Aula 10 - Mourão

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A s r e l o c ô e s B r o s i l - Á f r i c o
) 2 3
C o p í t u l o 
7
7 . 3 A 
p o r Í T r c A 
E X T E R N A B R A S T L E T R A 
p A R A 
Á F R r c A
E m c i e c o r r ê n c i a 
c l a 
p e r s p e c t i v a 
r l e 
L l o o p e r a ç ã o S u i - S u l , 
a 
p o l í t i c a 
e x -
t e r t r a b r a s i l e i r a , 
n a s d é c a d a s d e 1 9 6 0 
e 1 9 7 0 , 
t i n h a - s e a p r o x i m â d o 
p r i o r i t a -
r i a m e n t e 
d o 
c o n t i n e n t e a f r i c a n o , d e s e n v o i v e n d o 
o 
q u e 
s e c h a m o u 
d , e 
p o L í t i c a
r ç f ' r i c : u , t t c t . E s s a 
p o l í t i c a 
r e p r e s e n t a r a , e n q u a n t o 
e t n b i e m a , o e n v o l v l m e n t o
b r a s i l e i r o 
c o m a s 
p e r s p e c t i v a s 
r i e 
g e r a ç ã o 
r , l e 
u m a u o v a o r c i e m 
e c o n Ô m i c a
i n t e r n a c i o n a l 
o u c o n r s u a 
p o l í t i c a 
d e T e r c e i r o N { u n d o , 
e m b o r a . 
c o r l l o 
j á 
a Í i r -
r n a r n o s e m t e x l o s a n t e r i o r e s , 
s e m o c u n h o t e r c e i r o - n t u t t c l i s t a .
N o 
e r r t a n t o , 
e r n 
c l e c o r u ê n c i a d a s c r i s e s 
c l o s 
a n o s 
1 9 8 0 e 
c i a 
n o v a 
p o s t u r a
e c o n ô r n i c o - c o m e r c i a i 
b r a s i l e i r a , 
c o m a 
d i s p o s i ç ã o 
d e a b e r t u r a 
d e m e r c a c l o s .
a 
i m p l e m e n t a ç ã o 
d e a j u s t e s e s t r u t u r a i s e a 
r e f o r m a c 1 o E s t a d o , n o t a - s e u m
r r Í t i c l o d i s t a n c i a m e r r t o 
d o c o n t i r t e n t e a f r i c a n o , 
c o r n 
r e t r a ç à o n a i r n p o r t â u -
c i a 
q u e 
s e o u t o r g a r r a a 
e s t e r e l a c i o n a m e n t o . C o r n o 
b e n t r e r : o n h e c e o e u t ã o
D i r e t o r 
c l o 
D e p a r t a m e n t o 
c l e Á f r l c a e O r i e n t e 
P r ó r i m o 
c l o 
\ ' ' l i n i s l é r i o 
d a s
R e i a ç Õ e s E x t e r i o r e s ,
r r o f i o v e n r o 
F e r n a n d o 
H e n r i q u e 
C a r c i o s o , a s r e l a ç ô e s c o m o s E s t a d o s
U r ú d o s e 
E u r o p a a t i n g e r n n í v e i s r l u a l i t a t i v o s e x c e p c i o n a i s 
( ) , 
e n q r l a l l t o
s e 
a v a r r ç a e m 
r . l i r e ç ã o 
a o a p l i m o r a m e n t o 
c l a s r e l a ç Õ t ' s 
( 
o n r i r Á s i a . 
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c l o N { e r c o s u l f a z 
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e n r p r e s a r i a r i o 
c o n v e r g i r e m
p a r a 
o s 
v i z i n h o s c o n t i n e n t a i s . N e s s e c o n t e r t o , 
a 
p o s i ç ã o 
r e l a t i v a 
r l a
Á f r i c a 
p e r c l e 
a . t r a t i v o s ! ' .
D e s s a f o r m a ,
a Á f r i c a 
f o i e s q u e c i c l a 
p e i a p o l Í t i c a 
e x t e r i o r 
c l o B r a s r l . E 
í o r t a m b é r n
o b l i t e r a c i a 
n a s 
u n i v e r s i d a c l e s , 
p a r l a m e n t o 
e s e t , o r e s e r n p r e s a l i a i s . 
B l a
j á 
n : 1 o m a i s s e r v i a a o s 
g l a n c i e s 
c i e s e n h o s 
c i o n o r . o l u g a r 
q u e 
o B r a s i i 
f a -
z i a c l e 
s i 
n o 
m u n c l o . F o r a m a n o s c i e s i l ê n r r i o e 
a f a s t a m e t t t o . 
0 
g o v e r n o
C l a l c l o s o a s s i s t i u , 
r l e 
b i n ó c r - i l o , à 
m a r g i n a l i z a q à o n a 
q u a l 
o c o n t i u e n l e r
a Í i i c : r n o s r t b m e t e u 
s e n a 
r i r i c a d a 
p à s s r t d a 1 ' ' .
N l e s m o c o t n 
e s s e 
d i s t a n c i a m e n t o , 
m a n t i v e r a n i - s e a ü i d a . 
n o s a u o s 1 9 9 0 ,
a i g u m a s 
a p r o r i m a ç Õ e s b e m 
p o r r t u a i s , 
c o m o a c o r r s t i t n i q : ã o 
d a C o m r - u - r i c l a c l e
o , i r u i i u i , , I o s é 
\ r i c e n t e c l e 
S á . 
R e l a r ; Õ e s e n t L e o 
B r a s r l 
e 
a A Í r i c a s u b s a á r ' i c a .
R e - t t i s t , c t , B r c L s i k : i r c t d e P o L í t ' i r : c L 
I n t e n u L c i c , t n a l , 4 3 
( 1 ) : 
5 - 2 3 , 
p . 
B , 2 0 0 0 .
S A R A I \ A , . l o s é F l z i r . i o S o m b r a . Á I r i c a e 
l 3 r a s i l : o f ó r u m 
c l e 
F o r t a i e z a e o 
r e l a n ç a -
r n e n t o 
r . l a 
p o l Í t i c a 
a f r i r : a n a d o 
l } ' a s i l n í r 
g o v e l l t o 
L u i a . 
I n : 
C O E L H O , 
P r : d r o l { o t t a
P i r r t o ; S A R A I \ 4 , J o s é 
F ' l á r . i o S o m b r a 
( O r g 
) 
F r i t ' r t 
r t r 
B r r r s i l - , \ J t ' z c a : 
p o l Í t i c a , 
r : o o -
p e r a r ; ã o 
e c o m é r c i o . 
B r a s Í l i a : I b r i , 2 l ) 0 . 1 . 
p . 
2 9 8 .
224 Porle 2 - As ontigos e os novos porcerios
Volume I
dos PaÍses de Lúrgua Portuguesa (CPLP) e a tentativa de aproximação en-
tre o Mercosul e a SADC, com ênfase na potencialidade genérica apresen-
tada pela África Austral e, em especial, peia África do Sulr1.
Ern 1996, constituiu-se a CPLP deixanclo de lado a criação do Instltu-
to Internacional de Língua Portuguesa, proposto no governo José Sarne1,,
ern 1989, quarldo ocorreu em São LuÍs do Maranhão a primeira reunião
de chefes de estado e de governo clos países de lú-rgua portuguesa. No go-
verno ltamar Franco. cabe destacar a extraordinária maestria com clue o
então embaixador do Brasil em Lisboa, José Aparecido cle Oliveira, apoiou
a CPLP, implantando-a por meio de mecanismos possíveis, sem entrar em
conflitos com temas airrda maltratados ou mal-absorvidos.
De ou[ro lado. no goverrlo Lula constatou-se uma retomada do inte-
resse político pela Á-frica, com uma redeflnição cla política africana,
procurando-se ultrapassar a chamada diplomacia seletiva, que priü-
legiava preferencialmente os países cia África NÍeridional e os países
da CPLP e passarrdo a um esforço cle abarcar o conjunto clos países
do continente africano. N,Íesmo assim, áreas traclicionais continuaram
recebendo tlatamento atento em alglms casos. corno em relação à
África do Sul, ern face cle novas iniciatir.as estratéglcas, nomearlarnen-
te o Frirum cle Diálogo Índia, Brasil, África clo Sd (IBAS).
