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Sistematização da Assistência de Enfermagem a Pacientes com Distúrbios Coronarianos Angina e IAM Prof. Ddo Magnaldo Tavares Objetivo de Aprendizagem • Descrever a fisiopatologia, as manifestações clínicas e o tratamento da angina de peito e do IAM. • Aplicar o processo de enfermagem como estrutura para os cuidados de um cliente com angina e síndrome coronariana aguda. • Descrever os procedimentos de intervenção coronariana percutânea e revascularização do miocárdio. • Aplicar o processo de enfermagem como uma estrutura para os cuidados de um cliente que foi submetido a um procedimento de intervenção coronariana e cirurgia cardíaca. Sumário • Doença da Artéria Coronariana..........................................................01 • Angina de Peito..................................................................................02 • SAE em Pacientes com Angina de Peito..............................................03 • Infarto Agudo do Miocárdio (IAM).....................................................04 • SAE em Pacientes com IAM................................................................05 • Procedimentos Coronarianos Invasivo...............................................06 • Procedimentos de Revascularização do Miocárdio............................07 • SAE em Pacientes submetidos a procedimentos coronários invasivos e no pós cirúrgico...............................................................................08 Doença da Artéria Coronária Doença da Artéria Coronária Doença da Artéria Coronária • Manifestações Clínicas da DAC: Os sintomas e complicações irá depender da localização e o grau de estreitamento do lúmen arterial, formação de trombos e obstrução do fluxo sanguíneo para o miocárdio. ISQUEMIA Angina de Peito Aterosclerose Significativa Refere-se à dor torácica ocasionada pela isquemia do miocárdio. Lesão Irreversível Morte SúbitaCicatrização - Epigastralgia; - Dor Irradiada; - Dispneia; - Náuseas; - Dormência; Estudo de Caso • Mulher, 62 anos, diabética, tabagista de longa data, chega ao PS que você trabalha queixando-se de episódios intermitentes de dor torácica que, nos últimos meses, vem gerando preocupações e ansiedade. Reclama que a dor estava localizada em região retroesternal, opressiva, de moderada intensidade, desencadeada durante esforços físicos, que melhorava apenas ao permanecer durante alguns minutos em repouso, associada a leve dispneia. Negou hipertensão arterial e relatou que o pai faleceu aos 70 anos de IAM. E agora, o que devo fazer? Angina de Peito Angina de Peito Angina de Peito: é uma síndrome clínica, habitualmente caracterizada por episódios ou paroxismos de dor ou pressão na parte anterior do tórax. TIPOS DE ANGINA Angina Estável Dor previsível e consistente que ocorre aos esforços e é aliviada com repouso e/ou nitroglicerina. Angina Instável (pré-infarto) A dor aumenta em frequência e intensidade; não é aliviada com repouso ou nitroglicerina. Angina Intratável ou Refratária Dor torácica incapacitante grave. Angina Variante Dor em repouso, com elevação reversível do segmento ST; Espasmos de artérias coronárias. Isquemia Silenciosa Paciente apresenta evidência de isquemia porém não relata dor. • Manifestações Clínicas: Indigestão Leve Sensação de Sufocamento ou Peso Retroesternal Dor agonizante Dor Irradiada Sensação de Morte Iminente Dormência em MMSS, Náuseas, Vômitos... Angina de Peito • Considerações Gerontológicas.: Angina de Peito Não apresenta dor característica Dispineia DAC silenciosa Fraqueza • Diagnóstico e Manejo Clínico.: Angina de Peito HISTÓRICO DO PACIENTE (Manifestações Clínicas) ECG de 12 derivações (Sinais de Isquemia, inversão da onda T) Estudos Laboratoriais (Descartar Síndrome Coronariana Aguda) Os objetivos do Manejo Clínico da Angina são diminuir a demanda de O2 do miocárdio e aumentar o aporte de oxigênio. Terapia Farmacológica Procedimentos de Perfusão Suporte de Oxigênio Angina de Peito • Terapia Farmacológica.: Classe de Medicamentos Ação Formulação Nitratos (Nitroglicerina) Vasodilatação (venosa / arteriolar); Comprimido ou Spray sublingual, cápsula oral, tópico ou IV; Betabloqueadores Adrenérgicos (Metoprolol ou Atenolol) Bloqueia a Estimulação Simpática; Comprimido e IV; Bloqueadores de Canais de Cálcio (Anlodipino ou Diltiazem) Efeito Inotrópico