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PSICOMOTRICIDADE-E-APRENDIZAGEM

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Sumário 
1 HISTÓRICO E CONCEITOS DA PSICOMOTRICIDADE ................................ 5 
1.1 A psicomotricidade e o desenvolvimento da criança .................................... 9 
1.2 Etapas do desenvolvimento psicomotor ..................................................... 18 
1.2.1 Função motora ........................................................................................ 19 
1.2.2 A estruturação do esquema corporal ...................................................... 19 
1.2.3 Esquema corporal ................................................................................... 19 
1.2.4 Etapas do desenvolvimento do esquema corporal .................................. 19 
1.2.5 Imagem corporal ..................................................................................... 20 
1.2.6 Coordenação Geral e Facial .................................................................... 20 
1.2.7 Equilíbrio ................................................................................................. 21 
1.2.8 Lateralidade ............................................................................................. 21 
1.2.9 A estrutura espacial ................................................................................. 22 
1.3 Distúrbios psicomotores ............................................................................. 22 
2 ALFABETIZAÇÃO ........................................................................................ 23 
2.1 Atividades psicomotoras que contribuem para a alfabetização .................. 28 
2.2 A Educação Psicomotora na Escola ........................................................... 31 
3 CONSTRUÇÃO DO CONHECIMENTO ........................................................ 37 
3.1 O papel do professor na relação professor – aluno .................................... 37 
3.2 A construção de valores humanos ............................................................. 39 
 
4 PSICOMOTRICIDADE RELACIONAL .......................................................... 42 
5 PSICOMOTRICIDADE FUNCIONAL ............................................................ 43 
6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................. 44 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
INTRODUÇÃO 
Prezado aluno, 
O Grupo Educacional FAVENI, esclarece que o material virtual é 
semelhante ao da sala de aula presencial. Em uma sala de aula, é raro – quase 
improvável - um aluno se levantar, interromper a exposição, dirigir-se ao 
professor e fazer uma pergunta, para que seja esclarecida uma dúvida sobre o 
tema tratado. O comum é que esse aluno faça a pergunta em voz alta para todos 
ouvirem e todos ouvirão a resposta. No espaço virtual, é a mesma coisa. Não 
hesite em perguntar, as perguntas poderão ser direcionadas ao protocolo de 
atendimento que serão respondidas em tempo hábil. 
Os cursos à distância exigem do aluno tempo e organização. No caso da 
nossa disciplina é preciso ter um horário destinado à leitura do texto base e à 
execução das avaliações propostas. A vantagem é que poderá reservar o dia da 
semana e a hora que lhe convier para isso. 
A organização é o quesito indispensável, porque há uma sequência a ser 
seguida e prazos definidos para as atividades. 
Bons estudos! 
 
 
 
 
 
 
 
5 
 
1 HISTÓRICO E CONCEITOS DA PSICOMOTRICIDADE 
O termo psicomotricidade é a integração das funções motoras e mentais 
sob a influência da educação e desenvolvimento do sistema nervoso". De acordo 
com Enderle (1987): 
A Psicomotricidade na sua essência, não é só a chave da 
sobrevivência, como se observa no animal e na espécie humana, mas 
é igualmente, a chave da criação cultural, em síntese a primeira e 
última manifestação da inteligência. A Psicomotricidade, em termos 
filogenéticos, tem, portanto, um passado de vários milhões de anos, 
porém uma história restrita de apenas cem anos. A motricidade 
humana, a única que se pode denominar por psicomotora, é distinta 
da motricidade animal por duas características: é voluntária e possui 
novos atributos de interação com o mundo exterior. (ENDERLE ,1987) 
Ao elaborar o conceito histórico de psicomotricidade, pode-se observar 
que sua origem existe desde a antiguidade, as pessoas perceberam que as 
mudanças relacionadas à evolução ocorridas no corpo humano, mesmo sem 
saber, podem ser vistas como ocorreu. Esta evolução é demonstrada ao longo 
do tempo. Também foi observado que o corpo tem significado físico, racial e 
cultural conforme observado através da evolução. A história do movimento 
mental nasceu com a história do corpo. 
Sgreccia (1996, p.112) afirmou que "o corpo é uma barreira à aquisição 
de conhecimentos que deve ser superada para que se possa alcançar a 
plenitude". 
Sustenta a união acidental da alma e do corpo, sendo a alma o 
elemento eterno e divino, o corpo se revela como o obstáculo principal 
ao conhecimento das ideias, e o ideal do homem consiste em se 
subtrair ao que é corpóreo e afastar-se do mundo. (SGRECCIA, 1996 
p.112) 
Nesse sentido, em um ambiente muito favorável, a criança pode encontrar 
a oportunidade de realizar plenamente seu potencial inato, em um ambiente 
diferente e hostil, apenas os potenciais básicos podem ser expressos. 
 
6 
 
Nessa perspectiva, fica claro que, historicamente, a realidade de uma 
criança pode influenciar o desenvolvimento psicomotor à medida que as crianças 
desenvolvem habilidades por meio da criação de seus brinquedos e brincadeiras 
em diferentes momentos históricos. Na sociedade atual, as crianças estão 
expostas a brinquedos de prateleira que não requerem habilidades 
psicomotoras. Com o avanço da tecnologia, a infância tornou-se mais estática 
com a redução do espaço de lazer, cabendo à escola desenvolver a 
psicomotricidade nos momentos interessantes, sempre vinculando o 
desenvolvimento mútuo da mente e do corpo no método da psicomotricidade. 
Dessa forma, pode ser definida como um método de trabalho que 
proporciona um espaço para a legitimação de desejos e sentimentos em que o 
indivíduo pode utilizar seus medos, anseios, fantasias em sua relação consigo 
mesmo e ambivalência, apresentando-se inteiro, com os outros e em um 
ambiente melhorado, desenvolvimento global, aprendizado, equilíbrio de 
personalidade, fomento de relações emocionais e sociais. 
A influência da psiquiatria escolar francesa na educação também 
influenciou os movimentos psicomotores no Brasil. Em 1909, o psiquiatra francês 
Duprén, que desempenhou um papel importante no campo da psicomotricidade, 
observou que, diante de suas observações de fraqueza motora, ele apontou que 
a discinesia pode ocorrer na ausência de alterações intelectuais e vice-versa. 
Em 1935, o neurologista Edouard Guilmain desenvolveu o teste psicomotor para 
diagnosticar o prognóstico e fornecer indicações para o tratamento psicomotor. 
Em 1977, foi criado o GAE (Grupo de Atividades Especializadas) para 
assessorar em estudos temáticos em nível nacional e latino-americano. Isso tem 
sua importância porque, por meio dele, se aprofunda o estudo da 
psicomotricidade, e a compreensão em colaboração com a prática atual, vê o 
sujeito como um todo em seu contexto, contribuindo assim para a melhoria do 
processo das séries iniciais do ensino fundamental. 
 
7 
 
Os profissionais da educação devem, portanto, estar preparados para 
abordar a psicomotricidade sob uma perspectiva socioemocional, cognitiva e 
psicomotora no processo de alfabetização, sem perder de vista que o objetivo 
do trabalho é que as crianças sejam conhecidas e respeitadas, e esses traços 
desenvolvem relações de respeito mútuo e confiança para ajudar os alunos a 
desenvolver habilidades motoras. 
Segundo Damasceno (1997, p.17), "pode-se dizer que o desenvolvimento 
do comportamento motor, assim como o desenvolvimento do movimento, está 
associado ao aumento da maturidade funcional". 
A psicomotricidadedeve tomar a criança como uma pessoa global como 
objeto de estudo, valorizando a mente e o corpo para realizar trabalhos práticos, 
auxiliando no processo de alfabetização, pois está relacionada ao meio físico, 
mental, social e às emoções. Além disso, a psicomotricidade mostra a integração 
entre corpo, ação e emoção, assim fica claro que a psicomotora existe no 
movimento mais simples e natural, e compreendendo seu mecanismo, os alunos 
podem melhorar seu aprendizado. 
Portanto, diante dessa combinação corpo-ação-emocional, pode-se 
compreender a importância da psicomotoridade para o dinamismo do processo 
ensino-aprendizagem, em uma abordagem simultânea nos níveis emocional, 
intelectual e físico, na construção e/ou elaboração por meio de processos 
mentais da aprendizagem motora. 
Dito isso, é aconselhável evitar ao máximo esse tipo de análise, para não 
cair no erro de ver dois componentes distintos: psíquico e movimento, pois 
ambos são a mesma coisa. A psicomotricidade não se limita a um novo método 
ou uma "escola" ou uma "tendência" de ideias, nem é uma técnica, um processo, 
mas sim o uso do movimento humano para fins educacionais. 
 
