Buscar

TCC Pronto Previdência Social INSS Sirleia

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 58 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 58 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 58 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

.
 mer
�
Em especial aquele que me ofertou a vida e o dom do amor, Deus Senhor de todas as forças do universo, a minha família por todo companheirismo e fé depositado em mim, muito obrigado!
agradecimentos
À Deus, por ter me dado forças para realizar mais esta conquista e por não ter me abandonado durante a caminhada, iluminando meus caminhos durante esta trajetória.
Aos meus pais, responsáveis pela minha existência, muito obrigado! Pelo amor e dedicação... Amo os dois de forma grata e grandiosa!
A minha irmã e meu cunhado por existirem em minha vida.
A meu namorado, Vilmones que me incentivou por meio de reflexões teórico e prática me levando a buscar o conhecimento.
À profª Suzana, que me dedicou carinho e atenção, demonstrando amizade sincera. Obrigado!
A Cleidiney, minha supervisora de campo de estágio, por me suportar durante os processos de estágio supervisionando, contribuindo no aperfeiçoamento do meu saber profissional. 
As colegas do curso que se tornaram amigas especiais.
A todas as pessoas que, de uma forma ou de outra, contribuíram para a conclusão deste trabalho – amigos, parentes, muito obrigados.
 
Que os vossos esforços desafiem as impossibilidades, lembrai-vos de que as grandes coisas do homem foram conquistadas do que parecia impossível.
Carles Chaplin
FIRMO, Sirleia Santos. SERVIÇO SOCIAL NA PREVIDÊNCIA SOCIAL INSS 2012. 58pg. Trabalho de Conclusão de Curso Serviço Social – faculdade UNOPAR, Xinguara, 2016.
RESUMO
A partir da década de 1990 observa-se um processo de consolidação e ampliação das reformas neoliberais, as quais têm promovido uma reestruturação do sistema de proteção social brasileiro. Essas modificações têm relação direta com a atuação do assistente social nas políticas sociais, principalmente, as constituintes da Seguridade Social. Este trabalho se concentra na área da previdência. Assim, a pesquisa tem como objetivo estudar quais são os reais rebatimentos dessas transformações para o exercício profissional dos assistentes sociais, realizando uma reflexão sobre o atual fazer profissional na previdência social e estudando como estas mudanças podem significar uma reorientação do fazer profissional. 
Palavras-chave: Neoliberalismo; Proteção Social; Serviço Social, Previdência.
FIRMO. Sirleia Santos. . SERVIÇO SOCIAL NA PREVIDÊNCIA SOCIAL INSS 2012. 58pg. Senior Research Project – Law Course UNOPAR, Xinguara, 2016.
ABSTRACT
In the end of 20th and the beginning of 21st century the consolidation and expansion of neoliberal reforms take place, promoting a restructuring of the brazilian social protection system. These modifications are showing a tendency to development assistance programmes into the detriment of other social policies in the framework of social protection, the so-called "assistancialization" process. This fact has direct relation to the actions of the social worker as executor, formulator and evaluator of these policies, especially when this professional is inserted into one of the three pillars of social security – health, assistance and pension plan. It is in this last area that this work focuses. Thus, the research aims to study what are the real consequences of these transformations for the professional exercise of social workers, conducting a reflection on this current exercise in pension plan and studying how these changes can mean a reorientation of social workers practice.
Key-words: Neoliberalism; Social Protection; Social Work; Pension plan.
�
Sumário
91 INTRODUÇÃO	�
112 – DO DIREITO PREVIDENCIÁRIO	�
112.1 – Conceito e denominação	�
122.2 – Histórico	�
142.3 – O Direito Previdenciário no Brasil	�
183 – OS PRINCÍPIOS DO DIREITO PREVIDENCIÁRIO	�
183.1 – Princípios constitucionais da Seguridade Social	�
203.2 – Princípios específicos da Previdência Social	�
244 – O DIREITO PREVIDENCIÁRIO E SUA RELAÇÃO COM O DIREITO DO TRABALHO	�
285- FUNDAMENTOS	�
281.1 – Concepção da Politica Previdenciária	�
311.2 – Concepção do Serviço Social na Previdência	�
352. BASE ÉTICO-LEGAIS	�
373 – OBJETIVOS	�
384 – ESTRATÉGIAS GERAIS	�
405 METODOLOGIA	�
405.1 – Questão do Método	�
425.2 – Ações Profissionais	�
425.2.1 – Socialização das Informações Previdenciárias	�
455.3 – Instrumentos e Técnicas	�
455.3.1 Parecer Social	�
475.3.2 – Recursos Materiais	�
495.4. Os desafios da prática profissional do Assistente Social no INSS	�
549-CONCLUSÃO	�
5710-REFERÊNCIAS	�
�
�
1 INTRODUÇÃO
O presente trabalho busca realizar estudo sobre o Serviço Social no INSS que é um serviço previdenciário, garantido pela Lei n° 8.2013/91, que contribui para viabilizar o acesso dos cidadãos aos direitos assegurados na politica de Previdência Social.
As ações do Serviço Social são realizadas pelos Assistentes Sociais e Analistas do Seguro Social com Formação em Serviço Social. São desenvolvidas em consonância com a Legislação da profissão, normas, diretrizes e objetivos estratégicos adotados pela Instituição.
A atuação desses profissionais é fundamentais para a articulação da politicas sociais, visando proporcionar à população o acesso a informação qualificadas sobre os direitos sociais especialmente sobre os direitos previdenciários e assistenciais.
Com o surgimento das relações de trabalho, conseguintemente surgem as preocupações com o Direito Previdenciário. 
Ainda, faremos um estudo sobre o Direito Previdenciário na atualidade, bem como as perspectivas para o futuro, diante das novas realidades sociais. 
A partir de então, verificaremos o porquê dos direitos previdenciários terem que ser tratados como direitos fundamentais do cidadão, ainda já estejam incluídos nos direitos sociais do Art. 6° da Constituição Federal, defendendo que sua eficácia seja imediata. Tendo como foco a categoria de empregado como segurado obrigatório do INSS. As formas de reconhecimento de tempo contribuição destes contribuintes com abordagem dos meios de prova, bem como a justificação Administrativa e Justificativa Judicial. Quando passaremos a discorrer sobre o tema central deste trabalho que é o reconhecimento dos períodos trabalhistas perante o INSS, as dificuldades existentes, os meios de prova e quais as consequências para os cidadãos desta forma de tratamento do assunto pela autarquia. Os procedimentos a serem seguidos quando o INSS não os reconhece e a posição da Justiça Federal perante tais situações.
Será feita uma breve abordagem sobre os tipos de sentenças trabalhistas e suas influências direitas no campo previdenciário.
Finalizando com a defesa do Direito Previdenciário como direito fundamental, e ainda, a defesa da unidade de jurisdição da Justiça do Trabalho. Para que, conseguintemente, haja menos onerosidade ao empregado – beneficiário, menor demanda de tempo nos processos previdenciários/judiciais, maior agilidade e eficiência do serviço público (INSS) e uma maior economia processual. Será apresentada a defesa de que o Assistente Social atua mais na Previdência Social, facilitando o acesso a população aos seus direitos Previdênciarios.
2 – DO DIREITO PREVIDENCIÁRIO 
2.1 – Conceito e denominação 
Inicialmente, para entendermos o Direito Previdenciário devemos conceituar e diferenciar alguns termos que utilizaremos no decorrer de nosso trabalho, pois são conceitos importantes que nos ajudarão a entender todo o contexto em que estão inseridos.
Os conceitos de Previdência Social, Seguridade Social e Direito Previdenciário por diversas vezes são confundidos. E, aqui, faremosuma síntese de cada um deles para que possamos melhor distingui-los. Para isso, utilizaremos os ensinamentos de Castro e Lazzari que assim os definem:
Previdência Social é o sistema pelo qual, mediante contribuição, as pessoas vinculadas a algum tipo de atividade laborativa e seus dependentes ficam resguardadas quanto a eventos de infortunística (morte, invalidez, idade avançada, doença, acidente de trabalho, desemprego involuntário), ou outros que a lei considera que exijam um amparo financeiro ao individuo (maternidade, prole, reclusão), mediante prestações pecuniárias (beneficio previdenciário ou serviços). 
Já a Seguridade Social é definida da seguinte forma por nossos mestres:
_______________________
CASTRO, Carlos Alberto Pereira. LAZZARI, João Batista. Manual de Direito Previdenciário Florianópolis: Conselho Editorial, 2008. P. 625
A Seguridade Social abrange tanto a Previdência Social como a Assistência Social ( prestações pecuniárias ou serviços prestados a pessoas alijadas de qualquer atividades laborativa), e a Saúde Publica (fornecimento de assistência médico – hospitalar, tratamento e medicação), estes dois últimos sendo prestações de Estado devidas independentemente de contribuições.
E o último e mais importante conceito, por ser o foco do nosso trabalho, é o de Direito Previdenciário, que segue:
 Direito Previdenciário, ramo do Direito Público, tem por objetivo estudar, analisar e interpretar os princípios e as normas constitucionais, legais e regulares que se referem ao custeio da Previdência Social - que, no caso ordenamento estatal vigente, também serve como financiamento das demais vertentes da Seguridade Social e Saúde –, bem como os princípios e normas que tratam das prestações previdenciárias devidas a seus beneficiários. 
