exceder a 30 (trinta) dias.
§ 2º. A detenção será infligida ao transgressor sem prejuízo do serviço, devendo o militar do Estado comparecer a todos os atos de instrução ou serviço internos, salvo no caso do artigo 42 desta Lei. 
Art. 40. A pedido do transgressor, o cumprimento da sanção de detenção sem prejuízo do serviço poderá, a juízo devidamente motivado da autoridade que aplicou a sanção, ser convertido em prestação de serviço operacional, desde que não implique prejuízo para a manutenção da hierarquia e da disciplina.
§ 1º. Na hipótese da conversão, a classificação do comportamento do militar do Estado será feita com base na sanção de detenção sem prejuízo do serviço.
§ 2º. Considerar-se-á 1 (um) turno de prestação de serviço operacional equivalente ao cumprimento de 1 (um) dia de detenção sem prejuízo do serviço.
§ 3º. O prazo para o encaminhamento do pedido de conversão será de 3 (três) dias, contados do início do cumprimento da sanção de detenção sem prejuízo do serviço.
Art. 41. A prestação do serviço operacional, nos termos do caput do artigo anterior, consiste na realização de atividades operacionais, por período nunca inferior a 6 (seis) ou superior a 12 (doze) horas. 
§ 1º. O limite máximo de conversão da detenção sem prejuízo do serviço em serviço operacional é de 5 (cinco) dias.
§ 2º. O militar do Estado, punido com período superior a 5 (cinco) dias de detenção sem prejuízo do serviço, somente poderá pleitear a conversão até o limite previsto no parágrafo anterior, a qual, se concedida, será sempre cumprida na fase final do período de sanção.
Art. 42. Quando a autoridade sancionadora entender cabível reprimenda mais veemente ao transgressor, devido à prática de falta disciplinar de natureza grave, poderá aplicar-lhe a detenção com prejuízo do serviço operacional e administrativo.
Parágrafo Único. Na hipótese prevista no caput deste artigo, o período de cumprimento da sanção não será computado como tempo de efetivo serviço, caso em que o militar do Estado, salvo os vencimentos, perderá todas as vantagens e direitos decorrentes do exercício da atividade militar.
Seção IV
Da Perda da Graduação
Art. 43. A perda da graduação aplica-se à praça em situação de inatividade, devido ao cometimento de transgressão disciplinar em que seria cabível a pena de demissão, quando praticada na inatividade, e consiste no rompimento do vínculo com a Instituição Militar do Estado, sendo imposta após a instauração de processo administrativo disciplinar em que lhe sejam assegurados o devido processo legal, a ampla defesa e o contraditório, quando incidir nos casos que motivarem a apuração e nela for considerado culpado e inidôneo para ostentar a condição de militar do Estado.
Art 44. A pena de perda da graduação que for aplicada à praça não acarretará a perda dos proventos, sendo sua situação militar definida pela Lei do Serviço Militar. 
Seção V
Da Reforma Disciplinar
Art. 45. A reforma disciplinar consiste em uma medida de caráter excepcional, adotada segundo os critérios de conveniência e oportunidade pela autoridade militar, de que decorre a exclusão do serviço ativo, sendo imposta ao militar do Estado que possua mais da metade do tempo de efetivo serviço exigido para transferência para a reserva remunerada, em razão do reiterado cometimento de transgressões disciplinares ou pelo cometimento de transgressão de natureza grave, ressalvadas as hipóteses de demissão. 
Parágrafo único. O militar do Estado a que for imposta a pena de reforma disciplinar receberá remuneração proporcional ao tempo de serviço do militar do Estado.
Art. 46. Não poderá ser reformado disciplinarmente o militar do Estado que houver sido condenado à pena privativa de liberdade igual ou superior a 02 (dois) anos, por sentença transitada em julgado, perante a Justiça comum ou militar, ou estiver cumprindo pena.
Art 47. O militar do Estado a que for imposta a pena de reforma disciplinar terá sua situação militar definida pela Lei do Serviço Militar. 
Seção VI
Da Demissão
Art. 48. A demissão, pena disciplinar máxima aplicada ao militar do Estado, consistente na exclusão do serviço ativo e no rompimento do vínculo com a Instituição Militar do Estado, será infligida após a instauração de processo administrativo disciplinar em que lhe sejam assegurados o devido processo legal, a ampla defesa e o contraditório, quando incidir nos casos que motivarem a apuração e nela for considerado culpado e incapaz de permanecer no serviço ativo da Corporação ou de ostentar a condição de militar do Estado.