A reaproximaçáo da África é, por cliferentes analistas, percebida corno
decorrente da estratégia brasileira de buscar compatibilizar o plano das
negociações Norte-Sul com as perspectivas de Cooperação Sul-Srü1r. "É
uma política externa de associação anti-hegemônica, articulada ao Sul,
sem passionalidades ou ideologismos, mas com interesses e valores co-
muns que necessitam ser tratados no plano prático, em especial na eficá-
cia das negociações em curso"l'r.
li No caso cla África cio Sul, ver: PENNA FILHO, Pio. África do Stü e Brasii: clipio-
rnacia e conrércio (1918-2000). Ret,'ísta Brasileü'a de Política httentctci.ort.ul,
44 (l):69-93,2001.
Ver: LESSA, Antônio Carlos. Bola,nço do primeiro otto d.o gotterno Lula.Bra-
sília: Correio Internacionai, Relrtet, 2004. Disponível ern: <http://unr.vl,'.relnet.
cotn.br>; LIMA, Maria Reglna Soares de. A poiítica exteLna brasileira e os desa-
flos cla cooperaçào sul-sul. Reu'istct Brasile'ira cle Política In[erna,c'iort,al,48
(7): 24-59,2005.
SARAN-A, 200,1, p. 305.13
t2
A s r e l o ç õ e s B r o s i l - Á f r i c o
D 5C o p í t u l o 7
O P r e s i d e n t e L u l a t e m d e s e n v o i v i d o i n t e n s a 
a t i ú d a c i e 
c l e 
a p r o x i m a ç ã o
c l a Á f r i c a . 
E m 
q u a t r o 
v i a g e n s 
à q u e l e 
c o n t i n e n t e , 
v i s i t o u 1 4 
p a í s e s 
( A f r i c a
d o 
S u i , C a b o 
\ r e r d e , 
C a r n a r Õ e s , E g i t o , G a b ã o , G a n a , G u i n é - B i s s a u , L í b i a ,
M o ç a m b i q u e , N a m í b i a , N i g é r i a , 
S á o 
T o m é , P r í n c i p e 
e S e n e g a l ) e c o m p a r e -
c e u a u m e v e n t o m u l t i l a t e r a i 
- 
a 
V 
C l o n f e r ê n c i a 
d o s 
C h e f e s d e E s t a d o e c l e
G o v e r n o d a C P L P 
( S á o 
T o n r é , 
j u n h o 
d e 2 0 0 4 ) .
E r r g a j o u - s e e m d i v e r s a s o u t r a s i n i c i a t i v a s 
q u e 
e v i d e n c i a m 
s u a c l e t e r m i -
n a ç ã o e m 
f o r t a l e c e r 
a s 
r e l a ç õ e s 
c o m a Á f r i c a . N o 
p e r í o d o 
d e 
a p e n a s d o i s
a n o s , f o r a r n a b e r t a s , o u e s t à o 
e m 
f a s e d e i n s t a l a ç ã o , n o v a s e m b a i x a d a s 
d o
B r a s i l n a Á f r i c a , 
e m S ã o T o m é , 
A c l i s 
A b e b a l r , D a r e s 
S a l a m , K i n s h a s a e 
I a u n -
d é . R e g i s t r e - s e 
q u e , 
e m 
r e l a ç ã o 
a e s s a s t r ê s ú l t i m a s 
e m b a i x a d a s , t r a t a - s e d e
u m a t o d e 
r e a b e r t u r a , 
o 
q u e 
c a b e 
p ô r 
e m d e s t a q u e . 
R e s s a l t e - s e 
q u e 
n e s s e
r n e s m o 
p e r í o d o 
f o r a m i n s t a l a d a s 
e m 
B r a s Í l i a 
a s e m b a i x a d a s d o 
S u d ã o , d a
N a m í b i a 
e d o Z i m b á b u e .
J á ú s i t a r a m o B r a s i l , d u r a n t e 
o 
g o v e r n o 
L u l a , o s c h e f e s 
d e 
E s t a d o 
d a
B u r k i n a F a s o , 
d a 
N a m í b i a . 
d o M o ç a m b i q u e 
( o 
e n t ã o 
p r e s i d e n t e 
J o a q u i m
C h i s s a n o ) e d e 
N [ a r r o c o s . 
A g u a r d a m - s e , 
p a r a 
b r e v e , a s 
v i s i t a s 
o f , c i a i s d o
p r e s i d e n t e 
c l e 
A n g o l a . 
J o s é E c i u a r d o 
d o s 
S a n t o s , e d e N { o ç a m b i q u e , 
A r r n a n -
d o G u e b r - r z a , e t a m b é m v i s i t a 
d e 
t r a b a l h o d o 
p r e s i d e n t e 
c i a Á f r i c a d o S r : 1 ,
T h a b o M b e k i .
I n d e p e n d e n t e m e n t e 
d o 
p e r í o d o 
g o v e r n a m e n t a l , 
n o 
q u e 
s e r e f e r e 
a o
t e m a d a 
s e g u r a n Ç a , o 
B r a s i i 
p a r t i c i p o u , 
c o m d e s t a q l r e , n o s c o n t i n g e n t e s 
m i -
l i t a r e s d a 
O N U , e m 
o p e r a ç ã o 
d e 
m a n u t e n ç ã o 
c l a p a z , e m M o ç a r n b i q u e , 
O n u m o z ,
e e m A n g o l a , N { i s s ã o d e 
V e r i f l c a ç ã o 
d a s N a ç õ e s 
U n i d a s e m A t - r g o l a , L l n a v e n r
I , I I 
e 
I I I ; 
t e v e 
p a r t i c i p a ç ã o 
n a M i s s ã o d e 
O b s e r v a ç ã o d a s N a ç Õ e s U n i d a s e m
A n g o l a 
( M o n u a ) , 
p a r a 
s u p e r v i s a r e e x e c u t a r 
a s t a r e f a s 
p e n d e n t e s p r e r , i s t a s
n o P r o t o c o l o 
d e 
P a z 
d e L u s a k a .
E n v i o u 
o b s e r v a d o r e s m i l i t a r e s e 
r " r n i d a d e s 
m é d i c a s n a U n o m u r 
- 
M i s -
s ã o c l e O b s e r v a ç ã o d a s 
N a ç õ e s 
U n i d a s 
e m 
U g a n d a e R u a n d a 
- , 
e n t r e 
j u n h o
d e 
1 9 9 3 
e s e t e m b r o d e 
1 9 9 4 , 
t e n d e n t e a c o n t r o l a r m o ü m e n t o s i i e g a i s d e
p e s s o a s 
e c l e 
m a t , e r i a l 
n a 
f r o n t e i r a 
e n t r e o s d o i s 
p a í s e s , 
e n a 
t l n o r n i l 
- 
M i s -
s ã o d e 
O b s e r v a ç ã o d a s N a ç õ e s 
L T n i d a s n a L i b é r i a 
- , 
e n t r e 
s e t e m b r o d e
1 9 9 3 
e s e t e m b r o 
d e 1 9 9 7 , 
p a r a 
m o n i t o r a r e e x e c u t a r 
a s t a r e f a s 
p r e v i s t a s 
n o
l a 
A a b e r t u r a d a 
e m b a i x a d a 
e m A d i s 
A b e b a , s e d e d a U A , d e v e t a r n b é m 
p o s s i b i l i t a r
q u e 
o B r a s i l e x e r ç a , n a q u e l a o r g a n i z a ç ã o , 
u m 
p a p e l 
d e o b s e r v a d o r c o m p a t í v e l à
ü n p o r t â n c i a 
q u e 
a t r i b u i 
a o 
c o n t i n e n t e 
a f r i c a u o .
