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O Golpe de 1964 e a Ditadura Civil-Militar

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Aula 5 – O Golpe de 1964 e a Ditadura Civil-Militar (1964-1974)
“No Tempo da Ditadura”
Se você tem menos de quarenta anos, certamente já ouviu alguém mais velho usar esta expressão. Se você tiver mais idade, pode ter sido você mesmo(a) a usá-la. Depois do começo da frase, normalmente vem alguma história envolvendo violência, medo, angústia. Às vezes, no entanto, nos surpreendemos com um elogio. Quem nunca ouviu coisas do tipo: “No tempo da ditadura não havia esta desordem que está aí”? Seja qual for a opinião, é difícil encontrar alguém que não tenha travado algum contato com a memória destes 21 anos que marcaram profundamente a História do Brasil.
Filmes, livros, peças de teatro, reportagens, minisséries... São muitos os mecanismos que permitem mantê-los vivos, ainda pulsantes, tanto para os que os viveram como para aqueles que só ouviram falar. Em nossa aula, você terá a oportunidade de saber um pouco mais sobre o período. Entender como ele começou, quais foram os responsáveis, quem apoiou e quem lutou contra. Diante de fatos e processos históricos tão radicais, uma coisa é certa: você não sairá indiferente.
Por que “Civil-Militar”?
Você deve ter reparado que a nossa aula tem como título “O Golpe e a ditadura civil-militar (1964-74) (O uso desse termo nos aponta para uma lógica diferente daquela usada pelo senso comum para tratar das ditaduras de modo geral. Em vez de serem apenas vítimas dos ditadores, os cidadãos “simples”, que aceitam (às vezes, apoiam) a opressão, também têm uma parcela de responsabilidade.
No caso da ditadura civil-militar, isto não significa a absolvição dos militares. Trata-se apenas do reconhecimento de que eles não estavam sós.)”. Talvez tenha achado um pouco estranha a utilização do temos “civil” antecedendo “militar”. Afinal, é mais comum lermos “ditadura militar”, concorda? A escolha da expressão está de acordo com interpretações relativamente recentes sobre a ditadura que vigorou no país entre 1964 e 1985. Elas levam em conta os agentes que participaram do Golpe de 1964 e que contribuíram para que a ditadura sobreviesse por 21 anos. Entre eles, a maioria era de civis, e não de militares.
Agora, vamos acompanhar essa ideia com mais calma, analisando o Golpe de 1964, que derrubou o Presidente João Goulart. Você se recorda do final da aula 3? Lá, já tivemos a oportunidade de começar a conversar sobre este assunto. Que tal dar uma espiadinha, antes de continuarmos? Agora que você já refrescou a memória, sabe que o Golpe perpetrado pelos militares já vinha sendo preparado há algum tempo. Podemos dizer que, pelo menos desde 1955, as forças democráticas estavam abaladas no Brasil.
A UDN, principal partido conservador do período, apoiada pelas Forças Armadas, tentou impedir a posse de JK, sobretudo devido ao vice, Jango. Logo, para que a ditadura acontecesse e fosse sustentada, foi necessário que parte da sociedade concordasse com ela, conferindo-lhe “consentimento”.
O Presidente Jânio, por sua vez, renunciou diante das ameaças do mesmo partido, que agora tentaria impedir a posse de Jango, novamente vice. O parlamentarismo serviu como paliativo por algum tempo, até que um plebiscito retomou o presidencialismo, recolocando Jango em seu lugar. Foi então que ocorreu o Golpe de 1964, levado adiante pelos militares.
Pelo que apresentamos, você já entendeu que os militares não estavam sós, correto? Pelo menos os políticos e eleitores simpáticos à UDN estavam do seu lado. Mas a história não para aqui. Em apoio à UDN, podemos citar também outros partidos, como o PSP e o PSD. Além disso, houve suporte intelectual por parte de órgãos privados, como o IPES  e o IBAD ; setores da Igreja Católica (como a CNBB ) e diversos agentes, atuando principalmente através da mídia.
