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História do Brasil MINERAÇÃO NA COLÔNIA 1 Sumário Introdução......................................................................................................................................2 Objetivos ....................................................................................................................................... 2 1. Mineração na Colônia ............................................................................................................... 2 1.1. A implantação da estrutura administrativa da mineração ......................................... 2 1.2. A sociedade em torno da mineração ........................................................................... 3 Exercícios ...................................................................................................................................... 5 Gabarito ........................................................................................................................................ 6 Resumo ......................................................................................................................................... 7 2 Introdução Você consegue descrever qual foi o processo de ocupação pelos holandeses e sua posterior expulsão do nordeste? Devemos lembrar que os holandeses ocuparam o nordeste brasileiro, conseguindo se apoderar da produção de açúcar, ramo econômico em que eles já se dedicavam anteriormente em parceria com Portugal e que dominavam o importante mercado europeu. A Companhia das Índias Orientais, era a empresa holandesa responsável pela administração do seu domínio sobre o nordeste brasileiro. Porém, os senhores de engenho do nordeste, juntos com negros e indígenas, conseguem efetivar a “Insurreição Pernambucana”, expulsando os holandeses do nordeste brasileiro. Porém, estes últimos ainda continuam a dominar o comércio de açúcar europeu, pois efetiva a sua produção nas Antilhas, na América Central. Daí o açúcar do nordeste brasileiro passa a entrar em declínio, pois não consegue fazer frente à concorrência holandesa. Nesse mesmo contexto, as bandeiras em suas interiorizações ou entradas pelo sertão brasileiro conseguem localizar um ouro de excelente qualidade na região do atual estado de Minas Gerais. Isso acabou por deslocar o centro de importância econômica do nordeste brasileiro para o sudeste minerador. A presente apostila será sobre a estrutura administrativa e a sociedade que se formou em Minas Gerais. Objetivos • Descrever a estrutura administrativa implantada pela Coroa em Minas Gerais; • Analisar a sociedade que se formou em torno da mineração. 1. Mineração na Colônia 1.1. A implantação da estrutura administrativa da mineração Por meios das bandeiras e entradas o ouro foi descoberto na região onde atualmente se encontra o estado de Minas Gerais, no ano de 1693, mais precisamente próximo à região das atuais cidades de Caeté, Sabará e Ouro Preto. O ouro passou a atrair pessoas de diversas partes da colônia e mesmo da metrópole, mas ainda não existiam condições de infraestrutura para receber aquele grande contingente de pessoas. Os primeiros anos foram muito difíceis para aquela população, pois com a fraca presença das estruturas administrativas do governo no interior, o resultado era muita violência e crime, como roubos e assassinatos, nas áreas dos garimpos. 3 SAIBA MAIS! Em um segundo momento, o governo passou a construir as condições administrativas em torno das lavras e dos garimpos. Foram construídas estradas e postos de cobrança de impostos sobre o ouro. As medidas metropolitanas incluíram a criação da capitania de São Paulo e Minas do Ouro, que era separada da capitania do Rio de Janeiro e São Vicente. Acerca da administração direta sobre a mineração de ouro, as descobertas das jazidas teriam que ser comunicadas para a Intendência de Minas, daí o terreno seria demarcado e dividido em lotes chamados datas. Também foi estabelecido o imposto do quinto, que deveria corresponder à quinta parte (1/5) de todo o ouro extraído pelos mineradores. Nas Casas de Fundição, o ouro era recolhido e fundido na forma de barras, quando eram demarcadas com o selo real. Ainda a Coroa criou a taxa da capitação, que incidia sobre o minerador, e era calculada a partir de cada escravo de sua propriedade que tivesse acima de 12 anos. Caso tal taxa não fosse paga, a Coroa poderia confiscar os negócios do devedor. Isso gerou várias revoltas e protestos que levaram a extinção da mesma taxa. No Distrito Diamantino (atual cidade de Diamantina) foi necessária a instalação dos Contratos de Monopólio, pois era muito intenso o contrabando de diamantes. A metrópole decidiu por tornar a extração mais rígida e controlada, autorizando somente um contratado a explorar o diamante desde que pagasse uma taxa anual. Isso muda a partir da criação da Real Extração. 