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Fundamentos da Sociologia Aplicado as organizações Sociologia Contemporânea

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Fundamentos de 
Sociologia Aplicada 
às Organizações
Material Teórico
Responsável pelo Conteúdo:
Prof. Dr. Rodrigo Medina
Revisão Técnica:
Profa. Ms. Katia Maria Lima
Revisão Textual:
Prof. Ms. Luciano Vieira Francisco
Sociologia Contemporânea
• A Expansão do Capitalismo
• Desenvolvimento e Crescimento Econômico 
• Globalização
• Pobreza e Exclusão
• Modelos de Explicação Sociológica
• A Comunicação Como Informação 
 · Conhecer o referencial teórico da Sociologia Contemporânea. 
 · Observar a evolução do capitalismo, da globalização, do aumento da 
pobreza e da exclusão.
 · Conhecer modelos de explicação sociológica, tais como as Escolas 
de Chicago e de Frankfurt.
OBJETIVO DE APRENDIZADO
Sociologia Contemporânea
Orientações de estudo
Para que o conteúdo desta Disciplina seja bem 
aproveitado e haja uma maior aplicabilidade na sua 
formação acadêmica e atuação profissional, siga 
algumas recomendações básicas: 
Assim:
Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte 
da sua rotina. Por exemplo, você poderá determinar um dia e 
horário fixos como o seu “momento do estudo”.
Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar, lembre-se de que uma 
alimentação saudável pode proporcionar melhor aproveitamento do estudo.
No material de cada Unidade, há leituras indicadas. Entre elas: artigos científicos, livros, vídeos e 
sites para aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo da Unidade. Além disso, você também 
encontrará sugestões de conteúdo extra no item Material Complementar, que ampliarão sua 
interpretação e auxiliarão no pleno entendimento dos temas abordados.
Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discussão, 
pois irão auxiliar a verificar o quanto você absorveu de conhecimento, além de propiciar o contato 
com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e aprendizagem.
Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte 
Mantenha o foco! 
Evite se distrair com 
as redes sociais.
Mantenha o foco! 
Evite se distrair com 
as redes sociais.
Determine um 
horário fixo 
para estudar.
Aproveite as 
indicações 
de Material 
Complementar.
Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar, lembre-se de que uma 
Não se esqueça 
de se alimentar 
e se manter 
hidratado.
Aproveite as 
Conserve seu 
material e local de 
estudos sempre 
organizados.
Procure manter 
contato com seus 
colegas e tutores 
para trocar ideias! 
Isso amplia a 
aprendizagem.
Seja original! 
Nunca plagie 
trabalhos.
UNIDADE Sociologia Contemporânea
A Expansão do Capitalismo 
A história dos esforços humanos para subjugar a natureza é também a 
história da subjugação do homem pelo homem (Max Horkheimer).
Após a Primeira Guerra Mundial, concretizaram-se mudanças sociais em escala 
global: despontaram novas potências industriais, entre as quais se destacam os 
Estados Unidos e a, então, União Soviética; os ideais de livre concorrência deram 
lugar ao capitalismo monopolista, com a crescente participação do Estado como 
patrocinador das economias nacionais, no primeiro caso; e da economia socialista 
no segundo, bem como novas nações se consolidaram na Ásia e na África. 
No século XX, a aceleração do processo de industrialização prescindiu da 
disputa por mercados consumidores e fornecedores de matérias-primas em mão 
de obra, e o aumento de nações concorrentes na corrida imperialista fizeram com 
que um novo surto de modernização e formação de novos Estados independen-
tes atingisse os continentes asiático e africano. Guardadas as diferenças entre o 
contexto de consolidação das nações latino-americanas, no século XIX, e os das 
nações africanas e asiáticas, no século XX, percebe-se a constante internacio-
nalização do processo de industrialização e a expansão do modo de produção 
capitalista, com a consequente transformação das antigas colônias em parceiros 
de novos contratos econômicos. 