I
»,b Porte 2 - As ontigos e os novos porcerios
Volume i
Acorclo de Paz cle Colonou, de 25 deiulho de 1993. Observadores eleito-
rais foram enr,iaclos à ÁÍr'ica cio Sul, UNONISA 
- 
Missão cie Observação clas
NaçÕes Llnirias na África cio Sul 
-, 
para colaborar no monitoramento das
eieiçÕes de abril de 1994.
A Marlnha c.le Guerra tem um programa de apoio para o desenvoir,.imen-
to cla Ala Naval da Folça de Defesa da Namíbia; Programa de Ertsino Marí-
timo, na área <.la marinha mercante com alunos clos ciclos prof,ssionalizante
e cie aperfeiçoamento, além cle cursos e estágios para atender ciernandas
de Argola. No ârnbito da CPLP, continuarn a ocorrer exercÍcios militares de
cornando, sern enr.olver tropas ern terreno. Enr 2005, os exercícios aconte-
ceram ern Cabo Verde, e, no próximo anol devem se desenr.olver no Brasil.
Em reiação ao tema rla díüda, o Brasil tem tomado urra posição caute-
iosa. Assim, obteve o reconhecimento, por parte cio Senegal, da clívirla com
o Brasil, o que possibilitou a assinatura do contrato bilalelal de reescaloua-
mento da ciíi,'ida, no âmbito do Clube de Paris. Após longa negociação, a
Nigéria correçou a pagar a ciívida contraÍda com o Brasil na clecacla de 1980.
solvenclo a primeira clas três parcelas cie um total cie US$ 67,2 rnilhÕes. A
clíviita original era de LIS$ 128 nrilhÕes. reciuzida, após as negociaçÕes, em
crédilo, para muitos, corrslcleraclo perdido.
Urn ponto que passou â rrerecer clestaque na reaproximação cla Africa
é o da cooperaçáoii. No Senegal. o governo brasileiro se corrplometeu a
arr-rpliar o carnpo cle açào clo Protocoio cle IntençÕes na Área cle Saúde, cle
junho cle 2002, particularmerrte na área cio conibate ao HI\'-lAids. No domí-
nio agrícola, o presidente Lula cla Silva pronieteu colocar à disposição clo
Senegal a experiência brasileira em matéria de produção de iriocliesel. O
Brasil presta cooperação no combat,e aos enxames de gafanhotos que re-
centemente assolaram o Senegal.
Ern CamarÕes, a visita cio presidenter Luia maÍcou o início de nma etapa
superior clo relacionarnento. Constituiu ocasião para a assinatura de acorclos,
nas áreas da eclucaçào, saurle e da cacauicultura, que vinham sendo erami-
1r A cooperaçiro crintou (ionl o srlJxlrto da Agêncra Br-asileira de Coolreração (ABC),
da Enipresa Brasileila pala a Pestluisa Agrícola (Embrapa), do Serviço Nacional
Brasileiro cle Assistência à hidÍrstria (Senai). especialnrerrte rlo setor cic treinzr-
mellto, rlo Sen'iço Brasileiro t1e Apc-rio à Pecluena e N{eclia Inrlústria (Sebrae),
do N{inistério cla Saúrc}e. clo À,[inrstérir., da Irrhrr:açào, clo llinistério da \'{aiinha.
alérn cie í-,rgãos congênerre., rro p!:urt, estarluale:iincla no d:rs rirLii,.rsirlades e
Írúrneros institutos públicos e prir.ados nos mais variaclos (iamllc)s.
A s r e l o ç õ e s 
B r o s i l - Á Í r i c o
2 2 /
C o p í t u l o 7 
' . . . - . . . . '
n a d o s 
e m 
c o n j u n t o 
p e l a s 
d u a s c h a n c e i a t ' i a s , 
s e r v i u 
p a r a 
c o n s o l i d a r 
p o s i -
ç Õ e s 
d e c o o r d e r l a ç ã o 
s o b r e t e m a s 
d a a g e n d a i n t e r n a c i o n a l 
e 
m u i t i l a t e r a i
e 
p o s s i b i l i t o n 
o 
a p r o f u n d a m e n t o 
d o e x a m e 
d e t e m a s 
b i l a t e r a i s 
q u e 
f o r a m
o b j e t o d e n o v a s c o n v e r s a ç Õ e s 
e n e g o c i a ç Õ e s 
a i n d a n o d e c o r r e r 
d e 2 0 0 5 ,
p o l 
o c a s i ã o 
d a r e u n i ã o 
d a 
C o m i s s ã o \ , { i s t a 
B r a s i l - C a m a r Õ e s . 
A t u a l m e n t e ,
a c o n s t r u t o r a 
r n i n e i r a A n d r a d e 
G u t i e r r e z e s t á 
c o n s t r u l n d o 
u m a r o d o v i a
e m 
C a m a r ô e s .
E n r G a n a , 
d u r a n t e a 
. u ' i s i t a 
p r e s i d e r - i c i a l , 
f o r a m 
e x a r n i n a d o s m e i o s 
d e
f o r t a l e c e r 
a c o o p e r a Ç ã o 
t é c n i c a b i l a t e r a l , 
e s p e c i a l m e n t e n a 
a g r i c u i t u r a . 
E m
e s p e c i a l , 
c l e s t a c o u - s e a e x p e r i ê n c i a 
i t r o v a d o r a 
d e i m p l e m e n t a ç ã o 
d e 
p r o -
g r a m a 
d e c o o p e r a ç ã o 
t r i l a t e r a l t r a 
á r e a d e c l e s e n v o l v i m e n t o 
c l a 
c u l t u r a d a
m a n d i o c a , 
a t u a l m e n t e c o t - L c l u z i d o 
p e l o 
B r a s i l , 
p o r 
G a n a 
e 
p e l o 
J a p ã o . 
T a m -
b é m 
f o i 
a n a l i s a c l a 
a 
p o s s i b i i i d a c i e 
d e e l a b o r a ç ã o d e 
p r o j e t o 
d e c o o p e r a ç ã o
t é c n i c a n o c l o m í n i o d a 
p r o d u ç ã o 
d e s a i .
O 
p r e s i d e n t e 
d e G a n a , 
J o h n K u f u o r , d e s t a c o u 
a i m p o r t a n t e 
o p ç ã o 
c o -
t n e r c i a l 
r e p r e s e n t a d a 
p e l o 
B r a s i l . 
c u j o s 
p r o c l u t o s 
o f e r e c e m 
e x c e l e n t e r e l a -
ç ã o 
q u a l Í c l a c l e - 1 t r e ç o , 
e n l 
c o n l p a r a ç à o 
a o s c o n g ê r l e t ' e s 
e u r o p e u s .
N o â m b i t o 
d a c o o p e r a ç ã o 
c u l t u r a l , 
o 
p r e s i c l e n t e 
L u l a d a 
S i l v a a n u n c i o u
a d e s t i n a ç ã o 
c l e 
v e r b a , 
p o r p a r t e 
d o 
g o v e r n o 
b r a s i l e i r o . 
p a r a 
a r e s t a u r a c ; ã o
d a 
t s r a z i l 
H o u s e , r e s i c i ê n c i a 
c o n s t r u í c t a n o i n í c i o 
c i o s é c u l o 
X I X 
p e l o p o v o
T a b o m , 
f o r m a d a 
p o r 
e s c r a v o s 
b r a s i l e i r o s - g a n e n s e s 
r e t o r n a d o s 
à 
Á f r i c a . 
O
e d i f Í c i o 
c o n s t i t t r i u m d o s m a i s 
i m p o r t a n t e s 
s ú n b o l o s d o s i a ç o s 
h i s t ó r i c o s 
e
c u l t u r a i s 
q r - r e 
a p r o x i n l a m o 
B r a s i l e a A f r i c a .
