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O Lúdico e a arte na aprendizagem

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CAPÍTULO 2
O LúdicO e a arte na aprendizagem 
A partir da concepção do saber fazer, neste capítulo você terá os seguintes 
objetivos de aprendizagem:
 3 Conhecer o papel da arte na educação infantil e anos iniciais do ensino fundamental. 
 3 Compreender a arte como meio de comunicação e expressão na infância.
32
 Arte e Ludicidade na Educação Infantil e Anos Iniciais
32
33
O LúdicO e a arte na aprendizagem
33
 Capítulo 2 
cOntextuaLizaçãO
A Arte está presente na vida das pessoas desde o início da humanidade 
como forma de comunicação e expressão. Desde a pré-história o homem 
já se comunicava através dos desenhos e códigos impressos na rocha. Por 
meio das expressões artísticas é possível, além de manifestar sentimentos, 
perceber o mundo de forma poética, sensível e contextualizada.
Sabemos que tanto a Arte, como o lúdico, os brinquedos e brincadeiras, 
são fatores fundamentais para o desenvolvimento da criança. Brincar, jogar 
e trocar experiências artísticas e lúdicas com seus pares permite interação, 
socialização e aprendizagem. 
Nesse capítulo, apresentaremos a você, caro(a) aluno(a), algumas 
possibilidades e reflexões acerca do trabalho com a arte e a ludicidade com 
crianças na educação infantil e nos anos iniciais do ensino fundamental.
O papeL da arte na infância: educaçãO 
infantiL e anOs inciais dO ensinO 
fundamentaL
Para iniciar nossa conversa sobre o papel da arte na infância, convidamos 
você, caro(a) aluno(a), a relembrar momentos da sua infância através de uma 
das linguagens da Arte: a poesia. (apud MAGALHÃES JÚNIOR, 1972, p. 268).
MEUS OITO ANOS
(Casimiro de Abreu)
Oh que saudades que tenho
Da aurora da minha vida,
Da minha infância querida
Que os anos não trazem mais
 
Que amor, que sonhos, que flores,
Naquelas tardes fagueiras,
A sombra das bananeiras,
Debaixo dos laranjais.
34
 Arte e Ludicidade na Educação Infantil e Anos Iniciais
34
 
Como são belos os dias
Do despontar da existência
Respira a alma inocência,
Como perfume a flor;
 
O mar é lago sereno,
O céu um manto azulado,
O mundo um sonho dourado,
A vida um hino de amor!
 
Que auroras, que sol, que vida
Que noites de melodia,
Naquela doce alegria,
Naquele ingênuo folgar
 
O céu bordado de estrelas,
A terra de aromas cheia,
As ondas beijando a areia
E a lua beijando o mar!
 
Oh dias de minha infância,
Oh meu céu de primavera!
Que doce a vida não era
Nessa risonha manhã
 
Em vez das mágoas de agora,
Eu tinha nessas delicias
De minha mãe as carícias
E beijos de minha, irmã!
Livre filho das montanhas,
Eu ia bem satisfeito,
Pés descalços, braços nus,
Correndo pelas campinas
A roda das cachoeiras,
Atrás das asas ligeiras
Das borboletas azuis!
35
O LúdicO e a arte na aprendizagem
35
 Capítulo 2 
 
Naqueles tempos ditosos
Ia colher as pitangas,
Trepava a tirar as mangas
Brincava beira do mar!
 
Rezava as Aves Maria,
Achava o céu sempre lindo
Adormecia sorrindo
E despertava a cantar!
 
Oh que saudades que tenho
Da aurora da minha vida
Da, minha infância querida
Que os anos não trazem mais
 