Marchas da Vitória
Antes de partirmos para o nosso próximo assunto, é interessante que você saiba que não houve apenas uma Marcha da Família. Além da que ocorreu em São Paulo, comentada no vídeo, outra ainda mais numerosa teve lugar no Rio de Janeiro (então, Estado da Guanabara), um dia depois do Golpe. Aproximadamente um milhão de pessoas esteve presente. Como esta, há registros de outras pelo Brasil, ocorridas depois do Golpe. Por este motivo, foram apelidadas de “Marchas da Vitória”. Você verá, mais abaixo, uma notícia sobre a que ocorreu no Rio (Guanabara). Entendeu agora por que “civil-militar”? Contudo, nada impede que você continue usando o termo “ditadura militar”, que não está errado. Afinal, é apenas uma questão de ponto de vista.
Democracia ou Ditadura?
Após o Golpe, os militares no poder se justificavam através da ideia de “salvação” da democracia e do cristianismo, contra o comunismo ateu. Para eles, o evento de 1º de abril de 1964 deveria ser denominado de “revolução”. De fato, em muitos documentos da época, o Golpe é referido dessa forma, mas a ideia não sobreviveu ao tempo. Como dissemos no dia a dia, “não pegou”.
Como Jango não resistiu ao Golpe, a Presidência foi declarada vaga pelo Congresso. Ranieri Mazzilli, presidente da Câmara dos Deputados, assumiu o cargo até a eleição, pelo Congresso, de Castelo Branco, ainda em abril. Também foi redigido um Ato Institucional (AI) como forma de emenda à Constituição de 1946. Como você já sabe, alterações radicais de governo também significam alterações na Constituição. O AI deu amplos poderes aos militares para intervirem na organização política do país.
Contudo, antes mesmo de institucionalizarem o novo governo, uma série de medidas foi tomada para desmobilizar a esquerda. Observe o comentário de Jacob Gorender: “Centenas de sindicatos caíram sob intervenção, as Ligas Camponesas foram dispersadas e as chamas de um incêndio televisionado queimaram a sede da UNE, na Praia do Flamengo”.
As ligas camponesas, que estudaremos com mais detalhes na aula 8, estavam organizadas na luta pela reforma agrária. Os sindicatos e a UNE, por sua vez, estavam comprometidos com o trabalhismo e com ideias políticas de esquerda, em geral. Logo, eram associações identificadas com o governo Jango, e por isso, precisavam ser punidas e neutralizadas. Também logo no início houve uma “caçada” aos políticos identificados com o contexto anterior. Desde pessoas mais experientes até jovens militantes, com discursos reformistas moderados ou propostas mais radicais (revolucionárias).
Aqueles que já estavam sendo reprimidos, como a UNE, logo entenderam que se tratava de uma ditadura. Por outro lado, havia quem apoiasse o Golpe, como se pode constatar na manchete d’O Globo. A ideia de uma “regeneração” que expulsasse o comunismo do país era bastante sedutora para os conservadores. Além disso, estava presente em nosso país desde a Era Vargas, você se lembra?
Estas atitudes eram apresentadas pelos militares como uma “limpeza” na política nacional. Para convencer a população, propagavam a ideia de que as Forças Armadas eram uma espécie de “poder moderador”, que precisava entrar em ação todas as vezes que a situação política do país beirava o caos. Assim que “limpassem” tudo, diziam, haveria novamente eleições no Brasil. Será? Se o General-presidente Castelo Branco e os militares da “linha branda” acreditavam nesta ideia, o mesmo não poderia ser dito da “linha dura”, liderada pelo general Artur da Costa e Silva.
Esses temiam as eleições, acreditando que o Brasil poderia dar um “passo atrás”, com o retorno das antigas lideranças “de esquerda”. No fim do ano seguinte, as eleições para governador confirmaram esse temor. A oposição venceu em cinco estados, incluindo Minas Gerais e Guanabara (antes, cidade do Rio de Janeiro). Diante disto, a “linha dura” passou a liderar o governo, logo decretando o Ato Institucional nº 2 (AI-2), que suspendeu as eleições presidenciais de 1966, decretando eleições indiretas para Presidente. Além disso, o pluripartidarismo foi substituído pelo bipartidarismo.