A seguir faremos uma breve exposição do histórico de como iniciou-se a preocupação com referidos direitos e, ainda como surgiu o Direito Previdenciário no Brasil.
2.2 – Histórico 
Antes de iniciarmos qualquer tipo de estudos a respeito de determinado fato, devemos, primeiramente, verificar em qual contexto estavam inseridas as pessoas, os problemas, a resolução de conflitos, para entendermos como tudo começou e, como se encontra aa realidade atual, influenciada pelo seu passado histórico.
No campo do Direito, devemos proceder da mesma forma, verificar anteriormente o contexto histórico em que estava inserido para podermos compreender o ordenamento jurídico atual.
Com relação ao Direito Previdenciário, para entendermos a nossa realidade, devemos voltar há muitos anos, nas famílias romanas, período em que temos noticias das primeiras preocupações dos clãs com os mais necessitados.
 A família romana era chefiada pelo pater famílias e este era o responsável por suas famílias e seus servos, e os chefes tinham uma espécie de associação para a qual contribuíam com a finalidade de ajudar os mais necessitados.
Já o exército romano guardava duas partes de cada sete do salário do soldado. E quando este se aposentava, recebia as economias junto com um pedaço de terra.
Em 1601, na Inglaterra, foi editada a Lei dos Pores (Poor Relief Act), marco da criação da assistência social, que regulamentou a instituição de auxílios e socorros públicos aos necessitados. Com fundamento nesta lei, o necessitados tinha o direito de ser auxiliado pela paróquia. Os juízes da Comarca tinham o poder de lançar imposto de caridade, eu seria pago por todos os ocupantes e usuários de terras, e nomear inspetores em cada uma das paróquias, visando receber e aplicar o montante arrecadado. 
Na Alemanha, Otto Von Bismark Instituto uma série de seguros sociais destinados aos trabalhadores. Em 1883, foi criado o seguro-doença obrigatório para os trabalhadores da indústria, custeado por contribuições dos empregados, empregadores e do Estado. Em 1884, criou-se o seguro de acidente de trabalho com custeio a cargo dos empregadores. Já em 1889, foi constituído o seguro de invalidez e velhice, custeado pelos trabalhadores, empregadores e Estado. Insta registrar que as leis instituídas por Bismark, que criaram os seguros sociais, foram pioneiras para a criação da previdência social no mundo. Tinham o objetivo de evitar as tensões sociais existentes entre os trabalhadores, através de movimentos socialistas com a crise industrial.
Na fase denominada, constitucionalismo social, as constituições dos países passam a tratar dos direitos sociais, trabalhistas e econômicos, inclusive direitos previdenciários.
A primeira constituição do mundo a incluir o seguro social em seu bojo foi a do México de 1917, a constituição soviética de 1918 também tratava de direitos previdenciários e a Constituição de Weimar de 1919 determinou que ao Estado incumbe prover a subsistência do cidadão alemão, caso não possa proporcionar – lhe a oportunidade de ganhar a vida com um trabalho produtivo.
Nos Estados Unidos, Franklin Roosevelt institui o New Deal, com a Doutrina do Welfare State (Estado do bem-estar social), para tentar resolver a crise econômica, que vinha desde 1929. Visava o combate às perturbações da vida humana, especialmente o desemprego e a velhice. Tinha por objetivo o Nem Deal estabelecer um conjunto de politicas estatais para criar novos empregos e uma rede de previdência e saúde pública.
O plano Beveridge, de 1941, da Inglaterra, tinha por objetivo: unificar os seguros sociais existentes; estabelecer o principio da universalidade, para que a proteção se estendesse a todos os cidadãos e não apenas aos trabalhadores; igualdade de proteção; tríplice forma de custeio, porém com predominância do custeio estatal. O plano era universal e uniforme. Era aplicado a todas as pessoas e não só aqueles que trabalhavam.
A declaração Universal dos Direitos do Homem, de 1948, inscreve entre outros direitos fundamentais da pessoa humana, a proteção previdenciária. O Art. XXV da referida norma determina “todo homem tem direito a um padrão de vida capaz de assegurar a si e a sua família saúde e bem-estar, inclusive alimentação, vestuário, habitação, cuidados médicos e os serviços sociais indispensáveis, o direito à seguridade no caso de desemprego, doença, invalidez, viuvez, velhice, ou outros casos de perda dos meios de subsistência em circunstâncias fora de seu controle”.
Portanto, é estado de necessidade das pessoas que surge a preocupação com o futuro, e a partir de então, a preocupação com algum tipo de seguro que proteja ou venha a proteger os cidadãos.
 E a preocupação se torna tão grande que a previdência está contida na Declaração Universal dos Direitos do Homem como direito fundamental do homem tamanha importância dessas garantias a toda população.
Vimos que com a evolução social, evoluem-se essas formas de seguro; a cada época, necessidades diferentes; e a cada necessidades uma forma de proteção nova.
2.3 – O Direito Previdenciário no Brasil
Em nosso país, as primeiras manifestações de preocupação com a necessidades de implantação de seguro social deram-se através das santas casas de misericórdia, como a de Santos (1543), montepios e sociedades beneficentes, todos de cunho mutualistas e particular. As entidades de cunho mutualista eram entidades nas quais várias pessoas se associavam para a cobertura de certos riscos, mediante a repartição dos encargos com todo o grupo. 
Também se registra a instituição do Montepio para a Guarda Pessoal de D. João VI (1808). Em 1835, foi criado Montepio Geral dos Servidores do Estado (mongeral), primeira entidade a funcionar no pais.
O Decreto n°406, de 17/05/1890, dispôs sobre a concessão de aposentadoria aos empregados da Estrada de Ferro Central do Brasil. O Decreto n°565, de 12/07/1980, estendeu o beneficio a todos os empregados das estradas de ferro gerais da República. 
A Constituição de 1891 foi a primeira a conter a expressão “aposentadoria”. Determinando que “a aposentadoria só poderá ser dada aos funcionários públicos em caso de invalidez no serviço da Nação”.No entanto, considera-se como marco da Previdência Social no Brasil a Lei Eloy Chaves, Decreto Legislativo n° 4682 de 24/01/1923 que determinou a criação das Caixas de Aposentadoria e Pensão para os empregados das empresas ferroviárias, impondo uma característica mantida até os dias atuais na administração da previdência pública: a administração colegiada. E com isso, caracterizou-se a década de 20 do século passado pela proliferação das Caixas de Aposentadoria e Pensão, vinculadas a empresas e de natureza privada.
Conforme os ensinamentos de Pressoto:
De regra, o modelo contemplado na Lei Eloy Chaves se assemelha ao modelo alemão de 1883, em que se identificam três características fundamentais: (a) a obrigatoriedade de participação dos trabalhadores no sistema, sem a qual não seria atingido o fim para o qual foi criado, pois mantida a facultatividade, seria mera alternativa ao seguro privado; (b) a contribuição para o sistema, devida pelo trabalhador, bem como pelo empregador, ficando o Estado como responsável pela regulamentação e supervisão do sistema; e (c) por fim, um rol de prestações definidas em lei, tendentes a proteger o trabalhador em situação de incapacidade temporária, ou em caso de morte do mesmo, assegurando-lhe a subsistência.
Em 1930, foi criado o Ministério do Trabalho, Indústria e Comércio, que tinha a tarefa de supervisionar a previdência social. A década de 30 daquele século foi marcada pela unificação das Caixas de Aposentadoria e Pensão (que, á época já somavam 183) em Institutos públicos de Aposentadoria e Pensão, Os IAPs não estavam ligados a empresas – congregavam classes e categorias de trabalhadores, de âmbito nacional. 
Surgiram assim, o Instituto de Aposentadoria e Pensão dos Marítimos (IAPM) em 1933, o Instituto de Aposentadoria e Pensão dos Comerciários (IAPC) em 1934, o Instituto de Aposentaria e Pensão dos Bancários (IAPB) em 1934, o IAP dos Industriários (IAPI) em 1936 e o IAP dos Empregados em Transportes e Cargas (IAPTEC) em 1938. Esse processo de unificação e criação dos Institutos deu-se até o inicio dos anos 50, quando praticamente toda população urbana assalariada já se encontra coberta pela previdência, exceto os trabalhadores domésticos e autônomos.
Em 1947, o Deputado Aluízio Alves apresentou o projeto que deu origem à Lei Orgânica da Previdência Social – LOPS – Lei n°3807, de 26/08/1960, marco de unificação dos critérios de concessão dos benefícios pelo diversos institutos. A partir da LOPS, apesar de continuarem a existir, os IAPs passaram a ser norteados pelas mesmas regras.
Ampliaram–se os benefícios, tendo surgidos auxílios: auxilio natalidade, auxílio-funeral e auxilio-reclusão, e ainda estendeu à área de assistência social a outra categorias profissionais. Não era a LOPS uma CLT. Era uma lei nova, que trazia novos benefícios e disciplinava as normas de previdência social, em um conjunto. A CLT é uma reunião de leis esparsas por meio de um decreto-lei A LOPS deu unidade ao sistema de previdência social.
A Lei n° 4214 de 02/03/1963 criou o Fundo de Assistência ao Trabalhador Rural (FUNRURAL), no âmbito do Estatuto do Trabalhador Rural. E não teve aplicação prática.
O Decreto-lei 72, de 21/11/1966, unifica os institutos de aposentadoria e pensões, centralizando a organização previdenciária do Instituto Nacional de Previdência Social ( INPS), implantando realmente em 02/01/1967.