A modernização das nações, a criação de uma burocracia estatal, a insipiente in-
dustrialização, o aparecimento de outras classes sociais – tais como o operário e a bur-
guesia nacional – dotaram as novas nações de uma estrutura semelhante à dos países 
industrializados. Parceiros e concorrentes nesse processo de internacionalização do 
capitalismo industrial, as nações passaram a ser classificadas de acordo com os índices 
econômicos que as diferenciavam como “avançadas” ou “atrasadas”, sendo essa dife-
renciação uma questão de grau – e não de qualidade. A ideologia difundida do centro 
do sistema capitalista era de que as nações do mundo pareciam marchar igualmente 
rumo ao desenvolvimento industrial. As diferenças se expressariam apenas na veloci-
dade do processo e no volume dos resultados alcançados.
Desenvolvimento e Crescimento Econômico 
Alguns autores consideram o desenvolvimento de uma sociedade como simples 
sinônimo de crescimento econômico, ou seja, o aumento substancial de sua 
produção material. Para esses, o desenvolvimento é um processo de expansão 
quantitativa do produto e da renda.
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9
Crescimento econômico: aumento da capacidade produtiva da economia de um país; é o 
processo de expansão quantitativa do produto e da renda.Ex
pl
or
No entanto, entendendo o subdesenvolvimento como o conjunto de características 
como: fome, altas taxas de crescimento demográfico, baixa renda per capita, 
baixa produção industrial, desemprego, corrupção, pobreza, entre tantas outras, 
podemos perceber que o desenvolvimento é um processo muito mais amplo que o 
mero crescimento da economia de uma sociedade.
Subdesenvolvimento: considerado por alguns autores como um estágio anterior ao 
desenvolvimento e, por outros, como uma situação permanente. Os países subdesenvolvidos 
têm a estrutura econômica, social e política atrasada.
Ex
pl
or
Para que haja desenvolvimento é necessário que se verifique alterações profundas 
na distribuição de renda, nas condições de higiene e saúde da população, nas 
condições de emprego, na propriedade da terra, no acesso à educação etc. Enfim, 
é necessário que exista uma participação de todos na riqueza produzida – e não 
apenas o crescimento dessa riqueza por si.
Desenvolvimento: é o processo de mudança social que consiste na transformação qualita-
tiva da sociedade, na mudança de suas característicasEx
pl
or
Alguns países subdesenvolvidos podem experimentar crescimento econômico, 
como ocorre tanto em economias periféricas, como naquelas dos países centrais 
do sistema capitalista, sem que estejam passando por um verdadeiro processo de 
desenvolvimento – embora o desenvolvimento apenas seja possível com crescimento 
econômico, tendo em vista que não é possível pensar no melhoramento de uma 
sociedade sem que haja o incremento das condições materiais de sua existência.
A Ilusão do Desenvolvimento Econômico 
A ideia defendida nas últimas décadas, de que as grandes massas de população 
dos países pobres podem atingir os padrões de consumo daqueles que vivem 
atualmente nos países altamente industrializados, como os Estados Unidos, não 
passa de um mito, de uma ilusão; bem como não se verifica o mesmo poder 
de consumo no interior da própria sociedade estadunidense, para a qual há uma 
parcela significativa daquela sociedade excluída dos melhoramentos provenientes 
da modernização de suas estruturas sociais, ultimada de forma desigual. 
9
UNIDADE Sociologia Contemporânea
Essa ideia interessaria aos setores ricos dos países pobres, pois justificaria a 
concentração da riqueza em poucas mãos, em nome do progresso tecnológico e 
do desenvolvimento econômico que, como esses querem fazer crer, futuramente 
beneficiariam toda a população. Enquanto isso, essa população continuaria na 
miséria, sem alimentação, semmoradia, sem saúde, sem educação; as grandes 
metrópoles continuariam com seu ar irrespirável, a crescente criminalidade, a 
deterioração dos serviços públicos etc. 
O que os defensores do mito do desenvolvimento econômico deixaram de 
considerar é o impacto sobre a natureza de uma eventual universalização do 
consumo, conforme preconizam. Um estudo feito por um grupo de especialistas 
procurou responder a esta pergunta: “O que aconteceria se o desenvolvimento 
econômico, para o qual estão sendo mobilizados todos os povos da Terra, chegasse 
efetivamente a se universalizar?” 
