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Linhas da Ordem Jurídica 1º Linha base – de ordem jurídica – problemas como o Luís e a Maria Linhas da ordem Jurídica: 1º Linha – de ordem jurídica – problemas como o Luís e a Maria – contrato de arrendamento, qualidade dos sujeitos que se relacionam entre eles (privados). - Paridade e intersubjetividade entre os sujeitos porque todos intervêm na mesma qualidade como sujeitos privados. Desenvolvem uma bilateralidade. A comunidade não está presente. O sujeito privado pode ser uma pessoa individual ou coletiva (1 deles mobiliza os poderes). Intenção de igualdade, de uma participação dinâmica dos sujeitos. – Justiça comutativa O equilíbrio de interligação que existia entre os sujeitos deixa de haver pois surgem danos num dos sujeitos. O Luís tem que tornar a Maria sem danos (compensar – indemnizações) -– Justiça corretiva Domínios do direito privado: - Direito civil - Direito comercial - Direito do trabalho - Negócio jurídico No âmbito da troca existem 2 transações: - Particular voluntária: Não deixa de admitir o lucro e correr risco de prejuízo. Ex. contrato de arrendamento – Luís e Maria. - Particular involuntária: Repor o equilíbrio causado por um dano. Responsabilidade jurídica. Ex. Responsabilidade moral Existem 2 tipos de justiça: - Comutativa: igualdade nos 2 sujeitos - Corretiva: Conseguir corrigir um dano provocado, existindo danos e compensação Estado A (Privado) B (privado) 2º Linha - Relação em que os direitos, pelo menos um dos sujeitos aparecer a assumir sua qualidade de ente pública, quer dizer que está capaz de assumir um poder público. – Relação entre particulares e o estado. O sujeito pede ao estado. Parte do sujeito público: sujeito pertence a uma certa comunidade – que preserva e protege certos valores e que se alguém via esses valores já falamos de um plano privado. Justiça Geral: tem a ver com aquilo que a comunidade pode exigir de lados os seus membros ou que cada um dos membros: exige da comunidade há aqui uma relação de reciprocidade. Justiça aplicada a todos de uma forma igual, ou seja, em comunidade. Intenção de garantir que estas relações desenvolvem, exigindo determinados tipos de responsabilidades, mas também dever com a comunidade. Justiça protetiva: Proteger os cidadãos perante a prepotência dos estados (igualdade e dignidade). Manifesta-se o principio da legalidade criminal (Não há crime nem pena que uma lei anterior ao crime reconheça o ato como criminoso). Exemplo: Direito da família, Direito civil, direito constitucional, direito fiscal. Um cidadão que ntende que o bairro nde vive e circula não tem condições para exercer um direito como a liberdade de expressão no vertente do seu meio religioso. Como não tem condições vai instaurar uma ação contra o estado. Exige do mesmo condições para exercer a sua liberdade religiosa. Os sujeitos da controvérsia estão no campo do direto constitucional. O direito está a ser exercido com um fim/destinatário – estado/sociedade. Estado (público) A B 3º Linha - É um conjunto de tarefas que foram assumidas pelo estado, após a II Guerra Mundial. Estado social e/ou Estado de Providência (Estado intervencionista, assume fins e não é um mero garante. Quer modificar uma realidade social). Temos a sociedade organizada em Estado, através das políticas públicas, que atingiu, inevitavelmente o cidadão, pedindo sacrifícios e fornecendo benefícios. Exige uma colaboração de todos os cidadãos, em nome da sociedade. Parte do estado para o ente privado. É uma linha protetiva. A justiça aplicada é a justiça distributiva sempre acompanhada pela justiça protetiva devido ao desenvolvimento de políticas públicas. Ex: Impostos Estado A B Expressões Latinas: Quid jurio? Significa pressupor o Direito Expressão usada quando se pretende encontrar uma resposta para uma controvérsia juridicamente relevante, pressupondo os critérios do direito. Quid jus? Questiona-se sobre o próprio Direito Tipo de pergunta: •Quais são as exigências do Direito? •O que distingue o Direito? •O que permite distinguir os problemas jurídicos relevantes dos outros? NOTA: Atualmente, a identificação do Direito com lei é insustentável. Controvérsia prática juridicamente relevante: Elementos: - Situação histórico-concreta partilhada – situação entre 2 sujeitos - O contexto dessa situação - Sujeitos na sua autonomia-diferença – posições adaptadas pelo sujeito - Exigência do tratamento da situação de diferença/tratamento assimila o litígio O que dá identidade à controvérsia? - O facto de os sujeitos partilharem a mesma ordem jurídica, apesar de sustentarem posições diferentes. Assim, a controvérsia deve ser um litígio, ou seja, um sistema jurídico com os mesmos critérios e fundamentos, e não um diferendo. Não existem os mesmos critérios e, por isso, não há comunicação possível entre as partes. Na controvérsia jurídica: Existe a possível intervenção de um terceiro imparcial de maneira a definir os direitos do sujeito A e do sujeito B, esclarecendo as diferentes posições das