Negativo; Comprimido e IV; Antiplaquetários (AAS, Clopidogrel ou Plasugrel) e Anticoagulante (Heparina, Enoxaparina ou Deltaparina); Prevenir Agregação Plaquetária e Formação de Coágulos; Comprimido e IV; SAE em Pacientes com Angina de Peito SAE em Pacientes com Angina de Peito • 1º Passo: Avaliação de Enfermagem.: Objetivo: Buscar sintomas e as atividades do paciente que precedem os ataques da angina Onde se localiza a dor? Você consegue apontar para ela? Você consegue sentir está dor em outro local? Como você descreveria esta dor? Ela é como a dor que você sentiu antes? Você consegue classificar a dor de 1 a 10? Quando a dor começou? O que ajuda a passar a dor? Você tem outro sintoma além da dor? SAE em Pacientes com Angina de Peito • 2º Passo: Diagnóstico de Enfermagem.: Principais Diagnósticos: 1. Risco de Diminuição de Perfusão Tissular Cardíaca; 2. Ansiedade relacionada com os sintomas cardíacos e com possível morte; 3. Conhecimento deficiente a respeito da doença de base e dos métodos para evitar complicações; 4. Não adesão, manejo ineficaz do esquema terapêutico relacionado com a falha em aceitar as alterações necessárias do estilo de vida; Complicações Potenciais.: 1. SCA e/ou IAM; 2. Arritmias e PCR; 3. ICC; 4. Choque Cardiogênico; SAE em Pacientes com Angina de Peito • 3º Passo: Planejamento e Metas.: 1. Tratamento Imediato e Adequado quando a angina ocorrer; 2. Prevenção da Angina; 3. Redução da Ansiedade; 4. Conhecimento sobre o processo da doença; 5. Compreensão sobre os cuidados prescritos, a adesão ao programa de cuidados pessoais e a ausência de complicações; SAE em Pacientes com Angina de Peito • 4º Passo: Intervenções de Enfermagem.: 1. Tratamento da Angina; 1.1 Sentar ou Repousar o Paciente na Posição Semi-Fowler; 1.2 Avaliar o tipo da angina e verificar os SSVV; 1.3 Realizar um ECG e observar o segmento ST e a onda T; 1.4 Administrar Nitroglicerina por via sublingual (até 3x); 1.5 Administrar a terapia com O2 (S/N); Se a dor persistir o paciente deverá ser transferido para uma unidade Intermediária; SAE em Pacientes com Angina de Peito • 4º Passo: Intervenções de Enfermagem.: 2. Redução da Ansiedade; 2.1 Explicar a patologia, formas de tratamento e os cuidados que serão realizados; 3. Prevenção da Dor; 3.1 Equilibrar as atividades e o repouso do paciente de acordo com o seu limite; SAE em Pacientes com Angina de Peito • 4º Passo: Intervenções de Enfermagem.: 4. Promoção dos Cuidados Domiciliar e Comunitários; 4.1 Esclarecer sobre a doença; 4.2 Orientar a família quanto a os sinais de complicações da angina; 4.3 Esclarecer sobre a utilização correta da medicação; 4.4 Orientar sobre medidas que possam diminuir os episódios dolorosos; 4.5 Estabelecer junto ao paciente um plano para situações de emergências. SAE em Pacientes com Angina de Peito • 5º Passo: Reavaliação.: 1. O cliente relata que a dor é aliviada imediatamente. 2. Relata diminuição da ansiedade. 3. O cliente compreende os modos de evitar complicações e não apresenta complicações. 4. O paciente adere ao programa de cuidados pessoais; Estudo de Caso • Mulher, 62 anos, diabética, tabagista de longa data, chega ao PS que você trabalha queixando-se de episódios intermitentes de dor torácica que, nosúltimos meses, vem gerando preocupações e ansiedade. Reclama que a dor estava localizada em região retroesternal, opressiva, de moderada intensidade, desencadeada durante esforços físicos, que melhorava apenas ao permanecer durante alguns minutos em repouso, associada a leve dispneia. Negou hipertensão arterial e relatou que o pai faleceu aos 70 anos de IAM. E agora, o que devo fazer? SCA / IAM SAE em Pacientes com IAM Manifestações Clínicas.: Dor torácica súbita e contínua Dispneia, indigestão, náuseas e vômitos Pele fria, pálida e úmida Taquicardia Sinusal Distensão Venosa Jugular Taquipneia / Dispneia Hipertensão Arterial Ansiedade, Inquietação, vertigem SAE em Pacientes com IAM • Avaliação e Diagnóstico.: HISTÓRICO DO PACIENTE (Manifestações Clínicas) ECG de 12 derivações (Sinais de Isquemia, inversão da onda T) Estudos Laboratoriais (Biomarcadores Cardíacos Seriados) O Histórico do Paciente inclui: 1. Cardiopatias pré-existentes; 2. Histórico Familiar de Cardiopatias; 3. Investigação de Fatores de Risco; SAE em Pacientes com IAM SAE em Pacientes com IAM • Eletrocardiograma (12 derivações) : • Obs.: Deverá