A resposta é clara: se isso acontecesse, a pressão sobre os recursos não 
renováveis – tais como petróleo, carvão, urânio, alumínio etc. – seria tal que o 
sistema econômico entraria em colapso; a depredação do mundo físico e a poluição 
seriam de tal ordem que colocariam em risco as possibilidades de sobrevivência da 
própria espécie humana. Conclusão: a ideia de que os povos pobres podem, um 
dia, chegar a ter os padrões de consumo dos povos ricos é irrealizável, não passa 
de uma ilusão. 
A ideia do desenvolvimento econômico serviria, nessa perspectiva, para levar 
os povos pobres à aceitação de grandes sacrifícios em nome de um futuro que 
nunca acontecerá. Essa ideia serviria também para desviar as atenções das neces-
sidades básicas da vida humana – alimentação, saúde, habitação, educação etc. 
–, para cuja satisfação devem orientar-se os esforços de cientistas, economistas, 
políticos e de todos os cidadãos. O desenvolvimento de um povo só será possível 
por meio do atendimento a essas necessidades, para as quais precisam ser orien-
tados os investimentos.
Globalização 
Muito já se escreveu sobre globalização, mas para entender melhor esse 
processo, podemos citar um dos sociólogos brasileiros que mais estudou sobre o 
tema: Octavio Ianni.1 Para compreender este novo estágio que atinge o capitalismo 
no mundo, esse teórico dividiu o processo histórico capitalista em três momentos 
(IANNI, 1993).
1 Octavio Ianni nasceu em Itu, SP, em 1926 e faleceu na capital paulistana, em 4 de abril de 2004, foi um sociólogo 
brasileiro. Graduado em Ciências Sociais na antiga Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da Universidade de 
São Paulo (USP), onde cursou também o Mestrado e Doutorado, sendo um dos fundadores do Centro Brasileiro de 
Análise e Planejamento (Cebrap).
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O primeiro corresponde à sua emergência e instalação na Europa, instaurando 
o trabalho livre, a mercantilização da produção e a organização do mundo sob 
a forma de Estados Nacionais. Para isso, houve a dissolução de instituições pré-
capitalistas de produção e organização territorial. Foi um período de grande 
acumulação de capital e de emergência da burguesia como classe dominante. 
Nessa fase, o capitalismo já seria global, pois o que alimenta esse processo é o 
colonialismo, o qual agrega ao processo europeu as demais regiões do mundo que 
fornecem matérias-primas e escravos, permitindo a acumulação de capital.
O segundo momento corresponde à industrialização e a um processo mais 
efetivo de implantação do capitalismo no mundo, por meio de estreitas relações 
internacionais de dependência econômica e política que submetem as nações a 
centros hegemônicos, caracterizando o que ficou conhecido por imperialismo.
O capitalismo “derrama-se” por todo o mundo, abarcando os mais diversos 
continentes, mares e oceanos, promovendo um forte processo de centralização com 
a formação de impérios. A economia entra em um estágio de produção ampliada e 
se torna altamente planificada. A tecnologia passa a desempenhar um papel cada 
vez mais importante, seja nas atividades bélicas de conquista e manutenção de 
territórios ou do espaço sideral, seja na produção de mercadorias.
Há fortes movimentos de dissensão e resistência em diferentes partes do mundo, 
gerando graves conflitos e a emergência do movimento mais forte de oposição 
ao capitalismo que foi o comunismo, instaurando um novo modelo alternativo 
de produção e organização política. A cultura se globaliza e se homogeneíza 
com a criação da indústria cultural e da cultura de massa. Há grande mobilização 
populacional provocada pelo êxodo rural e pela emigração que leva multidões a se 
instalarem de forma definitiva em outros territórios.