D o i s i m p o r t a n t e s 
d o c u m e n t o s 
f o r a m 
a s s i n a c l o s d u r a n t e a 
r . i s i t a 
p r e s i -
c l e n c i a l : 
1 ) A c o r r l o t i e 
S e r r , e ç o s A é r e o s , 
2 ) 
N f e m o r a n c l u m 
c . l e 
E n t e n r i i m e n t o
p a r a 
o E s t a b e i e c i m e n t o 
d e C o n s u i t a s P o i í t i c a s .
O s 
r e s u i t a d o s 
d a 
r . i s i t a 
à N i g é r i a 
i n c l u Í r a m a a s s i n a t u r a 
d e P r c i t o c o l o 
d e
I n t e n ç Õ e s n a Á r e a 
c l e A g r i c u l t u r a 
e a n e g o c i a ç à o d o A c o r d o 
d e C o n f , c l e t r c i a -
I i c t a c l e n a 
Á r e a c l e S a ú c l e , r e g u i a n c l o 
a t r a n s f e r ê n c i a d e 
t e c t i o l o g i a b r a s i l e i r a
p â r a 
a 
p r o c i u ç ã o 
c l e m e d i c a m e n t o s 
a n t i - r e t r o t i r a i s n a 
N i g é r ' i a .
N o d o m ú r l o c u l t u r a l , 
o 
g o v e r n o 
d a l t { i g é r i a s e 
c o m p r o m e t e u a 
e n c a m i -
n h a r 
p r o f e s s o r e s 
d e h i s t ó r i a e c u l t u r a 
a f r i c a n a s a o B r a s i l . A 
r e u n i ã o d a 
C o -
m i s s ã o \ , [ i s t a B r a s i l - N i g é r i a , 
e m 
A b u j a , n o 
a n o 
r l e 2 0 0 5 , 
f o i u m a 
o c a s i ã o
o p o r t u n a 
p a r a 
o e n c a n - i i n h a i n e n t o . 
p a r a 
a 
d i v e r s i f l c a ç ã o 
e 
p a r a 
a 
a t u a l i z a ç ã o
d a a g e n c l a b i l a t e r a l .
N a 
G u ü r é - B i s s a u , o 
p r e s i d e n t e 
d a R e p ú b l i c a f o i r e c e b i d o 
p e l o p r e s i d e n t e
e n t e x e r c í c i o , 
H e n r i q u e 
R o s a , 
e 
p e l o 
p r i m e i r o - n r i r ü s t r o , 
C a r l o s 
G o m e s 
J u n i o r ,
?
228 --'.. Porte 2 - As ontigos e os novos porcerios
Volume l
e visitou a Assembléia Nacional Popular. Em Bissau, o Presidente Lula reafir-
mou a solidariedade brasileira ao país, afetado pela difÍcil situação econômica
e social, agravacia por incertezas de ordem político-institucional.
A visita presidencial foi precedida por mediclas concretas de apoio à
normalização democrática da Guiné-Bissari, por exenrplo, a doação de 500
mil dólares ao Fundo Especial da CPLP, a serem destinados a urgentes proje-
tos de reestruturação das Forças Armadas Bissau-guineenses. O Brasil pres-
tou cooperação à Guir-ré-Bissau para a realizaçáo da eleiçáo presidencial em
l9 de.iunho de 2005.
No âmbito do IBAS, cabe registrar uma iniciativa emblemática no con-
terto da Cooperação Sul-Sul. Foi examinacla a implementação de alguns
projetos de cooperação, entre os quais o que contempla apoio ao desenvol-
ümento agrÍcola e pecuário da Guiné-Bissau, empreendimento a ser finan-
ciaclo pelo F'undo cle Combate à Fome e à Pobreza, criado pelo Fórum Ín-
dia-Brasil. Africa do Sul (Ibas), com apoio clo Programa clas NaçÕes Unidas
para o Desenvolvimento (PNUD) O projeto, no valor de US$ 550 rnil, deve
ter inÍcio em curto pràzo. Ttata-se de iniciativa emblernática cla Cooperação
Sul-Sul, sendo a primeira ação do gênero empreendida pelo Ibas.
Tem havido esforço, por parte da política externa brasileira, no sentido
de desenvolver presença mais atuante nos diversos foros multilaterais cla
Africa. A Urüão AÍricana e seu braço econômico e à Nova Parceria para o
Desenvolvimento cla África, juntam-se organismos sub-regionais, corno a CE-
DBAO e a SADC, para consolidar uma rede africana fundada na cooperaçào
mútua e na interdependência.
7 .4 As REt-qÇôES coMERCrArs
O Brasil já ocupa o l1ono lugar no comércio entre países de economia
periférica, tendo no período de 1970 (com queda nos anos 1980) até 2003,
crescido 13,3% ao ano, em média, contra 9,20/o com os países das economias
centrais. Para o crescimento desse comércio horizontal, no entatrto, cabe
desenvolver as infra-estruturas, a par da criação de uma rede de serüços.
Está assim sendo retomado um fluxo de comércio Sui-Sul, embora pou-
co signiflcativo, mas que vem aumentando.No campo alimentar e da hi-
giene, pequenos e rnédios produtores de sucos em pó, balas mastigáveis,
pastifícios, sabão em barra, e outros fazem parte dos produtos em alta na
exportação para paÍses africanos, nomeaclamente os da CPLP, a par de grarr-
des produtores de sucos, conlo a Dei Valle, que entrou no rnercado africano,
C o p í t u l o 7
e x p o r t a n d o 
e m 
2 0 0 4 , c e r c a 
d e 8 m i l h Õ e s d e l i t r o s 
d e 
s u c o s c l e 
p r o c e c l ê n c i a
b r a s i l e i r a .
E m b o a h o r a , 
o 
B r a s i l 
p a s s o u 
a o p e r a c i o n a i i z a r 
o M e r c o s u l c o m o i n s t r u -
m e n t o i n t e r n a c i o n a l , o 
q u e 
e s t á 
p e r m i t i n c l o 
o d e s a g r a v o f , s c a l 
d e c e n t e n a s
d e 
p r o d u t o s , 
c o n r o n o c a s o 
r e c e n t e d o s 
a c o r d o s 
e n t r e 
o 
M e r c o s u l 
e 
a 
U n i ã o
A c l u a n e i r a 
d a 
A f i ' i c a 
A u s t r a l 
( S a c u , 
d a 
s i g l a e m 
i n g l ê s ) 
e c o m o s 
p a í s e s 
d a
C P L P 
- 
a g u a r d a - s e a a p r o v a ç à o 
p o r 
p a r t e 
d o S e n a d o d o s 
p a í s e s 
i n t e g r a n -
t e s 
d o M e r c o s u l 
- , 
e c o m o i n s t r u m e r r t o 
p a r a 
a u m e n t a r a s e x p o r t a ç Õ e s c o m
o s 
p a í s e s 
d a Á f r i c a 
c l o 
N o r t e , e n v o l v e n c l o 
a ç õ e s 
n o c a m p o 
d o b i l a t e r a l i s m o ,
d o 
r e g i o n a l i s m o 
e d o 
m u l t i l a t e r a i i s m o , 
p e r r n Í t i n d o 
o a u m e n t o d o s f l u x o s e x -
p o r t a d o r e s , 
n o m e a d a m e n t e d o c o m é r c i o 
i n t r a f i r m a .
P r o c l u t o s m é d i o s , c o m 
v a l o r 
a g r e g a d o , 
q u e 
f a z e m 
p a r t e 
d o 
q u e 
a C â m a -
r a 
d e C o m é r c i o A f r o - B r a s i l e i r a d e s i g n a v a 
d e 
l r r o d u t o s 
d e t e c n o l o g i a t r o p i -
c a l r z a d a , 
p r e c i s a m 
v e n c e r 
a s b a r r e i r a s 
d a 
c o m e r c i a h z a ç á o 
e d a 
d i s t r i b u i ç ã o ,
o b t e n d o o a p o i o 
d e 
a g ê n c i a s 
c o m o 
o S e b r a e , 
j á 
q u e 
e s s e s 
p r o d u t o s 
a i n d a
e s t ã o f o r a d o l e q u e d a s 
g r a n d e s 
e x p o r t a d o r a s .