ser obtido 10 min após o paciente relatar a dor ou chegar no PS; Alterações Esperadas no ECG para o IAM 1. Inversão da onda T (Zona de Isquemia); 2. Elevação do Segmento ST (Zona de Lesão); 3. Desenvolvimento da onda Q anormal (Zona de Infarto); • Exames Laboratoriais.: 1. Troponina: 1.1 Troponina I; 1.2 Troponina T; 2. Creatinoquinase: 2.1 CK-MB; 3. Mioglobina: 3.1 MGB/CK-MB; SAE em Pacientes com IAM • Manejo Clínico.: • Objetivo: minimizar a lesão miocárdica, preservar a função miocárdica e prevenir complicações. A m e ri ca n C o lle ge o f C ar d io lo gy e p e la A H A SAE em Pacientes com IAM • Manejo Inicial.: Suplementação de O2 AAS, Nitroglicerina e Morfina Betabloqueador e Heparina APÓS Intervenção Coronariana Percutânea e Emergência Trombolíticos SAE em Pacientes com IAM SAE em Pacientes com IAM • 1º Passo: Avaliação de Enfermagem.: Objetivo: Estabelecer a condição basal do paciente identificando as necessidades. SAE em Pacientes com IAM Dor torácica súbita e contínua Dispneia, indigestão, náuseas e vômitos Pele fria, pálida e úmida Taquicardia Sinusal Distensão Venosa Jugular Taquipneia / Dispneia Hipertensão Arterial Ansiedade, Inquietação, vertigem PONTOS CRÍTICOS • 2º Passo: Diagnóstico de Enfermagem.: Principais Diagnósticos: 1. Dor aguda relacionada com o aumento da demanda de oxigênio miocárdico e com a diminuição do aporte de oxigênio miocárdico; 2. Risco de diminuição da perfusão tissular cardíaca relacionado com a redução do fluxo sanguíneo coronariano; 3. Risco de perfusão tissular periférica ineficaz relacionada com a diminuição do débito cardíaco em virtude de disfunção ventricular esquerda; 4. Risco de desequilíbrio do volume de líquido; 5. Ansiedade relacionada com o evento cardíaco e a possível morte; 6. Conhecimento Deficiente a respeito dos cuidados pessoais; Complicações Potenciais.: 1. Edema Agudo de Pulmão 2. ICC 3. Choque Cardiogênico 4. Arritmias Cardíacas 5. Efusão Pericárdica e tamponamento cardíaco; SAE em Pacientes com IAM • 3º Passo: Planejamento e Metas.: 1. Alívio da dor ou dos sintomas isquêmicos e dos sintomas 2. Prevenção da lesão miocárdica; 3. Manutenção da função respiratória efetiva; 4. Manutenção ou Conquista da perfusão tissular adequada; 5. Redução da Ansiedade; 6. Adesão ao Programas de Cuidados pessoais; SAE em Pacientes com IAM • 4º Passo: Intervenções de Enfermagem.: 1. Alívio da Dor e de outros sinais e sintomas de isquemia; 1.1 Administração de Oxigênio (2 a 4 L/min); 1.2 Monitorar os SSVV e Sintomas de Isquemia Miocárdica; 1.3 Manter o paciente em repouso com cabeceira elevada; 1.4 Manter o paciente com 2 acessos periféricos; SAE em Pacientes com IAM • 4º Passo: Intervenções de Enfermagem.: 2. Melhora da Função Respiratória; 2.1 Avaliação regular da respiração; 2.2 Monitorar a volemia; 2.3 Manter a oximetria de pulso; 3. Promoção da Perfusão Tissular Adequada; 3.1 Repouso no Leito ou em cadeira durante a fase inicial do tratamento; 3.2 Verificar a temperatura da pele e os pulsos periféricos com frequência; SAE em Pacientes com IAM • 4º Passo: Intervenções de Enfermagem.: 3. Redução da Ansiedade; 3.1 Estabelecer uma relação de confiança com o paciente; 3.2 Esclarecer para o paciente e familiares, de forma honesta, as informações em relação a sua saúde e cuidados; 3.3 Proporcionar um ambiente silencioso e calmo para que o paciente consiga descansar sem interrupções; 3.4 Proporcionar terapias alternativas; SAE em Pacientes com IAM • 4º Passo: Intervenções de Enfermagem.: 4. Promoção dos Cuidados Domiciliar e Comunitários; 4.1 Esclarecer sobre a doença; 4.2 Orientar a família quanto a os sinais de complicações do IAM; 4.3 Esclarecer sobre a utilização correta da medicação; 4.4 Orientar sobre medidas que possam diminuir os episódios dolorosos; 4.5 Estabelecer junto ao paciente um plano para situações de emergências. SAE em Pacientes com IAM • 5º Passo: Reavaliação.: 1. O cliente apresenta alívio da angina. 2. Apresenta condições cardíacas e respiratórias estáveis. 3. Mantem a perfusão tissular adequada. 4. Exibe diminuição da ansiedade. 5. O paciente adere ao programa de cuidados pessoais; 6. Não apresenta complicações; SAE em Pacientes com IAM • HINKLE, J.K.; CHEEVER, K.H. Brunner & Suddarth: Tratado de Enfermagem Médico Cirúrgica. 13 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 13 ª ED. 2018. vol. II. Referência