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A MINERAÇÃO

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Série: 2° Ano 
Disciplina: História - 2020 
 
A MINERAÇÃO 
 
● Um velho sonho português 
Ao final do domínio espanhol (1640), Portugal estava mergulhado em grave crise 
econômica. Os preços do açúcar haviam caído no mercado internacional, devido, 
sobretudo, ao aumento da oferta do produto no mercado, em decorrência da produção 
antilhana. O governo português buscava novas fontes de riqueza. Nessa busca, 
revigorou o antigo sonho de encontrar ouro na América Portuguesa. Mas foi somente 
no final do século XVII que os bandeirantes descobriram grandes jazidas de ouro na 
região de Minas Gerais. 
 
● Consequência imediata da descoberta do ouro em Minas Gerais 
A corrida do ouro, ou seja, o grande afluxo à região, por todos os meios, de grande 
quantidade de pessoas, vindas de todas as partes da colônia e de Portugal, o que levou 
ao povoamento do sertão, à formação de diversas vilas e cidades e ao aumento global 
da população residente na província. 
 
● A Guerra dos Emboabas 
As causas da Guerra dos Emboabas foram a tensão e as disputas entre paulistas 
– que queriam exclusividade na exploração do ouro, porque tinham sido seus 
descobridores – e portugueses vindos da metrópole ou de outras partes da colônia, que 
também queriam se apoderar das jazidas. A tensão e as disputas acirraram-se quando 
os portugueses passaram a controlar o abastecimento de mercadorias para a região 
das minas. Entre as consequências dessa guerra, em que os paulistas foram 
derrotados, estão os seguintes: o governo português passou a exercer firme controle 
econômico das minas; a vila de São Paulo foi elevada à categoria de cidade; foi criada 
em 1709 a capitania de São Paulo e Minas do Ouro (desmembrada do Rio de Janeiro); 
os paulistas deslocaram-se para outras áreas e acabaram por descobrir novas jazidas 
de ouro na região dos atuais estados de Mato Grosso e Goiás. 
 
● A administração das minas pelo governo 
O órgão principal do esquema rígido administrativo do governo de Portugal era a 
Intendência das Minas, criado em 1702, responsável por todos os procedimentos 
ligados à produção e circulação do ouro (distribuir terras, fiscalizar a atividade, julgar as 
questões referentes à mineração e, principalmente, cobrar impostos equivalentes a um 
quinto de qualquer quantidade de metal extraído). Para facilitar esse controle, foram 
criadas as Casas de Fundição, onde todo o ouro era fundido e transformado em barras, 
e onde era retirada a parte correspondente ao imposto devido à Fazenda Real; o 
restante do ouro era quintado, isto é, recebida um selo que comprovava a cobrança do 
imposto, e só assim poderia ser negociado legalmente. 
 
● A revolta de Vila Rica 
O anúncio da criação das Casas de Fundição causou insatisfação entre os 
mineradores. Eles consideravam que a medida dificultava a circulação e o comércio do 
ouro dentro da capitania, facilitando apenas a cobrança de impostos. Tal 
descontentamento acabou provocando a eclosão da chamada Revolta de Vila Rica, em 
28 de junho de 1720. 
Cerca de 2 mil revoltosos, comandados pelo tropeiro português Felipe dos Santos, 
conquistaram a cidade de Vila Rica. Exigiram do governador da capitania de Minas 
Gerais, Pedro de Almeida Portugal (conde de Assumar), a extinção das Casas de 
Fundição. 
Apanhado de surpresa, o governador fingiu aceitar as exigências e, com isso, 
ganhou tempo para organizar tropas e reagir severamente. Pouco depois, os líderes do 
movimento foram presos, e Felipe dos Santos foi condenado, enforcado e esquartejado 
em praça pública, em 16 de julho de 1720. 
 
● O controle sobre os diamantes 
Além do ouro, foram encontradas em Minas Gerais jazidas de diamantes, a partir 
de 1729, no Arraial do Tijuco, atual cidade de Diamantina. O governo português também 
teve dificuldade para controlar a cobrança de impostos sobre essas pedras preciosas. 
Grande quantidade delas era escondida da fiscalização pelos mineradores, que, assim 
deixavam de pagar o quinto estabelecido pela Fazenda Real. 
Devido a essas dificuldades, inicialmente (1740), o governo português entregou a 
extração a particulares, mediante um contrato que estabelecia a figura de um 
contratador, responsável pela extração e entrega de parte da produção. Em 1771, a 
Coroa portuguesa decidiu assumir diretamente a extração diamantina e criou a 
Intendência dos Diamantes, com amplos poderes sobre a população do distrito 
diamantino. 
 
● Surgimento dos primeiros núcleos urbanos 
Pela primeira vez na colônia, surge uma série de núcleos urbanos próximos uns 
dos outros na região das minas. Isto explica-se pelo fato de que o povoamento dessa 
região ocorreu principalmente em função do ouro. Assim, em cada lugar onde se 
encontravam jazidas organizava-se um povoado e suas diversas atividades de 
sustentação, o que fez surgir uma série de núcleos urbanos próximos uns dos outros, 
como Vila Rica (atual Ouro Preto), Congonhas do Campo, Mariana, Sabará e São João 
del Rei. 
 