Que amor, que sonhos, que flores,
Naquelas tardes fagueiras,
A sombra das bananeiras,
Debaixo dos laranjais!
As palavras de Casimiro de Abreu nos permitem refletir sobre a importância 
desta fase tão importante da vida das pessoas: A infância. Fase da vida 
em que a fantasia, as brincadeiras e o faz de conta andam de mãos dadas, 
quando a aprendizagem acontece em meio a tantas possibilidades e vivências 
históricas, culturais e lúdicas. Como afirma o poeta, fase que deixa saudades 
e, em que o tempo não volta.
Iniciar nossa reflexão sobre o papel da arte na infância, apreciando uma 
obra de arte, neste caso, o poema de Casimiro de Abreu, é oportunizar a 
você, caro(a) aluno(a), momento de contextualização cultural e histórica. São 
esses momentos que compreendemos como fundamentais para a construção 
humana sensível. 
Você que é educador costuma apreciar obras de arte? Qual o seu contato 
com a arte, como educador e sujeito cultural ou histórico? Quais as obras que 
você já teve a oportunidade de apreciar? Já oportunizou este contato com 
obras de arte aos seus alunos?
36
 Arte e Ludicidade na Educação Infantil e Anos Iniciais
36
Levantamos esses questionamentos para provocar em você a reflexão 
sobre o modo como a Arte está presente na vida das pessoas; porém, nem 
sempre nos apropriamos dos conhecimentos que a própria Arte nos oferece. 
Antes de apresentar sobre o papel da Arte na infância é importante refletir 
sobre o papel da Arte em nossas vidas.
Diariamente nos deparamos com imagens como se fôssemos 
bombardeados por elas o tempo inteiro. Ouvimos diferentes músicas, 
apreciamos encenações, filmes, novelas, performances em diferentes pontos 
da cidade e muitas vezes deixamos que esses momentos, essas manifestações 
das diferentes linguagens artísticas passem despercebidas. Nem sempre 
aproveitamos estas oportunidades como momento de conhecimento 
artístico e cultural, valorizando a Arte que a própria realidade da sociedade 
contemporânea nos oferece.
Você já parou para analisar a função da Arte na sua vida? Já pensou no 
conhecimento adquirido no momento de fruir e contextualizar imagens? Você 
já se perguntou qual a real importância da Arte na vida das pessoas?
O termo Fruir, muito utilizado no campo das Artes, diz respeito 
a apreciação, leitura e interpretação da obra de Arte. 
Barbosa (2002) atenta que é impossível conhecer a cultura de um 
país, sem conhecer sua arte, pois é importante compreender que a Arte é a 
representação do país por seus próprios membros. É por meio da Arte que 
podemos conhecer e entender a cultura do nosso tempo, sendo este um 
processo fundamental para a construção humana sensível. 
Quando falamos de construção humana sensível, não estamos 
generalizando a Arte como forma de despertar apenas sentimentos, pois desta 
forma estaríamos reduzindo seu real papel enquanto área de conhecimento 
presente na vida das pessoas. Estamos aqui, referindo-nos a todos os 
elementos que permeiam esta construção de conhecimento cultural e histórico 
por meio da Arte, pois “[...] a arte como linguagem, expressão e comunicação, 
trata da percepção, da emoção, da imaginação, da intuição, da criação, 
elementos fundamentais para a construção humana sensível” (PILLOTTO, 
2004, p. 38). Como vetor de construção humana sensível, a Arte possibilita 
contato com o mundo e consigo mesmo. Permite que, por meio dela, a criança 
conheça e compreenda o contexto onde está inserida, bem como desenvolva 
conhecimentos artísticos, culturais e históricos.
É impossível 
conhecer a cultura 
de um país, sem 
conhecer sua arte.
37
O LúdicO e a arte na aprendizagem
37
 Capítulo 2 
Já o valor da arte para Ferraz e Fusari (2009, p.18) “[...] está em ser 
um meio pelo qual as pessoas expressam, representam, e comunicam 
conhecimentos e experiências”. Deve ser compreendida como forma de 
expressão e representação humana, como vetor de reflexão, crítica e 
conhecimento pessoal e social. 
Arte é conhecimento! Arte é cultura!
É o modo pelo qual o ser humano manifesta-se em diferentes linguagens, 
em diferentes meios, atravessado pela cultura da qual pertence ou na qual 
está inserido.