§ 1º. O oficial apenas será demitido por ato de competência do Governador do Estado, após ser considerado indigno do oficialato ou com ele incompatível, mediante decisão pela perda do posto e da patente prolatada pelo Tribunal competente, nos seguintes casos:
ter sido condenado pela Justiça comum ou Militar à pena privativa de liberdade igual ou superior a dois anos, por sentença transitada em julgado;
por cometimento de transgressão disciplinar apurada mediante processo administrativo disciplinar em que for considerado culpado e incapaz de permanecer no serviço ativo ou na condição de oficial;
for condenado, em sentença transitada em julgado, por crimes para os quais o Código Penal Militar comina a perda do posto e da patente como pena acessória e por crimes previstos na legislação especial concernente à Segurança Nacional.
§ 2º. Quando a condenação do oficial resultar de cometimento de crime militar, caberá ao Procurador Geral de Justiça do Estado ou ao representante do MinistérioPúblico junto à Auditoria da Justiça Militar do Estado a iniciativa do processo especial perante o Tribunal competente, sendo tal atribuição, nas demais hipóteses, do Procurador Geral do Estado ou do Procurador Chefe da Procuradoria Especializada Judicial.
§ 3º. A praça será demitida por ato de competência do Comandante Geral da Corporação, nos seguintes casos:
automaticamente, sem a necessidade de instauração de processo administrativo disciplinar, quando for condenada pela Justiça comum à pena privativa de liberdade igual ou superior a dois anos, por sentença transitada em julgado;
quando o Tribunal competente decidir pela perda da graduação, em razão de ter sido condenada pela Justiça Militar estadual; 
por cometimento de transgressão disciplinar apurada mediante processo administrativo disciplinar em que for considerada culpada e incapaz de permanecer no serviço ativo ou na condição de praça;
for condenada, em sentença transitada em julgado, por crimes previstos na legislação especial concernente à Segurança Nacional.
§ 4º. Aplica-se do mesmo modo às praças o disposto no § 2º deste artigo. 
§ 5º. Excepcionalmente, poderá ser aplicado o disposto no caput deste artigo ao militar do Estado em situação de inatividade, desde que a falta tenha sido cometida no exercício de cargo ou função militar estadual, quando ainda se encontrava em atividade. 
Art. 49. O militar do Estado que houver sido demitido por motivos disciplinares somente poderá readquirir a situação militar anterior:
por força de sentença judicial;
por outra decisão da autoridade julgadora do processo administrativo disciplinar, na hipótese de revisão processual.
Art 50. Ao militar do Estado que for imposta a pena de demissão não será conferido direito a qualquer remuneração ou indenização e sua situação militar será definida pela Lei do Serviço Militar.
CAPÍTULO II
DA GRADAÇÃO
Art. 51. A pena disciplinar deverá ser proporcional à gravidade da transgressão cometida, segundo os limites abaixo estabelecidos:
de repreensão até 5 (cinco) dias de detenção sem prejuízo do serviço, para transgressão leve;
de 3 (três) até 5 (cinco) dias de suspensão, ou de 6 (seis) até 10 (dez) dias de detenção sem prejuízo do serviço, para transgressão média;
de 6 (seis) até 10 (dez) dias de suspensão, ou de 11 (onze) até 30 (trinta) dias de detenção com ou sem prejuízo do serviço, reforma disciplinar, perda da graduação ou demissão, para transgressão grave.
CAPÍTULO III
DA APLICAÇÃO DAS SANÇÕES
Art. 52. A absolvição ou condenação do militar do Estado resultará da decisão da autoridade competente sobre o procedimento de cunho disciplinar, que se regerá pelos princípios da ampla defesa e do contraditório, em solução que conterá:
a parte introdutória; 
a motivação; 
a parte dispositiva ou conclusão.
Art. 53. As soluções dos processos disciplinares deverão ser publicadas da seguinte forma:
em boletim ostensivo, quando o imputado for praça.
em boletim reservado, quando o imputado for oficial. 
Parágrafo único. A critério da autoridade competente, a solução poderá ser publicada em boletim ostensivo das soluções referentes ao inciso II deste artigo, sempre que ocorrerem fatos atentatórios ao decoro da classe e que provoquem clamor público.
Art. 54. Não poderá ser aplicada a penalidade de demissão quando somente ocorrerem circunstâncias atenuantes.
Art. 55. Por uma única transgressão não deve ser aplicada mais de uma sanção disciplinar.
§ 1º. Havendo mais de uma transgressão, sem conexão entre elas, a cada uma deve ser imposta a sanção disciplinar correspondente.
§ 2º. Ocorrendo a conexão, as transgressões de menor gravidade serão consideradas como circunstâncias agravantes da transgressão principal.
CAPÍTULO IV
DA EXECUÇÃO
Art. 56. O militar do Estado deverá ser intimado formalmente de toda sanção disciplinar que lhe for imposta, bem como, das modificações ou decisões de recursos interpostos, através de sua OPM, devendo passar o contra-recibo. 
