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MATERIAL DIDÁTICO 
 
 
 
INTRODUÇÃO À ENGENHARIA 
AMBIENTAL 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
U N I V E R S I DA D E
CANDIDO MENDES
 
CREDENCIADA JUNTO AO MEC PELA 
PORTARIA Nº 1.282 DO DIA 26/10/2010 
 
Impressão 
e 
Editoração 
 
0800 283 8380 
 
www.ucamprominas.com.br 
 
 
Site: www.ucamprominas.com.br 
e-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br 
Telefone: (0xx31) 3865-1400 
Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:12 as 18:00 horas 
 
 
 
SUMÁRIO 
 
 
UNIDADE 1 – INTRODUÇÃO ................................................................................. 03 
 
UNIDADE 2 – ENGENHARIA AMBIENTAL ........................................................... 05 
 
UNIDADE 3 – TEMÁTICA AMBIENTAL................................................................. 15 
3.1 Evolução e conceito .......................................................................................... 17 
 
UNIDADE 4 – APLICAÇÕES DA ENGENHARIA AMBIENTAL ............................ 30 
4.1 Dimensões e unidades ...................................................................................... 30 
4.2 Saneamento, poluição hídrica, tratamento de água .......................................... 32 
4.3 Resíduos, aterros controlados, incineração ...................................................... 34 
4.4 Compostagem, contaminação dos solos, descontaminação ............................. 37 
4.5 Poluição do ar, geração de energia ................................................................... 41 
 
UNIDADE 5 – DECISÕES EM ENGENHARIA AMBIENTAL ................................. 44 
5.1 Baseadas em análises técnicas ........................................................................ 48 
5.2 Baseadas em análises econômicas .................................................................. 50 
5.3 Baseadas em análises de custo/benefício ........................................................ 51 
5.4 Baseadas em análises de risco ......................................................................... 52 
5.5 Baseadas em análises de impacto ambiental ................................................... 58 
5.6 Baseadas em análise ética ................................................................................ 61 
 
REFERÊNCIAS ....................................................................................................... 64 
 3 
 
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UNIDADE 1 – INTRODUÇÃO 
 
Em linhas gerais, o engenheiro do ambiente ou engenheiro ambiental tem 
por missão identificar e solucionar problemas ambientais que, diga-se de passagem, 
não são poucos! Poluição sonora, da água, da terra, do ar que são consequência 
principalmente da atividade do homem no meio ambiente, engloba, digamos, o bruto 
dos problemas ambientais. 
As consequentes ramificações desse macro universo de problemas 
ambientais serão vistas em detalhes ao longo do curso, a saber: saneamento, 
poluição hídrica, tratamento da água, dos resíduos; aterros controlados, incineração; 
compostagem, contaminação dos solos, descontaminação; poluição do ar, geração 
de energia; métodos e técnicas para analisar, avaliar e controlar a qualidade 
ambienta; para tratar águas e esgotos; os diversos indicadores ambientais, 
passando pelo Indicador de Salubridade Ambiental (ISA), Indicador de Qualidade de 
Aterro de Resíduo (IQAR); resíduos perigosos, saneamento ambiental; a 
normalização, auditorias e certificação ambiental; projetos, planejamento e 
licenciamento; legislação, direito ambiental, estes são alguns dos conteúdos a serem 
estudados. 
Enquanto Especialista em Engenharia Ambiental esperamos que este 
profissional desenvolva habilidades e competências (identificar, formular e resolver 
problemas; comunicar-se eficientemente; projetar e conduzir experimentos; atuar 
multidisciplinarmente; ser ético e responsável). Essas são apenas algumas das 
competências para aplicar os conhecimentos científicos e empíricos, na construção 
de estruturas, modelos e processos que visem a converter/utilizar os recursos 
naturais para atendimento às necessidades humanas de maneira racional e 
sustentável. 
Ressaltamos em primeiro lugar que embora a escrita acadêmica tenha como 
premissa ser científica, baseada em normas e padrões da academia, fugiremos um 
pouco às regras para nos aproximarmos de vocês e para que os temas abordados 
cheguem de maneira clara e objetiva, mas não menos científicas. Em segundo lugar, 
deixamos claro que este módulo é uma compilação das ideias de vários autores, 
 
 
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incluindo aqueles que consideramos clássicos, não se tratando, portanto, de uma 
redação original e tendo em vista o caráter didático da obra, não serão expressas 
opiniões pessoais. 
Ao final do módulo, além da lista de referências básicas, encontram-se 
outras que foram ora utilizadas, ora somente consultadas, mas que, de todo modo, 
podem servir para sanar lacunas que por ventura venham a surgir ao longo dos 
estudos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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UNIDADE 2 – ENGENHARIA AMBIENTAL 
 
Uma vez que a engenharia ambiental reúne conhecimentos da engenharia e 
das ciências do meio ambiente, poderíamos iniciar com uma definição mais ampla 
do que é a engenharia: engenharia é a profissão na qual o conhecimento de 
matemática e de ciências naturais é obtido a partir de estudo, experiência e prática; 
é aplicada com cuidado para desenvolver formas de utilizar economicamente 
materiais e forças da natureza para o benefício da humanidade. 
Assim sendo, engenheiros não são cientistas, dadas as diferenças 
existentes entre os mesmos. Cientistas descobrem coisas; engenheiros fazem-nas 
funcionar. Isso mostra que é inerente, no desenvolvimento profissional dos 
engenheiros, que eles tenham que obter experiência, prática e capacidade de 
avaliação junto a profissionais mais experientes (ZILBERMAN, 2004). 
São características que deve permear o universo de um engenheiro, ou seja, 
seu profissionalismo: 
 as decisões profissionais são feitas por meio de princípios gerais, teorias ou 
proposições que são independentes das particularidades do caso que está 
sendo considerado; 
 as decisões implicam conhecimento em uma área específica, na qual a 
pessoa é um expert. O profissional é um expert somente na sua profissão e 
não em tudo; 
 as relações profissionais com os clientes devem ser objetivas e independem 
de sentimentos particulares entre eles; 
 um profissional adquire status e é recompensado financeiramente pelo que 
realiza e não por suas qualidades inerentes ou pertencimento a uma 
associação ou determinado sindicato; 
 as decisões do profissional são assumidas em benefício do cliente e não 
devem depender de seu interessepessoal; 
 o profissional se inscreve em uma associação técnica e aceita somente a 
autoridade desses colegas como sanção de seu próprio procedimento. 
 
 
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Um profissional é alguém que sabe o que é bom para os clientes mais do 
que eles próprios. O conhecimento do profissional coloca o cliente em uma situação 
bastante vulnerável, e essa vulnerabilidade tem gerado a necessidade da existência 
de códigos profissionais e de ética que servem para proteger o cliente. São esses 
códigos que são impostos pelo grupo de colegas e pares quanto à avaliação da 
atuação dos profissionais. 
A engenharia ambiental pertence ao ramo da engenharia civil que 
basicamente possui estabelecido um código de ética que engloba esses princípios e 
que é aplicado pelos Conselhos Regionais de Engenharia, Arquitetura e Agronomia 
(CREAs). 
Os entendimentos anteriores nos levam a inferir que a engenharia ambiental 
irá tratar: 
 da solução de problemas de saneamento ambiental, principalmente no 
fornecimento de abastecimento público de água segura, potável, palatável e 
generalizada; 
 na disposição adequada de esgotos e resíduos sólidos ou de suas 
reciclagens; 
 na adequada drenagem de áreas urbanas e rurais para um saneamento 
correto das mesmas; 
 no controle da poluição hídrica, atmosférica e do solo, bem como do impacto 
social e ambiental de suas soluções. 
Mais ainda, tem a ver com os problemas de engenharia no campo da saúde 
pública, tais como doenças devidas a artrópodes, eliminação de problemas de saúde 
causados por atividades industriais e adequado fornecimento de saneamento nas 
áreas urbanas, rurais e recreacionais, bem como os efeitos dos avanços 
tecnológicos no ambiente em geral. 
Zilberman (2004) ressalta que, por outro lado, também é importante definir o 
que não é engenharia ambiental: basicamente ela não se preocupa com 
aquecimento, ventilação ou condicionamento de ar, nem tampouco com arquitetura 
paisagística. Não deve, ainda, ser confundida com funções de engenharia estrutural 
 
 
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ou arquitetônica associadas a ambientes construídos, tais como casas, edifícios, 
escritórios ou outros locais de trabalho. 
De acordo com a definição citada de engenharia ambiental, fica claro que os 
trabalhos a serem desenvolvidos envolvem amplos conhecimentos sobre ciências 
naturais e ambientais. 
Existem no Brasil pelo menos 20 universidades/faculdades entre públicas e 
privadas que oferecem o curso de Engenharia Ambiental, e uma pesquisa realizada 
para Revista EXAME aponta que dentre as 30 profissões mais promissoras para o 
ano de 2013, dez estão dentro das engenharias, e segundo os headhunters1, os 
engenheiros ambientais estão entre os mais procurados. 
São notícias que abrem perspectivas positivas e motivam os profissionais a 
buscarem especialização para estarem sempre atualizados e aptos a serem 
selecionados, visto ser um mercado competitivo. 
Entre os profissionais mais procurados atualmente estão os Engenheiros 
Ambientais, que segundo headhunters consultados por EXAME.com estão sendo 
requisitados mais fortemente nos setores químico e petroquímico, sendo que outros 
setores também demandam este profissional, que pode ter formação em Engenharia 
Ambiental ou Engenharia Química com pós em ambiental, segundo o especialista da 
Robert Half. 
A expectativa é que, nos próximos anos, mais empresas separem a área 
ambiental do setor de segurança de trabalho, de acordo com Daniela Ribeiro, da 
Robert Half: “O profissional precisa primeiro entender o negócio da companhia, os 
produtos e impacto no meio ambiente para, então, reformular os processos”, afirma 
a especialista da Mariaca. 
Atualmente, no entanto, a maioria das empresas mantém essas duas áreas 
unidas. Neste caso, o papel do profissional vai desde “manter a operação sem 
acidentes até garantir que a área produtiva não afete o ambiente, evitando 
 
1
 “Caça-talentos”, pessoas ou grupo de pessoas, especializados em procurar profissionais talentosos 
ou perfis preestabelecidos. 
 
 
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desperdícios, fazendo tratamento de resíduos”, afirma Diego Mariz, da Michael 
Page. (Revista EXAME.com reportagem de 21/02/2013). 
Segundo a Associação nacional dos Engenheiros Ambientais (ANEAM, 
2013) no Brasil, a Engenharia Ambiental é voltada para o desenvolvimento 
econômico sustentável com a função de resolver problemas concretos de prevenção 
e remediação (atividade corretiva) diante das ações antrópicas, mediante aplicações 
da tecnologia disponível, pontual e localmente apropriada, respeitando os limites dos 
recursos naturais. 
O engenheiro ambiental busca atuar em diversas áreas desenvolvendo e 
aplicando tecnologias para proteger o ambiente dos danos causados pelas 
atividades humanas. 
Sua principal função é preservar a qualidade da água, do ar e do solo e 
buscar medidas mitigadoras quando o dano ambiental não pode ser evitado. Para 
isso planeja, coordena e administra redes de distribuição de água e estações de 
tratamento de esgoto, supervisiona a coleta e o descarte dos resíduos, avalia o 
impacto de grandes obras sobre o meio ambiente para prevenir danos ao Meio 
Ambiente, atua na prevenção contra a poluição causada por indústrias. Em agências 
de meio ambiente e em polos industriais, controla, previne e trata a poluição 
atmosférica. Pode, ainda, monitorar o ambiente marinho e costeiro, atuando na 
prevenção e no controle de erosões em praias. De modo geral, tanto no âmbito 
público como privado, sua atuação deve atender aos objetivos da Política Nacional 
do Meio Ambiente e das demandas que o mercado de trabalho exige. 
O engenheiro ambiental é habilitado a propor soluções socialmente justas e 
ecologicamente corretas para os problemas ambientais como poluição dos rios, do 
ar, descarte do lixo, aquecimento global, entre outros. Pode ser contratado pela 
iniciativa privada, órgãos públicos e terceiro setor. Para isso, a questão ecológica 
tem de estar no sangue. Tem de se preocupar com a causa, mas de uma forma bem 
prática e aplicada. Tem de ter facilidade para comunicação e também para 
desenvolvimento de projetos (CHAGAS, 2012). 
A engenharia ambiental foi criada pela Portaria nº 1.693, de 05 de dezembro 
de 1994, do Ministério de Estado da Educação e do Desporto. 
 
 
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A Resolução nº 447, de 22 de setembro de 2000 dispõe sobre o registro 
profissional do Engenheiro Ambiental e discrimina suas atividades profissionais. 
O art. 2º diz que compete ao Engenheiro Ambiental o desempenho das 
atividades 01 a 14 e 18 do art. 1º da Resolução nº 218, de 29 de junho de 1973, 
referentes à administração, gestão e ordenamento ambientais e ao monitoramento e 
mitigação de impactos ambientais, seus serviços afins e correlatos.Art. 4º – os engenheiros ambientais integrarão o grupo ou categoria 
Engenharia, Modalidade Civil, prevista no art. 8º da Resolução 335, de 27 de 
outubro de 1989. 
A resolução nº 218, de 29 de junho de 1973 discrimina as atividades das 
diferentes modalidades profissionais da Engenharia, Arquitetura e Agronomia. 
RESOLVE: 
Art. 1º - Para efeito de fiscalização do exercício profissional correspondente 
às diferentes modalidades da Engenharia, Arquitetura e Agronomia em nível 
superior e em nível médio, ficam designadas as seguintes atividades para o 
Engenheiro Ambiental: 
 atividade 01 – supervisão, coordenação e orientação técnica; 
 atividade 02 – estudo, planejamento, projeto e especificação; 
 atividade 03 – estudo de viabilidade técnico-econômica; 
 atividade 04 – assistência, assessoria e consultoria; 
 atividade 05 – direção de obra e serviço técnico; 
 atividade 06 – vistoria, perícia, avaliação, arbitramento, laudo e parecer 
técnico; 
 atividade 07 – desempenho de cargo e função técnica; 
 atividade 08 – ensino, pesquisa, análise, experimentação, ensaio e 
divulgação técnica, extensão; 
 atividade 09 – elaboração de orçamento; 
 atividade 10 – padronização, mensuração e controle de qualidade; 
 