O terceiro momento é aquele que corresponde ao que se costuma chamar de 
globalização. Os modelos alternativos ao capitalismo, em especial o mundo co-
munista, entram em decadência; há um processo de enfraquecimento dos Estados 
Nacionais, abalando as identidades regionais e os nacionalismos. Formam-se orga-
nismos internacionais para a administração econômica, social e política, tais como 
a Organização Mundial das Nações Unidas (ONU), Fundo Monetário Internacional 
(FMI) e Banco Mundial (Bird). E a informática revoluciona a produção de bens e a 
divisão internacional do trabalho com o advento da comunicação em massa por 
meio das mídias digitais. O capitalismo entra em sua fase efetivamente planetária, 
tendo como centro hegemônico os Estados Unidos. A racionalização econômica 
atinge níveis jamais pensados e as relações internacionais se redefinem.
Globalização: podemos dizer que é um processo econômico e social que estabelece uma 
integração entre os países e as pessoas do mundo todo. Por meio desse processo, as pessoas, 
os governos e as empresas trocam ideias, realizam transações fi nanceiras e comerciais e 
espalham aspectos culturais pelos quatro cantos do Planeta.
Ex
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or
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UNIDADE Sociologia Contemporânea
Acompanhando esse longo processo de mais de cinco séculos está o desen-
volvimento da Ciência, pesquisa e, especialmente, Sociologia, esta que procurou 
acompanhar e explicar esse processo.
Pobreza e Exclusão 
Terá havido no mundo alguma sociedade realmente igualitária na qual as pessoas 
pudessem desfrutar de maneira semelhante os bens e as oportunidades da vida 
social? Parece que não.
O patriarcado existente nas mais remotas civilizações, garantindo aos homens o 
poder sobre a família e seus bens, demonstra que a igualdade é, antes de tudo, um 
ideal ainda não vivido pela humanidade. 
Por outro lado, o processo histórico tem revelado como tendência marcante a 
diferenciação e crescente complexidade da sociedade. Da pequena diferenciação 
social existente nas coletividades tribais, as diversas civilizações passaram por 
processos que as levaram à formação dos mais diferentes grupos, os quais 
começaram a se distinguir por etnia, nacionalidade, religião, profissão e, de forma 
mais acentuada, por classe social. Ao longo do caminho das sociedades plurais 
foram se formando inúmeros grupos, cada qual com uma função, um conjunto de 
direitos, deveres, obrigações e possibilidades de ação social. 
O mundo contemporâneo assiste ao resultado desse longo processo histórico de 
formação de uma civilização complexa e diferenciada, na qual os diversos grupos 
procuram conquistar direitos ou manter privilégios e as possibilidades de acesso à 
produção de bens aos mecanismos de distribuição desses bens na sociedade.
Modelos de Explicação Sociológica 
Trata-se de um momento em que a Sociologia é influenciada pelo desenvolvimento 
de outras disciplinas, tais como a Psicologia, Psicanálise, Linguística e Semiótica, 
além de seu interesse em desvendar os mecanismos mentais do pensamento, da 
cognição, da motivação e da expressão humana. Assim, em vez de buscarem 
a especificidade da Disciplina, os estudiosos da Sociologia Contemporânea 
procuraram incorporar novos pressupostos teóricos e diferentes métodos de 
pesquisa, tornando-a mais interdisciplinar. 
Em consequência, a Sociologia aproximou-se das demais Ciências Humanas, afas-
tando-se das Ciências Exatas e Biológicas que lhe tinham servido de modelo durante 
o século XIX. Embora algumas escolas, como o funcionalismo, ainda buscassem 
certo grau de precisãoe determinada postura de neutralidade, aspectos estes típicos 
das Ciências da natureza, passou a predominar no estudo da sociedade um compor-
tamento analítico mais genuíno e próprio das Ciências que estudam o homem. 
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Tais posições não significaram o abandono dos modelos clássicos, mas a sua 
necessária atualização e reinterpretação para que os conceitos pudessem se tornar 
adequados ao estudo da sociedade em uma época de pleno desenvolvimento dos 
meios de comunicação e da indústria cultural, reavaliando as relações e instituições 
sociais. Diante da fragilidade dessas, a importância adquirida pelo indivíduo precisa 
ser estudada do ponto de vista de sua participação na ação social. 
Escola de Chicago 
Os Estados Unidos, na passagem do século XIX para o XX, receberam um 
grande contingente de imigrantes que deixavam seus países de origem e sua cultura 
original para fugir das perseguições políticas e religiosas que “varriam” a Europa. 
