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VLT CAMPINAS

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Centro Paula Souza
Curso Técnico de Logística Integrado ao Ensino Médio
O sistema de transporte VLT (Veículo leve sobre trilhos) como alternativa para a mobilidade urbana do transporte coletivo da região metropolitana de Campinas.
Andressa Akemie Kamosseki 
Felipi Luis Peres 
Júlia de Queiroz Caldeira 
Letícia Bastos Ciolin 
Vinicius Melo Santos 
Americana - SP
2014
Andressa Akemie Kamosseki 
Felipi Luis Peres 
Júlia de Queiroz Caldeira 
Letícia Bastos Ciolin 
Vinicius Melo Santos 
O sistema de transporte VLT (Veículo leve sobre trilhos) como alternativa para a mobilidade urbana do transporte coletivo da região metropolitana de Campinas.
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso Técnico de Logística Integrado ao Ensino Médio do Centro Paula Souza como parte dos requisitos para a obtenção do título de Técnico em Logística, sob a orientação do Prof. Ms. Nilvo A. Colucci.
Habilitação: Logística
Americana - SP
2014
Ficha Catalográfica
CALDEIRA, Júlia Queiroz. CIOLIN, Letícia Bastos. KAMOSSEKI, Andressa Akemie. PERES, Felipi Luis. SANTOS, Vinicius Melo. 
O sistema de transporte VLT (Veículo leve sobre trilhos) como alternativa para a mobilidade urbana do transporte coletivo da região metropolitana de Campinas. Andressa Akemie Kamosseki, Felipi Luis Peres, Júlia de Queiroz Caldeira, Letícia Bastos Ciolin, Vinicius Melo Santos. Americana, Centro Paula Souza, 2010. 43 f.
Orientador: Prof. Ms. Nilvo Aparecido Colucci
Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) – Centro Paula Souza, Técnico em Logística, Integrado ao Ensino Médio. 
1. Mobilidade urbana 2. Alternativas de transportes 3. Veículo Leve sobre Trilhos 4. Transporte de passageiros 5. Região Metropolitana de Campinas.
FOLHA DE APROVAÇÃO	
Candidato: Andressa Akemie Kamosseki, Felipi Luis Peres, Júlia de Queiroz Caldeira, Letícia Bastos Ciolin, Vinicius Melo Santos. 
O sistema de transporte VLT (Veículo leve sobre trilhos) como alternativa para a mobilidade urbana do transporte coletivo da região metropolitana de Campinas.
TCC defendido e aprovado em dd.mm.2014 pela comissão julgadora.
___________________________________________________________________
Prof. Ms. Nilvo Aparecido Colucci (orientador)
Centro Paula Souza
___________________________________________________________________
Prof. TITULO Convidado 1
Centro Paula Souza
___________________________________________________________________
Prof. TITULO Convidado 2
Centro Paula Souza
Centro Paula Souza
2014
DEDICATÓRIA
Dedicamos este trabalho à nossa família, que nos momentos de ausência ao estudo nos fizeram compreender que o futuro depende de uma constante dedicação que é realizada no presente. Também aos nossos professores e orientadores, que com paciência e profissionalismo, nos conduziram para a produção deste trabalho de conclusão de curso. E por fim, aos nossos amigos que ao longo desses anos estiveram presentes em nosso cotidiano nos dando apoio e passando pelos mesmos obstáculos, no qual estavam com os mesmo objetivo, a conclusão do trabalho de curso.
AGRADECIMENTO
Agradecemos primeiramente a esta unidade escolar, seu corpo de direção e de administração que oportunizaram a janela que hoje vislumbramos um horizonte levado por uma concreta confiança no mérito e ética aqui presente;
Agradecemos aos colegas do Curso por me apoiarem e me motivarem nos momentos difíceis; 
Agradecemos em especial ao Professor Orientador pelo incentivo, paciência e principalmente pelo conhecimento que adquiri ao longo deste estudo;
Agradecemos também a todos os leitores que através do estudo presente nesse trabalho vem buscar o apoio e referencial metodológico aos seus estudos; e
Finalmente agradecemos a Deus, porque se não fosse por Ele nem vivos estaríamos e muito menos teríamos concretizado nosso objetivo com tanto vigor e êxito. 
EPÍGRAFE
Não existe modalidade de transporte que, isoladamente, resolva todos os problemas. Levando-se em conta que as três variáveis mais importantes na mobilidade são a acessibilidade, o tempo de espera e a velocidade do equipamento, não adianta termos uma ou duas delas se não tivermos a terceira. 
Oskar Coester
RESUMO
O presente trabalho tem como finalidade analisar a proposta de implantação do sistema VLT (Veículos Leves sobre Trilhos) na região RMC (Região Metropolitana de Campinas). O principal fator que levou a este estudo foi analisar tal sistema como nova alternativa de mobilidade urbana a fim de melhorar as condições de sobrevivência na sociedade com grande massa populacional dependente de transporte público. Este trabalho foi gerado a partir da necessidade de novas vias de transportes na RMC, a fim de solucionar os problemas do transporte coletivo nessa região, que segundo estudos apresentados no trabalho encontra-se precário. Existe ainda uma influência diretamente relacionada às medidas sustentáveis, devido a redução da emissão de gases poluentes, como também contribuição no fator social, gerando maior empregabilidade e principalmente eficácia na mobilidade urbana. Pode-se notar nesse segmento, que esse modal de transporte pode intervir de formas dicotômicas nas ruas das cidades, facilitando, então qualquer tipo de transporte do segmento logístico. Buscar alternativas de transportes em grandes metrópoles enfatizando projetos semelhantes no qual se obteve grandes sucessos é o principal objetivo do trabalho, levantando pontos de positividade e qualidade do sistema VLT incumbido de colaborar com a população que dependem de diferentes tipos de transporte de passageiros em massa, como o Metrô, os ônibus, o Monotrilho dentre outros. No qual são abordados diversos déficit nesses meios de transporte no trabalho dando credibilidade a ideia de implantação do sistema VLT na RMC. Por fim, para compor a metodologia do trabalho, foram levantados dados referentes a exemplos de munícipios e regiões nos quais o Veículo Leve sobre Trilhos foi implantando, demonstrando seus resultados e enfatizando o seu sucesso em tais locais, fortalecendo dessa forma a proposta do trabalho e permitindo concluir o quão benéfico pode ser o projeto de implantação desse sistema na região estudada, caso ele ocorra.
Palavras-chaves: Mobilidade urbana, Alternativas de transportes, Veículo Leve sobre Trilhos, Transporte de passageiros, Região Metropolitana de Campinas.
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO...........................................................................................................12
1.1 Apresentação do assunto.........................................................................................12
1.2 Problema..................................................................................................................13
1.3 Hipóteses.................................................................................................................13
1.4 Justificativas............................................................................................................14
1.5 Objetivos.................................................................................................................14
 1.5.1 Objetivo geral................................................................................................14
 1.5.2 Objetivos específicos.....................................................................................15
2. METODOLOGIA.........................................................................................................16
2.1 Metodologia Aplicada.............................................................................................162.2 Estrutura do TCC....................................................................................................17
3. REFERENCIAL TEÓRICO........................................................................................18
 3.1 Logística..................................................................................................................18
 3.1.1 Logística: Conceito e Origens.......................................................................18
 3.1.2 Importância da logística para as organizações..............................................19
 3.1.3 Tipos de logística e transportes.....................................................................20
 3.1.3.1 Transporte de cargas........................................................................20
 3.1.3.2 Transporte Marítimo........................................................................23
 3.1.3.3 Transporte Rodoviário.....................................................................24
 3.1.3.4 Transporte Aéreo.............................................................................25
 3.1.3.5 Transporte Dutoviário......................................................................27
 3.1.3.6 Transporte Ferroviário......................................................................28
3.2 Transporte coletivo de passageiros.........................................................................28
 3.2.1 Transporte coletivo de passageiros: Conceito e tipos...................................28
 3.2.2 Situação atual do transporte coletivo............................................................29
3.3 Mobilidade Urbana..................................................................................................30
 3.3.1 Conceito de mobilidade urbana.....................................................................30
 3.3.2 Problemas de mobilidade urbana nas regiões metropolitanas.......................31
 3.3.3 Vantagens da exploração e aprimoramento deste segmento.........................33
3.4 Região metropolitana de Campinas: Transporte coletivo e mobilidade urbana.....34
 3.4.1 Contextualização da região metropolitana de Campinas..............................34
 3.4.2 Alternativas para os déficits de transporte na região....................................35
 3.4.2.1 Sistema de transporte público urbano.............................................36
 3.4.2.2 Sistema de transporte aéreo - Modelo de Viracopos.......................37
 3.4.2.3 Sistema de malha ferroviária...........................................................38
 3.4.2.4 O VLT.............................................................................................39
3.5 Sistema de transporte VLT.....................................................................................41
 3.5.1 Sistema VLT: Definição e origem................................................................41
 3.5.2 Incumbência do VLT....................................................................................42
 3.5.3 Prós e Contras do VLT..................................................................................43
 3.5.4 Exemplos da eficiência da implantação do VLT..........................................44
3.6 Os impactos do VLT para o transporte coletivo e mobilidade urbana na região metropolitana de Campinas.......................................................................................................45
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS........................................................................................48
5. REFERÊNCIAS............................................................................................................50
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 - Matriz de Transportes..............................................................................................22
	
5353
53
					
VIII
INTRODUÇÃO
APRESENTAÇÃO DO ASSUNTO	
A exploração do VLT como uma solução para a ineficiência da mobilidade urbana em certas regiões é pequena. Este é um segmento logístico que pode ser muito bem avaliado e estruturado para a obtenção de resultados favoráveis à solução do problema. 