8 
 
O desenvolvimento psicomotor passa por fases que são: o 
desenvolvimento motor que reflete nas fases da vida da criança no que tange os 
fatores sociais, intelectuais e culturais, podendo também apresentar 
características como as possibilidades de reação do nosso corpo como a 
interação com o meio externo, que é o próprio movimento, e o interno, que faz 
parte dos processos neurológicos e orgânicos. 
O esquema corporal é um elemento indispensável na formação da 
personalidade infantil. É uma representação relativamente global, científica e 
diferenciada do próprio corpo de uma criança. A consciência corporal se 
desenvolve através da evolução psicoemocional. A autoimagem é o aspecto 
subjetivo estabelecido por meio da troca de experiências que transmite a forma 
como um indivíduo existe e vê os outros e também se refere ao espaço 
circundante. 
Segundo Leite (2012), um esquema corporal é o conhecimento do próprio 
corpo e de suas partes – permitindo ao sujeito relacionar-se com o meio. 
Exemplo: A criança sabe que a cabeça está no pescoço e que ambos fazem 
parte de um todo maior, o corpo. Envolve o domínio do movimento e a 
compreensão das dimensões, possibilidades e limitações do próprio corpo. 
A estrutura temporal é abstrata e envolve o conceito de tempo, ou seja, a 
capacidade de se posicionar em termos de continuidade de eventos (antes, 
depois, durante), a duração do intervalo (o conceito de tempo longo e curto, o 
conceito de tempo rápido e ritmo lento). Esses conceitos ainda são muito 
abstratos e às vezes difíceis de absorver. Portanto, é importante ensinar esses 
conceitos às crianças. 
Estrutura espacial: É essencial para a leitura e a escrita, possibilitando 
aos indivíduos agir e movimentar-se em diferentes espaços, podendo ser 
aprendida, mas não ensinada, pois depende da relação que cada indivíduo 
estabelece com o objeto. 
 
9 
 
Coordenação motora ampla: São os movimentos mais amplos dos 
grandes músculos, envolvendo movimentos, as extremidades superiores e 
inferiores, associados a atividades como correr, caminhar, pular, etc. 
Coordenação motora fina: indiscutivelmente os melhores movimentos 
realizados pelos delicados membros das mãos, dedos e pés. Está interligado 
com habilidades manuais e destreza. 
Assim, na psicomotricidade, o planejamento físico se dá de forma 
específica, o uso e a compreensão de comandos específicos e a realização de 
outros movimentos (como correr, pular, rolar, etc.). A transversalidade, por sua 
vez, envolve, por exemplo, a estrutura do espaço e do tempo, que ocorre por 
volta dos cinco ou seis anos, quando a percepção de esquerda e direita deve 
ocorrer sem intervenção do professor. 
Por meio da estrutura espacial, o indivíduo organiza os objetos ao seu 
redor e se conecta com os outros, adquirindo conceitos como perto, longe, dentro 
e fora. 
1.1 A psicomotricidade e o desenvolvimento da criança 
A psicomotricidade é a capacidade de se mover intencionalmente, de 
modo que o movimento pressupõe o exercício de uma variedade de funções 
mentais, memória, atenção, raciocínio e discriminação. 
Desde o nascimento, a criança se movimenta e se adapta gradativamente 
às possibilidades físicas de interação com o mundo. Através do movimento, eles 
aprendem sobre si mesmos, se conectam com outros e objetos, desenvolvem 
suas habilidades e capacidades. 
O movimento, portanto, é o recurso que as crianças usam para adquirir 
conhecimento e seu ambiente, expressar ideias e vivenciar relações com 
pessoas e objetos. Dessa forma, temos o corpo como base para o 
 
10 
 
desenvolvimento cognitivo e conceitual, ou seja, é o ponto de referência a partir 
do qual o ser humano deve conhecer e interagir com o mundo. O movimento é 
uma dimensão importante do desenvolvimento humano e da cultura, e o corpo 
em movimento forma a matriz básica da aprendizagem das crianças. 
Quando a criança age, ela compreende e expressa significados no 
contexto histórico e cultural em que vive, ou seja, ao transformar em símbolos o 
que pode vivenciar fisicamente, a criança constrói primordialmente seus 
pensamentos na forma de ações. Ação é essencial para que as crianças 
conheçam e compreendam o significado que existe em seu ambiente 
Dupré cunhou o termo psicomotricidade em 1905. Em seu conceito, ele 
explicou a relação entre os sintomas psicomotores (ou seja, discinesia e 
localização do cérebro) e identificou a diferença entre motilidade e relaxamento 
em seus aspectos negativos. Para ele, psicomotricidade significa a relação entre 
movimento, pensamento e emoção. É impossível separar a ação do 
pensamento, e a evolução da ação, simbolização e representação dá lugar à 
linguagem. É por meio do movimento que a criança estabelece as bases de uma 
relação com a primeira forma de linguagem e desenvolve o simbolismo, que 
implica conotações sociais e permite à criança desenvolver relações sociais. 
Cabe destacar também que, no início de seu desenvolvimento, as 
crianças estabelecem relações comunicativas com seu ambiente, escolhendo 
movimentos corporais que assegurem sua proximidade com os outros e suas 
necessidades. Nos estágios iniciais do desenvolvimento infantil, o movimento 
físico é visto como uma ferramenta de desempenho para o bem-estar e 
desconforto. 
O movimento não é um puro deslocamento espacial, nem uma simples 
contração muscular, mas o significado de uma relação emocional com o mundo, 
o que, para o autor, significa que o movimento é a única expressão e primeira 
 
11 
 
ferramenta da mente. De acordo com essa situação, pode-se dizer que o 
desenvolvimento esportivo é pioneiro em todos os outros campos. 
Com isso, torna-se relevante compreender as complexidades do ser 
humano, as formas pelas quais os educadores devem explorar as habilidades 
motoras, ao invés de deixar de lado as conquistas individuais de cada criança no 
autoconhecimento. Dessa forma, a psicomotricidade funciona engajando-se na 
aprendizagem construtiva, significativa e global, disseminando o conhecimento 
por meio de uma série de descobertas, mostrando que é a prática que nos ensina 
desde que nos concentremos na mudança das realidades. 
O processo de aperfeiçoamento motor permite que a criança desenvolva 
um sistema de assimilação e um esquema de organização realista baseado em 
estruturas espaço-temporais e causais. A percepção e o movimento detalham a 
função simbólica de estimular e desenvolver a linguagem ao estabelecer 
relações com o mundo externo, resultando em representação e pensamento. 
A compreensão dos processos de controle motor é central em todas as 
práticas pedagógicas e psicológicas, que por sua vez devem ter como foco a 
promoção do desenvolvimento humano. A infância é o período mais importante 
nesse processo,portanto, mais ênfase deve ser dada à aquisição de habilidades 
e movimentos. Adquirir essas habilidades requer uma experiência motora ampla 
e variada, prestando atenção aos aspectos qualitativos de ritmo, coordenação e 
relaxamento. 
É importante ressaltar que o movimento é um significado expressivo e 
intencional, e além de ser uma importante manifestação do ser humano, resgata 
a afirmação de que, por meio do movimento, a participação chega à mente, 
dando ao movimento um conteúdo consciente. Daí a importância da 
psicomotricidade na fase de alfabetização, pois traz consigo um campo de 
dependência entre pensamento e ação, que produz desenvolvimento e 
contribuição na educação. 
 
12 
 
Portanto, o desenvolvimento do corpo depende das situações que o 
indivíduo vivencia no decorrer de sua vida, e todas as suas vivências devem 
acrescentar algo ao esquema corporal, para o qual o trabalho psicoeducativo 
consciente deve priorizar o tato, cinestésicas, o auditivo e o visual com interação 
ao corpo. À medida que o desenvolvimento avança, a relação da criança com o 
ambiente facilita a identificação dos modos de comunicação, e o andar e a fala 
desencadeiam um salto qualitativo no desenvolvimento da primeira infância, 
dando-lhe maior autonomia e independência no estudo do espaço e dos objetos 
nele contidos. 
Nesse momento, os objetos e tecidos do espaço constituem 
oportunidades ou ocasiões de movimentação e exploração corporal, e essa 
observação propicia pesquisas e discussões pedagógicas sobre materiais 
educativos no desenvolvimento da primeira infância. A educação psicomotora, 
realizada nas séries iniciais do ensino fundamental, desempenha um papel 
preventivo. 
Com ele, pode-se evitar desatenção, confusão no reconhecimento de 
palavras, confusão de letras e sílabas e outras dificuldades associadas à 
alfabetização. Crianças com esquemas corporais deficientes não serão capazes 
de coordenar bem seus movimentos. Suas habilidades manuais são limitadas, 
sua leitura está em desarmonia, seus gestos acompanham as palavras, seu 
ritmo de leitura não pode ser mantido ou param no meio das palavras. É por meio 
das habilidades visuais e motoras que a criança descobre o mundo dos objetos 
e, ao manipulá-los, redescobre o mundo. 
No entanto, esse movimento através dos objetos só é possível quando a 
criança é capaz de segurar e soltar, quando ela adquiriu um conceito da distância 
entre ela e o objeto que está manipulando, ou seja, quando não é mais uma 
simples parte dele. A descoberta será positiva com atividade física 
indiferenciada. 
 