● A sociedade colonial nas minas 
No nordeste, a produção açucareira deu origem a uma sociedade rural, com o 
domínio dos senhores de engenho. Já em Minas Gerais a exploração do ouro propiciou 
a formação de uma sociedade urbana, com pessoas de diferentes situações 
socioeconômicas, da qual faziam parte, por exemplo, mineradores, comerciantes, 
negras quituteiras, carpinteiros, ferreiros, pedreiros, padres, militares, funcionários da 
Coroa e advogados. Havia ainda, como base dessa sociedade, um grande número de 
escravos. 
 
● A ascensão social e a pobreza 
Na sociedade mineradora, pode-se dizer que, em tese, havia maior mobilidade 
social se comparada com a sociedade açucareira, uma vez que nela uma pessoa 
poderia enriquecer se encontrasse grande quantidade de ouro ou diamantes, ou se 
ganhasse muito dinheiro com o comércio e o artesanato urbanos. Contudo na prática, o 
que se viu, segundo a historiadora Laura de Mello, foi a igualdade pela pobreza da 
maioria da população, pois a maior parte das lavras pertencia aos ricos senhores. 
Assim, os pobres continuaram pobres, pois o pouco que conseguiam era levado pela 
opressão colonial da metrópole e seus altos impostos. 
 
● A crise na mineração 
Ao longo do século XVIII, com a intensa exploração aurífera, até mesmo as 
maiores jazidas da colônia foram se esgotando. Nos primeiros 70 anos do século XVIII, 
o Brasil produziu mais ouro do que toda a América espanhola em 357 anos. Na segunda 
metade desse século, a produção de ouro caiu brutalmente. 
 
● A interpretação de Portugal para a queda na produção de ouro 
Para o governo português, a queda da produção aurífera era devido ao 
contrabando e à negligência com o trabalho; assim, decidiu ampliar as formas de 
controle e as pressões sobre os mineradores. Nesse sentido, em 1750, estabeleceu 
que, a cada ano, o quinto deveria atingir a quantia de 100 arrobas. Sem conseguir extrair 
ouro suficiente, os mineradores acumularam dívidas. 
 
● A derrama 
A derrama foi a cobrança, decretada em 1756 pelo governo português, de todos 
os impostos atrasados, devidos pelos mineradores, o que despertou a revolta de setores 
da sociedade colonial mineira, desembocando no movimento conhecido como 
Inconfidência (ou Conjuração) Mineira. 
 
● As consequências da exploração do ouro 
A exploração do ouro no Brasil trouxe as seguintes consequências: a) 
Desenvolvimento das artes – diversas pessoas empregaram as riquezas conseguidas 
para incentivar as artes, o que favoreceu o surgimento do arcadismo na literatura 
brasileira, do barroco nas artes plásticas e dos principais representantes da música 
colonial; b) expansão territorial e populacional, com o desbravamento e povoamento do 
sertão, uma maior integração entre regiões da colônia, antes isoladas entre si, além do 
aumento da população colonial; c) mudança da capital de Salvador para o Rio de 
Janeiro, refletindo o deslocamento do centro econômico do nordeste açucareiro para o 
sudeste minerador; d) explosão de revoltas coloniais contra a opressão portuguesa.● Inglaterra beneficiada pelo ouro brasileiro 
Um grande número de historiadores considera que a maior parte do ouro brasileiro 
escoou para a Europa, servindo ao enriquecimento de outras nações. Considera 
também que a grande beneficiária do ouro brasileiro foi mesmo a Inglaterra, que passou 
a dominar a economia portuguesa por meio de diversos tratados, como o Tratado de 
Methuen, de 1703. 
Exportando produtos agrícolas para o mercado inglês e importando dos 
fabricantes britânicos manufaturas por preços elevados, os governantes de Portugal 
estavam sempre em dívida com seus parceiros. Para pagar essa dívida, recorriam 
constantemente ao ouro do Brasil. Desse modo, o ouro brasileiro transferiu-se, em 
grande parte, para os capitalistas ingleses, contribuindo para o desenvolvimento do 
processo de industrialização da Inglaterra. 
 
Fonte: 
COTRIM, Gilberto. História Global - Brasil e Geral: 2ª ed. São Paulo: Saraiva, 
2013. 
 
 
QUESTÕES PARA REVISÃO E AVALIAÇÃO DO CADERNO (escolha pelo menos 
cinco questões) 
 
1) O que aconteceu no Brasil do século XVIII, logo após a notícia da descoberta de 
ouro em Minas Gerais? 
2) Quais as causas e conseqüências da Guerra dos Emboabas? 
3) Explique a administração utilizada por Portugal para controlar a região 
mineradora: 
4) Qual o principal fator que desencadeou a eclosão da Revolta de Vila Rica? 
5) O que o governo português fez para controlar a cobrança de impostos sobre a 
extração de diamantes? 
6) Como aconteceu o surgimento dos primeiros núcleos urbanos na região das 
minas? 
7) Como se organizou a sociedade na região das minas? 
8) Como a “riqueza” trazida pela mineração favoreceu o desenvolvimento da cultura 
colonial? 
9) O que causou a rápida queda do Ciclo do Ouro no Brasil? 
10) Com a queda de produção aurífera, quais as medidas tomadas por Portugal para 
melhorar a produção? 
11) O que foi a Derrama? 
12) Por que a Inglaterra saiu beneficiada pelo ouro brasileiro?

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