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A Justiça Estadual

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Introdução ao Direito 
 
 
 
 
A JUSTIÇA ESTADUAL 
 
 
 
 
 
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Sumário 
 
Introdução .................................................................................................................................... 2 
 
Objetivo......................................................................................................................................... 2 
 
1. Justiça Estadual.........................................................................................................................2 
 1.1. Estrutura da Justiça Estadual..............................................................................................3 
 1.2. Juizados Especiais Estaduais..............................................................................................4 
 
Exercícios ...................................................................................................................................... 6 
 
Gabarito ........................................................................................................................................ 6 
 
Resumo ......................................................................................................................................... 7 
 
 
 
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Introdução 
Você sabia que a Justiça Estadual é a responsável pela grande maioria dos 
processos em nosso País? Processos de caráter civil, criminal e tributário são 
agrupados por esta Justiça, que está presente em todo território brasileiro. 
Desse modo, nesta apostila veremos o papel da Justiça Estadual no 
ordenamento brasileiro, observando sua função, sua estrutura e como é 
fundamental para que o cidadão tenha seus direitos garantidos com a aplicação da 
legislação ao caso concreto. 
Objetivos 
• Conhecer a Justiça Estadual Brasileira; 
• Conhecer o funcionamento dos Juizados Especiais Estaduais. 
 
1. Justiça Estadual 
A Justiça Estadual, em conjunto com a Justiça Federal, integra a Justiça 
Ordinária, tendo competência residual para julgamento, ou seja, é responsável por 
todas as temáticas que não são tratadas pela Justiça Especializada e que não possua 
a União, as Autarquias e as Empresas Públicas Federais como parte interessada no 
processo. É bem simples de entender, pois se a matéria não fizer parte da matéria de 
direito especial e não for de jurisdição federal, automaticamente faz parte da justiça 
comum estadual, subjugados aos Tribunais de Justiça estaduais. 
Como o próprio nome sugere, esta é uma Justiça organizada de acordo com 
as regras definidas em cada Constituição Estadual. Esta organização através dos 
Estados é prevista pela Constituição Federal em seu artigo 125. Atualmente, todos os 
Estados possuem uma Justiça Estadual ativa, recebendo grande parte dos processos 
do Poder Judiciário Brasileiro. 
 
SAIBA MAIS! 
 
 
De acordo com o Relatório da Justiça em Números, 
publicado pelo Conselho Nacional de Justiça em 2019, 
exatamente 48,4% dos municípios Brasileiros possuem 
uma sede da Justiça Estadual. 
 
 
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1.1. Estrutura da Justiça Estadual 
A Justiça Estadual é composta por Juízes de Direito, juízes leigos e por 
Desembargadores. Assim, temos uma divisão em dois graus de jurisdição, na qual o 
1º grau de jurisdição compreende os Juízes, os fóruns, e o 2º grau é formado pelos 
Desembargadores nos Tribunais de Justiça. 
Observe que os Juizados Especiais Cíveis não possuem 2ª Instancia. A 
doutrina majoritária entende que no Recurso Inominado, de exclusivo cabimento no 
Juizado Especial Cível (JEC), não é analisado por desembargadores, mas sim por três 
juízes que atuam nas Turmas Recursais. Outro ponto de relevância é que não há 
possibilidade de recorrer da decisão proferida pelas Turmas Recursais a menos que 
seja matéria passível de discussão no STF. Assim sendo, o JEC não segue o mesmo 
procedimento das Varas Cíveis. 
Os Juizados Especiais foram criados pela lei 9.099/95 e possuem 
características próprias. Foram criados com objetivo de tratar de matérias menos 
relevantes dando assim celeridade processual. O JEC (Juizado Especial Cível) julga 
causas de menor complexidade com valor de causa até 40 salários mínimos. Já o 
JECRIM (Juizado Especial Criminal) julga causas de menor potencial ofensivo. Há 
ainda a criação dos Juizados Especiais Fazendários que tratam de matéria inerente 
aos municípios ou estados. 
 