§ 1º. Havendo recusa do militar do Estado em assinar a segunda via da intimação, deverá ser lavrada certidão, com assinatura de 02 (duas) testemunhas. 
§ 2º. No caso de sanção privativa de liberdade ou de suspensão, o início do seu cumprimento dar-se-á em 02 (dois) dias após a intimação.
Art. 57. Em hipóteses excepcionais, a critério da autoridade que aplicou a punição, desde que devidamente fundamentada e publicada a decisão, o militar do Estado poderá cumprir a detenção em sua residência.
Art. 58. Os militares do Estado dos diferentes círculos estabelecidos estatutariamente não poderão, em regra, ser alojados em um mesmo recinto. 
Parágrafo único. São locais de alojamento em cumprimento de sanção disciplinar:
a) para os oficiais superiores, a reserva de oficiais superiores;
b) para os oficiais intermediários e subalternos, a reserva de capitães e tenentes;
c) para os sargentos, a reserva de sargentos;
d) para os soldados, o alojamento de soldados;
e) para as praças especiais, as respectivas reservas e alojamentos condizentes com a condição hierárquica.
Art. 59. O cumprimento da sanção disciplinar, por militar do Estado afastado do serviço, deverá ocorrer após a sua apresentação na OPM, pronto para o serviço, salvo nos casos de interesse da preservação da ordem e da disciplina.
§ 1º. A suspensão ou adiamento de férias ou licenças em gozo para cumprimento de sanção disciplinar somente ocorrerá quando determinada pelas autoridades do artigo 13, incisos I, II e III desta Lei.
§ 2º. As licenças em gozo de que trata o parágrafo anterior referem-se às licenças-prêmio por assiduidade e licenças para tratar de interesse particular.
Seção Única
Da Contagem dos Prazos
Art. 60. As sanções privativas de liberdade, quando aplicadas até 72 (setenta e duas) horas, serão contadas em horas.
Art. 61. As sanções privativas de liberdade não poderão ser inferiores a 24 (vinte e quatro) horas e serão aplicadas sempre em períodos mínimos inteiros de 24 (vinte e quatro) horas. 
Art. 62. As sanções privativas de liberdade, superiores a 72 (setenta e duas) horas, serão contadas em dias, desprezando-se as frações de dia para o cômputo dos termos inicial e final.
CAPÍTULO V
DA MODIFICAÇÃO NA APLICAÇÃO DAS SANÇÕES
 
Art. 63. A modificação da sanção imposta poderá ser realizada pela autoridade que a aplicou ou por outra, superior e competente, quando tiver conhecimento de fatos que recomendem tal procedimento.
Parágrafo único. As modificações das punições aplicadas são:
relevação;
atenuação;
agravação.
Seção I
Da Relevação
Art 64. A relevação põe termo ao cumprimento da sanção de detenção sem prejuízo do serviço, sendo concedida por ato de competência das autoridades referidas nos incisos I, II e III do artigo 13 desta Lei, nas seguintes hipóteses:
ficar comprovado, durante o seu cumprimento, terem sido alcançados os objetivos de sua aplicação;
quando tiver sido cumprida pelo menos metade da sanção aplicada, nas seguintes datas comemorativas:
Aniversário da Instituição Militar do Estado;
Dia do Patrono das Polícias Militares do Brasil; 
Dia da Independência da Bahia;
Dia da Independência do Brasil;
Dia de Natal.
Seção II
Da Atenuação
Art. 65. A atenuação da punição consiste na sua transformação em outra sanção menos rigorosa, se conveniente para a disciplina e ação educativa do punido.
Parágrafo Único. A atenuação somente terá cabimento antes ou durante o cumprimento da sanção. 
Seção III
Da Agravação
Art. 66. A agravação da punição consiste na sua transformação em outra sanção mais rigorosa, desde que conveniente para a disciplina e ação educativa do punido.
Art. 67. A autoridade sancionadora, no julgamento da transgressão, ao verificar a necessidade de imposição de sanção mais rigorosa, após a publicação do ato sancionador no limite máximo de sua competência,solicitará à autoridade superior com ação disciplinar sobre o transgressor a imposição da sanção mais grave.
§ 1º. A autoridade superior mencionada no caput deste artigo poderá, de ofício, agravar a sanção imposta, antes ou durante o seu cumprimento.
§ 2º. A agravação somente terá cabimento antes ou durante o cumprimento da sanção.
Art. 68. Não caberá agravamento de sanção em razão da interposição de recurso disciplinar.
CAPÍTULO VI
DA ANULAÇÃO
Art. 69. A anulação da punição consiste em torná-la sem efeito.