 
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 atividade 11 – execução de obra e serviço técnico; 
 atividade 12 – fiscalização de obra e serviço técnico; 
 atividade 13 – produção técnica e especializada; 
 atividade 14 – condução de trabalho técnico; 
 atividade 18 – execução de desenho técnico. 
De acordo com a Portaria nº 1693, 5 de dezembro de 1994, do Ministério da 
Educação e do Desporto, as ementas das matérias do curso de engenharia 
ambiental devem conter os seguintes conteúdos: 
 Biologia — origem da vida e evolução das Espécies. A célula. 
Funções celulares. Nutrição e respiração. Código genético. Reprodução. Os 
organismos e as espécies. Fundamentos da microbiologia. Organismos 
patogênicos e decompositores. Ecologia microbiana; 
 Geologia — características físicas da Terra. Minerais e rochas, 
Intemperismo. Solos. Hidrogeologia. Ambientes geológicos da erosão e 
deposição. Geodinâmica. Tectônica. Geomorfologia; 
 Climatologia — elementos e fatores climáticos. Tipos de classificação 
de climas; 
 Hidrologia — ciclo biológico. Balanço hídrico. Bacias hidrográficas. 
Escoamento superficial e subterrâneo. Transporte de sedimentos; 
 Ecologia Geral e Aplicada — fatores ecológicos. Populações. 
Comunidade. Ecossistemas. Sucessões ecológicas. Ações antrópicas. 
Mudanças globais; 
 Hidráulica — hidrostática e hidrodinâmica. Escoamento sob pressão. 
Escoamento em canais. Hidrometria; 
 Cartografia — cartografia. Topografia. Fotogrametria. Sensoriamento 
remoto; 
 Recursos Naturais — recursos renováveis e não renováveis. 
Caracterização e aproveitamento dos recursos naturais; 
 
 
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 Poluição Ambiental — qualidade ambiental. Poluentes e 
contaminantes. Critérios. Padrões de emissão. Controle; 
 Impactos Ambientais — conceituação. Fatores ambientais. 
Instrumentos de identificação e análise. Os Impactos ambientais. Avaliação de 
Impactos Ambientais; 
 Sistemas de Tratamento de Água e de Resíduos — processos físico-
químicos e biológicos do tratamento da água e dos resíduos sólidos, líquidos e 
gasosos; 
 Legislação e Direito Ambiental — evolução do direito ambiental. 
História da legislação ambiental. Legislação Básica Federal, Estadual e 
Municipal. Trâmite e práticas legais; 
 Saúde Ambiental — conceito de Saúde. Saúde Pública. Ecologia das 
doenças. Epidemiologia. Saúde ocupacional; 
 Planejamento Ambiental — teoria de planejamento. Planejamento no 
sistema de gestão ambiental; 
 Sistemas Hidráulicos e Sanitários — sistema de abastecimento de 
água. Sistemas de esgotos sanitários. Sistemas de drenagem. Sistemas de 
coleta, transporte e disposição de resíduos sólidos; 
 Física e Matemática — os cálculos são fundamentais no curso, pois 
antes de tudo ele é um curso de engenharia, o profissional terá que construir 
projetos. 
Então, essas disciplinas estão integradas no curso de Engenharia Ambiental. 
O perfil do profissional é para quem gosta de atividades de campo, de 
viagens e de pesquisas ao ar livre pode se dar bem na profissão. O graduado pode 
trabalhar com geologia do petróleo – na identificação de campos – mineração, 
localização de aquíferos e acompanhamento da exploração, em estudos de impacto 
ambiental e em geotecnia, que engloba análise prévia para a construção de obras. 
Vale guardar... 
 
 
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De forma resumida, podemos concluir que a Engenharia ambiental é um 
ramo da engenharia que estuda os problemas ambientais de forma integrada nas 
dimensões apresentadas no esquema abaixo: 
 
 
 
Suas áreas de atuação seriam: 
1) análise de riscos ambientais; 
2) auditorias; 
3) diagnósticos ambientais; 
4) avaliação de impactos ambientais; 
5) contabilidade ambiental; 
6) controle de qualidade ambiental – sistemas de monitoramento e vigilância; 
7) detecção remota aplicada a ambiente e ordenamento do território; 
8) ecodesign e análise do ciclo de vida; 
9) educação e sensibilização ambiental; 
10) geologia ambiental; 
11) gestão ambiental; 
12) gestão de recursos naturais e conservação da natureza (Meio Urbano, Rural 
e Costeiro); 
13) gestão de resíduos sólidos; 
 
 
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14) licenciamento Ambiental; 
15) modelagem ambiental; 
16) ordenamento do território (uso do solo), planejamento regional e urbano; 
17) planejamento energético e energias renováveis; 
18) poluição da água, poluição atmosférica, poluição do solo e ruído; 
19) redes de saneamento; 
20) hidrologia e hidrogeologia; 
21) remediação de Áreas Degradadas; 
22) regulamentação e normalização ambiental; 
23) tecnologia/Produção limpa; 
24) tratamento de águas residuárias e de abastecimento; 
25) redução e controle das emissões de material particulado (LEAL JUNIOR; 
SALOMON, 2009). 
O mercado de trabalho do Engenheiro Ambiental pode ser composto de: 
 empresas privadas; 
 indústrias de comércio; 
 indústrias de Serviços; 
 organizações não-governamentais (ONGs); 
 organizações da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIPs); 
 órgãos governamentais; 
 empresas de Consultorias. 
Devido a sua formação multidisciplinar e visão holística, o profissional de 
Engenharia Ambiental tem um papel fundamental na composição de equipes 
técnicas para combate aos desastres naturais e redução dos riscos, vistos que estes 
eventos ocorrem pela associação de fatores como crescimento populacional e 
ocupação de áreas de forma desordenada, a exclusão social, a expansão urbana 
sem planejamento, o aumento de áreas impermeáveis, a ocupação de encostas ouSite: www.ucamprominas.com.br 
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de locais de baixadas, o aumento do número de pessoas em áreas de risco, 
aumento da precipitação pluviométrica em determinados locais de risco, além de 
ausências de planejamento territorial, zoneamentos ambientais, mapas de riscos, 
modelos de previsão, dentre outros (ANEAM, 2013). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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UNIDADE 3 – TEMÁTICA AMBIENTAL 
 
A ciência ambiental, que engloba a engenharia ambiental, é baseada numa 
filosofia na qual várias linhas de pesquisa, em determinadas áreas consideradas 
relevantes, são de importância fundamental, e se desenvolvem em torno de temas-
chave, como perspectiva global, população humana, sustentabilidade, o mundo 
urbano, valores, conhecimento e justiça social (ZILBERMAN, 2004). 
Até bem recentemente, acreditava-se de forma generalizada que a atividade 
humana acarretava apenas reflexos locais ou, no máximo, mudanças regionais no 
ambiente. É sabido que os efeitos da atividade humana no planeta são de tal 
envergadura que, atualmente, este se encontra às voltas com experimentações 
ambientais não planejadas cujos resultados, na maior parte das vezes, são 
imprevisíveis. O principal objetivo desta ciência emergente é obter conhecimentos 
básicos para entender sistematicamente como o planeta funciona. Esse 
conhecimento poderá ser aplicado para ajudar a resolver os problemas ambientais 
globais, portanto, a emergência dessa ciência ambiental abriu novos horizontes para 
o entendimento das relações entre ciências biológicas e físicas, o que requer 
cooperação interdisciplinar e educação. 
Na base de praticamente todos os problemas ambientais está o rápido 
crescimento da população humana. De fato, será difícil resolver outros problemas, a 
menos que a quantidade de pessoas que habitam o ambiente esteja de acordo com 
sua capacidade de sustentação. Talvez, a maior responsabilidade nessa área esteja 
vinculada ao esclarecimento e à educação dos seres humanos para os problemas 
populacionais. À medida que a população se torna mais educada e a taxa de 
analfabetismo decresce, o crescimento populacional tende também a se estabilizar, 
e até a decrescer. 
Sustentabilidade é uma terminologia que recentemente ganhou popularidade 
e que, de uma forma geral, significa a utilização de determinado recurso natural de 
tal forma que ele permaneça continuamente disponível. Entretanto, o termo é usado 
de forma vaga e equivocadamente em certas circunstâncias. Alguns o definem como 
a garantia de que as futuras gerações terão iguais oportunidades de acesso aos 
 
 
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recursos oferecidos atualmente pelo planeta. Outros argumentam que 
sustentabilidade se refere a tipos de desenvolvimento que são economicamente 
viáveis, não agridem ao ambiente e são socialmente justos. Entretanto, todos 
concordam com a necessidade de se aprender como manter os recursos 
ambientais, de forma a continuarem a prover benefícios à população humana e a 
outras formas de vida no planeta. 
Por outro lado, um número crescente de pessoas está vivendo em áreas 
urbanas. Infelizmente os centros urbanos têm sido negligenciados e a qualidade 
ambiental urbana tem sofrido prejuízos, através de poluição aérea, problemas de 
destinação de resíduos sólidos, inquietações sociais e outras formas de “estresse” 
do ambiente. No passado, os poucos que estudavam o ambiente centravam sua 
atenção no selvagem ou natural, em vez de dirigirem seus esforços na direção do 
ambiente urbanizado. Hoje já se observa a necessidade de um maior foco em 
aglomerações urbanas e em cidades como ambiente onde se possa viver. 
Encontrar soluções para problemas ambientais envolve mais que 
simplesmente juntar fatos e entendimentos de temas científicos de um problema 
particular. Também tem muito a ver com os sistemas de valores vigentes e os temas 
de justiça social. Para resolver problemas ambientais em um determinado local é 
importante entender quais os seus valores e as possíveis soluções que seriam 
socialmente justas. A partir daí, é possível aplicar conhecimentos científicos sobre 
determinado problema e achar soluções aceitáveis para o mesmo (ZILBERMAN, 
2004). 
Assim, os técnicos e cientistas que trabalham no campo da ciência 
ambiental, ou mais especificamente na engenharia ambiental, encontram-se no 
limite de uma mudança significativa na abordagem de temas ambientais. Dois 
caminhos se afiguram como possíveis. 
Um caminho é aquele que se pode descrever como business as usual 
(negócio como de costume), ou seja, a mesma abordagem dos problemas 
ambientais como tem sido feita nos últimos trinta anos; uma abordagem que 
produziu muitos avanços e, ao mesmo tempo, muitas falhas. Este caminho enfatizou 
a confrontação, o emocionalismo e a necessidade de basear soluções em velhos 
 
 
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mitos da natureza, devido à falta de entendimento de fatores básicos sobre ambiente 
e de como funciona o sistema ecológico natural. 
Outro caminho oferece a potencialidade de soluções mais duradouras e 
melhor sucedidas para os problemas ambientais. Busca sair da solução dos 
problemas através do confronto, para usar a cooperação, e se afasta das 
explicações do ambiente através de velhos mitos da natureza, na direção de utilizar 
base científica sólida, a partir da qual os temas ambientais devem ser encarados. 
Concordamos com Zilberman (2004) quando afirma que condiz com o 
engenheiro ambiental seguir o segundo caminho o qual parte de se ter uma ideia de 
como o problema ambiental era tratado, aceitar que houve uma evolução e tratá-lo 
hoje por meio da conscientização e cooperação entre todos os envolvidos como o 
meio ambiente, ou seja, órgãos públicos, empresas privadas e sociedade de 
maneira geral. 
 
3.1 Evolução e conceito 
 
Antes de 1960, poucas pessoas haviam sequer ouvido falar de ecologia, e o 
termo ambiente tinha pouco ou nenhum sentido político ou social. O aparecimento 
do livro Primavera silenciosa, escrito por Rachel Carson, assim como a ocorrência 
de alguns eventos especialmente agressivos ao ambiente, como os derramamentos 
de óleo de navios e o perigo de extinção de algumas espécies (baleias, elefantes, 
pássaros, macacos), destacadamente publicados na imprensa mundial, 
transformaram o problema ambiental em um assunto popular. 
Como ocorre a qualquer assunto novo, seja político ou social, no início 
apenas uma minoria reconheceu sua importância e que os problemas deveriam ser 
enfatizados – reforçada a negatividade dos mesmos – de forma a chamar a atenção 
pública para as preocupações ambientais. Os primeiros tempos do ambientalismo 
moderno foram dominados por confrontações entre aqueles rotulados ambientalistas 
e os chamados desenvolvimentistas. Cada grupo via a si própriocomo o salvador do 
mundo e tratava de mostrar que o ponto de vista do outro era estereotipado. 
 
 
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O contraste entre as duas abordagens pode ser, de uma forma simplificada, 
assim descrito: 
 os ambientalistas acreditavam que o mundo seria destruído se as pessoas 
não mudassem sua visão de meio ambiente. Portanto, acreditavam que 
tinham a chave para a salvação do planeta numa nova “visão de mundo”, que 
dependia, apenas secundariamente, de fatos, conhecimentos e ciência. Para 
esses ambientalistas, economia e desenvolvimento social significavam 
destruição do ambiente e, daí, o fim da civilização, da extinção de muitas 
espécies e, potencialmente, a extinção do ser humano; 
 os desenvolvimentistas, por outro lado, acreditavam que o progresso e o bem-
estar social e econômico eram necessários se a população e a civilização 
quisessem prosperar. Do seu ponto de vista, os ambientalistas representavam 
uma visão extremada e perigosa, com o foco no ambiente em detrimento da 
população, foco este que os desenvolvimentistas pensavam que iria destruir a 
própria base da civilização, levando à ruína o estilo de vida moderno. 
Ressalte-se que, a essas limitações das primeiras abordagens de temas 
ambientais, acrescia-se a falta de conhecimento científico e de know-how prático. A 
ciência ambiental estava na sua infância e, inclusive, algumas pessoas até viam a 
ciência como parte do problema e não da solução. 
Atualmente, alguma coisa já mudou significativamente. O ambiente é aceito 
amplamente como um tema maior tanto social como político; as pesquisas de 
opinião pública mostram repetidamente que as pessoas, em todo o mundo, 
classificam o ambiente como um dos assuntos mais importantes. Não se precisa 
mais provar que os problemas ambientais são sérios; a época de confrontações por 
si mesmas parece já ter passado. Há, atualmente, um reconhecimento de que as 
verdadeiras soluções para os problemas que atingem o ambiente incluem e 
dependem dos seres humanos, de que se deve buscar sustentabilidade não apenas 
do ambiente, mas também das atividades econômicas, de forma que a humanidade 
e o ambiente possam conviver para o futuro. 
O ambiente é complexo e multifacetado e mais uma vez podemos inferir que 
a inserção do engenheiro nesta problemática implica colocá-lo frente a novos 
 