13 
 
Dessa forma, a educação psicomotora deve ser considerada como 
educação básica no primeiro ano de ensino. Constrange o processo de 
alfabetização porque orienta a criança a tomar consciência de seu corpo, 
lateralidade, colocar-se no espaço, direcionar seu tempo e adquirir 
habitualmente coordenação de gestos e movimentos. 
Portanto, para iniciar o processo de alfabetização, Fonseca acredita que 
as primeiras necessidades são: 
(…) Alfabetizar a linguagem do corpo e só caminhar para as 
aprendizagens triviais que mais não são que investimentos perceptivo-
motor ligados por coordenadas espaços-temporais e correlacionados 
por melodias rítmicas de integração e respostas. (FONSECA, 1996, 
p.142) 
Então a psicomotricidade ajuda no processo de alfabetização, se for 
exercitada, ou seja, se a parte motora for bem desenvolvida e funcionar de forma 
equilibrada na hora certa, dará ao aluno mais oportunidades de aprender a ler e 
escrever, tendo em vista que se uma criança possui dificuldades motoras muito 
provavelmente apresentará dificuldades de aprendizagem, pois a relação entre 
motricidade e organização mental não é harmoniosa (Fonseca, 1996). 
Existem alguns pré-requisitos relacionados ao desenvolvimento 
psicomotor que permitem que as crianças se envolvam em uma aprendizagem 
significativa em sala de aula. Para isso, no mínimo, ela deve ter um bom domínio 
de gestos e instrumentos musicais. Isso significa que ela precisará escrever à 
mão, portanto, deve ter uma boa coordenação. Poderá lidar melhor com objetos 
de sala de aula como lápis, borrachas, réguas quando estiver ciente de que suas 
mãos fazem parte do seu corpo e desenvolveram padrões de movimento 
específicos, aprender a controlar seu tônus muscular e, o mais importante, 
dominar seus gestos também. 
É importante também que ela tenha uma boa coordenação global, saindo- 
se bem ao se deslocar, transportar objetos e se movimentar em sala de aula e 
 
14 
 
no recreio. Muitos dos jogos e brincadeiras realizados nos pátios das escolas 
são, na verdade, uma preparação para uma aprendizagem posterior. 
Assim, a criança integra os dados sensoriais através do movimento, 
permitindo-lhe conhecer o seu corpo e determinar a sua lateralidade. O 
desenvolvimento psicomotor infantil gira em torno dos componentes básicos de 
seu desenvolvimento, tais como: esquema corporal, equilíbrio, coordenação, 
estruturas especiais, tempo e lateralidade. 
Aos 2 a 3 anos, a criança conquista a dimensão simbólica do pensamento, 
ou seja, entra no mundo dos sonhos, o que lhe permite apropriar-se do 
conhecimento cultural acumulado historicamente pelo meio social. Dessa forma, 
a capacidade de simbolizar inicia quando a criança começa a imitar e representar 
situações da vida. Fonseca observou: 
A imitação é uma forma de atividade que parece implicar de uma 
maneira incontestável relações entre o movimento e a representação. 
A criança esboça o movimento já em relação a algo exterior a si própria, 
os movimentos deixam de responder imediatamente a uma 
necessidade impulsional para se ajustarem às situações exteriores. 
(...) A imitação passa primeiramente por uma fase passiva e, 
posteriormente, por uma fase ativa. Em qualquer delas a imitação 
corresponde ao prelúdio da representação psicológica. (FONSECA, 
1989, p. 227). 
Assim, a capacidade de simbolizar permite à criança transcender os 
limites sensório-motores do comportamento, o que é ampliado quando a criança 
percebe, com o auxílio da linguagem, como seu corpo se sente ao manipular 
diferentes objetos e/ou corpos, diante da experiência com a situação. Por meio 
da linguagem falada, das representações verbais e não verbais e do 
aprimoramento dos movimentos corporais, forma-se a capacidade expressiva da 
criança, condição de elaboração da linguagem corporal. 
Dessa forma, a criança utiliza o movimento de seu corpo como linguagem 
para compreender, expressar e comunicar suas ideias, entendimentos e desejos, 
entre outras coisas. É necessário, portanto, reconsiderar ou repensar uma 
 
15 
 
concepção de educação escolar que valorize o movimento do corpo, da criança, 
não apenas como necessidade físico-motora do desenvolvimento infantil, mas 
também como capacidade de expressão e intenção. 
Para reduzir ou corrigir essa concepção educacional de ação 
assistemática e consciente, pouco domínio do movimento físico e do 
conhecimento, é preciso realizar um ensino que atenda não apenas às 
características e necessidades do desenvolvimento infantil, mas também às 
características e necessidades de prática de desenvolvimento infantil, com uma 
linguagem que ajude a construir temas que vão gerar sua cultura e replicar a 
cultura na qual está inserido. 
Para isso, é importante utilizar atividades que estimulem e desenvolvam o 
movimento, pois a realidade de muitas escolas é uma realidade suspensa, ou 
seja, o movimento ocorre apenas durante o recreio, e isso se limita às touradas, 
das quais as crianças se deslocam lado a lado, tropeçando, discutindo, pegando 
uns aos outros sem direção, sem objetivo definido. 
Outro fator que dificulta o crescimento e o progresso do esporte é que as 
crianças sem brinquedos educativos em casa ficam à mercê de babás 
eletrônicas, assistindo TV o dia todo sem nenhuma atividade. Com isso, 
voltamos a acreditar que a escola é o lugaronde essas crianças devem ser 
expostas a uma boa educação para poderem se desenvolver física, mental e 
socialmente. 
Portanto, é importante ressaltar que exercícios cansativos, atividades 
pontilhadas, curvas e retas não desenvolvem plenamente a psicomotora, pois o 
uso dessas atividades não permitirá que o aluno se desenvolva como um todo. 
Assim, brincar durante movimentos físicos intensos permite que as crianças 
desenvolvam diferentes aspectos de seu treinamento, incluindo habilidades 
físicas e motoras, e ao mesmo tempo, pode levá-las a compreender que esses 
 
16 
 
movimentos são significativos, pois se mostram que servem ao propósito de 
expressão e comunicação. 
As mesmas atividades e jogos proporcionarão a compreensão dos 
movimentos que envolvem a possibilidade de deslocamento do corpo (ex: 
andar, correr, pular, rolar, etc.), manipular objetos (ex: jogar, pegar, tocar, 
arremessar). etc.) e o equilíbrio (ex.: girar, balançar, agachar, etc.) configuram-
se em diferentes exercícios na primeira infância e são apresentados 
principalmente na forma de atividades rítmicas, ginástica e jogos artísticos. 
No entanto, podemos dizer que o desenvolvimento psicomotor 
proporciona aos alunos algumas habilidades básicas para um bom desempenho 
escolar, pois aumenta seu potencial atlético. A psicomotricidade é caracterizada 
pelo uso do movimento na educação para outras aquisições mais refinadas, 
como as intelectuais. 
Para que uma criança aprenda significativamente, é necessário que ela 
tenha um nível mínimo de proficiência em gestos e instrumentos como borracha, 
tesoura, etc. Muitas crianças chegam à escola com uma boa proporção dessas 
habilidades, mas há muitas que chegam sem conhecimento, a escola deve 
desenvolver isso. 
Se a escola realizar atividades psicomotoras com crianças no período de 
alfabetização, o desenvolvimento cognitivo e intelectual será acelerado, o que 
evitará baixo desempenho das crianças, além de permitir que ela consiga cumprir 
com aquilo que lhe é solicitado fazer em sala de aula. 
A psicomotoridade é dividida nos seguintes aspectos: esquema corporal; 
lateralidade; estrutura espacial; orientação temporal e esquema corporal. 
Analisando os esquemas corporais, percebe-se que esse conceito não é 
aprendido na escola e não pode ser ensinado com lápis e papel. Sua construção 
psicológica ocorre gradativamente, e o que a criança faz com o corpo é organizar 
 
17 
 
o esquema corporal. Desenvolve-se através do seu próprio corpo e objetos, das 
relações com as pessoas e da maneira como forma laços emocionais com os 
espaços físicos. 
O conceito básico de organização é fundamental porque permite que as 
crianças se compreendam. Suas emoções, seus pensamentos, suas interações 
sociais dependem de como ela se entende e como ela considera a possibilidade 
de interagir com o mundo ao seu redor. Eles também aprendem a decidir quais 
ações são apropriadas em cada momento com base em suas circunstâncias de 
vida. 
 O domínio dos aspectos físicos, mecânicos, motores e anatômicos do 
corpo lhes dá uma sensação de segurança e a capacidade das partes do corpo 
de ajudar o cérebro a perceber, pensar, sentir e decidir, ou seja, quando seu 
corpo se comporta em movimento, a criança sente segurança. Fazendo 
efetivamente o que ela pretende e esteja pronta para ler. 
A lateralidade é a tendência do ser humano de usar preferencialmente um 
lado do corpo sobre o outro em três níveis: "mãos, olhos e pés". Isso significa 
que há uma vantagem de movimento, ou melhor, a vantagem de um lado é mais 
forte, preciso e rápido, iniciando a execução da ação principal, e o outro lado 
auxiliando essa ação é igualmente importante, na verdade, as duas não são 
isoladas, mas complementares. 
À medida que a criança cresce, ela fará escolhas sobre os movimentos e 
como usar seu corpo para realizar os movimentos. Essas escolhas podem 
determinar se ele é destro ou canhoto, e se a lateralidade não for brincada, 
desenvolvida ou estimulada, a criança poderá escrever seus números e letras 
em um "espelho", ou seja, na face invertida para baixo, se apresentará 
dificuldade em aprender a orientação da figura (da esquerda para a direita), sua 
escrita pode ser muito lenta e/ou ilegível, sentar-se incorretamente e escrever 
 
18 
 
com esforço; Além de ter dificuldade em aprender conceitos de esquerda e 
direita; e confundir letras de direções diferentes como b, d, q, p. 
Portanto, podemos concluir que a finalidade da psicomotricidade é para 
fins educacionais, que serão alcançados através do uso do movimento humano, 
portanto, é uma expressão de existência cuja aplicabilidade diz respeito ao fato 
de que a atividade intencional, holística, como expressão da personalidade ou 
como uma forma particular de se relacionar com o mundo dos objetos e das 
pessoas. 
Não há dúvida de que permite à criança aprender mais sobre si mesma e 
sobre o mundo ao seu redor, desenvolver uma boa relação com sua 
escolarização e sua realidade cotidiana, e uma vez que seu movimento é 
explorado e trabalhado, sua atenção e cognição também será feito, levando a 
um processo de aprendizagem para o sucesso. 
1.2 Etapas do desenvolvimento psicomotor 
Segundo Gonçalves (2004), as diversas fases do desenvolvimento 
psicomotor levam em conta não apenas aspectos da maturação neural, mas 
também os resultados dos processos relacionados. A motricidade pode ser 
dividida nas seguintes etapas: 
1ª fase: a primeira fase é caracterizada pela estrutura de movimento, sons 
de fundo e ausência de respostas primitivas. 
2ª fase: nessa fase, por meio das relações sociais, há tempo e espaço 
para melhorias. 
3ª fase: Através dos movimentos do sujeito, a aquisição do movimento 
será automatizada. 
 