DICA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Importante destacar que cada Estado organiza e estabelece a estrutura de 
sua Justiça Estadual, respeitando os princípios dispostos na Constituição Federal de 
1988. Assim, a competência dos Tribunais e da atuação dos Juízes Estaduais é 
definida pelas Constituições Estaduais. 
Você sabe o que é uma Comarca dentro do Poder 
Judiciário? 
Comarca é a denominação dada a uma determinada área 
territorial de responsabilidade de um ou mais Juízes de 
Direito. Divide-se em três tipos: 
Comarca de Primeira Entrância: Possui apenas uma vara 
judicial, considerada uma área de menor porte. 
Comarca de Segunda Entrância: Tem uma área 
intermediária, possuindo entre duas e quatro varas. 
Comarca de Entrância Especial: Possui mais de quatro 
varas em funcionamento, incluindo Juizado Especial. 
 
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É previsto pela Constituição Federal a criação de uma Justiça Militar Estadual, 
com origem a partir do Tribunal de Justiça. Tendo em 1º grau os Juízes de Direito e 
em segunda instância o próprio Tribunal para atender a demanda de processos 
inerentes às forças estaduais de segurança auxiliar. 
Em casos de efetivo militar superior a vinte mil integrantes, é permitido a 
criação de um Tribunal de Justiça Militar para atuar como órgão recursal. 
Os Tribunais de Justiça são responsáveis pela análise de todos os casos 
originalmente analisados pelos Juízes de Direito. Assim, quando um processo vai 
para análise do Tribunal, será analisado por um colegiado formado por 
Desembargadores. 
Os Tribunais de Justiça estão sediados nas capitais dos vinte e sete Estados 
Brasileiros. Conduto, visando facilitar o acesso à justiça, é permitido o 
funcionamento descentralizado do Tribunal, através das Câmaras regionais. 
Dessa forma, o Tribunal realizará de forma itinerante audiências e outras 
atividades jurisdicionais dentro dos limites de sua jurisdição. 
O número de Desembargadores também é variável, sendo realizado o cálculo 
do número de vagas de cada Tribunal de acordo com o total de processos julgados 
no ano anterior. 
 
1.2. Juizados Especiais Estaduais 
Os Juizados Especiais Estaduais foram criados em 1995 através da lei 9.099, 
sendo uma atualização e implementação da previsão já existente na Constituição 
Federal de 1988. 
 
SAIBA MAIS! 
 
 
 
Os Juizados Especiais seguem regras próprias definidas pela sua lei de 
criação, mas de maneira geral devem prezar pelo cumprimento de cinco princípios 
essenciais, são eles: 
Você sabia que o Juizado Especial pioneiro foi criado na 
comarca de Rio Grande/RS em 1982 e possuía a 
denominação de Juizado de Pequenas Causas. O objetivo 
foi oferecer acesso rápido e eficaz às causas de menor 
impacto, que muitas vezes eram esquecidas em meio ao 
sistema judiciário ordinário. 
 
 
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Em grau de recurso, os Juizados Especiais possuem uma Turma Recursal, ou 
seja, um órgão Colegiado que proferirá a reanálise do processo. Vale ressaltar que o 
recurso processual exige a assessoria técnica de advogado, defensor público ou 
promotor de justiça. 
Dentre os recursos possíveis estão: 
 
Princípio da Oralidade: Prevalência de atos processuais com
comunicação oral, mesmo que estes sejam
transcritos posteriormente.Princípio da Simplicidade: O processo deve ser simples, natural e
espontâneo, permitindo um processo sem
incidentes ao longo do caminho.
Princípio da Informalidade: Redução do formalismo processual, sendo
possível iniciar alguns tipos de processos
desacompanhado de advogado.
Princípio da Economia 
Processual:
Busca pela maior eficiência possível com o
mínimo de atividades processuais.
Princípio da Celeridade: Buscar o melhor resultado no menor tempo
possível.
Quando houver dúvidas quanto ao teor da decisão
(ambiguidade, obscuridade ou omissão);
Embargos
declaratórios:
• Para buscar a reforma ou anulação de decisões, devendo ser
apresentado no prazo de 10 dias;
Recurso
inominado:
• É o mesmo recurso inominado, mas em esfera criminal;Apelação:
Recurso excepcional apresentado ao STF quando houver
decisão contraria a Constituição Federal.
Recurso
extraordinário:
 
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Os Juizados Especiais se subdividem em três áreas: 
 
Vale ressaltar que em casos que a União tenha interesse o Juizado 
competente para processar a ação é o Juizado Especial Federal, tendo como 
limitação causas cm valor até sessenta salários mínimos. 
Exercícios 
1. (Autora, 2019) Qual a competência central da Justiça Estadual? 
 