A Constituição Federal de 1988 trouxe-nos uma completa estruturação da previdência, saúde e assistência social, unificando esses conceitos sob a moderna definição de “seguridade social”.
A lei n° 8029/90 criou o Instituto Nacional do Seguro Social (fusão do INPS – Instituto Nacional de Previdência Social e IAPAS – Instituto de Administração Financeira da Previdência Social) que passou a substituir referidos institutos nas funções de arrecadação, bem como nas de pagamentos de benefícios e prestação de serviços, aos segurados dependente do RGPS, tendo sido regulamentada pelo Decreto n°99350/90.
A Lei n°8212, de 24/07/1991, criou o Plano de Organização e Custeio da Seguridade Social. Lei n°8213, de 24/07/1991, instituiu o Plano de Benefícios da Previdência Social. A Lei n° 8080/90 cuidou da Saúde. A Lei n° 8742/1993 criou a Lei Orgânica da Assistência Social – LOAS.
A Emenda Constitucional n° 20, de 15/12/1998, trouxe substanciais mudanças à seguridade a destinação especifica à previdência e assistência social do produto arrecadado pelo INSS com as contribuições, impondo aos juízes do trabalho a execução das contribuições previdenciárias oriundas de sua sentença, extinguindo a aposentadoria por tempo de contribuição e tomando mais rigorosos os requisitos exigidos para o recebimento de alguns benefícios, além de outra alterações.
Verificamos, portanto, que o Direito Previdenciário nasce, assim como em outros países, da necessidade de ajudar aos mais necessitados. Após, parece como forma de proteger determinadas classes de trabalhadores contra a que estavam sujeitos e, posteriormente, com a criação de vários benefícios sociais, surge a necessidade do caráter contributivo para manutenção dos referidos direitos.
3 – OS PRINCÍPIOS DO DIREITO PREVIDENCIÁRIO
Se procurarmos no dicionário o significado da palavra princípio, encontraremos os seguintes significados: é aquilo que vem antes; o inicio; traz ainda a ideia de raiz ou aquilo que serve de base para alguma coisa. Significa, ainda, “proposição elementar e fundamental que serve de base a uma ordem de conhecimentos” e “proposição lógica e fundamental sobre a qual se apoia o raciocínio”.
 	 Segundo José Cretella Jr. “princípios de uma ciência são proposições básicas, fundamentais, típicas que condicionam todas as estruturações subsequentes. Princípios, nesse sentido, são os alicerces da ciência.” 
Sendo os princípios proposições da nossa ciência jurídica servem como direcionamento coerente na interpretação, integração e aplicação do direito.
 3.1 – Princípios constitucionais da Seguridade Social
O artigo 194 da constituição enumera os chamados princípios constitucionais da Seguridade Social, quais sejam:
I – Universalidade da cobertura e do atendimento: a universalidade de cobertura diz respeito à proteção de todos em relação aos fatos maléficos aos quais as pessoas estão sujeitas a passar cobertas pelo sistema. Já a universalidade de atendimento diz respeito a todos os serviços disponibilizados pela Seguridade Social, isto é, na Previdência Social e Saúde.
É o principio que garante a todos os residentes no Brasil a cobertura pela Seguridade Social, não existindo distinções. A nossa Constituição reza que como deve se tratar de um sistema de Seguridade Social, a garantir benefício a todos, independentemente de ter havido contribuições ou não.
II – Uniformidade e equivalência dos benefícios e serviços às populações urbanas e rurais: trata-se de um desdobramento do principio da igualdade, onde não pode haver distinções. A uniformidade, diz respeito, na verdade, às eventualidade que serão cobertas pela Seguridade Social, enquanto a equivalência, diz respeito ao valor dos benefícios que serão iguais, mas equivalentes (variam conforme tempo de contribuição, sexo, idade, etc).
Os benefícios são prestações em dinheiro e os serviços são recursos disponíveis como a habilitação e a reabilitação profissional.
III – Seletividade e distributividade na prestação de beneficio e serviços: o primeiro princípio visa àqueles que realmente precisam dos benefícios. Diante da grande variedade de benefícios existentes, há aqueles que são concedidos de acordo com uma pré-seleção, conforme a necessidade de cada um. Já o segundo principio da distributividade deve ser visto com relação a distribuição de renda e bem-estar. Como exemplo, podemos citar o beneficio assistencial ao idoso, para aquelas pessoas que completaram 65 anos de idade, não possuem contribuição suficiente para se aposentar ou não contribuíram e desde que a renda per capta da família seja deaté ¼ do salário mínimo, este terão direito ao benefício supracitado, ocorrendo, assim, a distribuição de renda.
IV – Irredutibilidade do valor dos benefícios: assim como no Direito do Trabalho as normas vigentes sobre os salários dos trabalhadores segue o principio da irredutibilidade, assim o é no Direito Previdenciário e os seus benefícios. Não pode haver redução. Trata-se de questão de segurança jurídica. Um dos meios existentes para garantir o cumprimento deste principio é o preceito encontrado em nossa Constituição em seu art. 201 4°: “É assegurado o reajustamento dos benefícios para preservar-lhe, em caráter permanente, o valor real, conforme critérios definidos em lei.” Não podem os benefícios ser objetos de descontos, salvo os determinados por lei ou mediante judicial.
V – Equidade na forma de participação no custeio: trata- se também de um desdobramento do principio da igualdade, isto é, aqueles que estiverem em iguais condições contributivas é que terão de contribuir da mesma forma para o custeio.
Não se pode exigir, por exemplo, que um empregado contribua com a mesma alíquota que de uma empresa. Inclusive, existe uma variação na alíquota para os próprios trabalhadores que quanto mais alto o salário, maior a alíquota de contribuição.
VI – Diversidade da base financiamento: o artigo 195, caput, da Lei Maior, reza que a Seguridade Social será financiada por toda a sociedade. E para isso, a Constituição prevê formas do custeio da seguridade social, por meio da empresa, dos trabalhadores, dos entes públicos e dos concursos de prognósticos, do importador de bens ou serviços do exterior (art. 195, I a IV). Nada impede que novas fontes sejam, mas isto deve ser feito através de lei complementar.
VII – Caráter democrático e descentralizado da administração, mediante gestão quadripartite, com a participação dos trabalhadores, dos empregadores, dos aposentados e do Governo nos órgãos colegiados: com a nova redação da Carta Magna ficou claro que há a necessidade da participação destas 4 classes de cidadãos, nos órgãos colegiados, diferentemente do que previa a Constituição antes da Emenda Constitucional n°20 a respeito do artigo 194, inciso VII: “caráter democrático e descentralizado da gestão administrativa, com a participação da comunidade, em especial dos trabalhadores, empresários e aposentados”. Portanto, todas essas classes, deverão estar presentes nos órgãos colegiados quando houver deliberação sobre questões previdenciárias. Art. 3° da Lei n°8213/1991 instituiu o Conselho Nacional de Previdência Social (CNPS), que tem representa do governo federal, dos aposentados e dos pensionistas, dos trabalhadores em atividades e dos empregados. O art. 17 da Lei 8742/93 cria o Conselho Nacional de Assistência Social, com representantes governamentais e da sociedade civil.
3.2 – Princípios específicos da Previdência Social 
Já vistos os princípios gerais que abrangem também a Seguridade Social, passaremos agora á análise dos princípios específicos da Previdência Social, a seguir elencados:
I – Da filiação obrigatória: a obrigatoriedade neste caso existe visto ser um objetivo do Estado. Pois se fosse a filiação de caráter facultativo o Estado não poderia garantir os indivíduos como hoje e visto. Portanto, todo o trabalhador que se encontre na condição de filiado do RGPS é considerado do INSS. A filiação somente se aplica aqueles que exercem atividades vinculadas ao Regime Geral de Previdência Social.
II – Do caráter contributivo: a Carta Magna já estabelece em seu artigo 201, caput: “A previdência social será organizada sob a forma de regime geral, de caráter contributivo e de filiação obrigatória, observados critérios que preservem o equilíbrio financeiro e atuarial, e atenderá, nos termos da lei, a: (...)” O caráter contributivo dá-se em razão que o nosso regime será custeado por contribuições sociais. Cabe à lei ordinária definição de como se dará a participação dos segurados, as hipóteses de incidência e base de cálculo. Não há que se falar em beneficio previdenciário, em nosso ordenamento jurídico atual, sem ter havido participação do segurado no custeio.
 
Conforme verificamos na obra de Castro e Lazzari:
O não pagamento da contribuição, nos casos em que há concessão de benefícios apesar de tal fato, configura mero inadimplemento da obrigação tributária, por parte do responsável pelo cumprimento da obrigação, mas não ausência de filiação, ou a perda da qualidade de segurado. Ou seja, não há que se confundir caráter contributivo com filiação ao sistema, que acontece ao passo que há exercício de atividade laboral remunerada, desde então incluindo o individuo no campo da proteção previdenciário.
III – Do equilíbrio financeiro e atuarial: ainda que se almeje este princípio, diante da Previdência Social, dificultoso se faz diante da situação social em que o Brasil se encontra. Trata-se este principio do equilíbrio que deve existir entre o custeio e o pagamento de benefícios para que não existam prejuízos. No entanto, com o crescente número de trabalhos informais e ainda o grande aumento na taxa de desemprego, esta relação está longe de chegar a um ponto de equilíbrio. Mais uma vez em sua obra Castro e Lazzari, sabidamente explica:
Com base nesse principio, o RGPS foi recentemente modificado para incluir, no cálculo de benefícios de aposentadoria por tempo de contribuição e idade, o chamado “fator previdenciário”, resultante das variáveis demográficas e atuariais à expectativa de vida, comparativamente à idade de jubilação – Lei n° 9876/99.