 
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desafios que cobrem uma gama bastante extensa de tópicos: da química da camada 
de ozônio na atmosfera até a ética ambiental. Há necessidade de uma maior 
familiarização com as várias linhas de pensamento para permitir a absorção de 
conhecimentos, de forma a criar uma base sólida para os futuros estudos a serem 
desenvolvidos. Este papel deve ser desempenhado pela engenharia ambiental dada 
sua interdisciplinaridade (ZILBERMAN, 2004). 
Voltando à evolução da questão ambiental, embora a preocupação com o 
meio ambiente date do século XIX, somente no século XX e, principalmente, a partir 
dos anos 1970 passou a ter repercussão na sociedade, com a visão de que o 
problema não poderia ser de responsabilidade localizada, mas de responsabilidade 
globalizada. A frase “pensar globalmente, agir localmente” é um resumo do 
pensamento que passou a dominar os organismos ambientalistas de várias partes 
do mundo. 
A primeira Conferência Mundial sobre o Meio Ambiente foi realizada em 
Estocolmo, em 1972, com repercussão internacional, e foi um passo na 
conscientização da sociedade mundial sobre os problemas ecológicos. 
Em 1975, foi realizado um Seminário Internacional de Educação em 
Belgrado, com a participação de vários países e resultados apresentados na 
chamada Carta de Belgrado, cujo conteúdo pode ser assim resumido: 
 qualidade de vida ligada à felicidade humana; 
 preservação e melhoria das potencialidades humanas; e, 
 desenvolvimento do bem-estar social e individual; 
Todos esses itens são subordinados à harmonia com o meio ambiente, 
biofísico e antrópico. 
Segundo Ferreira (2007), esse documento propunha que qualquer ação de 
preservação ambiental deveria, primeiramente, passar por uma educação ambiental. 
Seria preciso: 
(1) conscientizar os cidadãos de todo o mundo sobre o problema; 
(2) disponibilizar acesso a conhecimento específico sobre o meio ambiente; 
 
 
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(3) promover atitudes para a preservação; 
(4) desenvolver habilidades específicas para ações ambientais; 
(5) criar uma capacidade de avaliação das ações e programas implantados; 
e, 
(6) promover a participação de todos na solução dos problemas. 
Os programas de educação ambiental a serem desenvolvidos pelos países 
deveriam conscientizar as crianças sobre a importância de cuidar do meio ambiente. 
Entretanto, só a conscientização não seria suficiente para ações efetivas por parte 
delas enquanto crianças e, posteriormente, como adultos. Assim, seria fundamental 
a disseminação de um conhecimento adequado da ciência ambiental. 
Conscientização e conhecimentos, juntos, poderiam realmente promover 
atitudes corretas e o desenvolvimento de habilidades específicas para a solução de 
problemas no futuro. Essas crianças poderiam ser profissionais com condições de 
ajudar a resolver os problemas do meio ambiente e, mais que isso, já teriam 
internalizado em sua formação cultural a questão ambiental, tanto quanto a questão 
da ética, a dos bons costumes, etc. Isso tudo poderia melhorar sua capacidade de 
decisão como profissionais e cidadãos que teriam o meio ambiente como pano de 
fundo para suas futuras decisões. 
O grande desafio da educação ambiental foi, então, dividido em quatro 
tópicos: 
(1) conscientização; (2) sensibilização; (3) responsabilidade social; e (4) 
desenvolvimento sustentável. Tudo isso para manter o grande desafio da 
humanidade, que é o de continuar a viver. 
Mas não só Belgrado promoveu um encontro de países com preocupações 
voltadas para os problemas ambientais do planeta. Em Estocolmo, em 1988, outra 
reunião foi realizada, mas foi em 1992, na ECO-92, ou United Nations Conference 
on Environment and Development (Unced), realizada na cidade do Rio de Janeiro, 
que se estabeleceu um compromisso maior dos países participantes com o assunto 
e onde os conceitos de “ambientalmente correto” e de “desenvolvimento sustentável” 
 
 
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tomaram maior dimensão e começaram a fazer parte do dia-a-dia das sociedades 
civilizadas e, consequentemente, do cotidiano de um número maior de empresas. 
O documento produzido na ECO-92, conhecido como Agenda 21, ainda é 
ponto de referência na implantação de programas e políticas de governos e de 
empresas ao redor do mundo e tem marcado uma significativa mudança nas 
relações comerciais, em suas diversas formas. Foi assinado por 170 países e é 
considerado “o maior esforço conjunto, feito por governos de todo o mundo,para 
identificar as ações que combinem o desenvolvimento com a proteção do meio 
ambiente”. 
Basicamente, ele define que deve existir reorientação da educação, na 
direção do desenvolvimento sustentável; ampliação da conscientização pública e, 
incentivo ao treinamento. É considerado, ainda, um programa estratégico, universal, 
para se alcançar o desenvolvimento sustentável no século XXI. A Agenda 21 é 
dividida em quatro seções: 
(1) aspectos sociais, que versam sobre as relações entre meio ambiente e 
pobreza, saúde, comércio, dívida externa, consumo e população; 
(2) conservação e administração de recursos, que se detêm nas maneiras 
de gerenciar recursos físicos (como terra, mares, energia e lixo) para garantir o 
desenvolvimento sustentável; 
(3) fortalecimento dos grupos sociais, através de formas variadas de apoio a 
grupos sociais organizados e minoritários que colaboram para a sustentabilidade; e, 
(4) meios de implantação, através de programas de financiamento e do 
papel das atividades governamentais e não governamentais. 
No Capítulo 8, letra d, a Agenda 21 trata da necessidade de que países e 
organismos internacionais desenvolvam um sistema de contabilidade que integre as 
questões sociais, ambientais e econômicas. Embora o texto descreva o sistema 
como importante para os países – para que se possa medir como os impactos 
causados à natureza pelo uso de seus recursos naturais na produção de bens e 
serviços podem ser considerados no cálculo do PIB Ecológico ou PIB verde –, esse 
capítulo da Agenda 21 tem relação direta com a contabilidade das empresas. 
 
 
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Afinal, se cada entidade econômica tivesse seus eventos econômicos 
medidos também sob os aspectos ecológicos, o cálculo do PIB Verde seria 
alcançado. 
Há de se ressaltar que, no Brasil, o IBGE vem envidando esforços no 
sentido de desenvolver um Sistema Integrado de Contas Econômico-Ambientais 
(Sicea). 
Estamos falando de evolução, mas precisamos entender alguns conceitos 
básicos que dão uma dimensão mais exata da problemática ambiental, a começar 
por ecologia! 
Os quatro princípios da ecologia são: 
1. toda entidade em particular está ligada a todo o resto; 
2. tudo vai para algum lugar; 
3. você não pode conseguir as coisas de lugar nenhum; 
4. a natureza é sábia (GRAY; BEBBINGTON; WALTERS, 1993 apud 
FERREIRA, 2007). 
Esses princípios que nos levarão ao conceito de ecologia podem ser melhor 
entendidos a partir do processo de interação entre o homem e o meio ambiente, que 
Rubenstein (1994 apud FERREIRA, 2007) apresenta como o ciclo universal da vida. 
Este ciclo, dividido em 6 (seis) fases distintas, a partir das necessidades humanas, é 
resumido a seguir: 
 
 Colheita/ 
extração 
Fase 1 
 Regeneração 
Fase 2 
 Manufatura 
Fase 3 
 
Necessidades 
humanas 
 
 Distribuição 
Fase 4 
 Em serviço 
ou uso 
Fase 5 
 Disponibilização 
ou reciclagem 
Fase 6 
 
 
Fonte: Ferreira (2007, p. 15) 
Esse quadro foi elaborado com base na análise do setor madeireiro. No 
primeiro momento, ele considera que, para suprir as necessidades humanas de 
 
 
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papel e madeira, existe um risco de produzir excesso de oferta em relação à 
verdadeira demanda. No segundo, o risco é de debilitação da terra. No terceiro, 
existe a possibilidade de regeneração ou replantio; no caso desta etapa não se 
realizar adequadamente, o preço da floresta será afetado. 
Na fase de manufatura, várias ocorrências são possíveis, tais como a 
emissão de toxinas que não serão eliminadas naturalmente e o uso não sustentável 
de energia. Na distribuição, os custos com transporte e a consequente queima de 
combustível fóssil (o petróleo, por exemplo). Na fase de uso do produto, podem 
acontecer dois tipos de impacto, um positivo e outro negativo, como no caso da 
madeira e do automóvel: enquanto a madeira absorve o CO2, o carro expele o gás. 
Já na última fase, falhas em reciclar os recursos utilizados resultam em “lixões” ou 
aterros e descargas tóxicas. No caso de lixo de recursos escassos, como minério e 
minerais, a possibilidade de que se torne renovável é bastante limitada e ocorre no 
momento da produção, quando eles são eficientes e, ainda, asseguram o máximo de 
reciclagem. 
A sistematização teórica desses problemas resultou nos conceitos a seguir 
apresentados (os mais usuais): 
 ecologia – pode ser definida como a ciência das condições de existência do 
ser vivo em seu meio; 
 ecossistema – o sistema formado pelo conjunto das populações que ocupam 
um território e pelos elementos abióticos a ele ligados; 
 meio ambiente – é uma área de conhecimento considerada como 
multidisciplinar. Seu corpo de conhecimentos forma-se com base no 
conhecimento das outras ciências. Pode ser dividido em seis aspectos: 1. ar; 2. 
água; 3. solo e subsolo; 4. fauna; 5. flora; 6. paisagem. 
O que se tem procurado, mais recentemente, é avaliar como o uso dado a 
cada um desses aspectos tem causado impacto na saúde e no bem-estar do ser 
humano. 
Do que se pode observar, o homem não foi muito feliz nessas questões, pois 
o uso dos recursos naturais disponíveis, embora tenha trazido melhora nas 
 
 
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condições de vida, trouxe também a poluição, com todos os seus impactos na 
condição de vida, e também trouxe preocupações quanto às possibilidades futuras 
de se continuar vivendo. Relembrando aqui os ambientalistas, estes acreditam que o 
desenvolvimento trouxe mais malefícios do que benefícios e, portanto, radicalizam 
em suas opiniões sobre como continuar esse desenvolvimento, indicando que 
somente deveriam existir projetos que não alterem, de modo algum, o meio 
ambiente. 
Já outros grupos consideram que deve haver equilíbrio entre o meio 
ambiente e o desenvolvimento econômico. De qualquer modo, todos consideram a 
questão extremamente séria. Conforme Mazon (1992, p. 84): 
A poluição dos oceanos, o buraco na camada de ozônio, o aumento da 
concentração dos gases geradores do efeito estufa e o desaparecimento de 
espécies são fatos que nos lembram de uma lição fundamental: a 
capacidade da biosfera e dos sistemas geoquímicos básicos de suportar 
intrusões humanas é limitada. A escala da população e da atividade 
econômica já é tão grande que os impactos ambientais que já foram locais e 
negligenciáveis agora são globais e inevitáveis. 
 
Para Comune (1994, p. 46), 
As poluições ambientais são fenômenos objetivos, mensuráveis na maioria 
dos casos, cujas características principais decorrem do fato de sempre 
estarem relacionadas com danos que provocam ao meio ambiente. (...) As 
poluições que provocam os mais graves problemas no meio urbano são a 
poluição do ar, a da água, os resíduos sólidos (lixo) e o barulho. 
 
Meio ambiente e poluição, entretanto, não são os únicos termos importantes 
para aprofundamento da discussão; vários outros também o são e nos diversos 
fóruns onde o assunto é debatido nasceram, entre outros, termos e expressões 
comodesenvolvimento sustentável, externalidades (aplicada ao meio ambiente), 
impacto ambiental. 
Desenvolvimento sustentável: em um dos mais importantes eventos sobre 
meio ambiente, a ECO-92, a expressão desenvolvimento sustentável apresentou-se 
como de suma importância para futuras decisões relativas ao meio ambiente. 
Embora existam várias definições escritas com palavras diferentes, elas mantêm a 
mesma interpretação, como exemplifica a seguinte formulação: 
 
 
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Desenvolvimento sustentável implica usar os recursos renováveis naturais 
de maneira a não degradá-los ou eliminá-los, ou diminuir sua utilidade para 
as gerações futuras. Implica usar os recursos minerais não renováveis de 
maneira tal que não necessariamente se destrua o acesso a eles pelas 
gerações futuras (BARONI, 1992, p. 16). 
 
Implica ainda, conforme a definição adotada pela Comissão Mundial sobre 
Meio Ambiente e Desenvolvimento (WCED), o desenvolvimento que satisfaz as 
necessidades do presente sem comprometer as habilidades das futuras gerações de 
satisfazerem suas necessidades. 
Crescimento sustentável: difere da abordagem econômica tradicional de 
crescimento econômico; este último é orientado para a produção, por seu enfoque 
sobre o produto interno e limitações na quantidade e qualidade dos fatores de 
produção; é uma visão quantitativa. O crescimento sustentável, por sua vez, 
incorpora indicadores de Renda Nacional voltada para o bem-estar, o que é uma 
visão qualitativa. A questão pode ser melhor exemplificada quando se reporta ao 
vazamento de óleo ocasionado pela Exxon, no Alasca. Nessa ocasião, embora os 
danos ao meio ambiente tivessem sido desastrosos, diminuindo a possibilidade de 
uso dos recursos naturais e econômicos no futuro, as atividades de limpeza dessa 
área representaram um aumento do produto interno nos Estados Unidos, pois, como 
colocou Capra (1982, p. 220), os “custos sociais, como os de acidentes, litígios e 
assistência à saúde, são adicionados como contribuições positivas para o PNB”. 
Análise custo-benefício: corriqueiramente usada no trato da questão 
ambiental, pressupõe exame sistemático e comparativo das diversas alternativas de 
ação, buscando evidenciar qual a que trará melhor resultado à organização. 
Ocorre que essa análise, segundo Ferreira (2007), amplamente usada na 
avaliação de projetos, tende a ser mais quantitativa do que qualitativa. Em se 
tratando de meio ambiente, é necessário que a ela se incorporem outros fatores de 
análise, pois a natureza do resultado a ser obtido não é simplesmente o maior lucro, 
e sim, pode-se dizer, um lucro ambientalmente correto. Este último deve ser 
entendido como o lucro obtido nos casos em que os recursos utilizados não causam 
impacto negativamente no meio ambiente. 
 
 
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Externalidade: é vista como o fato inquestionável de que qualquer atividade 
afeta, de modo favorável ou desfavorável, outras atividades ao longo do processo 
produtivo; é um processo em cadeia, que pode ser analisado sob aspecto 
tecnológico ou monetário. Conforme Comune (1994, p. 50), 
Surge sempre que a produção ou o consumo de um bem tem efeitos 
paralelos sobre os consumidores ou produtores envolvidos, efeitos estes 
que não são plenamente refletidos nos preços de mercado. 
 