Esses imigrantes se reuniam em grupos de intensa sociabilidade, mas nem sempre 
capazes de evitar comportamento inadequado em um novo ambiente social. 
A, então recente, industrialização da América também era fonte de distúrbios e 
conflitos sociais que geravam preconceito e perseguição que, não raro, adquiriam 
contornos raciais e étnicos. A questão das minorias de origem africana também 
contribuía para uma sensação de mal-estar e intranquilidade social. O conjunto 
desses conflitos tendia a ser “resolvido” quase que exclusivamente com o emprego 
da força policial, o que deixava a sociedade em permanente estado de tensão racial 
e, principalmente, sem mecanismos de ação social que produzissem resultados 
mais seguros e duradouros no sentido de, pelo menos, minimizar essas tensões. 
Foi esse cenário que estimulou o desenvolvimento de uma produção científica 
que teve seu apogeu entre 1915 e 1940 e a Universidade de Chicago como sede.
Em um clima de grande produtividade tanto para a pesquisa como para a 
docência, inúmeros pesquisadores voltaram-se à Sociologia, na tentativa de 
buscar soluções para esses conflitos. Com tal postura, dedicaram-se especial-
mente ao estudo da cidade, do qual resultou uma Sociologia, ao mesmo tempo, 
urbana e pragmática. 
Não é por acaso que uma das correntes de maior repercussão da chamada Escola 
de Chicago, tanto nos Estados Unidos como fora desse país, foi o pragmatismo 
proposto por John Dewey, representativo dessa tendência empirista. Na linha do 
estudo da cidade, destaca-se Georg Simmel procurando entender seu “estado de 
espírito”, ou seja, suas motivações, mobilidades e ritmos de vida. 
Em outra vertente, o interacionismo simbólico ficou sob responsabilidade de 
George Herbert Mead, valorizando o caráter simbólico e subjetivo da ação social. 
Com essa abordagem, abandonou-se a visão sistêmica da Sociologia clássica a 
favor de uma abordagem mais interpretativa, simbólica e subjetiva do comporta-
mento humano. 
Toda a produção científica desses pesquisadores levou às últimas consequências 
a pesquisa empírica, para a qual valiam-se de múltiplas técnicas: depoimentos, 
testemunha oral, correspondência, análise de conteúdo de documentos, entrevistas. 
13
UNIDADE Sociologia Contemporânea
Suas análises romperam fronteiras e a Escola de Chicago se tornou referência em 
Sociologia Urbana.
O interacionismo simbólico explorou largamente esses diferentes níveis 
da comunicação, da conversação por gestos da briga de galo e da luta 
de bosque à linguagem e sua função simbólica. O que é preciso reter 
desse duplo legado de Simmel e de Mead, é sobretudo a tensão que eles 
estabelecem entre a pluralidade dos mundos e dos engajamentos do 
mundo e a lógica dos momentos (JOSEPH; GOFFMAN, 2000, p. 21).
Em 1935, entretanto, outro grupo se destacou em Chicago, em uma Sociologia 
mais durkheimiana, que buscava estudar os processos de adaptação dos imigrantes 
poloneses à cidade, atualizando o conceito de anomia, termo com o qual Durkheim 
designava o estado nocivo que a sociedade atinge quando nessa predomina o conflito 
sobre a coesão e o consenso. Os principais cientistas dessa nova vertente foram 
Robert Merton e Talcott Parsons, seguidos por outros estudiosos da marginalidade 
e da delinquência, tais como W. Thomas e F. Znaniacki. 
A Escola de Chicago começou a perder seu “brilho” quando essa geração de 
sociólogos empiristas foi substituída por uma outra, voltada principalmente às 
pesquisas quantitativas que visavam o levantamento de tendências eleitorais ou de 
preferência da audiência por programas nos meios de comunicação. Sem patrocínio 
para pesquisas mais demoradas de menor impacto, os sociólogos acabaram por 
substituir as técnicas qualitativas pelas quantitativas, trazendo de volta à cena toda 
uma contestada postura positivista. Mas a Escola de Chicago já dera frutos e sua 
metodologia pode ser encontrada na Sociologia desenvolvida por outros centros 
universitários norte-americanos, tais como Yale, Michigan, Harvard e Columbia. 
