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Física II CAVIDADES HEMISFÉRICAS: EQUAÇÃO DE LAPLACE 1 Sumário Introdução .................................................................................................................................... 2 Objetivos ....................................................................................................................................... 2 1. Introdução à Tensão Superficial .............................................................................................. 2 2. Equação de Laplace .................................................................................................................. 4 Exercícios ...................................................................................................................................... 5 Gabarito ........................................................................................................................................ 5 Resumo ......................................................................................................................................... 7 2 Introdução Esta apostila irá abordar a Equação de Laplace para as cavidades hemisféricas, que determina a pressão em uma superfície esférica. Para estudarmos a equação de Laplace, será necessário estudarmos brevemente que é tensão superficial. Lembrando que este conteúdo será visto de forma mais aprofundada na apostila de Tensão Superficial e Seus Fenômenos. Pierre-Simon Laplace foi um importante matemático, físico e astrônomo, que escreveu a obra Mecânica Celeste, baseada na Mecânica Clássica de Newton. Ele era membro da Royal Society, uma instituição que tinha o intuito de promover o conhecimento científico. Diversos cientistas importantes participavam dela, assim como Isaac Newton. A pressão de Laplace pode ser determinada através da equação de Young- Laplace. Essa equação relaciona a variação da pressão na superfície que separa dois fluidos. Objetivos • Compreender tópicos introdutórios acerca da tensão superficial. • Visualizar casos particulares de pressões de um líquido. • Aplicar a Equação de Laplace em superfícies esféricas e não-esféricas. 1. Introdução à Tensão Superficial Para abordarmos a Equação de Laplace, primeiramente, é importante que saibamos de onde ela surgiu. Para isso, vamos abordar brevemente o tema Tensão Superficial. Portanto, consideremos um líquido em repouso, podemos imaginar este líquido sendo a água. Este líquido é constituído por inúmeras moléculas que se atraem. Esta atração se dá por forças de coesão. Contudo, sabemos que esta força se torna nula após uma distância r, que é o raio da partícula. Observe a seguinte ilustração: 3 01 Representação de forças resultantes em moléculas da água. Na figura anterior, foram destacadas 3 partículas para analisarmos como as forças atuam sobre estas. Ao analisarmos as partículas P1 e P2, notamos que, por estas estarem totalmente inseridas no interior do líquido, a resultante de forças que atuam sobre elas é nula. Isso se dá devido a serem atraídas simetricamente em todas as direções por todas as outras partículas, ou seja, as forças de coesão estão equilibradas. Já no caso de P3, notamos que a partícula está parcialmente imersa no líquido. Portanto, na parte superior da esfera não atuam forças intermoleculares de moléculas vizinhas. Já na parte inferior e nas laterais, temos a atuação destas forças de coesão. Isso resulta em uma força de coesão maior na parte inferior da partícula do que na parte superior, o que faz com que seja atraída para a parte inferior do líquido. Desse modo, todas as partículas que se situam na camada superficial de um líquido, sofrem a ação de uma força que as impulsiona para o seu interior. Esta força é denominada de pressão interna. IMPORTANTE! A ação destas pressões faz com que os líquidos se contraiam, o que por consequência reduz sua área e dá origem a uma energia potencial capaz de se opor a Vale ressaltar que além da pressão interna, também atua sobre o líquido a pressão atmosférica. 4 qualquer tentativa de esticar o líquido. Assim, se há o esticamento de um líquido, será necessário um gasto de energia para que isso ocorra. Esta quantidade de energia gasta é denominada de Tensão Superficial. 