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Curso de Aperfeiçoamento em Saúde Mental e Atenção Psicossocial de Adolescentes e Jovens - Módulo-4

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Prévia do material em texto

Autoras
Neidy Marcia de Souza Silva
Helena Ferraz Gomes
Anália da Silva Barbosa
Organizadoras
Rita Maria Lino Tarcia 
Sílvia Helena Mendonça de Moraes 
Débora Dupas Gonçalves do Nascimento
REDES DE SERVIÇOS DE SAÚDE, 
DE PROTEÇÃO SOCIAL E DE DIREITOS 
NAS ADOLESCÊNCIAS E JUVENTUDES
CURSO DE APERFEIÇOAMENTO
EM SAÚDE MENTAL E ATENÇÃO PSICOSSOCIAL 
DE ADOLESCENTES E JOVENS
Organizadoras
Rita Maria Lino Tarcia 
Sílvia Helena Mendonça de Moraes 
Débora Dupas Gonçalves do Nascimento
Autoras
Neidy Marcia de Souza Silva
Helena Ferraz Gomes
Anália da Silva Barbosa
REDES DE SERVIÇOS DE SAÚDE, 
DE PROTEÇÃO SOCIAL E DE DIREITOS 
NAS ADOLESCÊNCIAS E JUVENTUDES
23-144536 CDD-362.21
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
(Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)
Silva, Neidy Marcia de Souza
 Redes de serviços de saúde, de proteção social e
de direitos nas adolescências e juventudes [livro
eletrônico] / Neidy Marcia de Souza Silva, Helena
Ferraz Gomes, Anália da Silva Barbosa ; organização
Rita Maria Lino Tarcia, Sílvia Helena Mendonça de
Moraes, Débora Dupas Gonçalves do Nascimento. --
Campo Grande, MS : Fiocruz Pantanal, 2023.
 PDF 
 Bibliografia.
 ISBN 978-85-66909-41-8
 1. Adolescentes 2. Bem-estar social 3. Direitos
dos adolescentes - Brasil 4. Políticas públicas -
Brasil 5. Serviços de saúde I. Gomes, Helena Ferraz.
II. Barbosa, Anália da Silva. III. Tarcia, Rita Maria
Lino. IV. Moraes, Sílvia Helena Mendonça de. V.
Nascimento, Débora Dupas Gonçalves do. VI. Título.
Índices para catálogo sistemático:
1. Adolescentes : Política de saúde mental : 
 Bem-estar social 362.21
Eliane de Freitas Leite - Bibliotecária - CRB 8/8415
© 2022. Fundo das Nações Unidas para a Infância – 
UNICEF. Fundação Oswaldo Cruz Mato Grosso do Sul.
Alguns direitos reservados. É permitida a reprodução, 
disseminação e utilização dessa obra, em parte ou em 
sua totalidade, nos Termos de uso do ARES. Deve ser 
citada a fonte e é vedada sua utilização comercial. 
UNICEF
Representante Interina
Paola Babos
Coordenação do Programa de Desenvolvimento e 
Participação de Adolescentes
Mário Volpi
Coordenador
Programa de Desenvolvimento e Participação de 
Adolescentes
Gabriela Mora
Joana Fontoura
Luiza Leitão
Rayanne França
Oficiais do Programa
Daniela Costa
Higor Cunha
Marina Oliveira
Thaís Santos
Consultores do Programa
Fundação Oswaldo Cruz � Fiocruz
Mario Santos Moreira
Presidente em exercício
Fundação Oswaldo Cruz Mato Grosso do Sul – 
Fiocruz MS
Jislaine de Fátima Guilhermino
Coordenadora
Coordenação de Educação da Fiocruz MS
Débora Dupas Gonçalves do Nascimento
Vice- coordenadora de Educação
Secretaria-Executiva da Universidade Aberta do SUS 
– UNA-SUS 
Maria Fabiana Damásio Passos
Secretária-executiva
Fundação Oswaldo Cruz Mato Grosso do Sul 
(Fiocruz MS)
Rua Gabriel Abrão, 92 – Jardim das Nações, Campo 
Grande/MS
CEP 79081-746
Telefone: (67) 3346-7220
E-mail: educacao.ms@fiocruz.br
Site: www.matogrossodosul.fiocruz.br
CRÉDITOS
Coordenação Geral 
Débora Dupas Gonçalves do Nascimento
Sílvia Helena Mendonça de Moraes
Coordenadora Acadêmica Geral
Léia Conche da Cunha 
Coordenadora Pedagógica Geral
Rita Maria Lino Tarcia
Coordenadora Acadêmica do Módulo
Eloisa Grossman
Coordenadora Pedagógica do Módulo
Ewângela Aparecida Pereira
Autoras 
Helena Ferraz Gomes
Neidy Márcia de Souza Silva
Anália da Silva Barbosa (co-autora)
Revisora Técnico-científica
Alessandra Silva Xavier
Apoio técnico-administrativo 
Antonio Luiz Dal Bello Gasparoto
Adriana Carvalho dos Santos
Coordenador de Produção 
Marcos Paulo dos Santos de Souza
Designer Instrucional
Felipe Vieira Pacheco
Webdesigner
Stephanie Oliveira Moraes Silva
Designers Gráficos
Hélder Rafael Regina Nunes Dias
Renato Silva Garcia
Desenvolvedor
David Carlos Pereira da Cunha
Desenvolvedores AVA MOODLE
Luiz Gustavo de Costa
Vinicius Vicente Soares
Editor de Audiovisual
Adilson Santério da Silva
lustrador
Kelvin Rodrigues de Oliveira
Revisor 
Davi Bagnatori Tavares
Apresentação do módulo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
VAMOS CONVERSAR UM POUCO SOBRE HISTÓRIA? VOCÊ ACREDITA QUE 
CONHECER O PASSADO AJUDA A EXPLICAR O QUE ESTÁ ACONTECENDO AGORA? . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
VAMOS CAMINHAR MAIS UM POUCO NA COMPREENSÃO E ORGANIZAÇÃO 
DOS SERVIÇOS DE ATENÇÃO À SAÚDE? . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
VAMOS, A PARTIR DE AGORA, PENSAR SOBRE A IMPORTÂNCIA DA POLÍTICA 
DE ASSISTÊNCIA SOCIAL E AS SUAS MUDANÇAS NOS DIAS ATUAIS? . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
VOCÊ JÁ OUVIU FALAR NESSES EQUIPAMENTOS NO SEU TERRITÓRIO? . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
VAMOS AGORA PENSAR COMO A REFORMA PSIQUIÁTRICA POSSIBILITOU A 
CRIAÇÃO DE UMA REDE DE ATENÇÃO PSICOSSOCIAL? . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
Encerramento do módulo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
Referências . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
Minicurrículo das autoras . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
Material de apoio . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
6
 
7 
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16
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23
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29
32
35
SUMÁRIO
Curso de Aperfeiçoamento em Saúde Mental 
e Atenção Psicossocial de Adolescentes e Jovens
Módulo: Redes de serviços de saúde, de proteção social e de direitos nas adolescências e juventudes 6
apresentação do módulo
Olá! Neste módulo, vamos trocar conhecimentos, pensando 
juntos sobre as Redes de Atenção à Saúde e proteção social 
e o eixo de defesa de direitos nas adolescências e juventudes . 
Você reconhece que ainda temos muitos desafios a serem su-
perados nesse campo, principalmente na efetivação de políti-
cas públicas que possam de fato assegurar direitos de adoles-
centes e jovens? 
Acreditamos que podemos avançar coletivamente, e é por 
isso que você está aqui, não é? 
Sabemos que o número de adolescentes e jovens na popula-
ção brasileira é significativo, assim como o aumento da quan-
tidade de famílias em situação de pobreza e extrema pobreza, 
agravando ainda mais as vulnerabilidades desse grupo po-
pulacional o que demonstra a necessidade de implementa-
ção de políticas públicas capazes de garantir acesso à saúde, 
educação,alimentação, cultura, esporte e lazer, assim como 
o desenvolvimento de suas potencialidades como pessoas e 
cidadãos de direitos .
Curso de Aperfeiçoamento em Saúde Mental 
e Atenção Psicossocial de Adolescentes e Jovens
Módulo: Redes de serviços de saúde, de proteção social e de direitos nas adolescências e juventudes 7
Vamos conversar um pouco sobre 
história? Você acredita que 
conhecer o passado 
ajuda a explicar o que está 
acontecendo agora?
“Não vou deixar
Não vou, não vou deixar você esculachar
Com a nossa história
É muito amor, é muita luta
É muito gozo, é muita dor
E muita glória
[...]
Apesar de você dizer que acabou
Que o sonho não tem mais cor
Eu grito e repito: Eu não vou”
(Não vou deixar – Caetano Veloso)
 
 Para compreender os desafios relacionados a esse cam-
po de intervenção, é importante entender que as políticas públi-
cas de atenção à criança, ao adolescente e ao jovem têm uma 
trajetória muito recente de mudança, fruto de muitas lutas . 
• O Código de Menores, de 1927, estabeleceu que a pessoa 
é penalmente inimputável até os 17 anos, portanto somen-
te a partir dos 18 responde por seus crimes e pode ser con-
denada à prisão . Essa foi a primeira lei do Brasil dedicada à 
proteção da infância e da adolescência . Ele foi revogado na 
década de 1970, mas o artigo 68, que prevê que os menores 
de 18 anos não podem ser processados criminalmente, resis-
tiu às mudanças dos tempos .
 