As contribuições da Escola de Chicago, porém, são indeléveis e entre as quais é 
preciso destacar a grande preocupação com a aplicação de métodos etnográficos 
às análises sociais e à Sociologia Urbana, além da ênfase dada às pesquisas das 
minúcias da vida cotidiana e dos processos simbólicos. A Sociologia que resulta 
desses procedimentos ficou conhecida também por Microssociologia.
Escola de Frankfurt 
No início do século XX, a Europa passava por grandes convulsões políticas: a 
industrialização da Itália e Alemanha; a Primeira Guerra Mundial e a Revolução 
Russa. Na Alemanha, durante a República de Weimar, ocorreram grandes conflitos 
entre a mobilizada classe operária e o governo, levando a um confronto deste com 
a Liga Espartaquista, de inspiração marxista, e à morte de seus dois dirigentes – 
Rosa de Luxemburgo e Karl Liebknecht. Nesse clima revolucionário foi fundado 
o Instituto para a Pesquisa Social, em 1924, por iniciativa de Feliz Weil, ligado à 
Universidade de Frankfurt. A esses se uniu um grupo de intelectuais, entre os quais 
se destacam Max Horkheimer, Friedrick Pollock, Theodor W. Adorno, Herbert 
Marcuse, Walter Benjamin e Eric Fromm. 
14
15
A primeira gestão ficou a cargo de Horkheimer, que se tornou reitor em 1931, 
época em que foi lançada a Revista para a Pesquisa Social – na qual os autores 
elaboraram uma releitura dos filósofos clássicos, ação esta que recebeu o nome de 
teoria crítica da sociedade – uma doutrina que procurava estudar os insucessos do 
movimento operário na Alemanha. 
Nos primeiros anos, o Instituto foi financiado por recursos doados por seus 
fundadores judeus, mas a ascensão do nazismo colocou em risco a continuidade 
de seus trabalhos. Durante a ditadura nazista e a Segunda Guerra Mundial, os 
pesquisadores do Instituto passaram a trabalhar em anexos instalados fora da 
Alemanha – leia-se Londres, Paris, Zurique etc. – e até mesmo em Columbia, 
nos Estados Unidos, onde se instalaram o próprio Horkheimer, Léo Löwenthal e 
Theodor Adorno. Com o fim do nazismo, alguns professores voltaram à Alemanha 
e retomaram seus trabalhos e aulas, restabelecendo o que restava do Instituto, 
dezessete anos depois de sua “extradição”. 
De maneira geral, as teorias desenvolvidas pela Escola de Frankfurt procuravam 
rever os princípios marxistas, incorporando conceitos importantes da Sociologia 
do conhecimento e da Psicanálise. Tinham por objeto de pesquisa a ação 
revolucionária e a análise da mercantilização das relações sociais e da produção 
cultural. Críticos ácidos dos meios de comunicação, aos quais atribuíam o sucesso 
da doutrina nazista na Alemanha, dedicaram-se também à sua análise e denúncia. 
Com esse fim, Horkheimer e Adorno criaram o conceito de indústria cultural – a 
produção tecnológica, lucrativa, planejada e em série de bens simbólicos.
Indústria cultural : a industrializaçãoem larga escala incluiu os elementos da cultura 
erudita e popular, dando início à indústria cultural; o incessante desenvolvimento da 
tecnologia, principalmente nos meios de comunicação – fotografi a, disco, cinema, rádio, 
televisão etc. –, passou a atingir um grande número de pessoas, dando início à chamada 
cultura de massa.
Ex
pl
or
O último nome de relevo da teoria crítica é o de Jürgen Habermas, assistente 
de pesquisa no Instituto de Pesquisas Sociais de Frankfurt de 1956 a 1959. 
Habermas pertence, entretanto, a uma outra geração, que não passou pelo exílio, 
nem compartilhou dos conflitos na Alemanha promovidos pelas lutas operárias e 
ascensão do nazismo. 