M e d i d a s 
c o n c r e t a s 
p a r a 
f a c i l i t a r 
a s e x p o r t a ç õ e s d a s 
p e q u e n a s 
i n d ú r s -
t r i a s c o m e ç a m a s e r t o m a d a s . U m a m i s s ã o d e 
p e q u e n o s 
i n c l u s t r i a i s d a 
á r e a
d e a p o i o à e x t r a ç ã o 
p e t r o l í Í ' e r a , 
c o m b a s e e m 
M a c a é , v i s i t o u 
L u a n d a , e m
s e t e m b r o 
d e 2 0 0 5 , e m b u s c a 
d e 
n e g ó c i o s 
p a r t i l h a c l o s 
c o m 
e m p r e e n d e d o r e s
a n g o l a n o s . 
T t a t a - s e d e 
u m s e g m e n t o i n d u s t r i a i 
q u e 
n ã o 
s ó 
c o n t a c o m o
a p o i o d o 
P r o g r a m a d e f o r t a l e c i m e n t o 
d a s 
i n c l ú s t l i a s 
c e n t r a d a s 
n o r a m o 
p e -
t r o l Í f e r o 
( P r o r n i n p ) , 
c o m o 
a i n d a d a t r a n s f e r ê n c i a d e 
k n o u : - 1 1 ç 1 1 : 
p o r p a r t e
d a s 
g r a n d e s 
i n d ú s t r i a s 
p e t r o l í f e r a s .
R e g i s t r e - s e o 
f a t o 
d e 
q r i e 
A n g o l a e s t á 
p r e s t e s 
a e n t r a r 
e m 
u m n o v o c i c l o ,
u i t r a p a s s a n c l o a 
f a s e 
d a 
p r o d u ç ã o 
c e n t r a d a e m 
p e t r ó l e o , 
d i a m a n t e s 
e 
p e s c a .
L u a n d a , c o m 
q u a t r o 
m i l h Õ e s d e h a b i t a n t e s . 
e x p a n d e - s e 
p a r a 
o s u l , 
e r n u m a
f e b r e 
c o t - t s t r u t i v a d e 
e r g u e r c o n d o m Í n i o s d e s t i n a d o s 
a 
q u a d r o s 
d a i n d ú s t r i a
e 
s e r u i ç o s . 
P a r a e s t r u t u r a r 
o t e c i d o u r b a n o e a r e d e d e 
c o m u n i c a ç Õ e s , 
f o i
c r i a d a 
a 
C o m i s s ã o T é c n i c a 
p a r a 
o D e s e r r v o l ü m e n t o 
d e L u a n d a .
A 
r e c u p e r a ç ã o 
d o 
p a r q u e 
i n d u s t r i a i 
e m A n g o l a f o i o b j e t o d e 
u m 
e l t c o n -
t r o e n t r e 
e m p r e s á r i o s e 
r e p r e s e n t a n t e s 
g o v e r n a m e n t a i s , 
p r o m o ü d o p e l a
F u n d a ç ã o S a g r a d a E s p e r a n ç a , 
e m m a i o 
d e 2 0 0 5 , 
p r e v e n d o - s e 
a 
c r i a ç ã o 
d e
p a r c e r i a s 
p ú b l i c o - p r i v a d a s 
e a c r i a ç ã o d e u m b a n c o 
d e d e s e n v o l ü m e n t o .
N o c a m p o 
b a n c á r i o , 
a l é m d a 
r e a b e r t u r a 
d o 
e s c r i t ó r i o d o 
B a n c o 
d o B r a s i l ,
e s t á o d e c o r r e n d o c o n v e r s a ç Õ e s 
p a r a 
a c r i a ç ã o d e 
u m b a n c o d e n e g ó c i o s
c o m a p o i o d e 
u m a e n t i c l a d e b a n c á r i a b r a s i l e i r a .
A s r e l o ç õ e s B r o s i l - Á f r i c o 
. . " .
) _ 2 9
*
.. 230 "' .. l::t: 2 - As ontigos e os novos porcerios
Volume 1
O escritório do Banco do Brasil, que voltou a funcionar em março de
2005, já detectou importantes fluxos comerciais entre os dois países, inclusi-
ve fora da linha de crédito garantida pela conta-petróleo. O banco, que adnü-
nistra o Programa de Financiamento às Exportações (Proex), vem alargando
sua área de atuação.
Com o desenvolúlento do agro-negócio, o Brasil já exportou cerca de
duas mil cabeças de gabo zebu para clar irÍcio à pecuária de corte.
O Brasil, o que se passa em suas cidacles no dia-a-dia, já entra na casa
dos teiespectadores de muitos países, mormente do continente africano,
quer por meio dos programas da Globo Internacional, já com seis auos, e
cla Rede Record, há quatro anos no ar. Nesse campo, assim como no da
propaganda, haveria muita coisa a citar, nomeadamente a constituição de
um novo canal televisivo em Angola, com capitais angolanos e brasileiros
e o alcance do recém-lançado BIG Gazeta 
- 
resurlo clo periódico Gazeta
lv,[err:cnttíl em várias línguas 
- 
já conectado por leitores angolanos.
A exportação de cimento para paÍses africanos, prü-rcipalmente para
Angola, vem aumentando. Cerca cle 10'lo das exportaçÕes da Camargo Cor-
reia têm Africa como ilestino. Por sua vez) a Cirnpor está exportando para
o Oongo, para a Nigéria e para Cabo Verde. Com a reconstrução de Angola,
decorrem negociaçÕes para a instalação de uma cimenteira nesse país, com
a associação de capitais angoianos e brasileiros.
O intercâmbio comercial entre Brasil e Argola clestaca, com clareza, rlas
importações, o petróleo, e, nas exportaçÕes, os manufaturados, ern un1 con-
texto comercial benef,ciarlo pela chamada de conta-petróleo. Os serviços são
um outro campo, com forte tendência a desenvolverse rapidamente.
Em Angola, onde a experiência e a importância da Odebrecht, trma clas
poucas empresas que se manteve no paÍs nos piores momentos da guerra
civil, é marcante, registra-se uma unportante comunidade brasileira que atua
nos mais valiados setores. Há res[aurantes, bares,casas de saúde, iniciativas
hoteleiras, Íjrmas de engerüaria, empresas de propaganda e de muitas outras
atividades, que se congregam em torno cla Associaçáo cle Enipresários e Exe-
cutivos Brasileiros (Aebran).
Em relação a Nloçambique. cabe destacar que o projeto de expioração de
Moatize foi retomado pela Companhia Vale do Rio Doce, depois de ter flcaclo
vár1os anos parado. As reservas da região estáo estimadas em2,4 bilhôes de
toneladas, prevenclo-se a produc,'ão de 14 milhões de toneladas anuais de
carvão térmico e metahrrgico. A !-ale, após estuclos, resolveu optar pelo porto
. :
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A s r e l o ç õ e s B r o s i l - Á f r i c o
C o p i i u l o 
7
d e N a c a l a , o 
q u e 
d e t e r m i n a o t é r m i n o d a 
c o n s t r u ç ã o d a f e r r o ü a , c o m 
c e r c a
d e n r i l 
q u i l ô r n e t r o s . 
P o r 
o u t r o 
l a c l o , 
a 
P e t r o b r a s 
e 
i 1 \ ' a i e e r l t r a r a m r e c e n t e -
m e n t e e m 
e n t e n d i r n e n t o 
p a r a 
a e x p l o r a Ç r i o d e 
g á s 
n a t u r a l a s e r 
u t i l i z a d o 
e m
p r o j e t o s 
d e 
s i d e r u r g i a 
e 
p r o c e s s a r n e n t o 
d e 
m i n é r i o s . 
A t u a l m e n t e , a S a s o l ,
e m p r e s a s u l - a f r i c a n a , 
j á 
e x p l o r i i 
i i o i s 
c a r n p o s . 