 Você já ouviu falar sobre maioridade penal? Até os anos de 
1970, compreendia-se o termo “menor em situação irregular” 
como menor de 18 anos de idade que se encontrava abando-
nado materialmente, vítima de maus-tratos, em perigo moral, 
com desvio de conduta e autor da infração penal, constituin-
do-se em ameaça à sociedade e à ordem vigente . Essa visão 
era centrada na política autoritária do Código de Menores . 
Você concorda que esses termos ainda são muito usados 
atualmente? E que ainda os ouvimos muito nas nossas rela-
ções pessoais e de trabalho? No entanto, precisamos estar 
atentos, pois essas nomenclaturas nos indicam qual é a dire-
ção do nosso olhar para os nossos adolescentes e jovens!
Curso de Aperfeiçoamento em Saúde Mental 
e Atenção Psicossocial de Adolescentes e Jovens
Módulo: Redes de serviços de saúde, de proteção social e de direitos nas adolescências e juventudes 8
Você considera inapropriada a utilização do 
termo menor para designar crianças e adolescentes? 
Acha que ele se contrapõe à ideia de direitos e cidadania?
Proposição
Você sabe de onde surgiram os termos: “menor de idade”, 
“menor perante a lei”, “menor abandonado”, “menor infra-
tor”, “menor carente”, “de menor” para se referir às crianças 
e adolescentes? Você acha que esses termos apontam para 
alguma visão no que tange à compreensão acerca desses 
sujeitos?
Feedback positivo: 
O termo menor, embora não seja dito com má intenção por 
parte da população, tem conotação pejorativa por seu his-
tórico de separação e inferiorização envolvendo crianças e 
adolescentes pobres. Raramente o termo é usado para men-
cionar crianças ou adolescentes de classes sociais média e 
alta. O próprio dicionário já apresenta a palavra menor como 
sinônimo de inferioridade, menos importante e hierarquica-
mente inferior.
?
Feedback orientador: 
A expressão “menor de idade” está relacionada ao Código
de Menores de 1927, que foi criado para pensar especifi-
camente formas de lidar com crianças e adolescentes que 
viviam em situação irregular. Esse código foi pensado para 
Saiba mais
Se você quiser entender um pouco mais 
esse período, converse com as pessoas 
mais idosas do seu território, ou faça lei-
turas de livros e veja filmes que abordam 
essa temática. Deixamos aqui algumas su-
gestões:
Livro: O século perdido . Autora: Irene Rizzini. Esse livro é 
um trabalho apresentado por uma autora que pretende fu-
gir do pequeno círculo de especialistas. Do livro participa 
uma vasta literatura devidamente incorporada e criticada 
por Irene Rizzini, cuja segurança em temas tão controver-
sos como a infância e a construção nacional apenas reve-
la a sua já longa dedicação a uma causa que, em geral, se 
prefere ignorar. Há uma análise da legislação proposta e 
em vigor na passagem do século XIX ao XX, dos discur-
sos parlamentares e de fontes diversas, tais como jornais 
e obras de ficção, que, além da sua relevância substantiva, 
revela o esmero metodológico na montagem e na exposi-
ção dessa pesquisa.
Filme: O contador de histórias . O filme re-
trata a história de um menino pobre de Belo 
Horizonte. Roberto Carlos Ramos que cres-
ce na Febem e tem sua vida mudada ao co-
nhecer uma pedagoga francesa.
clique e
acesse
clique e
acesse
http://www.ser.puc-rio.br/4_S%C3%A9culo_Perdido_completo.pdf
https://www.youtube.com/watch?v=kRJwQg-oavc
http://www.ser.puc-rio.br/4_S%C3%A9culo_Perdido_completo.pdf
https://www.youtube.com/watch?v=kRJwQg-oavc
Curso de Aperfeiçoamento em Saúde Mental 
e Atenção Psicossocial de Adolescentes e Jovens
Módulo: Redes de serviços de saúde, de proteção social e de direitos nas adolescências e juventudes 9
 
 No princípio dos anos de 1980, com a gravidade da situação 
a que estavam expostas as crianças e adolescentes em nosso 
país, desencadeou-se um processo de luta pelos direitos das 
pessoas desse segmento, que ascenderam então à condição 
de sujeitos de direito, com a promulgação da Constituição ci-
dadã brasileira de 1988, do Estatuto da Criança e do Adoles-
cente e, recentemente, do Estatuto da Juventude . 
 O Brasil, assim, abandonou uma lei discriminatória, repressi-
va e segregacionista relacionada à infância e adolescência, 
recepcionada no Código de Menores, para adotar, em defini-
tivo, o Estatuto da Criança e do Adolescente . O novo marco 
legal incorporou princípios da Convenção sobre os Direitos 
da Criança, adotada pela Resolução n . L44 (XLIV) da Assem-
bleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU) de 20 
de novembro de 1989, ratificada pelo Brasil em 24 de setem-
bro de 1990 (ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS, 1989; 
BRASIL, 1990) .
 
A Constituição de 1988 estabeleceu, em seu artigo 227, 
que a infância e a adolescência são prioridades absolu-
tas (BRASIL, 1988), e o Estatuto da Criança e do Adoles-
cente consolidou os preceitos da Convenção e da Carta 
Magna brasileira (BRASIL, 1990) .
 
Além da materialização das políticas públicas específicas no 
campo da saúde, assistência social, educação, entre outras, 
vai se consolidando, principalmente após a Constituição Fe-
deral de 1988, um novo olhar para adolescentes e jovens, 
que os reconhece como sujeitos com necessidades especí-
ficas, que devem ser garantidas pelo Estado, sociedade civil 
e pela família . Foi com esse entendimento que a história rela-
tada, “Caio: da camisa do pai aos olhos de jabuticaba”, foi se 
desenrolando em suas diferentes situações de vulnerabilida-
des e riscos .
 Para alcançar os objetivos de reduzir riscos e fortalecer os 
fatores protetores de adolescentes e jovens, é preciso que, 
cada vez mais, as ações da rede de atenção e proteção este-
jam articuladas, em uma concepção de abordagem integral, 
levando em consideração o contexto no qual o jovem está 
inserido . Mais uma vez nos remetemos à ideia de adolescên-
cias e juventudes plurais . Cada pessoa é diferente e vem de 
culturas, famílias e territórios, por vezes, diferentes daqueles 
de quem os acolhe . 
 Assim, além de pensarmos nessa pluralidade e diversidade, 
temos que lembrar que as ações das redes de serviço devem 
contemplar uma atenção integral . Já pensou no significado 
de atenção integral? 
tratar da população infantojuvenil que vivia alguma vulne-
rabilidade social – muitas vezes por negligência do Estado 
na garantia do básico para se viver – e que seria objeto de 
intervenção do próprio Estado.
Proposição
Você acha importante o enfoque da atenção integral no
campo do cuidado à saúde de adolescente e jovem?
Feedback positivo: 
Pensar na atenção integral paraesse segmento nos leva
à compreensão da integralidade como base dessa ação, que 
?
Curso de Aperfeiçoamento em Saúde Mental 
e Atenção Psicossocial de Adolescentes e Jovens
Módulo: Redes de serviços de saúde, de proteção social e de direitos nas adolescências e juventudes 10
 
 
 
