Buscar

Direito tributário

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 13 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 13 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 13 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

TRIBUTÁRIO
CONCEITO
Direito tributário positivo é o ramo didaticamente autônomo do direito, integrado pelo conjunto das proposições jurídico-normativas que correspondem, direta ou indiretamente, à instituição, arrecadação e fiscalização de tributos. É o conjunto de normas jurídicas que disciplina a atividade de tributação, levada a efeito pelo Estado e pelas entidades a ele relacionadas, de forma a que na cobrança de tributos e de penalidades pecuniárias decorrentes da infração a deveres tributários se observem critérios e limites pré-estabelecidos. 
	Como o Estado se financia
	Receitas de Direito Privado (receitas originárias)
	Receitas de Direito Público (receitas derivadas)
	Exploração do Patrimônio:
	Reparações de guerra
	a) Locações
	Multas
	b) Atividades econômicas por meio de sociedades de economia mista
	Tributos
	c) Contratos administrativos
	
Multas e tributos são receitas distintas.
FONTES DO DIREITO TRIBUTÁRIO
Constituição Federal
Leis Complementares
Leis Ordinárias
Medidas Provisórias
Decretos
Resoluções
Atos administrativos
Instruções Normativas
Jurisprudência
O que é tributo?
Art. 3º, CTN. Tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada.
Nem toda prestação pecuniária é um tributo. É necessário atender a todos os requisitos cumulativamente. 
O tributo é obrigatório, não é optativo ou alternativo. É obrigação compulsória instituída por lei. É requisito de validade, não de existência.
Art. 150, CF. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao DF e aos Municípios:
I - exigir ou aumentar tributo sem lei que o estabeleça;
 
A pessoa não é obrigada a pagar se não houver lei que o obrigue.
O tributo é e deve ser exigido de todos, indistintamente como forma de fazer frente as despesas públicas. As multas têm caráter de punição por infração à legislação. Tudo que for sanção não é tributo, por mais penoso que seja pagar aquele tributo. A multa não é tributo, é penalidade. Se o tributo não é cumprido, ele pode ensejar uma multa. Pode haver execução fiscal de multa, embora não seja um tributo. 
A atividade administrativa plenamente vinculada o qual se refere o artigo alude a competência tributária. O poder de tributar é prerrogativa do Poder Público de acordo com a competência constitucional e mediante a atividade administrativa do lançamento para exigir o tributo. O lançamento permite a exigibilidade do tributo. 
Todo tributo precisa de um ato de lançamento. Art. 142, CTN. Compete privativamente à autoridade administrativa constituir o crédito tributário pelo lançamento, assim entendido o procedimento administrativo tendente a verificar a ocorrência do fato gerador da obrigação correspondente, determinar a matéria tributável, calcular o montante do tributo devido, identificar o sujeito passivo e, sendo caso, propor a aplicação da penalidade cabível. Parágrafo único. A atividade administrativa de lançamento é vinculada e obrigatória sob pena de responsabilidade funcional. 
E o FGTS? É tributo?
É prestação pecuniária, compulsória, decorre de lei, não é penalidade. É cobrada por meio de ato administrativo vinculado… 
NÃO. As contribuições ao FGTS não têm natureza tributária. O FGTS, originalmente concebido como substitutivo da estabilidade no emprego, tem natureza social trabalhista, e destina-se a constituir um pecúlio para o trabalhador. O fato de suas contribuições serem cobradas e sua aplicação ser administrada pelo Estado não as transforma em receita pública, como já afirmou, enfaticamente, o STF (Pleno, RE 100.249/SP, Min. Oscar Corrêa, Rel. p/ acórdão Min. Neri da Silveira, DJ de 01-07-1988, p. 16903)
O STF no ARE709.212 (rel. Min. Gilmar Mendes) fixou o entendimento de que o FGTS não tem natureza tributária ou previdenciária.
É um direito do trabalhador, com essa natureza prevista no art. 7º, III da CF/88.
O FGTS não é tributo, pois, apesar de preencher os requisitos do CTN, ele não é receita pública, isto é, ele é pago diretamente ao trabalhador. Não passa pelo Estado. A condição de receita pública é inerente ao tributo. 