§ 1º. Deve ser concedida ex officio quando for comprovado ter ocorrido injustiça ou ilegalidade na sua aplicação.
§ 2º. Far-se-á em obediência aos seguintes prazos:
a qualquer tempo e em qualquer circunstância, pelas autoridades especificadas nos incisos I e II do artigo 13 desta Lei.
No prazo de 90 (noventa) dias, para as demais autoridades do artigo 13 desta Lei.
§ 3º. A anulação se for concedida no curso de cumprimento de sanção de detenção, importará em ser o punido posto em liberdade imediatamente.
Art. 70. A anulação de sanção disciplinar eliminará toda e qualquer anotação ou registro na ficha individual de elogios e sanções disciplinares do militar do Estado relativos à sua aplicação, produzindo efeitos retroativos.
Art. 71. A autoridade que tomar conhecimento de comprovada ilegalidade ou injustiça na aplicação de sanção, quando não tenha competência para anulá-la ou se já ultrapassado o prazo referido no inciso II, §2º do artigo 69 desta Lei, proporá fundamentadamente a sua anulação à autoridade competente.
CAPÍTULO VII
DO CANCELAMENTO
Art. 72. Os registros das penalidades atribuídas ao militar do Estado, de acordo com esta Lei, serão cancelados se este não houver sido punido disciplinarmente, nos seguintes decursos de tempo de efetivo serviço:
Repreensão – 1 (um) ano;
Detenção e Suspensão até 5 (cinco) dias – 2 (dois) anos;
Suspensão de 6 (seis) até 10 (dez) dias – 3 (três) anos;
Parágrafo único. A punição privativa de liberdade descrita no inciso II deste artigo terá decurso de cancelamento em 03 (três) anos, se aplicada com prejuízo do serviço.
Art. 73. O cancelamento implicará a automática atualização da escala disciplinar e conseqüente reclassificação do comportamento.
Parágrafo único. O cancelamento da penalidade não produzirá efeitos retroativos, exceto com referência à recomposição da pontuação anterior.
Art. 74. A aplicação de sanção disciplinar de igual ou de superior natureza, no curso da contagem para o cancelamento de sanção anterior, interromperá este prazo, reiniciando-se a partir de então.
Art. 75. O termo inicial do prazo de cancelamento de que trata este capítulo é a publicação do ato punitivo em boletim.
CAPÍTULO VIII
DA PRESCRIÇÃO
Art. 76. A responsabilidade administrativa do militar do Estado sujeita-se aos efeitos da elisão e da prescrição na seguinte forma:
será elidida no caso de absolvição criminal que negue a existência do fato ou sua autoria;
prescreverá, a contar da data do fato: 
a) em 05 (cinco) anos, para as transgressões passíveis de pena de demissão;
b) em 03 (três) anos, para as demais transgressões.
Parágrafo Único. Sendo a falta tipificada penalmente, prescreverá juntamente com o crime.
Art. 77. São causas que interrompem o curso da prescrição:
a instauração de sindicância ou de processo administrativo disciplinar; 
a remessa dos autos de sindicância ou de processo administrativo disciplinar conclusos à autoridade competente.
Art. 78. São causas que suspendem o curso da prescrição:
o despacho da autoridade competente que determinar o trancamento da sindicância ou do processo administrativo disciplinar, em cumprimento de decisão judicial;
a submissão do acusado a exame médico-legal de sanidade, em caso de incidente de insanidade mental;
o incidente de extravio do militar do Estado acusado;
o sobrestamento do feito pela autoridade competente, de ofício ou a requerimento do encarregado.
TÍTULO V
DO COMPORTAMENTO 
CAPÍTULO ÚNICO
DA CLASSIFICAÇÃO E RECLASSIFICAÇÃO
Art. 79. O comportamento do militar do Estado reflete, sob a ótica disciplinar, o seu procedimento ético-profissional e sua conduta social.
Parágrafo único. Cada OPM deverá manter permanentemente atualizados os registros referentes à ficha individual de elogios e sanções disciplinares, onde constará, inclusive, a classificação comportamental de seus integrantes, sem prejuízo de registros em outros sistemas oficiais. 
Art. 80. As punições disciplinares têm o seguinte valor numérico para efeito de classificação de comportamento:
Repreensão – 01 (um) ponto negativo;
Detenção e Suspensão até 05 (cinco) dias – 02 (dois) pontos negativos;
Suspensão de 06 (seis) até 10 (dez) dias – 03 (três) pontos negativos;
Parágrafo único. A punição privativa de liberdade descrita no inciso II deste artigo terá a sua pontuação acrescida em 1 (um) ponto negativo, se aplicada com prejuízo do serviço.