No que se refere à arte/educação, esta proporciona aos alunos o contato 
direto com imagens e objetos artísticos. Este contato e o trabalho com as 
produções artísticas desenvolvido por professores de arte no contexto escolar 
permitem, além do contato com a Arte, momentos de criação e de expressão 
individuais e coletivos. Permitem ao aluno conhecer a realidade do seu tempo, 
a sua cultura e a sua história.
Se pretendemos de fato uma educação para a cidadania,que entenda os sujeitos como construtores de suas histórias, 
temos que garantir a educação estética e artística nos 
espaços das instituições educacionais, talvez o único para a 
maioria das crianças, a única possibilidade para adentrarem 
no universo poético e estético. (PILLOTTO, 2004, p. 59).
A escola é o espaço institucional onde o aluno tem a oportunidade de 
conhecer de forma intencional ou não, os conhecimentos históricos e culturais 
construídos pela sociedade no decorrer dos tempos. É o espaço que permite 
uma relação entre história, cultura e Arte.
Ao conhecer a arte produzida em diversos locais, por 
diferentes pessoas, classes sociais e períodos históricos e 
as outras produções do campo artístico (artesanato, objetos, 
design, audiovisual etc.), o educando amplia sua concepção 
da própria arte e aprende dar sentido a ela. (FERRAZ; 
FUSARI, 2009, p.19)
Mas afinal, qual a função da arte na escola?
Pesquisas indicam que a Arte desenvolve a cognição de crianças e 
adolescentes, proporcionando conhecimento e expressão não apenas 
racional, mas também afetivos e emocionais. “A função da Arte na Educação 
é essa, desenvolver as diferentes inteligências” (BARBOSA, 2009). Ana Mae 
Barbosa, foi uma das pioneiras da Arte-educação no Brasil.
38
 Arte e Ludicidade na Educação Infantil e Anos Iniciais
38
ARTE, EDUCAÇÃO E CULTURA
Profª Ana Mae Barbosa
[...]
O papel da arte no 
desenvolvimento cultural 
Através das artes temos a 
representação simbólica dos traços 
espirituais, materiais, intelectuais 
e emocionais que caracterizam a 
sociedade ou o grupo social, seu modo de vida, seu sistema de 
valores, suas tradições e crenças. A arte, como uma linguagem 
presentacional dos sentidos, transmite significados que não podem 
ser transmitidos através de nenhum outro tipo de linguagem, 
tais como as linguagens discursivas e científicas. Não podemos 
entender a cultura de um país sem conhecer sua arte. Sem conhecer 
as artes de uma sociedade, só podemos ter conhecimento parcial 
de sua cultura. Aqueles que estão engajados na tarefa vital de 
fundar a identificação cultural, não podem alcançar um resultado 
significativo sem o conhecimento das artes. Através da poesia, 
dos gestos, da imagem, as artes falam aquilo que a história, a 
sociologia, a antropologia etc., não podem dizer porque elas usam 
um outro tipo de linguagem, a discursiva, a científica, que sozinhas 
não são capazes de decodificar nuances culturais. Dentre as 
artes, a arte visual, tendo a imagem como matéria-prima, torna 
possível a visualização de quem somos, onde estamos e como 
sentimos. A arte na educação como expressão pessoal e como 
cultura é um importante instrumento para a identificação cultural 
e o desenvolvimento. Através das artes é possível desenvolver 
a percepção e a imaginação, apreender a realidade do meio 
ambiente, desenvolver a capacidade crítica, permitindo analisar 
a realidade percebida e desenvolver a criatividade de maneira a 
mudar a realidade que foi analisada. 
Fonte: Extraído e adaptado de: BARBOSA, Ana Mãe. Arte, Educação e Cultura.
<http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/
mre000079.pdf>. Acesso em: 12 maio 2010.
Diante dos dizeres de Ana Mae Barbosa, apresentados no texto anterior, 
perguntamos a você caro(a) aluno(a): Qual a função da arte na Educação 
Infantil e Anos Iniciais do Ensino Fundamental?
39
O LúdicO e a arte na aprendizagem
39
 Capítulo 2 
Segundo Pillotto (2007, p. 19),
[...] se entendemos o processo de construção de 
conhecimento da criança pela via do lúdico, do jogo e das 
relações entre o brincar, abriremos um grande espaço para 
a arte e suas possibilidades de leituras e interação. Vivemos 
num mundo repleto de sons, formas, cores, materialidade: 