O conceito de tributo trazido pelo CTN não faz referência à condição de receita pública, pois ela é inerente ao tributo. Tal receita pode ser destinada ao próprio ente tributante ou a terceiros, pessoas de direito público ou mesmo de direito privado, desde que sem fins lucrativos, que exerçam atividade do interesse público, como é o caso dos sindicatos (art. 8º, IV, da CF) e aos entes sociais autônomos (art. 240 da CF). É por essa característica que se afasta a natureza tributária da contribuição ao FGTS que, implicando depósito em conta vinculado em nome do empregado que, caracteriza-se como vantagem trabalhista.
A anuidade da OAB é um exemplo de tributo pago a terceiro. 
 
Tarifa de ônibus não é tributo. Pedágio não é tributo. Ter tributo embutido não faz com que seja tributo, pois está sendo pago a um particular e não a uma pessoa jurídica de direito público ou privado.
NATUREZA JURÍDICA DO TRIBUTO
Art. 4º, CTN. A natureza jurídica específica do tributo é determinada pelo fato gerador da respectiva obrigação, sendo irrelevantes para qualificá-la:
I - a denominação e demais características formais adotadas pela lei;
II - a destinação legal do produto da sua arrecadação.
Fato gerador é todo fato que a lei prevê como tributável. Exercer a propriedade de um imóvel urbano, isto é, ser proprietário, é o fato gerador.
Base de cálculo é o montante que a lei vai definir e sobre esse montante se baseará o tributo que será pago. O valor do imóvel é a base de cálculo. 
Alíquota é tanto o valor fixo quanto um percentual que aplicado sobre a base de cálculo permitirá que se pague o imposto. Pega a alíquota, aplica sobre a base de cálculo e vai adimplir a relação com o Estado que advém do fato gerador.
CRÉDITO TRIBUTÁRIO
Decorre da obrigação principal e tem a mesma natureza da obrigação principal. A obrigação principal será sempre a obrigação de pagar. A obrigação acessória é tudo aquilo que se faz para auxiliar o fisco na fiscalização e na arrecadação. Exemplo: a declaração de imposto de renda é a obrigação acessória e o imposto que está sendo pago é a obrigação principal. 
O crédito tributário é o nome que se dá à formalização da obrigação tributária principal depois que esta se torna líquida, certa e exigível por meio do lançamento. 
Art. 142, CTN. Ato privativo da Autoridade Administrativa. É a forma como se constitui o crédito tributário (via ato administrativo).
Verifica a ocorrência do fato gerador
Determina a matéria tributável
Calcula o montante devido
Identifica o sujeito passivo » contribuinte ou responsável
Se o caso, propõe a aplicação da penalidade (quando é o caso de aplicação de multa)
É ato vinculado e obrigatório, sob pena de responsabilidade funcional 
Não pode impor o crédito se o indivíduo não tiver praticado o fato. Não pode impor o IPVA se o indivíduo não tiver comprado um automóvel. 
Contribuinte é aquele que tem relação direta com o fato gerador. Responsável é aquele que não praticou o fato gerador, mas tem obrigação de pagar o tributo por força de lei. Essa pessoa pode tanto receber a transferência obrigação tributária ou ter que pagar em nome de outra pessoa.
São três as formas de lançamento tributário:
Lançamento por declaração: não se confunde com declaração de imposto de renda, pois esta é uma obrigação acessória. No lançamento por declaração, tanto o contribuinte como o Fisco concorrem para tal lançamento. O início do lançamento se dá pela entrega, pelo contribuinte, de declaração. Baseado na informação prestada pelo contribuinte, o Fisco realiza o cálculo do tributo devido. Art. 147, CTN.
A constituição do crédito se dá por parte do Fisco, após as informações prestadas pelo contribuinte. O Fisco só consegue saber dessas informações quando o contribuinte declara, se o contribuinte não fizerisso, sem essas informações a Administração desconhece a princípio, a ocorrência do fato gerador. Após a ciência dada pelo sujeito passivo é que a administração pública calcula o valor do tributo tornando- exigível.
O contribuinte noticia ter praticado o fato gerador e o valor da base de cálculo. Somente então é que a fazenda pública tem condição de apurar o valor do tributo. 