Impacto ambiental: a mudança em um parâmetro ambiental, sobre um 
período específico e em uma área definida, resultante de uma atividade particular, 
comparada com a situação que deveria ter ocorrido se a atividade não tivesse sido 
iniciada (WATHERN, 1988 apud FERREIRA, 2007). 
Efeitos ambientais: são as consequências dessas mudanças (os impactos). 
Impactos diretos: são aqueles cujas consequências podem ser diretamente 
identificadas com uma atividade em particular. Também chamados de impactos 
primários. 
Impactos indiretos: são aqueles cujas consequências não podem ser 
diretamente identificadas com uma atividade em particular. Também chamados de 
impactos secundários, terciários, etc. 
A definição de um impacto ambiental deve levar em consideração dois 
componentes específicos: o espacial e o temporal. O espacial delimita em que 
extensão de área os efeitos daquele impacto serão percebidos e o temporal delimita 
o tempo em que se espera que determinado impacto venha a causar efeitos. 
Isso se faz necessário porque uma emissão de gases, por exemplo, pode 
estender-se por 2 ou 20 km, a partir do local de emissão, dependendo das 
condições geográficas e climáticas, e seus efeitos poderão ser sentidos 
imediatamente, ou após dois anos da emissão. 
Certificados negociáveis: a ideia básica é o desenvolvimento de um sistema 
de emissão de certificados comercializáveis que visem atingir uma redução ou 
mesmo a manutenção dos níveis atuais de poluição. Esses certificados habilitariam 
o seu detentor a negociar, em mercado aberto, uma quantidade determinada de 
 
 
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poluição referente a seus próprios esforços para diminuir os impactos ambientais 
causados por suas atividades e que seriam uma possibilidade de a empresa 
ressarcir-se dos custos incorridos para diminuir seu nível de poluição. Essas 
certificações poderiam ser feitas por países, regiões ou empresas. O valor de 
mercado desses títulos dependeria da necessidade dos compradores de “comprar” o 
direito de poluir, em comparação com seus próprios esforços (custos) para diminuir a 
poluição. 
Essas ideias decorreram da necessidade de se criarem mecanismos para 
um desenvolvimento limpo e resultaram num acordo internacional denominado 
Protocolo de Kyoto. Assinado em 1997, somente em fevereiro de 2005 pôde ser 
operacionalizado, com a assinatura do número mínimo de países – a adesão ao 
Protocolo é voluntária. Seu objetivo principal é promover o desenvolvimento 
sustentável com a redução das emissões de gases de efeito estufa (GEEs). 
Para isso, foram estabelecidos alguns critérios e mecanismos. Os países 
que fazem parte do Protocolo foram divididos em dois grupos: 
 os países desenvolvidos – considerados os maiores responsáveis pelo nível 
de poluição atual e obrigados a reduzir suas emissões de gases no período 
de 2008 a 2012 em 5% sobre o nível de emissões que tinham em 1990; e, 
 os países em desenvolvimento – cujo direito de alcançar melhores condições 
sociais deve respeitar o meio ambiente. Essa divisão incluiu no Anexo I do 
Protocolo, os países desenvolvidos e no Anexo II, os países em 
desenvolvimento. Os que integram o Anexo I têm o compromisso ou 
obrigação de reduzir a emissão de gases e os incluídos no Anexo II têm a 
oportunidade de desenvolver projetos que ajudem a preservar e a melhorar 
as condições climáticas, reduzindo ou diminuindo os GEEs. 
As formas encontradas para alcançar o objetivo do Protocolo foram as 
seguintes: 
 comércio de emissões – permite aos países do Anexo I ou suas empresas 
que cumprirem a meta de redução comercializar o excedente com outros 
países ou empresas pertencentes também ao Anexo I. 
 
 
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 mecanismos de flexibilização: 
- implementação conjunta – permite a implementação em conjunto de 
projetos de redução de emissão por países ou empresas do Anexo I; 
- mecanismos de desenvolvimento limpo (MDL) – permitem o sequestro de 
carbono através de empreendimentos que reduzam o efeito estufa; isso é 
conseguido, por exemplo, através da plantação de florestas, cujas árvores têm a 
capacidade de estocar o carbono em seu processo de crescimento, limpando, 
assim, o ar. Esses projetos podem ser desenvolvidos por países não pertencentes 
ao Anexo I. 
No Brasil, algumas empresas têm empreendimentos de reflorestamento que 
poderão habilitá-las a emitir esses certificados. Entre elas a Peugeot e a Aracruz 
Celulose. Contudo, o primeiro projeto a receber autorização da ONU para a emissão 
de certificados é a NOVAGERAR, em Nova Iguaçu, no Estado do Rio de Janeiro. 
Embora a princípio pareça estranho negociar o direito de poluir, esse pode ser um 
caminho viável para países em desenvolvimento (FERREIRA, 2007). 
A expectativa é de que a venda desses títulos possa trazer recursos que 
permitam desenvolvimento sustentável. Essa atividade, contudo, deve ser vista com 
a devida prudência; as florestas, a longo prazo, também podem trazer poluição, pelo 
processo de queima de madeira. 
 
Vale guardar... 
Meio ambiente é a expressão que se refere, na verdade, a uma realidade 
complexa que abarca elementos naturais, sociais e culturais. 
Sua noção não está restrita ao ambiente natural, às reservas ecológicas e às 
plantas, mas sim em um todo no qual o ser humano e suas atividades estão 
inseridos. 
Meio ambiente é o conjunto dos agentes físicos, químicos, biológicos e dos 
fatores sociais susceptíveis de exercerem um efeito direto ou mesmo indireto, 
imediato ou a longo prazo, sobre todos os seres vivos, inclusive o homem (IBGE, 
2004). 
 
 
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29 
 
Embora já consagrada, a expressão “meio ambiente” é objeto de críticas. 
Conforme Sirvinskas (2002), a palavra meio refere-se àquilo que está no centro de 
alguma coisa, enquanto ambiente indica o lugar em que os seres vivos habitam. No 
entanto, a expressão já está consagrada, e, de fato, o que importa é ter de forma 
clara a ideia que a expressão encerra. Assim, a definição do meio ambiente, que 
também foi apropriada pela legislação nacional, embora criticada, reúne as 
seguintes características no que se refere ao seu entendimento: 
- meio ambiente natural – constituído pelo solo, água, ar atmosférico, flora, 
fauna, biosfera etc.; 
- meio ambiente artificial – formado por toda a complexidade do espaço 
urbano e rural, seus prédios, indústrias, ruas, árvores, loteamentos, logradouros 
públicos, plantações, usinas hidrelétricas etc.; e, 
- meio ambiente cultural – integrado por todo o patrimônio artístico, histórico, 
turístico, paisagístico, arquitetônico etc., podendo-se acrescentar aqui as relações 
econômico-sociais de forma geral. 
Será com base nesta visão, estabelecida de forma didática, que buscar-se-á 
abordar as questões que circundam os atuais problemas ambientais. Saliente-se, 
desde já, que o meio ambiente, pela própria extensão da definição, não pode ser 
analisado de forma isolada (tendo em vista a interação dos seus compartimentos), 
mas sim observado numa perspectiva sistêmica a que forçosamente a sua 
abordagem como bem da vida e da sociedade se reporta. 
 
 
 
 
 
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UNIDADE 4 – APLICAÇÕES DA ENGENHARIA AMBIENTAL 
 
 
Citamos na introdução as várias áreas de atuação do Engenheiro Ambiental. 
Não podemos nos furtar a apresentar algumas de suas aplicações, lembrando que 
embora nem todos os problemas sejam resolvidos na base de cálculos, estes fazem 
parte da essência da engenharia. 
São os cálculos, por meio de suas unidades e dimensões que possibilitam 
descrever o mundo físico. 
 
4.1 Dimensões e unidades 
Como unidades básicas temos a força (F), massa (M), comprimento (L) e 
tempo (T). As derivadas são calculadas por meio da manipulação aritmética de uma 
ou mais das dimensões fundamentais. Por exemplo: velocidade (comprimento pelo 
tempo – C/T), volume (L3). 
Ao acrescentar unidades aos números que não são adimensionais, são 
obtidos os seguintes benefícios práticos: 
 redução da chance de cometer erros nos cálculos; 
 redução do volume de cálculos e do tempo gasto na resolução dos 
problemas; 
 abordagem lógica do problema, ao invés da mera lembrança de fórmulas e de 
substituição de números nas mesmas; 
 fácil interpretação do significado físico dos números utilizados. 
Na resolução dos problemas, podem ser utilizados os dois sistemas de 
unidades mais comumente empregados. 
1. SI - Formalmente chamado de Le Système Internationale d’Unités ou 
Sistema Internacional de Unidades informalmente chamado de SI. 
2. AE – Ou Sistema Americano de Unidades de Engenharia. 
 
 
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O SI tem algumas vantagens sobre o sistema AE no que diz respeito à 
menor quantidade de nomes associados às unidades e à maior facilidade de 
conversão de um conjunto de unidades para outro. 
As tabelas abaixo relacionam as dimensões e suas respectivas 
representações para o SI e para o sistema AE. 
Dimensões e Representações para o SI 
 
Dimensões e Representações para o AE 
 
 
 
 
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No SI as unidades, com exceção do tempo, e seus múltiplos e submúltiplos 
estão relacionados por fatores designados por prefixos indicados na próxima tabela. 
Prefixos mais utilizados do SI: 
 
Problemas que não requerem soluções, estes podem ser solucionados com 
base nos seguintes passos: 
 definir cuidadosamente o problema; 
 introduzir hipóteses simples; 
 calcular uma resposta; 
 checar a resposta, tanto sistemática quanto realisticamente. 
Separação e balanço de materiais; reações, utilização de reatores, fluxo e 
balanço de energia também são meios para que a engenharia atinja seus objetivos. 
 
4.2 Saneamento, poluição hídrica, tratamento de água 
Várias são as doenças causadas por um meio ambiente poluído e 
desequilibrado, pois normalmente há a presença de substâncias tóxicas ou 
condições favoráveis à proliferação de microrganismos. Esses são, muitas vezes, 
nocivos à saúde humana e responsáveis por epidemias e endemias. As 
transmissões de doenças causadas por agentes biológicos podem ser por contado 
direto, através de vetores, de fontes e de dejetos, daí a necessidade de saneamento 
(FREIRE, 2013). 
 
 
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Ao conjunto de medidas que visa preservar ou modificar as condições do 
ambiente com a finalidade de prevenir doenças e promover a saúde, a qualidade de 
vida da população e melhorar a produtividade do indivíduo, como o abastecimento 
de água e disposição de esgotos, a coleta e tratamento do lixo, controle de animais 
e insetos, saneamento de alimentos, escolas, locais de trabalho e de lazer e 
habitações, dá-se o nome de saneamento. 
As doenças de veiculação hídrica têm sua origem nos despejos, pela falta de 
tratamento da água e do esgoto, ou na contaminação da água por metais pesados e 
substâncias tóxicas, principalmente pela atividade industrial e agrícola. Podemos 
citar como doenças de veiculação a cólera, hepatite e dengue. 
A falta de água e esgoto tratados são responsáveis pela maioria das 
doenças gastrintestinais. São muitas as doenças de veiculação hídrica, como a 
cólera, a hepatite e dengue. 
A poluição, que é qualquer alteração no ambiente que pode gerar impactos 
negativos, é o principal motivo da escassez de água, pois a torna imprópria para 
diversos usos e são várias as causas para a alteração das características químicas, 
físicas e biológicas da água. 
A presença de matérias orgânicas provenientes de esgotos, que 
normalmente são lançados aos corpos d'água sem nenhum tipo de tratamento, o 
lançamento de resíduos sólidos como o lixo, metais pesados provenientes de 
indústrias, detergentes não-biodegradáveis, materiais radioativos e de substâncias 
tóxicas lançadas pela agricultura (agrotóxicos e inseticidas), vazamento de depósitos 
ou dutos transportadores de produtos químicos, o derramamento de derivados de 
petróleo, a variação da temperatura e da coloração da água pelo despejo de 
indústrias, além do solo contaminado, do desmatamento e da destruição de reservas 
naturais, são os maiores responsáveis pela degradação da água. 
As matas ciliares, vegetações que se desenvolvem ao longo do curso 
d'água, protegem as margens dos mananciais e dos rios, evitando a erosão 
provocada pela chuva. Caso não haja essa proteção, a profundidade do rio vai 
diminuindo e a velocidade de escoamento de suas águas aumenta, favorecendo a 
erosão, enchentes em épocas chuvosas, e a seca em épocas de estiagem. 
 
 
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A lixiviação de fertilizantes usados na agricultura, o despejo de lixo e esgoto 
e o lançamento de efluentes industriais, contendo nitrogênio e fósforo, 
desencadeiam a eutrofização, que é um processo no qual o acúmulo de nutrientes 
no corpo d'água favorece um enorme crescimento de microrganismos que 
consomem rapidamente o oxigênio dissolvido, fazendo com que a concentração do 
mesmo caia drasticamente, prejudicando as espécies aeróbicas, tornando o meio 
anaeróbico, onde são produzidos gases, toxinas e odores desagradáveis. Pode 
ocorrer, em alguns casos, a proliferação de algas, uma vez que há um excesso de 
nutrientes e muita luz na superfície, sendo restritamente esse local onde as algas 
são favorecidas (FREIRE, 2013). 
Todas essas alterações ocasionam a morte de peixes e da flora, e 
inadequação da água para outros fins, desequilíbrio ecológico, alteração na estética 
do local. Dificultam o seu tratamento e consequentemente aumentam seu custo. 
A princípio, um curso d'água é capaz de se autorrestabelecer naturalmente, 
através de um processo de autodepuração, porém, o grande crescimento da 
população juntamente com a ocupação desordenada do espaço territorial e a 
expansão industrial são responsáveis pelo descarrego de toneladas de substâncias 
a cada ano, superando a velocidade de autodepuração do rio. 
Para a recuperação dos cursos d'água e para a garantia de água para todos, 
são necessárias medidas diversas como a implantação de sistemas de coleta e 
tratamento de esgoto, tanto domésticos, quanto industriais, sendo o primeiro de 
responsabilidade do órgão de saneamento do município e o segundo de 
responsabilidade da própria indústria (FREIRE, 2013). 
 
4.3 Resíduos, aterros controlados, incineração 
Nos grandes centros, a coleta e acondicionamentos dos resíduos sólidos 
urbanos são decisivos para que tais resíduos não prejudiquem os cursos d'água, 
tanto por despejo nas águas quanto pelo líquido percolado. 
 Os resíduos urbanos, ou lixo doméstico, são materiais descartados gerados 
por processos de origem residencial, comercial e pública, sendo incluídos os 
 
 
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de ruas e praças, que são denominados lixo de varrição. São encontrados 
papel, papelão, vidro, latas, plásticos, trapos, folhas, galhos e terra, restos de 
alimentos e madeira. O lixo, quando acondicionado inadequadamente, pode 
transmitir doenças, direta (organismos patogênicos nos resíduos) e 
indiretamente (pela água, solo e ar contaminados e através de animais como 
mosca e ratos). Quando contém resíduos perigosos, como produtos químicos 
nocivos ou oriundos de hospitais, representa maior risco à saúde humana. A 
queima inadequada do lixo libera na atmosfera gases extremamente tóxicos 
com grave prejuízo à saúde. 
 Resíduos da construção civil são provenientes de demolições e restos de 
obras e solos de escavações. O entulho é geralmente um material inerte 
passível de reaproveitamento, porém pode conter resíduos tóxicos como tinta 
e solvente. 
 Os resíduos especiais são gerados em serviços de saúde ou em indústrias, 
pois representam perigo à saúde pública e ao meio ambiente e necessitam de 
especificidades quanto ao seu acondicionamento, manuseio, transporte, 
tratamento e destino final. 
 Materiais radioativos, medicamentos, inflamáveis, reativos e tóxicos são 
exemplos desse tipo de resíduo. Constituem os resíduos sépticos. São do tipo 
especiais e são produzidos em hospitais, clínicas, laboratórios, farmácias, 
clínicas veterinárias e postos de saúde. Os resíduos assépticos destes locais, 
constituídos por papéis, restos da preparação de alimentos, resíduos de 
limpezas gerais e outros materiais que não entram em contato direto com 
pacientes ou com os resíduos sépticos, são considerados como domiciliares. 
Para a disposição final dos resíduos, há o aterro sanitário e o aterro 
controlado. O aterro sanitário é a melhor solução para a destinação final do lixo. O 
aterro controlado é um local utilizado para despejo do lixo coletado, no estado bruto, 
com cuidado de, após a jornada de trabalho, cobri-lo com uma camada de terra, sem 
causar danos ou riscos à saúde pública e à segurança, minimizando os impactos 
ambientais. Porém ainda oferece grandes riscos ao meio ambiente (FREIRE, 2013). 
 