Art. 81. O comportamento deve ser classificado, dentro de uma escala disciplinar, em:
I – Excepcional – quando estiver classificado com 10 (dez) pontos positivos; 
II – Ótimo – quando estiver classificado com 9 (nove) pontos positivos; 
III – Bom – quando estiver classificado entre 8 (oito) e 1 (um) pontos positivos; 
IV – Regular – quando estiver classificado com zero ponto;
V – Mau – quando o militar do Estado ingressar na pontuação negativa da escala disciplinar. 
§ 1º. A escala disciplinar consiste numa gradação de pontos, referentes ao comportamento, estabelecidos num limite máximo de 10 (dez) pontos positivos.
§ 2º. Ao ser incluído na Instituição Militar do Estado, o militar do Estado será classificado no comportamento Bom, com 8 (oito) pontos positivos na escala disciplinar.
Art. 82. Os atos de classificação e reclassificação, de competência do Comandante da OPM, serão necessariamente publicados em boletim. 
Art 83. A reclassificação do comportamento dos militares do Estado deve ser feita automaticamente e da seguinte forma:
§ 1º. A cada 5 (cinco) anos de efetivo serviço, sem que seja sancionado com qualquer das penalidades previstas nesta Lei, será acrescido 1 (um) ponto na escala disciplinar até o limite máximo estabelecido no § 1º, do artigo 81;
§ 2º. O militar do Estado punido terá descontada na sua escala disciplinar a pontuação correspondente à sanção imposta, conforme o artigo 80 desta Lei. 
§ 3º. O militar do Estado reintegrado pela via judicial ou administrativa será classificado na escala disciplinar com a pontuação e comportamento devidamente atualizados, conforme o disposto no artigo 81 e no caput deste artigo.
Art. 84. Anualmente, até o último dia do mês de janeiro, a OPM deverá publicar em boletim a classificação comportamental do seu efetivo.
TÍTULO VI
DOS DIREITOS E RECOMPENSAS
Art 85. As recompensas constituem reconhecimento dos bons serviços prestados pelo militar do Estado e, além de outras previstas em leis e regulamentos, são as seguintes:
I – os elogios, louvores e referências elogiosas, individuais ou coletivas;
II – dispensas do serviço. 
Parágrafo Único. As recompensas tratadas neste capítulo deverão ser publicadas e registradas em ficha individual de elogios e sanções disciplinares.
Art 86. O elogio individual, que destaca as qualidades moral e profissional, somente poderá ser atribuído ao militar do Estado que tenha se destacado no seio da coletividade, no desempenho de ato de serviço ou ação meritória. Os aspectos principais que devem ser ressaltados referem-se às boas iniciativas, ao caráter, à coragem e desprendimento, à inteligência, à boa conduta sócio-profissional, à cultura técnico-profissional e geral, à capacidade como instrutor, como comandante e como administrador e à capacidade física.
Art 87. O elogio coletivo visa recompensar e ressaltar, conjuntamente, dois ou mais militares do Estado que tenham relevantedesempenho em ato de serviço ou em ação meritória. 
Art 88. Os elogios têm o seguinte valor numérico para efeito de classificação de comportamento, sendo acrescidos os respectivos valores na escala disciplinar do militar do Estado:
Elogio Coletivo – 0,2 (dois décimos) pontos;
Elogio Individual – 0,25 (vinte e cinco centésimos) pontos.
Art. 89. As dispensas do serviço, como recompensas, são autorizações concedidas ao militar do Estado para o afastamento total do serviço, em caráter temporário, não invalidando o direito de férias e de licenças.
§ 1º. A dispensa de serviço de que trata este artigo será concedida pelo período máximo de 08 (oito) dias, não podendo ultrapassar 18 (dezoito) dias dentro do mesmo ano civil.
§ 2º. As dispensas de serviço isentam de todas as atividades militares e serão concedidas com a remuneração integral e computadas como tempo de efetivo serviço.
Art. 90. As autoridades especificadas no artigo 13 têm atribuição para anular, restringir, ampliar ou suspender as recompensas de que trata este capítulo, concedidas por si ou por seus subordinados, devendo tal decisão ser devidamente fundamentada e publicada.
LIVRO II
DOS PROCEDIMENTOS DISCIPLINARES
TÍTULO I
DAS DISPOSIÇÕES COMUNS
CAPÍTULO I
GENERALIDADES
Art. 91. A autoridade que tiver ciência de irregularidade cometida por militar do Estado deverá promover sua imediata apuração mediante sindicância ou processo administrativo disciplinar.
Parágrafo único. Quando o fato narrado não configurar evidente transgressão disciplinar ou ilícito penal, a representação será arquivada, por falta de objeto.
Art. 92. O ofendido poderá, mediante manifestação escrita, desistir total ou parcialmente do pedido formulado, ou, ainda, renunciar a direitos disponíveis.