19 
 
1.2.1 Função motora 
A função motora refere-se a fatores envolvidos na capacidade de usar e 
controlar o músculo estriado, que é responsável pelo movimento voluntário e é 
mais utilizado na área da coordenação motora. 
1.2.2 A estruturação do esquema corporal 
Isso representa um papel importante no desenvolvimento da disciplina e 
é o principal ponto de partida para suas ações. A estruturação do esquema 
corporal da criança será realizada por meio das seguintes atividades: controle 
do tônus muscular, movimentação global do corpo e equilíbrio corporal. 
1.2.3 Esquema corporal 
Os esquemas corporais são construídos a partir do momento em que o 
sujeito descobre e utiliza seu corpo no meio em que vive. A criança 
desenvolverá: percepção corporal, equilíbrio, lateralidade, independência dos 
membros, controle muscular e controle da respiração. (SILVA, 2010) 
Os esquemas corporais se estruturam quando um indivíduo descobre, usa 
e controla seu corpo e toma consciência de sua relação com o mundo ao seu 
redor (ALVES, 2008). 
1.2.4 Etapas do desenvolvimento do esquema corporal 
Segundo Alves (2008): 
1ª etapa: corpo vivido (até 3 anos): corresponde à fase sensório-motora 
de Piaget. Por exemplo, um bebê sente ao nascer que seu ambiente é parte 
dele, mas ele ainda não está ciente do "eu", então ele ficará confuso em seu 
ambiente. À medida que cresce e amadurece, o bebê expandirá sua experiência 
e, assim, começará a diferenciar seu ambiente. 
 
20 
 
2ª etapa: corpo percebido ou descoberto (3 a 7 anos): corresponde a um 
esquema corporal organizado de acordo com funções internalizadas. Essa 
aquisição é importante porque contribui para o desenvolvimento da percepção 
corporal da própria criança. 
3ª etapa: representando o Corpo (7 a 12 anos): nesta fase, as crianças 
absorveram o conceito de seu corpo. Adquiriram posições e movimentos em 
situações sociais controlando melhor o corpo. A partir disso, expande e mantém 
seu plano corporal organizado. 
1.2.5 Imagem corporal 
Ainda segundo Alves (2008), a imagem corporal é a forma como o corpo 
se apresenta a si mesmo. A relação entre o corpo e os objetos localizados em 
seuespaço. Sua própria imagem é construída como qualquer outra estrutura 
mental. Através da distância percebida entre a criança e o objeto, delineia seu 
primeiro conceito de espaço. 
1.2.6 Coordenação Geral e Facial 
Durante este estágio, o desenvolvimento de todas as habilidades 
perceptivas do indivíduo é registrado. Para a coordenação geral, é necessário 
um equilíbrio perfeito do movimento muscular durante o repouso e o exercício. 
Cinco tipos de coordenação motora podem ser enfatizados: 
1) Coordenação motora fina: A coordenação motora fina é responsável 
por usar os pequenos músculos do corpo para escrever, digitar e cortar. As 
crianças que têm dificuldade em realizar esses movimentos, principalmente com 
as mãos, não conseguirão controlar os pequenos músculos das mãos. 
Essa dificuldade afeta o desempenho acadêmico das crianças, pois 
prejudica sua capacidade de realizar atividades de escrita. As letras das crianças 
não estão formatadas corretamente, tornando sua caligrafia ilegível. 
 
21 
 
2) Coordenação motora ampla: essa pessoa possui a capacidade de usar 
grandes músculos da melhor maneira possível, engatinhando, andando, 
pulando, correndo. 
3) Coordenação visomotora: a capacidade de coordenar a musculatura e 
o olhar. É o deslocamento ao longo da linha do olho. Esta habilidade ajuda as 
crianças a ler e escrever. 
4) Coordenação audiomotora: traduz os comandos do aparelho auditivo 
em ações. Isso pode ser feito por meio de brincadeiras rítmicas, como 
brinquedos cantados. 
5) Coordenação facial: capacidade de expressão facial. É feita através de 
exercícios faciais, como por exemplo, a mastigação. 
1.2.7 Equilíbrio 
O equilíbrio torna-se cada vez mais importante à medida que a criança 
cresce e pode ser estático durante o não exercício e dinâmico durante o 
exercício. 
1.2.8 Lateralidade 
Essa é uma etapa importante do desenvolvimento pessoal, pois é por 
meio dela que o sujeito tem um conceito de si mesmo, na formação de seu 
esquema corporal e na percepção de seu corpo. Segundo Oliveira (2005), a 
lateralidade humana é um traço progressivo de ambos os hemisférios cerebrais. 
O ser humano tem lateralidade que é preferencialmente mais de um lado do 
corpo do que do outro, ou seja, mãos, olhos e pés. Isso significa que um lado do 
corpo cria uma área maior que o outro. O conhecimento de que a lateralidade é 
"esquerda e direita" está errado. Nas palavras de Oliveira: 
O conhecimento de "esquerda e direita" deriva do conceito de 
dominância lateral. É uma generalização da percepção do eixo do 
corpo, para tudo ao redor da criança, quanto mais saliente e 
 
22 
 
homogeneizada a lateralidade da criança, mais fácil é aprender esse 
conhecimento. De fato, se uma criança pensa que está trabalhando 
naturalmente com “essa mão”, então “essa mão” é a mão direita ou 
esquerda. (OLIVEIRA, 2005) 
1.2.9 A estrutura espacial 
As crianças precisam de um espaço de atividade. A criança adquire 
estrutura espacial quando: reconhece a realidade que representa; aprende a 
localizar e ocupar o espaço. 
 Fonseca (1997) destacou que a estrutura espacial está integrada nas 
regiões posteriores do córtex, o que fundamenta a função de análise, 
processamento e armazenamento das informações adquiridas. 
1.3 Distúrbios psicomotores 
Segundo LEITE (2012), distúrbios psicomotores são dificuldades na 
execução motora, percepção de partes do corpo, proporções entre essas 
partes e conhecimento da lateralidade. A dificuldade com essas necessidades 
expõe as crianças de forma desigual aos grupos de pares, o que pode criar 
ansiedade, complexos de inferioridade e dificuldades na escola. 
A patologia psicomotora é de natureza mental e essas crianças muitas 
vezes não têm bom equilíbrio; têm dificuldade de movimento, como pular, 
correr, vestir-se sozinhas, amarrar cadarços; tropeçam e caem com facilidade; 
e têm dificuldade em se orientar no espaço. 
Crianças com deficiência visual motora têm dificuldade para escrever 
em linhas; as letras são irregulares, muitas vezes com traços pesados; 
precisam de ajuda para recortar e/ou colar com precisão e desenhar dentro 
das limitações. Esses distúrbios são de difícil diagnóstico, pois muitas vezes 
estão relacionados a outros distúrbios e/ou problemas, porém, uma vez 
detectadas essas dificuldades, a criança necessitará de uma avaliação para 
acompanhamento de reeducação psicomotora. 
 