Em regra, o lançamento por declaração é aplicado ao ITBI (imposto municipal) e ITCMB (imposto municipal. O contribuinte declara o valor do bem doado).
Lançamento por homologação: ocorre quando a legislação atribui ao sujeito passivo o dever de antecipar o pagamento, sem exame prévio da autoridade administrativa devendo, ainda, levar informações à autoridade administrativa que pode, homologar ou não a informação prestada. Art. 150, CTN.
O pagamento antecipado + homologação = extinção do crédito tributário. 
A Fazenda pode constatar que o contribuinte pagou a menor taxa e efetuar a cobrança. O prazo para efetuar essa cobrança é decadencial.
O objeto da homologação não é o pagamento. É a apuração do montante devido, de sorte que é possível a homologação mesmo que não tenha havido pagamento (...) Prestadas as informações e feito o pagamento antecipado, o decurso do prazo de cinco anos a partir do fato gerador da respectiva obrigação implica homologação tácita. O crédito tributário estará constituído pelo lançamento e extinto pelo pagamento antecipado. Prestadas as informações e não efetuado o pagamento antecipado não se opera a homologação tácita porque este tem apenas a finalidade de afirmar a exatidão do valor apurado para emprestar ao pagamento antecipado o efeito extintivo do crédito. Não pode cogitar de homologação tácita sem que tenha ocorrido pagamento. 
Lançamento direto ou de ofício: nessa modalidade, o sujeito passivo não participa do ato de lançamento. O sujeito ativo é quem toma as atitudes de realizar o lançamento, verificando a ocorrência do FG, identificando o sujeito passivo, calculando o valor do tributo devido e, assim, constituindo o crédito mediante notificação ao sujeito passivo.
Se dará, também, nas hipóteses previstas em lei ou quando o sujeito passivo não cumprir obrigações acessórias referentes a tributos sujeitos ao lançamento por homologação ou por declaração. Art. 149, CTN.
O lançamento de ofício ocorre quando o sujeito passivo deveria ter feito alguma coisa e não fez, quando a Fazenda não sabe que na relação entre o contribuinte e o Fisco existe uma falha, quando há sonegação, etc. Logo, sempre que o tributo for lançamento por homologação ou declaração e houver uma falha por parte do contribuinte, o Fisco poderá lançar de ofício. 
Então, a figura do lançamento por ofício independe da atuação do sujeito passivo. 
No lançamento por arbitramento, as informações que o contribuinte tem não são suficientes e a Fazenda arbitra o montante. Por exemplo, imagine uma fábrica de confecção clandestina que não registra nada que produz. O Fisco observará qual é a possível receita dessa empresa e baseado nessa informação, arbitrará o montante e aplicará os tributos sobre esse montante. 
A Fazenda não pode se valer da sua competência tributária tresloucadamente, deve respeitar as limitações que a CF exige.
PRINCÍPIOS GERAIS
Legalidade
Art. 150, CF. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à união, aos estados, ao DF e aos municípios:
I – exigir ou aumentar tributo sem lei que o estabeleça;
Está se referindo a lei ordinária que cria tributo. A Constituição não cria tributo, ela prevê legislações específicas para isso. Não se pode criar ou majorar tributo que não seja por lei. Cada ente tributante precisa da sua própria lei, mesmo existindo as leis de normas gerais.
Art. 97, CTN. Instituir, extinguir tributos, majorar, reduzir, definir fato gerador, definir sujeito passivo, fixação de alíquota e base de cálculo, fixar penalidades, suspensão extinção e exclusão do crédito, dispensa e redução de penalidades necessita de lei.
A CF recepcionou o CTN com o status de lei complementar. 
Só há sanção se houver previsão em lei. Só há tributação se houver previsão em lei.
O parágrafo 1º do artigo 97 do CTN também preconiza que equipara-se à majoração do tributo a modificação da sua base de cálculo, que importe em torná-lo mais oneroso. O parágrafo 2º prevê que não constitui majoração de tributo a atualização do valor monetário da respectiva base de cálculo. Nada impede que essa correção ou atualização seja feita por decreto, mas a majoração deve ser feita por lei. 
Súmula 160, STJ. É defeso, ao Município, atualizar o IPTU, mediante decreto, em percentual superior ao índice oficial de correção monetária. 