�
IV – Da garantia do beneficio mínimo: o 2° do art.201 da Constituição Federal garante que: “Nenhum benéfico que substitua o salário de contribuinte ou o rendimento do trabalho do segurado terá valor mensal inferior ao salário-mínimo.” Verificamos ser um principio que não demanda muitas explicações além do fato de que qualquer beneficio da Previdência Social não poderá ser inferior ao salario mínimo definido anualmente.
V- Da correção monetária dos salários de contribuição: o 3 do art. 201 da Constituição federal garante que: Todos os salários de contribuição considerados para o cálculo de beneficio serão devidamente atualizados, na forma da lei.” É a garantia que aqueles que necessitem dos benefícios do INSS tenham todos os seus salários, pertencentes ao período básico de cálculo, corrigidos monetariamente para que não haja prejuízos ao segurado. É que, se caso fosse utilizado o salário no valor nominal da época em que houve o desconto da contribuição, no momento de ser realizada a média, o valor sairia totalmente incorreto. Portanto, os salários de contribuição são corrigidos nominalmente para verificar qual o valor corresponderia na data atual.
VI – Da preservação do valor real dos benefícios: o 4° do art. 201 da Constituição Federal também garante: “É assegurado o reajustamento dos benefícios para preservar-lhe, em caráter permanente, o valor real, conforme critérios definidos em lei.” Trata-se do reajustamento anual, na mesma data em que ocorre o reajustamento do salário mínimo com base no Índice Nacional de Preços ao Consumir – INPC. Este principio é complemento a principio da irredutibilidade de salários, Anualmente, em data determinada, é fixado o índice de reajustamento para aqueles que ganham o valor do salário-mínimo e outro para aqueles que ganham mais do que o salário-mínimo.
VII – Da facultatividade da previdência complementar: o Regime Geral de Previdência Social tem a filiação dos segurados em caráter obrigatório para aqueles que exercem atividades vinculadas ao RGPS, já a previdência complementar é de caráter facultativo. Conforme os ensinamentos de Castro e Lazzari:
“A organização da previdência privada (que, em verdade, é apenas um seguro privado de cunho individual) é feia de forma autônoma, desvinculada do regime oficial, e em caráter de facultatividade para os segurados (CF, art. 40, 14 a 16, no âmbito dos regimes próprios de agentes públicos; art. 202 no âmbitodo RGPS)”
Portanto, o regime a que está vinculo o segurado pelo Regime de Previdência Social é distinto do Regime de Previdência complementar.
VII – Da indisponibilidade dos direitos dos beneficiários: determina este principio que, desde que preenchido os requisitos para concessão de determinado beneficio, e de acordo com a garantia do direito adquirido, os benefícios previdenciários à que têm direito não prescrevem com o passar do tempo e, muito menos, estão sujeitos a renúncia.
E ainda o artigo 114 da Lei 8213/91 assevera:
Salvo quanto ao valor à Previdência Social e a desconto autorizado por esta Lei, ou derivado da obrigação de prestar alimentos reconhecida em sentença judicial, o beneficio não pode se objeto de penhora, arresto ou sequestro, sendo nula de pleno direito a sua venda ou cessão, ou a constituição de qualquer ônus sobre ele, bem como a outorga de poderes irrevogáveis ou em causa própria para o seu recebimento.
Analisando os princípios é possível verificar que o texto constitucional define os princípios constitucionais como objetivo da Previdência Social que devem ser observado pelo Poder Público na organização do sistema.
4 – O DIREITO PREVIDENCIÁRIO E SUA RELAÇÃO COM O DIREITO DO TRABALHO
Salientamos, inicialmente, que o Direito Previdenciário tem uma grande relação com os outros campos do direito, qual seja: é no Direito Constitucional que vemos um capitulo todo dedicado a Seguridade Social.
Segundo Martins, a Seguridade Social é:
Conjunto de princípios, regras e de instituições destinado a estabelecer um sistema de proteção social aos indivíduos contra contingências que os impeçam de prover as suas necessidades pessoais básicas e de suas famílias, integrado por ações de iniciativa dos Poderes Públicos e da sociedade, visando assegurar os direitos relativos à saúde, à previdência e à assistência social.
E são princípios, regras e instituições que estão intimamente ligados ao Direito Previdenciário, o Direito da Seguridade Social tem como objetivo básico a proteção ao cidadão. 
Temos ainda a relação do Direito Previdência com o Direito Civil onde as bases para verificação da capacidade civil dos segurados, as responsabilidades civil, por exemplo, em acidentes de trabalho, são todas advindas do Código Civil.
O Direito Comercial também tem estreita ligação com o Direito Previdenciário tendo em vista que as empresas com suas contribuições, pagamentos de impostos, são fontes de recursos da Seguridade Social.
_____________________
MARTINS, Sérgio Pinto. Direito da Seguridade Social. 23° ed. São Paulo: Atlas, 2006.
 
Mas a nós interessa a estreita relação existente entre o Direito Previdência e o Direito do Trabalho. Matérias estas que, em determinados momentos, chegam a se confundir, e, em outros são nitidamente separadas. È essa a relação a qual discorremos a partir de então.
E essa estreita relação inicia-se com a preocupação do Estado e a proteção Social ao trabalhador.
Como assevera Castro e Lazzari:
Nos primórdios da relação de emprego moderna, o trabalho retribuído por salário, sem regulamentação alguma, era motivo de submissão de trabalhadores a condições análogas às dos escravos, não existindo até então, nada que pudesse comparar à proteção do individuo, seja em caráter de relação empregado-empregador, seja na questão relativa aos riscos da atividades laborativa, no tocante à eventual perda ou redução da capacidade de trabalho. Vale dizer, os direitos dos trabalhadores eram aqueles assegurados pelos seus contratos, sem que houvesse qualquer intervenção estatal no sentindo de estabelecer garantias mínimas.
No período da Revolução Industrial que a situação complicou-se ainda mais. Foi quando houve a diferenciação entre a classe trabalhadora e a classe detentora dos meios de produção. Os trabalhadores passaram a não ser mais dependentes de seus próprios trabalhos, mas a ser operadores de máquinas. Com jornadas de trabalho estendidas e desgastantes. E como citado acima, o que realmente valia era o contrato entre as partes e não existia nenhum tipo de intervenção dos Estados.
E foi justamente neste período que as classes começam a ser reunir e lutar por melhores condições de trabalho.
______________________
CASTRO, Caslos Alberto Pereira. LAZZARI, João Batista. Manual de Direito Previdenciário Florianópolis: Conceito Editorial, 2008 p. 34
Com tamanhos abusos que passaram então a ser cometidos contra os empregados, como, por exemplo, as jornadas excessivas de trabalho, a utilização do trabalho infantil, salários menores para mulheres, o grande número de acidentes de trabalho que ocorriam nas indústrias, e com as grandes revoltas que passaram a ocorrer, é que o Estado passa a se preocupar com a situação caótica advinda desta nova realidade.
Diante da insatisfação popular houve a intervenção estatal no que diz respeito às relações de trabalho e segurança do individuo quanto às suas necessidades.
É quando passamos do Estado liberal de direito, não intervencionista, individualista e que preconizava a liberdade contratual para o Estado Bem Estar Social, tendente a interferir diretamente em determinadas relações privadas, e, principalmente, de modo especifico, nas relações de trabalho e na proteção social dos indivíduos pertencentes ao mercado de trabalho.
É nessa passagem do Estado Liberal para o Estado do Bem Estar Social, que o Estado a fim de garantir um mínimo de dignidade às classes operárias estabelecer normas mínimas a serem seguidas nos contratos individuais de trabalho, nascendo assim o Direito do Trabalho.
E, visando também o combate às perturbações humanas, como a velhice, o desemprego, os acidentes ocorridos nas indústrias, é que são elaboradas politicas estatais para criar uma rede de previdência e saúde públicas.
Importa ressaltar que foi através de um mesmo período histórico que nascem o Direito Previdenciário e o Trabalhista, e, como se umbilicalmente unidos no passado, mantém-se até hoje com os mesmo laços de proteção aos trabalhadores. Atualmente, com traços definidos evoluções sociais ocorridas no decorrer de tantos anos.
Foi a partir da Revolução Industrial que a relação de trabalho começou a configurar-se da forma como se encontra hoje. E, como consequência, da forma como nasceram e com o objetivo pelo qual foram criados, estes dois ramos do direito permanecem intrinsecamente relacionados até os dias atuais.
 Identifica-se também grande relação com o Direito do trabalho. Sendo a grande maioria dos segurados da Previdência de empregados, as alterações no campo do Direito Laboral trazem repercussões efetivas no Direito Previdenciário, e vice-versa. Questões que sempre envolvem a análise destes dois ramos são facilmente verificáveis.
No entanto, foi com a promulgação da Constituição de 05/10/1988 que houve a nítida separação entre o Direito da Seguridade Social e o Direito do Trabalho, ao se trazer para o bojo da nossa Lei Maior um capitulo que versa exclusivamente sore a Seguridade Social. Na atual constituição, a Ordem Social abrange a saúde, a previdência e a assistência social. O que era previsto na Lei Maior anterior, que incluía a matéria no título da Ordem Econômica, em um único artigo (165), em que tratava de direito trabalhistas e previdenciários.