Suas preocupações estão centradas nas dimensões ideológicas do conhecimento 
e na identificação de seus múltiplos condicionamentos. Em Conhecimento e inte-
resse, desenvolve a “teoria dos interesses cognitivos”, pela qual demonstra a impos-
sibilidade da neutralidade científica proposta por muitos sociólogos. Nesse trabalho, 
Habermas já mostra o papel central da comunicação em sua pesquisa, elaborando 
o conceito de ação comunicativa – uma interação simbolicamente mediada. 
15
UNIDADE Sociologia Contemporânea
Habermas identifica dois tipos de razão na cultura humana: a razão instrumental, 
voltada ao domínio da natureza e à superação dos limites humanos; e a razão 
comunicativa, voltada à realização e libertação humanas. A primeira é característica 
da indústria e das Ciências Exatas; a outra, das Ciências Hermenêuticas. 
A grande crítica que tece em relação à sociedade contemporânea é a prevalência 
da razão instrumental sobre a razão comunicativa, fazendo com que se transforme 
em razão de Estado. A ação comunicativa estabelecida pela rede de relacionamentos 
humanos e pela reflexão perde a sua dialogicidade e o seu poder de estabelecer o 
consenso entre os indivíduos em interação.
A Comunicação como Informação 
Podemos dividir a evolução da humanidade, em relação à comunicação e 
transmissão de informações, em quatro grandes estágios ou sociedades: oral, da 
escrita, da imprensa e eletrônica – a “aldeia global”. 
A invenção da escrita foi um dos momentos mais importantes da história das 
civilizações. A comunicação oral exige a presença de interlocutores, daqueles que 
falam, e o discurso oral é, portanto, indissociável do momento de sua produção. 
Ou seja, na situação da comunicação oral, o momento em que ocorre a produção 
dos discursos – as falas – é essencial, fazendo parte integrante da própria situação. 
Praticamente não existe comunicação, a não ser naquele instante.
Assim como a comunicação oral, a escrita produz discursos, os próprios textos 
escritos. Esses discursos, entretanto, libertam-se da situação em que são produzidos 
e passam a ter uma existência autônoma. Não dependem mais do momento em que 
foram produzidos. Podem ser até mesmo produzidos aos poucos, em momentos 
diversos. Configura-se a comunicação na leitura de um texto escrito, em geral, 
sem que o escritor esteja presente. Em uma sociedade primitiva, ao contrário, não 
se pode dialogar nem falar sem que a pessoa com quem dialogamos ou falamos 
esteja presente. A escrita permite e gera essa desvinculação entre o momento de 
sua produção e o discurso produzido. A situação de comunicação pode repetir-se 
indefinidamente e não é mais necessário que as mesmas pessoas estejam presentes, 
no mesmo local, para que a comunicação se efetive. 
A escrita apresenta desenvolvimento e sistemas diversificados e um dos mo-
mentos de importantes transformações foi o surgimento das escritas alfabéticas e 
fonéticas. A tipografia introduziu outra grande transformação na forma de comuni-
cação entre os seres humanos. Com a imprensa, tornou-se possível reproduzir os 
discursos indefinidamente, de modo que as ideias puderam ser transmitidas a um 
maior número de pessoas, o que intensifica os debates e a produção do conheci-
mento. É importante notar que a invenção da imprensa é imediatamente anterior, 
por exemplo, ao movimento de Revolução Científica. Pode-se dizer, nesse sentido, 
que a Ciência e o pensamento científico são intimamente associados à imprensa. 
16
17
Em um célebre ensaio de 1936, um dos principais filósofos da Escola de Frankfurt, 
Valter Benjamin discutiu as inovações técnicas introduzidas pela fotografia e pelo 
cinema em relação à pintura e ao teatro e suas influências sobre a percepção do 
ser humano. O ensaio introduz o conceito de áurea do objeto de arte, ou seja, 
sua presença no tempo e espaço, sua existência singular no local em que está, 
que é gradualmente dissolvida a partir do momento em que a arte começa a ser 
produzida para ser reproduzida. 