O artigo 146 da CF reserva quais são as matérias reservadas à lei complementar, são elas:
Dispor sobre conflitos de competência, em matéria tributária, entre a União, os Estados, o DF e os Municípios.
Regular as limitações constitucionais ao poder de tributar;
Definição de tributos e de sus espécies, seus respectivos fatos gerados, bases de cálculo e contribuintes;
Adequado tratamento tributário ao ato cooperativo praticado pelas sociedades cooperativas;
Definição do tratamento diferenciado às microempresas. 
Aquilo que é matéria própria de lei complementar, não pode ser alvo de MP. Se não for matéria própria de lei complementar, pode.
Tributos que podem ser alterados por ato do executivo (art. 153, parágrafo 1º, CF): imposto de importação, imposto de exportação, IPI e IOF. Devem ser alterados dentro dos limites que a CF estabeleceu, seja pra cima ou pra baixo. Se for acima do teto ou abaixo, tem que ser por nova lei. 
CIDE – Combustíveis (Art. 177, parágrafo 4º, CF) » alíquota pode ser reduzida e reestabelecida por ato do executivo. Não pode ser acima daquilo que já estava previsto em lei. 
Isonomia
Art. 150, CF. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao DF e aos Municípios:
II - Instituir tratamento desigual entre contribuintes que se encontrem em situação equivalente, proibida qualquer distinção em razão de ocupação profissional ou função por eles exercida, independentemente da denominação jurídica dos rendimentos, títulos ou direitos;
Isto é, os contribuintes não podem ser separados pela função exercida, pelos títulos, denominação. Todo mundo tem que receber o mesmo tratamento, obviamente que com respeito a base de cálculo de cada um. Outro ponto, é que pode haver tratamento diferente de acordo com a natureza das pessoas jurídicas (uma multinacional não pode ser tratada como uma empresa simples é tratada) e ainda na condição de pessoas jurídicas, o tratamento pode ser diferenciado pelas condições e tamanhos dessas empresas. 
A isonomia não se aplica apenas para a criação ou cobrança de tributos, mas também na concessão de isenções, que devem ser isonômicas. Exemplo: recentemente, o Estado de São Paulo determinou que a isenção de IPVA para pessoas com deficiência somente seria concedida se o carro necessitasse de algum tipo de adaptação. Essa lei é não é isonômica.
Irretroatividade
Art. 150, CF. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao DF e aos Municípios.
III - Cobrar tributos:
a) em relação a fatos geradores ocorridos antes do início da vigência da lei que os houver instituído ou aumentado;
É também chamado de princípio da não surpresa. Sempre se aplica a lei vigente a época da ocorrência do fato gerador. Inclusive, se um fato gerador foi praticado no momento em que houve a redução de uma alíquota, essa alíquota será aplicada. Sempre retroage a lei vigente a época do fato gerador, mas nunca retroage a lei nova a fato anteriormente praticado, salvo exceções. 
Exceções à irretroatividade
Norma expressamente interpretativa (art. 106, CTN); Isto é, aquela norma que não cria tributo, nem majora, mas é de mera interpretação. Pode ser uma norma que esclareça uma relação jurídica, por exemplo. 
Retroatividade mais benéfica (art. 106, II, “a”, “b” e “c”,CTN); Esta exceção somente ocorre nos casos de aplicação de penalidade. Sobrevindo uma lei nova mais benéfica, ela pode ser retroagir. Contudo, se a sanção já foi aplicada, a retroatividade não ocorre. Além disso, não há retroatividade para a aplicação de tributo. A base do tributo continua sendo a mesma da época devida, em caso de não pagamento, somente a multa será diferente caso surja lei posterior mais benéfica. Se já pagou, não pode reaver a multa e requerer a aplicação da lei mais benéfica. 
Exemplo: se um indivíduo deixa de pagar um tributo em 2016 e é executado em 2021, ele terá que pagar o tributo de acordo com a lei vigente em 2016. Contudo, a multa pelo não pagamento PODE SER diferente se houver lei mais benéfica vigente em 2021.
Norma que institui novos critérios de apuração ou fiscalização (art. 144, §1º, CTN).