1.2. A sociedade em torno da mineração Como comentamos acima, a notícia da descoberta do ouro atraiu para as Minas Gerais pessoas de toda a colônia e mesmo da metrópole. Assim, rapidamente as regiões em torno do ouro foram ocupadas por milhares de habitantes. Como o surgimento desses primeiros núcleos populacionais, em forma de arraiais, havia a necessidade de abastecimento de toda essa população. Assim surgiram em Minas Gerais dinâmicos centros urbanos em torno da efervescência econômica comercial nesses núcleos urbanos. Entre 1990 e 1992, em apenas dois anos, cerca de 100 mil pessoas foram atraídas para a Serra Pelada, no Pará, em busca do garimpo de ouro. 4 Em 1742, 70% da população das Minas Gerais era formada de escravizados. Por isso mesmo, com o perigo da existência de algum tipo de revolta escrava, os castigos destinados aos escravizados eram extremamente violentos e visavam servir como exemplo para toda a sociedade. 01 Pelourinho na cidade de Mariana/MG, onde os escravos eram castigados em público. Era muito comum que escravizados fugissem e se refugiassem nos quilombos. Um grande quilombo de Minas Gerais, o quilombo Ambrósio, foi destruído a mando das autoridades com o objetivo de acabar com aquele que era tido como um centro irradiador de rebeldia dos negros. Os sobreviventes conseguiram organizar quilombos menores em outras localidades. Além dos senhores e dos escravos, a sociedade mineradora contava com uma camada média livre, que era atraída pela ilusão do enriquecimento rápido por meio da economia em torno da mineração. Essa camada era formada por ex-escravos, libertos, mulatos, brancos pobres, indígenas, entre outros. Essas pessoas geralmente trabalhavam no comércio e na agricultura. Outros se dedicavam ao contrabando de ouro. Havia também nessa camada média prostituição e as negras de tabuleiro, que comumente conseguiam esconder ouro quando iam vender quitutes nas lavras. 5 CAI NA PROVA! Exercícios 1. (PUC – SP) “Assim confabulam, os profetas, numa reunião fantástica, batida pelos ares de Minas. Onde mais poderíamos conceber reunião igual, senão em terra mineira, que é o paradoxo mesmo, tão mística que transforma em alfaias e, púlpitos e genuflexórios a febre grosseira do diamante, do ouro e das pedras de cor?”. (ANDRADE, Carlos Drummond de. Colóquio das Estátuas. In: MELLO, S. Barroco mineiro. São Paulo: Brasiliense, 1985.) Aorigem desse traço contraditório que o poeta afirma caracterizar a sociedade mineira remete a um contexto no qual houve: a) a reafirmação bilateral do Tratado de Tordesilhas entra Portugal e Espanha e o crescimento da miscigenação racial no ambiente colonial. b) o rebaixamento na política de distribuição de terras na colônia e a vigência de uma concepção racionalista de planejamento das cidades. c) a diversificação das atividades produtivas na colônia e a construção de um conjunto artístico e arquitetônico que singularizou a principal região da mineração. d) o deslocamento do eixo produtivo do Nordeste para as regiões centrais da colônia e o desenvolvimento de uma estética que procurava reproduzir as construções românicas europeias. e) a expansão do território colonial brasileiro e a introdução, em Minas, da arte conhecida como gótica, especialmente na decoração dos interiores das igrejas. A sociedade mineradora era formada por: mineradores ricos, que eram donos de muitos escravos; contratadores de diamantes, que eram autorizados pela coroa a extrair os diamante, pincipalmente no Distrito Diamantinos; grandes comerciantes, que abasteciam de alimentos os núcleos mineradores; fazendeiros, que produziam os produtos voltados para o abastecimento; camada média, que eram comerciantes, tropeiros, garimpeiros e também brancos e negros libertos mais empobrecidos. 