Buscar

Vigilante sem arma de fogo

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 19 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 19 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 19 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Superior Tribunal de Justiça
PETIÇÃO Nº 10.679 - RN (2014/0233212-2)
 
RELATOR : MINISTRO NAPOLEÃO NUNES MAIA FILHO
REQUERENTE : EUCLIDES SENEN SEBASTIÃO 
ADVOGADO : DEFENSORIA PÚBLICA DA UNIÃO 
REQUERIDO : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL 
ADVOGADO : PROCURADORIA-GERAL FEDERAL - PGF 
INTERES. : INSTITUTO BRASILEIRO DE DIREITO PREVIDENCIÁRIO 
(IBDP) - "AMICUS CURIAE"
ADVOGADOS : GISELE LEMOS KRAVCHYCHYN - SC018200 
 DIEGO HENRIQUE SCHUSTER - RS080210 
EMENTA
PREVIDENCIÁRIO. PEDIDO DE UNIFORMIZAÇÃO DE 
INTERPRETAÇÃO DE LEI FEDERAL. ATIVIDADE ESPECIAL. VIGILANTE, COM 
OU SEM USO DE ARMA DE FOGO. SUPRESSÃO PELO DECRETO 
2.172/1997. ARTS. 57 E 58 DA LEI 8.213/1991. ROL DE ATIVIDADES E 
AGENTES NOCIVOS. CARÁTER EXEMPLIFICATIVO. AGENTES PREJUDICIAIS 
NÃO PREVISTOS. REQUISITOS PARA CARACTERIZAÇÃO. EXPOSIÇÃO 
PERMANENTE, NÃO OCASIONAL NEM INTERMITENTE (ART. 57, § 3o., DA LEI 
8.213/1991). INCIDENTE DE UNIFORMIZAÇÃO INTERPOSTO PELO 
SEGURADO PROVIDO.
1. Não se desconhece que a periculosidade não está 
expressamente prevista nos Decretos 2.172/1997 e 3.048/1999, o que à primeira 
vista, levaria ao entendimento de que está excluída da legislação a aposentadoria 
especial pela via da periculosidade.
2. Contudo, o art. 57 da Lei 8.213/1991 assegura 
expressamente o direito à aposentadoria especial ao Segurado que exerça sua 
atividade em condições que coloquem em risco a sua saúde ou a sua integridade 
física, nos termos dos arts. 201, § 1o. e 202, II da Constituição Federal.
3. Assim, o fato de os decretos não mais contemplarem os 
agentes perigosos não significa que não seja mais possível o reconhecimento da 
especialidade da atividade, já que todo o ordenamento jurídico, hierarquicamente 
superior, traz a garantia de proteção à integridade física do trabalhador.
4. Corroborando tal assertiva, a Primeira Seção desta Corte, 
no julgamento do 1.306.113/SC, fixou a orientação de que a despeito da 
supressão do agente eletricidade pelo Decreto 2.172/1997, é possível o 
reconhecimento da especialidade da atividade submetida a tal agente perigoso, 
desde que comprovada a exposição do trabalhador de forma permanente, não 
ocasional, nem intermitente.
5. Seguindo essa mesma orientação, é possível reconhecer a 
possibilidade de caracterização da atividade de vigilante como especial, com ou 
sem o uso de arma de fogo, mesmo após 5.3.1997, desde que comprovada a 
exposição do trabalhador à atividade nociva, de forma permanente, não ocasional, 
Documento: 1830198 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 24/05/2019 Página 1 de 5
 
 
Superior Tribunal de Justiça
nem intermitente. 
6. In casu, merece reparos o acórdão proferido pela TNU 
afirmando a impossibilidade de contagem como tempo especial o exercício da 
atividade de vigilante no período posterior ao Decreto 2.172/1997, restabelecendo 
o acórdão proferido pela Turma Recursal que reconheceu a comprovação da 
especialidade da atividade. 
7. Incidente de Uniformização interposto pelo Segurado 
provido para fazer prevalecer a orientação ora firmada.
 
 
ACÓRDÃO 
Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros da 
Primeira Seção do Superior Tribunal de Justiça, na conformidade dos votos e das 
notas taquigráficas a seguir, "por unanimidade, dar provimento ao Incidente de 
Uniformização, nos termos do voto do Sr. Ministro Relator. Os Srs. Ministros Og 
Fernandes, Benedito Gonçalves, Assusete Magalhães, Sérgio Kukina, Regina 
Helena Costa, Gurgel de Faria, Francisco Falcão e Herman Benjamin votaram 
com o Sr. Ministro Relator. 
 
Brasília/DF, 22 de maio de 2019 (Data do Julgamento).
NAPOLEÃO NUNES MAIA FILHO
MINISTRO RELATOR
Documento: 1830198 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 24/05/2019 Página 2 de 5
 
 
Superior Tribunal de Justiça
PETIÇÃO Nº 10.679 - RN (2014/0233212-2)
 