A mudança dos meios de transporte através do VLT provocam melhorias nos âmbitos ambientais, urbanos, econômicos e sociais.
A implantação do VLT influi diretamente nas questões ambientais, pois traz a diminuição da emissão de gases poluentes, assim como preservação de áreas sustentáveis.
Nos segmentos urbanos podemos ressaltar a redução do transporte individual, diminuindo o tráfego de veículos. Consequentemente haverá maior agilidade na locomoção.
Já nas questões socioeconômicas podem-se destacar aspectos como a redução de custos individuais quanto a seus veículos, além de representar outra opção de transporte público. 
Dado o cenário descrito, o trabalho visa a implantação do sistema VLT na região metropolitana de Campinas, uma vez que o cenário atual apresenta uma carência no setor de transporte público, no qual empresas deste segmento necessitam de novas alternativas para o trânsito urbano.
	Uma das ferramentas emergentes de transporte, implantadas pelas empresas deste setor, se refere ao desenvolvimento cada vez mais frequentes de projetos de melhoria na mobilidade urbana.
Um projeto de mobilidade urbana, neste caso, pode ser classificado e definido como a preocupação e desenvolvimento de mecanismos que diminuam o congestionamento e os problemas recorrentes do inchaço urbano na região metropolitana de Campinas (RMC), além de trazer qualidade no transporte público resultando na melhora da qualidade de vida.
Para as empresas do setor de transporte, um projeto de mobilidade urbana poderá ser capaz de desenvolver o posicionamento, o conhecimento e referências entre as organizações, produtos e seu público alvo. 
Com base nos dados apresentados, os resultados prévios são a redução dos custos públicos no transporte, além da melhoria na locomoção, benefícios ecológicos, e socioeconômicos, visando uma melhor qualidade de vida.
DESCRIÇÃO DO PROBLEMA	
O problema de mobilidade urbana está presente em grande massa no território nacional, principalmente, nas grandes cidades, onde existe uma grande demanda populacional por este serviço. Todavia, este setor logístico não vem atendendo a população, ocasionando um déficit de exploração do setor.
Acerca da RMC, podemos observar tais aspectos da ineficiência do transporte urbano. Onde muitas pessoas são lesadas por não terem qualidade e segurança no transporte, além da inexistência de alternativas acessíveis para a solução do problema.
A má condição e a falta de alternativas que tornam a mobilidade urbana menos eficiente e mal qualificada para a população, levam a mesma a possuírem uma visão desvantajosa em relação ao transporte coletivo, a partir de então, há uma preferência do uso do transporte individual.
Por esses motivos, a questão central que orienta esse TCC é: Que medidas e possíveis benefícios a implantação deste novo sistema pode trazer para uma região onde existe uma grande massa de população que necessita e exige opções de melhoria na mobilidade urbana?
HIPÓTESES
A partir da questão central podem ser enumeradas as seguintes hipóteses:
Uma hipótese que pode ser abordada é a melhoria dos sistemas de transporte já existentes na região metropolitana de Campinas, tais como roteirização dos sistemas rodoviários, implantação de GPS para a melhor administração e vigilância do sistema. 
Uma possível sugestão é a implantação do sistema de veículo leve sobre trilhos (VLT) como medida para diminuiro fluxo de veículos e aumentar as alternativas para a mobilidade urbana trazendo assim melhorias tanto ambientais, quanto urbanas. Com a exploração deste segmento de transporte, é possível mostrar os benefícios rentáveis para a população e para a região.
Os possíveis benefícios que podem ser relevantes é a diminuição do transporte individual, o que leva a uma melhor mobilidade nas rodovias; redução de custos quanto a combustível, manutenção do veículo; redução da emissão de gases poluentes devido ao fato da diminuição de veículos circulando; mais agilidade e praticidade no transporte.
JUSTIFICATIVAS	
A implantação do VLT como meio de transporte público, resulta em melhorias diretas para sociedade de maneira geral, dentre as quais podemos ressaltar a melhora da mobilidade urbana, uma vez que este, bem estruturado, diminuirá o fluxo de veículos individuais e aumentará as alternativas de transporte, resultando em uma melhor organização do espaço físico dentro da região metropolitana de Campinas.
Além disso, este sistema tem como benefício a diminuição na emissão de gases poluentes, interferindo diretamente em questões ambientais. Sua eficácia trará uma melhora significativa no aproveitamento do tempo da população, diminuindo o stress causado pela forte presença de congestionamento e engarrafamento no trânsito da região.
Outro aspecto que ainda pode ser levantado é referente à questão de custos pessoais, uma vez que a mobilidade coletiva é mais rentável a população do que o transporte individual. Isto se dá ao fato de que há uma redução nos custos de manutenção e combustível. 
Tais melhorias refletem diretamente na resolução de parte da logística deficitária da nossa região, já que o problema desta logística está no fato de que temos uma grande massa aglomerada nos centros urbanos que necessitam de uma renovação na configuração urbana.
O VLT tem como função social aumentar a empregabilidade em diferentes setores como, por exemplo, administrativo, logístico, elétrico, mecânico dentre outros. Isto gera oportunidades de crescimento para a população, assim como o fortalecimento da economia na região. 
O desenvolvimento deste trabalho pode ser usado como referencial teórico tanto para alunos que estão cursando logística, quanto para futuros alunos ingressantes. Assim como trouxe outra abordagem e obtenção de conhecimento e domínio técnico para os integrantes deste grupo.
OBJETIVOS 
1.5.1 OBJETIVO GERAL 
O objetivo do trabalho é apresentar os benefícios que novas alternativas de mobilidade trarão para a sociedade, na qual grande parte da população usa o transporte coletivo diariamente. Além de que, com novas alternativas propostas, a demanda desses meios de transporte poderá aumentar trazendo benefícios de uma forma geral para toda a Região Metropolitana de Campinas.
1.5.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Alguns dos aspectos que podem ser levantados para comprovar a necessidade da implantação do VLT nesta região se baseiam nos argumentos de autores que afirmam que existe uma precariedade na região metropolitana de Campinas quanto a mobilidade urbana.
Ainda pode-se abordar exemplos de regiões nas quais tiveram bons resultados com a implantação do VLT, como na cidade de Maceió (AL), Barbalha (CE), além de analisar dados à respeito das futuras implantações do mesmo em outros municípios do país.
Além de dados e pesquisas já realizadas que comprovam que efetivação deste sistema pode gerar grandes benefícios ecológicos como a redução na emissão de gases poluentes e agilidade nos meios de transporte.
METODOLOGIA 
2.1 METODOLOGIA UTILIZADA
Enquanto metodologias para o desenvolvimento deste trabalho foram utilizadas dois tipos de pesquisas quanto ao objetivo, denominadas como pesquisa exploratória e pesquisa conclusiva.
Segundo Gil (2008), pesquisa exploratória pode ser definida como:
“Aquela que tende a proporcionar uma maior familiaridade com o problema (explicitá-lo). Pode envolver levantamento bibliográfico, entrevistas com pessoas experientes no problema pesquisado. Geralmente, assume a forma de pesquisa bibliográfica e estudo de caso.”
Para que houvesse uma melhor compreensão do assunto, utilizou-se também um outro tipo de pesquisa, essa é comumente utilizada no desenvolvimento de metodologias devido sua abrangência de aplicação, este tipo de pesquisa é a pesquisa conclusiva.
Essa, por sua vez, é definida por Malhotra (2001, p.58) como:
“A pesquisa conclusiva é geralmente mais formal e estruturada que a exploratória. Elas se baseiam em amostras grandes e representativas e os dados obtidos estão sujeitos a uma análise quantitativa. Considera-se que as constatações dessa pesquisa sejam de natureza conclusiva, uma vez que são usada como dados para tomadas de decisões gerenciais”.
Quanto aos métodos de coleta de dados utilizados para o desenvolvimento deste estudo, recorreu-se ao levantamento de informações em fontes secundárias. 
Essas fontes secundárias, segundo Malhotra (2001, p.36), são definidas como:
 “Dados secundários são dados colhidos para uma finalidade diferente daquela do problema em pauta. Já os dados primários, por outro lado, são coletados ou produzidos pelo pesquisador com a finalidade específica de resolver o problema de pesquisa. Não se coleta os dados primários até que os dados secundários disponíveis tenham passado por uma análise completa.”
Além disso, usou-se também da aplicação das pesquisas qualitativa e quantitativa a partir da construção de um roteiro de entrevista e questionário estruturado.
Segundo Gil (1999, p. 45), o roteiro de entrevista pode ser definido como: 
“Um procedimento racional e sistemático que tem como objetivo proporcionar respostas aos problemas que são propostos. (...) A pesquisa é desenvolvida mediante o concurso dos conhecimentos disponíveis e a utilização cuidadosa de métodos, técnicas e outros procedimentos científicos (...) ao longo de um processo que envolve inúmeras fases, desde a adequada formulação do problema até a satisfatória apresentação dos resultados.”