A e x p i o r a ç à o 
d o 
a l u m í n i o ,
e m 
a s s o c i a Ç ã o c o n r e m p r e s a s d e 
o u t r o s 
p a í s e s , 
é 
u m o u t r o t e m a 
q u e 
c a b e
r e g i s t r o e 
q u e . 
u n l a 
v ( ' z 
q u e 
s e c ( 
) l l s i g a 
a c o r d o e m 
t o r n o d : r s 
t a x a s 
p e l o 
u s o
d a e n e r g i a 
e l é t r i c a 
p a r a 
e s s e 
f u r i ^ é 
u m 
o u t r o 
p r o j e t o 
o 
q u a l 
c e r t a m e n t e
c r e s c e r á . O 
e s p e r a c l o a u m e n t o d a 
n a v e g a ç ã o 
m a r í t i m a 
c o m 
a Á f r i c a d o S u l ,
c e r t a m e n t e b e n e f i c i a r á o 
c o m é r c i o 
c o m 
M o ç a n r b i q u e , 
a l é m c i o 
a p r o r . , e i t a -
m e n t o , n o r e t o n r o , d o s n a v i o s f r e t a d o s 
p a r a 
o t r a n s p o r t e d e 
m i n e r a i s 
p a r a
o 
. l a p à o 
e 
p r l a 
a 
C h i n a .
N i c h o s c l e c o m é r c i o 
S u l - S u l 
n ã o 
p o c l e m 
s e l c l e s p r e - z a d o s . 
P o r 
e x e m -
p l o , 
c o m C a b o 
V e r c l e , 
u m 
p a í s 
c o m o 
q u a l 
o 
B r a s i l 
t e m 
e x c e l e n t e s r e l a -
ç Õ e s , 
e 
q u e 
i m p o r t a 
a n u t r l n r e n t e 
c e r c a 
d e 
U S S 
3 6 4 
m i l h Õ e s 1 
p a r a 
a l é r u d e
u m a 
l i n h a 
c l e 
n a v e g a ç ã o 
c o m e r c i a l 
j á 
e m 
f u n c i o n a m e n t o , a l i g a ç ã o 
a é r e a
S a l - F o r t a l e z a , 
v e r n i n j e t a r - L d o 
c e r c a 
d e 
1 5 0 
m i l d ó l a r e s 
p o r 
s e r n a n a n o
C e a r á . 
P r e r , ê - s e 
a c r i a ç ã o 
c l e 
u m 
p ó l o 
m a r í t i m o 
e 
a é r e o n o R e c i f e , 
v i s a n c l o
o 
c o m é r c i o 
d e 
p e c ; a s 
d e 
v e s t u á r i o , 
ó l e o s . a ç ú c a r , 
m e d i c a m e n t o s . a l é r n c l e
s e r v i ç o s , 
p r i n c i p a l r " n e n t e 
n o r a m o d a s c o m u n i c a ç Õ e s .
O s 
s i n a i s 
d e 
a p r o x i m a ç ã o a c e l e r a d a 
c l a A f r i c a c l o 
S u l 
e B r a s i l 
v ê m 
c l a
d é c a d a c l e 1 9 9 0 . 
E n r 1 9 9 1 , N ' l a n c l e l a v i s i t o u B r a s í l i a , 
e 
F e r r r a n d o H e n r i q u e
C a r r l o s o f o i à 
A Í r i c a 
c i o S u i , e m 1 9 9 6 . 
E m b o r a 
o s 
n ú m e r o s 
a i n d a 
s e j a m r e -
l a t i v a m e n t e m o c i e s t o s , a s e x p o r t a ç õ e s b r a s i l e i r a s 
p a r a 
a 
Á f r i c a d o S u l 
a L r -
m e n t a r a n r c l e s d e o s 
f , n a i s 
d a 
d é c a d a d o s 
a n o s 
1 9 9 0 a t é 2 0 0 4 
c e t ' c a 
d e 
c i n c o
v e z e s , 
a n o e m 
q u e 
o s a l d o d a b a l a n ç a c o m e r c i a l 
e s t e v e 
p o r 
v o l t a d o s 
L I S $
8 0 0 
r n i l h Õ e s .
U m a 
p a r t e 
d e s s e 
f l u x o d e v e - s e a o 
c o m é r c i o i n t r a f i r m a . A a b e r t u r a
d o m e r c a c - l o 
s u l - a f r i c a n o , i n c l u i n c l o a U n i ã o A c ] r r a n e i r a c l a Á f r i c i ' r A u s t r a l
( S a c u ) , 
c o m p o s t a 
l r e l a 
Á Í r i c a d o S u l , B o s t r v a n a , 
L e s o t o , N a m Í b i a 
e S u a z i -
l â n c l i a , é u m 
f a t o r 
i m p o r t a n t e 
p a r a 
a u m e n t a r 
o 
f l u x o 
c o m e r c i a l 
n a r e g i ã o .
D o s 9 5 0 
p r o c l u t o s 
c i e s a g r a v a d o s , c e r c a d e 
2 0 0 
d i z e m 
r e s p e i t o a a p a r e l h o s e
a m a t e r i a l e l é t r i c o , 
m á q u i n a s e t c .
D o 
l a c l o 
c l a s i m p o r t a ç Õ e s o r i u n r l a s c l a 
, { f r i c a d o 
S u l , 
r ' e g i s t r a r n - s e 
a c l u -
b o s e 
f e r t i l i z a n t e s , 
p r o d u t o s q u í m i c o s 
o r g à n i c o s , m á q u i n a s e e q u i p a m e n t o s
m c c â n i c o s , 
r - i n h o s , a l é m 
d e c o r n b u s t í v e i s 
e o u t r o s 
p r o d u t o s .
A 
N i g é r i a 
s i t u a - s e 
e n t r e o s 
p r i m e i r o s 
f o r n e c e d o r e s 
d e 
p e t r ó l e o s 
l e v e s , 
o
q u e 
g e r a 
u m 
s u p e r r i v i t f a v o r á v e l 
à 
N i g é r i a 
d e c e r c a c l e 3 
b i i h Õ e s c l e 
c l ó l a r e s
2 3 1
Porte 2 
- 
As ontigos e os novos porcerÍos
Volume I
ao ar1o. Apesar de a Nigéria ser um país protecionista, o Brasil vem terltan-
do conseguir um acorclo comercial, que pernrita duplicar os 500 milhões de
dólares anuais. Os incer-itivos à exportaÇão seriam patrocinados pelo Proex.
Os recursos do Tesouro, adn-Linistrados pelo Banco do Brasil, passariam a
ter como garantia o pagamento das importaçÕes de petróleo, por meio de:
uma conta-petróleo, com valores a serem depositados em um banco estran-
geiro de primeira linha.
A Petrobras, que importa da Nigéria cel'ca cle 170 mil barris por clia,
está presente em várros blocos de exploração de petróleo na Nigéria, prin-
cipalmr:nte nos blocos de Agbami, em parceria com a Chewon, e, no campo
de Agko, também de águas profundas, em parceria com a Total, além do
bloco 324, em parceria com a Exon Mobil. A Petrobras está se preparando
para produzir niais de 100 barris-dia, a partir de 2009, inr.estindo 1,9 bilhão
de dólares anuais até completar os trabalhos de expansão. A estatal brasi-
ieira aincia prevê exportar álcool, pois a Nigéria, com pouca capacidade de
refino, pretende adicionar o álcool à gasolina, e, possivehnente, etanol. A
partirde 2008, boa parte das necessiclades brasileiras de petróleo leve se-
rão supridas pela estatal nigeriana dos petróleos.
Aüsita do presidente Lula à Nigéria, permitiu a identiflcação das seguin-
tes prioridades brasileiras para a agenda econômico-comercial bilateral: a)
busca de alternativas para a redução do déf,cit coniercial brasileiro (cerca
cle US$ 3 bilhões); b) negociação para redução da extensa lista de produtos
cuja irnportação é proibida na Nigéria; e c) criação de mecanismo de garan-
tia de pagamento das exportações de lado a lado.
