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ARTIGO PSICOMOTRICIDADE

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FCE- FACULDADE CAMPOS ELÍSEOS
PSICOMOTRICIDADE E MOVIMENTO: RELAÇÕES ENTRE COGNIÇÃO, AFETIVIDADE E SOCIALIZAÇÃO.
Ana Carolina dos Santos [1: Pós-graduanda em Psicomotricidade.Artigo apresentado como requisito parcial para aprovação do Trabalho de Conclusão do Curso de Psicomotricidade.]
RESUMO 
No processo de desenvolvimento de uma criança, não podemos deixar de relatar quão importante são seus interesses. A criança quando se relaciona com o meio ambiente sente vontades, necessidades e sentimentos que são somadas à medida que os adultos proporcionam a elas condições de explorar tudo o que a cerca, agindo de acordo com sua necessidade. Nesse contexto, a psicomotricidade surge como uma possibilidade para que essa relação se faça presente de forma objetiva e sistematizada no ambiente escolar, uma vez que nas ações interventivas pautadas em atitudes psicomotoras busca-se tornar real o brincar no processo educacional, favorecendo uma aprendizagem significativa para a criança que está envolvida neste contexto.
Palavras-chave: Psicomotricidade. Relações. Movimento.
INTRODUÇÃO
	Acredita-se que o desenvolvimento humano é um processo de relevância extrema e que alcança os domínios afetivos, motor e cognitivo, além de ser um momento repleto de processos e situações que privilegiam o desenvolvimento das ações internas e externas para ela. Outro fator de destaque refere-se à questão de que, por meio do brincar, a criança aprende a conviver em grupo (relações sociais), a respeitar regras, a aceitar o outro e suas próprias limitações (emoção e afeto). Podemos nos apoiar na fala de Oliveira (2007), isto é, o desenvolvimento psicomotor é de suma importância na prevenção de problemas da aprendizagem e na reeducação do tônus, da postura, da direcional idade, da lateralidade e do ritmo.
	As praticas psicomotoras desenvolvem-se em contextos de ações diferenciados, em função de critérios que tem como referência a própria história dos sujeitos, sua origem e as características de suas dificuldades. Quando falamos de crianças, podemos dizer que essa intervenção pode desenvolver-se na forma de jogo em um contexto lúdico, em dinâmicas que podem acontecer de forma individual ou grupal. 
	Sabemos que o movimento está ligado, essencialmente a questões psicomotoras, com isso, podemos perceber, por meio de atividades simples, essas relações. Nas atividades de resolução de problemas e jogos de regras, a criança desenvolve suas habilidades motoras, cognitivas e afetivo-sociais, pois ela brinca, experimenta, questiona e explora as possibilidades para resolver os problemas.
	O termo psicomotricidade foi criado por Dupré em 1905. Em seu conceito ele explicou a relação entre os sintomas da psicomotricidade, que são as perturbações motoras e a localização cerebral e também estabeleceu a diferença entre a motricidade e seu aspecto negativo, a relaxação. Para ele a psicomotricidade significa a relação entre o movimento, o pensamento e a afetividade.
	Com isso, quando conhecemos a profunda complexidade do ser humano, se torna relevante conhecer os caminhos que o educador possui para explorar habilidades motoras, não deixando de observar as conquistas da individualidade de cada criança no que diz respeito ao conhecimento de seu eu. Dessa forma, é fato que a psicomotricidade trabalha realizando uma aprendizagem construtiva, significativa e global, na qual realiza uma transmissão de conhecimento com um leque de descobertas, apresentando que é a prática que nos ensina desde que ela seja voltada para a realidade de mudanças constantes.
A aplicação da psicomotricidade no processo de alfabetização é fundamental para a construção de diversos conceitos que são vistos como pilares do processo de aprendizado. Mas também é fundamental observar que o aluno que apresenta comprometimento nas áreas de desenvolvimento, apresentará dificuldades de aprendizagem, necessitando assim de um atendimento educacional adequado para garantir o seu desenvolvimento integral.
Assim, podemos concluir que a psicomotricidade visa fins educativos, e este serão alcançados pelo emprego do movimento humano, observando que ele é a expressão de uma existência e a preocupação em sua aplicabilidade se dá pelo fato de que, a cada movimento feito quando existe uma realização intencional, com atividade em sua totalidade, como expressão de uma personalidade ou como um modo de relação particular com o mundo dos objetos e das pessoas permite sem dúvida que uma criança conheça mais de si mesma e do mundo que a cerca, e assim possibilita uma boa relação com a sua educação escolar e com a sua realidade cotidiana, uma vez que se explora e trabalha seu movimento, sua concentração e cognição também progredirão, levando o processo de aprendizagem ao sucesso.
PSICOMOTRICIDADE: DEFINIÇÃO 
 É fato que a psicomotricidade estimula os movimentos da criança, motiva sua capacidade sensitiva e cultiva a sua capacidade perceptiva por meio da resposta corporal. Ela também é capaz de organizar a capacidade dos movimentos, utilizando de objetos reais e imaginários e amplia e valoriza a identidade própria, criando segurança e respeito aos espaços dos demais. 
Como definições podem trabalhar os elementos básicos.
 