6 2. (FUVEST) No século XVIII a produção do ouro provocou muitas transformações na colônia. Entre elas podemos destacar: a) a urbanização da Amazônia, o início da produção do tabaco, a introdução do trabalho livre com os imigrantes. b) a introdução do tráfico africano, a integração do índio, a desarticulação das relações com a Inglaterra. c) a industrialização de São Paulo, a produção de café no Vale do Paraíba, a expansão da criação de ovinos em Minas Gerais. d) a preservação da população indígena, a decadência da produção algodoeira, a introdução de operários europeus. e) o aumento da produção de alimentos, a integração de novas áreas por meio da pecuária e do comércio, a mudança do eixo econômico para o Sul. 3. (Brasil Escola) Leia o texto a seguir: “Entre 1740 e 1771, a região, inteiramente demarcada pelas autoridades e já constituindo o 'distrito diamantino', foi entregue a contratadores, como o famoso João Fernandes de Oliveira. Problemas de administração e contrabando crescente, além das sempre presentes dificuldades de comercialização no mercado mundial, fizeram com que o Estado assumisse a exploração da área. A Real Extração passou a ser regulamentada por um severo regimento, chamado “Livro da Capa Verde”, ficando o distrito sob a responsabilidade de um intendente nomeado pelo governo metropolitano”. (Wehling, Arno. Formação do Brasil Colonial. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1994. p. 213.) O texto acima aponta uma mudança substancial na administração da extração de pedras preciosas na região do Distrito Diamantino a partir de 1640. Essa mudança foi possível, sobretudo, pela instituição: a) da Intendência das Minas. b) dos Regulamentos do Marquês de Pombal. c) dos Contratos de Monopólio. d) da Casa de Fundição. e) do sistema de capitação. Gabarito 1. c). O crescimento das cidades mineiras (Ouro Preto, Diamantina, Sabará, Mariana, Serro, Tiradentes, São João Del Rey), significava uma grande 7 riqueza econômica que proporcionou também um grande desenvolvimento artístico. Assim, nas igrejas, nos edifícios, na cidade de maneira geral, o estilo predominante foi o barroco mineiro, que tiveram expoentes como: Aleijadinho (escultor e arquiteto), Mestre Ataíde (pintor) Tomás Antônio Gonzaga (poeta) e Cláudio Manuel da Costa (poeta). 2. e). Com a descoberta do ouro na região que ficaria chamada de Minas Gerais, o centro econômico da colonial foi deslocado para ali, sendo que antes se localizava no Nordeste açucareiro. Lembrando que as entradas e bandeiras, responsáveis pela descoberta do ouro, também proporcionou a existência de outras atividades econômicas, como a agricultura das drogas do sertão e a pecuária. 3. c). No caso do distrito diamantino, atual cidade de Diamantina, foram instituídos os contratos de monopólio pela coroa portuguesa. Pois a extração de diamantes era muito suscetível de contrabando, e a metrópole tornou mais rígida a extração, autorizando somente um contratado a explorar o diamante desde que pagasse uma taxa anual. Isso muda a partir da criação da Real Extração. Resumo Nesta apostila vimos que Minas Gerais se constituiu como uma mudança no eixo econômico da colônia. Com o declínio do nordeste açucareiro, o sudeste minerador passou a concentrar os esforços metropolitanos em construir ali uma estrutura administrativa que servisse para organizar a produção e efetivar a cobrança de impostos. Dessa forma, várias foram as instituições que visaram controlar a produção do ouro, como, por exemplo, as Casas de Fundição, que fundiam o ouro recolhido transformando-os em barras para dali calcular o imposto do quinto, que era a quinta parte (1/5) da produção que o minerador deveria pagar para a Coroa. Ao mesmo tempo, foi se produzindo nas Minas Gerais uma sociedade hierarquizada entre senhores e escravos, mas que também que contava com uma camada média empobrecida, formada por artesãos, pequenos, comerciantes, agricultores, prostitutas e ex-escravos. 8 Referências bibliográficas MESGRAVIS, Laima. História do Brasil colônia. São Paulo: Contexto, 2015. SCHWARCZ, Lilia Moritz; STARLING, Heloisa Murgel. Brasil: uma biografia. São Paulo: Companhia das Letras, 2018. Referência imagética Figura 01: WIKIPEDIA. Disponível em: https://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Pelourinho_de_Mariana.jpg . Acesso em: 16/04/2019 às 20h27min.
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