O governo nigeriano reiterou sua disposição para facilitar o estabeleci-
mento de empreendimentos conjuntos no paÍs, em áreas que váo desde o pro-
cessamento e distribuição cle carnes até a fabricação de implementos agríco-
Ias. Existem, ademais, possibilidades concretas de negócios em áreas corlo
defesa, construção ciúl e outros seruiços de engenharia e meciicamentos.
A Argéiia, um país de tripla formação, berbere, árabe e africana, é urn
outro caso a destacar, até porque, corrr o declínio da luta lnterna resultante
das ameaças e dos ataques ievados a cabo pelos fundan-ientaiistas, está
previsto um investimento, em áreas de desenvolvimento deste paÍs, no
valor cle LrS$ 59 bilhões até 2009.
A Argélia apresenta superávit contÍnuo no relacionarnento comercial
com o Brasil. Em 2005, as importaçÕes brasileiras, concentradas em petró-
leo e naftas para a petroquímica, atingiram o valor de US$ 2.838 bilhoes,
r- É
A s 
r e l o c ô e s 
B r o s i l - Á f r i c o
) 3 3
C o p í f u l o 7 
' . . . . . . ' '
e n q u a n t o a s e x p o r t a ç õ e s f o r a m d e U S $ 3 8 4 r n i l h ô e s . M e s m o a s s i m , 
a 
A r -
g é l i a 
é 
u r n 
m e r c a d o 
a t r a t i v o 
p a r a 
o B r a s i i , e o a v a n ç o d o c o m é r c i o b i l a t e r a i
c o m a A r g é l i a d e p e n d e f u n d a m e n t a l m e n t e d a 
p r e s e n ç a 
d e e m p r e s á r i o s b r a -
s i l e i r o s . A 
ü a g e m , 
e m 
n o v e r n b r o 
d e 
2 0 0 5 , d o M i n i s t r o 
d o 
D e s e n v o l v i m e r t t o ,
I n d ú s t r i a e C o m é r c i o E x t e r i o r , 
L u í s F e r n a n d o F u r l a n , a c o m p a n h a d o 
p o r
3 0 
e m p r e s á r i o s 
e 2 0 r e p r e s e n t a n t e s 
d o s 
s e t o r e s 
g o v e r n a r n e n t a i s , 
e n t r e o s
q u a i s , 
o M i n i s t r o c l a s 
l V l i n a s 
e l J n e r g i a , 
S i i a s 
R o n d e a u , b n s c o u e x a t a m e n t e
s u p e r a r 
e s t e d i s t a n c i a m e n t o .
N o c a m p o d o 
p e t r ó l e o . 
c o r n o r e s u l t a d o d a 
r r i s i t a 
m i n i s t e r i a i , e s t á e m
e s t u d o 
a 
a t u a ç ã o 
c l a P e t r o b r a s n a e x t r a ç ã o d e 
p e t r ó l e o 
l e v e n a A r g é l i a , 
e a
p r e s e n Ç a 
d a S o n a t r a c h e m 
p o q r o s 
d e 
p e t r ó i e o p e s a c l o 
n o B r a s i l , 
p o r 
m e i o d e
u m s i r . r p c l e á r e a s 
p r o d u t i v a s .
E m r e l a ç ã o 
a o 
g á s 
a r g e l i n o , 
p r e t e n d e - s e 
r e s s u s c i t a r a r m p o r t a ç ã o 
d e
g á s 
n a t u r a l a r g e l i n o 
- 
h á 
c e r c a d e 3 0 a n o s 
a o p e r a ç ã o 
j á 
h a v r a s i d o 
t e n t a d a
e m u m a 
p a r c e r i a 
e n t r e a S o n a t r a c h e a C o m g á s , d e S à o P a u l o , o p e r a ç à o
q u e 
f o i c o n t r a r i a d a , à é p o c a , 
p e l a 
P e t r o b r a s . O 
g á s 
s e r i a i i q u e f e i t o e m D a k a r ,
o n d e t e r m i n a 
u r n 
g a s o c l u t o 
d a S o n a t r a c h , e s e r i a 
g a s e i f i c a d o 
e m 
S a n t o s o u
e n r 
R e c i f e .
A m i s s ã o , 
a l é m c l e 
t r a t a r 
d e 
a u m e n t a r 
o 
i n c r e m e n t o 
c o m e r c i a l , 
p r e t e n d e
e n c o n t r a r m e i o s 
p a r a 
d i v e r s i f i c a r a 
p a u t a 
d e e x p o r t a ç ã o d e 
p r o d u t o s 
b r a s i l e i -
r o s , 
a t é a g o r a 
m u i t o 
c o n c e n t r a d a e m 
p o u c o s p r o c l u t o s , p o r " 
e x e m p l o , a ç ú c a r
b r u t o 
e 
l e f u r a d o , c a r n e b o ú n a e ó l e o d e s o j a b r u t o . 
A 1 é m 
d e 
p r o p o s t a s 
p a r a
e n t r a r n o r a m o d a c o n s t r u ç ã o c i v i l , a 
A n d r a d e G u t i e r r e z 
p r e t e n d e 
a p r e s e n t a r
p r o p o s t a p à r a a 
c o n s t r u ç ã o 
d e 
u m a e s t r a d a 
l i g a n d o N f a r r o c o s 
à 
T u n í s i a , 
p a s -
s a n d o 
p e l a 
A r g é i i a . 
I § o r a m o 
a u t o m o t o r , a s e m p r e s a s 
g a ú c h a s 
R a n d o n e 
N e o -
b u s , 
e m a s s o c i a ç ã o 
c o m u m a e m p r e s a 
a r g e l i n a , a 
C e ú t a i , 
p a s s a r ã o 
a e x p o r t a r
v e Í c u l o s c l e s m o n t a d o s , 
ô n i b u s 
e m i c r o ô n i b u s , a i é m c l e r e b o q u e s .
A A r g é i i a , c a n c l i d a t a à O M C , 
q u e 
a n t e c i p o u 
j á 
p a r c e l a s 
c l e s u a 
c l í ü d a
e x t e r n a , m a n t é m 7 0 o / o d o s e u c o m é r c i o e x t e r i o r c o m a L l n i ã o B u r o p é i a ,
c o m a 
q u a l 
d i s p Õ e d e 
u m 
A c o r d o c l e 
A s s o c i a ç ã o , 
j á 
e m 
r . i g o r , 
u m 
p r i m e i r o
p a s s o p a r a 
a á r e a d e 
l i v r e 
c o m é r c i o , 
p r e r . i s t o p a r a 
2 0 1 4 . A a s s i n a t u r a d e u m
f u t u r o a c o r d o M e r c o s u l - Á f r i c a d o N o r t e c e r t a m e n t e 
s e r á u m 
i n s t r u m e n t o
i m p o r t a n t e 
p a r a 
a u m e n t a r o s 
f l u x o s 
c o m e r c i a i s c o m o B r a s i l .
2 . 5 C n í r r c a s E 
v A N T A G E N s 
N o R E L A C T o N A M E N T o c o u 
p a Í s r s 
E M E R G E N T E S E A F R r c A N o s
A 
p o l í t i c a 
e x t e r n a d o B r a s i l 
p a r a 
o c o n t i n e n t e 
a f r i c a n o , 
q u e 
s e c l e v e 
n ã o
s ó 
a 
m o t i v o s h i s t ó r i c o s , m a s , 
p r i n c i p a l m e n t e , 
a o e s f o r ç o b r a s i i e i r o c i e s e 
i n -
*
2ll Porle 2 - As ontigos e os novos porcerios
Volume I
serir internacionalrnente, despertou, em várias ocasiÕes, dúlidas e crítlcas,
quer intenlas, quer externasr6.