23 
 
2 ALFABETIZAÇÃO 
O processo de alfabetização no Brasil passou por diversas etapas 
históricas, nas quais alfabetizar é uma exigência da política social. Essa 
exigência tem aumentado nas últimas décadas, com pesquisas relacionadas ao 
assunto exigindo que os pesquisadores compreendam questões relacionadas ao 
processo de alfabetização. Com a propagação extática da teoria construtivista, 
a alfabetização não é mais apenas a decodificação dos sons, mas a escrita, a 
codificação dos sons, transformando-os em símbolos gráficos. 
A busca por métodos satisfatórios de alfabetização no Brasil é histórica. 
Há anos, os professores vêm pesquisando, procurando receitas prontas que 
potencializem seus esforços de alfabetização. 
Essa busca cria um conflito de abordagens de letramento em conceitos 
tradicionais de letramento quando métodos de síntese e análise são usados para 
alcançar a codificação/decodificação dos elementos da escrita. 
Existem três maneiras de trabalhar no método sintético: alfabético, fônico 
e silábico. O método alfabético toma a letra como unidade e adorna todas as 
letras do alfabeto, o método fonético utiliza o fonema relacionando-o ao símbolo, 
com o som começando com as vogais ou uma palavra significativa, e o método 
silábico inicia com a sílaba, sempre com uma palavra-chave. É a aprendizagem 
mecânica que minimiza o prazer da leitura. 
Os métodos analíticos, por outro lado, visam superar os problemas dos 
métodos sintéticos iniciando o processo de alfabetização. O método de análise 
parte do todo, utilizando palavras pertencentes à linguagem da criança, ou 
utilizando jogos para resolver gradativamente as dificuldades e despertar o 
interesse da criança pela escrita do texto, mas requer muita memória e muita 
 
24 
 
ajuda dos familiares. Embora pareçam opostos, os métodos de síntese e os 
métodos de análise têm algo em comum no campo dos sistemas gráficos. 
Permitir que os alunos construam seu conhecimento serve como base 
para as atividades dos próprios alunos. Ensiná-lo e ajudá-lo a progredir também 
é uma atividade básica do professor, por isso a escola existe. 
O alfabetismo ou soletração, ocorre quando as letras são faladas 
individualmente, seguidas da própria palavra, sendo a letra a menor unidade. 
Exemplo: Sol=esse/o/ele... Sol. Desde o momento da leitura em relação às letras 
e sons, até a conclusão da leitura global das palavras, a menor unidade é o 
fonema. Exemplo: mel=mê/é/lê...mel. Silábico. 
As sílabas são combinadas em palavras. O processo começa com o 
treinamento auditivo, onde é formulado para que os alunos entendam que as 
palavras são formadas por simples grupos de sílabas ou consoantes. Exemplo: 
boneca = bê/ô/bo...ene/é/ne..cê/á/ca boneca ou bê/ó/bo...ene/é/ne...cê/á/ca 
boneca. 
Em um sistema integrado, pode-se concluir que os alfabetizadores que 
utilizam esse método no processo de alfabetização, não trabalhando com alunos 
que ainda não dominam a leitura de textos elaborados, devem fornecer aos 
alunos a identificação das letras do alfabeto e suas possíveis famílias. 
O sintético pode ser definido como ensinar uma parte de um todo. Quanto 
à abordagem analítica no processo de ensino, diz que os professores trabalham 
a partir das palavras, considerando que os alunos aprendem melhor porque a 
aprendizagem torna-se mecânica quando se inicia com letras e/ou sílabas. 
Nesse percurso do método analítico, a leitura é vista como condição de 
compreensão das palavras, que devem ser palavras que os alunos utilizam emseu cotidiano. 
 
25 
 
Portanto, um alfabetizador que utiliza esse método sempre inicia suas 
atividades de ensino com as menores partes que considera as mais simples – 
as sílabas – e as palavras, frases e textos mais complexos. 
Cabe, portanto, ao professor mediar, facilitar esse processo de desafio e 
aprendizagem, e proporcionar aos alunos diversas formas de leitura e escrita. 
Dessa forma, ele poderá compreender diferentes formas de escrita, seja em 
histórias infantis ou em publicidade, ou em embalagens de produtos, enfim, 
conscientizando o aluno sobre a presença da escrita em seu cotidiano, criando 
assim um ambiente significativo. O processo de aquisição da escrita para alunos, 
em uma abordagem construtivista, as crianças desenvolvem seu próprio modo 
de ler e escrever, buscando construir seu conhecimento articulando 
pressupostos. 
Dito isso, em termos de construtivismo, pode-se entender que as crianças, 
independentemente da classe social, têm a capacidade de aprender a ler e 
escrever, para ser alfabetizada. 
Portanto, é compreensível que a relação entre falar e escrever, em última 
análise, organize e facilite o processo de alfabetização da linguagem e da escrita, 
mas a matemática também deve funcionar desde cedo, pois é essencial, 
enquanto a numerácia e o desenvolvimento da habilidade matemática formal são 
essenciais. Técnicas que dotam os alunos de espírito crítico e os envolvam na 
compreensão e transformação de seu ambiente, como a alfabetização 
matemática pode ser considerada um pré-requisito para a libertação social e 
cultural. 
Skovsmose afirma: 
"Freire introduziu o conceito de alfabetização, de modo que inclui mais 
do que apenas a capacidade de ler e escrever. Da mesma forma, a 
alfabetização matemática está associada a diferentes formas de 
ignorância, tanto política quanto ideológica, podendo trazer mudanças 
para o indivíduo e a sociedade em que vive". Mas para isso, além de 
 
26 
 
respeitar o tempo de cada criança para construir seu próprio 
conhecimento, os professores devem criar ambientes significativos que 
estimulem o aprendizado. (SKOVSMOSE, 2006, p. 68) 
A alfabetização também é alcançada através do processo criativo da 
linguagem, em que os alunos descobrem coisas novas e recriam as funções que 
a leitura e a escrita têm na sociedade, para a qual a língua materna deve ser 
usada como ponto de partida e ponto de conveniência, pois assim os alunos 
adquirem a linguagem escrita e falada (alfabetização). 
Os alunos devem ser expostos ao mais amplo mundo possível da escrita. 
Muito importante para acessar esse vasto universo, os alunos passam pelas 
diferentes etapas da alfabetização para que ela ocorra. Essas etapas ocorrem 
na fase de reconhecimento de letras, pré-sílaba, fase de sílaba. A composição, 
a elaboração de frases e assim as ideias que surgem através da própria escrita, 
aprendendo a usar palavras que tenham seus significados. 
Para realizar esse processo com sucesso, os educadores devem usar 
diferentes métodos, desde copiar, ler, ditado avaliativo, cortar e combinar frases, 
até expressar por meio de figuras. Nesse sentido, o desenvolvimento psicomotor 
dará uma contribuição significativa, pois os alunos trabalham tanto físico quanto 
psicologicamente, aprendendo a ouvir, interpretar, criar, organizar, expressar 
suas ideias do abstrato ao concreto e, assim, nos processos de ensino 
concretos. 
Dada a importância da psicomotricidade para o indivíduo, auxiliar os 
alunos com atividades psicomotoras é fundamental e deve ser proporcionado a 
eles. 
As avaliações psicomotoras dos alunos são necessárias para possibilitar 
e/ou facilitar novas recomendações de conhecimentos e atividades prévias dos 
educadores e para atender e satisfazer necessidades e funções. 
 
27 
 
Assim, é fundamental que os alunos sejam avaliados e esta avaliação não 
é da responsabilidade específica da equipe docente, mas também dos 
psicólogos e outros profissionais relevantes. 
Quando são detectadas dificuldades psicomotoras em um aluno, ele deve 
adquirir um processo educacional que desenvolva um trabalho diferenciado 
voltado para o enfrentamento dessas dificuldades. 
É necessário avaliar alunos com dificuldades psicomotoras no contexto 
educacional, professores psicomotores e psicólogos procurarão proporcionar um 
processo de avaliação bilateral no espaço escolar através da avaliação de 
situações visando organizar todos os aspectos do desenvolvimento da criança. 
Dentre os métodos de avaliação psicomotora, uma abordagem utiliza 
modelos tradicionais de avaliação para contextualizar as relações escola-família-
sociedade por meio de métodos de avaliação que atendem às necessidades 
expressas pelos alunos. 
As avaliações são realizadas principalmente em pequenos grupos, com 
atividades lúdicas que estimulam conceitos de reflexos, temporalidade e 
lateralidade. Tais avaliações são baseadas nas necessidades do grupo, 
ressaltando que é necessária a orientação educativa dos educadores e, em 
casos específicos, o acompanhamento psicomotor. 
Avaliar motoramente os alunos é uma tentativa de romper com outros 
processos avaliativos que buscam apenas identificar as necessidades 
educacionais especiais. No entanto, no processo de avaliação psicomotora, os 
educadores devem considerar o aluno como um todo sob uma perspectiva 
biológica, histórica, pessoal, social e cultural, a fim de satisfazer e aprimorar o 
processo de ensino para esses alunos. 
 
28 
 
Acredita-se também que a avaliação psicomotora assegurará, identificará 
e, de fato, proporcionará oportunidades de interação social, possibilitando que a 
escola cumpra sua função social. 
2.1 Atividades psicomotoras que contribuem para a alfabetização 
De acordo com a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional de 20 
de dezembro de 1996 (Lei nº 9.394/96), a educação infantil é a primeira etapa 
da educação básica, voltada para o pleno desenvolvimento físico, mental, 
intelectual e social das crianças menores de seis anos, levando em consideração 
as ações da família e da comunidade, o grau psicomotor é a base do 
desenvolvimento infantil. 
O exercício permite que as crianças explorem seu mundo exterior e é 
fundamental para seu desenvolvimento físico, intelectual e emocional, por isso 
há a necessidade de proporcionar mais liberdade de movimento para que as 
crianças se desenvolvam e articulem espontaneamente os crescentes conflitos. 
Neste espaço, as crianças vão se encontrar através de atividades psicomotoras 
gratuitas, jogos e brincadeiras. 
Na sala de aula, muitas vezes encontramos um aluno que escreve com 
tanta dificuldade que rasga o papel, ou escreve tão claramente que não 
consegue lê-lo com clareza. Alguns alunos sentam na posição errada, ou não 
conseguem segurar a caneta corretamente, e a caligrafia fica feia e difícil de ler. 
Podemos citar outras características como dificuldade em distinguir esquerda e 
direita, pular letras ao escrever, demorar muito para realizar determinada tarefa, 
dificuldade de concentração e compreensão de comandos. O manuseio de 
tesouras é errático, às vezes nem um pouco. 
Fora da sala de aula, as crianças esbarram em objetos ao seu redor e os 
derrubam, caem sem motivo aparente e, em alguns casos, se recusam a 
participar de atividades como jogos e entretenimento com outras crianças. 
 
