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ENDOCARDITE Doença causada pela infecção da face endotelial das estruturas cardiovasculares (principalmente valvas, endotélio dos átrios e ventrículos e grandes vasos) Local de acometimento: 40% dos casos acometem a valva mitral Incidência: alta entre os 20 e 40 anos, e entre “os sobreviventes”, 50 a 60 anos (renais crônicos, MP, CDI Fatores predisponentes Causam fluxo turbilhonar Valvopatia reumática (20-25%) Cardiopatias congênitas (10-20%) Valvopatia degenerativa Uso de dispositivos cardíacos Uso de drogas ilícitas Fatores precipitantes Bacteremia transitória Endocardite aguda: S. aureus S. aureus é extremamente patogênico - contém adesinas (“Igual carrapato, gruda em tudo quanto é parte” REIS, Elise) Toxicidade acentuada, evolui ao longo de dias a semanas, podendo causar infecção metastáticas Não necessita de fator predisponente Acomete principalmente a valva tricúspide Endocardites causadas por dispositivos de assistência médica: CDI, MP, cateteres hospitalares Usuários de drogas ilícitas Endocardite subaguda: S. viridans Necessita do fator predisponente Toxicidade modesta, evolui ao longo de semanas a meses, raramente causa infecções metastáticas Principal etiologia Acomete principalmente valva mitral, seguida de aórtica, tricúspide e pulmonar Outros agentes etiológicos: -Streptococcus do grupo viridans, Enterococos, Estafilococos coagulase negativo, Bacilos gram negativos, Grupo HACEK. Etiologias Via oral: S. viridans Origem pulmonar: HACEK Relacionada a dispositivos hospitalares: S. aureus Pólipos e tumores do TGI: S. bovis Hemodiálise: S. aureus TGU: enterococos Valva proteica Até 2 meses: ECN, S. aureus, BGN, difteróides, fungos Após 2 meses: semelhantes a valva nativa Fisiopatologia Fluxo turbilhonar > lesão do endotélio valvar > ativação, adesão e agregação de plaquetas > endocardite trombótica não bacteriana (comum em pacientes com LES) Vegetação em local de menor pressão Bacteremia transitória > contaminação da vegetação > reação inflamatória > amplificação Artrite reacional, febre arrastada, dor lombar, intensificação ou novo sopro, lesões de Janeway, lesões de Roth Quadro clínico Manifestações cardíacas: sopros novos ou intensificação, abscessos peri valvares (linkin pré-valvar), pericardite, insuficiência valvar, IA por embolização, BAV (endocardite de valva aórtica) Sistema músculo-esquelético: artrite inflamatória inespecífica, dor lombar Sintomas neurológicos: em até 40% dos pacientes Infecções focais de origem hematogênica Acomete pele, baço, rins, sistema esquelético e meninges Embolia arterial Êmbolo micótico AVE, meningite asséptica ou purulenta, convulsões, encefalopatia Glomerulonefrite difusa aguda Estímulo antigênico e imunológico Petéquias em mucosas, hemorragia subungueal Nódulos de Osler: nódulos digitais dolororos Lesões de Janeway: máculas indolores em palma e dedos Manchas de Roth: lesões hemorrágicas retinianas Critérios de Duke: critérios diagnósticos de endocardite infecciosa Diagnóstico definitivo: 2 critérios maiores ou 1 critério maior + 3 critérios menores ou 5 critérios menores Se cultura der negativo o tratamento é empírico Tratamento clínico ATB IV, bactericida, em doses altas Tratamento é com “quilos” de ATB e é tiro de canhão mesmo 4 a 6 semanas de internamento S. viridans Penicilina G cristalina 2-3 mi U, 4/4 horas ou Ceftriaxona 2 g IV a cada 24 horas por duas semanas + gentamicina 3 mg/kg, 24/24 horas Enterococo Penicilina G cristalina 4-5 mi U, 4/4 horas + gentamicina 1mg/kg IV, 8/8 horas, de 4-6 semanas HACEK Ceftriaxona 2 g IV, 1x/dia, por 4 semanas ou Ampicilina/sulbactram 3 g IV, 6/6 horas, por 4 semanas MSSA Oxacilina 2 g IV, 4/4 horas, por 4-6 semanas + gentamicina 1 mg/kg, IM/IV, 8/8 horas por 3-5 dias Tratamento cirúrgico Casos agudos: IA grave com fechamento precoce da valva mitral, abscesso do seio de Valsava roto para o átrio direito Êmbolo importante + grande vegetação persistente (>10mm) Degeneração aguda da valva Profilaxia Indicações: valva cardíaca proteica, endocardite prévia, cardiopatia congênita cianótica não corrigida com shunts e derivações paliativas, cardiopatia congênita completamente corrigida (nos 6 meses que se seguem a correção), cardiopatia congênita com correção incompleta, valvulopatia que surge pós transplante Esquema oral Amoxicilina 2 g VO, 1 hora antes da cirurgia/procedimento Claritromicina ou azitromicina 500 mg VO Cefalexina 2 g IV Clindamicina 600 mg VO Esquema injetável Ampicilina 2 g IV/IM, 1 hora antes da cirurgia/procedimento Cefazolina ou ceftriaxona 1 g IV/IM, 30 min antes do procedimento Clindamicina 600 mg IV/IM, 1 hora antes do procedimento
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