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Mandado de Segurança com Medida Liminar

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EXCELENTISSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 1ª VARA CIVEL DA COMARCA DE CASTANHAL ESTADO DO PARÁ.
Edson Melo, pessoa jurídica de direito privado, devidamente inscrito no CNPJ sob nº 0000000/00000000, com sede na Rua XXXXXXXX, n XXXX, Bairro: XXXX, CEP: XXXXX-XXX, Cidade de XXXX Estado do XXXXX, por meio de seu advogado que esta subscreve, vem perante Vossa Excelência, propor:
MANDADO DE SEGURANÇA COM PEDIDO DE MEDIDA LIMINAR
Em face de SECRETARIA DA FAZENDA ESTADUAL - SEFA , … pessoa jurídica de direito público interno,, com CNPJ de n. …, com sede na Rua …, n. …, … (bairro), CEP: …, … (Município– UF), pelas razões de fato e de direito que passa a aduzir e no final requer.:
I – DA NARRATIVA DOS FATOS
O impetrante, cuja empresa de irrepreensível conduta comercial, e fiel cumpridora de suas obrigações fiscais, possui em sua carteira de clientes diversas empresas em todo território nacional. 
Entretanto, ocorre que em viagem normal de transporte de mercadorias, seu caminhão foi objeto de fiscalização por partes dos agentes da Receita Estadual. Com efeito, a fiscalização, através dos seus agentes constatou a ausência de pagamento sobre o imposto de ICMS, arguindo previsão legal na nova lei de ICMS do Pará, cuja publicação foi em 21 de outubro e a cobrança iniciada em 22 de outubro.
Com efeito, em face do exposto, alternativa não resta ao impetrante, a não ser socorrer-se do sempre independente Poder Judiciário, para fazer valer o seu direito de ter liberadas as suas mercadorias, pois a unidade Coautora deve lavrar o competente Auto de Infração.
 