2.2 ESTRUTURA DO TCC
No primeiro capítulo desse trabalho, o assunto apresentado é o uso do sistema VLT como alternativa de recurso logístico para a melhora da ineficiência da mobilidade urbana na região metropolitana de Campinas. Através da descrição de um problema, desenvolvemos hipóteses com possíveis soluções para a resolução do mesmo, e justificativas para demonstrar o quanto é importante a discussão do assunto. Além de também apresentar objetivos gerais e específicos para mostrar a finalidade do trabalho.
O segundo capítulo é a demonstração e explicação dos métodos utilizados para sancionar tais problemas incluindo pesquisas quantitativas e qualitativas, pesquisas exploratórias com o intuito de manejar a região metropolitana de Campinas para a inserção do sistema VLT enquanto alternativa para reformar a mobilidade urbana nessa região.
O capítulo três é o desenvolvimento do trabalho, no qual apresentaremos todos os aspectos envolvidos para explicar o assunto. Dentre eles estão: o conceito de logística juntamente com suas origens, seus tipos e segmentos e os discursos explicativos referentes a cada modal; uma apresentação do conceito e dos tipos de transporte coletivo de passageiros, e ainda as situações atuais desse segmento; os problemas com a mobilidade urbana, vantagens em se explorar tal área e as especificações do transporte coletivo; os sistemas de mobilidade já utilizados na região metropolitana de Campinas, como esses estão sendo executadas, as suas funções, como também, as ferramentas que trazem eficiência de uma forma geral, levantando bases concretas para demonstrar os prós e contras do VLT como alternativa de transporte público; as bases teóricas logísticas para outros tipos de modais, afim de uma maior compreensão do conceito do sistema VLT e sua função como alternativa de transporte; os benefícios desse sistema acompanhado de exemplos da eficiência do mesmo.
Já no quinto capítulo é apresentado as considerações finais, afim dedemonstrar a conclusão do trabalho referente ao VLT como alternativa de mobilidade e todas as referências e bases de pesquisa utilizadas na construção do trabalho.
3. REFERENCIAL TÉORICO
3.1 LOGÍSTICA
3.1.1 LOGÍSTICA: CONCEITO E ORIGENS 
Desde os tempos antigos, a logística já era usada inconscientemente tanto nas indústrias quanto pelos líderes militares em guerras. A logística hoje é muito ressaltada nos âmbitos industriais, todavia, seu primórdio foi nas guerras, pois estas eram longas e muitas delas distantes, necessitava-se de deslocamento das tropas e gerenciamento de alimentos, de armamentos, dos carros de guerra; tais aspectos tinham que ser averiguados de forma a trazer agilidade e qualidade nos processos, suprindo todas as necessidades das tropas, da guerra e dos líderes militares.
Segundo Pereira (2006, p.35):
[...] a logística existe desde o início da civilização e, ainda que de forma precária, vem evoluindo ao longo dos anos. A implementação de melhores práticas logísticas, atualmente, porém, tornou-se uma das áreas mais desafiadoras e interessantes da administração empresarial, em razão, entre outros fatores, do mundo dos negócios, altamente competitivo, o qual vem estimulando diversas transformações no campo da gestão empresarial, a fim de proporcionar às organizações a obtenção de posições relevantes e privilegiadas no mercado.
A primeira vez que a palavra “logística” foi usada, sua definição contava na ação que conduz à preparação e à sustentação das companhias. Foi enquadrada como “Ciência dos detalhes”. De acordo com Gomes, (2011), em 1888, o Tenente Rogers incorporou a Logística como matéria na Escola de Guerra dos EUA, contudo o termo “Logística” foi raramente utilizado até a Primeira Guerra Mundial. O legítimo uso e conhecimento da logística como ciência teve sua gênese pela desenvoltura do Tenente-Coronel Thorpe, que em 1917 (contexto da Primeira Guerra Mundial), publicou o livro “Logística Pura: a ciência da preparação para a guerra”, desde então a logística se enquadra na Arte da Guerra incumbida de desenvolver estratégias e meios para a obtenção de sumos resultados.
No contexto contemporâneo a maior consciência social da logística é dentro das indústrias, isso porque a sociedade entende por logística apenas a área de transporte, caminhões, quanto que na veracidade este 	setor é muito mais globalizado que apenas transporte. 
Conforme Cunha (2006, p.13), logística pode ser definida:
Pode-se definir logística como sendo a junção de quatro atividades básicas: as de aquisição, movimentação, armazenagem e entrega de produtos. Para que essas atividades funcionem, é imperativo que as atividades de planejamento logístico, quer sejam de materiais ou de processos, estejam intimamente relacionadas com as funções de manufatura e marketing. O termo Logística, de acordo com o Dicionário Aurélio, vem do francês logistique e tem como uma de suas definições a parte da arte da guerra que trata do planejamento e da realização de: projeto e desenvolvimento, obtenção, armazenamento, transporte, distribuição, reparação, manutenção e evacuação de material (para fins operativos ou administrativos).
A logística pode ser definida exclusivamente para cada setor a que esta é aplicada, por exemplo, na guerra, nas indústrias, na mobilidade urbana, no governo ou em qualquer outra instituição sua síntese é a mesma, mas sua aplicação e suas necessidades são diferentes para cada um. 
De acordo com Coelho (2010), a logística não se limita apenas à distribuição física e sim, a gestão de diversos departamentos tais como o estoque, armazenagem, distribuição, gestão de compras e transporte. Com o tempo, a logística veio evoluindo e continua sua evolução, passando de ações isoladas para ações integradas, de apenas o planejamento das formas de distribuição, a logística se tornou uma peça chave para as indústrias, tendo em vista até o supplychain management, ou seja, o gerenciamento da toda uma cadeia de suprimentos.
A logística é desafiada para criar mecanismos para: a locomoção de produtos até seu destino, o sucesso de produtos, conquista de grandes acordos e negócios, eficiência na implantação de conceitos administrativos na política empresarial, tudo isso com o menor custo possível.
3.1.2 IMPORTÂNCIA DA LOGÍSTICA PARA AS ORGANIZAÇÕES 
A logística tem um papel fundamental dentro das empresas, ela pode ser a peça chave para o sucesso ou a falência de um negócio (desde pequenas empresas até gigantes multinacionais). É um departamento que deve ser totalmente explorado e estruturado para a obtenção de bons resultados. Sua aplicação pode ser vista em todos os segmentos empresariais e industriais, no gerenciamento industrial e até mesmo em aspectos específicos tais como gerenciamento de estoques, despachos, roteirização, housekeeping e muitas outras ferramentas da logística e da administração. 
Para Mara (2013), é muito importante que as empresas estejam focadas em atender a necessidade de seus clientes de forma qualificada e assim conquistar sua atmosfera no mercado, consequentemente aumentando suas margens de lucro. A logística é um grande fator para o sucesso das organizações, pois essa bem estruturada traz pontos positivos para a área empresarial, devido ao fato de essa área abranger vários departamentos dentro de uma empresa, englobando todos os processos desde a aquisição da matéria prima até o produto acabado.
Além disso, a logística é uma importante ferramenta no Departamento de Compras e da Produção, uma vez que, existe interligação entre esses processos e a logística fica incumbida de analisar e processar ambas as situações e gerar pedidos de necessidade de compra e demandas de produção.
De acordo com Margotti (2011), a logística é importante para as empresas por proporcionar maior competitividade e qualidade para os processos produtivos e também para o aumento da qualidade dos produtos finais. A logística cria um processo produtivo totalmente planejado que gera produtos diferenciados e de qualidade que atendam perfeitamente a vontade dos consumidores, transmitindo valores de modo a tornar tais produtos competitivos e procurados no mercado, aumentando assim, sua demanda.
Sabe-se ainda que logística tenha fundamental papel para a manutenção das atividades organizacionais, uma vez que sem essa função ou mesmo a disfunção dela resulta em déficits no fornecimento e gerenciamento da cadeia de suprimentos, consequentemente a produção tem declínio e até paralisação. O constante aprimoramento e uso das funções logísticas podem desencadear uma evolução nos processos gerenciais e produtivos, desenvolvendo uma organização totalmente competitiva no mercado industrial, com referências tanto nacionalmente como nos negócios internacionais. Esse setor por estar em âmbito de necessidade mundial para qualquer companhia ou mesmo para questões públicas vem sendo alvo de muitos estudantes que querem sucesso profissional. 
Ainda pode ser ressaltado, segundo Ballou (2001, p.26), apud Sakai (2005), a importância logística:
A globalização da economia ampliou exponencialmente a importância da logística, na medida que os custos logísticos relativos aos meios de transportes representam uma parcela expressiva no custo total das mercadorias transacionadas nos mercados internos e externos. As empresas globais buscam permanentemente configurações mais econômicas para as suas cadeias produtivas, as quais requerem estratégias que melhorem a relação entre o custo da logística e as vendas.
Com todas as utilidades e ferramentas citadas pode ser observada a importante altitude que o setor logístico impera na atualidade. Seu desenvolvimento, assim como sua evolução, faz desse setor um dos mais importantes na indústria contemporânea, devem ser integralmente recorrido e ponderado para a sobrevivência das organizações.