como ficar alheio a tudo isso? Como se comunicar sem a 
expressão do corpo, sem a possibilidade do sentir/ver/ouvir? 
Ainda segundo a autora, o conhecimento se dá através da interação 
entre pares, nos momentos lúdicos de jogos e brincadeiras. A comunicação 
e a expressão estão presentes nesses momentos em que a criança utiliza 
as diferentes linguagens artísticas para construir seu conhecimento cultural 
e histórico. Um dos papéis da Arte na construção do conhecimento infantil 
é possibilitar a aprendizagem cultural e histórica através da construção 
humana sensível.
“A arte é, por conseguinte, uma maneira de despertar o indivíduo para que 
este dê maior atenção ao seu próprio processo de sentir.” (DUARTE JÚNIOR, 
1988, p. 65). 
Ouvir uma música, uma poesia, apreciar um quadro, uma fotografia, 
uma apresentação de teatro ou dança, são modos de sentir Arte. Sentir Arte 
é um processo pelo qual a criança conhece a respeito de si e do mundo. 
Assim, o trabalho com a Arte está relacionado à percepção, à emoção, à 
intuição, à sensibilidade. 
Para Pillotto (2004, p. 38), “A arte como linguagem, expressão e 
comunicação, trata da percepção, da emoção, da imaginação, da intuição, da 
criação, elementos fundamentais para a construção humana sensível”. Como 
vetor de construção humana sensível, a Arte possibilita contato com o mundo e 
consigo mesmo. Permite que, por meio dela, a criança conheça e compreenda 
o contexto onde está inserida, bem como desenvolva conhecimentos artísticos, 
culturais e históricos. 
Em se tratando desse contato da criança com o mundo, há muito 
tempo, Vigotsky (1998) já atentava para a importância de aprender por meio 
das relações com o outro, pois é por meio dessas relações que a criança 
desenvolve seu potencial, passa a observar-se e a perceber-se como sujeito 
de sua própria história. 
Para o autor, o conhecimento se dá no momento das relações e 
interações entre pares. Momento em que a criança troca experiências, cultura 
e conhecimento. 
A arte é, por 
conseguinte, 
uma maneira 
de despertar o 
indivíduo para 
que este dê maior 
atenção ao seu 
próprio processo 
de sentir.
40
 Arte e Ludicidade na Educação Infantil e Anos Iniciais
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Que tal mais um pouco de Arte?
Pense agora, na infância através do Poema “Criança”:
CRIANÇA
Tatiana dos Santos da Silveira
Eis a riqueza de nossas vidas...
No primeiro momento de vida,
Tão pequenina e indefesa
Pequenos olhos brilhantes e esperançosos
Aguardam descobrir o mundo a sua volta...
A cada toque de carinho
A revelação do novo.
A cada fase avançada 
a busca pela autonomia,
Estica, rola, engatinha...
Descobre o mundo através do toque,
Através do cheiro,
Através da alma!
No primeiro passo,
A satisfação de uma nova conquista.
E nas primeiras palavras...
A possibilidade de conhecer e 
sentir de diferentes maneiras...
Vai crescendo, vai descobrindo, 
vai criando...
Cria as primeiras letras, lê as primeiras letras...
Desperta para o mundo!
Brinca, brinca e brinca!
Cresce, aprende e Vive!
Seu tempo é o Agora...
Pois...
Não será eternamente criança...
41
O LúdicO e a arte na aprendizagem
41
 Capítulo 2 
Seu tempo é AGORA!
Agora é o tempo de aproveitar sua infância!
Vá...
Voe e viva criança! 
Figura 5 – Brincando de Roda (Ivan Cruz)
Fonte: Disponível em: <http://4.bp.blogspot.com/_fvvGvfxiwPE/S_1mgpiiuiI/
AAAAAAAAAGQ/iKt02U0i4lQ/s1600/brincando_de_roda.jpg>. Acesso em: 15 maio 2010
Conforme sugere o poema, a infância é uma fase que passa muito 
rápida. Cada fase avançada pela criança é uma nova descoberta, é uma nova 
aprendizagem, cabe ao professor possibilitar essa descoberta de forma lúdica 
e contextualizada nos espaços educacionais. Cabe a nós, o trabalho com a 
construção humana sensível, citada anteriormente por Pillotto (2004).
A função da Arte na educação não deve ser compreendida como meio 
de repetição e trabalho com desenhos prontos, cópias feitas em série que 
não possibilitam a criação da criança. A Arte é possibilidade,é imaginação, é 
criação, é expressão. Quem consegue criar quando recebe a proposta pronta? 
Vejamos, na sequência, alguns exemplos claros do que estamos 
apresentando:
 