Portanto, distingue-se o Direito da Seguridade Social do Direito do Trabalho. Os dois direitos têm por fundamento proteger o trabalhador ou empregado. A seguridade social tem objetivo mais amplo: proteger o homem como indivíduo, mais precisamente como segurado, independentemente do tipo de trabalhador que seja.
5- FUNDAMENTOS
1.1 – Concepção da Politica Previdenciária
Ao longo de sua história, a politica previdenciária guarda com o movimento estrutural/conjuntural de cada momento histórico da sociedade brasileira, expresso em suas diversas politicas econômicas e na correlação de forças que se estabelecem. Nessa trajetória, a politica previdenciária tem comocaracterísticas básicas constitutivas o paradoxo entre a reprodução da força de trabalho e a incorporação de direitos sociais, ora tendendo à universalização de cobertura e ampliação dos benefícios e serviços, ora tendendo a uma restrição dos mesmos com base na Seguridade ou na concepção restrita do Seguro Social.
A velha republica foi marcada pela hegemonia da oligarquia rural expressa numa economia agro - exportadora e numa intensa efervescência político-social.
Nas primeiras décadas do século XX houve mobilizações populares onde se destacam as greves de 1905, 1919, assim como o Movimento Tenentista. As duas últimas greves continham entre suas pautas de reivindicações o cumprimento do Tratado de Versailles – acordo pós-guerra, segundo o qual os países ocidentais obrigavam-se a estabelecer sistemas de proteção social.
Foi nessa conjuntura que se verificou o marco inicial da Previdência brasileira como legislação social, através da promulgação do Acidente do Trabalho (1919) e a Lei Eloy Chaves (1923), dando inicio às Caixas de Aposentadorias e Pensões (CAPs). Tratava-se de um sistema contributivo entre empregados e empregadores por empresas, estendido de forma gradual, em conformidade com as categorias mais expressivas politicamente e estratégicas econômicas.
A revolução de 1930, configurada no Estado Getulista, possibilitou a passagem da economia agro - exportadora para a urbano – industrial, o que permitiu à classe burguesa emergente partilhar a gerência do Estado. Esse período foi marcado pelo aprofundamento do modelo corporativista e por uma politica favorável à industrialização, a partir de 1937. Tendo em vista a sua legitimação, o Poder Público buscou apoio na classe operária, o que suscitou a elaboração de uma legislação social e de proteção ao trabalho com vistas à regulamentação da questão social, através da incorporação de algumas demandas sociais, controle operário e atrelamento sindical aos organismos estatais.
È nesse contexto que se compreende a constituição da previdência Social como politica pública, a partir de 1933, com a criação dos Institutos de aposentadorias e Pensões- IAPs estruturados no sistema tripartite (com a incorporação do Estado), quer no seu aspectos contributivo como em seu gerenciamento, que contava com a presença dos sindicatos no interior desses institutos, através dos seus conselhos administrativos.
Os IAPs foram organizados como as Caixas de Aposentadorias e Pensões-CAPs, por categorias profissionais, que mais abrangentes deixaram à margem os trabalhadores rurais e os empregados domésticos, dando às dificuldades de organização destes segmentos e à posição no sistema econômico.
No final do governo de Juscelino Kubitschek- 1960, após 13 (treze) anos de discussão no Congresso Nacional foi promulgada a Lei Orgânica da Previdência Social-LOPS que deu uniformidade aos benefícios e, serviços previdenciários, permanecendo com os Institutos pela complexidade dos interesses em jogo.
A Previdência, em sua construção, foi incorporando alguns elementos que perfilaram o seu formato. Sendo assim, destacam-se em primeiro lugar a centralização, em 1966, nos governos militares, com a criação do Instituto Nacional de Previdência Social-INPS, que deu origem ao gerenciamento técnico-burocrático “apolítico”, por intermédio do Estado com a dissolução da participação dos sindicatos no interior do organismo institucional e com a extinção dos conselhos administrativos. Com o instituto Nacional de Previdência Social-INPS acentuou-se a compra dos serviços médicos privados de saúde, privilegiando a assistência individual em detrimento da coletiva e propiciando a da expansão industrial, farmacológica e de equipamento médico no setor.
Nessa nova conjuntura nacional delineada pelos governos militares houve a mudança do modelo econômico – concorrencial para o monopolista - , com o aprofundamento da abertura ao capital estrangeiro, o que ensejou mudanças no processo tecnológico de produção e necessidade de novo mercado consumidor. Por outro lado, o modelo exigiu o controle da população pelo esvaziamento da politica previdenciária acionada como mecanismo compensatório. Sendo assim, destacam-se no período:
A incorporação do Seguro de Acidente de Trabalho-SAT em substituição ao Seguro Privado de fins lucrativo;
Funrural (1974);
Inclusão dos autônomos e domésticos (1972/1973);
Criação da renda mensal vitalícia e salario maternidade (1974);
Concessão de benefícios, através do funrural, aos trabalhadores rurais acidentados (1974);
Criação do Ministério da Previdência e Assistência Social-MPAS (1974);
Em 1977, o governo militar reorientou a Politica Previdência e alterou a sua estrutura organizacional com a criação do Sistema Nacional de Previdência Social-SINPAS, que foi mais uma racionalização técnico-administrativa, tendo como consequência a extinção dos centros d Serviço social e a transferência dos programas de atendimento ao excepcional e idoso para a LBA. Isto veio confirma o caráter de seguro social pela lógica da relação contribuição-beneficiários.
A exaustão do período militar, delineada por uma crise econômica de vastas proporções em razão do endividamento externo e arrocho salarial ensejou mobilizações populares que pressionarão o Estado para o restabelecimento das liberdades democráticas. O governo militar respondeu com um processo de distensão e abertura politica, arquitetado de forma lenta, gradual e segura, culminando na Nova Republica, erigida de forma controlada, via Colégio eleitoral. Como consolidação desse processo, em 1988, é elaborada a Nova Constituição, onde a Previdência Social é definida como direito social no âmbito da Seguridade Social assentada no tripé: Saúde, Previdência e Assistência. Esse tripé, ao segmentar a população em lógicas diferenciadas, Saúde para todos; Previdência – para quem contribui e assistência – para quem necessita, contraria a própria concepção dos direitos sociais pela configuração de uma cidadania regulada.
A Previdência, através da Lei Magna, ampliou direitos, universalizou a cobertura e tomou equânime os regimes urbanos e rural, reafirmando ao poder publico a competência de organizar a Seguridade Social, não obstante a sua desobrigação do custeio permanente.
A demora na elaboração dos projetos de lei relativos aos Planos de Benefícios e de Custeio, prevista pela Constituição no prazo de 6 (seis) meses após sua promulgação, somente ocorreu em julho – 1991, numa nova conjuntura, lacuna esta que permitiu a nova composição governamental impor redutores aos direitos previdenciários expressos no aumento da carência para fins de aposentadoria e na desvinculação dos benefícios do salário-mínimo. A década de 80-90 marca a conjuntura pelo agravamento da instabilidade e crise estrutural da economia brasileira, evidenciada pela aceleração da inflação, recessão, endividamento, externo e interno, deterioração cambial, desempregado e aumento da pobreza, decorrente internamente da situação pós-milagre e externamente da nova ordem internacional do sistema capitalista, iniciado pela crise energética de 1973 e 1979 e culminado pelo questionamento do modelo econômico apoiado no Estado.
Essa situação vai permear o rumo da discussão dos novos projetos para as politicas públicas, em especial da Previdência, dicotomizada por matrizes que tem como fundamento a permanência ou não do estado como gestor central destas politicas. Isto significa o redimensionamento do papel do Estado com a sua diminuição, transferindo para o setor privado algumas de suas atribuições econômico-sociais. Surgem então projetos como o do José Arnaldo Rossi, ex-Presidente do Instituto Nacional do Seguro Social-INSS e o da Câmara dos Deputados apoiados no modelo chileno.
Essa polarização exige do Serviço Social um posicionamento profissional consoante com a afirmação dos direitos sociais como fundamentos à efetividade da cidadania. Isto se traduz num modelo de Previdência que reafirme o seu caráter público, de real universalidade, descentralizado, democrático,redistributivo, que garanta a manutenção digna do trabalhador e de sua família, sob o controle dos usuários.
1.2 – Concepção do Serviço Social na Previdência
O Serviço Social no Brasil surgiu em 1936. Este surgimento, porém, não se constitui num fato isolado, mas, relacionado com as transformações econômicas e sociais que atravessaram a sociedade brasileira. É o momento de expansão do modo de produção capitalista X trabalho. Configura-se então a condição objetiva proporcionadora da legitimidade do Serviço Social como profissão e resposta regulamentadora da questão.
A profissão, ao ter sua determinada historia, surgiu no interior da igreja Católica, num momento em que esta busca ter uma ação mais efetiva na realidade, saindo da postura meramente contemplativa e procurando recuperar seus interesses e influencias normativas na sociedade. O componente modernizador da caridade pública, fundamentado no equipamento assistencial desenvolvimento pela Igreja vai ser assumido pelo Serviço Social, que lhe dá nos planos políticos, o sentido explicito e de maior eficiência.