Agora, os políticos poderiam se afiliar à Arena (Aliança Renovadora Nacional), de situação, ou ao MDB (Movimento Democrático Brasileiro), de oposição. Obviamente,tratava-se de uma oposição consentida, já neutralizada pelas cassações impostas pelos militares. Logo em seguida, vieram o AI-3, que decretou eleições indiretas para as prefeituras das capitais e para governadores (a de 1965 foi, portanto, anulada), e o AI-4, que transformou o Congresso em Assembleia Constituinte.
Diante de tantas mudanças, alguns líderes civis que haviam apoiado o Golpe se voltaram contra os militares, como os antigos governadores Carlos Lacerda e Adhemar de Barros. Fora os políticos, muitas pessoas e instituições que tinham dado o seu apoio ao Golpe mudaram de ideia. Eles começaram a entender que a tal “defesa da democracia”, tão alardeada, nada mais era do que a instalação de uma ditadura.
Seguindo o AI-2, o general Costa e Silva foi eleito indiretamente para a Presidência da República. Assim que assumiu, outorgou a Constituição de 1967, que agregava os AI, aumentando a concentração de poderes nas mãos do Executivo, ou seja, do Presidente. No plano econômico, o general Costa e Silva continuou com a política adotada logo depois do Golpe, de cunho liberal. Tratava-se do Programa de Ação Econômica do Governo (PAEG), conseguindo conter a inflação, que vinha crescendo no Período Democrático, mas não foi acompanhada por benefícios sociais.
O Ano de 1968
Você já ouviu a expressão “1968: o ano que não terminou”? Trata-se, mais precisamente, do título de um livro do jornalista Zuenir Ventura (Zuenir trata do contexto brasileiro, mas o ano foi especial em muitos lugares do mundo. Tão instigante que já chegaram a fazer o mapa astral dele, para tentar entender o que favoreceu tamanha ebulição em um só ano.), que fez uma compilação de histórias (que fazem parte da História) sobre esse ano tão especial. De fato, foi um ano que não terminou, por muitos motivos! Por um lado, aqueles que o viveram são capazes de revivê-lo muitas e muitas vezes. Por outro, aqueles que não o viveram procuram saber sempre cada vez mais a respeito, mantendo a sua memória.
Nelas, você tem alguns exemplos de eventos importantes que aconteceram ao longo de 1968 no mundo, todos referentes ao caráter contestador dos jovens. O maio de 1968, como ficou conhecido o movimento estudantil francês em busca de melhorias no sistema universitário, foi um destaque. A Europa oriental, sob domínio socialista, também se rebelou, como nos lembra a foto da Primavera de Praga (República Tcheca; na época, Tchecoslováquia).
Finalmente, os EUA foram varridos pelos protestos contra a Guerra do Vietnã, pelo movimento hippie (identificado com a foto do Festival de Woodstock) e de afirmação das minorias, como gays e negros (na foto, exemplo dos Panteras Negras e do Black’s Beautiful). Na América Latina, o ano também foi significativo, especialmente no México e no Brasil. Em nosso país, tivemos uma explosão de manifestos estudantis contra o estabelecimento da ditadura. Você deve se lembrar de que a substituição do Castelo Branco por Costa e Silva representou um aumento significativo da repressão, certo?
Postura Radical
Como você já percebeu, a postura do governo foi radical. Em dezembro de 1968, o general Costa e Silva decretou o AI-5, fechando o Congresso, suspendendo direitos políticos e civis. Praticamente, todos os poderes estavam agora nas mãos do Presidente. Por certo, os movimentos estudantis foram a gota d’água para a instituição do AI-5. Mas, para completar nosso raciocínio, precisamos levar outros fatores em conta.
Um deles diz respeito às artes, que estavam cada vez mais contestatórias, como veremos mais adiante. O outro, ao contexto mundial: como você pode observar, parecia que o mundo tinha “virado de cabeça para baixo”, não é? Além disso, o Congresso já não demonstrava temor diante das ameaças militares, recusando-se, inclusive, a aceitar o AI-5. Para um governo conservador, autoritário, a única saída seria reprimir ainda mais!