42
 Arte e Ludicidade na Educação Infantil e Anos Iniciais
42
 Figura 6 – Abelha para colorir Figura 7 – Árvore para colorir
 Fonte: As autoras. Fonte: As autoras.
Por vezes, os professores acabam limitando a capacidade de criação das 
crianças, por não permitirem a autonomia e a expressão individual no momento 
das propostas metodológicas. 
Neste momento é importante você, caro(a) aluno(a), compreender que 
muitas dessas atitudes, também fazem parte da nossa trajetória como alunos 
e professores.
Pensem rapidamente:
Se neste momento solicitássemos que você desenhasse uma árvore; 
como ela seria? E, se de repente solicitássemos o desenho de uma flor ou de 
uma pessoa?
Apresentamos para você um texto muito comum no meio educacional, para 
que você reflita sobre o papel da arte e da linguagem do desenho na infância:
CONTO POPULAR...
Era uma vez um menininho bastante pequeno que contrastava 
com a escola bastante grande.
Uma manhã, a professora disse:
- Hoje nós iremos fazer um desenho.
“Que bom!” - pensou o menininho.
43
O LúdicO e a arte na aprendizagem
43
 Capítulo 2 
Ele gostava de desenhar leões, tigres, galinhas, vacas, trens e 
barcos... Pegou a sua caixa de lápis-de-cor e começou a desenhar. 
A professora então disse: 
- Esperem, ainda não é hora de começar!
Ela esperou até que todos estivessem prontos.
- Agora, disse a professora, nós iremos desenhar flores.
E o menininho começou a desenhar bonitas flores com seus 
lápis rosa, laranja e azul.
A professora disse:
- Esperem! Vou mostrar como fazer. E a flor era vermelha com 
caule verde.
- Assim, disse a professora, agora vocês podem começar.
O menininho olhou para a flor da professora, então olhou para 
a sua flor. Gostou mais da sua flor, mas não podia dizer isso... Virou 
o papel e desenhou uma flor igual a da professora. Era vermelha 
com caule verde. Num outro dia, quando o menininho estava em 
aula ao ar livre, a professora disse:
- Hoje nós iremos fazer alguma coisa com o barro.
- “Que bom! Pensou o menininho.
Ele gostava de trabalhar com barro. Podia fazer com ele todos 
os tipos de coisas: elefantes, camundongos, carros e caminhões. 
Começou a juntar e amassar a sua bola de barro.
Então, a professora disse:
- Esperem! Não é hora de começar! Ela esperou até que todos 
estivessem prontos.
- Agora, disse a professora, nós iremos fazer um prato.
“Que bom!” - pensou o menininho.
Ele gostava de fazer pratos de todas as formas e tamanhos. A 
professora disse:
- Esperem! Vou mostrar como se faz. Assim, agora vocês 
podem começar. E o prato era um prato fundo.
O menininho olhou para o prato da professora, olhou para 
o próprio prato e gostou mais do seu, mas ele não podia dizer 
isso. Amassou seu barro numa grande bola novamente e fez um 
prato fundo, igual ao da professora. E muito cedo o menininho 
aprendeu a esperar e a olhar e a fazer as coisas exatamente como 
44
 Arte e Ludicidade na Educação Infantil e Anos Iniciais
44
a professora. E muito cedo ele não fazia mais coisas por si próprio. 
Então aconteceu que o menininho teve que mudar de escola. Essa 
escola era ainda maior que a primeira. Um dia a professora disse:
- Hoje nós vamos fazer um desenho.
“Que bom!” - pensou o menininho e esperou que a professora 
dissesse o que fazer.
Ela não disse. Apenas andava pela sala.
Então veio até o menininho e disse:
- Você não quer desenhar?
- Sim, e o que é que nós vamos fazer?
- Eu não sei, até que você o faça.
- Como eu posso fazê-lo?
- Da maneira que você gostar.
- E de que cor?
- Se todo mundo fizer o mesmo desenho e usar as mesmas 
cores, como eu posso saber o que cada um gosta de desenhar?
- Eu não sei.
E então o menininho começou a desenhar uma flor vermelha 
com o caule verde...
Fonte: disponível em: <http://pcdec.sites.uol.com.br/ciranda/
ternurinha.htm>. Acesso em: 16 maio 2010.
Pillotto (2007) sugere o trabalho com as categorias do conhecimento 
sensível: percepção, emoção, imaginação, intuição e criação. Perguntamos 
a você: Qual das categorias, citadas pela autora, estamos trabalhando ao 
oferecer desenhos prontos ou direcionar a construção do desenho das 
crianças? Podemos afirmar que este é um momento de criação, emoção e 
imaginação?
Lidamos quase que o tempo todo com as linguagens da 
arte: desenho, modelagem, corporeidade, sonoridade, 
pintura, gravura, escultura, cinema, desenho animado e 
tantas outras. Mas de que forma nos apropriamos dessas 
linguagens? (PILLOTTO, 2007, p.19).
A preocupação da autora está no modo como nos apropriamos das 
diferentes linguagens da Arte, presente no nosso dia a dia e trabalhamos com 
Lidamos quase 
que o tempo todo 
com as linguagens 
da arte: desenho, 
modelagem, 
corporeidade, 
sonoridade, 
pintura, gravura, 
escultura, cinema, 
desenho animado 
e tantas outras.
45
O LúdicO e a arte na aprendizagem
45
 Capítulo 2 
estas linguagens em sala de aula. O modo como levamos a Arte para dentro 
da esfera escolar.
Qual a função da arte na escola? Deixar as paredes das escolas 
bonitinhas, enfeitadas com desenhos estereotipados? Desenvolver a 
coordenação motora das crianças, através de atividades pontilhadas com 
diferentes linhas e formas?
Atividade de Estudo:
Para você, qual deve de ser o papel da arte na escola?
 ____________________________________________________
 ____________________________________________________
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 ____________________________________________________
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 ____________________________________________________
 ____________________________________________________
a arte cOmO fOrma de cOmunicaçãO e 
expressãO
Aprofundar o campo da imaginação e do papel 
que pode ter na criação de significados pessoais 
e na transmissão da cultura torna-se o ponto e 
o propósito para se ter artes na educação.
Arthur Efland
As palavras de Efland nos permitem reafirmar a importância do trabalho 
com a arte na educação, a valorização da cultura e as categorias do campo da 
imaginação e criação infantil. 
A criança quando cria, o faz de forma lúdica, ou seja, brincando. Porém, 
costumamos oferecer para as crianças nos espaços educacionais, propostas 
pedagógicas baseadas no nosso gosto pessoal, nossos desejos e vontades. 
Poucas são às vezes em que os professores permitem o ato criativo infantil.
46
 Arte e Ludicidade na Educação Infantil e Anos Iniciais
46
Preste atenção nas seguintes obras:
 