 Partindo dessas reflexões, vamos avançar um pouco mais 
na nossa troca, abordando e conhecendo a Rede de Atenção 
à Saúde e de Proteção Social? Quais são suas principais dire-
trizes? Como elas se organizam e se entrelaçam em um movi-
mento de rede? Convidamos você a refletir conosco! 
 • Você já pensou nos argumentos mais importantes para jus-
tificar investimentos na saúde da população adolescente e 
jovem? 
• Diante dos desafios da promoção, proteção e recuperação 
da saúde dos adolescentes e jovens e da magnitude das 
questões e das situações de risco que envolvem esse seg-
mento, o Ministério da Saúde criou o Programa de Saúde do 
Adolescente (PROSAD) (BRASIL, 1996), cujas Bases Progra-
máticas foram publicadas em 1989 . 
Destacamos alguns pontos desse Programa: a integrali-
dade das ações, o trabalho multidisciplinar e a integração 
com outros setores governamentais e não governamen-
tais (educação, trabalho, cultura, justiça e lazer) . Esses as-
pectos têm como base fundamental a consideração da na-
tureza múltipla da problemática do adolescente .
• Posteriormente, em 2005, o Minis-
tério lançou o documento Marco 
Legal da Saúde de Adolescentes . 
Apenas em 2010 os jovens passa-
ram a ser também incluídos nessa 
política consolidada nas Diretrizes 
Nacionais para a Atenção Integral 
à Saúde de Adolescentes e Jovens 
na Promoção, Proteção e Repara-
ção da Saúde . Esse documento 
aprofunda o enfoque da perspec-
tiva de atenção integral da saúde 
do adolescente e jovem, visando 
superar uma visão fragmentada e 
entender os vários aspectos que 
Feedback orientador: 
Segundo alguns autores a atenção integral está diretamente 
vinculada ao princípio da integralidade, podendo se apre-
sentar com vários significados, vozes, sentidos e instrumen-
tos, resultantes da interação democrática dos sujeitos no 
cotidiano de suas práticas e dos saberes. Ou seja, é um prin-
cípio de ação que orienta uma determinada prática, tanto 
no ato do atendimento ao usuário como na organização do 
serviço, que assegure a realização de um tratamento digno e 
respeitoso, com qualidade, acolhimento e vínculo. No cam-
po da saúde, para Mattos, a integralidade é definida como 
“garantia de oferta de um conjunto articulado de ações e ser-
viços de saúde, preventivos e curativos, individuais e coleti-
vos, conforme as necessidades de cada caso, nos vários âm-
bitos de complexidade do sistema de saúde.”(Mattos, 2003)
nos remete ao significado de “qualidade de integrar”, “total,” 
“inteiro” e “completo”, num movimento de integralizar, com-
pletar, interagir , ou seja, compreender esse sujeito mediante 
os diversos fatores, culturais, sociais e ambientais, que afe-
tam a sua saúde. Sendo assim, as ações de cuidado para 
esse grupo etário devem buscar articulação e integração 
entre campos e setores diversificados da sociedade, numa 
visão holística do ser humano e uma abordagem sistêmica 
das necessidades da população.
Curso de Aperfeiçoamento em Saúde Mental 
e Atenção Psicossocial de Adolescentes e Jovens
Módulo: Redes de serviços de saúde, de proteção social e de direitos nas adolescências e juventudes 11
fazem parte das suas necessidades de saúde . Além de pro-
por o diálogo interdisciplinar e intersetorial, ele propõe a inte-
ração com os adolescentes e jovens, respeitando sua cultu-
ra e conhecimentos adquiridos . Esse movimento aumenta a 
possibilidade de identificação das necessidades dos adoles-
centes e de suas famílias e de absorção dos conhecimentos 
pelos usuários, o que favorece o fortalecimento do acesso 
aos direitos e uma maior organização da sociedade .
 Agora que já nos apropriamos da existência do programa 
voltado para atenção à saúde do adolescente e jovem, é preciso 
entender que as discussões e formas de atuação no campo da 
atenção integral à saúde dos adolescentes e jovens é tarefa im-
portante para as equipes de saúde e para a população local, haja 
vista que lidar com situações complexas exige das equipes mul-
tidisciplinares uma abordagem integral dos problemas detecta-
dos . Sabemos, ainda, que modelos tradicionais de atendimento 
à saúde, trabalhados de forma isolada e independente, não res-
pondem às necessidades dessa população (PINHEIRO, 2001) . 
Curso de Aperfeiçoamento em Saúde Mental 
e Atenção Psicossocial de Adolescentes e Jovens
Módulo: Redes de serviços de saúde, de proteção social e de direitos nas adolescências e juventudes 12
Vamos caminhar mais um pouco na 
compreensão e organização dos 
serviços de atenção à saúde?
“Em cada degrau que subi, encontrei a subida. A cada 
passo que dei, encontrei o caminho. Sempre estreito, 
mesmo tendo sido já trilhado. Sempre novo, mesmo 
tendo sido já visitado. É o caminho da vida, que, não 
nascendo pronto, a cada subida ou descida é revelado.”
(Caminhos – Damião Fernandes)
 
 Para responder às diferentes demandas dos indivíduos 
que procuram os cuidados em saúde, é preciso destacar o papel 
da Atenção Básica ou Atenção Primária em Saúde na reorganiza-
ção do sistema . Ela foi desenvolvida com base na descentraliza-
ção e na capilaridade, para ser oferecida no local mais próximo 
da vida das pessoas (BRASIL, 2012; BRASIL, 2017a) .
A Atenção Básica é considerada a “porta de entrada” e o 
centro articulador da Rede de Atenção à Saúde . Carac-
teriza-se por um “conjunto de ações de saúde, no âm-
bito individual e coletivo, que abrange a promoção e a 
proteção da saúde, a prevenção de agravos, o diagnós-
tico, o tratamento, a reabilitação, a redução de danos e 
a manutenção da saúde com o objetivo de desenvolver 
uma atenção integral” (BRASIL, 2012, p . 19) . 
 Além disso, a Atenção Básica é constituída por equipe mul-
tidisciplinar que atua no desenvolvimento de programas e ações 
que levam em consideração a diversidade das necessidades de 
saúde dos usuários, com vistas a atender os princípios da acessi-
bilidade, coordenação do cuidado, vínculo, continuidade e inte-
gralidade . Essas equipes atuam nas Unidades Básicas de Saúde 
(UBS) ou Estratégia Saúde da Família (ESF) (ANDERSON, 2019) .
 Partindo desses questionamentos, é importante destacar 
que as UBS e a ESF são unidades instaladas perto de onde as 
pessoas vivem, trabalham e estudam que possibilitam a resolu-
ção de grande parte das suas necessidades de saúde e, caso 
seja necessário, encaminham os usuários para outros níveis de 
atenção . No caso relatado neste módulo, “Caio: da camisa do pai 
aos olhos de jabuticaba”, a ESF foi a porta de entrada e o início 
de uma grande jornada na garantia dos direitos e da dignidade . 
Essa rede de cuidados garantiu a Caio e à sua família o atendi-
mento pautado pelos princípios da universalidade, da integrali-
dade, do vínculo, da continuidade do cuidado, da equidade e da 
humanização .
 A ESF, por meio de seus agentes de cuidado, Agente Co-
munitário de Saúde (ACS), médico, enfermeiro, assistente social e 
dos profissionais do Núcleo Ampliado de Saúde da Família e Aten-
ção Primária (NASF-AP) possibilitou a Caio a escuta ativa, a criação 
de vínculo e a articulação com a rede de serviços de saúde, de 
proteção social e demais políticas públicas que contribuem para o 
acesso a direitos .
 
Créditos: Universidade Aberta do SUS - Universidade Federal de São Paulo .
Curso de Aperfeiçoamento em Saúde Mental 
e Atenção Psicossocial de Adolescentes e Jovens
Módulo: Redes de serviços de saúde, de proteção social e de direitos nas adolescências e juventudes 13
 Dentre os profissionais, destaca-se o ACS, que fortalece a 
integração entre os serviços de saúde e a comunidade . O ACS atua 
como um elo, fazendo parte da comunidade, o que favorece o aco-
lhimento e a criação do vínculo, e responsabilizando-se pelo usu-
áriona garantia do atendimento na rede de atenção à saúde . Nas 
atividades desempenhadas por esses profissionais, eles reforçam 
a importância da visita domiciliar, que favorece a avaliação das ne-
cessidades e demandas dos usuários e família: “é no cuidado do-
miciliar, na ida ao domicílio, percorrendo o trajeto de vida dessas 
pessoas” que muitas situações se descortinam (BRASIL, 2020) .
 A Visita Domiciliar constitui instrumento técnico-operati-
vo de acompanhamento das famílias, tendo como objetivo com-
preender os aspectos que envolvem o cotidiano e a realidade 
socioterritorial daquela família . A Visita Domiciliar também visa 
aprofundar o conhecimento sobre o modo de viver e as condi-
ções de vida das famílias, de modo singular, com postura ético-
-política voltada ao atendimento das necessidades, respeitando 
a liberdade e a autonomia (CLOSS; SCHERER, 2017) .
 Nesse sentido, é importante lembrar o papel dos profis-
sionais que atuam nessas unidades, que é o de cuidar da saúde 
da população adscrita, no âmbito da unidade de saúde e, quan-
do necessário, no domicílio e demais espaços comunitários, 
como escolas, associações, entre outros .
Contudo, é preciso lembrar que essas unidades avan-
çaram e se remodelaram, levando em consideração as 
diferentes populações e realidades do nosso país . Além 
dos diversos formatos dessas unidades, houve a inclu-
são do atendimento pelo Consultório de Rua para a po-
pulação que vive nas ruas, além das UBS Fluviais e ESF 
para as Populações Ribeirinhas . Ocorreu também a am-
pliação das ações intersetoriais e de promoção da saú-
de, com a universalização do Programa Saúde na Escola 
e expansão dele às creches .
 Lembra-se da equipe do Consultório na Rua, que foi res-
ponsável pela acolhida e escuta qualificada de Caio e que, por 
meio de uma articulação com a rede, encaminhou o jovem a uma 
Central de Acolhimento para Crianças e Adolescentes?
 A situação de Caio e de seu amigo nos leva a pensar na-
quilo que Bruna Alt afirma no estudo que fez: 
a pessoa que se encontra em situação de rua sente 
fome e frio, e, mais do que o atendimento das neces-
sidades essenciais, essas pessoas precisam de meios 
para se tornarem protagonistas de suas vidas e con-
quistarem condições de suprir suas necessidades de 
forma independente (ALT, 2017, p . 8) .
 As pessoas em situação de rua enfrentam violência psi-
cológica devido às ações preconceituosas e a discriminação 
que sofrem no cotidiano . Além disso, sofrem violência física nas 
ruas e nos espaços institucionalizados . 
 