II – DO CABIMENTO DO MANDADO DE SEGURANÇA
O mandado de segurança por ser uma medida democrática e um dos direitos fundamentais do cidadão, encontra previsão legal na Constituição Federal em seu art. 5º inc. LXIX, in verbis: 
“Art.5. (...)
LXIX – Conceder-se-á Mandado de Segurança para proteger direito liquido e certo, não amparado por habeas corpus ou habeas data, quando o responsável pela ilegalidade ou abuso de for autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições do Poder Público”.
	Nesse mesmo sentido é a redação do art. 1 da Lei 12.096 de 2009, in verbis: 
 Art. 1º Conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito liquido e certo, não amparado por habeas corpus ou habeas data, sempre que, ilegalmente ou com abuso de poder, qualquer pessoa física ou jurídica sofrer violação ou houver justo receio de sofrê-la por parte de autoridade, seja de categoria for e sejam quais forem as funções que exerça. 
III – DO MÉRITO 
Não restando questionamento de que os objetivos do Mandado de Segurança é apenas garantir um direito líquido e certo da impetrante, consubstanciado em legislações Federais, jurisprudências e doutrinas, conforme se verifica no decorrer do remédio constitucional.
Com supedâneo no artigo 7º, III, da Lei nº 6.537/73, a fiscalização, ao exercer a atividade que lhe foi outorgada extrapolando limites legais, por conseguinte, ferindo os mais comezinhos princípios de direito, resolveu apreender, após a lavratura do competente auto de infração, as mercadorias.
Ora, insurge-se a Impetrante, não contra o ato de fiscalização, mas contra as apreensões de mercadorias que resultam em sanção política, que é uma das manifestações da chamada guerra fiscal entre os estados da federação, tão abordada pela imprensa nacional.
Neste sentido, a Constituição de 1988, em seu artigo 5º, inciso XIII, resguarda o livre exercício de atividade profissional, in verbis:
Art. 5º – Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e a propriedade nos termos seguintes: (…)XIII – é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, atendidas as qualificações profissionais que a lei estabelecer.
Por outro lado, possuem a autoridade Coatora outros meios eficazes e legais para cobrar os impostos supostamente devidos.
Sendo válida apenas a apreensão para confecção do auto de infração, posteriormente sendo liberada para transporte, haja vista em nada a mercadoria iria assistir em um processo administrativo, podendo vir o impetrante a perdê-la, pelas más condições de onde está depositada e posteriormente ser decidido pela anulação do auto de infração, ou seja, situação esta que quem só tem a perder seria a própria impetrante.
Ora, o nosso ordenamento jurídico tem assegurado à Fazenda Pública, através de outros meios legais, o exercício ao seu direito de cobrar o imposto supostamente devido, que não a utilização de sanções de ordem administrativa, senão veja-se:
Rec ex offico – 76.113/SP – Rel. Min. Moacir Catunda – 1ª Turma – TJSP.Sanções administrativas – Ilegitimidade – A Fazenda Pública dispõe de meios eficientes para fazer valer o seu interesse contra devedores impontuais, sem a adoção de severa medida repetidamente condenada pelos tribunais brasileiros.
AMS 75781 – Rel. Min. Amarilio Benjamin 2ª Turma – TRFSanções Administrativas – Dispondo a Fazenda de meios específicos para cobrar os seus créditos não se justifica a aplicação aos devedores das medidas que lhes restrinjam as atividades e as relações com as próprias repartições tributárias. Critério predominante nas súmulas 70, 323 e 547 do STF.
Contrariando os mais comezinhos principio de direito, o fisco apreendeu os bens do impetrante, exercendo atos introdutórios da própria pena de perdimento dos bens, privando-a do livre exercício de suas atividades econômicas. 
Com efeito, além de corroborar com a tese da impetrante, o entendimento esposado pelo Egrégio Supremo Tribunal Federal, consubstanciado pela Súmula nº 323, não permite a existência de dúvidas, senão veja-se:
Súmula nº 323: É inadmissível a apreensão de mercadorias como meio coercitivo para pagamento de tributos.
A corte não admite expediente sancionatório indireto para forçar o cumprimento pelo contribuinte da obrigação tributária, seja ele, “interdição de estabelecimento ou até mesmo apreensão de mercadorias ou impedimento que exerça suas atividades profissionais. Assim, não podendo privar a empresa de seus bens sem o devido processo legal, conforme dispõe o art. 5º, inciso LIV, da CF/88. 
Com efeito, resta evidente que a Autoridade Coatora, ao extrapolar os limites de sua competência, infringiu nitidamente princípios de ordem Constitucional. 
IV – DA LIMINAR 
Já incansavelmente demonstrado que o comportamento arbitrário da autoridade coatora, não só prejudicará a impetrante em atraso na entrega das mercadorias, mas se não for de imediato liberado sua circulação, poderá vir a perder a carga, seja por meio de saqueadores ou por deterioração do produto, haja vista se encontrar em más condições de armazenamento no depósito do fisco, sujeito a luz do sol e umidade, dente outros fatores.
Acerca da possibilidade de pedido de liminar em mandado de segurança, já é entendimento pacificado em nosso ordenamento jurídico, porém vale a pena trazer as palavras do à época Ministro Carlos Velloso:
Dir-se-á que o deferimento de liminar pode resultar, em termos práticos, na concessão do “writ”. Mas é possível afirmar-se, em contrapartida, que a não concessão da liminar resultará, em termos práticos, no indeferimento da ordem. Posta a questão nestes termos, impõe-se seja concedida a liminar, a uma porque preferível errar em favor da liberdade do que contra esta, como acentuava Frankfurter. A duas, porque tem em vista a eminência da garantia constitucional do mandado de segurança e o princípio da inafastabilidade de qualquer lesão da apreciação do Poder Judiciário – Constituição, art. 5º, XXXV. Permitir o juiz o perecimento da garantia e do direito individual seria tratar mal a Constituição, certo que o juiz jamais poderá deslembrar-se que a característica maior do Judiciário é ser guardião da Constituição e dos direitos individuais. Autos nº 274-1 DF – in DJU de 28.09.89, p. 15128. Ministro Carlos Velloso” (grifonosso).
Conforme restou amplamente demonstrado, totalmente abusiva e ilegal a apreensão de mercadorias como meio coercitivo para obter o pagamento de impostos, ainda mais quando utilizado sob a forma de sanção política.
A concessão da medida liminar é, pois, imperiosa, em face da existência do direito líquido e certo, no que tange a arbitrariedade da apreensão da mercadoria por tempo superior ao necessário para a produção do auto de infração, e diante da irreversibilidade das lesões de ordem patrimonial e moral, posto que seu indeferimento leve a Impetrante a perder seus produtos, bem como levar a descredibilidade do ramo comercial em que atua, ocorrendo por consequência perdas do mercado consumidor em todo o Brasil. 
Na hipótese da não concessão da medida liminar, mesmo optando a Impetrante por cumprir “exigência” de pagar o imposto supostamente devido, de modo a dar continuidade as suas atividades profissionais, ao final, tornar-se-ia ineficaz a medida proposta.
Requer-se, pois, que se conceda a pleiteada “fumus boni iuris”, pela clara vedação ao art. 150, inciso VI, letras b, tanto quanto pela vedação do art. 9, inciso VI, alíneas b. Presente também o “periculum in mora” pois a não distribuição das mercadorias ocasionará dano irreparável ou de difícil reparação. Para que seja resguardado, desde logo, o direito do impetrante, determinando-se que a autoridade Coatora libere as mercadorias apreendidas e que se abstenha de praticar quaisquer atos contra o Impetrante que são sabidamente ilegais.
V – DOS PEDIDOS
Conceder medida liminar, determinado a liberação das mercadorias, sob o fundamento de existência de débito tributário de ICMS, por ser ato praticado ilegal e inconstitucional, vez que são irrelevantes os argumentos supracitados. 
Seja notificada a Autoridade Impetrada, cientificando-a da concessão da medida liminar, e para que se abstenha de praticar o ato apontado como ilegal, bem como preste informações necessárias;
Requer, ainda que seja intimado o Doutor Representante do Ministério Público para externar seu parecer;
Por derradeiro, requer digne-se Vossa Excelência ratifique em sentença a liminar concedida, por ser medida da mais absoluta justiça. 
Requer provar o legado por todos os meios de provas admitidos, em especial as provas documentais inequívocas. 
Dar-se valor a causa de R$1,000. 00 (um mil reais).
Nestes termos,
Espera e pede deferimento. 
Belém, 28 de Outubro de 2019. 
Advogada
OAB

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