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História da Educação

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Em 1549, quando os primeiros jesuítas desembarcaram na Bahia, a educação era focada exclusivamente na catequização. A educação era pensada pela Igreja Católica, que mantinham uma relação estreita com o governo português, tinha o objetivo de converter a alma do índio brasileiro à fé cristã.
"Havia uma divisão clara de ensino: as aulas lecionadas para os índios ocorriam em escolas improvisadas, construídas pelos próprios indígenas, nas chamadas missões; já os filhos dos colonos recebiam o conhecimento nos colégios, locais mais estruturados por conta do investimento mais pesado."
"Em 1750, ano da assinatura do Tratado de Madrid entre Portugal e Espanha, a até então confortável situação da Companhia de Jesus no Brasil começou a se deteriorar. Nove anos depois, ocorreu a expulsão desta ordem religiosa das terras brasileiras. A educação jesuítica guarda poucas semelhanças com o que vemos hoje em dia nas escolas. O legado deixado pelos soldados de Cristo, porém, ainda é muito debatido na academia"
Com a expulsão dos jesuítas, comandada pelo primeiro-ministro de Portugal, Marquês do Pombal, significou uma remodelação no sistema de ensino brasileiro. Assim os jesuítas tiveram seus livros e manuscritos destruídos, a religião foi deixada de lado. Foi implantado o ensino público oficial e laico.
Influenciado pelas ideias iluministas, Pombal tinha a ideia de que era preciso modificar a educação do Brasil. E, em 1772, houve a instauração dessas mudanças. A reorganização fez com que o professor se tornasse uma figura central do processo educacional.
O Estado ofereceria línguas modernas, desenho, aritmética, geometria e ciências naturais – correspondendo aos ensinos primário e secundário.
Essa reforma seria uma maneira de descentralizar a educação das mãos dos jesuítas e garanti-la a todos os cidadãos. Porém pouco mudou! Muitos religiosos que permaneceram aqui continuaram a ministrar aulas em suas casas, igrejas e outros domicílios particulares, visto que a população rendia-lhes valor, tendo-os como verdadeiros educadores.
Com a chegada da família real no brasil, em 1808, impulsiona alguns investimentos na área da educação, contribuíram na criação das primeiras escolas de ensino superior. 
Em 1827, foi aprovada a primeira lei brasileira que tratava exclusivamente da educação. "O texto, em seu artigo 1º, afirmava que “Em todas as cidades, vilas e lugares mais populosos, haverão as escolas de primeiras letras que forem necessárias”. A nova regra também foi um marco para as garotas, que passaram a se misturar aos meninos nas escolas de letras do Estado. Não havia, ainda, uma duração de tempo definida para o ensino primário, mas a lei foi o início de uma nova forma de organizar o ensino brasileiro. "
"No artigo 6º, a lei versava sobre as matérias que os professores deveriam ensinar em sala de aula. Constava do texto da lei o ensino da leitura, da escrita e da matemática, além princípios de moral cristã da religião católica e da história do Brasil. No mesmo texto, estranhamente, havia a previsão de que os professores considerados pouco qualificados para lecionar deveriam complementar a sua formação de forma individual - o Estado não bancaria a capacitação do docente."
Anos depois que a preocupação com a formação do professor voltou a se tornar uma prioridade. Em 1834, o governo monárquico inaugurou a primeira escola de formação de professores.
Durante o período regencial, ocorreu uma reforma na Constituição que dura até hoje. O chamado Ato Adicional, instituído pelo governo, foi definido que o ensino elementar, o secundário e a formação dos professores seriam responsabilidades das províncias e o ensino superior pelo poder central. "Com isso, foi fortalecida a descentralização do ensino, com consequências negativas para a organização da educação no país. "
Dificuldades relacionadas à educação foram encontradas em todos os níveis, visto que a elite monárquica não se importava com o ensino da maioria da população – predominantemente rural, analfabeta e escrava. 