§ 1º. Havendo vários ofendidos, a desistência ou renúncia atinge somente quem a tenha formulado.
§ 2º. A desistência ou renúncia do ofendido ou interessado, conforme o caso, não prejudica o prosseguimento da apuração disciplinar, se a administração considerar que o interesse da Instituição assim o exige.
Art. 93. Todo e qualquer ato dos procedimentos disciplinares deverá ser reduzido a termo, datilografado ou digitado, excetuadas as situações de comprovada impossibilidade, quando poderá ser manuscrito, desde que de forma legível.
§ 1º.	O processo administrativo disciplinar e a sindicância, quando forem digitados, deverão utilizar a seguinte formatação:
espaço entre linhas 1,5 (um e meio);
fonte Times New Roman, estilo normal para o vernáculo;
tamanho 12 (doze) para textos e 14 (catorze) para títulos;
caixa alta para títulos, nome de pessoas, inclusive para os militares do Estado;
negrito, para títulos e nome, posto ou graduação dos militares do Estado. 
§ 2º. A sindicância e o processo administrativo disciplinar, quando forem datilografados, deverão utilizar espaço 2,0 (dois).
Art. 94. Todas as folhas devem ser numeradas em ordem seqüencial e rubricadas, a partir da capa, no canto superior direito de cada lauda, pelo escrivão no processo administrativo disciplinar e pelo sindicante ou secretário, se houver, na sindicância.
§ 1º.	Nos procedimentos disciplinares, os espaços que não forem utilizados devem ser anulados, de modo a impossibilitar o acréscimo aparentemente regular de qualquer impressão, apondo-se em diagonal, no centro do espaço da folha, a expressão “em branco”, em caixa alta.
§ 2º.	As eventuais correções, feitas com rasuras, borrões ou aplicação de tinta corretiva, deverão ser registradas quando da elaboração da ata de audiência ou do relatório, para que se evite interpretação da existência de adulterações.
§ 3º. Os documentos que compõem os procedimentos disciplinares serão encadernados, com espiral ou colchetes, e ordenados cronologicamente, conforme a data de elaboração ou recebimento pelo sindicante ou pela comissão processante. 
§ 4º. Todos os atos, documentos e termos dos procedimentos disciplinares serão extraídos em duas vias ou reproduzidos em cópias autenticadas, de modo a formar autos suplementares.
CAPÍTULO II
DA COMPETÊNCIA
Art. 95. São autoridades competentes, no âmbito da Corporação, para determinar a instauração de sindicância e processo administrativo disciplinar as previstas no artigo 13 desta Lei.
Parágrafo Único. O Corregedor Chefe tem competência para instaurar sindicância e processo administrativo disciplinar, na espécie Conselho de Disciplina, no âmbito de toda a Corporação.
Art. 96. Havendo conflito de competência, este será dirimido por autoridade superior competente.
Art. 97. Na hipótese do acusado ser oficial, a competência para a instauração do processo administrativo disciplinar será privativa do Comandante Geral. 
CAPÍTULO III
DO LOCAL DOS TRABALHOS
Art. 98. Os trabalhos de apuração através dos procedimentos disciplinares deverão ser desenvolvidos na OPM em cuja área de atribuição tenha ocorrido o fato objeto da apuração, ou nas dependências da organização a que pertencer o acusado, o sindicante ou o presidente da comissão processante ou, ainda, a critério da autoridade competente, estendendo-se até onde for necessário.
CAPÍTULO IV
DO AFASTAMENTO PREVENTIVO
Art. 99. Como medida preventiva, e a fim de que o militar do Estado acusado de cometimento de transgressão disciplinar não interfira na apuração a que estiver submetido, a autoridade instauradora da sindicância poderá, julgando conveniente, de ofício ou a requerimento do sindicante, afastar o acusado da função, enquanto perdurar o feito investigatório, sem prejuízo da remuneração e do tempo de serviço. 
§ 1º. O militar do Estado submetido a processo administrativo disciplinar ficará, obrigatoriamente, afastado de sua função, por ato da autoridade competente instauradora, enquanto perdurar o feito investigatório, aplicando-se, ainda, o disposto no inciso IX do artigo 23 da Lei 7.990, de 27 de dezembro de 2001, sem prejuízo da remuneração e do tempo de serviço. 
§ 2º. O militar do Estado afastado preventivamente ficará à disposição do sindicante ou da comissão processante, devendo responder expediente administrativo na sua OPM de origem ou em outra que lhe for designada, a critério da autoridade competente, quando não houver audiência.
§ 3º. O afastamento poderá, a critério da autoridade competente, ser acrescido da proibição do uso de uniforme e porte de arma de fogo, pelo prazo de até 30 (trinta) dias, prorrogável por igual período, desde que compatível com o prazo da apuração disciplinar, findo o qual cessarão os efeitos da vedação.