Fonte: br .pixabay .com
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e Atenção Psicossocial de Adolescentes e Jovens
Módulo: Redes de serviços de saúde, de proteção social e de direitos nas adolescências e juventudes 14
 Adolescentes e jovens sonham, constroem projetos de 
vida, amam com intensidade, sentem muita vontade de viver e 
gostam de rir e de se divertir . Se nos lembrarmos das nossas ju-
ventudes, vamos nos recordar desse momento de pujança de 
vida . Vamos refletir um pouco sobre como se sentem os perso-
nagens da nossa história? 
 Imagine que Caio, após perder o amigo da forma trágica 
que o perdeu, entra em contato com você por meio do chat do 
podefalar .org .br1 . Como seria essa conversa?
 Essa iniciativa do canal Pode Falar é uma potente estraté-
gia de ação voltada aos adolescentes e jovens que busca a inte-
gração com as atividades rotineiramente previstas e desenvolvi-
das pelas equipes de atenção básica .
Essas equipes da atenção básica são compostas por pro-
fissionais de saúde com a responsabilidade exclusiva de 
articular e prestar atenção integral à saúde das pessoas 
em situação de rua, tendo papel importante dentro da 
Rede de Atenção à Saúde porque articulam e desenvol-
vem ações em parceria com as demais equipes de aten-
ção básica do território e dos Centros de Atenção Psicos-
social, da Rede de Urgência e dos serviços e instituições 
componentes do Sistema Único de Assistência Social .
 Somam-se às equipes da NASF-AP, compostos por equi-
pe multiprofissional e interdisciplinar com profissionais de saúde 
de diferentes categorias e especialidades que atuam de forma 
integrada buscando garantir a ampliação das ações e a resoluti-
vidade . Lembra-se de que Bia e Carol, irmãs de Caio, por intermé-
dio da equipe pedagógica da escola em conjunto com a equipe 
da ESF, foram avaliadas pela psicóloga matriciadora do NASF-AP 
1 O Pode Falar, canal de ajuda virtual em saúde mental e bem-estar para adolescentes e jovens de 13 a 24 anos, foi criado em abril de 2021 . A 
iniciativa nasceu da parceria do UNICEF com organizações da sociedade civil e empresas com expertise em tecnologia e funciona de forma anônima 
e gratuita por meio de um chatbot batizado de Ariel por adolescentes que pode ser acessado pelo site podefalar .org .br .
e que Bia passou a ser acompanhada no ambulatório de saúde 
mental do território?
 
 Nesse caso, podemos observar o papel da ESF e do 
NASF e a articulação em rede, fundamentais para a garantia da 
resolutividade e do cuidado, que deve ser pautado pelas neces-
sidades de saúde do usuário . 
 Portanto, as UBS e a ESF estão próximas ao território e 
têm por função organizar a Rede de Atenção à Saúde por meio 
da interlocução com os serviços de saúde, da proteção social e 
demais políticas públicas que contribuem para o acesso a direi-
tos, ressignificando o modo de ser e de viver de muitos adoles-
centes, jovens e seus familiares .
 
Saiba mais
Vamos compreender melhor o que é ma-
triciamento? Leia o Guia prático de matri-
ciamento em saúde mental.
Nesse guia, podemos compreender que 
o matriciamento ou apoio matricial é um 
novo modo de produzir saúde em que duas ou mais equi-
pes, num processo de construção compartilhada, criam 
uma proposta de intervenção pedagógico-terapêutica. 
No processo de integração da saúde mental à atenção pri-
mária na realidade brasileira, esse novo modelo tem sido 
o norteador das experiências implementadas em diversos 
municípios, ao longo dos últimos anos.
clique e
acesse
https://www.podefalar.org.br/
http://www.podefalar.org.br/
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/guia_pratico_matriciamento_saudemental.pdf
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/guia_pratico_matriciamento_saudemental.pdf
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/guia_pratico_matriciamento_saudemental.pdf
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Módulo: Redes de serviços de saúde, de proteção social e de direitos nas adolescências e juventudes 15
Ah, lembra-se de que falamos do Programa Saúde na Escola 
(PSE)? Pois bem, esse Programa foi instituído pelo Decreto n0 
6 .286, de 5 de dezembro de 2007 (BRASIL, 2007) . Surgiu como 
política intersetorial e interministerial, em uma perspectiva de 
atenção integral à saúde de crianças, adolescentes e jovens do 
ensino básico, no âmbito das escolas e UBS . 
 
Dentre as ações do PSE, destacam-se: a promoção da saúde 
e a prevenção de agravos por meio da articulação de práticas 
educativas, de formação e de saúde, como promoção da ali-
mentação saudável; práticas corporais e atividades físicas; 
educação para a saúde sexual e reprodutiva; prevenção ao 
uso de álcool, tabaco e outras drogas; promoção da cultura 
de paz e prevenção das violências; além da avaliação clínica e 
psicossocial, cujo objetivo é identificar necessidades de saú-
de e garantir a atenção integral na Rede de Atenção à Saúde .
 Contudo, pensar em rede é um desafio. Lembra-se 
da Bianca, assistente social? Ela, por meio de um grupo de 
WhatsApp que tinha profissionais que compunham os serviços 
da rede local (CRAS, CREAS, Conselho Tutelar, CAPSi, CAPSad, 
Escola Municipal, Clínica da Família, ONGs), articulou uma reu-
nião com os equipamentos públicos locais e com a rede socio- 
assistencial do território para pensar estratégias de cuidado para 
Caio . Bianca juntou todas as lembranças e aprendizados e trans-
formou-os em propulsão . 
 
Foto:flickr.com
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Módulo: Redes de serviços de saúde, de proteção social e de direitos nas adolescências e juventudes 16
Vamos, a partir de agora, pensar 
sobre a importância da política 
de assistência social e as suas 
mudanças nos dias atuais?
 
“O tempo escorre pela ampulheta. 
É ele o contador da história que construímos . 
O tempo que cura saudades, 
que em mais-valia capitalista 
explora cada trabalhador/a na sua labuta. 
O tempo é também contradição, que prepara a luta, tece 
a resistência...
E que o tempo que nós vivemos 
traga na sua outra face 
a sonoridade da liberdade, um verde mais vicejante de 
esperança. 
E que em todos os seus versos 
tenha a emergência da luta e da resistência,
no tempo em que lutar 
é tão necessário quanto viver, respirar . . .”
(Tempo de luta e Resistência – Andrea Lima)
 Vamos conversar um pouco mais sobre os percursos his-
tóricos para entender o processo de fortalecimento desse cam-
po . Mais uma vez, esse caminho não foi fácil . Bem, aqui estamos 
falando de uma rede de dispositivos, no campo da Assistência 
Social que assegura direitos, apesar de historicamente já demar-
car na prática a necessidade de fortalecimento de uma política 
voltada para a lógica de direitos sociais . Esse movimento chega 
bem mais tarde ao Brasil, o que o diferencia do campo da saúde 
que foi pioneira nessa luta .
Na área da Assistência Social esse movimento é impul-
sionado pela Constituição Federal de 1988, em que o 
termo Seguridade Social é utilizado pela primeira vez . A 
Seguridade Social é composta pelo tripé: Saúde, como 
direito de todos; Previdência, de caráter contributivo; e 
Assistência Social, para os que dela necessitarem (BRA-
SIL, 1988) . Assim, a perspectiva da assistência social na 
lógica dos direitos marca seu início em 1993 com a apro-
vação da Lei Orgânica da Assistência Social, Lei n0 8 .742 
(LOAS) (BRASIL, 1993) .
 A LOAS preconiza que a gestão da política de Assistência 
Social e a organização das ações devem ser articuladas em um 
sistema descentralizado e participativo, organizado nos três ní-
veis de gestão governamental . A política de assistência social é 
um direito do cidadão e um dever do Estado no provimento aos 
mínimos sociais .
 Em 2004, o Ministério do Desenvolvimento Social e Com-
bate à Fome (MDS) consolidou a assistência social como Política 
Nacional de Assistência Social (PNAS), com o compromisso de 
redesenhar, coletivamente, a política na perspectiva de imple-
mentação de um Sistema com diretrizes e serviços envolvidos: o 
Sistema Único de Assistência Social (SUAS), que foi promulgado 
em 2005 (BRASIL, 2005b) . É a partir da implementação do SUAS 
que há um forte movimento de rompimento com a lógica de uma 
ação vinculada à concepção assistencialista . Os segmentos mais 
pobres, com mais desempregados e subempregados sem vín-
culo formal não tinham direito aos benefícios e serviços sociais 
públicos . Para eles eram destinados, pelo Estado ou sociedade 
civil, os programas assistenciais a título compensatório ou de be-
nesse . 
Você sabe a diferença entre assistencialismo 
e a política de Assistência Social? 
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Módulo: Redes de serviços de saúde, de proteção social e de direitos nas adolescências e juventudes 17
 