Essa mesma elite educava seus filhos com preceptores, uma vez que não havia a exigência de conclusão de curso primário para alcançar o ensino secundário. Assim, aqueles que não podiam contratar professores particulares acordavam para aulas conjuntas e, aos pobres, restavam algumas escolas que só ensinavam a ler, escrever e contar. “Segundo o relatório de Liberato Barroso, apoiado em dados oficiais, em 1867, apenas 10% da população em idade escolar se matricularam nas escolas primárias” 
As mulheres continuavam inferiores aos homens, recebendo instrução de boas maneiras, prendas domésticas e formação moral e religiosa. Apenas em poucas famílias mais abastadas, recebiam noções de leitura – o que configurava um grande avanço à educação feminina.
Após a Proclamação da República, algumas reformas foram realizadas. " A primeira delas foi do ministro da Instrução, Benjamin Constant, realizada em 1890, com foco no ensino superior. As escolas de base, no entanto, não entraram nas prioridades dos primeiros governos republicanos. Uma das heranças do período imperial brasileiro na Constituição Republicana de 1891 foi a manutenção da dualidade do sistema escolar: boas e poucas escolas para as elites e escolas de qualidade duvidosa para os demais. Basicamente, as escolas mantidas pelo governo federal eram destinadas aos mais ricos. Sobravam para as camadas mais pobres os colégios do sistema estadual, que, mesmo com um investimento maior após a lei republicana, eram locais com estrutura carente e composto por professores de baixa qualificação. "
É no governo ditatorial de Getúlio Vargas que, apesar do controle ideológico que havia nas salas de aula, inicia-se um movimento à criação de um sistema organizado de ensino. Uma das primeiras iniciativas do governo foi a criação do Ministério da Educação.
Com o Estado Novo, em 1937, Getúlio Vargas “cria” um sistema educacional com o objetivo de “construir” o cidadão-trabalhador: a Pedagogia do Estado Novo. Essa pedagogia reforça a educação excludente, visto que aos pobres se dá somente o direito de aprender para trabalhar, enquanto à classe média oferece-se o ensino propedêutico; e, às mulheres, o direito de matrícula somente em instituições de frequência feminina.
Somente após o governo de Vargas que a educação apareceu na Constituição como “um direito de todos”. No fim da década de 1940, as escolas secundarias têm forte expansão e, aos poucos vão perdendo seu caráter elitista, embora o acesso ainda não fosse de todos. "Segundo dados do Serviço de Estatística do Ministério da Educação e Cultura, em 1940, eram 155 mil frequentadores dessa etapa escolar. E, em dez anos, o número sobre para 365 mil. É nesta época, inclusive, que as ideia do pedagogo pernambucano Paulo Freire ganham repercussão nacional, em especial seus métodos de alfabetização e de educação da população carente. "
"Em 1961, é promulgada a primeira Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB). Histórico, o documento institui um núcleo de disciplinas comuns a todos os ramos. Mas é na segunda versão da LDB, porém, que se torna possível enxergar um sistema de ensino mais parecido com o atual."
"Neste documento, de 1971, fica obrigatória a conclusão do primário, fixado em oito anos, e passam a ser utilizados os termos 1º grau e 2º grau - nesta segunda fase escolar, procura-se imprimir um caráter mais técnico, por preferência dos militares que comandavam o país. Essa ideia prevalece até 1982. "
Em 1964, o golpe militar implanta um regime de autoritarismo em todas as esferas nacionais. Na esfera educacional, foram inúmeras as reformas realizadas sem contar com a participação dos maiores interessados: diretores, professores, alunos... Os resultados foram drásticos: “elevados índices de repetência e evasão escolar, escolas com deficiência de recursos materiais e humanos, professores pessimamente remunerados e sem motivação para trabalhar, elevadas taxas de analfabetismo” (PILETTI, 2003. p. 114).
A União Nacional dos Estudantes (UNE) e as uniões estaduaisforam substituídas pelo Diretório Nacional dos Estudantes (DNE) e pelos diretórios estaduais, respectivamente; ali havia proibição de reuniões e discussões sobre quaisquer assuntos.