3.1.3 TIPOS DE LOGÍSTICA E TRANSPORTES
A logística pode ser entendida como peça chave para a locomoção de cargas, pessoas ou produtos ao seu destino final. Contudo,tal preocupação pode ser absolvida de diferentes maneiras. Atualmente, no mundo existem diversas formas de transporte e logística, formas que possuem diferentes manutenções e custos, nos quais são adaptados e utilizados para cada contexto. Para cada problemática ou situação, devem ser analisados aspectos, nos quais irão influenciar na escolha do tipo de modal ou transporte.
Com a globalização e necessidade de modais para ligar todos os cantos do mundo, foram criados e ainda são explorados os seguintes modais: aéreo, rodoviário, ferroviário, aquaviário e dutoviário. Dentre cada um desses, temos suas características, tipos de aplicação, adaptabilidade, tipos de movimentação e veículos utilizados, custos, rotas possíveis, segurança, versatilidade e rapidez. Para cada necessidade há um transporte a ser optado e escolhido.
A exploração do assunto, de acordo com Michele (2012), se deve também ao crescimento do comércio internacional, que acompanha a globalização. Consequentemente, o sistema logístico necessita se adequar ao crescimento dos negócios internacionais, promovendo suporte aos negócios e acordos entre os países, uma vez que a logística é fundamental para a concretização dos negócios, amparando a chegada e a finalização das mercadorias em seus destinos.
Os tipos de transportes e logística devem ser detalhadamente estudados para aplicação em empresas, pelo fato de haverem diversas alternativas. Todavia, o estudo de transporte não irá acabar e o mundo está suscetível à chegada de novos meios de locomoção. Devido a isto o crescimento gradativo pela necessidade global do segmento abre portas e novos mundos para profissionais e estudantes da área, que poderão ter um futuro brilhante no setor.
3.1.3.1 TRANSPORTE DE CARGAS
O transporte de cargas no Brasil é um segmento muito importante que abrange grande parte da economia no país. Um segmento muito importante, pois todos os setores da economia (primário, secundário e terciário) precisam locomover suas cargas e produtos. Os consumidores também precisam do transporte de cargas, ao fazer uma compra pela internet, por exemplo, existe a necessidade de uma transportadora para deslocar seu produto do armazém até a sua casa.
Em conformidade com Wanke (2010, p.5), transporte de cargas:
O transporte de cargas é o principal componente dos sistemas logísticos das empresas. Sua importância pode ser medida através de, pelo menos, três indicadores financeiros: custo, faturamento e lucro. O transporte representa, em média, dois terços dos custos logísticos, ao redor de 5% do faturamento, e em alguns casos, mais que o dobro do lucro das empresas. Os gastos com transporte oscilam ao redor de 6% do PIB em países com razoável grau de industrialização.
O Brasil necessita de uma reorganização no transporte de cargas, uma vez que dentre o cinco modais disponíveis não há grande exploração de cada um e nem interligações coerentes e viáveis entre eles. Por exemplo, com um investimento no setor poderia se haver uma grande mudança no quesito eficiência no transporte brasileiro e também poderia ser observada uma adequação complementar entre os tipos de locomoção no país.
Segundo a FIESP, apud Rezende (2013), a matriz de transportes do Brasil e do Estado de São Paulo demonstra um desequilíbrio entre os diferentes modais, o que mostram a necessidade de reavaliações que gerem maior competitividade e desenvolvimento econômico sustentável.
Como um setor muito influente economicamente no país e necessário para qualquer tipo de transação, o transporte de cargas precisa de reestruturação em decorrência da má distribuição e da má infraestrutura no setor atualmente. Tais incoerências de utilização de cada modal podem ser observadas na tabela a seguir:
Tabela 1: Matriz de Transportes
Fonte: FIESP (2011). 
No Brasil há muitas empresas que atuam no segmento de transporte, mas os números são desiguais para cada tipo de modal. Tais divergências acontecem devido à disponibilidade de acesso a tais empresas e também as características de cada transporte. De acordo com Fleury (2010, p. 436), a situação das empresas no setor de transporte no Brasil:
Sem considerar o corte pelo número de funcionários, obteve-se o equivalente a 47.032 empresas; 13 do transporte ferroviário, 318 do transporte aéreo, 394 do transporte aquaviário e 46.302 do transporte rodoviário. Sua receita bruta agregada, em 2002, totalizou quase 47 bilhões de reais (aproximadamente 3,5% do PIB), sendo o transporte ferroviário de cargas responsável por 2,5 bilhões de reais desse total; o transporte rodoviário, por 23,2 bilhões de reais; o transporte aquaviário, por quase 6 bilhões de reais e o aéreo pelo restante, aproximadamente 14 bilhões de reais.
Essa desigualdade entre a utilização dos diferentes tipos de transporte faz com que muitas vezes modais altamente rentáveis não sejam explorados, isso representa um grande prejuízo para o país, que poderia exercer transações comercias muito mais lucrativas ao utilizar vias de transporte de maior custo-benefício para o serviço em questão, porém, nem sempre essas vias estão disponíveis devido à falta de investimento e infraestrutura de algumas delas.
3.1.3.2 TRANSPORTE MARÍTIMO
O transporte marítimo é uma parcela do transporte que precisa ser mais utilizada, visto que o mesmo ainda não é um modal muito explorado. Suas recomendações são para cargas de grande volume, grande distância ou quando os outros modais são incompatíveis com a deslocação. De acordo com Wanke (2010, p. 413), o modal aquaviário:
“[...] não apresenta limites sobre o tipo de produto que pode transportar, assim como o volume que pode atingir centenas de milhares de toneladas.”
 Possui uma redução de frete em comparação com os outros. Existem variados tipos de navios, dos grandes aos pequenos, a escolha vai segundo o tipo de carga a ser transportada. Além dos tipos de navios, existem diferentes modelos de transporte desse modal, por exemplo, temos o transporte fluvial (rios), marítimo (mares), lacustre (lagos), de longa distância (ligando países ou continentes) e a cabotagem (transporte dentro dos próprios países, entre os portos locais). O transporte também apresenta grandes desafios legislativos e de infraestrutura a serem arrumados.
Segundo Rezende (2013), este modal representa 13% de todo o volume transportado no país e ao considerarem-se os valores dos produtos transportados e as distâncias do processo, deduz-se que esse percentual deveria ser bem maior, principalmente com a utilização da cabotagem, transporte muito viável no Brasil devido a sua extensa costa marítima que concentra 60% da economia do país. No entanto, é necessário considerar que também existem pontos críticos, o primeiro deles é a falta de infraestrutura portuária, incapaz de atender as necessidades do nosso território, o segundo é a legislação, que é ineficiente por não possuir especificações muito abrangentes, além de ter uma fiscalização displicente.
No Brasil a utilização do transporte marítimo tem sua maior parcela em transporte de cargas internacionais, por ser uma alternativa mais econômica que o modal aéreo, por exemplo. Para os serviços de transporte internacional o modal é responsável por 90% das cargas.
De acordo com Cecatto (2010), o modal aquaviário é fundamental para promover e integrar o país interna e externamente, visto que este possui oito bacias com 48 mil km de rios navegáveis, reunindo, pelo menos, 16 hidrovias e 20 portos fluviais. Entretanto, embora haja grande potencial de exploração do transporte marítimo no âmbito nacional, muita coisa precisa ser melhorada para que isso aconteça, e caso hajam essas adaptações exigidas pelo mundo globalizado, o transporte marítimo pode diminuir distâncias internas e exercer papel primordial na consolidação do MERCOSUL e de outros possíveis blocos econômicos com os quais o Brasil se envolva, além de aumentar o comércio com os demais continentes.
É primordial que haja uma maior exploração do transporte marítimo, pois o Brasil é um dos países de maior potencialpara isso, tanto para o transporte internacional, quanto para o dentro do próprio país visto que a costa brasileira é muito extensa, característica favorável para a cabotagem, por exemplo. Mas, para que essa exploração aconteça em proporções maiores é necessário que haja ampliação dos portos existentes, e aberturas de mais portos, para que assim haja um maior aproveitamento deste meio que pode ser muito beneficiário em termos logísticos para o país.
3.1.3.3 TRANSPORTE RODOVIÁRIO
O transporte via rodovias é uma escolha muito frequente no mundo atual. Veículos como caminhões, carretas, bitrem e treminhão são utilizados no deslocamento das cargas. Esse modal tem suas vantagens por poder transportar qualquer tipo de carga; flexibilidade alta, devido às rodovias; fácil contratação; sem manuseios entre destino e origem; independência de outros modais. Por ter um custo mais alto que os modais alternativos, é recomendado que seja usado para cargas de alto valor agregado. Pode ser utilizado para transporte de pessoas como os ônibus, por exemplo, na mobilidade urbana é um segmento muito importante.
Consoante Moreira (2013, p.24), o transporte rodoviário:
É o realizado sobre rodas nas vias de rodagem pavimentadas ou não para transporte de mercadorias e pessoas, sendo na maioria das vezes realizados por veículos automotores (ônibus, caminhões, veículos de passeio, etc.). Como possui, na maioria dos casos, preço de frete superior ao hidroviário e ferroviário, é adequado para o transporte de mercadorias de alto valor ou perecíveis, produtos acabados ou semiacabados.
No Brasil o transporte rodoviário representa grande parte das transações. Devido a uma maior disponibilidade e maior conhecimento de transportadoras que fazem tal serviço. Faltam muitas vezes incentivos e infraestrutura para a escolha de outros modais como o ferroviário e o marítimo. Mesmo com rodovias totalmente incapacitadas e alto custo de frete ainda vemos centenas de caminhões rodando o Brasil de norte a sul. Este segmento está muito presente nas indústrias brasileiras, para locomoção de matéria prima, produtos acabados, comprar via internet, e entre muitas outras transações nas empresas nacionais.