RELATOR : MINISTRO NAPOLEÃO NUNES MAIA FILHO
REQUERENTE : EUCLIDES SENEN SEBASTIÃO 
ADVOGADO : DEFENSORIA PÚBLICA DA UNIÃO 
REQUERIDO : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL 
ADVOGADO : PROCURADORIA-GERAL FEDERAL - PGF 
INTERES. : INSTITUTO BRASILEIRO DE DIREITO PREVIDENCIÁRIO 
(IBDP) - "AMICUS CURIAE"
ADVOGADOS : GISELE LEMOS KRAVCHYCHYN - SC018200 
 DIEGO HENRIQUE SCHUSTER - RS080210 
RELATÓRIO
1. Trata-se de Incidente de Uniformização de interpretação de 
Lei Federal instaurado pelo INSS com fundamento no art. 14, § 4o. da Lei 
10.259/2001, nos autos da ação proposta em desfavor da Autarquia previdenciária, 
em que o Segurado postula a concessão de aposentadoria por tempo de 
contribuição com reconhecimento de tempo de serviço laborado em condições 
especiais.
2. A Ação foi ajuizada perante a 3a. Vara Federal do Juizado 
Especial Federal da Seção Judiciária do Rio Grande do Norte, que julgou 
parcialmente procedente o pedido, argumentando que os períodos exercidos pelo 
autor, após 29.4.1995, não poderiam ser reconhecidos como especiais por 
enquadramento profissional, não havendo provas nos autos de que houve 
exposição efetiva a agentes nocivos.
3. Em sede de Recuso Inominado, a Turma Recursal 
reformou a sentença, nos seguintes termos:
PREVIDENCIÁRIO. APOSENTADORIA POR TEMPO DE 
CONTRIBUIÇÃO. TEMPO DE SERVIÇO ESPECIAL. CONVERSÃO. 
VIGILANTE. USO DE ARMA DE FOGO. ATIVIDADE PERIGOSA. 
CARÁTER ESPECIAL DA ATIVIDADE APÓS 1997 A DEPENDER DE 
PROVA DA PERICULOSIDADE. COMPROVAÇÃO. PROVIMENTO DO 
RECURSO.
- Inconformismo do autor em face de sentença que, após 
rejeitar o pedido de aposentadoria por tempo de contribuição, não 
reconheceu o tempo de serviço especial laborado para as empresas 
Documento: 1830198 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 24/05/2019 Página 3 de 5
 
 
Superior Tribunal de Justiça
Henisa Hidroeletromecânica, período de 5/11/1991 a 03/02/1992, e 
Nordeste Segurança de Valores, período de 29/04/1995 até os dias 
atuais.
- A Constituição Federal de 1988 determina, em seu artigo 
201, §7º, com redação conferida pela pela EC nº 20, de 1998, que é 
assegurado o direito à aposentadoria ao segurado com 35 anos de 
tempo de contribuição, se homem, ou com 30 anos de contribuição, se 
mulher. O segurado filiado até 16/12/1998 tem o direito de optar pela 
aposentadoria por tempo de contribuição disciplinada pelas regras 
transitórias previstas no artigo 9º da referida EC 20/98.
- Para a caracterização de tempo de serviço especial devem 
ser observadas as normas vigentes ao tempo da prestação do serviço, 
segundo o princípio tempus regit actum. Precedentes do Superior 
Tribunal de Justiça.
- Durante o período de vigência dos Decretos 53.831/64 e 
83.080/79, as atividades elencadas em seus anexos são consideradas 
especiais por presunção legal, não havendo óbice em que outras 
também sejam consideradas especiais, desde que comprovado que 
exercidas sob os agentes nocivos ali previstos. A partir da edição da 
Lei nº 9.032, de 28.04.1995, extinguiu-se a presunção legal, 
passando-se a exigir-se comprovação da presença efetiva do agente 
prejudicial à saúde. Com o advento do Decreto nº 2.172, de 05/03/97, 
que regulamentou a MP 1.523/96, surgiu a exigência de que, para 
demonstração das condições especiais de trabalho, fosse elaborado 
laudo técnico por engenheiro de segurança do trabalho ou médico do 
trabalho. Tratando-se, contudo, de exposição ao agente agressivo 
ruído, esta deve ser demonstrada por laudo técnico elaborado por 
engenheiro de segurança do trabalho ou médico do trabalho, 
qualquer que seja o período da atividade desempenhada.
- A apresentação de perfil profissiográfico previdenciário, 
ainda que desacompanhado de laudo técnico, é suficiente para 
comprovar a exposição a agentes nocivos à saúde, conforme 
entendimento firmado pela TNU, desde que contenha todas as 
informações necessárias à configuração da especialidade da 
atividade.- Nos termos dos aludidos Decretos nºs 53.080/79 e 
83.080/79, a atividade de vigilante, por equiparação à de guarda, de 
acordo com a OS nº 623/99, desde que desempenhada com arma de 
fogo, era considerada atividade periculosa, por presunção legal, não 
havendo, portanto, necessidade de prova efetiva do agente prejudicial 
à saúde. Quanto ao período posterior ao Decreto nº 2.172/97, não há 
Documento: 1830198 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 24/05/2019 Página 4 de 5
 