O processo de institucionalização do Serviço Social como profissão; ultrapassando a fase de “moderno agente de caridade” está ligado à criação das grandes instituições na década de 40 quando o estado passa a incorporar e regularizar juridicamente a questão social.
Na previdência, o Serviço Social surgiu legalmente através da Portaria n° 25 de 6 de abril de 1944, do Conselho Nacional do Trabalho-CNT, na expansão previdenciária dos IAPs, ambos surgidos desde 1943, e concomitante à criação de grandes Instituições como Fundação Legião Brasileira de Assistência-LBA, Serviço Social da Indústria-Sesi, Serviço Nacional de Aprendizagem, Industrial-Senai, Ministério do Trabalho, Indústria e Comércio.
A partir dai, pode-se pontuar alguns momentos do Serviço Social como resposta às demandas institucionais da profissão e da própria dinâmica da sociedade. No primeiro momento de sua criação na Previdência, o Serviço Social teve sua atuação marcada com o discurso de humanização das grandes máquinas burocráticas, cujos objetivos profissionais identificavam-se com os objetivos institucionais. Foi o momento da legitimação da profissão, a partir da unificação dos IAPs em 1966 até o sistema Nacional de Previdência e assistência Social-SINPAS e é marcado por uma afirmação profissional no interior da instituição previdenciária, tendo uma expressão mais concreta através da participação dos profissionais em todas as esferas das Instituições: planejamento, supervisão e execução.
A pratica de ação do Serviço Social, nesse período, expressou-se através do Plano Básico de Ação-PBA (R.S/INPS401.4 de 7-2-72), cuja diretrizes fundamental era desenvolver programas de assistência social em resposta à situação sócio-econômica vivenciada pelo Pais e ‘adequada aos serviços de bem –estar social”. Evidenciou-se desta forma o programa desenvolvimentista do governo no sentido de criar condições para o crescimento do conhecimento Milagre Brasileiro” (1968-1973), do governo militar. Por outro lado, o veio assistencial presente nas politicas sociais era o elemento compensatório acionado como amenizador do rebaixamento salarial e desmobilização reivindicatória.
O terceiro momento correspondeu à criação do Sistema Nacional de Previdência e Assistência social-SINPAS, quando houve a extinção dos centros de Serviços Social (lócus próprio do Serviço Social anterior), significando uma perda do espaço conquistado de um lado, e do outro, uma perspectiva de exclusão da profissão na área da previdência, com sua passagem para área de assistência-LBA, não concretizada pela ação, na época, da Coordenadoria Nacional do Serviço Social-DG.
A marca central desse período foi a busca pela conquista de espaço profissional no interior dos órgãos locais enquanto unidades de prestação de benefícios. Esta ótica é que vai inspirar a elaboração do segundo Plano Básico de Ação-PBA do serviço Social-1978, calcando no modelo psico-social, remanescente dos planos anteriores; e na matriz teórico-metodológica do funcionalismo. Convém observar que a partir de 1960, a profissão de serviço Social sendo desconceituada: em um primeiro momento por uma preocupação teoricista e num segundo momento, em razão da influência latino-americana pelo componente politico transformador da realidade em oposição às técnicas funcionalistas importados Unidos. Enquanto isso se processava, o Serviço Social na Previdência apenas teve certo rebatimento quanto ao tecnicismo verificando no período de 1966-1977, ficando totalmente à margem quanto ao componente político de cunho transformador.
O plano Básico de Ação-PBA vigorou de 1978 a 1991, sem nenhuma alteração, num período histórico marcado por uma intensa dinâmica social onde se registra a entrada em cena de ovos atores sociais com o ressurgimento do movimento operário, mobilizações sociais e a retomada da luta pela redemocratização do País. A não-renovação do Plano básico de Ação-PBA face as demandas sociais impostas pela dinâmica da sociedade contribui para uma prática profissional tradicional, burocratizada, a história baseada no senso comum, alicerçada numa ausência de reciclagem e supervisão profissional, o que gerou a formação de uma profissional rotineira, internista e tarefeira que se corrobora pela forma o Serviço Social adentrou-se nos Postos por uma imposição institucional e não por uma demanda populacional.
Nas décadas de 80 e 90, evidenciou-se a expressão de outra práticas profissionais, a partir do esforço individual e de algumas equipes consubstanciados a aproximação com as fontes de produção de conhecimento da universidade, através de participação em cursos de pós-graduação, assim como nos movimentos sociais emergentes, expressão de novas demandas.
Nos marcos institucionais atuais, o artigo 88 da Li n°8.213, de 24 de julho de 1991, definiu a competência do Serviço Social no campo do esclarecimento dos direitos sociais, dos meios de exercê-los e do estabelecimento conjunto com os beneficiários quanto à solução de problemas, tanto na sua relação com a instituição como na dinâmica da sociedade.
Assim a ação prioritária do Serviço Social está voltada para assegurar o direito, quer pelo acesso aos benefícios e serviços previdenciários, quer na contribuição para a formação de uma consciência de proteção social ao trabalho com a responsabilidade do Poder Público.
Nesse aspecto, entende-se que o Novo Paradigma do Serviço Social está no compromisso de ruptura com o modelo tradicional, na construção e reconstrução permanente teórico-metodológica da prática, visando efetivá-la no jogo das forças sociais presentes.
Implica redefinir o fazer profissional, reavaliando a experiência acumulada ao longo dos anos na busca de uma nova identidade pela aproximação com o discurso hegemônico na profissão. Este fazer é expresso na compreensão do Serviço Social como fenômeno histórico, determinando na realidade social pelas relações sociais de produção, pelos encaminhamentos políticos e na possibilidade e competência técnica do Serviço Social redefinir-se e legitimar-se na ótica do interesse do usuário.
O fazer profissional do serviço Social na Instituição previdenciária redimensionado por esse novo Paradigma implica entender que o espaço profissional é constituído pela convergência e interdependência do saber profissional, estatuto legal e legitimidade da população, a partir do atendimento de suas demandas. Neste sentido, esse espaço tem sua especificidade determinada de um lado, objetivamente, pela resposta dada historicamente quando de sua inserção nas relações sociais de produção, e por outro lado, pelas matrizes teórico-metodológicas que direcionam o seu fazer. Sua identidade, a partir disso, define pela autonomia técnica explicitada em seu método, objeto e objetivos que se concretizam em uma correlação de forças e encaminham o conteúdo de sua ação.
2. BASE ÉTICO-LEGAIS
Este Paradigma referencia-se ainda no Código de Ética, Resolução C.F.A.S.n° 273/93 de 13 de maio de 1993, e na Regulamentação da Profissão n° 8.662 de 7 de junho de 1993, estatutos que regulamentam o exercício profissional dos Assistentes Sociais e no artigo 88 da Lei n° 8.213, de 24 de julho de 1991, que estabelece as diretrizes para ação do Serviço Social na Previdência.
- O Código de Ética enumera como principais fundamentos:
Liberdade, como compromisso políticos profissionais quanto às demandas inerentes a “autonomia, emancipação e plena expansão dos indivíduos sociais” recusa à arbitrariedade, ao autoritarismo e afirmação na defesa dos direitos humanos (Código de Ética, p. 11);
Cidadania, compreendida como garantia dos direitos civis, sociais e políticos da população entre os quais se inclui a Previdência, já assegurada no artigo 60 do capítulo 11 da Constituição Federal de 1988; 
Democracia, compreendida como socialização da participação política e dos bens e serviços produzidos pela sociedade, principio que se coaduna com as ações de socialização das informações previdenciárias considerando neste paradigma como um dos eixos de prática profissional;
Equidade e justiça social, entendidas no âmbito da universalidade de acesso aos bens e serviços produzidos pela sociedade, implicando na gestão democrática da política previdenciária, princípios que inspiram a concepção que se encontra delineada neste documento;
Pluralismo, como garantia democrática de expressão de outras matrizes teórico-metodológicas no conjunto dos assistentes sociais da instituição. O pressuposto do pluralismo não se confunde com o ecletismo, onde matrizes antagônicas estão presentes numa mesma proposta de trabalho;
Compromisso profissional, compreendido no sentido do controle da qualidade das ações realizadas junto aos usuários, correspondente aos seus interesses e necessidades, implicando necessariamente num continuo aperfeiçoamento profissional, que representa articulação das dimensões ético-político-teórico-metodológico.
- No regulamento da Profissão destaca-se 
As ações do Serviço Social compreendendo coordenação, elaboração, execução, supervisão e avaliação de estudos, planos, programasse projetos, inclusive na administração dos recursos materiais do Serviço Social são de competência privativa do Assistente social;
O profissional de Serviço Social tem completa autonomia técnica e ética no que se relacionada à subordinação administrativa a que estiver vinculado;
As informações e pareceres em matéria do Serviço Social constituem-se atribuições exclusivas do Assistente Social, preservando sua autonomia técnica e independência, bem como a inviolabilidade e sigilo profissional assegurado pelo Código de Ética profissional.
- A Lei Previdenciária dispõe que:
“Compete ao Serviço Social esclarecer junto aos beneficiários seus direitos sociais e os meios de exercê-los e estabelecer conjuntamente com eles o processo de solução dos problemas que emergirem da sua relação com a Previdência Social, tanto âmbito interno da Instituição como na dinâmica da sociedade” (artigo 88 da Lei nº 8.213, de 24 de julho de 1991). Por essa lei, o Serviço Social adquire o caráter de serviço e tem sua ação prioritária voltada para assegurar aos usuários os seus direitos sociais.