 
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O aterro sanitário é uma área projetada sob critérios de engenharia e 
normas operacionais específicas, onde o lixo doméstico é depositado em camadas 
alternadas de lixo e solo, permitindo mantê-lo confinado sem causar maiores danos 
ao ambiente, minimizando odores, evitando incêndios e impedindo a proliferação de 
insetos e roedores. São necessários, antes da construção do aterro, estudos 
geológicos,geotécnicos e topográficos para que a área a ser projetada no aterro não 
comprometa o ambiente. 
A incineração, que consiste na queima do resíduo em altas temperaturas, 
tem a grande vantagem de reduzir o peso e o volume do material, além da 
eliminação da matéria orgânica e consequentemente a patogenicidade do resíduo, 
porém ainda é um método de altos custos. 
O maior problema da incineração é a poluição do ar pelos gases originados 
na combustão do lixo, sendo que, na maioria das vezes, não há quaisquer 
tratamentos desses gases, e a mão de obra não costuma ser especializada, 
agravando ainda mais esse problema. Para a garantia do ambiente, a combustão 
deve ser continuamente controlada, pois os incineradores podem provocar a 
volatilização de metais pesados e formar cinzas ricas em metais, principalmente 
mercúrio, chumbo e cádmio. 
Os gases da incineração do lixo são o gás carbônico (CO2); dióxido de 
enxofre (SO2); nitrogênio (N2); oxigênio (O2); água (H2O) e cinzas. 
O lixo hospitalar deverá ser incinerado sempre que possível, sendo o aterro 
sanitário a segunda opção. No caso do aterro sanitário, deverá ser aterrado em 
valas especiais. 
Quando o lixo é queimado indiscriminadamente em lixões, o problema é 
ainda maior, lançando no ar fuligem e produtos cancerígenos na atmosfera vizinha 
ao lixão. 
O lixão é um local onde os resíduos são jogados a céu aberto, e não há 
qualquer tipo de tratamento ou condições adequadas de acondicionamento, 
comprometendo o ambiente e a saúde pública. Ocorre a contaminação do solo e de 
lençóis freáticos pela percolação dos líquidos formados pela decomposição 
inadequada do lixo, liberação descontrolada de gases, que podem ser combustíveis 
 
 
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como o metano, proliferação de vetores, espalhamento de lixo por ação do vento, e 
atração de animais e pessoas, já que não há nenhum tipo de controle sobre a área. 
As Usinas de Lixo (Usinas de Triagem) são instalações simples, onde 
funcionários com a ajuda de maquinários – esteira rolante, eletroímãs e peneiras – 
separam os objetos recicláveis da massa principal do lixo que será compostada ou 
aterrada (massa orgânica). Os materiais separados na usina, devido à sujeira e 
contaminação, valem muito menos no mercado de recicláveis que aqueles coletados 
seletivamente. Sua operação tem custo alto, exigindo troca periódica de peças e um 
tempo “de descanso” para manutenção, sendo que o retorno financeiro de uma 
usina é nulo (FREIRE, 2013). 
 
4.4 Compostagem, contaminação dos solos, descontaminação 
A compostagem é um recurso para o aproveitamento dos restos orgânicos 
do lixo doméstico ou resíduos agrícolas. A decomposição biológica desses restos é 
induzida e otimizada através de técnicas de controle de temperatura, umidade e 
aeração de pilhas desse rejeito, favorecendo o crescimento e a atuação de 
microrganismos, garantindo a estabilidade da pilha e evitando odores 
inconvenientes. 
A decomposição se dá em algumas etapas. Na primeira, ocorre a 
decomposição da matéria orgânica facilmente degradável, há um grande aumento 
de temperatura (até os 70 graus) e, por esse aumento de temperatura, são 
eliminados os microrganismos patogênicos, ovos de parasitas e lavas de insetos. 
Essa etapa é de 10 a 15 dias. 
Na segunda etapa, que é a etapa de semimaturação, a temperatura da pilha 
de rejeito abaixa para 35-45 graus e, durante cerca de 60 a 120 dias, as bactérias, 
os actinomicetos e os fungos continuarão a atuar na decomposição da pilha. 
Por último, ocorre a etapa da maturação/humificação, na qual substâncias 
mais resistentes à decomposição como lignina e celulose são transformadas em 
substâncias húmicas pelos pequenos animais do solo como as minhocas. O húmus 
(composto) é formado pela matéria orgânica mais resistente à decomposição pelos 
 
 
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microrganismos. No solo, elas vão sendo lentamente decompostas pelos 
microrganismos e liberando nutrientes que são utilizados pelas raízes das plantas. 
Nessa etapa, a temperatura está entre 25-30 graus. 
Dessa decomposição resulta um composto orgânico biologicamente estável 
e pouco agressivo aos organismos do solo e plantas, e é aplicado ao solo 
melhorando suas características e aumentando a produção de vegetais, não 
ocasionando nenhum risco ao ambiente. Esse composto também pode ser usado 
como corretivo orgânico, principalmente de solos argilosos e arenosos, pobres em 
matéria orgânica. A matéria orgânica deixa o solo mais fofo e leve, possibilitando 
que as raízes utilizem a água e os nutrientes mais facilmente. 
Quando não há um monitoramento adequado, corre-se o risco de 
contaminação do solo pela infiltração do chorume e percolados. Essa contaminação 
pode ocorrer pela adição de resíduos líquidos, sólidos, gasosos e águas 
contaminadas que modificam suas características naturais e suas utilizações. 
O solo atua frequentemente como um filtro, tendo a capacidade de 
depuração e imobilizando grande parte das impurezas nele depositadas. No entanto, 
essa capacidade é limitada. 
Além da adição de substâncias, o solo sofre degradação por meio da 
desertificação, uso de tecnologias inadequadas e destruição de sua vegetação pelo 
desmatamento ou queimadas. 
O uso de adubos sintéticos modifica consideravelmente as características do 
solo, já que nem as plantas nem os microrganismos do solo conseguem absorver o 
excesso de nitrogênio e fósforo, aplicados na maioria das vezes, em grandes 
quantidades e sem nenhum manejo. 
O uso intensivo de agrotóxicos pode provocar acidez do solo, grande 
concentração de metais pesados, acarretar a salinização do solo e toxidade nas 
plantas. Eles podem ser pesticidas, fungicidas ou herbicidas. 
Há um aumento contínuo das doses de pesticidas, uma vez que, pela falta 
de um manejo adequado, muitos insetos criam resistência a eles. Com as chuvas, 
esses produtos químicos infiltram-se no solo e contaminam os lençóis d'água e 
 
 
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escorrem para os rios. No homem, esses produtos podem causar câncer e 
problemas no fígado. 
O desmatamento ocorre como resultado das atividades econômicas, como a 
agricultura, ou para a pecuária, quando a vegetação nativa é substituída por pasto, 
ou diretamente para o uso da madeira como fonte de energia (lenha e carvão). Além 
de comprometer a biodiversidade, deixa os solos descobertos e expostos à erosão, 
A desertificação atual é resultante da devastação, por meio de queimadas, e 
a introdução de plantas rasteiras que não protegem o solo contra a erosão e a 
exposição do sol. Ocorrendo a evaporação, até em zonas mais profundas, essa 
água sobe à superfície e leva sais e minerais que formam uma crosta impermeável, 
contribuindo ainda mais para a erosão e o desgaste do solo. O uso intensivo do solo, 
juntamente com a falta de técnicas de conservação e descanso, ocasiona a erosão 
comprometendo a produtividade. 
A irrigação mal conduzida provoca a salinização dos solos e inviabiliza 
algumas áreas e perímetros irrigados. O problema tem sido provocadotanto pelo 
tipo de sistema de irrigação, muitas vezes inadequado às características do solo, 
quanto, principalmente, pela maneira como a atividade é executada. 
A salinização é a degradação de terras férteis causada pelo excesso sal. Por 
ação da evaporação, o sal contido no solo e em pedras do subsolo se desloca 
através de espaços vazios existentes no solo e atinge a superfície prejudicando a 
produção agrícola. Também pode ocorrer um excesso de sais na camada superior 
do solo por carreamento. A atividade agrícola intensiva, a ocupação indevida do solo 
nas áreas urbanas e a retirada de material de áreas concentradas podem provocar 
ainda processos erosivos. 
A descontaminação de um solo pode ser in-situ, onde a descontaminação é 
feita no local, como a biorremediação, a injeção de ar e a lavagem do solo, ou ex-
situ, onde há a retirada do solo para tratamento no biorreator ou landfarming, e o 
confinamento da área contaminada, que é considerado um processo de solução 
provisória para o problema. 
A lavagem do solo é um tratamento físico-químico onde a substância que 
contamina o solo é transferida para um aceitador de fase líquida ou gasosa. Com 
 
 
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isso ocorre a separação do solo e de seus contaminantes. Outro tratamento físico-
químico é a injeção de ar, que acelera o processo de degradação dos poluentes. 
A biorremediação consiste na utilização de microrganismos para metabolizar 
os poluentes. Tanto o solo quanto a água contêm elevado número de 
microrganismos que, gradativamente, vão se adequando às fontes de energia e 
carbono do meio. Pode-se fazer as correções das condições ambientais para que o 
metabolismos dos mesmos seja otimizado, como a injeção de ar, controle de 
umidade, correção de pH ou fornecimento de nutrientes. 
Esses microrganismos podem ser nativos do solo ou introduzidos 
estrategicamente para conseguir um melhor resultado, podendo ser geneticamente 
modificados ou não. Esse tratamento biológico do solo diminui os riscos para a 
saúde pública, bem como para o ecossistema e, ao contrário da incineração ou dos 
métodos químicos, não interfere nas propriedades naturais do solo. 
A técnica ex-situ de landfarming é a disposição do resíduo no solo. No caso 
de um solo contaminado, é a mistura do solo poluído com um solo saudável, sob 
condições controladas para que haja a degradação e a imobilização dos 
contaminantes. 
Os biorreatores são sistemas completamente fechados que permitem o 
controle de emissões e possibilita, na maioria dos casos, a redução do tempo de 
processo. A utilização de biorreatores permite o monitoramento, maior controle das 
variáveis como a concentração balanceada de nutrientes, umidade, valor de pH e 
temperatura. 
Algumas técnicas ainda possuem altos custos, e, mesmo com as tecnologias 
atualmente disponíveis, uma parte dos solos contaminados ainda não é passível de 
descontaminação, por causa de problemas como emissões gasosas de alto risco e 
concentrações residuais muito elevadas. 
 
 
 
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4.5 Poluição do ar, geração de energia 
Várias outras atividades humanas, como a queima de combustível fóssil e a 
queima do lixo, liberam, na atmosfera, toneladas de substâncias nocivas ao sistema 
respiratório e à pele. 
A atmosfera é uma massa de gases onde permanentemente ocorrem 
reações químicas. Ela absorve uma variedade de sólidos, gases e líquidos 
provenientes de fontes naturais e industriais que podem se dispersar, reagir entre si 
ou com outras substâncias já presentes na atmosfera. 
A quantidade e qualidade dos poluentes emitidos por fontes industriais 
dependem de vários fatores, como as matérias-primas e combustíveis envolvidos no 
processo, a eficiência do processo, o produto fabricado e o grau de medidas de 
controle de emissões, e influenciam diretamente no tipo e concentração do poluente. 
O padrão de qualidade do ar define as concentrações máximas de um 
componente gasoso presente na atmosfera de modo a garantir a proteção da saúde 
e do bem-estar das pessoas. 
São poluentes atmosféricos, as partículas totais em suspensão, as partículas 
inaláveis, a fumaça, o ozônio, os dióxido de nitrogênio e de enxofre e o monóxido de 
carbono. 
As medidas visando à redução de tais poluentes na atmosfera são: 
diminuição da produção, substituição das matérias-primas e reagentes, mudança 
dos processos e as operações; diminuição das quantidades geradas, mudança dos 
combustíveis, boa manutenção dos equipamentos, mudança dos processos e 
operações; diluição através de chaminés elevadas (levando em conta o processo, a 
fonte geradora e às condições meteorológicas); adequada construção e manutenção 
dos edifícios, armazenamento dos produtos e adequada disposição de resíduos; 
concentrar os poluentes na fonte para tratamento efetivo antes do lançamento na 
atmosfera; retenção dos poluentes após geração através de equipamentos de 
controle de poluição do ar, como coletores secos, coletores inerciais e 
gravitacionais, ciclones, lavador venturi, lavador de leito, incineradores de gás, 
equipamentos absorventes e adsorventes. 
 
 
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Outra medida mitigadora é a utilização de gases que iriam poluir a atmosfera 
para a produção de energia. 
O biogás é formado pela decomposição de resíduos orgânicos depositados 
nos aterros e lixões e tem como um dos seus componentes o gás metano (CH4). O 
metano é um dos principais gases causadores do efeito estufa, fenômeno com 
elevado potencial de alterar o sistema climático do planeta. A busca por fontes de 
energia renováveis vem crescendo, porque as atuais formas de produção de energia 
trazem impactos negativos para o ambiente e para a população. 
No que diz respeito à produção de energia elétrica, diferentes fontes de 
energia alternativa podem diversificar ou incrementar a matriz energética atualmente 
existente, tais como a eólica, a solar, a biomassa e também a proveniente do biogás. 
A produção de energia nuclear obtém energia elétrica em larga escala. Essa 
energia pode ser obtida através da fissão nuclear do urânio, do plutônio, do tório, ou 
da fusão nuclear do hidrogênio. 
As usinas nucleares são usinas térmicas que aproveitam a energia do urânio 
e do plutônio. O principal impacto ambiental dessas usinas é a geração de lixo 
atômico, para o qual não há meio de descontaminação. 
A biomassa é uma forma indireta de aproveitamento da energia solar 
absorvida pelas plantas, já que resulta da conversão da luz do sol em energia 
química. É a matéria orgânica, de origem animal ou vegetal, que pode ser utilizada 
na produção energética, sendo pouco poluente em comparação a outras formas de 
obtenção. Todos os organismos biológicos que podem ser aproveitados como fontes 
de energia são chamados de biomassa. 
Entre as matérias-primas mais utilizadas estão a cana-de-açúcar, a 
beterraba e o eucalipto (dos quais se extrai álcool), o lixo orgânico (que dá origem 
ao biogás), a lenha e o carvão vegetal, além de alguns óleos vegetais (amendoim, 
soja, dendê e mamona)dos quais são feitos os biodieseis. O uso desse tipo de fonte 
renovável de energia está diminuindo a emissão de gases poluentes na atmosfera e 
não há a emissão de dióxido de carbono. 
 