 
Superior Tribunal de Justiça
base para o enquadramento da atividade de vigilante como especial, 
sob o único fundamento da periculosidade, sem a associação a algum 
agente nocivo, sendo necessária, portanto, a prova efetiva desse 
elemento prejudicial. Precedentes da TNU.
- No caso em exame, quanto ao tempo de serviço laborado 
para a empresa Henisa Hidroeletromecânica, entre 5/11/1991 e 
03/02/1992, consta como prova somente o registro na CTPS (anexo 
03, pág. 03) de que o autor exerceu o cargo de guarda- porteiro, não 
existindo nos autos nenhum documento que comprove o uso de arma 
de fogo no desempenho dessa função, razão pela qual é forçoso 
concluir pela inexistência de atividade especial.
- Em relação ao período trabalhado pelo demandante para a 
empresa Nordeste Segurança de Valores, compreendido entre 
29/04/1995 a 29/10/2011 (DER), o PPP (anexo 12, págs. 05/07) 
informa que a função do demandante era a de vigilante, atuando na 
segurança de estabelecimento bancário, com o uso de arma de fogo, 
estando exposto a risco de vida de modo habitual e permanente 
durante toda a jornada de trabalho. Além do referido PPP, a CTPS 
(anexos 08, 03 e 02), a Carteira Nacional de Vigilante, emitida pelo 
Departamento de Polícia Federal (anexo 04) e o Certificado do LXXXII 
Curso de Formação para Vigilantes, conferido pela Escola de Polícia 
Civil do RN, levam-nos à conclusão de que, naquele período, o autor 
exercia atividade exposta à periculosidade, o que a caracteriza como 
atividade especial.
- Convertendo em comum esse período de tempo especial e 
somando-o aos demais períodos trabalhados, o autor possuía, em 
29/10/2011 (DER), 36 anos, 8 meses e 11 dias de tempo de 
contribuição, conforme planilha de cálculos dos autos (anexo 20), 
preenchendo, pois, os requisitos necessários à obtenção da 
aposentadoria por tempo de contribuição, com proventos integrais 
(CF/88, art. 201, § 7º, I).
- Recurso provido para julgar procedente o pedido do autor, 
para conceder-lhe aposentadoria por tempo de contribuição, com 
proventos integrais, a partir da data do requerimento administrativo, 
além de pagamento retroativo das diferenças entre a DER e a data da 
implantação do benefício.
4. O INSS, ao argumento de que o decisum teria divergido do 
entendimento desta Corte Superior, ajuizou, perante a Turma Nacional de 
Uniformização de Jurisprudência dos Juizados Especiais Federais, do Conselho 
Documento: 1830198 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 24/05/2019 Página 5 de 5
 
 
Superior Tribunal de Justiça
da Justiça Federal, pedido de uniformização de jurisprudência, conheceu do 
incidente, dando-lhe provimento, em acórdão assim ementado, por seu caput:
INCIDENTE DE UNIFORMIZAÇÃO. PREVIDENCIÁRIO. 
APOSENTADORIA POR TEMPO DE CONTRIBUIÇÃO. TEMPO 
ESPECIAL. VIGILANTE COM PORTE DE ARMA DE FOGO. 
IMPOSSIBILIDADE DE ENQUADRAMENTO APÓS A EDIÇÃO DO 
DECRETO N. 2.172/97. INCIDENTE CONHECIDO E PROVIDO.
1. O INSS se insurge contra acórdão que, reformando a 
sentença de primeiro grau, reconheceu como especial o período 
trabalhado pelo autor como vigilante armado, inclusive após 
05.03.1997, por entender que o caráter perigoso da atividade, por si 
só, é bastante para caracterizá-la como especial. Segundo a 
autarquia, o posicionamento firmado pela Turma Recursal contrariaria 
a jurisprudência desta Turma Nacional de Uniformização, segundo os 
quais o limite temporal para o reconhecimento da especialidade da 
atividade de vigilante com porte de arma de fogo é a edição do 
Decreto nº 2.172/97.
2. Está caracterizada a divergência com o julgamento do 
Pedilef 2005700510038001, desta Turma Nacional, de que foi relatora 
a Juíza Federal Joana Carolina Lins Pereira. Matéria em discussão 
pendente nesta Turma Nacional.
3. A atividade de vigilante enquadra-se como especial, 
equiparando-se à de guarda, elencada no item 2.5.7. do Anexo III do 
Decreto n.º 53.831/64 (TNU – Súmula n.º 26),sendo que, entre a Lei 
n.º 9.032/95 e o Decreto n.º 2.172/97, é admissível a qualificação 
como especial da atividade, desde que haja prova da periculosidade.
4. No período posterior ao Decreto n.º 2.172/97, o exercício 
da atividade de vigilante deixou de ser previsto como apto a gerar 
contagem em condições especiais. Com o Decreto nº 2.172, de 
05.03.1997, deixou de haver a enumeração de ocupações. Passaram 
a ser listados apenas os agentes considerados nocivos ao 
trabalhador, e os agentes assim considerados seriam, tão-somente, 
aqueles classificados como químicos, físicos ou biológicos. Não havia 
no Decreto nenhuma menção ao item periculosidade e, menos ainda, 
ao uso de arma de fogo. Compreende-se que o intuito do legislador – 
com as Leis nº 9.032, de 1995, e 9.528, de 1997 – e, por extensão, do 
Poder Executivo – com o Decreto mencionado – tenha sido o de limitar 
e reduzir as hipóteses que acarretam contagem especial do tempo de 
serviço.
5. Incidente de Uniformização conhecido e provido para 
Documento: 1830198 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 24/05/2019 Página 6 de 5
 