 
 Será que já superamos essa lógica? O que você percebe 
na sua região? De fato, o que o SUAS apresenta como diferente 
no seu desenho de política pública? Que tal agora conhecermos 
os equipamentos e benefícios criados por essa política, assim 
como vimos na história de Caio?
Vamos lá! O SUAS é um modelo de gestão descentraliza-
do, com uma nova lógica de organização das ações so-
cioassistenciais, que considera as características do ter-
ritório e tem foco prioritário na atenção às famílias, que 
são o alvo das ações de proteção social . O SUAS reforça 
a importância de um conjunto protetivo da seguridade 
social como um direito de cidadania, articulada à lógica 
da universalidade . 
 Com base nesse desenho, o SUAS consolida uma nova 
forma de gestão pública, tendo como pressupostos principais a 
territorialização, a descentralização e a intersetorialidade .
 É importante destacar que o SUAS permitiu a ampliação 
dos serviços socioassistenciais, respeitando as diferenças locais, 
desenvolvidos de forma descentralizada, com enfoque na matri-
Proposição
Por que você acha que as ações de apoio às famílias deixa-
ram de ser benesse e viraram política pública? Na sua avalia-
ção isso foi um avanço ou um retrocesso?
Feedback positivo: 
Faz-se muito importante compreender a politica de assistên-
cia social como uma politica de Estado e organizada dentro 
do Sistema Unico da Assistência Social. 
?
Feedback orientador: 
Para facilitar o entendimento iremos listar as diferenças entre 
o assistencialismo e a política de assistência social garantida 
pela Constituição Federal de 88.
Assistencialismo
- Ligado à filantropia,
- Concepção culpabilizadora dos indivíduos;
- Eventual, incerta, fragmentada;
- Com o fim em si mesma;
- Sem capacidade para provocar mudanças na vida dos ci-
dadãos.
Assistência Social
- Ligada ao direito social e dever estatal;
- Concepção contextualizada das situações em uma dada 
realidade social, histórica, econômica, cultural e política;
- Voltada ao desenvolvimento individual, familiar e coletivo;
- Contínua e transformadora.
Equipamentos da politica de Assistencia Social:
CRAS – Centro de Referência de Assistência Social;
CREAS – Centro de Referência Especializado de Assistência 
Social;
Centro Pop – Centros de Referência Especializados para Po-
pulação em Situação de Rua;
Centro Dia – Centro Dia de Referência para Pessoa com Defi-
ciência e suas Famílias;
Unidades de Acolhimento – Casa Lar, Albergue, Abrigo Institu-
cional, República, Residência Inclusiva, Casa de Passagem.
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Módulo: Redes de serviços de saúde, de proteção social e de direitos nas adolescências e juventudes 18
cialidade familiar com ações intersetoriais conjuntas e articula-
das . Considerando essa lógica, observa-se que, no atendimento 
às necessidades sociais de Caio, levaram-se em consideração 
a família, a rede de atenção à saúde e a rede constituída pelos 
equipamentos sociais e comunitários do território, tendo por 
base o desafio de enfrentar as questões sociais que afetam a vida 
do cidadão no local onde vive e convive com outros cidadãos .
 Você consegue perceber que essa forma de gestão tem 
o mesmo desenho do Programa Estratégia Saúde da Família, que 
desmonta uma marca a ser superada? Concorda que o contexto 
em que se encontram e se movimentam setores e organizações 
faz diferença no desenvolvimento dos programas? 
 Nessa perspectiva, a política de proteção social toma 
uma nova forma, passando a compor um conjunto de ações que 
deve assegurar a preservação, a segurança e a dignidade de to-
dos os cidadãos . Tem como fundamento diretrizes embasadas 
na perspectiva do acolhimento, do fortalecimento de vínculos, 
do atendimento integral ao cidadão e da prática intersetorial .
Proposição
Você consegue perceber no seu território que a execução 
das políticas públicas hoje estão focadas num desenho de 
gestão e organização dos serviços de forma descentralizada, 
intersetorial e focada no território?
Feedback positivo: 
Sabemos que por décadas as políticas públicas foram or-
ganizadas na lógica da centralização com base num único 
comando. A proposta do SUAS tem por eixos ordenadores: 
o território, a família, a descentralização administrativa e a in-
tersetorialidade. Tem como foco principal a atenção integral 
à família e indivíduos que a formam, buscando assegurar o 
direito à convivência familiar e comunitária.
?
Feedback orientador: 
O SUAS, por meio da territorialização, reconhece a presen-ça dos múltiplos fatores sociais e econômicos que levam o 
indivíduo e a família a situações de vulnerabilidade ou risco 
social. Com a intersetorialidade, busca a integração entre 
os diferentes serviços de saúde, proteção social e justiça. E 
na perspectiva da descentralização, cada esfera de governo 
tem suas ações político-administrativas, respeitando-se as 
diferenças e características socioterritoriais e locais. Além 
disso, é importante enfatizar que todos somos participantes: 
gestores, técnicos, trabalhadores em geral, usuários, con-
junto social, na implementação e consolidação do SUAS.
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Módulo: Redes de serviços de saúde, de proteção social e de direitos nas adolescências e juventudes 19
O SUAS buscou estruturar sua rede de proteção social 
em níveis de complexidade, organizando os equipa-
mentos públicos em proteção social básica e especial, 
materializados como Centros de Referência da Assistên-
cia Social (CRAS) e como Centro de Referência Especia-
lizado da Assistência Social (CREAS), espaços de pres-
tação de serviços e de articulação da rede de atenção 
socioassistencial que têm como eixos estruturantes as 
necessidades sociais das famílias em seus territórios .
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Módulo: Redes de serviços de saúde, de proteção social e de direitos nas adolescências e juventudes 20
Você já ouviu falar nesses 
equipamentos no seu território?
 Então vamos situar você mais um pouco nesse rol de 
siglas! A Proteção Social Básica trabalha na prevenção de situ-
ações de vulnerabilidade e risco, bem como no fortalecimento 
de vínculos familiares e comunitários . É por meio do Centro de 
Referência da Assistência Social (CRAS) que a proteção social se 
territorializa e se aproxima da população, reconhecendo a exis-
tência das desigualdades sociais (BRASIL, 2009a) .
 Mais uma vez, lembra-se da Assistente Social da ESF que 
lembrou do grupo do WhatsApp? Pois é, esse espaço é impor-
tante para organizar esse trabalho de formação de rede local!
 Contudo, é fundamental entender que essa articulação 
na formação de rede é um ato em movimento impulsionada 
pelos diferentes atores institucionais . Essa rede se constitui em 
cada território mediante a integração de serviços, reconhecendo 
a interdependência dos atores e organizações, em face da cons-
tatação de que nenhuma delas dispõe da totalidade de recursos, 
atribuições e competências necessários para a resolutividade 
dos problemas e demandas de uma população em seus diversos 
ciclos de vida . (SILVA JUNIOR et al, 2006) 
 A rede local caracteriza-se como um exercício de prática 
intersetorial, um arranjo institucional, que exige articulação, co-
nexão, vínculos, ações complementares, relações horizontais en-
tre parceiros, uma vez que o sujeito é um só com suas diferentes 
dimensões de vulnerabilidade e risco .
 É importante sabermos também sobre os Serviços de 
Proteção Social Especial, que tem estreita relação com o Sistema 
de Garantia de Direitos, cujo foco está nas famílias e indivíduos 
que estão em situação de risco pessoal e social . 
 A Proteção Social Especial prevê dois níveis de com-
plexidade: os serviços de média complexidade, organizados 
nos Centros de Referência Especializados de Assistência Social 
(CREAS), unidades que oferecem atendimento às famílias e in-
divíduos que tiveram seus direitos violados, mas cujos vínculos 
familiares e comunitários não foram rompidos; e os serviços de 
alta complexidade (Serviço de Acolhimento Institucional, Repú-
blica de jovens, Família Acolhedora, entre outros), que garantem 
proteção integral tanto para famílias e indivíduos (crianças, ado-
lescentes, jovens e adultos) que estão sem referência e cujos vín-
culos familiares e afetivos foram rompidos como para indivíduos 
em situação de ameaça, que precisam ser retirados do convívio 
familiar e/ou comunitário .
 Você compreendeu a relação entre esses diferentes ser-
viços na história de vida do jovem Caio e de sua família? Muitas 
redes se entrelaçaram, né? Assim, podemos pensar que, apesar 
de haver muitas lacunas na operacionalização desses serviços, 
eles existem na estrutura da política da Assistência Social e pre-
cisam exercer o seu papel na proteção social da população .
 