Exemplo: imagine que amanhã haja uma lei que preconiza que não existe mais sigilo bancário no Brasil e a Fazenda pode acessar seus dados independente de decisão judicial e verificar se a sua conta de pessoa física está batendo com a sua declaração. Descobre que não há igualdade entre o que consta na conta e o que foi declarado. Então a Fazenda vai fiscalizar esse indivíduo com base na legislação da época, mas se valendo dos novos critérios de fiscalização. Não está aumentando imposto, modificando a alíquota. Apenas retroagindo a lei para usar os critérios de apuração novos, desde que não aumente tributo, nem crie nova responsabilidade.
Anterioridade
Art. 150, CF. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao DF e aos Municípios:
III - Cobrar tributos:
b) no mesmo exercício financeiro em que haja sido publicada a lei que os instituiu ou aumentou;
Não existe a possibilidade de um tributo ser criado ou majorado e cobrado no mesmo ano. O contribuinte fica protegido. Mudança de fluxo do pagamento não é majoração, nem criação de um tributo, embora em alguns casos possa gerar impactos na organização econômica do contribuinte, mas nada como uma majoração ou instituição de tributo.
Súmula vinculante nº 50. Norma legal que altera o prazo de recolhimento de obrigação tributária não se sujeita ao princípio da anterioridade. 
Anterioridade Nonagésimal
Art. 150, CF. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao DF e aos Municípios:
III - Cobrar tributos:
c) antes de decorridos noventa dias da data em que haja sido publicada a lei que os instituiu ou aumentou, observado o disposto na alínea b;
A alínea b e a c não se excluem, mas se complementam. 
Exemplo: indivíduo praticou o fato gerador e em 10 de março houve a criação de um tributo. Aplicando a alínea c, deverá ser contado 3 meses da data da criação do tributo para que ele seja aplicado a esse fato gerado, em tese em 10 de junho, mas não se pode esquecer de aplicar a alínea b, portanto, apesar de passado os 3 meses, o tributo somente será cobrado em janeiro do ano seguinte. 
Exemplo: indivíduo praticou o fato gerador em 30 de outubro houve a criação de um tributo. Aplicando a alínea c, deverá ser contado 3 meses da data da criação do tributo para que ele seja aplicado a esse fato gerado. Contudo, em janeiro já será o novo ano, conforme a alínea b, mas deverá aplicar o tributo apenas dia 31, pois dia 30 de janeiro fechará os 3 meses.
Se a cobrança ocorreu antes dos 90 dias ou antes de 1 ano, será inconstitucional. 
Tributos extrafiscais têm a legalidade mitigada. 
Exceções à anterioridade
Imposto de importação – federal 
Imposto de exportação – federal
IOF – federal 
I.E.G (imposto extraordinário de guerra) – federal com finalidade específica
Empréstimos compulsórios (guerra e calamidade) – federal com finalidade específica
Isso quer dizer que, quando criados ou majorados, podem ser aplicados no mesmo ano. Somente a União se vale dessas exceções.
Exceções à anterioridade nonagesimal
Imposto de importação (extrafiscal)
Imposto de exportação (extrafiscal)
IOF (extrafiscal)
I.E.G
Empréstimos compulsórios (guerra e calamidade)
Isso quer dizer que não precisam esperar 90 dias. Cobrança imediata. 
IPI, Contrib. Seguridade social e CIDE não entrarão em vigor imediatamente, deverão esperar 90 dias. Enquanto o imposto de renda e a lei que fixa a base de cálculo do IPTU e do IPVA deverão esperar até o ano seguinte. 
Não Confisco
Art. 150, CF. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao DF e aos Municípios:
IV - utilizar tributo com efeito de confisco; 
O Estado está limitado a não usar o tributo como confisco. O tributo é considerado confiscatório quando o tributo é tão alto que inviabiliza o bem, exemplo: um carro custa de 60mil e o IPVA custa 30mil. Outro caso ocorre quando o Estado se vale da sua condição estatal para expropriar bens do contribuinte a título de imposto. 