 
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As usinas térmicas produzem energia elétrica através de um gerador que é 
impulsionado pela queima de combustível. Ao queimar, o combustível aquece uma 
caldeira com água, produzindo vapor com uma pressão tão alta que move as pás de 
uma turbina que, por sua vez, aciona o gerador. O combustível para as usinas 
térmicas pode ser carvão, óleo, gás natural e madeira. 
Os principais impactos ambientais negativos de usinas térmicas são a 
emissão de gases que contribuem para o efeito estufa, emissão de óxidos de 
enxofre e nitrogênio (no caso de queima de carvão e óleo) e geração de resíduos 
nas atividades de manutenção de seus equipamentos. 
A energia eólica é produzida através do acionamento de geradores por pás 
movidas por massas de ar, gerando energia elétrica. A energia dos ventos é 
considerada limpa, uma vez que é renovável e não requer combustões que 
produzam resíduos poluentes nem a destruição de recursos naturais. 
Para que sua produção seja rentável, é necessário que o local seja 
estrategicamente escolhido pela quantidade certa de ventos, e que haja o 
agrupamento de aerogeradores, o que normalmente é dificultado pelo seu alto custo. 
Os principais impactos ambientais dos geradores eólicos são a geração de 
ruídos, poluição visual, devido a seu grande porte e a interferência na rota de aves 
migratórias. 
A energia solar consiste na conversão direta da luz do sol em energia 
elétrica realizadas por painéis com células fotoelétricas, que transformam a energia 
luminosa do sol em energia elétrica. O aproveitamento da energia solar não é muito 
grande, pois o custo de produção dos painéis é elevado. 
A eletricidade a partir da luz solar causa baixo impacto ambiental, por não 
gerar nenhum tipo de resíduo diretamente, sendo considerada uma energia limpa, a 
qual restringe-se à matéria-prima necessária para a construção dos painéis 
fotovoltaicos (FREIRE, 2012). 
 
 
 
 
 
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UNIDADE 5 – DECISÕES EM ENGENHARIA AMBIENTAL 
 
Qualquer projeto de engenharia, grande ou pequeno, inclui em sua 
implantação uma série de decisões tomadas pelos engenheiros. Às vezes, tais 
decisões revelam-se equivocadas e suas consequências podem ser catastróficas, 
outras são corretas, sendo aprimoradas mostrando a responsabilidade e 
comprometimento do engenheiro não só para com a profissão, mas principalmente 
para com os seres vivos de maneira geral. 
Como diz Gray (2000 apud VESELIND E MORGAN, 2011), médicos 
normalmente só podem ferir uma pessoa por vez, ao passo que engenheiros têm 
potencial para ferir milhares devido a sistemas projetados incorretamente. 
Pois bem, vamos iniciar as considerações acerca das decisões em 
engenharia com um caso ocorrido na Pensilvânia, em 1948, que ilustra uma decisão, 
digamos, errada. 
O EPISÓDIO DONORA 
 
Era uma típica tarde de outono no oeste da Pensilvânia, o céu estava 
nublado e parado (Shrenk et al., 1949). Os moradores de Donora, pequena cidade 
às margens do Rio Monongahela, não prestaram muita atenção àquilo que parecia 
ser um dia especialmente carregado. Já tinham visto dias piores. Algumas pessoas 
lembravam-se de dias em que o ar estava tão pesado que era possível ver a 
poluição pairando no ar. Naquela tarde de sábado, as crianças se preparavam para 
o desfile de Halloween, e os rapazes estavam envolvidos com os preparativos para 
o jogo de futebol americano do colegial. O técnico do time adversário era contra a 
realização do jogo. Afirmava que o técnico do Donora havia encomendado aquela 
nuvem de poluição que pairava sobre o campo. Se alguém fizesse um passe, 
ninguém veria a bola e os jogadores da retranca não conseguiriam fazê-la 
reaparecer. 
Foi um dia cinzento e nublado muito diferente: até o fim da noite do dia 26 de 
outubro, 11 pessoas morreram e mais 10 morreriam nas horas seguintes. A nuvem 
de poluição estava tão densa que os médicos que atendiam os doentes perdiam-se 
 
 
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no trajeto de uma casa para outra. Na segunda-feira, quase metade da população 
da cidadezinha de 14 mil habitantes estava ou nos hospitais ou de cama em casa 
com fortes dores de cabeça, vômitos e cólicas. Os animais domésticos sofreram 
mais que todo mundo: os passarinhos morreram, e muitos cães e gatos já estavam 
mortos ou agonizando. Até as plantas das casas sucumbiram aos efeitos do smog 
(neblina esfumaçada). 
Não havia ambulâncias nem hospitais suficientes, e muitas pessoas 
morreram por falta de cuidados imediatos. Os bombeiros foram acionados. Traziam 
tanques de oxigênio para atender apenas aqueles que estivessem em piores 
condições. Como não havia oxigênio para todo mundo, foram distribuindo o que 
tinha em doses reduzidas para cada um e seguiam adiante para atender mais 
pessoas. 
Quando a atmosfera finalmente clareou no dia 31 de outubro, seis dias 
depois da intensa neblina e fumaça tóxica, restaram os rastros de uma tragédia de 
imensas proporções (à medida que tragédias da qualidade do ar começaram a ser 
conhecidas) e as consequências foram terríveis. A publicidade em torno do incidente 
em Donora provocou uma conscientização sobre o controle da qualidade do ar nas 
comunidades americanas. Segundo os funcionários da saúde, se a neblina 
continuasse por mais uma noite, quase 10 mil pessoas teriam morrido. 
Que fatores contribuíram para que essa tragédia ocorresse em Donora? 
Em primeiro lugar, Donora era uma cidade metalúrgica, com três grandes 
fábricas instaladas: de aço, de fios e cabos, e de zinco para galvanização dos cabos. 
As três fábricas juntas produziam fios galvanizados. O transporte era feito pelo Rio 
Monongahela até os mercados mundiais, e a disponibilidade de matérias-primas e 
mão de obra confiável (em geral, importada da Europa oriental) tornou a cidade 
muito próspera. Naquela tarde de sábado, quando a condição da qualidade do ar na 
cidade ficou crítica, as fábricas diminuíram a produção, mas, aparentemente, os 
administradores não perceberam que suas empresas eram as responsáveis diretas 
pelas condições de saúde dos habitantes de Donora. Apenas no domingo à noite, 
quando foram informados sobre a tragédia, é que fecharam os fornos e as chaminés 
das fábricas. 
 
 
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Em segundo lugar, Donora está localizada às margens do Rio Monongahela, 
com altos rochedos no entorno, formando uma bacia com a cidade bem no meio 
(ilustrações abaixo). 
 
 
 
 
 
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 Na noite de 25 de outubro de 1948, ocorreu uma inversão térmica nas 
condições do vale. 
Essa condição meteorológica, sem ter nada a ver com poluição, limitou o 
movimento ascendente do ar e criou uma espécie de barreira sobre o vale. Os 
poluentes emitidos pelas fábricas não conseguiram sair e ficaram presos sob a 
barreira, produzindo um nível crescente de concentrações tóxicas. 
As metalúrgicas alegaram que não eram responsáveis pelo acidente. Na 
verdade, não se registrou nenhuma falha durante a investigação realizada. As 
empresas estavam operando de acordo com a lei e não obrigavam nenhum operário 
a trabalhar em suas fábricas, ou morar em Donora. Na falta de legislação específica, 
as empresas não se sentiram obrigadas a pagar pelo equipamento para combater a 
poluição, nem a alterar seus processos de fabricação para reduzir a poluição do ar. 
Os empresários acreditavam que, se fossem os únicos a pagar pelo equipamento e 
por sua instalação para combater a poluição, estariam em desvantagem competitiva 
e seriam obrigados a encerrar suas atividades. 
 
 
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A tragédia obrigou o estado da Pensilvânia e também o governo federal a 
tomar uma atitude, que contou com o único e grande feito, enviando a Lei do Ar 
Limpo ao Congresso em 1955, mas apenas em 1972, a lei federal começou a 
vigorar. Em Donora e nas imediações de Pittsburgh, entretanto, ninguém nunca 
confirmou as péssimas condições do ar, o que constituía um requisito para manter 
bons empregos e prosperidade. 
A imprensa de Pittsburgh cobriu a tragédia de Donora comparando-a com 
uma fuga da cadeia. Até o início da década de 1950 havia o medo de que, se as 
pessoas protestassem contra a poluição, as fábricas fechariam e não haveria 
emprego para mais ninguém. No entanto, a fábrica de zinco, a principal responsável 
pela formação da neblina tóxica, foi fechada apenas em 1957, e as outras duas só 
encerraram suas atividades dez anos mais tarde. Atualmente, Donora não se parece 
mais com a antiga cidade, porém entrou para a história em razão do significativo 
episódio que deu início à nossa atual mobilização na direção do compromisso com o 
ar limpo (VESILIND; MORGAN, 2011). 
A história acima ilustra como são importantes e, muitas vezes cruciais, as 
decisões de engenharia, as quais perpassam por muitos estudos e 
multidisciplinares. 
Veremos a seguir algumas dimensões que envolvem as escolhas e tomadas 
de decisões por parte dos engenheiros ambientais. 
 
5.1 Baseadas em análises técnicas 
Em engenharia, raramente há “o melhor jeito” de se projetar alguma coisa. 
Se já houvesse um melhor jeito, a engenharia se estagnaria, a inovação cessaria e a 
paralisia técnica iria se estabelecer. Assim como temos de reconhecer que não há 
uma única obra de arte perfeita, como, por exemplo, uma pintura, também não 
existe uma instalação perfeita de tratamento de água. Se houvesse uma pintura ou 
uma instalação perfeita, todas as instalações de tratamento do futuro se pareceriam 
com ela, assim como todas as pinturas seriam iguais (VESILIND; MORGAN, 2011). 
Até pouco tempo, por exemplo nas avalições escolares, tínhamos apenas 
uma questão certa dentre as opções. As demais eram erradas. Esse conceito, esse 
 
 
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modo de “ensinar” felizmente tem mudado. Hoje é preciso analisar, interpretar e 
vários podem ser os caminhos para se chegar a um consenso, a um modo de 
resolver determinados problemas. 
Na prática da engenharia, muitas decisões técnicas podem estar certas, de 
modo que um problema pode apresentar várias soluções técnicas igualmente 
corretas. Por exemplo, um esgoto pode ser construído com concreto, ferro fundido, 
aço, alumínio, porcelana, vidro e muitos outros materiais. Com os procedimentos 
adequados de projetos de engenharia, esse esgoto permitiria a descarga do fluxo e, 
portanto, seria tecnicamente correto. 
As decisões técnicas têm como característica a possibilidade de ser 
verificadas por outros engenheiros. Antes que um desenho de projeto deixe o 
escritório de engenharia, ele é verificado várias vezes para assegurar que as 
decisões técnicas estejam corretas; ou seja, se estrutura/máquina/processo 
funcionarão como desejado se tudo for construído conforme as especificações. As 
decisões técnicas, portanto, são claramente calculadas e podem ser avaliadas e 
verificadas por outros profissionais competentes. 
Ao executarmos análises técnicas, frequentemente, não dispomos de todas 
as informações necessárias para tomar decisões. Portanto, é necessário fazer 
suposições. Estas, é claro, devem ser realizadas a partir dos melhores dados 
disponíveis, com uma pitada (às vezes generosa) de bom-senso. Por exemplo, ao 
estimarmos a taxa de geração de resíduos sólidos de uma comunidade, seria melhor 
coletar dados sobre a geração naquela comunidade (por exemplo, através de 
análise dos registros dos coletores de lixo) em vez de confiar em médias nacionais, 
pois cada comunidade é única. Além disso, os engenheiros normalmente não 
projetam sistemas que durem apenas um ou dois anos; portanto, as projeções 
devem ser feitas a partir da população futura da comunidade e de padrões de 
geração de resíduos. 
Evidentemente, as pressões da prática moderna exigem não apenas que as 
decisões de engenharia sejam efetivas (ou seja, funcionem), mas também que 
sejam econômicas (funcionem a um custo mínimo). Nesse sentido, enquanto os 
cálculos técnicos são capazes de resolver questões técnicas, as questões de custo 
 
 
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exigem uma forma diferente de tomada de decisões em engenharia – a análise 
econômica. 
 
5.2 Baseadas em análises econômicas 
Normalmente, os engenheiros trabalham para um empregador ou cliente o 
qual exige que várias alternativas para a solução de um problema de engenharia 
sejam analisadas com base nos custos. Por exemplo, se um engenheiro municipal 
está considerando a compra de veículos de coleta de refugos e descobre que pode 
adquirir caminhões caros com capacidade de grande compactação dos resíduos, 
tornando, assim, a viagem ao aterro mais eficiente, ou caminhões baratos que 
exigem mais viagens ao aterro, como ele saberá qual é menos dispendioso para a 
comunidade? Obviamente, a alternativa de menor custo total (com todos os dados 
de custos fornecidos) seria a decisão mais racional. 
Além das dificuldades de estimar os custos necessários, a análise 
econômica é complicada devido ao fato de que o dinheiro muda de valor com o 
tempo. Aqui podemos citar a questão da inflação, dos investimentos mais rentáveis 
(aplicar para render mais dinheiro ou aplicar em uma obra, por exemplo). 
De modo similar, não faz sentido algum somar os custos operacionais 
anuais de uma instalação ou peça de equipamento no período correspondente (em 
anos, no caso) à toda a vida útil do equipamento, pois, novamente, os valores serão 
diferentes a cada ano e a soma desses valores seria como somar maçãs e laranjas, 
uma vez que o dinheiro muda de valor com o tempo. Porexemplo, se uma 
comunidade gastar R$ 4.000,00 para operar e manter um caminhão de coleta de lixo 
durante um ano e R$ 5.000,00 no ano seguinte, a comunidade precisará de menos 
de R$ 9.000,00 investidos para cobrir as despesas (o mesmo conceito se aplica à 
poupança pessoal para futuras despesas como faculdade ou aposentadoria). 
Essa questão pode representar um problema para as comunidades que 
estão tentando apenas compreender quanto custa construir instalações ou operar 
serviços públicos. 
 