Comparação conforme Wanke (2010, p. 418) sobre o Brasil e outros países:
De todos os problemas que afetam o transporte de cargas no Brasil, o mais preocupante é certamente a distorção da matriz de transportes brasileira. Enquanto países de grandes dimensões territoriais, como EUA, Canadá, China e Rússia utilizam predominantemente os modais, ferroviário e aquaviário, em detrimento do rodoviário, no Brasil o que se observa é exatamente o contrário, ou seja, o predomínio absoluto do rodoviário. De acordo com Fleury (2003), no Brasil mais de 60% da carga é transportada pelo rodoviário contra 26% nos EUA, 24% na Austrália e 8% na China. Tal fato posiciona o Brasil muito mais próximo de países da Europa ocidental, de baixa dimensão territorial, que de países de grande dimensão territorial como EUA, Canadá, Austrália, China e Rússia.
	Dessa forma podemos ver que o transporte rodoviário no Brasil é muito utilizado. Com uma junção de forças governamentais e de grandes indústrias poderíamos estimular investimentos e o meios disponibilidade e utilização de outros meios de locomoção de cargas.	
3.1.3.4 TRANSPORTE AÉREO
O transporte aeroviário é um segmento a ser discutido e estimulado entre as indústrias e os mercados atualmente. É o transporte mais rápido, todavia quanto maior for à distância melhor o uso dele.
Segundo Fleury (2002), quanto à velocidade, o modal aéreo é sem dúvidas o mais eficaz, seguido pelo rodoviário, ferroviário, aquaviário e dutoviário, ficando muita a frente de todos os outros. No entanto, ponderando a velocidade deve-se também levar em consideração o tempo gasto no porta a porta, esta vantagem do aéreo só é perceptível para médias e grandes distâncias, isso devido ao tempo de coleta e entrega, nos quais muitos dados precisam ser computados, o que envolve grande burocracia, demandando certo tempo. Isso não é vantajoso para curtas distâncias, mas quando se trata de distâncias maiores, o aéreo ainda assim é o mais vantajoso quanto ao fator tempo. 
Esse modal utiliza de diferentes aeronaves para transporte dentro e entre países. Em comparação com as outras possibilidades, sua utilização mundialmente tem certa redução, a não ser pelo comércio internacional, devido ao frete elevado, dependência de outros modais, limite de peso e volume. A preferência por essa alternativa está em cargas urgentes, grandes distâncias e cargas de alto valor agregado. Atualmente o modal aéreo está cada vez maior no ramo de transporte de pessoas.
Em conformidade com Cerqueira (2011), o transporte aéreo é o meio de deslocamento em massa mias rápido levando em consideração o fato de percorrer grandes distâncias em um tempo muito menor do que os demais meios de transporte, este meio permite a locomoção de pessoas e mercadorias, por meio de aviões e helicópteros e seu uso se intensificou após a Segunda Guerra Mundial com o crescimento de negócios internacionais e de indústrias transacionais. A principal estrutura é o aeroporto, grande espaço físico responsável pela decolagem e aterrissagem das aeronaves. Esse meio de transporte teve grandes avanços nos ultimo tempos no transporte de pessoas e de mercadorias, em especial o de pessoas, devido à redução dos custos de passagens aéreas, modernização dos aviões e principalmente, à ampliação das relações financeiras e de negócios entre os países.
Apesar da importância desse segmento ele vem enfrentando desafios devido ao elevado custo de funcionamento dos aviões e suas manutenções. No ano de 2007, houve no Brasil um acontecimento chamado o “apagão aéreo”, desencadeado por uma crise econômica no setor, isso resultou em fechamento de portas para algumas empresas do ramo. No Brasil, o transporte aéreo vem aumentando de acordo com as melhoras de infraestrutura e as demandas cada vez mais altas para os acordos internacionais. Em comparação com alguns países desenvolvidos, o Brasil ainda não possui todo o tramite aeroviário estruturado e preços compatíveis com o mercado de transporte.
Porém, consoante Burle (2003) a quantidade de cargas aéreas no Brasil está crescendo, principalmente as exportações. Conforme os dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio (MDIC), as importações por via aérea passaram de 22,4% do valor total das importações brasileiras em 1992 para 28,9% em 2000. Ainda mediante Burle (2003), o transporte aéreo está assumindo forte papel para o transporte de cargas com alto valor agregado. Com a desvalorização do real frente ao dólar, existe um impulso para a elevação das exportações via modal aéreo, com destaque aos aeroportos de Galeão, no Rio de Janeiro e, especialmente, de Viracopos, em Campinas.
Para que esse aumento continue, é necessário que os investimentos nos aeroportos aumentem cada vez mais e que haja também a abertura de novos aeroportos com a função de interligar as diferentes regiões do país. É preciso ainda que outros aeroportos ganhem destaque para que se desafogue o fluxo nos aeroportos maiores, como Congonhas e Guarulhos, por exemplo, visto que dessa forma o atendimento neles seria com qualidade, e os aeroportos menores ao receberem um fluxo maior teriam a oportunidade de crescerem e de trazerem crescimento para os seus municípios e regiões.
3.1.3.5 TRANSPORTE DUTOVIÁRIO
O transporte dutoviário é um dos setores da logística que vem se desenvolvendo cada vez mais. Tal transporte tem uma pequena parte de distribuição em relação aos outros modais de transporte, isso se dá ao fato de tal sistema depender de uma estrutura mecânica bem elaborada e eficaz, além de serem restritos os materiais a serem transportados.
Esse é o meio de transporte feito por espécies de tubos, no qual a carga é movimentada por pressão ou arraste por meio de um elemento de transportes como equipamentos de propulsão dos produtos.
De acordo com Damasceno (2005), o modal dutoviáriose encontra hoje como um dos mais importantes modais de transporte. Porém, no Brasil esse modal se encontra apenas em algumas empresas e possui uma pequena participação no país em relação aos outros transportes. Quanto às suas características específicas, as dutovias são mais consistentes e frequentes que os outros modais devido o fato de funcionarem 24 horas por dia e não terem variância no tempo de transporte. Contudo, seus pontos negativos são em relação à velocidade, capacidade e disponibilidade, isso porque apresenta menor velocidade, menor capacidade, visto que transporta pouca variedade de produtos e a sua presença está restrita apenas a algumas regiões.
Consoante às informações, esse sistema necessita de um bom monitoramento para que não ocorram problemas com o material transportado. Pois nesse sistema, o veículo incumbido de exercer a atividade de transporte é fixo enquanto o produto é que sofre o deslocamento. Quando bem estruturado e monitorado, o uso desse modal pode ser a peça chave para os gargalos existentes no transporte de cargas no Brasil, trazendo muitos benefícios e eficiência no transporte de diversos produtos, contribuindo para o bom manuseio da logística em empresas dos mais diversos segmentos.
3.1.3.6 TRANSPORTE FERROVIÁRIO
O transporte ferroviário é um dos modais mais usados para transporte de cargas em geral, incluindo pessoas. Só perde para o modal rodoviário. É popular devido a sua flexibilidade e a facilidade de transporte. O transporte ferroviário tem características de transportar grandes volumes de cargas e é responsável, muitas das vezes a se deslocar a médias e grandes distâncias com um baixo custo operacional. E se comparado ao modal rodoviário, os números de acidentes, de consumo de combustíveis, de furtos e roubos são bem menores.
De acordo com Bertalia (2005), apud Melo (2009, p.11) o transporte rodoviário pode ser resumido da seguinte forma:
O transporte rodoviário é o mais independente dos transportes, uma vez que possibilita movimentar uma grande variedade de materiais para qualquer destino, devido a sua flexibilidade, sendo utilizado para pequenas encomendas, e curtas, médias e longas distâncias, por meio de coletas e entregas ponto a ponto.
Seguindo as ideias propostas, deduz-se que esse modal tem uma grande importância para a logística, e para a movimentação de cargas em todos os lugares. Entretanto, é de vital importância as organizações pensar nesse tipo de transporte como alternativa de transporte a fim de diminuir a movimentação de veículos nas grandes metrópoles.
3.2 TRANSPORTE COLETIVO DE PASSAGEIROS
3.2.1 TRANSPORTE COLETIVO DE PASSAGEIROS: CONCEITOS E TIPOS
O transporte coletivo de passageiros é um segmento de extrema importância para a sociedade e sua escolha e utilização é fundamental para eficiência da mobilidade urbana, uma vez que diminui a circulação de veículos e consequentemente, diminui a emissão de poluentes.
Além de diminuir a quantidade de poluentes, o transporte coletivo tem a finalidade de garantir o trafego livre de pessoas de forma organizada. 
Segundo o site Alagoas NT (2014), em um dos seus artigos, o transporte público e coletivo é todo meio de transporte propiciado poder público e que tem a finalidade de atender todos os cidadãos sem nenhuma distinção, seja ela de classe, gênero, cor, procedência nacional ou outras formas de discriminação. E embora o uso deste transporte seja livre, muitos optam pelo transporte individual por causa de sua comodidade. 