 
Superior Tribunal de Justiça
reformar o v. acórdão, deixando de conhecer como especial o tempo 
laborado pelo recorrido na atividade de vigilante após a entrada em 
vigor do Decreto n.º 2.172/97.
5. Por fim, foi suscitado o incidente perante este Superior 
Tribunal, oportunidade em que o Segurado defende que esta Corte, no julgamento 
do REsp. 1.306.113/SC, assentou a orientação de que é possível o 
reconhecimento da especialidade do tempo de serviço em razão de 
periculosidade mesmo após o Decreto 2.172/1997, uma vez que o rol de 
atividades e agentes nocivos ali elencados tem caráter meramente exemplificativo.
6. Caracterizada a divergência interpretativa, foi o 
processamento do incidente de uniformização.
7. Nos termos do art. 14, § 7o., da Lei 10.259/2001 e art. 2o., II, 
da Resolução 10/2007 da Presidência desta Corte, foram expedidos ofícios ao 
Presidente da Turma Nacional de Uniformização e aos Presidentes das Turmas 
Recursais, comunicando o processamento do incidente e solicitando informações.
8. Publicou-se edital no Diário da Justiça e divulgou-se a 
informação no noticiário do Superior Tribunal de Justiça na Internet, para dar 
ciência a eventuais interessados sobre a instauração do incidente, para, querendo, 
manifestarem-se perante esta Corte.
9. Os Presidentes da 2a. Turma Recursal dos Juizados 
Especiais Federais de Minas Gerais e do Rio Grande do Sul prestaram 
informações, nas quais informam que adotam o entendimento, segundo o qual é 
possível reconhecer a especialidade de atividades perigosas, desde que o laudo 
técnico ou elemento de prova equivalente, comprove a permanente exposição à 
atividade nociva.
10. A TNU apresenta ofício, às fls. 396/412, informando 
posicionamento de que após a edição do Decreto 2.172/1997 não é mais possível 
reconhecer a especialidade de atividade por periculosidade.
11. O requerido não apresentou manifestação.
Documento: 1830198 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 24/05/2019 Página 7 de 5
 
 
Superior Tribunal de Justiça
12. O Ministério Público Federal, em parecer da lavra do eminente 
Subprocurador-Geral da República FLÁVIO GIRON, opina pelo conhecimento e 
provimento do Incidente de Uniformização.
13.É o relatório.
 
Documento: 1830198 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 24/05/2019 Página 8 de 5
 
 
Superior Tribunal de Justiça
PETIÇÃO Nº 10.679 - RN (2014/0233212-2)
 
RELATOR : MINISTRO NAPOLEÃO NUNES MAIA FILHO
REQUERENTE : EUCLIDES SENEN SEBASTIÃO 
ADVOGADO : DEFENSORIA PÚBLICA DA UNIÃO 
REQUERIDO : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL 
ADVOGADO : PROCURADORIA-GERAL FEDERAL - PGF 
INTERES. : INSTITUTO BRASILEIRO DE DIREITO PREVIDENCIÁRIO 
(IBDP) - "AMICUS CURIAE"
ADVOGADOS : GISELE LEMOS KRAVCHYCHYN - SC018200 
 DIEGO HENRIQUE SCHUSTER - RS080210 
EMENTA
PREVIDENCIÁRIO. PEDIDO DE UNIFORMIZAÇÃO DE 
INTERPRETAÇÃO DE LEI FEDERAL. ATIVIDADE ESPECIAL. VIGILANTE, COM 
OU SEM USO DE ARMA DE FOGO. SUPRESSÃO PELO DECRETO 
2.172/1997. ARTS. 57 E 58 DA LEI 8.213/1991. ROL DE ATIVIDADES E 
AGENTES NOCIVOS. CARÁTER EXEMPLIFICATIVO. AGENTES PREJUDICIAIS 
NÃO PREVISTOS. REQUISITOS PARA CARACTERIZAÇÃO. EXPOSIÇÃO 
PERMANENTE, NÃO OCASIONAL NEM INTERMITENTE (ART. 57, § 3o., DA LEI 
8.213/1991). INCIDENTE DE UNIFORMIZAÇÃO INTERPOSTO PELO 
SEGURADO PROVIDO.
1. Não se desconhece que a periculosidade não está 
expressamente prevista nos Decretos 2.172/1997 e 3.048/1999, o que à primeira 
vista, levaria ao entendimento de que está excluída da legislação a aposentadoria 
especial pela via da periculosidade.
2. Contudo, o art. 57 da Lei 8.213/1991 assegura 
expressamente o direito à aposentadoria especial ao Segurado que exerça sua 
atividade em condições que coloquem em risco a sua saúde ou a sua integridade 
física, nos termos dos arts. 201, § 1o. e 202, II da Constituição Federal.
3. Assim, o fato de os decretos não mais contemplarem os 
agentes perigosos não significa que não seja mais possível o reconhecimento da 
especialidade da atividade, já que todo o ordenamento jurídico, hierarquicamente 
superior, traz a garantia de proteção à integridade física do trabalhador.
4. Corroborando tal assertiva, a Primeira Seção desta Corte, 
no julgamento do 1.306.113/SC, fixou a orientação de que a despeito da 
supressão do agente eletricidade pelo Decreto 2.172/1997, é possível o 
reconhecimento da especialidade da atividade submetida a tal agente perigoso, 
desde que comprovada a exposição do trabalhador de forma permanente, não 
ocasional, nem intermitente.
5. Seguindo essa mesma orientação, é possível reconhecer a 
possibilidade de caracterização da atividade de vigilante como especial, com ou 
sem o uso de arma de fogo, mesmo após 5.3.1997, desde que comprovada a 
Documento: 1830198 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 24/05/2019 Página 9 de 5
 
 
Superior Tribunal de Justiça
exposição do trabalhador à atividade nociva, de forma permanente, não ocasional, 
nem intermitente. 
6. In casu, merece reparos o acórdão proferido pela TNU 
afirmando a impossibilidade de contagem como tempo especial o exercício da 
atividade de vigilante no período posterior ao Decreto 2.172/1997, restabelecendo 
o acórdão proferido pela Turma Recursal que reconheceu a comprovação da 
especialidade da atividade. 
7. Incidente de Uniformização interposto pelo Segurado 
provido para fazer prevalecer a orientação ora firmada.
 