29 
 
Diante disso, e dessa realidade, a atitude de alguns professores é taxar essas 
crianças como tendo problemas de aprendizagem. 
Portanto, é importante aqui esclarecer a distinção entre alguns dos termos 
que os professores usam para diagnosticar questões levantadas pelos alunos e, 
em alguns casos, mal-entendidos que podem surgir se as definições não forem 
claras. 
 A diferença entre barreiras, problemas e dificuldades de aprendizagem. 
Dificuldades de aprendizagem têm mais a ver com fatores orgânicos, como 
psiconeurais, psiquiátricos ou psicológicos. 
Os problemasde aprendizagem estão mais relacionados a questões 
emocionais, sociais e familiares. Embora as dificuldades de aprendizagem 
estejam relacionadas ao processo normal de aprendizagem e possam ser 
causadas por flutuações em diferentes estágios de desenvolvimento, também 
podem ser causadas por uma metodologia mal adaptada ou por um 
relacionamento ruim com escolas ou professores. 
A estruturação espacial se desenvolve com a aquisição de noções de 
situações (dentro, fora, longe, perto), de tamanho (grosso, fino, pequeno, médio, 
grande), de posição (em pé, deitado, sentado, agachado), de movimento 
(levantar, abaixar, puxar, cobrar, subir, descer), de formas (círculo, quadrado, 
triângulo), de quantidade (cheio, vazio, pouco, muito), de superfícies e de 
volumes. 
As atividades que estudam os conceitos espaciais são baseadas em jogos 
que envolvem o corpo, como caminhar por uma sala para explorar o ambiente, 
quebra-cabeças, jogar amarelinha, equilibrar-se no meio fio, andar online, etc. 
Atividades relacionadas à lateralidade, que envolve a percepção dos lados 
esquerdo e direito, ajudam a organizar cadernos e escrever cartas. Exercícios 
 
30 
 
de expressão verbal, como fazer caretas, beijar, assobiar, fazer bolhas de sabão, 
etc., contribuem muito para o desenvolvimento da linguagem. 
Existem muitas formas de lidar com a psicomotricidade, por isso torna-se 
importante em uma abordagem de alfabetização e ajuda a prevenir grandes 
problemas. Então temos jogos como monociclo, chutar, andar descalço na praia, 
no tapete, cobrir os pés com plástico fino em cascas de ovo para não machucar 
os pés, andar de joelhos, pegar uma bala pendurada na boca, fazer bolas, etc. 
Essas atividades estimulam as crianças a trabalhar e perceber seus corpos por 
dentro e por fora, o que lhes dará uma compreensão de como o corpo funciona 
e como funciona, garantindo a prontidão para a alfabetização. 
Exercícios de coordenação, como o movimento de levantar os braços e 
aproximar o joelho direito e depois alternar. Saltar com um pé, imitando um ritmo 
pré-estabelecido pelo professor, as brincadeiras cantadas fazem as crianças 
baterem palmas em pares, abotoar e desabotoar, colocar contas ou pular com 
um pé, colocar objetos não rolantes em um pé para as crianças, andar sem cair 
e brincar de amarelinha. Além de garantir o refinamento do equilíbrio dinâmico, 
esses exercícios também proporcionam uma boa coordenação motora. 
Jogar dados, amassar bolinhas de papel, correr sobre obstáculos em um 
caminho, usar um bambolê no chão e pedir para a criança andar, pular de um 
círculo com um pé. Atividades de orientação como seguir um caminho, 
discriminação visual, memória perceptiva, preenchimento de conteúdo faltante, 
sequência e continuidade, duração, ritmo. São exercícios importantes, mas nem 
sempre são amadurecidos e sistematizados pelas crianças. 
Essas habilidades não precisam ser desenvolvidas apenas nas aulas de 
educação física e música, elas podem ser praticadas em sala de aula, 
incentivando os alunos a praticarem na entrada e nos intervalos. 
 
31 
 
2.2 A Educação Psicomotora na Escola 
O primeiro contato do homem com o mundo é através do movimento. Ao 
longo da vida, a percepção de si mesmo é influenciada pela percepção do corpo 
e pelas peculiaridades de força e capacidade na atividade física. O movimento é 
um dos fatores que possibilita o desenvolvimento físico de uma pessoa 
acompanhá-la ao longo de sua vida, desde a infância até o desempenho 
funcional nas diversas atividades profissionais que um indivíduo irá desenvolver 
na sociedade. 
Através de palavras, gestos, expressões, movimentos e emoções e 
linguagem corporal, o homem faz compreender suas próprias necessidades de 
sobrevivência. A psicomotricidade proporciona aos indivíduos um melhor 
controle físico, sendo um fator fundamental e integral no desenvolvimento global 
e unificado das crianças. Em sua pesquisa, Cunha (1990) mostrou a importância 
de um bom desenvolvimento psicomotor e cognitivo. 
Subjacente ao processo intelectual e à aprendizagem infantil está a 
estrutura da educação psicomotora, que evolui do geral para o específico, e se 
a criança apresentar problemas, na maioria das vezes, isso acontecerá no nível 
básico, nos elementos psicomotores. Esta é a base para o aprendizado do 
planejamento corporal, lateralidade, estrutura espacial, orientação temporal e 
desenvolvimento da pré-escrita, considerando que o aprendizado pode ser 
afetado se houver algum problema de natureza psicomotora. 
A formação das capacidades físicas individuais se dará em suas 
interações com o mundo social. Ao dominar o uso de cada vez mais metas, ele 
aprenderá simultaneamente a agir em situações mais complexas, buscando 
identificar o significado e o contexto das ações vivenciadas. 
Segundo Smole (1996), a interação com o meio social é o primeiro espaço 
em que a criança conhece e reconhece seu próprio corpo, onde os conceitos de 
 
32 
 
proximidade, separação, vizinhança, continuidade serão organizados em uma 
relação oposta (parte/todo, pequeno/ grande), (semelhante/diferente, 
interior/exterior), que são detalhados com base em suas explorações táteis e 
cinestésicas. 
Wallon (1995) argumenta que a organização do pensamento e dos 
esquemas corporais de uma criança é construída em paralelo, desde o 
nascimento até as outras fases, e o pensamento ocorre apenas nas fases mais 
delicadas, quando seu comportamento físico interage com o ambiente. A partir 
de certa idade, a criança usa o corpo como ferramenta de manipulação e 
relacionamento. 
A principal característica dos bebês desde o nascimento é o domínio 
gradual das atividades motoras voluntárias, e os humanos são as criaturas com 
maior imaturidade em relação aos outros animais. Para Walon (1995), a 
locomoção é uma das principais características que o diferencia dos demais 
animais e leva ao amadurecimento de suas atitudes de desenvolvimento 
psicológico. 
A principal característica da criança é, na primeira infância, o domínio 
gradual das atividades motoras voluntárias, confirmada com a diminuição da 
espontaneidade, onde ela adquire o controle voluntário dos movimentos, e estes 
se tornam cada vez mais corretos. De Meur enfatiza ao desenvolvimento de 
competências fundamentais, afirmando: 
A importância do desenvolvimento de habilidades básicas pode ser 
vista de forma mais sistemática na pré-escola, que tem como função 
fornecer às crianças os pré-requisitos necessários para aprender a ler 
e escrever. (DE MEUR; 2001, p. 78) 
Costallat (1981) apontou que o segundo estágio do desenvolvimento 
motor não pode ser verificado até os 10 anos de idade, a melhora gradativa do 
movimento nos primeiros anos, o ano anterior ao período de 7-8 anos do início 
da atividade, é neste momento que se adquiri a precisão dos movimentos. 
 