 
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A técnica utilizada para contornar essa dificuldade é comparar os custos de 
diversas alternativas com base no custo anual ou no valor presente do projeto. No 
cálculo do custo anual, todos os custos representam o dinheiro de que a 
comunidade precisa anualmente para operar determinada instalação e recompor o 
débito. Os custos operacionais são estimados ano a ano e os custos de capital são 
calculados como as reservas anuais necessárias para cobrir os débitos durante a 
vida útil esperada do projeto. 
No caso do cálculo do valor presente, os custos de capital são as reservas 
necessárias para construir as instalações e os custos operacionais são calculados 
como se o dinheiro a ser pago por elas estivesse disponível hoje e fosse depositado 
no banco para ser utilizado pela operação durante sua vida útil esperada. Um projeto 
com um custo operacional mais alto exigiria um investimento inicial maior para se ter 
reservas suficientes, a fim de pagar o custo de operação. 
O método do custo anual ou o do valor presente são, na maioria dos casos, 
um método aceitável de comparação entre diferentes soluções alternativas. A 
conversão de custo de capital em custo anual e o cálculo do valor presente do custo 
operacional podem ser executados de modo mais rápido utilizando-se tabelas (ou 
calculadoras pré-programadas). 
 
5.3 Baseadas em análises de custo/benefício 
Na década de 1940, o Bureau of Reclamation (agência responsável pelo 
gerenciamento de águas, que, no Brasil, corresponde ao Departamento de 
Gerenciamento de Águas) e o Corpo de Engenheiros do Exército dos EUA 
disputaram os dólares dos cofres públicos em sua busca por represar todos os rios 
com fluxo livre de água no país. 
Para convencer o Congresso da necessidade de projetos importantes de 
armazenamento de água, foi desenvolvida uma técnica chamada análise de custo-
benefício. Esse processo mostrou-se tão útil quanto fácil. Ao se considerar um 
projeto, compara-se uma estimativa de seus benefícios decorrentes com os custos 
incorridos, por meio do valor obtido pela divisão dos benefícios pelos custos. Se 
essa razão custo-benefício for maior do que 1,0, o projeto é claramente viável, 
 
 
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sendo que os projetos com os quocientes custo-benefício mais altos devem ser 
construídos primeiro, pois fornecerão maior retorno sobre o investimento. 
Submetendo seus projetos a essa análise, o Bureau e o Corpo de Engenheiros 
puderam argumentar em favor de um aumento nos gastos dos fundos públicos e 
conseguiram classificar os projetos propostos em ordem de prioridade. 
Como no caso da análise econômica, os cálculos nas análises de custo-
benefício, são expressos em termos monetários. Por exemplo, os benefícios de um 
canal poderiam ser calculados como economias monetárias em custos de 
transporte. Mas, alguns benefícios e custos (como ar limpo, flores, rafting, odores 
ruins, poluição de lençóis freáticos e ruas sujas) não são facilmente expressos em 
termos monetários. No entanto, tais benefícios e custos são muito reais e de algum 
modo devem ser incluídos na análise. Uma solução é simplesmente forçar a 
atribuição de valores monetários a esses benefícios. 
Na estimativa de benefícios de lagos artificiais, por exemplo, as vantagens 
recreacionais são calculadas prevendo-se quanto as pessoas estariam dispostas a 
pagar para utilizar essas instalações. Há, é claro, muitas dificuldades em usar essa 
técnica. O valor atribuído a um real varia substancialmente de pessoa para pessoa, 
e algumas se beneficiam mais de projetos públicos do que outras, mas todos 
compartilham o custo. Devido aos problemas envolvidos na estimativa desses 
benefícios, eles podem ser exagerados para aumentar o quociente custo-benefício. 
Assim, é possível justificar, praticamente, qualquer projeto em função de benefícios 
que podem ser ajustados conforme a necessidade (VESILIND; MORGAN, 2011). 
 
5.4 Baseadas em análises de risco 
Com frequência, os benefícios de um projeto proposto não são itens simples, 
como valores recreacionais, mas trazem preocupações mais sérias de saúde 
humana. Quando a vida e a saúde entram nos cálculos de custo-benefício, as 
análises são classificadas de análises de risco/custo/benefício para indicar que há 
pessoas em risco. Nos últimos anos, ficaram mais conhecidas como análises de 
risco. 
 
 
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Essa análise é dividida ainda em avaliação de risco e gerenciamento de 
risco. A primeira envolve um estudo e análise dos efeitos potenciais de certas 
ameaças à saúde humana. Utilizando informações estatísticas, a avaliação de risco 
objetiva ser uma ferramenta para proporcionar informações adicionais importantes à 
tomada de decisões. O gerenciamento de risco, por outro lado, é o processo de 
redução de riscos considerados inaceitáveis. 
Em nossa vida diária, aplicamos os dois casos continuamente. Fumar 
cigarros é um risco para nossa saúde e é possível calcular seus potenciais efeitos. 
Parar de fumar é um método de gerenciamento de risco, pois seu efeito é reduzir o 
risco de morrer de certas doenças. De fato, o risco de morrer por qualquer motivo é 
de 100%. A profissão médica ainda não salvou ninguém da morte. A questão, 
portanto, é quando a morte irá ocorrer e qual será sua causa. Há três modos de se 
calcular o risco de morrer devido a uma determinada causa. 
Primeiro, o risco pode ser definido como o quociente do número de mortes 
em uma dada população exposta a um poluente pelo número de mortes em uma 
população não exposta a determinado poluente. Isso corresponde a Risco = D1 / D0, 
onde D1 = número de mortes em uma dada população exposta a um poluente 
específico por unidade de tempo, Do = número de mortes em uma população de 
tamanho similar não exposta ao poluente por unidade de tempo. 
Um segundo método de se calcular riscos é determinar o número de mortes 
em razão de várias causas por população e comparar esses quocientes. Ou seja: D 
Risco relativo de morrer da causa A = DA / P, onde DA = número de mortes devido à 
uma causa A em uma unidade de tempo; P = população. 
Alguns riscos são aceitos por nossa escolha, enquanto outros são impostos 
externamente a nós. Escolhemos, por exemplo, beber álcool, dirigir carros ou voar 
de avião. Cada uma dessas atividades apresenta um risco calculado, pois todos os 
anos morrem pessoas em consequência do abuso de álcool, acidentes de carros e 
de aviões. A maioria de nós pondera subconscientemente esses riscos e decide 
arriscar. Normalmente, as pessoas são capazes deaceitar certos riscos se a 
probabilidade de morte devida à causa do risco for da ordem de 0,01, ou seja, 1% do 
total das mortes seja atribuído à respectiva causa (VESILIND; MORGAN, 2011). 
 
 
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Alguns riscos, no entanto, decorrem de imposições externas e pouco 
podemos fazer em relação a eles. Por exemplo, a expectativa de vida de pessoas 
que vivem em atmosferas urbanas poluídas é, consideravelmente, menor do que a 
de pessoas que vivem experiências idênticas, mas respirando ar puro. Não há muito 
a fazer sobre esse risco (exceto mudar-se), no entanto, trata-se do tipo de risco de 
que as pessoas mais se ressentem. 
De fato, estudos mostraram que a aceitabilidade de um risco involuntário é 
de ordem 1.000 vezes menor do que a aceitabilidade de um risco voluntário. Esse 
comportamento humano pode explicar porque as pessoas que fumam cigarro ainda 
assim reclamam da qualidade do ar ou por que as pessoas dirigem embriagadas 
indo a uma audiência pública para protestar contra a construção de um aeroporto 
devido ao medo de um acidente aéreo. 
Algumas agências federais e estaduais utilizam uma análise de risco 
modificada em que o benefício é uma vida salva. Por exemplo, se um certo tipo de 
guard-rail de autoestradas deve ser instalado, é possível que seu uso reduza de 
algum número a expectativa de fatalidades nessa via. Se um valor foi atribuído a 
cada vida, o benefício total pode ser calculado como o número de vidas salvas 
vezes o valor de uma vida. Estabelecer esse número é tanto uma decisão de 
engenharia como de política pública, respondendo, idealmente, à opinião pública. 
A verdade é que os cálculos de risco estão repletos de incerteza. Por 
exemplo, o relatório da Academia Nacional de Ciências sobre sacarina conclui que, 
durante os próximos 70 anos, a expectativa de casos de câncer de bexiga em 
humanos decorrente de exposição diária a 120 mg de sacarina, nos EUA, pode 
variar de 0,22 a 1.144.000 casos. Esse é um intervalo bastante impressionante, 
mesmo em toxicologia. O problema, obviamente, é que temos de extrapolar dados 
com diferenças de muitas outras ordens de magnitude e que, frequentemente, não 
são de humanos, mas de outras espécies, exigindo, assim, uma conversão. No 
entanto, as agências governamentais encontram-se cada vez mais na situação de 
ter de tomar decisões com base nesses dados espúrios (VESILIND; MORGAN, 
2011). 
a) Procedimento de análise de risco ambiental 
 
 
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A análise de risco ambiental se dá em diferentes etapas. 
1. Definir a fonte e o tipo do poluente em questão. De onde ele vem? De que 
poluente se trata? 
2. Identificar os modos e as taxas de exposição. Como chega até os seres 
humanos e como pode causar problemas de saúde? 
3. Identificar os receptores em questão. Quem são as pessoas em risco? 
4. Determinar o potencial de impacto do poluente à saúde do receptor. Ou 
seja, definir a relação dose-resposta ou os efeitos adversos observados em doses 
específicas. 
5. Decidir qual é o impacto aceitável. Que efeito é considerado baixo o 
suficiente para ser aceitável ao público? 
6. Com base no efeito permissível, calcular o nível aceitável para o receptor 
e, em seguida, calcular as emissões máximas permitidas. 
7. Se a emissão ou descarga for atualmente (ou planeja-se que seja) maior 
do que o máximo permitido, determinar qual tecnologia é necessária para garantir 
que esse limite não seja superado. 
A definição da fonte e do tipo de poluente, geralmente, é mais difícil do que 
possa parecer. Suponha que uma usina de tratamento de um resíduo perigoso será 
construída próxima a uma área povoada. Que tipos de poluentes devem ser 
considerados? Se a usina for misturar e combinar vários resíduos perigosos durante 
a redução de sua toxicidade, quais produtos desse processo devem ser avaliados? 
Em outros casos, a identificação tanto do poluente como de sua fonte constitui um 
problema simples, como o da produção de clorofórmio durante a adição de cloro à 
água potável ou o da gasolina de um vazamento de tanque de armazenamento 
subterrâneo. 
A definição do modo pode ser razoavelmente direta, como no caso da 
cloração da água. Em outras situações, como o efeito do chumbo atmosférico, o 
poluente pode entrar no corpo humano de várias formas, incluindo alimentação, pele 
e água. 
 
 
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A definição do receptor pode causar dificuldade, uma vez que nem todos os 
seres humanos apresentam o tamanho e a altura padrão. A Agência de Proteção 
Ambiental (EPA, Environmental Protection Agency) dos EUA tentou simplificar essas 
análises, sugerindo que todos os seres humanos adultos tivessem 70 kg, vivessem 
por 70 anos, bebessem 2 litros de água diariamente e respirassem 20 m3 de ar todos 
os dias. Esses valores são utilizados para a comparação de riscos. 
A definição do efeito é uma das etapas mais difíceis na análise de risco, pois 
presume certa resposta do corpo humano aos diferentes poluentes. Tornou-se lugar-
comum considerar dois tipos de efeitos: os cancerígenos e os não cancerígenos. 
Assume-se que a curva de dose-resposta de substâncias tóxicas não 
cancerígenas seja linear em função de um limiar. Como apresentado na curva A da 
Figura abaixo, uma baixa dose de determinada toxina não causaria problemas 
mensuráveis; entretanto, qualquer aumento maior do que o limiar terá um efeito 
prejudicial. Considera-se aceitável, por exemplo, a ingestão de certa quantidade de 
mercúrio, pois é impossível mostrar que ela tenha qualquer efeito prejudicial sobre a 
saúde humana. No entanto, altas doses apresentam, documentadamente, impactos 
negativos. 
Algumas toxinas, como o zinco, são, na verdade, nutrientes necessários 
para nosso sistema metabólico e, portanto, para a saúde. A ausência dessas 
substâncias químicas em nossa dieta pode ser prejudicial, mas altas doses podem 
ser tóxicas. Um exemplo disso é a curva B na mesma ilustração. 
A curva de dose-resposta de produtos químicos que causam câncer ainda 
está em discussão. Algumas autoridades sugerem que a curva seja linear, partindo 
de efeito zero em concentração zero, com o efeito danoso aumentando linearmente 
como apresentado na curva C da ilustração. Toda dose finita de um cancerígeno 
pode causar um aumento finito na incidência de câncer. De um ponto de vista 
alternativo, o corpo é resistente a pequenas doses de cancerígenos e há um limiar 
abaixo do qual não há efeito adverso (similar à curva A). 
 
 
 
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b) Gerenciamento do risco ambiental 
Se é de responsabilidade do governo proteger as vidas de seus cidadãos 
contra invasões estrangeiras e ataques criminosos, é igualmente sua 
responsabilidade proteger a saúde e a vida de seus cidadãos de outros perigos 
potenciais, como a queda de pontes e os poluentes tóxicos do ar.No entanto, o 
governo possui um orçamento limitado, por isso espera-se que esse dinheiro seja 
distribuído de modo a atingir os maiores benefícios de saúde e segurança. Se dois 
produtos químicos estiverem colocando as pessoas em risco, é racional despender 
fundos e esforços para eliminar a substância que apresente o maior risco. 
Contudo, isso é realmente o que desejamos? Suponha, por exemplo, que 
seja mais eficiente economicamente gastar mais dinheiro e recursos para tornar as 
minas de carvão mais seguras do que para executar missões heroicas de resgate 
em caso de acidentes. Pode ser mais “eficiente em relação a riscos” empregar o 
dinheiro disponível em segurança, eliminar todas as equipes de resgate e, 
simplesmente, aceitar os poucos acidentes inevitáveis que ocorrerão. Porém, como 
não haverá mais equipes de resgate, os mineradores presos por algum acidente 
serão deixados a sua própria sorte. No entanto, o efeito líquido geral seria que 
menos vidas de mineradores de carvão serão perdidas. 
Mesmo que essa conclusão fosse eficiente em relação aos riscos, nós a 
consideraríamos inaceitável. A vida humana é considerada sagrada. Esse valor não 
significa que infinitos recursos devam ser dirigidos para salvar vidas, mas que, em 
vez disso, um dos rituais sagrados de nossa sociedade é tentar salvar pessoas em 
 
 
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necessidade aguda ou crítica, como vítimas de acidentes de trânsito, mineradores 
de carvão presos em minas, entre outros. Assim, o cálculo puramente racional, como 
o do exemplo dos mineradores acima, pode não nos levar a conclusões que 
consideremos aceitáveis (VESILIND; MORGAN, 2011). 
Nessas análises de risco, os benefícios geralmente são apenas para os 
seres humanos e constituem benefícios de curto prazo. De modo similar, os custos 
determinados em uma análise econômica de custos constituem custos 
orçamentários reais, dinheiro que provém diretamente dos bolsos da agência. 
Os custos relacionados à degradação ambiental e os custos de longo prazo, 
que são muito difíceis de quantificar, não são incluídos nesses cálculos. O fato de 
que os custos ambientais e de longo prazo ainda não possam ser considerados 
nessas análises, aliado ao clamoroso abuso de análises de custo-benefício pelas 
agências governamentais, torna necessário aplicar outra ferramenta de tomada de 
decisões – a análise de impacto ambiental. 
 