Benjamin apresenta a história da reprodução das obras de arte até a fotografia 
e o cinema, propondo que a reprodução elimina a áurea do objeto e sua relação 
com a tradição. Assim, a singularidade de uma obra de arte e sua função ritual são 
perdidas com o surgimento das câmeras fotográficas e de filmagem, de modo que 
não há mais sentido mencionar autenticidade de uma fotografia ou de um filme. O 
pintor e o cinegrafista assumem perspectivas distintas em relação aos fenômenos 
representados. 
Para Benjamin, a câmera nos introduz no inconsciente ótico – com a técnica 
do slow motion, por exemplo –, assim como faz a Psicanálise em relação aos 
impulsos inconscientes. 
Se lembrarmos que Marshall McLuhan, na década de 1960, foi considerado o 
“profeta” da ideia de uma aldeia global, e recordarmos seu famoso refrão: “o meio 
é a mensagem”, poderemos retornar mais de vinte anos para – assombrosamente 
– lermos Benjamin já discorrendo sobre a mídia artística e sua influência sobre a 
mente e as sensibilidades humanas.
Ademais, entramos, há poucas décadas, na Era da informática e uma nova 
ruptura se estabeleceu. Da estabilidade da linguagem representada esteticamente 
nos livros, passou-se à instabilidade da linguagem eletrônica. Dos escribas aos 
internautas. Se a Revolução Industrial substituiu, na produção, a força física do 
homem pela energia das máquinas – por meio da utilização do vapor e depois 
da eletricidade –, com a Revolução Microeletrônica, as capacidades intelectuais 
do homem são ampliadas e substituídas por autômatos. A informação agora se 
apresenta digitalizada e virtualizada, não mais restrita ao suporte do papel. Do texto 
impresso passamos ao texto processado; do livro impresso, ao livro eletrônico. 
Assim, a sociedade da informação libera o homem da especialização profissional 
e dos limites de uma cultura. Abre-se o espaço para o surgimento do Homo 
Studiosus ou homem universal, aquele que será munido de uma instrução 
completa e em condições de mudar de profissão e, portanto, igualmente de 
posição no interior da organização social do trabalho.
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UNIDADE Sociologia Contemporânea
Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
 Livros
O Futuro do Trabalho: Fadiga e Ócio na Sociedade Pós-Industrial
DE MASI, Domênico. O futuro do trabalho: fadiga e ócio na sociedade pós-industrial. 
Rio de Janeiro; Brasília, DF: José Olympio; UNB, 1999. 
O Direito à Cidade
LEFEBVRE, Henri. O direito à cidade. São Paulo: Moraes, 1991.
Perspectivas de Desenvolvimento da América Latina
SINGER, Paul. Perspectivas de desenvolvimento da América Latina. Novos Estudos 
Cebrap, n. 44, p. 163-164, mar. 1996. 
 Vídeos
Milton Santos X Globalização
https://youtu.be/N-eVqq4npvc
Pensando o Brasil – Fernando Henrique Cardoso
https://youtu.be/uyGeQsoTfEE
 Filmes
Ernesto Varela, de Serra Pelada a Nova Iorque
Dir. Fernando Meireles; Marcelo Tas. Brasil, 1985;
Janela da Alma [Documentário]
Dir. João Jardim; Walter Carvalho. Brasil, 2002. Dur. 73 min; 
Notícias de uma Guerra Particular
Dir. Walter Salles. Brasil, 1999. 
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Referências
COSTA, Cristina. Sociologia: introduçãoà Ciência da sociedade. São Paulo: 
Moderna, 2005. 
FURTADO, Celso. O mito do desenvolvimento econômico. Rio de Janeiro: Paz 
e Terra, 1974. 
IANNI, Octavio. A sociedade global. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1993. 
JOSEPH, Isaac; GOFFMAN, Erving. A Microssociologia. Rio de Janeiro: 
FGV, 2000.
MATTAR, João. Metodologia científica na Era da informática. São Paulo: 
Saraiva, 2005. 
OLIVEIRA, Pérsio Santos de. Introdução à Sociologia. São Paulo: Ática, 2003.
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