33 
 
Durante um período de 8 a 10 anos, os movimentos habituais são 
mecanizados e acelerados naturalmente até se tornarem flexíveis. Para Ferreira 
Neto (1995, p. 27), os padrões motores básicos parecem adquirir forma madura 
por volta dos 6 a 7 anos, desde que a criança receba estimulação adequada, o 
autor afirma que “[...] padrão parece adquirir uma forma madura por volta dos 6/7 
anos." 
Para Le Boulch: 
A educação psicomotora deve ser considerada como educação básica 
nas escolas primárias. Proporciona as condições para toda a 
aprendizagem pré-escolar: orienta a criança a tomar consciência do 
seu próprio corpo, da lateralidade, a colocar-se no espaço, a dominar 
o seu próprio tempo, a adquirir habilmente a coordenação dos gestos 
e movimentos. A educação psicomotora deve começar pequena: de 
forma persistente, pode prevenir mal-adaptações que se 
desenvolveram e que são difíceis de corrigir. (LE BOULCH; 1987, 
p.11). 
O controle voluntário é tão complexo que leva mais de duas décadas para 
crescer física e mentalmente. Dos 5 aos 10 anos, dependendo de algumaeducação psicomotora no início da vida escolar, é possível melhorar a estrutura 
organizacional e proporcionar aos alunos melhores possibilidades de resolver a 
relação entre exercícios de análise lógica e números. 
Além de estimular a criatividade das crianças, os responsáveis pela 
escolarização também devem se empenhar no desenvolvimento psicomotor 
(controle e melhora do movimento), percepção (diferenciação da visão e 
audição), diferentes tipos de linguagem e raciocínio lógico. De Meur e Staes 
(1989) apontaram que os cursos psicomotores nas escolas se concentrarão 
principalmente em um conceito muitas vezes repetido no qual eles manipulam 
vários materiais. Para ter um desenvolvimento pleno na escola primária, é 
necessário um trabalho sério, cooperação no desenvolvimento dos alunos. 
Independentemente do nível de ensino considerado, a educação deve 
sempre levar o aluno ao maior desenvolvimento possível. O conteúdo, as tarefas, 
 
34 
 
as atividades de aprendizagem, as interações dos professores e todas as 
decisões de ensino devem ser valorizadas de acordo com sua adequação ou 
grau de alcance de suas metas, os objetivos de aprendizagem (PIAGET, 1975). 
Para Mitra e Mogos (1982), não há limite inferior de idade para o início do 
desenvolvimento atlético. Só existem meios adequados para isso, com períodos 
de desenvolvimento mais intenso e outros períodos de relativa estagnação. Nas 
últimas décadas, Gonçalves (1995, p.38) destacou que alguns profissionais têm 
buscado aprimorar seus conhecimentos, incorporando mudanças significativas 
em sua prática para melhorar o desempenho dos alunos. 
Com o desenvolvimento psicomotor, a criança é vista como um todo 
cognitiva, motora e emocionalmente. O papel da escola no desenvolvimento 
infantil, a interação pedagógica, visa permitir que cada criança alcance os 
objetivos naturalmente esperados em seu desenvolvimento mais cedo e melhor, 
ao invés de permitir que ela seja livre para fazer seus próprios investimentos e 
participação. 
A escola fornecerá os meios através de diferentes atividades, que exigirão 
novas experiências no nível cognitivo, e a criança terá que transferir o que é 
internalizado por dentro de gestos mecânicos até que a escrita seja produzida. 
Freire (1989, p.122) destacou que toda ação é possível porque existe uma ação 
coordenada que a vincula por um objetivo, ou seja, os gestos mecânicos 
produzem uma ação proposital que é única possível. Porque coordenação, nada 
mais é do que conhecimento corporal. Essa ligação entre conhecimento e ação 
é conhecida como psicomotoridade (FREIRE; 1989, p. 122). 
Estimular o desenvolvimento motor é tão importante que, quando o 
desenvolvimento é prejudicado, o processo de aprendizagem da criança pode 
apresentar disfunções, como a dificuldade de aquisição da linguagem falada e 
escrita. Como parte do mundo simbólico que a linguagem constitui, as crianças 
 
35 
 
carecem de experiências concretas que ajudem a influenciar o processo de 
aprendizagem. 
Quando o desenvolvimento psicomotor é deficiente, as crianças podem 
ter sérios problemas durante a fase de alfabetização. A educação psicomotora 
deve ser considerada como educação básica na primeira infância e nas séries 
iniciais. Ela afeta e se torna uma exigência do processo de alfabetização. Ao 
conscientizar a criança de seu corpo, de sua lateralidade, de se colocar no 
espaço, de direcionar seu tempo, ela adquire a prática da atuação, bem como a 
coordenação de seus gestos e movimentos. 
As crianças precisam ser estimuladas desde cedo pela família, escola ou 
ambos. Para Lassus (1984), a educação psicomotora envolve e direciona todo o 
processo de aprendizagem, seja de forma coletiva ou individual. A 
psicomotricidade em si, auxilia os alunos no processo de aprendizagem e 
contribui para a compreensão nas atividades escolares, fornece uma base para 
o desenvolvimento intelectual, baseando-se principalmente na experiência 
motora. Requer o uso de funções cognitivas para habilitar a psicomotricidade 
ajudando a desenvolver a inteligência humana. 
Alguns psicólogos acreditam que quanto mais cedo a criança entrar na 
escola, melhor será o seu desenvolvimento global, pois a escola é uma 
experiência rica para as crianças, principalmente porque é onde elas passam por 
uma série de períodos de mudanças físicas, cognitivas e emocionais, a escola 
pode fornecer uma conexão com o mundo. 
Há necessidade de educação psicomotora baseada em exercícios”. Como 
a educação psicomotora é preventiva, se as escolas derem importância à 
educação psicomotora, não haverá problemas de descoberta e tratamento da 
reeducação, ou seja, a educação psicomotora nas escolas deve ser integrada 
ao currículo junto a outras disciplinas que são igualmente importantes. 
 
36 
 
A psicomotricidade um importante elemento educacional e uma 
ferramenta indispensável para melhorar as habilidades perceptivas, 
desenvolvendo formas de estimular a atenção e os processos mentais. Portanto, 
quanto mais rápido as atividades psicomotoras das crianças forem estimuladas, 
melhor será seu desempenho acadêmico. 
Para Mitra e Mogos (1982), não existe idade inferior para o início do 
desenvolvimento atlético. Para funcionar corretamente, métodos e meios 
adequados devem ser usados. O uso adequado poderá ajudar muito no 
desenvolvimento das crianças, quanto mais elas aprendem, maiores serão os 
benefícios para o seu desenvolvimento. 
O desenvolvimento da aprendizagem é um processo interativo, e quanto 
mais se aprende, mais se desenvolve. Segundo Lapierre e Le Boulch 
(OLIVEIRA, 1992) a psicomotricidade deve proporcionar uma melhor formação 
para os alunos na formação básica, pois ele terá uma melhor e maior assimilação 
do aprendizado escolar, pois este é um requisito indispensável da criança. 
Ao entrar na fase escolar, o desenvolvimento das crianças deve ser 
supervisionado e trabalhado por meio dos responsáveis pela sua educação, 
procurando proporcionar aos alunos qualidades desenvolvimentais participativas 
e socialmente ativas. Para se obter um bom plano de ensino, deve-se considerar 
a situação real do aluno, incluindo maturidade, necessidades, aspirações, 
preparação e possibilidades de aprendizagem. 
Segundo Davis e Oliveira (1994), o professor como educador tem um 
papel a cumprir porque é fundamental: ele busca construir as condições em que 
ocorre a interação professor-aluno, levando à apropriação indevida do 
conhecimento. Para a educação: Com a ajuda de adultos ou pares mais 
experientes, a aprendizagem ocorre em etapas sucessivas de internalização do 
social para o individual. 
 
37 
 
A tarefa do professor é ampla e complexa, cabendo a ele entender o 
caminho que o aluno está construindo, descobrir ou estabelecer métodos que o 
ajudem a crescer, entender-se como disciplina, integrar-se à sociedade, adaptar-
se ao conhecimento que o ser humano produz e não apenas reproduz, 
proporcionar um ambiente para que cada criança desenvolva seu potencial. 
É necessário que os educadores compreendam os elementos motores a 
serem utilizados, e para isso é preciso ter em mente as etapas do 
desenvolvimento motor (psicomotor) e as etapas da aprendizagem. Os 
professores da educação infantil necessitam de uma sólida compreensão do 
campo psicomotor para que possam planejar suas próprias atividades neste 
campo. 
3 CONSTRUÇÃO DO CONHECIMENTO 
Os Parâmetros Curriculares Nacionais (1997) apontam os objetivos de 
qualidade que permitem ao aluno enfrentar o mundo globalizado de forma ativa, 
consciente, engajada e autônoma, tornando-o construtor de seu conhecimento 
e consciente de sua direitos e deveres como cidadão. 
O advento do PCN revolucionou a forma como os educadores ensinam; 
um novo modelo educacional baseado nos princípios da flexibilidade, integração, 
interdisciplinaridade e diversidade cultural. O PCN apresenta temas transversais 
em linguagem clarae atualizada, ilustrando a necessidade de profissionais da 
educação aplicá-los. 
3.1 O papel do professor na relação professor – aluno 
Compreender e amar as crianças é uma parte necessária do ensino, 
assim como o oxigênio que devemos respirar para sustentar a vida. Os 
professores bem-sucedidos sentem amor pelas pessoas em geral e como 
 
38 
 
indivíduos. Infelizmente, o amor sem ensinar o conhecimento não é suficiente. 
Os professores devem saber como ensinar, como manter os alunos interessados 
e como criar uma atmosfera de aprendizagem. Tanto o amor quanto a habilidade 
são necessários, um sem o outro não é suficiente. 
Desde as primeiras escolas, o papel principal do professor é transmitir 
conhecimento, transmitir habilidades e ajudar as crianças a aprenderem a 
resolver problemas. Este aspecto é fundamental do trabalho do professor e nada 
mudou por milhares de anos. Quando utilizado o verbo “ensinar”, são esses 
procedimentos que estão implícitos porque são eles que a sociedade, desde os 
hieróglifos dos egípcios, aos gregos, romanos e hebreus, usavam com seus 
alfabetos. Estamos lidando com a transferência de conhecimento que uma 
geração aceita ou desenvolve em outra. Tradicionalmente, os professores são 
adultos e os alunos são crianças. Isso é tão verdadeiro hoje como era "no 
passado". 
A qualidade do desempenho de uma escola não pode depender 
apenas da vontade de um professor ou de outro. A participação de 
profissionais (orientadores, supervisores, professores polivalentes e 
especialistas) é necessária para a tomada de decisões sobre todos os 
aspectos da prática docente e sua implementação. Estas decisões irão 
necessariamente variar de escola para escola, pois dependem das 
circunstâncias locais e da formação dos professores. 
Para ser absolutamente bem-sucedido profissionalmente, o professor 
deve conhecer o método e dominar as habilidades de aproximação, 
compreensão, coordenação e empatia pelas crianças. Os professores devem ser 
capazes de trabalhar com as crianças. No entanto, para inspirar confiança nos 
outros, uma pessoa deve parecer competente, possibilitando a impressão de que 
sabe o que está fazendo. Isso não é tão importante no ensino como em qualquer 
outro campo profissional. O planejamento é a chave para isso. Planejamento 
 