Saiba mais
Despertou seu interesse em conhecer 
mais sobre o Centro de Referência da As-
sistência Social (CRAS)? 
Essa obra apresenta o funcionamento do 
CRAS por todo o país, representando mais 
um fio da extensa rede de proteção e promoção social que 
está sendo construída no Brasil.
clique e
acesse
https://www.mds.gov.br/webarquivos/publicacao/assistencia_social/Cadernos/orientacoes_Cras.pdf
https://www.mds.gov.br/webarquivos/publicacao/assistencia_social/Cadernos/orientacoes_Cras.pdf
https://www.mds.gov.br/webarquivos/publicacao/assistencia_social/Cadernos/orientacoes_Cras.pdf
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Módulo: Redes de serviços de saúde, de proteção social e de direitos nas adolescências e juventudes 21
Você já pensou nos múltiplos significados que a palavra 
rede tem? Rede de pesca, rede de cabelo, rede de fute-
bol, redes de cuidado, e, mais recentemente, um grupo 
de redes ganhou destaque: as redes sociais virtuais . 
Bianca buscou parcerias em um grupo de WhatsApp . 
Você já fez uso ou vislumbra outras utilidades das redes 
sociais para acolher adolescentes e jovens em situação 
de vulnerabilidade psicossocial?
 Por falar em redes, a família é o primeiro espaço de socia-
lização de uma criança e, por isso, tem um papel importante de 
representação do mundo exterior . Vamos refletir um pouco sobre 
família, esse grupo social tão importante em nossa sociedade?
 Ao pensar em vínculos familiares e afetivos rompidos, não 
podemos deixar de destacar a violência intrafamiliar, problema so-
cial complexo que afeta toda a sociedade, atingindo, de forma con-
tínua, mulheres, crianças, adolescentes e jovens (BRASIL, 2009b) .
 A violência intrafamiliar é a ação ou a omissão de algum 
membro da família que causa danos ao outro indivíduo . Esse 
tipo de violência contra crianças, adolescentes e jovens viola 
os direitos humanos, prejudicando o bem-estar, a liberdade e a 
integridade física e psicológica da pessoa que sofre a violência 
(BRASIL, 2009b; RIBEIRO, 2020) .
O ECA, em seu artigo 50, estabelece que nenhuma 
criança ou adolescente será objeto de qualquer forma 
de negligência, discriminação, exploração, violência, 
crueldade e opressão, punido na forma da lei qualquer 
atentado, por ação ou omissão, aos seus direitos funda-
mentais (BRASIL, 1990) . Além disso, ampara a denúncia 
e estabelece os princípios para o seu enfrentamento, as-
sim como para a atenção psicossocial da família .
 A violência precisa ser visibilizada, discutida e combati-
da. Cabe a toda a sociedade civil, a agentes públicos, a profis-
sionais de saúde e à família assegurar a proteção de crianças, 
adolescentes e jovens . Dentro do ordenamento jurídico, ressal-
ta-se a importância do Conselho Tutelar, do Ministério Público e 
das Varas da Infância e da Juventude, órgãos responsáveis pela 
defesa dos direitos de criança e adolescente e assegurados pelo 
Sistema de Garantia do Direito da Criança e do Adolescente (SG-
DCA) (Resolução 113 do CONANDA) (CONSELHO NACIONAL 
DOS DIREITOS DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE, 2006) . 
 Esses órgãos são fundamentais no eixo de defesa diante 
da violação de direitos de adolescentes e jovens . O objetivo deles 
é defender e garantir direitos, podendo, com a aplicação da lei, de-
terminar ações de atendimento e de responsabilização do Estado, 
da sociedade e da família . Assim, é importante termos a compreen-
são de que, sempre que possível, devemos buscar o diálogo com 
esses órgãos de defesa . Eles devem estar próximos e acessíveis à 
população . Destacamos aqui a importância do Conselho Tutelare 
de romper com a visão tão impregnada na população de que esse 
órgão desempenha uma função “policialesca”, “repressora” e de 
poder máximo nas intervenções diante da violação de direitos de 
crianças e adolescentes . Como vimos na história de Caio, não foi 
atribuído ao Conselho Tutelar o poder de decisão sobre o afasta-
mento do adolescente do convívio familiar e sobre a guarda provi-
sória, mas à decisão da autoridade judiciária, conforme estabelece 
o ECA, em seu artigo 101 (BRASIL, 1990) . 
Você sabia que a promulgação do ECA rompeu com a 
cultura do acolhimento institucional ao garantir a excep-
cionalidade da medida apenas quando esgotadas todas 
as possibilidades para a manutenção da criança e/ou do 
adolescente na família de origem, família ampliada ou 
comunidade? Sabia, ainda, que o ECA assegura que a 
situação de pobreza da família não é motivo suficiente 
para o afastamento de criança e adolescente do conví-
vio familiar, conforme artigo 23? (BRASIL, 1990) . 
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e Atenção Psicossocial de Adolescentes e Jovens
Módulo: Redes de serviços de saúde, de proteção social e de direitos nas adolescências e juventudes 22
Proposição
Em algum momento você participou em seu município ou 
presenciou o processo de eleição dos representantes do 
conselho tutelar? Você sabia que esse conselho tem um im-
portante papel de auxiliar o gestor municipal na defesa dos 
direitos da criança e do adolescente?
Feedback positivo: 
A participação ativa da população na eleição dos represen-
tantes do conselho tutelar é um exercício de cidadania, con-
tudo a maioria dos municípios não reconhece a importância 
da escolha dessa representatividade, principalmente no 
apoio operacional nas ações de divulgação e mobilização da 
população local. Todos os cidadãos do território podem vo-
tar e eleger os representantes deste órgão. Esse movimento 
tem como gestores da organização o Conselho Municipal 
dos Direitos da Criança e do Adolescente-CMDCA, Minis-
tério Público e o apoio do Tribunal Superior Eleitoral, que 
oferece o suporte operacional para a votação, respeitando 
a organização do processo eleitoral no Brasil. Os locais de 
votação são divulgados no momento da eleição por cada 
município.
?
São muitas as conquistas no campo da defesa dos direitos da crian-
ça e do adolescente atribuídas a esse marco regulatório . Ao falar 
ainda nos órgãos, precisamos lembrar aqui da importância da par-
ticipação no processo eleitoral realizado nos Conselhos Tutelares .
Você sabe como os conselheiros tutelares são eleitos? 
 
 
 Com certeza, você, assim como eu, preocupa-se com a 
garantia de defesa de direitos desse segmento da população .
 A história de Caio escancara diversas formas de violação 
de direitos e situações de violência: o menino que saiu do Pará 
no meio da noite, que veio para a cidade grande, que sofre com 
a desorganização familiar, que vê naqueles que deveriam cuidar 
a falta de carinho, zelo e atenção, que vê a mãe e o padrasto de-
pendentes do álcool e das drogas, que sofre violência na escola, 
que vai morar nas ruas, que sofre violência institucional . . . o meni-
no dos “olhos de jabuticaba” da “blusa do seu pai” . 
 Diante de tantas vulnerabilidades, como pensar a Rede 
de Atenção Psicossocial? Qual é o seu papel dentro da Rede 
de Atenção à Saúde e Proteção Social? Como pensar toda essa 
rede no contexto da garantia da dignidade da pessoa humana? 
Como pensar essa Rede considerando a proteção de Caio e de 
sua família?
Feedback orientador: 
O Conselho Tutelar é um órgão permanente , autônomo e 
não jurisdicional (que não integra ao judiciário), encarrega-
do pela sociedade de zelar pelo cumprimento dos direitos 
da criança e do adolescente, constituído por cinco mem-
bros escolhidos pela comunidade local, para um mandato 
de quatro anos. A principal função é a garantia dos direitos 
das crianças e adolescentes estabelecidas no ECA (art. 136). 
Divulgar o trabalho desse órgão e lutar pela consolidação de 
suas ações é garantir uma vida mais digna aos nossos ado-
lescentes e jovens.
Curso de Aperfeiçoamento em Saúde Mental 
e Atenção Psicossocial de Adolescentes e Jovens
Módulo: Redes de serviços de saúde, de proteção social e de direitos nas adolescências e juventudes 23
Vamos agora pensar como a Re-
forma Psiquiátrica possibilitou a 
criação de uma Rede de Atenção 
Psicossocial? 
“Estou vivendo
No mundo do hospital
Tomando remédios
De psiquiatria mental
[ . . .]
Me amarram, me aplicam
Me sufocam
Num quarto trancado
Socorro
Sou um cara normal
Asfixiado
 [ . . .]
Ai, ai, ai
Que sufoco da vida
Sufoco louco
(Sufoco da Vida – Harmonia Enlouquece)
 Para pensarmos na criação da RAPS, precisamos enten-
der como o sofrimento psíquico era visto há poucos anos . No 
Brasil, o movimento da Reforma Psiquiátrica se iniciou no final 
dos anos de 1970, com a iniciativa e organização dos trabalha-
dores da saúde mental, pacientes e seus familiares que ques-
tionavam o modelo manicomial existente à época . Esses atores 
propuseram, nos anos de 1980, a diversificação de serviços e de 
ações em saúde mental, de acordo com as complexidades, com 
vistas à constituição do que seria chamado de rede de atenção 
em saúde mental (AMARANTE, 1996) . 
 