Confisco é a tomada compulsória da propriedade privada pelo Estado, sem indenização (…) refere-se à forma velada, indireta, de confisco, que pode ocorrer por tributação excessiva. Não importa a finalidade, mas o efeito da tributação no plano dos fatos. Não é admissível que a alíquota de um imposto seja tão elevada a ponto de se tornar insuportável, ensejando atentado ao próprio direito de propriedade. Realmente, se tornar inviável a manutenção da propriedade, o tributo será confiscatório. 
Em tese, o princípio do não confisco não seriam aplicados as multas, pois elas não são tributos. Contudo, o STF já estabeleceu que as multas são passíveis do não confisco. As multas podem ser moratórias ou sancionatórias. As sancionatórias costumam ter percentuais bem alto, foi nesse caso que o STF deve ter um teto.
Multas desproporcionais ou com “efeito confiscatório” também são inadmissíveis. AGRAVO REGIMENTAL EM AGRAVO DE INSTRUMENTO. LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO. NECESSIDADE DE NOTIFICAÇÃO. CARÁTER CONFISCATÓRIO DA MULTA FISCAL. Em se tratando de débito declarado pelo próprio contribuinte, não se faz necessária sua homologação formal, motivo porque o crédito tributário se torna imediatamente exigível, independentemente de qualquer procedimento administrativo ou de notificação do sujeito. O valor da obrigação principal deve funcionar como limitador da norma sancionatória, de modo que a abusividade se revela nas multas arbitradas acima do montante de 100%. Agravo regimental a que se peça provimento. 
Se a multa é superior ao próprio imposto, ela é vista como confiscatória. 
Súmula 323, STF. É inadmissível a apreensão de mercadorias como meio coercitivo para pagamento de tributos.
Súmula 70, STF. É inadmissível a interdição de estabelecimento como meio coercitivo para cobrança de tributo.
Essas duas súmulas revelam medidas confiscatórias. Não são admissíveis. 
Não pagar tributo não é crime, mas sonegar é. Sonegar é apropriar-se indevidamente do tributo. 
Seletividade
É aplicado para o ICMS e o IPI. 
Art. 153, CF. Compete à União instituir impostos sobre:
IV - Produtos industrializados;
§ 3º O imposto previsto no inciso IV: 
I - será seletivo, em função da essencialidade do produto;
Isto é, quanto maior a essencialidade do produto, menor o IPI e menor poderá ser o ICMS.
Art. 155, CF. Compete aos estados e ao DF instituir sobre:
II - operações relativas à circulação de mercadorias e sobre prestações de serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação, ainda que as operações e as prestações se iniciem no exterior;
§ 2º O imposto previsto no inciso II atenderá ao seguinte:
III - poderá ser seletivo, em função da essencialidade das mercadorias e dos serviços;
Enquanto o IPI será, o IMCS poderá. 
É seletivo o imposto cujas alíquotas são diferentes para objetos diferentes como acontece com o IPI, que tem alíquotas elevadas para certos produtos, e muito baixa para outros produtos. Na seletividade, não importa o sujeito. Importa exclusivamente o objeto da tributação. Por isso que se pode dizer que ela é adequada para os impostos reais como o IPTU.
A tributação brasileira baseia-se no consumo.A tributação do consumo onera as pessoas que ganham menos, pois consomem grande parte dos seus salários. A tributação sobre consumo representa praticamente a metade de toda a carga tributária no Brasil. Quem tem maior renda tem capacidade de realizar investimentos e adquirir propriedades, mas quem tem menos usa quase tudo para consumir. Com isso, quem tem menos renda acaba pagando proporcionalmente mais impostos. Assim, o sistema tributário brasileiro amplifica as desigualdades. A pessoa que ganha 30mil paga 25 reais no saco de arroz e ainda realiza investimentos, enquanto a pessoa que ganha 1 salário-mínimo compra o mesmo saco de arroz por 35 reais e não consegue construir um patrimônio, pois consome grande parte do seu salário.
O tributo do cigarro é 300% e não é confiscatório, pois é um produto nocivo a saúde. Quanto mais onerado ele for, menor será o consumo. 
No começo do governo bolsonaro, o economista Paulo Guedes queria criar um tributo para onerar quem comprasse bebidas alcoólicas. Não precisava criar um imposto, bastava aumentar o IPI desses produtos.