2. Equação de Laplace Os líquidos, além de possuírem superfícies planas, também podem possuir superfícies convexas ou côncavas. Quando a superfície é côncava, ou convexa, surge uma nova pressão. Veja a seguinte figura: 02 Representação de pressões que atuam em um líquido. A pressão de uma superfície esférica é dada pela seguinte equação, chamada de Equação de Laplace: ∆𝑃 = 𝑃1 − 𝑃2 Onde a pressão para uma superfície esférica, de raio R, é calculada por: 𝑝 = 2𝜎 𝑅 Onde p é a pressão, 𝜎 é a tensão superficial e R é o raio de curvatura da superfície. Utilizamos somente R, pois todos os raios da superfície serão o mesmo valor. Portanto para uma esfera ∆𝑃 = 𝑝. Agora, se queremos calcular a pressão de uma superfície não-esférica, temos de levar em consideração que os raios de curvatura serão distintos, ou seja, R1≠R2. Portando a equação ficaria: 5 ∆𝑃 = 𝜎 [( 1 𝑅1 ) + ( 1 𝑅2 )] FIQUE ATENTO! Exercícios 1. (FARINHA, 2010) Considere o sistema abaixo: A pressão interna será maior na esfera 1 ou na esfera 2? 2. (FARINHA, 2010) Um tubo de vidro com diâmetro interno de 1 cm contém uma vareta de vidro com 0,99 cm de diâmetro no centro. Se for introduzido num recipiente com água a 25 ºC, a que altura a água subirá? (Para a água a 25 ºC: 𝜎= 72 mN m-1 e ρ=0,997 g cm-3). 3. (HEWITT, 2011) Dizemos que a forma de um líquido é a do recipiente que a contém. Mas sem recipiente e sem gravidade, qual é a forma natural de uma pequena porção de água? Por quê? Gabarito 1. Para sabermos qual será a maior pressão, primeiramente temos de saber as pressões na esfera 1 e na esfera 2. Como a pressão de uma esfera se dá pela equação de Laplace ∆𝑃 = 𝑝, sabendo-se que 𝑝 = 2𝜎 𝑅 Basta sabermos qual dos raios será maior. Como o raio da esfera é inversamente proporcional à pressão, a pressão maior será a da que possui menor raio. Portanto, da esfera 2. Quando for utilizar os valores numéricos, cuidar rigorosamente se suas unidades condizem, utilizando o Sistema Internacional de medidas. 6 2. Esta questão envolve diversas equações, para isso seria bom que você desse uma revisada nas apostilas 3 e 4 (sobre pressão e variação de pressão em um fluído em repouso). Bom, podemos iniciar com as informações que o problema já nos deu. Sabemos que se trata de uma superfície não-esférica, portanto a equação de Laplace que iremos utilizar é a seguinte: ∆𝑃 = 𝜎 [( 1 𝑅1 ) + ( 1 𝑅2 )] Contudo, para calcular a altura que a água subirá, teremos de utilizar a equação de pressão em um fluído que é descrita por: ∆𝑃 = ∆𝜌𝑔ℎ Podemos calcular ∆𝑃, a partir da equação de Laplace, 𝜌 temos o valor fornecido no exercício, g é a aceleração da gravidade (9,8 m/s²) e a altura iremos descobrir! Portanto, vamos começar calculando ∆𝑃. O intervalo entre os dois tubos será a diferença entre esses dividido por 2, portanto (1-0,99) / 2 = 0,005 cm ou 0,05 mm. O raiode curvatura do menisco é de 0,025 mm e o raio de curvatura da vareta é de (9,9+0,025) / 2 = 4,956 mm. Agora a Variação da pressão será ∆𝑃 = 0,072 [( 1 0,025 ) + ( 1 4,956 )] 𝑥10³ ∆𝑃 = 2894,5 𝑃𝐴 Agora sim podemos calcular a altura! 2894,5 = 997𝑥9,8𝑥ℎ 𝒉 = 𝟐𝟗, 𝟔 𝒄𝒎 7 3. A forma para uma porção de água na ausência da gravidade é a de uma esfera. Isso ocorre devido à tensão superficial que tende a minimizar a área de um líquido. Resumo Nesta apostila aprendemos que tensão superficial é a energia gasta para que ocorra o esticamento de um líquido. Quando temos uma superfície de um líquido côncava ou convexa, há o surgimento de uma nova pressão p. A pressão no líquido, com superfície esférica, é dada pela equação de Laplace que relaciona a variação das pressões que separa a superfície de fluidos, dada pela seguinte equação: ∆𝑃 = 𝑃1 − 𝑃2 Para superfícies esféricas temos a equação 𝑝 = 2𝜎 𝑅 Para superfícies não esféricas, utilizamos a equação ∆𝑃 = 𝜎 [( 1 𝑅1 ) + ( 1 𝑅2 )] Pois teremos distintos raios. 8 Referências bibliográficas HEWITT, P. G. Física Conceitual. 11 ed. – Porto Alegre: Bookman, 2011. FARINHA, J. P. Superfícies e Interfaces. Disponívelem: <https://pt.slideshare.net/CHRISTIanne44/intefaces- 51986514>. Acessoem: 09 mar 2019as 11h30. CAP I ESTÁTICA DE FLUIDOS2. Disponível em: <http://www.aulas.e-agps.info/sinterizacao/laplace.pdf>. Acesso em: 09 mar 2019 as 14h33. Referências imagéticas FIGURA 1 e 2. Disponível em: <https://pt.slideshare.net/CHRISTIanne44/intefaces-51986514>. Acesso em: 09 mar 2019 às 14h33.
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