5.5 Baseadas em análises de impacto ambiental 
 
Mais uma vez tomando por base exemplos americanos citados por Vesilind 
e Morgan (2011), em 12 de janeiro de 1970, o Presidente Nixon assinou a Lei de 
Política Ambiental Nacional dos EUA (NEPA, National Environmental Policy Act), 
que tinha como intuito “encorajar a harmonia produtiva e agradável entre o homem e 
seu meio ambiente”. Como em outras legislações criativas e inovadoras, a lei 
continha muitas cláusulas que eram difíceis de implantar na prática. No entanto, 
essa lei forneceu o modelo de legislação ambiental logo adotado pela maior parte do 
mundo ocidental. 
A NEPA estabeleceu o Conselho de Qualidade Ambiental (CEQ, Council on 
Environmental Quality), que deveria vigiar as atividades federais que afetassem o 
meio ambiente. O CEQ era diretamente subordinado ao presidente. A forma pela 
qual esse conselho monitoraria as atividades federais significativas em relação ao 
impacto sobre o meio ambiente era um relatório chamado avaliação de impacto 
ambiental (EIS, Environmental Impact Statement). Essa cláusula da NEPA pouco 
 
 
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considerada, inserida na Seção 102, estipula que a EIS deve constituir inventário, 
análise e avaliação do efeito de um projeto planejado sobre a qualidade ambiental. 
A EIS deve ser escrita primeiro em minuta pela agência federal em questão 
e para cada projeto significativo, em seguida, essa minuta deve ser submetida à 
opinião pública. Por fim, o relatório é reescrito, levando-se em consideração o 
sentimento do público e os comentários de outras agências governamentais. 
Quando concluída, a EIS é submetida ao CEQ (hoje Secretaria de Política Ambiental 
da Casa Branca) que, então, deve fazer uma recomendação ao presidente sobre a 
sensatez de se implantar o projeto. 
O impacto da Seção 102 da NEPA sobre as agências federais foi traumático, 
pois não haviam sido providas com mão de obra ou treinamento, nem preparadas 
“psicologicamente” para aceitar essa nova restrição (como elas a viam) em suas 
atividades. Assim, os primeiros anos da EIS foram tumultuados, com muitas disputas 
sobre a adequação dos relatórios de impacto ambiental levadas à Justiça. 
O conflito, é claro, surgia quando a alternativa econômica ou aquela com 
maior quociente custo-benefício, resultava também no maior impacto ambiental 
adverso. As decisões precisavam ser tomadas e, frequentemente, o custo-benefício 
vencia o impacto ambiental. É importante, no entanto, que, a partir de 1970, a 
consideração do efeito do projeto sobre o meio ambiente passou a ser obrigatória, 
enquanto, antes disso, tais preocupações não eram sequer reconhecidas, que dirá 
incluídas em processos de tomada de decisões. 
As agências governamentais tendem a conduzir estudos internos de impacto 
ambiental e propor apenas os projetos que apresentem tanto um quociente custo-
benefício alto como baixo impacto ambiental adverso. A maioria das avaliações de 
impacto ambiental são, dessa maneira, escritas como a justificação de uma 
alternativa que já foi selecionada pela agência. 
Uma reorganização na Casa Branca resultou na extinção do Conselho de 
Qualidade Ambiental e o estabelecimento de uma Secretaria de Política Ambiental 
da Casa Branca. Essa secretaria executa as funções do CEQ, bem como estabelece 
a política ambiental em seu mais alto nível. É importante notar que a abolição do 
 
 
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CEQ e a criação da nova Secretaria não altera a necessidade de se revisar as 
minutas de EISs, aplicando-se ainda as exigências da NEPA. 
Embora o antigo CEQ tenha desenvolvido algumas diretrizes praticamente 
completas para a EIS, o formato dessa avaliação ainda é variável e julgamentos e 
informações qualitativas consideráveis (alguns diriam prejulgamentos) entram em 
todas as EISs. Cada agência parece ter desenvolvido sua própria metodologia 
dentro das restrições das diretrizes do CEQ, tornando-se difícil alegar que um 
formato seja superior a outro. Como não há EIS padrão, a discussão a seguir é uma 
descrição das várias alternativas dentro do modelo geral. Sugere-se que a EIS deve 
ter três partes: inventário, análise e avaliação. 
 
a) Inventário 
A primeira tarefa na elaboração de uma EIS é a coleta de dados, como 
informações hidrológicas, meteorológicas e biológicas. Uma relação das espécies de 
plantas e animais na área em questão, por exemplo, deve ser incluída no inventário. 
Não deve ser feita nenhuma decisão nesse estágio, pois todos os aspectos 
levantados pertencem ao inventário. 
 
b) Análise 
O segundo estágio constitui a parte analítica. Trata-se da parte mecânica da 
EIS, na qual os dados coletadosno inventário são inseridos em mecanismos de 
avaliação e os números são processados adequadamente. Muitas metodologias de 
análise já foram sugeridas; como: 
a. importância do impacto; 
b. magnitude do impacto; 
c. natureza do impacto (se negativo ou positivo). 
 
 
 
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c) Avaliação 
A comparação dos resultados do procedimento de análise e o 
desenvolvimento das conclusões finais estão inseridos na avaliação. É importante 
reconhecer que as duas etapas anteriores, inventário e análise, constituem 
processos simples e diretos em comparação com a etapa final, que exige 
julgamento. Durante a etapa do desenvolvimento da EIS, as conclusões são escritas 
e apresentadas. Normalmente, o leitor da EIS lê apenas as conclusões e nunca se 
preocupa em rever todos os pressupostos que entram nos cálculos de análise, 
sendo importante incluir na avaliação o teor de tais cálculos e enfatizar o nível de 
incerteza da etapa de análise. 
 
5.6 Baseadas em análise ética 
 
De acordo com o senso comum, uma pessoa ética é uma pessoa com altas 
qualidades. Similarmente, considera-se uma pessoa moral quando a mesma tem 
determinadas opiniões convencionais sobre sexo. Concepções incorretas. 
A moral constitui os valores que as pessoas escolhem para orientar o modo 
como devem tratar umas às outras. Um valor moral, nesse sentido, pode ser falar a 
verdade, e, desse modo, algumas pessoas escolherão ser sinceras. Tais pessoas 
são consideradas pessoas morais com relação à verdade por agirem de acordo com 
suas convicções morais. Se, no entanto, uma pessoa não der valor à sinceridade, 
dizer a verdade será irrelevante e essa pessoa não terá um valor moral relacionado 
à sinceridade. Na verdade, é possível manter uma perspectiva moral de que sempre 
se deve mentir e, nesse caso, uma pessoa seria considerada moral se mentisse, 
pois assim ela estaria agindo conforme sua convicção moral. 
A maioria das pessoas racionais concordará que é muito melhor viver em 
uma sociedade em que as pessoas não mintam, enganem ou roubem. Certamente, 
existem sociedades em que essas coisas ocorrem, mas, tendo escolha, a maioria 
das pessoas não gostaria de se comportar desse modo e escolheria viver em 
sociedades em que todos compartilhassem valores morais que fornecessem 
benefícios mútuos. 
 
 
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Embora seja bastante óbvio concordar que não é aceitável mentir, enganar 
ou roubar, e que a maioria das pessoas não fará isso, um problema muito mais difícil 
é decidir o que fazer quando surgem conflitos entre valores. Por exemplo, suponha a 
necessidade de se mentir para o cumprimento de uma promessa. Como podemos 
decidir o que fazer quando os valores diferem? Em questões econômicas, ocorre 
uma situação similar. Nesse caso, como decidimos qual projeto realizar com 
recursos limitados? Conforme discutido anteriormente, utilizamos a análise de custo-
benefício. De que forma, então, tomar uma decisão diante de conflitos de valores 
morais? Utilizando uma análise ética. 
A ética fornece um modelo sistematizado de tomada de decisões quando os 
valores entram em conflito. A seleção da natureza e da função dessa ferramenta de 
tomada de decisões depende dos próprios valores morais de quem a utiliza. Tanto a 
análise econômica como a de custo-benefício são métodos para tomada de 
decisões com base (principalmente) financeira. 
A análise de risco calcula o potencial de danos à saúde e a análise de 
impacto ambiental fornece meios para decidir com base em efeitos de longo prazo 
sobre os recursos. De modo similar, a ética é um modelo para a tomada de 
decisões; no entanto, os parâmetros de interesse não são dinheiro ou dados 
ambientais, mas valores. 
Disso decorre que, como a ética é um sistema de tomada de decisões, uma 
pessoa ética é aquela que toma decisões com base em um sistema ético. Qualquer 
sistema! 
O aspecto mais importante de qualquer código ou sistema de ética adotado 
por alguém é que se deve estar preparado para defender que esse é um sistema 
que todos deveriam empregar. Se a defesa desse sistema ético for ineficiente ou 
equivocada, ele será considerado inadequado, e, assim, uma pessoa racional o 
abandonaria e buscaria outro cuja adoção por todos pudesse ser defendida. 
Filosofias à parte, vamos situar o engenheiro ambiental! 
Os métodos de tomada de decisões disponíveis aos engenheiros estendem-
se dos mais objetivos (técnicos) aos mais subjetivos (éticos). O método inerente de 
tomada de decisões é o mesmo em todos os casos. O problema primeiro é 
 
 
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analisado – separado e visto de muitas perspectivas. Quando todos os números 
estão disponíveis e as variáveis estão avaliadas, as informações são sintetizadas 
em uma solução. Então, essa solução é vista como um todo para checar se ela “faz 
sentido” ou, o que talvez seja mais importante, “pareça certa”. Esse processo é 
particularmente válido nas decisões éticas, em que, raramente, há números para 
comparação. 
Conforme as decisões de engenharia passem de técnicas para éticas, elas 
se tornam cada vez menos quantitativas e cada vez mais sujeitas aos gostos 
pessoais, prejulgamento e preocupações do responsável pelas decisões. Seria 
razoável sugerir que em algum ponto tais decisões deixam de ser verdadeiramente 
decisões de engenharia? Não foram poucos os engenheiros importantes que 
defenderam eloquentemente as decisões técnicas como as únicas verdadeiras 
decisões de engenharia. Outras preocupações devem ser deixadas a um “tomador 
de decisões” indefinido, que presumidamente possua treinamento e bases para tais 
resoluções, das quais o engenheiro talvez não seja capaz e, certamente, não é 
responsável, cabendo a este fornecer apenas uma engenharia que funcione. Essa 
visão, é claro, libertaria o engenheiro, de todo julgamento (não técnico) e o tornaria 
um robô virtual inteligente, trabalhando às ordens de seu cliente ou empregador. 
Sob tal argumento, as consequências sociais de suas ações (como elas afetam a 
sociedade como um todo) são de pouco interesse, contanto, que seu cliente ou 
empregador seja bem atendido. 
Felizmente, a maioria dos engenheiros não aceita essa negligência. 
Reconhecemos que a engenharia, talvez mais do que outras profissões, pode fazer 
diferença (lembrem a fala de Gray sobre médicos e engenheiros). Os projetos que 
envolvem mudança ambiental ou manipulação precisarão, invariavelmente, dos 
serviços de um engenheiro profissional. Estamos, assim, moralmente 
comprometidos, como talvez uma engrenagem indispensável na roda do progresso, 
para buscar as melhores soluções não apenas tecnicamente, mas também 
econômica e eticamente. 
 
 
 
 
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REFERÊNCIAS 
 
REFERÊNCIAS BÁSICAS 
 
BRAGA, B.; HESPANHOL, Evanildo. Introdução à Engenharia Ambiental: o desafio 
dodesenvolvimento sustentável. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2005. 
VESILIND, P. Aarne; MORGAN, Susan M. Introdução à Engenharia Ambiental. Trad. 
da 2 ed. norte-americana. São Paulo: Cengage Learning, 2011. 
ZILBERMAN, Isaac. Introdução à Engenharia Ambiental. Canoas: Ed. Ulbra, 2004. 
 
REFERÊNCIAS COMPLEMENTARES 
 
 
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fortalece o papel da engenharia ambiental no combate a desastres naturais no país 
(2012). Disponível em: http://www.aneam.org.br/noticias/carreira/1330-os-melhores-
cursos-de-engenharia-ambiental-do-brasil 
ASSOCIAÇÃO NACIONAL DOS ENGENHEIROS AMBIENTAIS (ANEAM). 
Contextualizando a engenharia ambiental. Disponível em: 
http://www.aneam.org.br/noticias/noticias-internas/88-contextualizando-a-
engenharia-ambiental 
BARONI, Margareth. Ambiguidades e deficiências do conceito de desenvolvimento 
sustentável. Revista de Administração de Empresas, São Paulo, 32(2): 14-24, 
abr./jun.1992. 
BRASIL. Portaria nº 1.693, de 05 de dezembro de 1994. Brasília: Ministério da 
Educação e Cultura. 
CAPRA, Fritjof. O ponto de mutação. São Paulo: Cultrix, 1982. 
CHAGAS, Rubens Koloski. Entrevista ao portal g1. Guia de carreiras: engenharia 
ambiental (2012). Mercado dos engenheiros ambientais está entre os mais 
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carreiras/noticia/2012/05/guia-de-carreiras-engenharia-ambiental.html 
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Valorando a natureza: análise econômica para o desenvolvimento sustentável. Rio 
de Janeiro: Campus, 1994. 
 
 
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CONFEA. Resolução nº 218, de 29 de junho de 1973. Disponível em: 
http://normativos.confea.org.br/ementas/visualiza.asp?idEmenta=556&idTipoEmenta
=1&Numero= 
CONFEA. Resolução nº 447, de 22 de setembro de 2000. Dispõe sobre o registro 
profissional do engenheiro ambiental e discrimina suas atividades profissionais. 
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DIAS, Reinaldo. Gestão ambiental: responsabilidade social e sustentabilidade. São 
Paulo: Atlas, 2009. 
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FREIRE, Marina Cecília. Saneamento ambiental. Disponível em: 
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TORRES, Vidal Félix Navarro; GAMA, Carlos Diniz da. Engenharia ambiental 
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SANTOS, Rafael Carvalho de Oliveira; BARBOSA FILHO, Olavo; GIORDANO, 
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