1.1 Elementos básicos da psicomotricidade 
A psicomotricidade é sustentada por três conhecimentos básicos: o movimento, o intelecto e o afeto. É baseada pela educação e o desenvolvimento da criança. 
 
1.1.1 Esquema Corporal 
 
 É a imagem que o individuo faz do seu corpo. É uma interação que permite que o indivíduo esteja consciente do seu corpo no tempo e no espaço. Cada pessoa tem um conceito sobre seu próprio corpo e suas partes, podendo ser externo ou interno. Le Boulch (1984) classifica o esquema corporal como o reconhecimento imediato do nosso corpo em função da inter-relação das suas partes, com o espaço e com os objetos que o rodeiam tanto no estado de repouso como de movimento. Sendo assim, esquema corporal é a organização das sensações relativas a seu próprio corpo em associação com os dados do mundo exterior. (ROSA, 2002) 
 
1.1.2 Coordenação dinâmica geral 
 
 Estimular a coordenação dinâmica geral nada mais é do que o desenvolvimento e conscientização do indivíduo, e da atividade dos grandes músculos e de se esquema corporal, para que possa usar o corpo de forma coordenada e harmônica no que se refere ao conhecimento de si mesmo e de sua força muscular. Existe a coordenação motora ampla e seletiva. 
 
1.1.3 Coordenação viso-motora ou óculo-manual 
Segundo Oliveira (2002 p. 42), “a coordenação óculo-manual se efetua com precisão sobre a base de um domínio visual previamente estabelecido ligado aos gestos executados, facilitando, assim uma maior harmonia do movimento”. É visualizar o movimento antes que se execute uma atividade. 
 
A coordenação viso motora é a atividade mais frequente e mais comum no ser humano, a qual atua para agarrar um objeto, para escrever, desenhar, recortar e pintar, etc. Essa coordenação contém uma fase de transporte da mão, seguida de uma fase de segurar e manipular o objeto, que resulta no conjunto de três elementos: objeto, olho e mão. (KLEMPER, 2013, p. 24) 
 
1.1.4 A lateralidade 
 
 Para Negrine (1986), é durante o crescimento que a lateralidade da criança se define naturalmente, podendo, também, ser determinada por fatores sociais ainda muito marcantes nos dias de hoje em nossa sociedade. Não é raro, por exemplo, encontrarmos famílias fazendo tentativas para influenciar a criança a utilizar a mão direita no lugar da esquerda, bem como pessoas adultas bem lateralizadas na infância, como os canhotos, que se tornaram destras. 
 
A lateralidade constitui um processo que é essencial às relações entre a motricidade e a organização psíquica inter-sensorial, pois representa à conscientização integrada e simbolicamente interiorizada dos dois lados do corpo, lado esquerdo e lado direito, o que pressupõe a noção da linha média do corpo. Desse radar vão decorrer, então,as relações que pressupõe a noção da linha média do corpo. Desse radar vão decorrer, então, as relações de orientação face aos objetos, às imagens e aos símbolos, razão pela qual a lateralização vai interferir nas aprendizagens escolares de uma maneira decisiva. (FONSECA, 1988. p. 69) 
 
 
1.1.5 Organização e estrutura espacial 
 
 A estruturação espacial dificulta na criança a percepção à direita e à esquerda, podendo confundir letras e números na leitura e na escrita. Le Boulch (1987) salienta que fatores, associados a problemas de falta de estruturação espacial geram desinteresse pelas matérias escolares e falta de motivação para a aprendizagem da leitura e da escrita, dificultando assim o processo ensino aprendizagem do aluno. Estrutura Espacial é a capacidade de avaliar tempo dentro da ação, organizar-se a partir do próprio ritmo, situar o presente em relação a um antes e a um depois; é avaliar o movimento no tempo, distinguir o rápido do lento. É saber situar o momento do tempo em relação aos outros. (FREIRE, 1999). 
 