Documento: 1830198 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 24/05/2019 Página 10 de 5
 
 
Superior Tribunal de Justiça
PETIÇÃO Nº 10.679 - RN (2014/0233212-2)
 
RELATOR : MINISTRO NAPOLEÃO NUNES MAIA FILHO
REQUERENTE : EUCLIDES SENEN SEBASTIÃO 
ADVOGADO : DEFENSORIA PÚBLICA DA UNIÃO 
REQUERIDO : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL 
ADVOGADO : PROCURADORIA-GERAL FEDERAL - PGF 
INTERES. : INSTITUTO BRASILEIRO DE DIREITO PREVIDENCIÁRIO 
(IBDP) - "AMICUS CURIAE"
ADVOGADOS : GISELE LEMOS KRAVCHYCHYN - SC018200 
 DIEGO HENRIQUE SCHUSTER - RS080210 
VOTO
1. A aposentadoria especial foi instituída pelo art. 31, da Lei 
3.807/1960 (Lei Orgânica da Previdência Social), com a previsão de contagem 
diferenciada de tempo de serviço prestado em condições sujeitas à exposição de 
agentes físicos, químicos e biológicos, visando compensar os prejuízos causados 
à saúde e à integridade física do trabalhador.
2. A comprovação da insalubridade da atividade laboral 
encontrava-se disciplinada pelos Decretos 53.831/1964 e 83.080/1979, que 
elencavam as categorias profissionais sujeitas a condições nocivas de trabalho 
por presunção legal, fazendo jus à contagem majorada do tempo de serviço. 
Convém ressaltar que a jurisprudência desta Corte já pacificou o entendimento de 
que o rol de atividades previsto nos citados Decretos é exemplificativo, sendo 
possível que outras atividades não enquadradas sejam comprovadamente 
reconhecidas como insalubres, perigosas ou penosas.
3. Posteriormente, a aposentadoria especial passou a ser 
regulada pela Lei 8.213/1991 da seguinte forma:
Art. 57 - A aposentadoria especial será devida, uma vez 
cumprida a carência exigida nesta lei, ao segurado que tiver 
trabalhado durante 15 (quinze), 20 (vinte) ou 25 (vinte e cinco) anos, 
conforme a atividade profissional, sujeito a condições especiais que 
prejudiquem a saúde ou a integridade física.
§ 1o. - A aposentadoria especial, observado o disposto no 
art. 33 desta Lei, consistirá numa renda mensal equivalente a 100% 
Documento: 1830198 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 24/05/2019 Página 11 de 5
 
 
Superior Tribunal de Justiça
(cem por cento) do salário-de-benefício. (Redação dada pela Lei 
9.032, de 1995)
§ 2o. - A data de início do benefício será fixada da mesma 
forma que a da aposentadoria por idade, conforme o disposto no art. 
49.
§ 3o. - O tempo de serviço exercido alternadamente em 
atividade comum e em atividade profissional sob condições especiais 
que sejam ou venham a ser consideradas prejudiciais à saúde ou à 
integridade física será somado, após a respectiva conversão, segundo 
critérios de equivalência estabelecidos pelo Ministério do Trabalho e 
da Previdência Social, para efeito de qualquer benefício.
§ 4o. - O período em que o trabalhador integrante de 
categoria profissional enquadrada neste artigo permanecer licenciado 
do emprego, para exercer cargo de administração ou de 
representação sindical, será contado para aposentadoria especial.
4. Por sua vez, a Lei 9.032/1995 alterou, dentre outros, a 
redação do § 3o. do art. 57 da Lei 8.213/1991, passando a exigir a comprovação 
da efetiva nocividade da atividade realizada de forma permanente, in verbis:
Art. 57 - § 3o. - A concessão da aposentadoria especial 
dependerá de comprovação pelo segurado, perante o Instituto 
Nacional do Seguro Social – INSS, do tempo de trabalho permanente, 
não ocasional nem intermitente, em condições especiais que 
prejudiquem a saúde ou a integridade física, durante o período 
mínimo fixado.
5. Ficando estabelecido no § 1o. do art. 58 da Lei 8.213/1991 
que a comprovação da efetiva exposição do segurado aos agentes nocivos será 
feita mediante formulário, na forma estabelecida pelo Instituto Nacional do Seguro 
Social - INSS, emitido pela empresa ou seu preposto, com base em laudo técnico 
de condições ambientais do trabalho expedido por médico do trabalho ou 
engenheiro de segurança do trabalho nos termos da legislação trabalhista. 
6. Depreende-se, assim, que até 28.4.1995 é admissível o 
reconhecimento da especialidade por categoria profissional ou por sujeição 
a agentes nocivos, aceitando-se qualquer meio de prova (exceto para 
Documento: 1830198 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 24/05/2019 Página 12 de 5
 