 A partir da promulgação da Lei n0 10 .216/2001, o modelo 
de saúde mental foi redirecionado para um modelo de atenção 
pautado pela perspectiva da Atenção Psicossocial, e os Centros 
de Atenção Psicossocial (CAPS) passaram a ser considerados 
dispositivos estratégicos do movimento progressivo do desloca-
mento do centro do cuidado para fora do hospital em direção à 
comunidade (BRASIL, 2004) . 
 Nessa direção, de acordo com o previsto pelo Ministério 
da Saúde, é também dada aos CAPS a responsabilidade de or-
ganizar a rede de serviços de saúde mental de seu território, em 
uma perspectiva de que esses dispositivos estejam articulados 
na rede de serviços de saúde e intersetorial, o que configura a 
Rede de Atenção Psicossocial (RAPS) .
 Lembra-se de Caio e de sua família? Lembra-se da impor-
tância do CAPSi em articular a rede de Belém para encontrar o pai 
do adolescente? E da importância do CAPS AD no acompanha-
mento e suporte a Telma para garantir o contato e o diálogo com o 
judiciário? A interação com outras redes sociais é necessária para 
fazer face à complexidade das demandas de inclusão e compre-
ensão nesses casos, visto que pessoas com transtornos mentais 
Saiba mais
Vamos ver um vídeo que mostra o drama 
dos pacientes psiquiátricos em um hos-
pital psiquiátrico. O vídeo trata de uma 
adaptação do livro homônimo escrito por 
Daniela Arbex, este é um retrato aprofun-
dado e contundente sobre os eventos 
que ficaram conhecidos como: Holocausto Brasileiro. O 
grande genocídio cometido contra os pacientes psiquiátri-
cos do hospício de Barbacena, em Minas Gerais.
clique e
acesse
https://www.youtube.com/watch?v=jIentTu8nc4
https://www.youtube.com/watch?v=jIentTu8nc4
Curso de Aperfeiçoamento em Saúde Mental 
e Atenção Psicossocial de Adolescentes e Jovens
Módulo: Redes de serviços de saúde, de proteção social e de direitos nas adolescências e juventudes 24
Centros de Atenção 
Psicossocial (CAPS)
Serviços Residenciais 
Terapêuticos (SRT)
Centros de 
Convivência e Cultura
Unidade de 
Acolhimento (UAs)
Leitos de atenção 
integral (em Hospitais 
Gerais, nos CAPS III)
eram simplesmente excluídas da sociedade (BRASIL, 2004) . 
 Seixas et al . (2021) ressaltam a aposta nos cuidados de 
proximidade como estratégia para configurar um cuidado am-
pliado no território, mais próximo da população, presente na vida 
cotidiana dos usuários, que articula diferentes atores no território 
para criar possibilidades de cuidado que atendam às necessida-
des particulares de cada sujeito, entendendo que é imprescindí-
vel essa compreensão para não sermos cooptados pela lógica 
médico-centrada e para que não haja a retomada do modelo ma-
nicomial .
 A organização dessa rede tema noção de território como 
importante orientadora . O conceito de território no campo da 
saúde mental opera como instrumento para promoção de saúde 
e cidadania, afirmando que só será possível produzirmos saúde 
se valorizarmos a região emoldurada pelas referências sociais e 
culturais daquela comunidade . 
O território deve ser entendido não apenas como o bairro 
do domicílio do sujeito, mas como um conjunto de referên-
cias socioculturais e econômicas que desenham seu proje-
to de vida e sua inserção no mundo (SANTOS, 2007) .
 Lembra-se do impacto da mudança de território em cada 
membro nesse núcleo e de seus diferentes sofrimentos psíqui-
cos, com demandas diversas? É compreendendo essas dife-
rentes ordens de sofrimento que a RAPS estabelece serviços 
diferentes no campo da atenção psicossocial, com intensidades 
de cuidados diferentes, de acordo com a complexidade do sofri-
mento que os sujeitos apresentam .
 Dentre os objetivos, destacam-se: ampliar o acesso à 
atenção psicossocial da população em geral e promover o aces-
so às pessoas com transtornos mentais e com necessidades de-
correntes do uso de crack, álcool e outras drogas e a suas famílias 
aos pontos de atenção . Além disso, busca garantir a articulação 
e integração com as redes de atenção no território, promovendo 
um cuidado pautado pelo acolhimento, acompanhamento contí-
nuo e atenção às situações de urgência (BRASIL, 2017b) .
 A Rede é composta por diferentes serviços e equipa-
mentos: Centros de Atenção Psicossocial (CAPS); Serviços Resi-
denciais Terapêuticos (SRT); Centros de Convivência e Cultura; 
Unidade de Acolhimento (UAs); e leitos de atenção integral (em 
Hospitais Gerais, nos CAPS III) .
 Os CAPS, regulamentados pela Portaria n0 336 (BRASIL, 
2002), devem ser compostos por uma equipe multiprofissional, 
e os profissionais que a integram devem trabalhar em perspecti-
va interdisciplinar, e cada sujeito acompanhado nesse dispositi-
vo deve ter seu Projeto Terapêutico Singular, o que permite um 
olhar considerando a particularidade da forma como o sofrimen-
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e Atenção Psicossocial de Adolescentes e Jovens
Módulo: Redes de serviços de saúde, de proteção social e de direitos nas adolescências e juventudes 25
to se apresenta naquele sujeito . Os CAPS podem se constituir em 
5 modalidades: CAPS I, CAPS II e CAPS III, diferenciando-se ape-
nas quanto à ordem crescente de porte/complexidade e abran-
gência populacional; e outros 2 serviços específicos de atenção 
psicossocial, o CAPSi (Criança e Adolescente), voltado à atenção 
psicossocial para atendimento de crianças e adolescentes, e o 
CAPSad (Álcool e outras Drogas), responsável pela atenção psi-
cossocial de pessoas com transtornos decorrentes de uso e de-
pendência de substâncias psicoativas .
 
 Considerando essas modalidades, vale destacar os CAPS 
que atuaram no caso “Caio: da camisa do pai aos olhos de jabu-
ticaba” . Você já acompanhou algum caso que demandou articu-
lação com o CAPSi e/ou CAPSad? Como foram as suas experiên-
cias quando precisou acionar esses dispositivos? 
 
 Outra importante reflexão que precisamos fazer é sobre 
o atraso de nosso país na implantação de uma atenção voltada 
especificamente para crianças e adolescentes. 
 Quando estudamos políticas públicas de saúde mental 
voltadas para crianças e adolescentes, verificamos uma grande 
defasagem de atenção a essa população . 
Couto, Duarte e Delgado (2008) fazem uma análise do 
processo histórico da implementação de políticas no 
campo da saúde mental infantil no Brasil . Destacam 
que a tardia implantação de políticas públicas de saúde 
mental infantil se deu devido à variedade de demandas, 
pois nessas faixas etárias são encontrados problemas de 
saúde como transtornos invasivos do desenvolvimen-
to, transtornos de conduta, transtornos de ansiedade, 
transtornos depressivos, uso abusivo de substâncias, 
além da extrema violência e vulnerabilidade social a que 
está exposta parte dessas crianças e adolescentes .
 Além disso, outros pontos levantados dizem respeito ao 
conhecimento apenas recente das consequências de transtor-
nos da infância e da adolescência na vida adulta, assim como 
Saiba mais
Vamos conhecer mais sobre a importância 
das redes para a garantia de direitos?
Nesse documento, são resgatados os 
principais marcos no campo dos direitos 
humanos e da atenção psicossocial de 
crianças e adolescentes, bem como os principais temas e 
desafios para o desenvolvimento de ações efetivas na pro-
moção, na proteção e na defesa de direitos.
clique e
acesse
CAPS
CAPS I CAPS II CAPS III
Diferem-se apenas quanto à ordem crescente de
porte/complexidade e abrangência populacional
CAPSi CAPSad
CRIANÇA E 
ADOLESCENTE
voltado à atenção 
psicossocial para 
atendimento de crianças e 
adolescentes
ÁLCOOL E OUTRAS DROGAS
responsável pela atenção 
psicossocial de pessoas com 
transtornos decorrentes de 
uso e dependência de 
substâncias psicoativas
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/atencao_psicossocial_criancas_adolescentes_sus.pdf
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/atencao_psicossocial_criancas_adolescentes_sus.pdf
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Feedback orientador: 
Romper com a desinformação técnico-política, promover a 
intersetorialidade e particularizar o atendimento ao público 
infanto-juvenil, antes pautado na assistência aos adultos ou 
deficientes, representa o desafio que se coloca ante as no-
vas formas de lidar com a assistência em saúde mental, prin-
cipalmente quando se fala de práticas profissionais.
ao fato de haver poucos dados produzidos que comprovem a 
eficácia de tratamento desses transtornos, ainda muito pautado 
por uma lógica médico-centrada .
 Sendo assim, as iniciativas no campo da assistência a 
crianças e adolescentes que sofrem com transtorno mental ain-
da demandam um trabalho dos profissionais na lógica de rom-
per com a desinformação técnico-política, promover a interseto-
rialidade e particularizar o atendimento ao público infantojuvenil, 
antes pautado pela assistência a adultos ou deficientes. Esse é o 
desafio que se coloca ante as novas formas de lidar com a assis-
tência em saúde mental, principalmente quando se fala de práti-
cas profissionais (GUERRA, 2003).
Você já pensou quão difícil deve ser o trabalho no 
CAPSi diante de todas as particularidades que 
a infância e a adolescência têm?
 
