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RESPONSABILIDADE TRIBUTÁRIA - Ambos decorrem de lei Responsável NÃO tem relação direta e pessoal com o fato gerador, mas deve ter alguma espécie de relação. Art. 128. Sem prejuízo do disposto neste capítulo, a lei pode atribuir de modo expresso a responsabilidade pelo crédito tributário a terceira pessoa, vinculada ao fato gerador da respectiva obrigação, excluindo a responsabilidade do contribuinte ou atribuindo-a a este em caráter supletivo do cumprimento total ou parcial da referida obrigação. Caso do IPVA Deve comunicar a transferência, se não comunicar é responsável solidário pelas penalidades. Art. 134 da Lei nº 9.503/97 (CTB) Só penalidades, não IPVA Súmula 585-STJ: A responsabilidade solidária do ex-proprietário, prevista no art. 134 do Código de Trânsito Brasileiro – CTB, não abrange o IPVA incidente sobre o veículo automotor, no que se refere ao período posterior à sua alienação. Modalidades de Responsabilidade Motivo em que surge o vínculo entre o responsável e o Fisco. Por transferência: muda-se num momento posterior – transfere a obrigação Por substituição: muda-se no momento em que ocorreu o fato gerar – substitui o contribuinte Doutrina Crítica: solidariedade CTN Crítica: por infrações Responsabilidade por transferência A lei altera o pólo passivo da relação depois da ocorrência do fato gerador Ex.: IPTU Transferência de contribuinte para responsável Transferência de responsável para responsável Responsabilidade por substituição Altera-se o “devedor” desde a ocorrência do fato gerador. Desde o início. O contribuinte nunca teve o dever de pagar o tributo. Ex.: reter imposto de renda na fonte 2 espécies: Regressiva (“para trás” ou antecedente) Progressiva (“para frente” ou subsequente) Substituição tributária regressiva Pessoas ocupantes das posições anteriores na cadeia de produção e distribuição devem pagar o tributo no lugar daqueles que ocupam as posições posteriores. Quando se fala em “para frente” ou “para trás” deve-se usar como base a pessoa que será substituída. A C B Em regra, o vendedor é quem deve pagar o tributo, pois é ele quem ganhará dinheiro. Nesse caso, por determinação legal, quem pagará o tributo será B (indústria de laticínios). B está substituindo A (que está atrás dele) na obrigação de pagar o tributo. Provavelmente ele compra mais barato, porque abate o imposto. B vende para C e paga o imposto, pois é o contribuinte (quem lucra com a venda). Vende mais caro porque embute o imposto. C vende para o consumidor e tenta tirar a diferença do imposto que pagou para D. Substituição tributária progressiva Pessoas ocupantes das posições anteriores pagam o tributo no lugar daqueles que estão nas posições posteriores. Substitui-se quem está na frente A D C B Regra: Quem vende paga Aqui, a refinaria (A) paga todos os impostos A – B = A realmente é contribuinte B – C = A é responsável C – D = A é responsável Usa-se um valor presumido. Presume-se a quanto será vendido o produto ao consumidor final. A refinaria paga tudo e depois acrescenta o valor no preço. É constitucional cobrar por algo que não aconteceu? Pense no Direito Penal, mesma regra. Entendimento do STJ: “com o pagamento antecipado não ocorre recolhimento do imposto antes da ocorrência do fato gerador. O momento da incidência do tributo fixado por lei não se confunde com a cobrança do tributo”. - Não há recolhimento do tributo - Há antecipação do pagamento – espécie de cautela Para acabar com a dúvida, veio a EC 03/1993, que acrescentou o art. 150, § 7º na CRFB/88: Art. 150... § 7º A lei poderá atribuir a sujeito passivo de obrigação tributária a condição de responsável pelo pagamento de imposto ou contribuição, cujo fato gerador deva ocorrer posteriormente, assegurada a imediata e preferencial restituição da quantia paga, caso não se realize o fato gerador presumido. STF entendeu que mesmo antes da EC, era constitucional esse método de cobrança. Restituição Fato gerador não ocorrer ou se verificar que foi pago imposto a maior Fato gerador não ocorrer: imediato e preferencial restituição Estoque de cervejas que vence. Quem paga? Pede, se não houver restituição em 90 dias ele abate na próxima compra. Pagamento a maior Crise faz com que o dono do bar tenha que vender a cerveja mais barato, de R$ 5,50 por R$ 3,00. - Presunção de valor, relativa ou absoluta? - Qual a função deste método de cobrança? Como não há nada na CRFB/88, alguns Estados, a exceção de Pernambuco, São Paulo, Santa Catarina e Paraná, passaram a entender que não deviam pagar nada. Convênio ICMS 13/1997 Alagoas entrou com uma ADI, na qual o STF considerou o Convênio constitucional, porque nele a não restituição gerava outros benefícios Pernambuco e São Paulo entraram com ADI contra as suas próprias leis internas para não restituir mais. Em outubro de 2016 o STF julgou improcedentes as ADIS dos 02 Estados, por entender que não restituir , sem outra contraprestação, fere os direitos básicos do contribuinte Entretanto, modulou a decisão, só vale para novos casos e para aqueles que ainda não haviam transitado em julgado. A substituição para frente vale, mesmo antes da EC 03/1993 Não ocorreu o fato gerador, deve-se restituir imediatamente É possível não haver restituição do valor pago a maior, se houver outro benefício fiscal, caso contrário, deve restituir E se o bar vendeu a cerveja mais caro?
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