 
Superior Tribunal de Justiça
ruído); a partir de 29.4.1995 não mais é possível o enquadramento por categoria 
profissional, devendo existir comprovação da sujeição a agentes nocivos por 
qualquer meio de prova até 5.3.1997 e, a partir deentão e até 28.5.1998, por meio 
de formulário embasado em laudo técnico, ou por meio de perícia técnica. 
7. No caso dos autos, busca-se o reconhecimento da 
especialidade de períodos de trabalho, posteriores ao Decreto 2.172/1997, em que 
o Segurado trabalhou como vigilante.
8. Não se desconhece que a periculosidade não está mais 
expressamente prevista nos Decretos 2.172/1997 e 3.048/1999, o que à primeira 
vista levaria ao entendimento de que está excluída da legislação a aposentadoria 
especial pela via da periculosidade.
9. Contudo, o art. 57 da Lei 8.213/1991 assegura 
expressamente o direito à aposentadoria especial ao Segurado que exerça sua 
atividade em condições que coloquem em risco a sua saúde ou a sua integridade 
física, em harmonia com o texto dos arts. 201, § 1o. e 202, II da Constituição 
Federal.
10. Assim, o fato de os decretos não mais contemplarem os 
agentes perigosos não significa que não seja mais possível o reconhecimento da 
especialidade da atividade, já que todo o ordenamento jurídico, hierarquicamente 
superior, traz a garantia de proteção à integridade física do trabalhador.
11. Corroborando tal assertiva, a Primeira Seção desta Corte, no 
julgamento do 1.306.113/SC, fixou a orientação de que a despeito da supressão 
do agente eletricidade pelo Decreto 2.172/1997, é possível o reconhecimento da 
especialidade da atividade submetida a tal agente perigoso, desde que 
comprovada a exposição do trabalhador de forma permanente, não ocasional, 
nem intermitente. Eis a ementa desse julgado:
RECURSO ESPECIAL. MATÉRIA REPETITIVA. ART. 543-C 
DO CPC E RESOLUÇÃO STJ 8/2008. RECURSO REPRESENTATIVO 
DE CONTROVÉRSIA. ATIVIDADE ESPECIAL. AGENTE 
Documento: 1830198 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 24/05/2019 Página 13 de 5
 
 
Superior Tribunal de Justiça
ELETRICIDADE. SUPRESSÃO PELO DECRETO 2.172/1997 (ANEXO 
IV). ARTS. 57 E 58 DA LEI 8.213/1991. ROL DE ATIVIDADES E 
AGENTES NOCIVOS. CARÁTER EXEMPLIFICATIVO. AGENTES 
PREJUDICIAIS NÃO PREVISTOS. REQUISITOS PARA 
CARACTERIZAÇÃO. SUPORTE TÉCNICO MÉDICO E JURÍDICO. 
EXPOSIÇÃO PERMANENTE, NÃO OCASIONAL NEM 
INTERMITENTE (ART. 57, § 3º, DA LEI 8.213/1991).
1. Trata-se de Recurso Especial interposto pela autarquia 
previdenciária com o escopo de prevalecer a tese de que a supressão 
do agente eletricidade do rol de agentes nocivos pelo Decreto 
2.172/1997 (Anexo IV) culmina na impossibilidade de configuração 
como tempo especial (arts. 57 e 58 da Lei 8.213/1991) de tal hipótese 
a partir da vigência do citado ato normativo.
2. À luz da interpretação sistemática, as normas 
regulamentadoras que estabelecem os casos de agentes e atividades 
nocivos à saúde do trabalhador são exemplificativas, podendo ser tido 
como distinto o labor que a técnica médica e a legislação correlata 
considerarem como prejudiciais ao obreiro, desde que o trabalho seja 
permanente, não ocasional, nem intermitente, em condições especiais 
(art. 57, § 3º, da Lei 8.213/1991). Precedentes do STJ.
3. No caso concreto, o Tribunal de origem embasou-se em 
elementos técnicos (laudo pericial) e na legislação trabalhista para 
reputar como especial o trabalho exercido pelo recorrido, por 
consequência da exposição habitual à eletricidade, o que está de 
acordo com o entendimento fixado pelo STJ.
4. Recurso Especial não provido. Acórdão submetido ao 
regime do art. 543-C do CPC e da Resolução 8/2008 do STJ (REsp. 
1.306.113/SC, Rel. Min. HERMAN BENJAMIN, DJe 7.3.2013).
12. É certo que a partir da edição do Decreto 2.172/1997 não cabe 
mais o reconhecimento de condição especial de trabalho por presunção de 
periculosidade decorrente do enquadramento na categoria profissional de vigilante, 
contudo, tal reconhecimento é possível desde que apresentadas provas da 
permanente exposição do trabalhador à atividade nociva, independentemente do 
uso de arma de fogo ou não.
13. Analisando o tema semelhante ao discutido nos presentes 
autos, a Turma Nacional de Uniformização dos Juizados Especiais - TNU já 
Documento: 1830198 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 24/05/2019 Página 14 de 5
 