 
 
Figura 8 – Autorretrato 
(Romero Brito)
Fonte: Disponível em: <http://
www.romerobritto.com.br/index2.
htm>. Acesso em: 16 maio 2010.
Figura 10 – Autorretrato 
(Tarsila do Amaral) -1924
Fonte: Disponível em: <http://www.
tarsiladoamaral.com.br/index_frame.
htm>. Acesso em: 19 maio 2010.
Figura 9 – Autorretrato 
(Candido Portinari) - 1957
Fonte: Disponível em: <http://www.
proa.org/exhibiciones/pasadas
/portinari/salas/portinari_auto_retrato.
html>. Acesso em: 16 maio 2010.
Figura 11 – Autorretrato 
(Anita Malfatti)
Fonte: Disponível em: <http://4.
bp.blogspot.com/_k4zG_ZMp6gY/
SAJ2egXN5yI/AAAAAAAABr4/
OcMC3_Mkiac/
s400/anita+autoretrato.jpg >. 
Acesso em: 19 maio 2010.
47
O LúdicO e a arte na aprendizagem
47
 Capítulo 2 
Todasestas obras são o que chamamos de autorretrato. Este é um 
momento de criação do próprio artista. A representação de si mesmo, um ato 
individual de criação, imaginação e expressão.
Assim como o artista, a criança representa o mundo de acordo com a sua 
realidade e com o seu contexto histórico. As informações existentes nas suas 
produções são fruto do trabalho que desenvolvemos e que apresentamos a elas.
Quanto mais rica a experiência humana, tanto maior 
será o material disponível para a imaginação. Desta lei, 
portanto, extrai-se a importante conclusão pedagógica 
de ampliar a experiência cultural da criança, caso se 
pretenda fornecer-lhe uma base sólida para que venha a 
desenvolver sua capacidade criadora. (JAPIASSU apud 
PILLOTTO, 2007, p. 21)
Ampliar a experiência cultural dos alunos é oportunizar momentos de 
contato com a arte e com diferentes contextos. É na troca de informações com 
seus pares e nos momentos de fruição das linguagens da arte que a criança 
amplia o seu repertório visual e cultural. Neste sentido, a Arte como forma de 
expressão e comunicação é fundamental nos espaços educacionais e nas 
vivências infantis. Talvez a única possibilidade de contato com a arte para 
muitas dessas crianças.
As vivências artísticas, estéticas e culturais, como fazer bolinhos 
e utensílios de barro, desenhar na terra, na areia do mar, cantarolar, 
dramatizar a partir de personagens imaginários, movimentar o corpo nas 
brincadeiras e danças, ouvir o violeiro, histórias, lendas e contos, são 
práticas do cotidiano das crianças, ou pelo menos deveriam ser, pois 
nesses momentos em que o simbólico se faz presente elas também estão 
aprendendo. (PILLOTTO, 2007, p. 2). 
Figura 12 – Modelagem em argila
Fonte: Disponível em: <http://pt.dreamstime.
com/imagem-de-stock-modelagem-com-argila-
image8674021>. Acesso em: 19 maio 2010.
Figura 13 – Peças de argila
Fonte: Disponível em: <http://belavista.pt/
index.php?area=actividades_externas
_show&title=Workshop%20-%20
Brincar%20com%20o%20Barro&id=10>. 
Acesso em: 19 maio 2010.
48
 Arte e Ludicidade na Educação Infantil e Anos Iniciais
48
Essas vivências artísticas mencionadas por Pillotto (2007) proporcionam 
a criança o contato com a cultura, com o contexto histórico onde está inserido, 
além da possibilidade de pesquisa sobre diferentes situações. Nesses 
momentos as crianças acabam se apropriando de novas informações e 
conhecimentos, aumentando o seu próprio repertório cultural e a própria 
maneira de sentir. Sentir Arte.
Quando nos referimos em diferentes contextos estamos mencionando 
as diferentes representações artísticas que podem ser pesquisadas com as 
crianças. Por exemplo: a presença do lúdico dentro da grande diversidade 
cultural em que vivemos.
Vamos exemplificar isto através da obra de Arte:
 