 
 Diante do que expusemos, você viu a importância do 
profissional que atendeu Caio e da articulação que os diferen-
tes dispositivos de saúde mental CAPSi e CAPSad fizeram para o 
fortalecimento dos vínculos familiares e comunitários? Telma, a 
mãe de Caio, fazia uso excessivo de substância que prejudicava 
suas relações e afetava o vínculo com seus filhos. Você conse-
guiu identificar a importância do CAPSad no apoio e nas estraté-
gias de cuidado a Telma? 
Você sabe sobre a importância do CAPSad e 
o significado da lógica da redução de danos?
 
Proposição
Você já ouviu falar em redução de danos? O que você acha 
dessa lógica que orienta o trabalho nos CAPSad para acom-
panhar as pessoas que fazem uso prejudicial de substâncias?
Feedback positivo: 
A lógica da redução de danos privilegia e propõe romper 
com os modelos anteriores de estigmatização das drogas, 
?
Proposição
Você acredita que o campo da infância e adolescência pos-
sui suas especificidades e particularidades, diferentes da as-
sistência aos adultos? E o que pensar da relação desse pú-
blico com a atenção psicossocial?
Feedback positivo: 
Um dos desafios na assistência em saúde mental infanto-
juvenil é promover um diálogo entre os diferentes saberes 
que perpassam as crianças e os jovens, uma vez que estão 
diluídos por diferentes áreas, como pedagogia, psicologia 
e medicina, importantes para a construção e a reconstruçãode projetos de vida.
?
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Módulo: Redes de serviços de saúde, de proteção social e de direitos nas adolescências e juventudes 27
 Vale destacar que o vasto e diversificado perfil dos usuá-
rios de um CAPSad é um aspecto importante a ser considerado 
no contexto de trabalho desse serviço, uma vez que as pessoas 
chegam, muitas vezes, com demandas relacionadas à integrida-
de física, como higiene, comida, alojamento e cuidados básicos 
em saúde, ou ainda que requerem o envolvimento de outros 
setores da política pública, como a mediação entre a justiça, a 
educação, o trabalho etc .
Para tanto, faz-se imprescindível pensar na concepção 
de doença vinculada à concepção de assistência, para 
que seja possível acolher as diversas demandas dos su-
jeitos que chegam à equipe desse dispositivo e, assim, 
constituir vínculo .
 Se o usuário de álcool e de outras drogas é um sujeito em 
sofrimento na sua relação com a substância e isso faz com que 
se afaste das pessoas, o vínculo com o local de tratamento pode 
permitir que esse sujeito estabeleça outras relações em sua vida 
e, com isso, no decorrer do tratamento, esvazie um pouco a rela-
ção de dependência com a droga . Essa relação do sujeito com 
a droga não é desconsiderada, mas também não é entendida 
como protagonista na intervenção de cuidado . Logo, o cuidado 
passa pelo acesso a outros serviços de saúde e por diversas po-
líticas públicas, assim como pelo conjunto de profissionais, com 
estratégias de intervenção que alcancem os produtores de cui-
dado ao apostarem em novas organizações para a vida desses 
sujeitos .
Feedback orientador: 
Dessa maneira, a redução de danos não exige abstinência 
como pré-requisito para permanência em programas de 
atenção à saúde, mas busca criar estratégias não coercitivas 
para adesão aos serviços, estabelecer uma relação acolhe-
dora dos profissionais com os usuários (Canadian AIDS So-
ciety, 2008), além de incluí-los como partícipes na produção 
de cuidado (Souza, 2007).
a fim de suscitar o surgimento de outras possibilidades tera-
pêuticas em relação ao uso e dependência.
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ENCERRAMENTO DO MÓDULO 
 A história “Caio: da camisa do pai aos olhos de jabutica-
ba” nos possibilitou observar como as Redes de Atenção à Saúde 
no SUS e a Rede Socioassistencial do SUAS se entrelaçam, se or-
ganizam mutuamente por meio de construções e reconstruções, 
que permitem que o cuidado dos indivíduos e das famílias seja 
efetivado . A vida de Caio e de sua família é semelhante à vida de 
muitos outros brasileiros e brasileiras, marcada por diversas vul-
nerabilidades e pela falta de efetividade das políticas públicas .
 Essa narrativa de vida nos permite refletir sobre a impor-
tância dos diferentes agentes sociais, das redes de apoio formal 
e informal e do papel do Estado, da comunidade e da sociedade 
civil na garantia de direitos de adolescentes e jovens . 
 Crianças, adolescentes e jovens são sujeitos de direitos 
do presente e do futuro!
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MINICURRÍCULO DaS AUTORaS 
Neidy Marcia de Souza Silva 
Graduação em Serviço Social pela Universidade Federal do Rio 
de Janeiro (1985) e Mestrado em Serviço Social pela Universida-
de do Estado do Rio de Janeiro (2007) . Assistente Social da Uni-
versidade do Estado do Rio de Janeiro e da Prefeitura da Cidade 
do Rio de Janeiro (aposentada), com ênfase de intervenção no 
campo da Saúde, Assistência Social e gestão em órgãos de con-
trole social na área da criança e do adolescente, atuando princi-
palmente no seguinte tema: Saúde do Adolescente . Atualmente, 
é Assistente Social do Núcleo de Estudos da Saúde do Adoles-
cente, realizando atendimento com abordagem interdisciplinar e 
interinstitucional a adolescentes e famílias nas ações de atenção 
à saúde e participando em programas e projetos de garantia de 
direitos de adolescentes e jovens . Realiza preceptoria a alunos 
da faculdade de Serviço Social da UERJ e residentes do curso de 
Especialização Lato Sensu em Serviço Social e Saúde .
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MINICURRÍCULO DaS AUTORaS 
Helena Ferraz Gomes
Formada em Bacharelado e Licenciatura em Enfermagem pela 
Faculdade de Enfermagem da Universidade Federal de Juiz de 
Fora em 2009 . Especialista em Saúde Coletiva, sob moldes de 
residência em enfermagem pela UNIRIO/UFF (2010-2012) . Dou-
tora e Mestre em Enfermagem pela Faculdade de Enfermagem 
da Universidade do Estado do Rio de Janeiro . Docente: Profes-
sora Adjunta da Faculdade de Enfermagem da Universidade do 
Estado do Rio de Janeiro – Departamento de Enfermagem Médi-
co-Cirúrgica (DEMC) – Área Clínica . Atuação Teórico-Prática em 
Enfermagem Clínica com enfoque na Saúde do Adolescente . Ex-
periência Profissional nas seguintes áreas: Enfermagem Clínica, 
Saúde do Adolescente e Saúde Coletiva . Realiza pesquisas nas 
seguintes áreas: Saúde do Trabalhador, Saúde do Adolescente e 
Terapia Infusional . Atua na Coordenação do Programa de Resi-
dência de Enfermagem em Saúde do Adolescente da Faculdade 
de Enfermagem da UERJ .
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MINICURRÍCULO DaS AUTORaS 
Anália da Silva Barbosa
Graduada em Serviço Social pela Universidade Federal Flumi-
nense, Mestre em Serviço Social pelo Programa de Pós-Gradua-
ção em Serviço Social da Escola de Serviço Social da Universida-
de Federal do Rio de Janeiro (PPGSS/ESS/UFRJ) e Doutoranda 
do Programa de Políticas Públicas e Formação Humana da Uni-
versidade do Estado do Rio de Janeiro (PPFH/UERJ) . Preceptora 
e Docente da Residência Multiprofissional em Saúde Mental da 
UERJ . Atualmente é Coordenadora do Centro de Atenção Psi-
cossocial da UERJ e presta assessoria para Entidade Filantrópica 
do Terceiro Setor (Instituto Santa Lúcia) na área da política de as-
sistência social, criança e adolescente e saúde mental .
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e Atenção Psicossocial de Adolescentes e Jovens
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material de apoio
Título do material O século perdido
Sinopse, resumo, contexto, referência
O Século Perdido é um trabalho apresentado por uma autora 
que pretende fugir do pequeno círculo de especialistas . Do livro 
participa uma vasta literatura devidamente incorporada e criticada 
por Irene Rizzini, cuja segurança em temas tão controversos como 
a infância e a construção nacional apenas revela a sua já longa 
dedicação a uma causa que, em geral, se prefere ignorar . Há uma 
análise da legislação proposta e em vigor na passagem do século 
XIX ao XX, dos discursos parlamentares e de fontes diversas, tais 
como jornais e obras de ficção, que, além da sua relevância subs-
tantiva, revela o esmero metodológico na montagem e na exposi-
ção dessa pesquisa . 
Referência: Rizzini, I . O século perdido: raízes históricas das po-
líticas públicas para a infância no Brasil / Rio de Janeiro; Editora 
Universitária Santa Úrsula; 1997 . 
Contribuições do material para o estudo do tema
A autora traz reflexões acerca da infância, adolescência e 
juventude em diferentes aspectos envolvendo as legislações 
do século XIX ao XX . Entender o passado para compreender o 
presente e o futuro no que tange aos aspectos que contribuem 
para os marcos legais (Carta Magna, ECA, Políticas Públicas) à 
importância

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