partes e encontrando uma resposta para tal controvérsia. Essa 3º pessoa convoca as mesmas normas e os mesmos princípios que as partes sustentam. O direito está associado à justiça e à moral – Valoriza a moral mas esta por si só não é dotada de juridicidade. Muitas normas jurídicas fazem noção a normas de moral, mas são assumidas por uma norma jurídica. Intersubjetividade como bilateralidade atributiva Correspetividade de direitos e deveres – A um direito corresponde um dever Pelo que se o sujeito sobre o qual recai o dever não o cumpre, o sujeito titular do correspondente direito tem que exigir o cumprimento do mesmo (exigibilidade). Voluntária ou involuntariamente (se for involuntariamente pode ser exigido pelos tribunais). Ex: se o meu vizinho não respeita voluntariamente o meu direito (de crédito) então tenho que recorrer ao tribunal e peço que reconheça o meu direito e que obrigue o meu vizinho a cumprir, mas ainda não existem garantias de que este cumpra. Se a ordem do tribunal não for cumprida então aí recorre-se à executabilidade e para tal existem as sanções, ou seja, o tribunal arranja forma de se cumprir o direto. Ex: (caso anterior) Após a sentença do tribunal se o vizinho não cumprir o direito, neste caso de crétito, o tribunal condena-o a cumprir, ou seja, o dever é executado através do património. Funções da Ordem Jurídica - Função Primária: é uma função natural e prescritiva, o Direito vai prescrever modelos de ação. Antes de mais nada, temos que saber o que distingue esta função do Direito. (Tanto o Direito como a moral pretendem orientar os nossos comportamentos). Vemos o Direito como princípio de ação orientadora (determina modelos /padrões para o comportamento) Todo e qualquer meio de que o Direito se serve para se tornarem, efetivamente, prático. Problema que se coloca: Distinguir direito de moral: Notas caraterizadoras do Direito que não encontramos na moral: - Intersubjetividade ou bilateralidade atributiva (relação entre dois sujeitos, onde existem direitos e deveres que devem ser compreendidos); - Juridicidade (Remete-nos para um ponto de vista externo). - Comparatibilidade ou tercialidade (Remete-nos para um ponto de vista interno). Moral + Direito Exige a conformidade exterior do comportamento com o critério vigente. Direito exige a abstenção mesmo que que entenda ou não, o que importa é que a ação do estado exterior respeite a regra. Os limites ao exercício da vontade, orientada pormotivos, tem que ser compatível e universal. COMPATIBILIDADE Direitos como princípio na esfera pessoal e os deveres nos outros. Exemplo da carruagem (Petrasky) Kant entende que estaremos a agir em termos moralmente livres quando formos orientados pelo dever. Isto é, quando a consciência aderir plenamente ao motivo da ação. DEVO – Sem pensar em possíveis consequências. Baseada na alteridade e com um sentido imperativo com a categoria do dever. Distinção tendencial: A conduta exterior só interessa à moral na medida em que manifeste uma atitude interior. Finalidade dos conceitos que caracterizam o direito: - Intersubjetividade: Relações com 2 ou mais sujeitos - Bilateralidade atributiva: Introduzida no séc XX. Antes era alteridade (referência ao outro). Para a moral, a presença do outro pode ser nuclear. Exemplo de petrazisky – Miguel Reale: Perante este exemplo só um dos problemas é que tem relevância jurídica (2º problema). Ajudar ou não? O 1º problema foi suscitado por um outro, foi feito um apelo. A resposta à pergunta desenvolve-se na consciência (puro dever – diz respeito apenas aos deveres). - O ancião não tem o direito de exigir um puro dever. - Plano de incomparabilidade - Desencadeia uma pergunta no princípio do dever puro. Pagar ou não? - Problema distinto do primeiro pois este trata-se de uma prestação de serviços. – Surge porque na esfera do outro aparece um direito. Resumo: o núcleo é o mesmo. Os sujeitos relacionam-se através de um vínculo. Mediação de uma condição social. Direito como critério da exigibilidade: (critério subjetivo – a um dever corresponde um direito) Mesma palavra com sentidos diferentes. Sentido objetivo – “law” Sentido subjetivo – “Right” Quando temos uma relação jurídica há a presença da intersubjetividade. Na moral não existe exigibilidade devido à consciência. Comparabilidade: Confronto de problemas jurídicos e pessoais. - Jurídicos: Envolve uma comparabilidade na posição que ocupam uma em relação à outra. Sujeitos que se relacionam, estabelecendo um vínculo com determinadas posições entre os sujeitos, que resultam de direitos e deveres. - Pessoais: Problemas pessoais/éticos como problema único. O sujeito que dirige o apelo não vais ser comparado com outro, mas sim considerado como único, singular. Quando estabelecemos um vínculo, adotamos direitos e deveres, partindo de uma posição. Senhorio--------arrendatário Comparabilidade de posições; Não procura a singularidade dos indivíduos; Padrão de comparação: Tercialidade (3º sujeito) – identifica normas e princípios. Fornece a perspetiva dos 2 sujeitos.