Não cumulatividade
Art. 153, CF. Compete à União instituir impostos sobre:
IV - produtos industrializados;
§ 3º O imposto previsto no inciso IV (IPI):
II - Será não-cumulativo compensando-se o que for devido em cada operação com o montante cobrado nas anteriores;
§ 2º O imposto previsto no inciso II atenderá ao seguinte (ICMS):
I - será não-cumulativo, compensando-se o que for devido em cada operação relativa à circulação de mercadorias ou prestação de serviços com o montante cobrado nas anteriores pelo mesmo ou outro estado ou pelo DF.
IPI - federal
ICMS - estadual
Quando há a cumulatividade, o tributo se torna muito mais oneroso. Na não cumulativamente, deduz o valor pago anteriormente e paga apenas a diferença. É o direito de não ser tributado em excesso. Faz com que o tributo seja menos oneroso para o consumidor final. 
Exemplo: 1ª etapa: R$ 100,00. Imposto 10%. R$ 10,00 reais. 2ª etapa: R$ 150,00. Imposto 15%. Deduz os 10 da primeira etapa e cobra R$ 5 reais.
Liberdade de tráfego
Art. 150, CF. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao DF e aos Municípios:
V - estabelecer limites ao tráfego de pessoas ou bens, por meio de tributos interestaduais ou intermunicipais, ressalvada a cobrança de pedágio pela utilização de vias conservadas pelo poder público;
Pedágio é tarifa, não é tributo. 
ICMS não tributa a circulação, mas a comercialização. Ele não veda a circulação do produto, mas a comercialização. 
Veda a limitação ao tráfego de pessoas e de bens por meio de tributos interestaduais e intermunicipais. Impede que sejam instituídos tributos pela passagem ou pela remessa de bens, garantindo a livre circulação das pessoas e de mercadorias, independente do pagamento de tributos.
Todavia, ressalva a cobrança de pedágio pelo uso da rodovia conservada pelo Poder Público. 
Capacidade contributiva
§ 1º Sempre que possível os impostos terão caráter pessoal e serão graduados segundo a capacidade econômica do contribuinte, facultado à administração tributária, especialmente para conferir efetividade a esses objetivos, identificar, respeitados os direitos individuais e nos termos da lei, o patrimônio, os rendimentos e as atividades econômicas do contribuinte.
Não tem como uma pessoa que ganha 10mil ser tributada como a pessoa que ganha 15mil. Esse princípio personaliza o tributo a pessoa. 
Técnicas para aferir a capacidade contributiva
Progressividade
É progressivo o imposto cuja alíquota é maior na medida em que aumenta a base tributável. Como base imponível é sempre uma expressão da riqueza de cada um, a progressividade faz com que o imposto onere mais quem tem riqueza maior. Personaliza o imposto.
Quanto mais ganha, mais paga. Ocorre quando a CF expressamente autorizar. São eles: imposto de renda (art. § 2º, I, CF), ITR (art. 153, § 4º, I, CF) tributo mais quem usa menos a terra; IPTU (art. §1º, I, CF) – fiscal (pra colocar dinheiro no caixa do estado, quanto maior o patrimônio, maior a alíquota) e art. 182, § 4º, II – extrafiscal (é pra regular o uso da terra urbana. Se não der uso adequado para a propriedade, aumenta o tributo) e ITCMD (art. 155, § 1º, IV + res. do Senado Federal nº 9/92).
Tese de Repercussão Geral 21 – STF: É constitucional a fixação de alíquota progressiva para o imposto sobre transmissão. Causa Mortis e Doação – ITCMD. Quanto maior volume dos bens doados, maior o ITCMD. 
Proporcionalidade
Na proporcionalidade as alíquotas são fixas variando-se a base de cálculo, de forma que o desembolso financeiro do tributo será maior a medida em que maior for o valor da base de cálculos.
Aqui varia a base de cálculo. 
Uniformidade geográfica ou territorial
Art. 151, I, CF. Se aplica especificamente aos tributos federais, isto é, para os tributos federais não se aplica alíquota diferente. Municipal não, cada município manda no seu e cada estado manda no seu. Mas os federais são os mesmos. 
É para fomentar a industrialização, emprego, produção.

Outros materiais