Neste sentido, Urnau (2006) afirma que essa ferramenta pública tem a incumbência de facilitar a vida da coletividade, colocando à disposição veículos para lhe proporcionar maior conforto, velocidade e comodidade na locomoção. Contudo, podemos concluir que o uso diário do transporte individual, de uma forma direta, não traz benefícios à ninguém, tanto para o setor público quanto ao uso pessoal.
Existem diversos recursos de transporte coletivo, sendo eles divididos em diferentes tipos, como, por exemplo, o rodoviário, ferroviário e até mesmo aéreo. Sabendo disso, cabe apenas ao usuário analisar qual é mais vantajoso e acessível para o uso desejado. E embora a sociedade usufrua mais do modal rodoviário e ferroviário, esses deixam muito a desejar fugindo do seu conceito de comodidade.
Partindo da ideia de transporte rodoviário em massa e a longa distância, segundo a Agência Nacional de Transporte Terrestre o serviço de transporte no Brasil tem a finalidade de movimentar cerca de 140 milhões de usuários/ano (Anuário Estatístico ANTT 2008). Logo, esse é o tipo de mobilidade mais usado pela sociedade de uma forma geral.
3.2.2 SITUAÇÃO ATUAL DO TRANSPORTE COLETIVO
Com certo aumento populacional em todo o país, a demanda de transporte coletivo tende a aumentar e consequentemente necessita de uma infraestrutura adequada. Apesar de o transporte coletivo ter a finalidade de trazer melhorias no setor da mobilidade urbana, o mesmo vem fazendo o inverso, ou seja, trazendo problemas pra sociedade como superlotações e até mesmo a impossibilidade de locomoção. Tais problemas se dão pela falta de investimentos no setor, sendo assim, o que deveria ser alternativa de locomoção acaba sendo um problema. 
Segundo Banzini (2012), muitas pessoas ainda preferem se locomover através de veículos particulares por falta de opção, visto que no espaço urbano não há prioridade, esforços e ainda existem entraves culturais que fazem com que o transporte público não consiga se desenvolver adequadamente, alcançando maior agilidade quanto a mobilidade urbana.
Em meio a essa situação, com o uso excessivo de veículos particular há grande tendência de congestionamento e consequentemente a emissão de poluentes na atmosfera, fatores que não é vantajoso à ninguém, porém, há um grande déficit de investimento fazendo com que essa situação seja negligenciada pelas autoridades.
Seguindo a ideia proposta pelos Borchardt, Sellitto e Pereira (2007, p.303):
O aumento do tráfego urbano nas capitais e principais cidades brasileiras tornou o transporte público mais lento e menos confiável. Tal fator, aliado a outros, tais como o transporte clandestino e isenções, reduziu a demanda por viagens remuneradas e a receita do sistema. Uma decorrência do exposto é a necessidade de mais veículos para prestar o mesmo serviço, o que se reflete em aumento de custos.
Contudo, para acabar com esse transporte coletivo deficitário muito deve ser fazer, como atender as necessidades dos usuários, no qual buscam itens como conforto, pontualidade, frequência e cobertura do trajeto aliados a uma tarifa acessível. Sem essas condições, a população prefere migrar para o transporte individual.
3.3 MOBILIDADE URBANA
3.3.1 CONCEITO DE MOBILIDADE URBANA
O conceito de mobilidade urbana baseia-se na ideia de locomoção de pessoas dentro de um determinado espaço geográfico urbano. A eficácia nesse sistema se apresenta quando o mesmo funciona bem, de forma a proporcionar uma melhoria na mobilidade de pessoas através do transporte coletivo sendo este eficaz e ecologicamente sustentável. 
Segundo Santoro (2005, p.14.), a mobilidade urbana também recebe a seguinte definição:
A mobilidade urbana é um atributo das cidades e se refere à facilidade de deslocamentos de pessoas e bens no espaço urbano. Tais deslocamentos são feitos através de veículos, vias e toda a infraestrutura (vias, calçadas, etc.) que possibilitam esse ir e vir cotidiano. Isso significa que a mobilidade urbana é mais do que o que chamamos de transporte urbano, ou seja, mais do que o conjunto de serviços e meios de deslocamento de pessoas e bens. É o resultado da interação entre os deslocamentos de pessoas e bens com a cidade.
Mobilidade urbana, quando eficiente, busca sanar as necessidades de deslocamento de pessoas e cargas, uma vez que este é um dos desafios da sociedade atual. Tem se tornado cada vez mais frequentes as políticas de implantação ou de melhorias no que se refere à mobilidade urbana, uma vez que todos os cidadãos que compõem uma sociedadeprecisam se locomover. 
Conforme Bahia (2009, p.6), o conceito de mobilidade urbana também pode ser definido como:
O conceito de mobilidade urbana vai além do deslocamento de veículos ou do conjunto de serviços implantados para estes deslocamentos. Pensar a respeito da mobilidade urbana significa pensar nos deslocamentos a partir das necessidades das pessoas e seu acesso às facilidades, serviços e oportunidades que a cidade oferece.
Baseando-se nessas informações é possível perceber que a mobilidade urbana é quando se consegue uma locomoção de fácil acesso dentro do espaço urbano, essa por sua vez torna-se independente dos destinos, horários ou meio de locomoção. A mobilidade urbana baseia-se na garantia de poder usufruir de diferentes tipos de transporte, com segurança e garantia de chegar ao destino, tendo diferentes alternativas, dispondo-se de ciclovias ou do uso de transporte coletivo como ônibus, trens, vans, VLTs dentre outros. 
3.3.2 PROBLEMAS DE MOBILIDADE URBANA NAS REGIÕES METROPOLITANAS
O conceito de mobilidade urbana, com o decorrer do tempo, encontrou problemas no que se refere à eficácia em regiões metropolitanas. O transporte privado, que durante o século 20 parecia ser o meio de transporte mais eficiente, levou às grandes metrópoles a sofrerem com problemas de congestionamento nas vias urbanas, o que desencadeou em gastos excessivos com combustível, além de problemas ambientais gerados pela poluição atmosférica. 
O INCT (Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia) Observatório das Metrópoles acredita que uma das causas do caos urbano pode ser explicada pela priorização do transporte privado em relação ao transporte coletivo. O instituto ainda explica que o Brasil fechou o ano de 2012 com uma frota total de 76.137.125 veículos automotores. Além disso, os estudos do instituto afirmam que desde 2001, houve um aumento da ordem de 138,6%, sendo que a quantidade de automóveis exatamente dobrou, passando de 24,5 milhões (2001) para os 50,2 milhões (2012). Em São Paulo, o acréscimo foi superior a 1 milhão no período 2001/2012; no Rio de Janeiro, a frota de motocicletas triplicou, passando de pouco mais de 98 mil para 472 mil 
A ideia de mobilidade urbana encontra maiores problemas quando se fala em regiões metropolitanas, pois quanto maior o número de pessoas que necessitam de locomoção em um determinado espaço, maior é a necessidade de recursos para que então haja uma eficiente mobilidade urbana. Mas o que acontece nos centros urbanos, é que essas regiões não estão preparadas para atender essa grande demanda, junto a esse fato, a opção de muitas pessoas pelo transporte privado ao coletivo tem levado a ineficiência no que se refere à locomoção eficiente, uma vez que os altos índices de congestionamentos têm se tornado cada vez mais frequentes.
Em conformidade com Pelegi (2012) a opção das pessoas pelo uso intenso do automóvel pode levar a um grande consumo de um espaço público escasso, a uma grande emissão de poluentes e a uma grande quantidade de acidentes de trânsito. Além disso, ele eleva o custo de operação dos ônibus no sistema viário principal, que se reflete em aumento da tarifa. Embora outros modos também causem custos sociais elevados como ônibus e caminhões na poluição e motos na segurança de trânsito, ele ainda acredita que o automóvel é o veículo cujo uso excessivo traz mais prejuízos gerais à sociedade. 
A estrutura das regiões metropolitanas também interfere diretamente na condição da mobilidade urbana atual, pois problemas com estradas, ruas, avenidas e rodovias também interferem na eficiência da locomoção, atrasando-a, causando acidentes, dentre outros problemas. A situação atual dos meios de transporte coletivos, quebrados, sem tecnologias modernas, desconfortáveis; faz com que aqueles que possuem condições de manterem um transporte privado optem pelo mesmo, gerando uma maior demanda nas rotas de locomoção urbana.
Consoante Peixoto (2012 p.71):
Transporte público integrado, ciclovias e aumento da segurança pública são possíveis soluções para o problema da mobilidade urbana. Depois de implantar a infraestrutura adequada para o transporte público e o oferecer de forma com que o brasileiro deixe o carro em casa, outra solução é a cobrança do pedágio urbano para aqueles que insistirem na utilização do carro.
Existem várias alternativas que podem solucionar o problema da mobilidade urbana nos grandes centros urbanos, entre essas alternativas podemos destacar exemplos como a melhoria na infraestrutura das vias urbanas e dos transportes públicos coletivos, diminuição dos preços das passagens, aprimoramento de outros segmentos de transporte com Trens e VLT’s, instalação de ciclovias em centros urbanos além do desenvolvimento de políticas públicas capazes de sanar as necessidades de locomoção da população.