Figura 14 – Dança indígena
Fonte: Disponível em: <http://www.passeiweb.com>. Acesso em: 19 maio 2010.
 
Figura 15 – Dança de Prenda
Fonte: Disponível em: <www.zumblick.com.br>. Acesso em: 19 maio 2010.
Essas vivências 
artísticas 
proporcionam a 
criança o contato 
com a cultura, 
com o contexto 
histórico onde 
está inserido, além 
da possibilidade 
de pesquisa 
sobre diferentes 
situações. 
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O LúdicO e a arte na aprendizagem
49
 Capítulo 2 
 
Figura 16 – Pau de fitas
Fonte: Disponível em: <www.iade.art.br>. Acesso em: 19 maio 2010.
 
Figura 17 – Dança alemã
Fonte: Disponível em: <www.zumblick.com.br>. Acesso em: 19 maio 2010.
 
Figura 18 – Jongo no quilombo
Fonte: Disponível em: <http://www.umbandafest.com.br>. Acesso em: 19 maio 2010.
50
 Arte e Ludicidade na Educação Infantil e Anos Iniciais
50
Esses são alguns exemplos frente a grande diversidade cultural na qual 
estamos inseridos, representados por diferentes artistas. O contato com a arte 
nos permite conhecer esta diversidade no decorrer dos tempos e espaços, 
além do modo particular de representação de cada artista dentro do seu 
contexto, dentro da sua época, marcando e contribuindo com a nossa história.
Estes contatos com a arte devem acontecer em todos os espaços 
educacionais, principalmente nos espaços de educação infantil, lugar onde 
iniciamos a trajetória escolar. Espaço que deve ser compreendido como lugar 
de ensino e aprendizagem: aprendizagem da Arte e da Ludicidade. 
Atividade de Estudo:
Diante das informações sobre o papel da arte na infância, 
sugerimos que você faça a leitura do artigo que segue: Proposta para 
a arte na Educação Infantil, da autora Silvia Sell Duarte Pillotto. Após 
realizar a leitura, nossa sugestão é que você reflita e escreva sobre a 
proposta de ensino de arte na instituição que você trabalha. 
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PROPOSTAS PARA A ARTE NA EDUCAÇÃO INFANTIL
Silvia Sell Duarte Pillotto
A linguagem da arte na educação infantil tem um papel 
fundamental, envolvendo os aspectos cognitivos, sensíveis e 
culturais. Até bem pouco tempo o aspecto cognitivo não era 
considerado na a educação infantil e esta não estava integrada 
na educação básica. A Lei de Diretrizes e Bases da Educação 
9.394/96 veio garantir este espaço à educação infantil, bem como 
o da arte neste contexto.
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O LúdicO e a arte na aprendizagem
51
 Capítulo 2 
Para compreender a arte no espaço da educação infantil 
no momento atual, mesmo que brevemente, é preciso situar o 
panorama histórico das décadas de 80 e 90. Os referenciais que 
fundamentavam as práxis do profissional da educação infantil 
eram os Cadernos de Atendimento ao Pré-escolar (1982), criados 
pelo Ministério da Educação e Cultura – MEC. Os textos destes 
Cadernos para aquele momento histórico tiveram contribuição 
fundamental como subsídio para as ações dos educadores 
atuantes na educação infantil. Entretanto, vale ressaltar que pouco 
priorizavam o conhecimento, centrando-se apenas nas questões 
emocionais, afetivas e psicológicas e nas etapas evolutivas da 
criança. Com relação à arte na educação, os pressupostos eram 
muito mais voltados à recreação do que às articulações com a arte, 
a cultura e a estética. Como exemplo, é possível citar a ênfase 
em exercícios bidimensionais que priorizava desenhos e pinturas 
chapadas. Ou seja, os conceitos sobre arte resumiam-se a simples 
técnicas. De acordo com PILLOTTO (2000, 61) “é interessante 
observar que esse Caderno, embora tenha uma fundamentação 
teórica voltada às concepções do ensino da arte modernista, 
na sua essência é muito mais tecnicista no que diz respeito aos 
exercícios repetitivos, mecânicos e sem a preocupação com a 
reflexão dos conceitos”.
Na década de 90, o MEC lança o Caderno do Professor da 
Pré-Escola, com uma abordagem contextualista, na qual a arte 
deixa de ser tratada apenas como atividade prática e de lazer, 
incorporando o ato reflexivo. Apesar dessas transformações, a 
arte permanecia ainda com foco em abordagens psicológicas e 
temáticas. A arte na educação infantil nesta década ainda buscava 
uma consistência teórica, conceitual e metodológica.
A partir de 2000 as discussões reflexivas sobre a arte na 
educação infantil ganham novos espaços na literatura, nas propostas 
curriculares e especialmente na pesquisa. É com este propósito que 
em 2002 iniciou-se na Universidade da Região de Joinvillea pesquisa 
“O Programa Institucional Arte na Escola e sua dimensão no ensino 
e aprendizagem da arte”. O objetivo desta pesquisa é avaliar 
reflexivamente as ações dos programas de educação continuada 
para profissionais da educação, no intuito de perceber os aspectos 
frágeis com relação a arte no contexto escolar, diagnosticando a 
realidade para construir coletivamente novas proposições.
A pesquisa tem apontado a necessidade de novos constructos* 
para a arte na educação infantil, no sentido de desenvolver práxis 
nas quais haja a total integração do profissional da educação 
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 Arte e Ludicidade na Educação Infantil e Anos Iniciais
52
infantil, do profissional da arte na educação, das crianças, da 
instituição e da comunidade. Esta abordagem tem se mostrado 
eficiente e consolidada para a educação infantil na Itália, sendo 
disseminada em outros países. Obviamente, entende-se que cada 
espaço possui especificidades próprias que devem ser respeitadas. 
Portanto, a idéia não é a de adotar modelos estrangeiros, mas de 
tê-los como possibilidade de referência.
A partir desta pesquisa, a proposta é apontar constructos 
(a curto, médio e longo prazos), nos quais cada instituição de 
educação infantil tenha um profissional habilitado no ensino da 
arte, capaz de desenvolver projetos pedagógicos em parceria 