 A organização espacial depende simultaneamente da estrutura de nosso próprio corpo (estrutura anatômica, biomecânica, fisiológica, etc.), da natureza do meio que nos rodeia e de suas características. (ROSA NETO, 2002). 
 
1.1.6 Estruturação Temporal 
 
 É uma habilidade importante para uma adaptação favorável da criança, pois lhe permite não só movimentar-se e reconhecer-se no espaço, mas também desencadear e dar sequência aos seus gestos, localizar as partes do seu corpo e situá-las no espaço, sendo importante para o processo de adaptação do individuo ao meio. Para Coste (1981, p. 57) “a adaptação ao tempo é função do desenvolvimento do conjunto da personalidade”. 
 
O tempo é antes de tudo, memória: à medida que leio, o tempo passa. Assim, aparecem os dois grandes componentes da organização temporal: a ordem e a duração que o ritmo reúne. A primeira define a sucessão que existe entre os acontecimentos que se produzem, uns sendo a continuação de outros, em uma ordem física irreversível; a segunda permite a variação do intervalo que separa dois pontos, ou seja, o princípio e o fim de um acontecimento (ROSA, 2002, p.22) 
 1.1.7 Equilíbrio 
 
 Segundo Alves (2008) o equilíbrio pode ser classificado em dois tipos: equilíbrio estático e equilíbrio dinâmico. O equilíbrio permite que o corpo se mantenha parado de modo estável ou de maneira precisa. Para Rosa (2002), o equilíbrio é a base fundamental de toda ação diferenciada dos seguimentos corporais entre si e no seu todo. Dessa forma não pode haver movimento sem atitude, como também não pode haver coordenação de movimento sem um bom equilíbrio, pois isso permite o ajustamento do homem ao meio. É um dos sentidos mais nobres do corpo humano. (ALVES, 2008) 
 