3.3.3 VANTAGENS DA EXPLORAÇÃO E APRIMORAMENTO DESTE SEGMENTO
No que se refere à mobilidade urbana, o aprimoramento do transporte coletivo é um dos principais fatores que podem levar o deslocamento de cargas e pessoas a melhores condições, tendo em vista que este proporciona menores índices de uso do transporte privado, o principal vilão da mobilidade urbana eficiente. Além disso, o uso do transporte coletivo, ao diminuir os índices de uso do transporte privado também diminui índices de gases poluentes na atmosfera, sendo um excelente contribuinte para fator ambiental.
De acordo com Diniz (2011) as vantagens da exploração de recursos que melhoram a mobilidade urbana baseiam-se em investir e preservar os sistemas de transporte coletivos e forma que eles se tornem inteligentes e funcionais, oferecendo confiabilidade, velocidade, com custos acessíveis e segurança é essencial para a evolução contínua das cidades. Isso porque torna-se necessário levar em consideração que a mobilidade urbana e transporte público são fatores estratégicos e que não podem ser desconsiderados dadas as possíveis consequências futuras.
No que se refere às melhores condições de locomoção nas rotas urbanas, o transporte coletivo de forma inteligente e funcional como alternativa de locomoção levaria a uma significativa diminuição dos índices de congestionamento das rotas urbanas. Sendo esse aprimorado, os tempos gastos com locomoção diminuiriam, assim como os custos de transporte de pessoas, ou fretes no que se refere ao transporte de cargas. 
 Janquiê (2012) acredita que a eficiência do transporte público é a solução para grande maioria dos problemas no transito das grandes cidades brasileiras, sendo que, uma vez que não ocorra a priorização deste tipo de transporte não haverá uma mobilidade urbana eficiente nessas cidades. Neste contexto então, torna-se necessário uma orientação das políticas públicas neste sentido, promovendo a renovação do transporte coletivo, para que apenas assim a priorização do transporte individual acabe.
Por fim, evidencia-se que a mobilidade urbana se explorada de forma correta e se incorporada de forma rentável e eficiente aos meios de transporte pode significar uma nova ferramenta para que se alcance maior desenvolvimento urbano no território nacional, visto que a mesma resulta em lucros financeiros para as empresas, benefícios ambientais e melhora na qualidade de vida dos indivíduos.
3.4 REGIÃO METROPOLITANA DE CAMPINAS: TRANSPORTE COLETIVO E MOBILIDADE URBANA
3.4.1 CONTEXTUALIZAÇÃO DA REGIÃO METROPOLITANA DE CAMPINAS.
 A Região Metropolitana de Campinas, também chamada de RMC, está localizada no centro-leste do estado de São Paulo e, é uma das regiões metropolitanas com maior dinamismo quando se refere a quesitos econômicos do Brasil. Ela é a segunda região metropolitana mais rica e desenvolvida do estado, isso se dá graças ao seu o Produto Interno Bruto (PIB), que de acordo com informações da Subsecretaria de Desenvolvimento Metropolitano (SDM), foi de R$ 77 bilhões em 2008, o que representou 7,75% do PIB paulista no ano em questão.
A expansão urbana da região de Campinas, como nas demais áreas metropolitanas e aglomerados urbanosdo país, tem-se caracterizado pela urbanização dispersa, em geral ancorada em empreendimentos imobiliários de grande porte e de usos diversos; pelo aumento da mobilidade da população, com as relações cotidianas que envolvem diversos municípios.(CAIADO; PIRES,2000, p. 301)
Uma das características que faz com que a RMC seja de grande destaque é o elevado número de empresas, empreendimentos e polos industriais encontrados na região. Um dos fatores que acarretou esse fato e tornou a mesma atrativa para investimentos, foi a presença de incentivos fiscais que não são encontrados na grande São Paulo, este fato é somado ainda ao alto valor imobiliário encontrado na capital, que excede muito o interior do estado.
Além disso, Campinas é uma das cidades mais importantes do país, isso por ser marcada pela presença de inúmeros polos tecnológicos, científicos e industriais, tendo como um grande ícone tecnológico-científico da mesma, a Unicamp, que hoje corresponde a 10% de todas as pesquisas acadêmicas brasileiras, atraindo olhares de todo o território nacional e também internacional.
Outro fator característico dessa metrópole é o Aeroporto de Viracopos, cujo fluxo anual de embarques e desembarques internacionais corresponde a cerca de 176 mil toneladas, de acordo com a SDM, representando assim um dos maiores meios de transporte aéreo no Brasil.
Campinas ocupa posição de destaque no atendimento às demandas regionais por meio de grandes bancos, hospitais, serviços médicos especializados, grandes shopping centers (Galeria, Iguatemi, D. Pedro), importantes universidades (PUC Campinas, Unicamp) e centros nacionais e estaduais de pesquisa e desenvolvimento (IaC, Ital, CenPRa, etc.). Tal rede fornece apoio a diversas atividades produtivas como, por exemplo, armazenamento, transportes, comercialização, exportação, importação, finanças, comunicações, propaganda, publicidade e consultorias diversas. Atraindo significativo fluxo de pessoas, mercadorias e movimentação financeira. (CAPPA, 2006, p. 108)
Cabe ainda citar que o fato de que a RMC é constituída por 20 municípios, sendo eles: Americana, Artur Nogueira, Campinas, Cosmópolis, Engenheiro Coelho, Holambra, Hortolândia, Indaiatuba, Itatiba, Jaguariúna, Monte Mor, Morungaba, Nova Odessa, Paulínia, Pedreira, Santa Bárbara d'Oeste, Santo Antônio de Posse, Sumaré, Valinhos e Vinhedo. 
3.4.2 ALTERNATIVAS PARA OS DÉFICITS DE TRANSPORTE NA REGIÃO
A RMC possui uma grande estrutura logística, embora existam carências em alguns pontos dessa estrutura. Tal estrutura é composta por uma grande malha ferroviária, rodoviária, pelo aeroporto de Viracopos, pelo TAV (Trem de Alta Velocidade), além de um amplo sistema de transporte público e da hidrovia Tietê-Paraná.
Segundo Lima, (2011, p. 38):
Quanto a infraestrutura viária, a região é suprida por ampla malha densa e fortemente integrada, facilitando os deslocamentos e articulação entre os municípios e demais regiões. Seis rodovias fazem a ligação de Campinas à cidade de São Paulo e aos demais municípios do interior: Bandeirantes (SP 348), Anhanguera (SP 330), D. Pedro I (SP 065), Adhemar de Barros (SP 340), Santos Dumont (SP 101) e Campinas – Paulínia. Está, ainda, em construção um anel viário ligando as rodovias Anhanguera, Bandeirantes, Santos Dumont e D. Pedro I, o que facilitará a acessibilidade aos demais municípios da RMC e ao Aeroporto de Viracopos.
Embora exista uma interligação entre os diferentes tipos de modais da região, ainda não temos um total aproveitamento das alternativas de transporte existentes na mesma, isso porque essa comunicação entre eles não é totalmente eficaz. Além disso, como qualquer metrópole, Campinas apresenta um inchaço urbano que dificulta o deslocamento de cargas e pessoas, incapacitando uma mobilidade urbana eficaz.
Para solucionar esse problema, faz-se necessária a existência de novas alternativas de transporte para RMC, ou ainda, o aprimoramento das opções já existentes, mas, para que aconteça tal aprimoramento, é necessário que previamente haja um estudo de cada uma dessas categorias individualmente, analisando os déficits e pontos positivos para que se otimize o transporte da região.
3.4.2.1 SISTEMA DE TRANSPORTE PÚBLICO URBANO
O sistema de transporte público nas cidades da região funciona, em geral, de maneira muito semelhante, tendo divergências apenas quanto às empresas administradoras do serviço em cada cidade. Na cidade de Campinas em específico, este serviço é feito pela InterCamp, empresa responsável pelo Sistema de Transporte Público de Campinas. Apesar disso, o controle geral do transporte público é feito pela é EMTU, empresa controlada pelo Governo do Estado de São Paulo, vinculada à Secretaria de Estado dos Transportes Metropolitanos (STM) que tem por função fiscalizar e regulamentar o transporte metropolitano no estado.
De acordo com a empresa InterCamp em seu acervo virtual, quanto seu sistema de transporte: “O sistema baseia-se nos conceitos de criação de um conjunto de linhas básicas para atenderem aos principais fluxos e na ampla integração entre essas linhas nos locais de contato dos trajetos propostos.”
Além dessa integração entre as linhas, outro fator importante do sistema público em Campinas é a presença do Bilhete Único, ferramenta que aproveita a interligação dos veículos para trazer uma diminuição temporal no deslocamento dos cidadãos, desta forma, no período de uma hora é possível a utilização de até 3 ônibus pagando apenas uma vez, porém, para isso é preciso que os ônibus possuam o mesmo sentido.
Apesar deste critério citado para utilização do Bilhete Único, o mesmo tem trazido grande economia para os utilizadores do transporte público, pois antes da criação dele, muitas pessoas precisavam pegar mais de um ônibus para irem de casa para o trabalho, por exemplo, e este processo envolvia um grande custo e levava muito tempo, coisa que a maior parte das pessoas não dispõe atualmente.
Pode-se ainda elencar os fatos de que muitas cidades da RMC possuem sistemas de integração como o Bilhete Único de Campinas, na cidade de Americana, por exemplo, existe um sistema que possui as mesmas características. Entretanto, não existe um sistema que interligue todas as cidades dessa região metropolitana de maneira eficaz. Pois embora existam ônibus de uma cidade para outra, na maior parte das vezes os valores dos mesmos são muito maiores do que o valor de ônibus para o deslocamento dentro do município, ou ainda, nem sempre os horários são favoráveis para os utilizadores.