com os demais educadores, enfatizando os aspectos cognitivos, 
sensíveis e culturais em arte.
Nesta perspectiva, entende-se por novos constructos propostas 
que partem de uma visão de currículo não linear ou sistêmico, 
considerando o contexto histórico-social, as necessidades e interesses 
das crianças, no qual educadores, crianças, instituição e comunidade 
desenham um currículo que parte do trabalho coletivo.
O planejamento no currículo, a partir da perspectiva sistêmica, 
pressupõe como método de trabalho no qual professores 
“apresentam objetivos educacionais gerais, mas não formulam 
objetivos específicos para cada projeto ou atividade de antemão. 
Em vez disso, formulam hipóteses sobre o que poderia ocorrer 
com base em seu conhecimento das crianças e das experiências 
anteriores.” (RINALDI: 1999,113).
A partir desta visão, especificamente para a arte na educação 
infantil está o educador em arte, que atua em consonância com 
os demais educadores da instituição, aprofundando conceitos e 
linguagens da arte. A função do profissional em arte na educação 
não é simplesmente ministrar aulas fragmentadas de arte, mas, 
sobretudo de organizar um espaço de cultura que possibilite a 
ampliação das expressões e das linguagens da criança. No que 
este espaço contribui? “Ajuda que os professores compreendam 
como as crianças inventam veículos autônomos de liberdade 
expressiva, de liberdade cognitiva, de liberdade simbólica e vias de 
comunicação”. (VECCHI: 1999, 129)
Como historicamente pode-se observar, a arte na educação 
infantil possuía um perfil de recreação e de desenvolvimento 
emotivo e motor. Hoje, a arte na educação infantil está em processo 
de rupturas e transformações, exigindo das políticas educacionais, 
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O LúdicO e a arte na aprendizagem
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 Capítulo 2 
dos cursos de Formação de Professores, especialmente das 
Licenciaturas em Arte, um comprometimento com os aspectos 
cognitivos, sensíveis e culturais.
Cabe então, a todos os profissionais que atuam direta ou 
indiretamente com o ensino da arte, uma reflexão não somente 
dos processos de sala de aula, mas também do seu papel como 
cidadãos, protagonistas de uma história. 
REFERÊNCIAS
EDWARDS, C., GANDINI, L., FORMAN, G. As cem linguagens da criança: 
abordagem de Reggio Emilia na educação da primeira infância. Porto Alegre: 
ArtMed, 1999.
GANDINI. Lella; & EDWARDS, Carolyn. Bambini: a abordagem Italiana à 
educação infantil. Trad. Daniel Etcheverry Burguño. Porto Alegre: ArtMed, 
2002.
PILLOTTO, Silvia S.D. A trajetória histórica das abordagens do ensino e 
aprendizagem da arte no contexto atual. Revista Univille, v.5, n.1, abr, 2000.
RINALDI, Carlina. O Currículo Emergente e o Construtivismo Social. IN: 
EDWARDS, C., GANDINI, L., FORMAN, G. As cem linguagens da criança: 
abordagem de Reggio Emilia na educação da primeira infância. Porto Alegre: 
ArtMed, 1999.
VECHI, Vea. O Papel do Atelierista. IN: EDWARDS, C., GANDINI, L., 
FORMAN, G. As cem linguagens da criança: abordagem de Reggio Emilia 
na educação da primeira infância. Porto Alegre: ArtMed, 1999.
* Silvia Sell Duarte Pillotto, Mestre em Educação pela 
Universidade Federal do Paraná e Doutoranda em Engenharia da 
Produção (Gestão) na Universidade Federal de Santa Catarina, 
é professora dos Departamentos de Artes Visuais e Pedagogia 
na Univille, além de coordenadora pedagógica do Pólo Arte na 
Escola e coordenadora da pesquisa “O Programa Institucional 
Arte na Escola na região de Joinville e sua dimensão no ensino e 
aprendizagem da arte”. Letícia Mognol, Mestranda em Educação 
na Universidade do Vale do Itajaí, é professora do Departamento 
de Artes Visuais da Univille e pesquisadora do mesmo projeto.
Fonte: PILLOTTO, Silvia Sell Duarte. Propostas para a arte na educação 
infantil. Disponível em: <http://www.artenaescola.org.br/pesquise_
artigos_texto.php?id_m=24>. Acesso em: 22 maio 2010.
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 Arte e Ludicidade na Educação Infantil e Anos Iniciais
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aLgumas cOnsiderações 
Nesse segundo capítulo, estudamos um pouco sobre o papel da arte na 
educação infantil e nos anos iniciais do ensino fundamental e a arte como 
forma de comunicação e expressão.
Apresentamos para você leitor, a importância do trabalho com a arte 
como forma de construção humana sensível, exercício de sensibilidade e 
criatividade dos seres humanos. Refletimos sobre o trabalho com estereótipos 
e desenhos prontos apresentados aos alunos e as influências culturais nas 
suas produções.
No próximo capítulo apresentaremos a metodologia triangular do ensino 
da Arte e o modo como podemos resgatar os brinquedos, jogos e brincadeiras 
infantis por meio do trabalho com a arte e a valorização da cultura.
MAGALHÃES JÚNIOR, R. Poesia e vida de Casimiro de 
Abreu. 2 ed. Rio de Janeiro: INL, 1972. p. 268.
referências
BARBOSA, Ana Mae Tavares Bastos. John Dewey e o ensino da arte no 
Brasil. 5.ed. São Paulo : Cortez, 2002. 
______. A função da Arte. 2009. Disponível em: http://www.dominiopublico.
gov.br/download/texto/mre000079.pdf> Acesso em: 21 mai 2010.
DUARTE JÚNIOR, João Francisco. Por que arte-educação? 5. ed. 
Campinas: Papirus, 1988. 
FERRAZ, Maria Heloísa C. de T.; FUSARI, Maria F. de Rezende. 
Metodologia do ensino da Arte. 2. Ed. São Paulo: Cortez, 2009.
PILLOTTO, Silvia Sell Duarte. O Conhecimento sensível: uma contribuição 
para o aprendizado humano. In: PILLOTO, Silvia Sell Duarte; SCHRAMM, 
Marilene K.; CABRAL, Rozenei W. (Orgs.). Arte e o ensino da arte. 
Blumenau: Nova Letra, 2004. 
______. (Org.). Linguagens da arte na infância. Joinvile: Univille, 2007.
VIGOTSKY, Lev Semenovich. Pensamento e linguagem. Tradução de 
Jefferson L. Camargo. São Paulo: Martins Fontes, 1998.

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