 
Superior Tribunal de Justiça
enfrentou o tema, consolidando a orientação de que é possível o reconhecimento 
de tempo especial prestado com exposição a agente nocivo periculosidade, na 
atividade vigilante, em data posterior a 5.3.1997, desde que laudo técnico (ou 
elemento probatório equivalente) comprove a permanente exposição à atividade 
nociva. Confira-se:
PEDIDO DE UNIFORMIZAÇÃO REPRESENTATIVO DE 
CONTROVÉRSIA. PREVIDENCIÁRIO. TEMPO ESPECIAL. 
ATIVIDADE DE VIGILANTE ARMADO EXERCIDA APÓS O DECRETO 
2.172/97. RECONHECIMENTO CABÍVEL. RECURSO REPETITIVO 
DO STJ. QUESTÕES DE ORDEM Nº 18 E 20/TNU. INCIDENTE 
PARCIALMENTE CONHECIDO E, NESTE PONTO, PARCIALMENTE 
PROVIDO. INCIDENTE PARCIALMENTE CONHECIDO E, NESTE 
PONTO, PARCIALMENTE PROVIDO, fixando-se a tese de que é 
possível o reconhecimento de tempo especial prestado com exposição 
a agente nocivo periculosidade, na atividade de vigilante, em data 
posterior a 05/03/1997, desde que laudo técnico (ou elemento 
material equivalente) comprove a permanente exposição à atividade 
nociva (PEDILEF 0502013-34.2015.4.05.8302, Rel. Juiz Federal 
Frederico Augusto Leopoldino Koehler, DJe 29.7.2016).
14. Como bem alerta a Professor ADRIANE BRAMANTE, em sua 
obra Aposentadoria Especial: teoria e prática, é inegável que há exposição ao 
risco iminente e possibilidade de um acidente/acontecimento súbito que pode 
ocasionar prejuízo à integridade física do trabalhador, principalmente no que tange 
às atividade de segurança pessoal e patrimonial que, como todos sabemos, 
atualmente é bastante precária (LADENTHIN, Adriane Bramante de Castro. 
Aposentadoria Especial: teoria e prática. Curitiba: Juruá, 3a. edição, 2016, p. 107). 
15. Tal orientação é confirmada por julgados proferidos por ambas 
as Turmas de Direito Público desta Corte, como se lê nos seguintes precedentes:
PREVIDENCIÁRIO. ATIVIDADE ESPECIAL. VIGILANTE. 
SUPRESSÃO PELO DECRETO 2.172/1997. ARTS. 57 E 58 DA LEI 
8.213/1991. ROL DE ATIVIDADES E AGENTES NOCIVOS. CARÁTER 
EXEMPLIFICATIVO. AGENTES PREJUDICIAIS NÃO PREVISTOS. 
REQUISITOS PARA CARACTERIZAÇÃO. EXPOSIÇÃO 
PERMANENTE, NÃO OCASIONAL NEM INTERMITENTE (ART. 57, § 
3º, DA LEI 8.213/1991). ENTENDIMENTO EM HARMONIA COM A 
ORIENTAÇÃO FIXADA NA TNU. MOTORISTA. FORMULÁRIO QUE 
Documento: 1830198 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 24/05/2019 Página 15 de 5
 
 
Superior Tribunal de Justiça
NÃO INDICA A EFETIVA EXPOSIÇÃO A AGENTES NOCIVOS. 
ATIVIDADE ESPECIAL NÃO COMPROVADA. REEXAME DA MATÉRIA 
FÁTICO-PROBATÓRIA. IMPOSSIBILIDADE. INCIDÊNCIA DA 
SÚMULA 7/STJ.
1. O STJ entende que se pode reconhecer a 
caracterização da atividade de vigilante como especial, com ou 
sem o uso de arma de fogo, mesmo após 5.3.1997, desde que 
comprovada a exposição do trabalhador à atividade nociva, de 
forma permanente, não ocasional, nem intermitente.
2. Nos termos da jurisprudência pacífica do STJ, até o 
advento da Lei 9.032/1995 é possível o reconhecimento do tempo de 
serviço especial ante o enquadramento na categoria profissional do 
trabalhador. A partir dessa lei, há necessidade de que a atividade 
tenha sido exercida com efetiva exposição a agentes nocivos, e a 
comprovação se dá por meio dos formulários SB-40 e DSS-8030, 
expedidos pelo INSS e preenchidos pelo empregador, situação 
modificada com a Lei 9.528/1997, que passou a exigir laudo técnico.
3. Hipótese em que o Tribunal de origem concluiu, com base 
na prova dos autos, que "de se observar que, o interstício de 
03/06/1987 a 13/03/1992 não pode ser enquadrado como especial, 
tendo em vista que a CTPS, a fls. 21, indica que o requerente exerceu 
a função de 'motoristaindustrial' e o perfil profissiográfico 
previdenciário de fls. 85/86 informa que 'operava veículos de 
transportes internos tipo caminhão basculante, tipo utilitários leves e 
empilhadeira', o que impede o enquadramento pela categoria 
profissional, uma vez que não restou comprovado que o veículo 
dirigido era ônibus ou caminhão de carga, nos termos do item 2.4.4 do 
Decreto n° 53.831/64 e do item 2.4.2 do Anexo II, do Decreto n° 
83.080/79. Ressalta-se que, o PPP não faz menção a qualquer fator 
de risco". A revisão desse entendimento implica reexame de fatos e 
provas, obstado pelo teor da Súmula 7/STJ.
4. Recurso Especial do Instituto Nacional do Seguro Social - 
INSS não provido. Recurso Especial do particular não conhecido 
(REsp. 1.755.261/SP, Rel. Min. HERMAN BENJAMIN, DJe 13.11.2018)
² ² ²
PREVIDENCIÁRIO. RECURSO ESPECIAL. ATIVIDADE 
ESPECIAL. VIGILANTE. SUPRESSÃO PELO DECRETO 2.172/1997. 
ARTS. 57 E 58 DA LEI 8.213/1991. ROL DE ATIVIDADES E AGENTES 
NOCIVOS. CARÁTER EXEMPLIFICATIVO. AGENTES PREJUDICIAIS 
NÃO PREVISTOS. REQUISITOS PARA CARACTERIZAÇÃO. 
Documento: 1830198 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 24/05/2019 Página 16 de 5
 