Tal situação representa uma grande desvantagem para os moradores que necessitam se deslocar todos os dias para municípios vizinhos por motivos de trabalho, por exemplo, já que os mesmos acabam tendo um gasto muito maior, e despendem de um tempo maior também durante seu deslocamento do que aqueles que trabalham dentro da cidade onde residem.
Apesar disso, a rodoviária do município de Campinas ainda é uma das mais belas e modernas do país, recebendo ônibus de diversas cidades e estados, e possuindo alta qualidade quanto aos critérios de acessibilidade. Tal rodoviária é o Terminal Multimodal Ramos de Azevedo, que atende milhares de pessoas diariamente.
3.4.2.2 SISTEMA DE TRANSPORTE AÉREO - MODELO DE VIRACOPOS	
Localizado na cidade de Campinas, o aeroporto internacional de Viracopos (VCP) é o maior aeroporto de cargas da América Latina e é um dos que mais recebe investimentos da Infraero, isso porque ele representa uma grande alternativa para absorver o fluxo no tráfego em aeroportos da capital do estado, como Guarulhos e Congonhas que atendem um grande número de pessoas, comprometendo, muitas vezes, a qualidade deste atendimento.
Segundo Lima, (2011, p. 38):
Quanto à infraestrutura aérea, a RMC conta com um dos mais importantes aeroportos de carga. O Aeroporto Internacional de Viracopos é, atualmente, o primeiro do país em movimentação de cargas importadas e o segundo em cargas exportadas, ficando atrás apenas do Aeroporto Internacional de Guarulhos.
Este fato, de Viracopos representaruma alternativa para diminuição no fluxo de outros aeroportos, se dá principalmente porque o mesmo apresenta uma localização interessante, já que é próximo da capital paulista, e também por sua capacidade de expansão, podendo tornar-se cada vez maior e mais eficiente.
Para aproveitar essa capacidade de expansão do aeroporto está em vigor um projeto de ampliação do mesmo, com essas ampliações, Viracopos poderá se tornar o maior complexo aeroportuário da América do Sul, e consolidará assim sua função como opção para os gargalos de GRU e CGH, recebendo gradativamente os voos destinados aos mesmos.
Outro fator de destaque para este aeroporto é a presença de muitas rodovias em seu entorno, isso facilita o transporte das cargas, que podem ser distribuídas mais rapidamente através de diferentes rotas. É por esses fatores que Viracopos hoje representa uma verdadeira porta de entrada e saída de cargas para todo o país.
Cabe ainda ressaltar uma grande vantagem do VCP, sua capacidade em gerar empregos, trazendo assim desenvolvimento e crescimento para toda a RMC. De acordo com o acervo virtual do aeroporto, Viracopos gera cerca de 10 mil empregos diretos, sendo que no decorrer das suas obras de ampliação serão gerados mais 8 mil empregos, e após sua conclusão, outros novos 10 mil empregos. Tais dados fazem com que o aeroporto represente um dos maiores empregadores da região metropolitana de Campinas.
3.4.2.3 SISTEMA DE MALHA FERROVIÁRIA
Quanto ao transporte através do modal ferroviário, sabe-se que a RMC não tem explorado muito o mesmo, mas apesar disso, existem três empresas que oferecem esse serviço na região, tendo por maior destaque a MRS Logística, chamada Malha Regional Sudeste da Rede Ferroviária Federal, uma das maiores concessionárias do serviço no país.
Segundo Lima, (2011, p. 38):
Com relação ao transporte ferroviário, três empresas atuam na região de Campinas: Ferrovia Centro-Atlântica (FCA); Ferrovia Bandeirantes (FERROBAN) e MRS Logística. De modo geral, estas empresas estão ligadas aos setores siderúrgico, de mineração e agropecuário e contribuem fortemente para a integração do território brasileiro, ligando as regiões produtoras aos mercados externos.
Dentre os serviços prestados por essas três empresas, podemos destacar o transporte de cargas, sendo que tais cargas possuem como destino principal negócios relacionados ao comércio internacional. Para que isso aconteça, essas cargas são levadas na maior parte das vezes ao porto de Santos através da estrutura ferroviária existente na região.
Além disso, a malha ferroviária da região metropolitana de Campinas é composta por diferentes linhas, variando de acordo com cada um dos municípios que compõe a região. Na cidade de Campinas, especificamente, a malha existente é composta por duas ferrovias, tais ferrovias possibilitam o transporte de cargas para outras cidades do interior do estado, para a capital, e principalmente para o porto de Santos, que é considerado o mais importante do continente.
Ainda sobre a cidade de Campinas, pode-se ressaltar que a mesma possui projetos de expansão da malha ferroviária, entre essas metas, está presenta a implantação do TAV – Trem de Alta Velocidade, que trará muito benefícios para toda a região, benefícios como a diminuição do tempo de deslocamento e geração de mais empregos para moradores de diferentes municípios, tal coisa implicará diretamente em desenvolvimento para a RMC.
Por fim, com base nessas informações, conclui-se que a região metropolitana de Campinas possui capacidade para explorar sua frota ferroviária muito mais do que tem feito, para isso é necessário que haja investimentos em novas linhas, e ampliação das existentes, além de incentivos para a instalação de mais empresas prestadoras desse serviço, pois o país em geral, não explora muito este modal, diferente de outros países mais desenvolvidos, o que é um grande erro, visto que o transporte por trilhos muitas vezes é mais barato e mais rápido, e dessa forma poderia trazer crescimento para o nosso mercado interno, principalmente no setor logístico, através do transporte.
3.4.2.4 O VLT
O sistema VLT, conhecido como Veículo Leve Sobre Trilhos, é uma ferramenta voltada ao transporte de pessoas a fim de servir como alternativa de mobilidade para a sociedade. Tal sistema atende à oferta de transporte em massa que existe entre os ônibus e o metrô. 
Esse tipo de transporte de passageiros envolve diversos conceitos de comodidade, como a leveza das máquinas, fazendo com que haja um consumo energético baixo e não prejudique as vias; a acessibilidade, pois atende as necessidades de qualquer tipo de passageiros como, por exemplo, cadeirantes e afins; a flexibilidade fazendo com que existam diversos pontos de acessos e um menor tempo.
Por tais características é que se acredita que o VLT seja uma grande alternativa para desafogar o trânsito nos municípios da RMC, pois seu custo é muito menor do que o necessário para a implantação de um metrô convencional e, dessa forma, tem-se uma nova opção de transporte público para a população, opção esta que conta com maior comodidade e qualidade, podendo resultar em crescimento para a região.
De acordo com Barbosa (2013), o VLT representa uma versão moderna dos velhos bondes, um importante ícone das cidades europeias quando se fala em transporte, e os mesmos também são apontados como uma alternativa mais barata e sustentável que outros meios de transporte coletivo como os ônibus e o metrô. Visto que eles podem ser utilizados para transportar quatro vezes o número de pessoas que o primeiro e custar metade do segundo.
Esse tipo de transporte já existe há certo tempo, entretanto, não é muito explorado no país como um todo e isto representa uma grande perda de oportunidades e de desenvolvimento, pois como já citado, muitos especialistas acreditam que o Veículo Leve Sobre Trilhos é hoje uma das melhores opções para solucionar o problema da mobilidade urbana que afeta todos os brasileiros, juntamente com o inchaço urbano presentes nas metrópoles e regiões metropolitanas.
Existe um projeto para a implantação do sistema VLT na região, todavia o mesmo ainda não foi concretizado devido à falta de continuidade do projeto, essa interrupção foi dada pela falta de investimentos financeiros e também pela falta de interesse dos órgãos públicos e das próprias empresas na instalação deste meio. 
Tal desinteresse pode ser explicado pela falta de conhecimento da dimensão de vantagens que esse modal pode trazer, pois não existem muitos meios de informação que divulguem o VLT como existe para outros tipos de transporte público. Muitas pessoas não conhecem este meio, mas em contrapartida, o transporte público através de ônibus, por exemplo, é tido como um senso comum, ou seja, é algo conhecido por qualquer indivíduo, ainda que não seja utilizado por todos. 
Por isso, é muito importante que haja uma maior divulgação deste tipo de transporte, juntamente com informações sobre outros lugares onde ele é utilizado, além da disseminação das suas vantagens que atingem não só os utilizadores do transporte público, mas também empresas de todos os segmentos, visto que as mesmas seriam beneficiadas diretamente com a melhoria da mobilidade urbana
Em resumo, essa alternativa, se implantada, poderia representar mais um ponto vantajoso para região metropolitana de Campinas, pois um fator prejudicial para qualquer metrópole é a deficiência na mobilidade, somada ao inchaço urbano. O VLT, amenizando esse problema, acabaria por atrair uma gama de empresas ainda maior, isso fortaleceria a malha industrial da região, aumentando o poderio econômico da mesma e, consequentemente, o do país também, visto que a RMC é uma das regiões metropolitanas de maior importância em todo o Brasil
3.5 SISTEMA DE TRANSPORTE VLT 
3.5.1 SISTEMA VLT: DEFINIÇÃO E ORIGEM 
O Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) é uma espécie de modal ferroviário movido a eletricidade, usado para o transporte de pessoas. Rocha (2011) define a forma estrutural

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