2. (Autora, 2019) Como é calculado o número de Desembargadores de 
um Tribunal de Justiça? 
 
3. (Autora, 2019) Quais os princípios essenciais de um Juizado Especial? 
Gabarito 
1. A Justiça Estadual tem competência residual, logo é responsável por todos os 
assuntos que não são tratados pela justiça Especializada e que não tenha a União, as 
autarquias ou Empresas Públicas como partes interessadas. 
 
2. O número de Desembargadores é calculado através do número de processos 
julgados pelo Tribunal no ano anterior. Assim, não há um número fixo e uniforme de 
Competência residual, reunindo todas as matérias que não 
são tratadas pelos outros dois Juizados.
Juizados Especiais Cíveis - JECs:
Competência relacionada aos processos criminais de menor 
potencial ofensivo.
Juizados Especiais Criminais – JECrims:
Competência funcional, ou seja, causas cíveis que tem a 
Fazenda Pública Estadual ou Municipal.
Juizado Especial Fazendário:
 
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membros do Tribunal de Justiça. Cada Estado terá um número diferente de 
membros de acordo com a demanda jurisdicional. 
 
3. Os Juizados Especiais devem trabalhar de acordo com cinco princípios 
essenciais, são eles: princípio da oralidade, princípio da celeridade, princípio da 
economia processual, princípio da informalidade e princípio da simplicidade. Todos 
voltados para facilitar e democratizar o acesso à justiça em causas de menor 
impacto que antes eram esquecidas pelo sistema judiciário. 
Resumo 
A Justiça Estadual integra a Justiça Ordinária. Possui competência residual, 
ou seja, julga as matérias que não são abordadas pela Justiça Especializada e que 
não possua a União, as Autarquias e as Empresas Públicas Federais como parte 
interessada na causa. 
Sua organização é definida pelas Constituições Estaduais. Contudo, todas 
devem possuir duas instâncias jurisdicionais. 
Em primeiro grau temos os Juízes de Direito, os fóruns e os Juizados 
Especiais. No segundo grau temos os Desembargadores nos Tribunais de Justiça. 
Existe a possibilidade de criação de uma Justiça Militar Estadual, sendo esta 
proposta pelo Tribunal de Justiça caso haja interesse. 
Os Tribunais de Justiça são órgãos colegiados que analisam processos 
originalmente julgados pelos Juízes de primeiro grau. 
Em relação aos Juizados Especiais Estaduais, vimos que foi uma evolução dos 
Juizados de Pequenas Causas. Devem seguir cinco princípios essenciais: princípio da 
oralidade, princípio da simplicidade, princípio da informalidade, princípio da 
economia processual e princípio da celeridade. 
Em grau de recurso, temos as Turmas Recursais que julgam três tipos de 
recursos: embargos declaratórios, recurso inominado e apelação. Temos ainda o 
recurso extraordinário apresentado ao STF. 
Por fim, temos três subtipos de Juizados Especiais: Civil, Criminal e 
Fazendário. 
 
 
 
 
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Referências bibliográficas 
MEZZOMO, Clareci. Introdução ao direito. Caxias do Sul, RS: Educs, 2011. 
GLASENAPP, Ricardo. Introdução ao Direito. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2014. 
DINIZ, Maria Helena. Compêndio de introdução ao estudo do direito. 12ª ed. São Paulo: Saraiva, 2000. 
Âmbito Jurídico. O que é e o que faz a Justiça Estadual. Disponível em: <https://ambito-
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15h12min. 
CNJ. Saiba a diferença entre a Comarca, Vara, Entrância e Instância. Disponível em: 
<http://www.cnj.jus.br/noticias/cnj/82385-cnj-servico-saiba-a-diferenca-entre-comarca-vara-entrancia-e-
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CNJ. Justiça em Números. Disponível em: 
<http://www.cnj.jus.br/files/conteudo/arquivo/2018/09/8d9faee7812d35a58cee3d 92d2df2f25.pdf>. Acesso em: 
25/02/2019 às 18h25min. 
DireitoNet. A competência do Juizado Especial Civel. Disponível em: 
<https://www.direitonet.com.br/artigos/exibir/6387/A-competencia-do-Juizado-Especial-Civel>. Acesso em: 
25/02/2019 às 18h30min.

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