Ufanismo e Resistência
No ano seguinte à assinatura do AI-5, 1969, mais uma reação do governo: como o general Costa e Silva estava doente, deveria assumir o vice, Pedro Aleixo. Este era um político conservador, afiliado à UDN, que havia apoiado o Golpe. Contudo, após o aumento da repressão e da censura, Aleixo também passou à oposição, como outros líderes civis na mesma situação.
Por conta disso, os militares impediram que ele tomasse posse, escolhendo para o seu lugar o chefe do Serviço Nacional de Informações (SNI), o general Emílio Garrastazu Médici. O SNI tinha sido criado em 1964, o mesmo ano do Golpe. Tinha como objetivo manter a Presidência da República informada sobre atividades de todas as pessoas suspeitas de não concordarem com o regime. Evidentemente, Médici era um general da “linha dura”, o que tenderia a aumentar ainda mais o nível de violência cometida pelo Estado no Brasil.
Entre 1969 e 1974, o país viveu o período de maior repressão por parte da ditadura. Centenas de pessoas foram presas e torturadas. Outras foram mortas. Algumas, exiladas. O AI-5 havia anulado o direito de habeas corpus de presos políticos, o que permitia ao Estado torturar e matar, sem que tais crimes fossem averiguados. Não é sem motivo que estes ficaram conhecidos como “Anos de Chumbo”. A metáfora remete ao peso de se viver em uma época em que um simples passo em falso poderia levar à prisão e à morte. Mas será que todos se sentiam dessa maneira?
Ufanismo 
Se você está se perguntando o que é “ufanismo”, não se assuste. Por certo, não é a única pessoa a desconhecer o termo. Contudo, saberá identificar a prática com facilidade. Ufanar-se de algo é possuir orgulho exagerado por conta da existência desse objeto, omitindo seus aspectos negativos. Quando aplicado a um país, também é conhecido como “patriotismo”. Agora está melhor, não?
A Lógica do Ufanismo
A lógica de funcionamento do ufanismo era reunir aspectos positivos do Brasil em um conjunto e sobre ele investir altas doses de propaganda política. Assim, a vitória na Copa de 1970 foi usada como uma prova irrefutável de que o país estava no caminho certo. E quem não estava satisfeito? Poderia se retirar, claro! Não era isto que o slogan “Brasil: ame-o ou deixe-o” estava indicando?
Para ajudar na construção do “clima” ufanista, o Brasil entrou em uma fase de crescimento das finanças, conhecido como “Milagre Econômico”, resultado do PAEG, sobre o qual conversamos anteriormente. Contudo, o fenômeno também foi auxiliado pelo investimento do Estado na economia, voltando à era das empresas estatais, embora mantendo a parceria com empresas privadas. Este era o objetivo do Plano Nacional de Desenvolvimento (PND), lançado em 1972. Além disto, procurou diversificar os investimentos, atentando para áreas pouco desenvolvidas, como a tecnologia de ponta e a indústria petroquímica. Os resultados, no princípio, foram bem-sucedidos.
Lembra-se que a economia estatal era justamente a defendida por Jango, sendo duramente criticada no período do Golpe? Você não acha irônico que a ditadura civil-militar viesse a aplicar, com sucesso, um modelo econômico cujo combate servira de desculpa para a sua existência? São as voltas que a História dá, como diz o ditado. Outro aspecto da economia nesse momento foram os altos investimentos em obras públicas de grande porte (“faraônicas”, como os setores críticos diziam), como a rodovia Transamazônica e a Ponte Rio-Niterói. A primeira nunca foi concluída, mas a segunda ainda se mostra útil na ligação entre as duas cidades.
A vitória em 1970 e o “milagre econômico” foram importantes no convencimento de muitos. Mas é claro que não podemos deixar de nos lembrar dos brasileiros que não estavam muito interessados em política. Para estes, tanto fazia que o Brasil estivesse sob uma ditadura, desde que não faltasse a tríade “cerveja, praia e futebol”. Talvez devêssemos acrescentar também o Carnaval, certo? E as telenovelas, claro! Sobre estas, conversaremos na próxima aula.