3 – OBJETIVOS
 Implementar a Política Social Previdenciária sob a ótica do direito social e da cidadania contribuindo para viabilizar o acesso aos benefícios e serviços previdenciários e garantir as demandas e reivindicações da população;
Contribuir para a formação de uma consciência coletiva de proteção ao trabalho no âmbito da Previdência Pública em articulação com os movimentos organizados da sociedade.
4 – ESTRATÉGIAS GERAIS
As estratégias são compreendidas como um conjunto de diretrizes fundamentais para viabilizar a realização deste Paradigma.
Define-se como estratégias do Serviço Social na Previdência:
Capacitar permanentemente o profissional de Serviço Social, através da reciclagem de sua formação, possibilitando a ampliação de uma visão crítica da pratica profissional e instrumentalizando para as ações profissionais alicerçadas nessa nova linha teórico-metodológica:
Buscar a participação mais ampla no meio profissional – cursos promovidos pelas universidades, órgãos da categoria e fóruns técnicos específicos;
Conhecer as condições objetivas e cotidianas da população usuária, a partir de sua inserção na relação de produção, identificando suas demandas com vistas a implantação das ações do Serviço Social;
Conhecer as demandas e reivindicações previdenciárias dos movimentos populares organizados através da aproximação com os mesmos, bens como os diversos projetos previdenciários postos em discussão na sociedade:
Conhecer os mecanismos da instituição compreendendo legislação, normas e rotinas previdenciárias na busca da superação da simples prática burocrática e dos bloqueios e dificuldades sentidos pela população na sua relação com a instituição. Assim como instrumentalizando-a com a aproximação do saber institucional;
Estabelecer programas e projetos estaduais com base na realidade regional a fim de definir as prioridades de ação profissional, fundamentada numa linha teórico-metodológica e formas de avaliação das mesmas;
Supervisionar nos níveis institucionais a programação do Serviço Social numa relação democrática, de forma sistemática, garantindo a linha de ação teórico-metodológica estabelecida;
Articular junto aos setores institucionais e aos movimentos sociais organizados da sociedade, através da identificação de alianças e estabelecimentos de relação que possibilitem a construção de objetivos estratégicos comuns com vistas a privilegiar o usuário como sujeito de direitos:
- Troca de conhecimentos e informações com os setores da instituição para estabelecimento de encaminhamentos, rotinas de procedimentos, soluções, decisões conjuntas e divulgação;
- Consultas formais às diferentes instâncias que compõem os diversos espaços institucionais (Procuradoria, Junta de Recursos da Previdência Social-JRPS, Fundação Jorge Duprat Figueiredo de Segurança e Medicina do Trabalho-Fundacentro, organismos sindicais voltados para o estudo da Saúde e Previdência, entre outros);
- Proposição de reestruturação na forma de prestação das ações institucionais como base nos estudos elaborados pelo Serviço Social e outros setores institucionais, incluindo aqueles decorrentes de avaliação e sugestão dos usuários.
5 METODOLOGIA
5.1 – Questão do Método
O método neste Paradigma é compreendido dentro da concepção histórico-dialética, como o processo de conhecimento pelo qual apreende-se a realidade com vistas à sua transformação. Este processo permite que numa determinada realidade objetiva, se analise seus elementos contraditórios, estabelecendo a relação dos fenômenos sem esquecer que se trata de uma totalidade concreta. Implica, pois, partir da realidade imediata, aparente, vivenciada pelo usuário e relacioná-la com a situação global pela explicação do estrutural e conjuntural.
Os problemas, as necessidades apresentadas pelo usuário da Previdência são expressões do seu cotidiano vivenciado na sua realidade imediata, que se configura nas diversas relações que o mesmo estabelece no trabalho, com a família, amigos, vizinhos em várias atividades: econômicas, políticas, sociais, culturais as quais são realizadas em lugares concreto: associações, sindicatos, comunidade, bairro, fábrica. Nesta realidade, se delineia o principal quadro de referência para elaboração do seu pensamento e da sua ação, estando conectada com o contexto econômico, político, ideológico e histórico mais amplo, que constitui a estrutura e a conjuntura de uma determinada configuração social. Remete à compreensão das relações sociais de produção de cada estágio do desenvolvimento econômico e da correlação de forças sociais presentes em cada momento histórico de uma determinadasociedade.
O estabelecimento destas relações, do imediato com a realidade mais ampla se processa através da conexão dos fatos e da identificação de suas contradições, entendendo que cada fenômeno se constitui como síntese de múltiplas determinações históricas, econômicas e sociais.
Esta análise permite aproximar-se da essência dos fenômenos, encontrando-se no todo elemento contraditório. Parte-se, então, da realidade prática para teoriza-la, através de uma interpretação crítica que possibilita num processo pedagógico junto ao usuário o encaminhamento da superação dessa realidade.
Este processo pedagógico se realiza pelas ações profissionais do Serviço Social, que utiliza instrumentos e técnicas direcionados aos objetivos e referenciados pelas proposições teórico-metodológico.
5.2 – Ações Profissionais
5.2.1 – Socialização das Informações Previdenciárias
Os usuários e a sociedade em geral não têm acesso ou domínio do conhecimento sobre seus direitos previdenciários e a lógica de como estes se estruturam, cuja raiz se encontra nas relações de produção capitalista da sociedade brasileira resultando a exclusão e a desigualdade no usufruto dos bens e serviços socialmente produzidos.
Na Previdência, este movimento representa de um lado, a exclusão dos desempregados e trabalhadores informais, e do outro, a exclusão do próprio contribuinte pela lógica burocrática que se apresenta através de uma legislação complexa, cifrada, incompreensível para a maioria da população.
Tendo em vista a consideração acima, a socialização das informações previdenciárias como trabalho especifico do Serviço Social ultrapassa a mera orientação previdenciária que é o repasse acrítico da legislação de forma controlada, com vista ao enquadramento institucional. A socialização das informações previdenciários é uma informação de qualidade diferenciada porque:
É transmitida sob a ótica do direito social e da proteção ao trabalho;
Particulariza os sujeitos individuais e coletivos a partir de sua realidade imediata vinculando-a com a totalidade;
Estabelecer-se numa relação horizontal entre o saber do Assistente Social (profissional, institucional, de leitura de totalidade) e o saber do usuário, expresso em suas demandas e reivindicações; e
Exige a construção de espaço de discussão, debate, análise e proposições que possibilite o nível de reflexão e critica. É um processo dinâmico de construção e de politização das questões.
Socializar as informações previdenciárias é um processo democrático e político pelo qual se torna transparente o real pela comunicação, analise crítica da burocracia institucional e o desvendamento do significado da Previdência como política social. Esta ação oportunizará o acesso ao direito com respostas concretas às demandas imediatas, o estabelecimento articulado de ações coletivas e correlações de forças que conduzam a um encaminhamento de mudanças.
- Procedimentos:
Identificação das condições objetivas cotidianas do usuário a partir de suas demandas para a passagem da informação de forma especifica, partículas a cada indivíduo ou grupo;
Conhecimento das questões particulares como expressão de um todo indo além do tópico, do pontual, da singularidade. Neste sentido considerar o atendimento de usuários como espaço sensível de flagrante do real que possibilita a visão de totalidade;
Análise de aspectos sociais relevantes do usuário baseado na observação, em sua história de vida, legislação previdenciária, ordens de serviços, documentação e outros, com vistas a uma avaliação social inerente ao atendimento e à elaboração de Pareceres Sociais voltados para proposição de solução de inclusão de usuários não acessados;
Catalogação de dados e pareceres que venham constituir-se em subsídios para instituir a jurisprudência da pratica e que permitam a inclusão;
Elaboração de boletins informativos ou outros que possibilitem a circulação das questões que foram solucionadas em decisões conjuntas;
Identificação de interesses comuns dos usuários visando a criação de espaços que propiciem a coletivização.
5.2.2 – Ações de Fortalecimento do coletivo
Trata-se de uma ação que na sua essência possibilita a potencialização do coletivo e a sua continuidade, de forma sistemática com grupos de usuários, configurando espaços contínuos de discussão conjunta, de situações concretas vivenciadas no âmbito da previdência e proteção ao trabalho. Esta ação pode também propiciar o desdobramento de outras questões, com perspectivas de sequência, contribuindo para o fortalecimento da consciência do coletivo no encaminhamento de reivindicação.
- Procedimentos:
Mobilização: identificar as necessidades e situações vivenciadas coletivamente aglutinando os usuários e criando um espaço para discutir conjunta;
Organização dos espaços de discussão de forma sistemática, a partir da descoberta interesses comuns da realidade concreta da população, visando o estabelecimento de vínculos, o avanço e a continuidade das discursões;
Tematização de situações concreta e organização dos conteúdos, a partir da prática de fatos e situações que possibilite gerar atitudes investigativas e de reflexão criticam;
Utilização de recursos como dinâmicas de grupo e pesquisa-ação que possibilitem o conhecimento da realidade, através de discursões e dos meios de ação a serem implementados em articulação com os movimentos sociais organizados da sociedade no sentido de fortalecer as reivindicações e encaminhar o processo de mudanças.
5.2.3 – Assessoria
Um trabalho técnico, sistemático pelo qual se instrumentaliza os movimentos sociais em matéria de politica previdenciária, podendo contribuir na elaboração de propostas alternativas sobre Previdência Social. Esta ação exige a realização permanente de leitura da conjuntura de modo a entender cada momento histórico e suas repercussões na politica previdenciária.