CAPÍTULO V
DOS INCIDENTES
Seção I
Do incidente de Suspeição e do Impedimento
Art. 100. Não poderá ser designado como sindicante, presidente ou membro de comissão processante o militar do Estado:
I - que representou contra o sindicado ou acusado;
II - que seja cônjuge ou companheiro do autor da representação, do ofendido ou do acusado, ou que tenha com estes grau de parentesco consangüíneo, em linha reta ou colateral, até o quarto grau, ou por afinidade, em linha reta ou colateral, até o segundo grau;
III - que se der, justificadamente, por suspeito ou, se não o fizer, que tiver o seu impedimento constatado através de manifestação de terceiros;
IV - que seja amigo íntimo ou inimigo do acusado ou do ofendido.
Parágrafo Único. O sindicante e os membros da comissão processante não poderão atuar como testemunhas nos procedimentos que conduzirem.
Seção II
Do Incidente de Insanidade Mental 
Art. 101. Havendo dúvida a respeito da imputabilidade disciplinar do acusado, em virtude de doença ou deficiência mental, o sindicante ou presidente do processo administrativo disciplinar, de ofício ou a requerimento do defensor:
I - providenciará a apresentação do acusado à junta militar de saúde da Corporação ou à junta médica oficial, das quais participem, pelo menos, um médico psiquiatra, para fins de perícia médica, apresentando os quesitosnecessários à realização do exame, facultada à defesa a indicação de assistente técnico;
II - comunicará a decisão à autoridade instauradora, tendo em vista o disposto nos artigos 78, inciso II e 107 desta Lei. 
§ 1°. Caso a perícia seja determinada de ofício pelo sindicante ou presidente do processo, deverá ser intimado o defensor para que, no prazo de até 3 (três) dias, ofereça os quesitos que entenda necessários ao esclarecimento das circunstâncias do fato objeto da apuração.
§ 2°. Quando o defensor requerer a realização de perícia deverá no ato do requerimento apresentar os quesitos que entenda necessários ao esclarecimento das circunstâncias do fato objeto da apuração.
Art. 102. O requerimento de perícia deverá conter, dentre outros, obrigatoriamente os seguintes quesitos:
I. se o militar do Estado acusado sofre de doença mental, desenvolvimento mental incompleto ou retardado;
II. se no momento em que ocorreu o fato motivador do processo, o acusado se achava no estado referido no item anterior;
III. se a doença ou deficiência mental do acusado, não lhe suprimindo, diminuiu-lhe entretanto, consideravelmente, a capacidade de entendimento da ilicitude do fato ou a autodeterminação, quando o praticou; 
IV. se o acusado, em razão da moléstia ou deficiência mental de que é portador, deve ou não ser considerado apto para o serviço e se é ou não necessária a internação hospitalar ou tratamento ambulatorial. 
Parágrafo único. O laudo, além das respostas aos quesitos formulados, poderá conter outros esclarecimentos considerados necessários pelos seus elaboradores.
Art. 103. A junta militar de saúde da Corporação deverá apresentar laudo dentro do prazo de 15 (quinze) dias úteis. 
Art. 104. Recebido o laudo, o sindicante ou presidente do processo notificará o acusado e o defensor para conhecimento do documento pericial e das respostas aos quesitos.
Art. 105. Se os peritos consideraram o militar do Estado acusado imputável ou semi-imputável, o rito processual terá prosseguimento normal.
Art. 106. Se os peritos consideraram o acusado inimputável, o processo será remetido à autoridade instauradora, com proposta de arquivamento, e esta: 
I. arquivará o processo, determinando que o militar do Estado acusado seja encaminhado ao órgão de pessoal da Corporação, para a adoção das medidas administrativas pertinentes; 
II. discordando, fundamentará sua decisão, adotando medidas para elaboração de novo exame pericial.
Art. 107. Ocorrendo o incidente de insanidade mental, a sindicância ou o processo administrativo disciplinar será suspenso, sem prejuízo das diligências que possam ser comprometidas com o seu adiamento, observando-se o contraditório e a ampla defesa. 
§ 1º. Havendo mais de um acusado, o procedimento disciplinar ficará suspenso apenas em relação àquele em que a defesa haja suscitado a verificação de insanidade mental, não obstando o prosseguimento referente aos demais, caso em que ocorrerá o desmembramento do feito. 
§ 2º. O sobrestamento de que trata este artigo deverá ser publicado em boletim ostensivo.