A pedagogia da “escola do trabalho”, tendo como base a profissionalização do ensino médio, voltou a ser discutida e obrigatória. Todas as escolas de segundo grau tiveram que se tornar profissionalizantes, o que piorou a situação educacional pública do país, visto que, de uma hora para outra, tais escolas tiveram que mudar seus currículos, seus espaços e seus professores. Houve falta de profissionais especializados e de infraestrutura. Muitas instituições diziam ser profissionalizantes sem cumprir o necessário estabelecido para tal, lançando no mercado mão de obra desqualificada. É curioso dizer que escolas particulares não aderiram à letra da lei, continuando com a educação voltada para a formação geral e para a preparação ao vestibular. Assim, a elite bem preparada ocupava as vagas das melhores universidades – as públicas. Manteve-se o dualismo escolar. E abriu-se espaço para a privatização da educação!
Durante o período ditatorial, o número de analfabetos era muito grande, e os militares sentiram-se envergonhados com um índice tão alto; foi criado, em dezembro de 1967, o Movimento Brasileiro de Alfabetização (Mobral), que em cinco anos “acabaria” com o analfabetismo brasileiro.
A reforma universitária de 28 de novembro de 1968 intensificou a universidade elitista, instituindo o vestibular classificatório e excluindo os excedentes, multiplicando vagas apenas em escolas superiores particulares.
Na década de 1980, começou o lento processo de democratização. O regime militar se enfraquecia, enquanto os civis, a classe política e a estudantil apresentavam-se com mais coragem.
"Essa estrutura permanece até LDB de 1996, quando entra em vigor a denominação de Ensino Fundamental e Ensino Médio. A mudança ocorrida naquele ano incluiu ambos os períodos como etapas da educação básica, e integrou, oficialmente, a educação infantil, que ganhou mais relevância no cenário nacional. "
A LDB (Lei n° 5.692/71) foi um fracasso, e a Lei n° 7.044/82 retomou a ênfase do ensino de segundo grau na formação geral, dispensando a obrigatoriedade da profissionalização.
O Parecer n° 342/82 do Conselho Federal de Educação marcou o retorno da disciplina de Filosofia, de forma optativa.
Com o fracasso do Plano Cruzado, em 1986, o congelamento das mensalidades das escolas particulares e, mais tarde, a supervalorização dos preços, o ensino tornou-se mais elitizado, tornando cada vez mais restrita a escola de qualidade.
O Fórum da Educação na Constituinte, formado por defensores da escola pública e gratuita para todos, reuniu diversas entidades, como a Associação Nacional de Educação (ANDE), a Central Única dos Trabalhadores (CUT) e a União Nacional dos Estudantes (UNE); exigia verbas públicas somente para escolas públicas e divulgou em abril de 1987 o Manifesto à nação. Esse documento exigia a garantia de alguns princípios, como educação sendo direito de todos e dever do Estado.
Esses princípios foram adotados pela Carta Magna de 1988, com exceção do tópico de número quatro. A Constituição de 1988 teve como uma de suas finalidades resgatar uma dívida de exclusão do ensino, de educação, de oportunidade de conhecer e de saber com a sociedade brasileira.
Eis, então, alguns artigos da Constituição da República Federativa do Brasil marcantes para esta pesquisa:
Art. 6°. São direitos sociais a educação, a saúde, o trabalho, a moradia, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos desamparados, na forma desta Constituição. (...)
Art. 205: A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho.
Art. 206: O ensino será ministrado com base nos seguintes princípios:
1.	igualdade de condições para o acesso e permanência na escola;
IV. gratuidade do ensino público em estabelecimentos oficiais (...).
Art. 208: O dever do Estado com a educação será efetivado mediante a garantia de:
1.	ensino fundamental obrigatório e gratuito, assegurada, inclusive, sua oferta gratuita para todos os que a ele não tiveram acesso na idade própria;
2.	progressiva universalização do ensino médio gratuito;
IV. atendimento em creche e pré-escola às crianças de zero a seis anos de idade. (...)
Art. 213: Os recursos públicos serão destinados às escolas públicas, podendo ser dirigidos a escolas comunitárias, confessionais ou filantrópicas definidas em lei...
https://www.gazetadopovo.com.br/educacao/a-historia-da-educacao-no-brasil-uma-longa-jornada-rumo-a-universalizacao-84npcihyra8yzs2j8nnqn8d91/

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