Pressupõe o conhecimento das demandas daqueles grupos e o respeito aos mesmos enquanto organizações independentemente e autônomas.
Esta ação é também extensiva aos estados e municípios na medida das possibilidades técnico-institucionais.
- Procedimentos:
Conhecimento da realidade dos movimentos sociais a serem assessorados (categoria profissional, conhecimento acumulado sobre Previdência, condições objetivas pela quais se dão o trabalho, suas demandas e necessidades);
Manutenção atualizada e sistemática de dados e informações sobre Politica Previdenciária; 
Criação de fóruns de debates: palestras, seminários, encontros, entre outros, favorecendo vínculos para um acompanhamento contínuo e sistemático.
5.3 – Instrumentos e Técnicas
A metodologia do Serviço Social, ou seja, o seu fazer profissional exige uma coerência com a concepção teórica adotada, uma vez que a teoria não só se nutre da prática e da leitura de realidade como também indica os caminhos a serem percorridos.
O procedimento metodológico supõe o uso de instrumentos e técnicas vinculados a uma concepção teórica que lhes dá direção, intencionalidade (contrário à neutralidade), constituindo-se como fundamentais a viabilização das estratégias propostas. Assim sendo, as entrevistas, as visitas domiciliares, a abordagem junto às populações, as dinâmicas de grupo, palestras, seminários, bem como o parecer social, pesquisa e recursos materiais estão direcionados neste documento pelo método histórico-dialético.
Em razão do significo dado ao Parecer Social, Pesquisa Social e Recursos Materiais no processo de mudança da ação profissional no Instituto Nacional do Seguro Social-INSS, destacar-se-ão, neste documento, estes instrumentos e recursos.
5.3.1 Parecer Social
Constitui-se num instrumento de discussão dos direitos sociais e previdenciários numa perspectiva de inclusão da população usuária no Plano de Benefícios, explorando suas contradições e buscando sua interpretação em consonância com a lei maior.
Parecer Social é entendido como a opinião profissional do assistente social, com base na observaçãoe estudo de uma dada situação, fornecendo elementos para a concessão de um benefício, recurso material e decisão médico-pericial.
A escolha dos instrumentos para observação e estudo de uma dada situação, com vista a elaboração do parecer social é de única e exclusiva competência do assistente social.
Para tanto, poderá valer-se de entrevistas e/ou visitas domiciliares. A visita domiciliar deve ser utilizado para o aprofundamento ou complementação de dados, com visitas à instrumentalização do parecer social, não podendo se constituir num instrumento de comprovação de informações prestadas pelo usuário. 
- Os elementos básicos constitutivos do Parecer Social são:
Dependência econômica-entendida pela existência de um vinculo parcial/total com outrem se revela numa relação de dependência, geralmente pelo baixo padrão salarial da população brasileira, obrigando as famílias ou agrupamento de pessoas a proverem suas necessidades mínimas básicas de forma coletiva;
Satisfação das necessidades básicas X pobreza – as necessidades básicas são aquelas indispensáveis à manutenção digna de vida, ou sejam, materiais, psicológicas e culturais determinadas historicamente em cada sociedade; de acordo com o grau de satisfação de cada grupo social. A pobreza, então, se define pela ausência ou precariedade no cumprimento dessas necessidades.
- A aferição destes elementos implica na análise da renda sob múltiplos aspectos:
- regularidade de inserção do indivíduo no mercado de trabalho ou a substituição por um beneficio temporário ou permanente;
- posição do individuo no grupo familiar, a partir da interdependência do vinculo econômico-social;
- capacidade que possa ter o usuário no suprimento das necessidades básicas de bens e serviços. Isto significa que ela deve se relacionar com as condições e localização de custos de moradia, condições de saúde dos indivíduos, da disponibilidade de certos bens e serviços, alimentação, educação, lazer, transporte e outros.
c) Implicações sociais da doença – as causas e agravamento de muitos quadros nosológicos guardam estreita relação com as condições de vida e trabalho. A identificação das mesmas podem ser importantes para subsidiar a decisão médico-pericial nas seguintes situações:
- usuários portadores de patologia cuja origem e evolução tenham agravantes/determinantes sociais;
- usuários em fase de exames médico-periciais de revisão analítica bem como em outras situações necessárias;
- usuários com intercorrência social significativa pelo assistente social.
O parecer social deve ser conclusivo quanto à opinião do profissional sobre a situação analisada: dependência, situação econômica-social e implicação social da doença. A definição da concessão do beneficio ou da incapacidade laborativa é de competência dos setores responsáveis pelas respectivas linhas.
O relato do estudo social deve constar sigilosamente em prontuários do Serviço Social, devendo o Parecer Social emitido aos setores evidenciar apenas a conclusão, fazendo referência aos elementos analíticos indispensáveis e aos instrumentos. (Ccf. Documento “O Parecer Social” – São Paulo:9-12-92).
5.3.2 – Recursos Materiais
Constitui-se num instrumento das ações profissionais do Serviço Social destinado ao atendimento de algumas demandas do usuário na sua relação com a Previdência. Sua utilização pressupõe que a politica previdenciária tem um corte assistencial, o que não significa que venham a ser utilizado como mecanismo atenuador de conflitos direcionado à reprodução da subalternidade, colocando os indivíduos na condição de meros assistidos que recebem uma benesse. Ao contrário, é um instrumento que deve ser utilizado para o acesso aos direitos previdenciários e o atendimento de situações emergenciais, constituindo-se como direito sociais que de outro modo são negados à população usuária.
Assim sendo, a sua utilização pressupõe:
Identificar que a situação emergencial carente não é individual, mas está relacionada à situações de classe social;
Considerar a provisão imediata do recurso como instância de mediação para o avanço da consciência, o acesso ao direito e o fortalecimento de ações coletivas;
Negar a reprodução do controle e o caráter clientelista que caracterizam a subalternidade pela confirmação da consciência do direito.
5.3.3 – Pesquisa Social
A pesquisa social no seu sentido amplo se apresenta como um movimento de articulação teoria-realidade, de busca e construção de conhecimento dos fenômenos sociais em sua totalidade, possibilitando um conhecimento critico e interpretativo da realidade.
Neste documento, coloca-se a pesquisa como recurso fundamental na realimentação do saber e fazer profissional, na busca da superação do pragmatismo e ativismo baseado no senso comum por uma prática conseguinte e reflexiva.
A pesquisa social deverá possibilitar:
Conhecimento do contexto politico, social e econômico da região ou município onde se insere o Posto de Benefícios;
Conhecimento da realidade das unidades de prestação dos serviços e benefícios previdenciários e da população usuária (suas condições objetivas de vida, suas demandas e reivindicações);
Elaboração de planos, programas e projetos articulados com a proposta teórico-metodológica a que embasa a ação profissional; e 
Produção e divulgação de novos conhecimentos resultantes de experiências profissionais.
A pesquisa poderá ser utilizada em suas varias modalidades: pesquisa participante, pesquisa-ação e outros tipos de pesquisas considerados importantes de acordo com as possibilidades, expectativas e necessidades regionais e locais.
5.4. Os desafios da prática profissional do Assistente Social no INSS
Em 1944 o Serviço Social institucionaliza-se no campo da Previdência Social, tornando um dos mais importantes campos sócio ocupacionais da profissão. A inserção do Assistente Social na previdência se deu num contexto de ampliação dos IAPS. No decurso da ditadura milita no contexto das transformações em curso, deu-se início ao processo de racionalização do aparato institucional previdenciário com a criação do Sistema Nacional de Previdência Social – Sinpas, em 1977, além da extinção dos Centros de Serviço Social existentes no INPS “colocando, de imediato, para o assistente social, a destituição do espaço sócio ocupacional na Previdência, responsável, em larga medida, pela própria institucionalização da profissão no Brasil.” (NEVES, SILVA, 2011, p. 98). É importante assinalar que a nova realidade sócia institucional apresenta importantes desafios para os assistentes sociais da Previdência, tanto de ordem mais subjetiva quanto de ordem técnico-operativa exigindo articulação da categoria profissional em resposta face às novas exigências. (NEVES, SILVA, 2011, p 99)
É nesse contexto adverso que se define na Previdência Social a competência do Serviço Social “no campo do esclarecimento dos direitos sociais, dos meios de exercê-los e do estabelecimento conjunto com os beneficiários quanto à solução de problemas, tanto na sua relação com a instituição como na dinâmica da sociedade” (MPAS/INSS, 1995, p. 15), além da necessidade de redefinir o fazer profissional do Serviço Social na Previdência Social redimensionado por um novo paradigma.
A partir dai os esforços direcionavam-se para a construção de um novo paradigma do fazer profissional, respaldado num referencial teórico-metodológico que rejeita a neutralidade e alerta para a necessidade do compromisso com a efetivação dos direitos sociais e articulação com os movimentos sociais. A partir desta perspectiva, em 1994 é elaborada a Matriz Teórica Metodológica do Serviço Social na Previdência Social estabelecida em consonância com os princípios ético-políticos do Serviço Social orientando a prática profissional com vistas em:
Implementar a Política Social Previdenciária sob a ótica do direitos social e da cidadania contribuindo para viabilizar o acesso aos benefícios e serviços previdenciários e garantir as demandas

Continue navegando