1.1.8 Coordenação Motora Global e Fina 
 
 Na motricidade Global segundo Marques (1979), as crianças podem começar a pedalar um triciclo aos três anos e aos oito anos andar de bicicleta, já que, como já foi enfatizado o desenvolvimento físico da criança é acompanhado por um gradativo desenvolvimento neurológico. Durante a infância as crianças gostam de espaços abertos, com bastante liberdade para poderem correr e brincar a vontade. Assim como, gostam de frequentar parques públicos para brincar de gangorra, balanços e escorregadores (MARQUES, 1979). 
É de extrema importância observar e interpretar as expressões de uma criança, pois por meio dessa observação podemos buscar a comunicação por meio da linguagem oral, gestual e o contato corporal tratando de conseguir, consequentemente e progressivamente, uma participação igualitária.
Isso porque no olhar da psicomotricidade, uma criança é capaz de constituir sua unidade a partir de interações com o mundo externo e nas ações com os outros.
Contudo, observamos que a psicomotricidade surge como uma possibilidade para que a relação entre todos esses processos faça-se presente de forma objetiva e sistematizada no âmbito escolar, uma vez que nas ações interventivas, que são pautadas em atitudes psicomotoras, se busca tornar real o brincar nesse processo educacional, sabendo que este favorece uma aprendizagem que é extremamente significativa para a criança envolvida nesse contexto.
O PAPEL DO BRINCAR NO DESENVOLVIMENTO
Quando se compreende os processos de controle da motricidade podemos observar sua relevante importância em toda a prática pedagógica e psicopedagógica, e esta, por sua vez, deve estar voltada para a promoção do desenvolvimento do individuo. A infância é de fato o período mais importante desse processo, e por isso a maior atenção deve estar voltada a ela por conta que é nesta fase que se da à aquisição das capacidades e dos movimentos. E para que esta aconteça são necessárias grandes diversidades de vivências motoras, levando em consideração a atenção aos aspectos qualitativos, tais como ritmo, coordenação e descontração. Contudo, na Educação Infantil o lúdico pode ser visto como uma forma excepcionalmente eficaz para desenvolver estes aspectos.
A forma, o trato com o brincar no desenvolvimento infantil associa-se com os hábitos, costumes e também com as perspectivas teórico- metodológicas para associar, apropriar-se ou não do brincar no processo educativo, o que significa que o pedagogo deve estar a par dos interesses de cada criança, estar atento as suas necessidades que são inerentes a ela em cada estágio, pois assim libera a possibilidade de adentrar no universo dela e com isso permitir que a ação seja significativa e promova mudanças comportamentais, motoras, sociais e cognitivas.
Por meio da brincadeira, do ato de brincar que a criança constrói sua cultura lúdica, edificada de acordo com o ambiente e as condições materiais ao qual o indivíduo está inserido, ou seja, “a cultura lúdica, visto resultar de uma experiência lúdica, é então produzida pelo sujeito social” (Kishimoto, 2002, p.27).
Visando os vários benefícios que o lúdico pode oferecer para os educandos e a infinidade de autores que abordam esses aspectos que traz o lúdico para este universo, este deve ser considerado como parte integrante da vida do ser humano como uma forma de penetrar no âmbito da realidade [...] (Kishimoto, 1993, p.110) nos diz que: 
Brincando [...] as crianças aprendem [...] a cooperar com os companheiros [...], a obedecer às regras do jogo [...], a respeitar os direitos dos outros [...], a acatar a autoridade [...], a assumir responsabilidades, aceitar penalidades que lhe são impostas [...], a dar oportunidades aos demais [...], enfim, a viver em sociedade.
A metodologia usada de forma lúdica leva a criança a aprender com prazer, alegria e entretenimento, observando a importância de ressaltar que a educação lúdica está distante da concepção ingênua de passatempo, brincadeira vulgar, diversão.
Conforme Piaget citado por (Wadsworth, 1984, p. 44),
O jogo lúdico é formado por um conjunto linguístico que funciona dentro de um contexto social; possui um sistema de regras e se constitui de um objeto simbólico que designa também um fenômeno. Portanto, permite ao educando a identificação de um sistema de regras que permite uma estrutura sequencial que especifica a sua moralidade. 
(Friedman, 1996, p. 41) considera que:
 Os jogos lúdicos permitem uma situação educativa cooperativa e interacional, ou seja, quando alguém está jogando está executando regras do jogo e ao mesmo tempo, desenvolvendo ações de cooperação e interação que estimulam a convivência em grupo.
Nesta perspectiva, observa-se que o jogo lúdico assenta-se em bases pedagógicas, pois envolvem critérios como a função de literalidade e não literalidade também observou os novos signos linguísticos que se fazem nas regras, a flexibilidade a partir de novas combinações que surgem de ideias e comportamentos, a ausência de pressão e a ajuda na aprendizagem de noções e habilidades. 
Contudo verificamos a existência de uma relação muito próxima entre jogo lúdico e educação de crianças que favorece o ensino de conteúdosescolares e os usa como recurso para motivação no ensino buscando atingir com eles às necessidades do educando. 
HABILIDADES PSICOMOTORAS E O PROCESSO DE ALFABETIZAÇÃO
Já observamos que as habilidades motoras são essenciais ao bom desempenho em todos os processos que envolvem a criança e com a alfabetização não é diferente. Quando falamos do processo da aprendizagem da leitura e da escrita, verificamos que tais exigem habilidades, tais como:
 Dominância manual já estabelecida (área da lateralidade);
 Conhecimento numérico suficiente para saber, por exemplo, quantas voltas existem nas letras “m” e “n”, ou quantas sílabas formam uma palavra (área de habilidades conceituais);