39 
 
com cuidado e atenção, nunca deixando brecha para oportunidade, mas todos 
os planos devem ser flexíveis para lidar com eventuais surpresas na execução. 
Os planos de aula devem ser estabelecidos como lei e a flexibilidade como 
emendas. 
Afinal, um professor é apenas isso: uma pessoa que está pronta para 
ensinar. E é exatamente isso que as crianças querem. Um mestre que consiga 
transformar um assunto "chato" em algo delicioso e prazeroso. É aqui que 
entram as habilidades dramáticas, a capacidade do professor de mudar o 
"chapéu"; ensinando em suas aulas todas as habilidades dramáticas que possui 
e pode desenvolver para manter os alunos interessados. Os professores devem 
ser inerentemente criativos, e interessados. Uma pessoa interessada se torna 
interessante, quando é estimulada intelectualmente. 
O professor deve dominar o conteúdo que deseja transmitir e, nesse 
conceito, criar um clima de aprendizagem na turma que receba disciplina por 
meio de uma liderança confiante, pois se sente competente no cumprimento de 
suas tarefas; que ele está interessado e por isso é relevante ver uma abordagem 
profissional o tempo aos alunos. O professor deve agregar valor em tudo o que 
ensina para que as crianças achem cada assunto interessante. 
A melhor maneira de criar um ambiente de aprendizado descontraído é 
torná-lo o mais envolvente possível. Compaixão e empatia são pontes que 
conectam professores e alunos. A educação é um processo contínuo e perpétuo 
de interação que começa antes de um indivíduo nascer, acompanha a educação 
dos pais e se desenvolve ao longo da vida em uma instituição específica. 
3.2 A construção de valores humanos 
A exploração de um novo paradigma na educação ocidental proporciona 
aos educadores de todo o mundo um programa pautado pela salvação de 
valores universais: o Programa de Educação em Valores Humanos, criado e 
 
40 
 
aplicado na Índia há mais de 35 anos por Sri Sathya Sai Baba; mostra que a 
educação consciente facilita o desenvolvimento da intuição por meio da 
coordenação, que é um dos fundamentos práticos do programa. 
As técnicas de harmonia acalmam e organizam pensamentos, desejos e 
emoções, promovendo assim um estado de paz interior e permitindo que alunos 
de qualquer idade absorvam e participem plenamente do aprendizado. O papel 
das escolas no mundo de hoje é o de agentes de mudança e devem estar abertas 
à criatividade e enriquecer-se com novas propostas. Dos professores, por sua 
vez, espera-se que contribuam efetivamente para a transformação social e a 
construção de uma sociedade harmoniosa, reconhecendo que os valores 
humanos são a base do crescimento pessoal e comunitário. 
Para os professores que se reconhecem como protagonistas no processo 
educativo, o compromisso diário com esses valores tem um impacto ímpar e 
torna-se uma ferramenta indispensável para o enriquecimento pessoal e 
profissional. 
A prática de ensino deve guiar nossa capacidade de manter admiração, 
criatividade e exploração constante. A educação deve estar acima de tudo: 
cultivar a mente, desenvolver a essência da existência, descobrir a sabedoria 
interior. 
Os educadores podem ser meros transmissores de informação, ou podem 
criar um verdadeiro conceito educacional como seu objetivo. Se assumirem 
como educadores, contribuindo para a mudança social a partir do 
desenvolvimento individual e coletivo. Para isso, devem engajar na mudança 
como um desafio fundamental. Só assim poderão trabalhar juntos para a 
construção de uma comunidade harmoniosa, sustentada por valores humanos 
que sirvam de base para o crescimento pessoal e comunitário. 
 
41 
 
Viver em novos tempos complexos e comprometedores tornou-se difícil 
tendo em vista que o desenvolvimento de valores está tão intimamente 
relacionado ao poder, ao dinheiro que são distorcidos e errados. Deve-se educar 
o homem estabelecendo e inspirando valores que o tornem sensível às 
dificuldades humanas; consciente e solidário com todos ao seu redor; tendo 
senso de justiça; respeito e harmonia, tolerância e paz sem preconceitos. Ser 
um professor memorável é desenvolver pessoas que podem mudar o mundo. 
Ainda é possível que, mesmo estando em um momento crucial da história, 
por meio da criatividade, engajamento responsável e colaboração é possível 
criar uma comunidade harmoniosa baseada no amor, crescimento e 
transformação de energia, respeito, verdade e justiça. 
Um dos espaços em que os valores são entregues é a sala de aula, e para 
isso devemos estar cientes da relevância das atividades cotidianas da sala de 
aula como espaço de demonstração e vivência habitual dos valores que 
desejamos e aspiramos ser socialmente definido. O primeiro passo é perceber o 
quão importante é, como educadores, viver esses valores de forma consistente, 
porque eles nos dão nossa verdadeira humanidade. 
Nossa sociedade precisa estar centrada na redescoberta do homem e de 
sua essência, e com base nessa visão, buscar o bem-estar e a felicidade do ser 
humano em interação harmoniosa com a natureza e o universo. 
Só podemos sobreviver aprendendo a desenvolver um novo paradigma 
em que a cooperação é mais importante que a competição, a igualdade de 
oportunidades e a realidade em vez de meras declarações, em que fazemos uma 
ponte entre o pensamento e a ação, em vez de nos limitarmos à nossa 
perspectiva relativa. Da resolução pacífica de conflitos e da alegria de sentir e 
viver a paz, semeamos os pressupostos fundamentais para a paz mundial futura. 
Processos de vida e educação imbuídos de valores humanos levam à reflexão 
 
42 
 
sobre as contradiçõesexistentes e à busca de soluções para superá-las, 
possibilitando consciência e prática, visão harmoniosa da vida. 
O papel da escola como agente de mudança deve se desenrolar no tempo 
e no espaço social, e o caminho é traçado por um andar permanentemente 
renovado. Atualmente, as pedagogias veem as tríades professor-aluno-conteúdo 
funcionando em sala de aula, inter-relacionadas em um processo interativo e 
contínuo de elaboração. Nessa relação próxima que começa com a 
compreensão da realidade, devemos ver a criança como um ser integral. 
4 PSICOMOTRICIDADE RELACIONAL 
Para Meneses e Francisco (2009), “a psicomotricidade relacional de 
jogos, atua como alavanca na aprendizagem”. Com isso, adultos e crianças 
podem interagir de forma mais autêntica e participar mais, fortalecendo a ideia 
de unidade humana e globalidade, visando melhor desenvolvimento das 
atividades intelectuais, sócio-emocionais e comunicativas. 
É uma prática onde as crianças podem mostrar quem realmente são, 
usando seus corpos, suas fantasias, sua presença, para expressar seus medos 
e sentimentos nas relações que têm com outras crianças e adultos, visando um 
desenvolvimento mais saudável, e gratificante. 
Para Brougère (1998), por meio do brincar, o professor poderá explorar 
as realidades da vida da criança, ajudando-a a dar sentido e se transformar como 
sujeito cognitivo ao imitar o mundo ao seu redor que representa sua alegria. 
 
43 
 
5 PSICOMOTRICIDADE FUNCIONAL 
O trabalho psicomotor funcional é baseado em funções motoras como 
esquema corporal (conhecimento de si), estrutura espacial (conhecimento do 
ambiente) e orientação temporal (conhecimento da relação com o ambiente). 
Com esse método os ajustes necessários podem ser feitos na vida de 
uma criança, abordando seus medos, emoções e canalizando a agressão dentro 
de padrões aceitáveis. O psicomotricista é o parceiro da criança na brincadeira, 
capacitando-a a compreender o mundo da criança e a intervir quando surgirem 
necessidades. Marco no seu livro Pensando a Educação Psicomotora 
defende que: 
A concepção funcional proposta apoia-se nas ciências humanas e nas 
ciências biológicas com a finalidade de aperfeiçoar as condições do 
desenvolvimento da pessoa. A concepção funcional vê a pessoa como 
uma totalidade em relação ao seu meio. (MARCO, 1995) 
Ao mesmo tempo, Fonseca (2008) aponta que “a coerência no pensar das 
coisas e a congruência no pensar consigo mesmo expressam a constante 
funcional da adaptação e geralmente é sinônimo de aprendizagem”. 
Portanto, consideramos cada um como um todo, mas cada um tem suas 
características próprias, mas as funções não são isoladas, são um conjunto de 
circuitos que devem andar juntos para garantir o todo. 
Com isso em mente, podemos utilizar o exercício como ferramenta 
educacional, pois através dele pode-se fazer os ajustes/adaptações necessários. 
 
 
 
 
 
44 
 
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