O importante é que você perceba que, para muitos brasileiros, os “Anos de Chumbo” foram bem leves. Não vimos que o Golpe foi acatadoe festejado por um número significativo de pessoas? Embora alguns tenham se arrependido e mudado de opinião, outras mantiveram seu apoio. Mesmo raro, ainda hoje é possível encontrar quem tenha a coragem de elogiar o período, alegando que os militares tinham maior controle sobre o país, que sabiam “manter a ordem”. Você conhece alguém que já tenha dito isso?
Resistência
Do outro lado do ufanismo, estava a resistência. Você já parou para pensar o que estavam fazendo aqueles que não concordavam com a ditadura? Como ficaram aquelas centenas de estudantes que tomaram as ruas das capitais para protestar? E aqueles que participaram da Passeata dos Cem mil contra o novo regime? Alguns ficaram com medo da repressão e decidiram recuar. Outros, porém, não desistiriam logo. Uma opção radical foi encontrada por jovens que militavam no PCB, ainda na ilegalidade: a luta armada.
Consideravam que, em um Estado tomado pela arbitrariedade, em que as leis eram ditadas pelos Presidentes e impostas através da violência, já não havia mais espaço para o combate político institucional. Desejavam tomar o poder através da luta armada, construindo um Estado socialista.
O número de movimentos de guerrilha rural e urbana cresceu bastante a partir de 1968, justamente nos Anos de Chumbo. Se não era possível protestar nas ruas sem ser agredido por policiais, se os presos políticos eram torturados e assassinados, por que não responder com violência? A história dos movimentos de resistência é muito complexa. Os detalhes sobre cada um, os motivos que fizeram as pessoas aderirem, as falhas que cometeram – nada disso cabe em nossa aula. Mas, se você se interessa pelo tema, vale pesquisar um pouco mais.
Um dos lugares que sofreu influência do ISEB foi a UNE. Através do Centro Popular de Cultura (CPC), foram produzidos filmes, peças, exposições e livros, todos procurando apresentar os brasileiros a eles mesmos. Um movimento artístico deste momento foi o Cinema Novo, que em sua fase inicial manteve diálogo com o CPC, chegando a realizar um filme em parceria: Cinco vezes favela (coletivo, 1962).
A Música Brasileira na Época
Já que acabamos de falar sobre uma canção, que tal saber como estava a música brasileira na época? Um de seus aspectos você já conheceu, com “Carcará”: canções politizadas, denunciando a miséria do país. A Bossa Nova, sobre a qual conversamos na aula 3, continuava a fazer sucesso, aqui e no mundo. “Garota de Ipanema” (Tom Jobim/ Vinícius de Moraes) se tornou a canção mais executada de todos os tempos.
Também surgiram, nesta época, o Tropicalismo (Era marcado pela experimentação, com letras que também eram politizadas, mas de conteúdos mais cifrados, às vezes difíceis de alcançar), liderado por Caetano Veloso e Gilberto Gil, e a Jovem Guarda (Considerada “alienada” (despolitizada) na época, mas hoje se percebe o quanto de “rebeldia juvenil”, marcada pela revolução dos costumes, ela ajudou a moldar e a divulgar.), com Roberto e Erasmo Carlos à frente. Ambos os movimentos mantiveram um diálogo estreito com a TV. A Jovem Guarda tinha um programa só seu na TV Record. Já o Tropicalismo “aconteceu” nos Festivais da Canção que, apesar de realizados em grandes espaços, como estádios, eram televisionados. Por isso, seu público era imenso.
Foi no contexto dos festivais que uma sigla hoje famosa começou a ser divulgada: MPB (Música Popular Brasileira). Você já deve ter percebido a riqueza desta época, não? E nem comentamos ainda a literatura, o teatro ou as artes plásticas. Mas não se preocupe: em nossa próxima aula, quando conversaremos sobre o fim da ditadura civil-militar, podemos retomar este assunto.
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