 Movimentação dos olhos para esquerda e para direita, domínio de movimentos delicados adequados à escrita, acompanhamento das linhas de uma página com os olhos ou os dedos, preensão adequada para segurar lápis e papel e para folhear (área da coordenação visual e manual);
 Discriminação de sons (área da percepção auditiva);
 Adequação da escrita em dimensões do papel, reconhecimento das diferenças dos pares b/d, q/d, p/q etc., orientação da leitura e da escrita da esquerda para a direita, manutenção da proporção de altura e largura das letras, manutenção de espaço entre as palavras e escrita orientada pelas pautas (área de percepção visual, orientação espacial, lateralidade, habilidades conceituais);
 Pronúncia adequada de vogais, consoantes, sílabas, palavras (área de comunicação e expressão);
 Noção de linearidade da disposição sucessiva de letras, sílabas e palavras (área de orientação têmporo- espacial);
 Capacidade de decompor palavras em sílabas e letras (análise);
 Possibilidade de reunir letras e sílabas para formar novas palavras (síntese).
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O movimento é à base do desenvolvimento do indivíduo e o progresso deste é medido desde seu nascimento, por meio de movimentos ao longo de sua jornada. Então enfatizamos que conhecer os padrões de movimento, as fases e estágios, torna-se de extrema relevância para o trabalho pedagógico, pois quando se desenvolve atividades é possível oportunizar as crianças situações de experimentação e vivências que lhe ajudarão no processo de desenvolvimento de suas habilidades motoras, mas também cognitivas e afetivas.
É muito importante reconhecer no corpo e na construção de sua imagem uma possibilidade de intervenção que auxiliem as ações educativas para além dos paradigmas da racionalidade técnica, pois a criança é considerada como um ser em construção que passa por inúmeras fases, e estas por sua vez devem ser respeitados com suas individualidades e necessidades próprias.
Contudo, observamos a psicomotricidade como uma possibilidade de integrar à criança um desenvolvimento no qual seu crescimento não se restringe a fatores de maturidade ou biológicos por meio do lúdico. 
Com o desejo de diminuir e amenizar as dificuldades de aprendizagem que são encontradas e apresentadas pelos alunos durante o processo de alfabetização, o texto buscou fundamentar-se em teorias que colocam que estas dificuldades são totalmente interligadas com a psicomotricidade, e que esta deve ser devidamente trabalhada para futuramente não apresentar prejuízo à aquisição da leitura e da escrita dos alunos. 
Quando se oferece caminhos mais eficazes e também contribuições que a psicomotricidade possui para o tratamento dos problemas de aprendizagem dos alunos, propiciam-se a eles atividades que podem ser utilizadas como intervenções em dificuldades psicomotoras que sejam leves ou subjacentes a problemas específicos de aprendizagem. 
Conhecer as atividades psicomotoras facilita a realização das mesmas com as crianças dentro da sala de aula ou em atividades recreativas que apresentam elementos fundamentais. Assim, pode dizer que alfabetizar uma criança vinculando-se o trabalho psicomotor permite inúmeras funções e manifestações específicas do desenvolvimento infantil, que com certeza contribuirão para o ensino e a aprendizagem. 
Portanto, é possível observar que uma criança que não conhece a si mesmo e que não se descobriu no mundo, não conseguirá também relacionar a sua educação escolar com a realidade diária, e uma vez desvinculado esses fatores, sua concentração e capacidade de cognição em relação ao aprendizado também será desvinculada.
Torna-se possível entender que o ambiente educacional deve oportunizar situações que levam a criança desenvolver-se por meio de uma mediação que leve em consideração os estágios ou etapas de seu desenvolvimento, considerando a precedência básica de que para a criança o brincar é o carro chefe de todas as ações que lhes são ofertadas e também realizadas por elas.
Por acreditar nessa efetiva relação entre o corpo e o movimento, o corpo que é a alma, que se comunica, expressa e que fala, a mobilização deste contexto deve continuar contribuindo para que a criança possa ter em seu corpo possibilidades para compreender, fazer análises e desenvolverem-se, tornando-se adultos que tenham domínio, habilidades, destrezas motoras, cognitivas e afetivo-sociais.
REFERÊNCIAS
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COSTA, Auredite Cardoso. Psicopedagogia e psicomotricidade: pontos de intersecção nas dificuldades de aprendizagem. 2. Ed. Petrópolis: Vozes, 2001.
FONSECA, Vitor. Psicomotricidade. 2ª. ed. São Paulo:Martins Fontes,1988.
FREIRE, João Batista. Educação de corpo inteiro: teoria e prática da Educação Física. São Paulo: Scipione, 1999.
FRIEDMANN, Adriana. Brincar, crescer e aprender: o resgate do jogo infantil. São Paulo: Moderna, 1996.
KISHIMOTO, Tizuko Morchida. Jogos tradicionais Infantis: O jogo, a criança e a educação. Petrópolis: Vozes 1993.
KLEMPER, N. D. A Psicomotricidade como ferramenta na educação infantil. Monografia para licenciatura plena em Pedagogia. Lins, 2013.
LE BOULCH, J. . Educação Psicomotora: psicocinética na idade escolar. Porto Alegre: Artes Médicas. 1987 
MARQUES, Juracy C. Compreensão do comportamento: ensaio de psicologia do desenvolvimento e de suas pautas para o ensino. Porto Alegre: Globo, 1979. 
NEGRINE, A. Aprendizagem e Desenvolvimento Infantil. Porto Alegre: Prodil, 1995. 
OLIVEIRA, G.C. Psicomotricidade – Educação e reeducação num enfoque psicopedagógico. 12. Edição, Rio de Janeiro: Vozes, 2007.
OLIVEIRA, G. C. Psicomotricidade: educação e reeducação num enfoque psicopedagógico. 7 ed. Petrópolis: Vozes, 2002
ROSA NETO, F. Manual de Avaliação Motora. Porto Alegre-RS: Artmed, 2002.
WADSWORTH, Barry. Jean Piaget para o professor da pré-escola e 1º grau. São Paulo, Pioneira, 1984.

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