Seção III
Do Incidente de Extravio
Art. 108. Ocorrendo o extravio do acusado, o sindicante ou presidente do processo administrativo disciplinar fará certificar o fato nos autos e solicitará o sobrestamento do procedimento à autoridade instauradora, fundamentando-o na hipótese de desaparecimento em curso de efetiva ação policial, de busca e salvamento, de combate a incêndio, de socorro de vítimas de calamidade ou em ação militar de exercício ou de campanha.
§1º. O sobrestamento do incidente de extravio deverá ser publicado em boletim ostensivo.
§2º. Apresentando-se o extraviado, a autoridade instauradora determinará o prosseguimento do procedimento, publicando em boletim sua decisão. 
CAPÍTULOVI
DAS INTIMAÇÕES E NOTIFICAÇÕES
	
Art. 109. A testemunha será notificada através de ofício expedido pelo sindicante ou comissão processante, devendo a segunda via, com o ciente dela, ser entranhada aos autos.
§1º. Se a testemunha for militar da ativa ou agente público, a notificação deverá ser endereçada à autoridade a que estiver subordinada, com indicação do dia, hora e local marcado para audiência, com, no mínimo, 2 (dois) dias de antecedência. 
§ 2º. Se a testemunha for militar do Estado em situação de inatividade, a notificação deverá ser feita através do órgão de recursos humanos da Corporação.
Art. 110. As testemunhas arroladas pelo acusado ou seu defensor e deferidas pelo sindicante ou pela comissão processante deverão ser apresentadas pela defesa no dia, horário e local designados, independentemente de notificação, exceto se militar ou funcionário público, cuja apresentação se dará mediante notificação por intermédio do respectivo comandante ou chefe de repartição.
§1º. Se as testemunhas arroladas pela defesa não forem encontradas e o acusado e seu defensor, após notificados, não fizerem a substituição dentro do prazo de 3 (três) dias, ocorrerá preclusão, prosseguindo-se nos demais termos do procedimento disciplinar.
Art. 111. Quando o acusado estiver preso, a notificação deverá ser feita à autoridade a que estiver à disposição ou àquela responsável pela sua custódia.
Art. 112. Regularmente notificada, se a testemunha não comparecer, o sindicante ou a comissão processante, certificando-se das razões do não comparecimento, expedirá, se for o caso, nova notificação, sem prejuízo de outras providências.
Parágrafo único. Persistindo o não comparecimento, consignar-se-á tal fato no relatório do procedimento disciplinar.
Art. 113. A notificação das audiências deverá ser feita ao acusado e a seu defensor, se houver, a fim de que possam comparecer, garantindo o exercício da ampla defesa e do contraditório.
Parágrafo único. Nenhum ato da instrução poderá ser praticado sem a prévia notificação do acusado e do seu defensor, se houver.
CAPÍTULO VII
DA CARTA PRECATÓRIA
	
Art. 114. A carta precatória será expedida através de ofício ou fac-símile, cabendo à autoridade deprecante formular as perguntas a serem feitas, juntando cópia da portaria de instauração do procedimento disciplinar e dos documentos de origem, além de outros julgados necessários.
§ 1º. A autoridade deprecada diligenciará imediatamente, remetendo a conclusão, no mais curto espaço de tempo possível, à autoridade deprecante.
§ 2º. A carta precatória expedida para outra coirmã deverá ser encaminhada através do Comandante Geral.
§ 3º. A produção de prova poderá ser requisitada através de carta precatória, expedida diretamente ao comandante da OPM local, pelo sindicante ou presidente da comissão, que deverá cientificar a defesa sobre tal ato para acompanhamento.
CAPÍTULO VIII
DA OITIVA DE PESSOAS
Art. 115. O sindicante ou a comissão processante deverá ouvir, primeiramente, o acusado, em seguida, sempre que possível, o ofendido ou denunciante, as pessoas que a critério do sindicante ou da comissão processante possam prestar esclarecimentos a respeito dos fatos, as referidas por estas, e, por fim, as testemunhas indicadas pela defesa.
§1º. Na sindicância, na fase de defesa inicial, cada acusado poderá arrolar até 3 (três) testemunhas, com a possibilidade de serem ouvidas até mais 2 (duas) referidas, a requerimento da defesa ou a critério do sindicante. 
§2º. No processo administrativo disciplinar, quando da apresentação das razões iniciais de defesa, cada acusado poderá arrolar até 5 (cinco) testemunhas, podendo ser ouvidas até mais 2 (duas) referidas, a requerimento da defesa ou a critério da comissão processante.
§3º. As testemunhas deverão ser inquiridas separadamente, de modo que uma não possa ouvir o depoimento da outra.
§4º. O sindicante ou a comissão processante poderá ouvir, na condição de testemunha, militar do Estado superior hierárquico.
§5º. O requerimento da defesa para a oitiva de testemunha referida se dará na própria audiência, sendo consignado na respectiva