 
Superior Tribunal de Justiça
EXPOSIÇÃO PERMANENTE, NÃO OCASIONAL NEM 
INTERMITENTE (ART. 57, § 3o., DA LEI 8.213/1991). 
ENTENDIMENTO EM HARMONIA COM A ORIENTAÇÃO FIXADA NA 
TNU. RECURSO ESPECIAL DO INSS A QUE SE NEGA 
PROVIMENTO.
1. Não se desconhece que a periculosidade não está 
expressamente prevista nos Decretos 2.172/1997 e 3.048/1999, o que 
à primeira vista, levaria ao entendimento de que está excluída da 
legislação a aposentadoria especial pela via da periculosidade.
2. Contudo, o art. 57 da Lei 8.213/1991 assegura 
expressamente o direito à aposentadoria especial ao Segurado que 
exerça sua atividade em condições que coloquem em risco a sua 
saúde ou a sua integridade física, nos termos dos arts. 201, § 1o. e 
202, II da Constituição Federal.
3. Assim, o fato de os decretos não mais contemplarem os 
agentes perigosos não significa que não seja mais possível o 
reconhecimento da especialidade da atividade, já que todo o 
ordenamento jurídico, hierarquicamente superior, traz a garantia de 
proteção à integridade física do trabalhador.
4. Corroborando tal assertiva, a Primeira Seção desta Corte, 
no julgamento do 1.306.113/SC, fixou a orientação de que a despeito 
da supressão do agente eletricidade pelo Decreto 2.172/1997, é 
possível o reconhecimento da especialidade da atividade submetida a 
tal agente perigoso, desde que comprovada a exposição do 
trabalhador de forma permanente, não ocasional, nem intermitente.
5. Seguindo essa mesma orientação, é possível reconhecer a 
possibilidade de caracterização da atividade de vigilante como 
especial, com ou sem o uso de arma de fogo, mesmo após 5.3.1997, 
desde que comprovada a exposição do trabalhador à atividade nociva, 
de forma permanente, não ocasional, nem intermitente. 
6. No caso dos autos, as instâncias ordinárias, soberanas na 
análise fático-probatória dos autos, concluíram que as provas 
carreadas aos autos, especialmente o PPP, comprovam a permanente 
exposição à atividade nociva, o que garante o reconhecimento da 
atividade especial.
7. Recurso Especial do INSS a que se nega provimento 
(REsp. 1.410.057/RN, Rel. Min. NAPOLEÃO NUNES MAIA FILHO, DJe 
11.12.2017).
Documento: 1830198 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 24/05/2019 Página 17 de 5
 
 
Superior Tribunal de Justiça
16. Com base nessas considerações, conheço do presente 
incidente de uniformização, e dou-lhe provimento para fazer prevalecer a 
orientação ora firmada. É como voto.
Documento: 1830198 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 24/05/2019 Página 18 de 5
 
 
Superior Tribunal de Justiça
 
CERTIDÃO DE JULGAMENTO
PRIMEIRA SEÇÃO
 
 
Número Registro: 2014/0233212-2 PROCESSO ELETRÔNICO Pet 10.679 / RN
Números Origem: 05020924920114058400 5020924920114058400
PAUTA: 08/05/2019 JULGADO: 22/05/2019
Relator
Exmo. Sr. Ministro NAPOLEÃO NUNES MAIA FILHO
Presidente da Sessão
Exmo. Sr. Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES
Subprocuradora-Geral da República
Exma. Sra. Dra. MARIA CAETANA CINTRA SANTOS
Secretário
Bel. RONALDO FRANCHE AMORIM
AUTUAÇÃO
REQUERENTE : EUCLIDES SENEN SEBASTIÃO 
ADVOGADO : DEFENSORIA PÚBLICA DA UNIÃO 
REQUERIDO : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL 
ADVOGADO : PROCURADORIA-GERAL FEDERAL - PGF 
INTERES. : INSTITUTO BRASILEIRO DE DIREITO PREVIDENCIÁRIO (IBDP) - 
"AMICUS CURIAE"
ADVOGADOS : GISELE LEMOS KRAVCHYCHYN - SC018200 
 DIEGO HENRIQUE SCHUSTER - RS080210 
ASSUNTO: DIREITO PREVIDENCIÁRIO - Benefícios em Espécie - Aposentadoria por Tempo de 
Contribuição (Art. 55/6)
CERTIDÃO
Certifico que a egrégia PRIMEIRA SEÇÃO, ao apreciar o processo em epígrafe na 
sessão realizada nesta data, proferiu a seguinte decisão:
"A Seção, por unanimidade, deu provimento ao Incidente de Uniformização, nos termos 
do voto do Sr. Ministro Relator."
Os Srs. Ministros Og Fernandes, Benedito Gonçalves, Assusete Magalhães, Sérgio 
Kukina, Regina Helena Costa, Gurgel de Faria, Francisco Falcão e Herman Benjamin votaram com 
o Sr. Ministro Relator.
Documento: 1830198 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 24/05/2019 Página 19 de 5

Continue navegando