Em relação a essa percepção, cabe registrar que ri aproxirriaÇão do con-
tinente africano, nas décaclas c1e 1960 e 1970, passou a sofrer no início cle
1990 uma série de críticas. Gibson Barbosa, Nlinistro de RelaçÕes Exterio-
les de 1969 a 1973, pondera que
não houve opção naquela oc:rsião, como tambénr não deve haver hoie.
pois ut'ua coisa uão exclui a outra. Dc qualquer morlo, r.r Í:rto clorrLinzur-
te no sucleste asiático, na primeira ruetade dei clécada de 1970, não
eram os famosos "tigres", tào louvaclos e inve.jaclos hoje, mas, sim. a
guerra clo Vietnà, que, como se sabe, telininorr sonrente ern 30 cle ablil
cle 1975. De tigre, na região) só havia na épocir os Estaclos Iinrrlos cla
América. que ahás os chineses charnar.am de "tigre c1e papel". Os r:ha-
rurados cle tigres asiáticos slllgiram muito dtpoisl;.
O coro dos críticos ao comércio Su1-Sul insiste na pouca relevân«ria
desse comercio.A liberação clzrs exportaÇÕes agrícolas com os Estados Llrri-
dos e com a UE cortlinua erllperrada em um jogo no quai um bloco empurrár
para o outro a cu1pa. Apesar de a Organtzac;áo Mundial de Cornércio (ON'IC)
contar com o secretár'io-geral Pascoal Lamy. é natural que a L,B nào venha a
abrir mão clas suas salvaguardas nos próximos anos, dar.la a pressão interna
dos países mernbros, mormente por parte da França.
Será que a UE estará ganhando tempo? A imprens:r não registra migra-
ção agrÍcola de franceses, alemães. principahnente para zonas agrÍcolas do
lri Isso decorre, também, atuahrente. ertr reiaçào às aproxüriaçÕes rlos países emer-
gentes, pnncipalmente a Chila e a Ínclia.
BARBOSA, Gibson. Depoimento emRr fletr)es .sctbre a políticct ?1't(.)'n,ct ltra.si-
Leiru. Brasí[a: Funag. 1993. p. 225. Documento não publicado e disponível no
site da Funag e do Relnet. RessaLte-se ainda oulra passagem cio citaclo depoi-
tnento: "outra perigosa tentação é a cio anaclonismo histónco. que c'onduz a ju1-
gar diretivas e ilriclativas do passado com as realidades clo present,e e, em con-
seqüênr:ia. condenar sumariamente o que fol feito antes. Assim, por exemplo,
o Barão clo Rro Branco. ao 1-rloclamar a rrocar;ào arnericana do tsrasil, elegenclo
os Estaclos Llniclos como nosso pó1o uatural de atração, seria consiclerado pelos
padrÕes de hoje um'entreguista'. quando, na época. obr.iamcnte, o que ele sc
propunhtr. corajosa e patrioticamente. era desvencilhar-se do imperialismo de
turno de então, que era o britânico".
A s 
r e l o ç õ e s B r o s i l - Á f r i c o
C o p í t u l o 
7 
' . . _ . . . . :
L e s t e , r l o m e a d a m e n t e a U c r â n i a , 
o 
q l l e 
c o n t r i b u i r á 
p a r a 
q u e 
a E u r o p a s e j a
a u t o - s u f i . c i e n t e e m r e l a ç ã o 
a c e r t o s 
p r o d u t o s 
a g r Í c o l a s . 
N o 
c a s o d o a ç ú c a r ,
e m 
q u e p e s e m 
a s 
v i t ó r i a s 
n a 
O M O 
p o r p a r t e 
d o B r a s i l 
e d e o u t r o s 
p r o d u t o -
r e s ) a s 
e m p r e s a s 
a ç u c a r e i r a s e u r o p é i a s 
v ê e n 1 - s e , 
n á o s ó 
o r g a n i z a n d o , c o r n o
s e 
a g r u p a n c l o 
p a r a 
t e r e m a 
p r i m a z i a 
n a d i s t r i b u i ç ã o .
O s c r í t i c o s 
a o 
c o m é r c i o 
r e l a t i r r o 
a o s 
p a í s e s 
e m e r g e n t e s e a o s 
p a í s e s
a f r i c a n o s 
p a r t e m 
c i e 
u m 
p r i n c í p i o 
c o m u m , 
o d e 
q u e 
e s s e c o m é r c i o n ã o é
c o m p e n s a d o r e r n f a c e d e 
p e r d a s 
d e e x p o r t a ç ã o 
p a r a 
o s 
p a í s e s 
d o N o r t e ,
r n o r m e n t e 
o s 
E s t a d o s U n i d o s 
e 
a U E . A 
a b e r t u r a 
d e n o v o s 
m e r c a d o s 
t e m 
d e
s e r e r L t e n d i c l a c o m o u m a a t i ü d a d e 
c o m p l e m e n t a r e 
n á o s u b s t r t u t i v a . P a r a 
o
I t : r n r a r a t y , 
o s r l o v o s 
f l u x o s 
s ã o c o m p i e m e n t a r e s , e a a b e r t u r a d e n o v a s 
c o r -
r e n t e s 
c o m e r c i a i s . c o m o é n a t u r a l , t e r n u m t e m p o 
p r ó p r i o 
c l e 
m a t u r a ç ã o .
A l b e r t o T : m r e r , 
c o m 
b a s e 
e m a r t i g o s 
d o 
e m b a i x a d o r R u b e r r s 
B a r b o s a ,
t r a n s c r e v e :
D o 
p o n t o 
d e 
v i s t a 
d o 
B r a s i l , h á 
a g o r a 
u r n a 
t e n d ê n c i a 
d e c l i n a n t e n a s
e x p o r t a ç Õ e s 
p i l r a 
o 
m e r c a d o 
a m e l i c a n o . 
B m 
o u t u b r o , 
c o m p a r a n d c ,
c o m 
2 0 0 4 , 
a s 
v e n d a s 
p â r a 
a U n i ã o 
E u r o p é i a r e t r o c e d e r a m 
1 3 , 4 % ; 
p a r a
o s E L I A , o 
r e c r l o 
f o i d e 5 , 5 7 ó . P o d e - s e v e r 
q l l e 
e s t a m o s 
p e r d e n c l o 
e s p a -
ç o 
] r o s c l o i s 
p r i r - r c i p a i s p a r c e i l o s 
c o m e l c i a r i s r s .
C o n t u c i o , a 
n o s s o 
v e r , 
n ã o s e t r a t a d e 
u m a o p ç ã o , m a s , s i r n , d e a ç Õ e s
c o n c o m i t a n t e s . O e m b a i x a i i o r R u b e n s B a r b o s a , 
q u e 
f e z 
u m e r c e l e n t e t r a -
b a i h o à f r e r n t e d a e m b a i x a c i a 
b r a s i l e i r a e r n 
\ \ i a s h i n g t o n 
( 1 9 9 9 - 2 0 0 , 1 ) , 
p e r Í o -
d o 
e m 
q u e 
a s 
e x p o r t a ç Õ e s b r a s i l e i r a s 
p r a t r c a m e n t e 
d u p l i c a r a m . d e f e n d e a
p r ' á t i c a 
r i e 
n m a 
p o l í t i c a 
c o m e r c i a l 
n r a i s 
a g r e s s i v a e m 
r e l a ç ã o 
a o s E s t a d o s
U n i d o s ; 
p a r a 
a m p i i a r e s s a 
p r á t i c a 
n o 
q u e 
d i z 
r e s p e i t o 
a t o d o s o s m e r c a d o s ,
m o r r n e r r l e 
o 
r r o r l e - a n r e r i c a n o e 
o e u r o p e u . s e r i a n e c e s s á l ' i a u r n a 
p r e s e n ç a
m a i s e f e t i v a 
c l o s 
s e t o r e s e m p r e s a r i a i s b r a s i l e i r o s 
n e s t e s 
p a Í s e s 
e a u m e n t a r
s u b s t a n t i v a m e n t e 
o 
n ú m e r o 
d e 
f u r r c i o n á r i o s c o m 
b o a 
f o r m a ç ã o 
e c a p a c i c l a -
d e n e g o c i a d o r a n o s e t o r c o m e r c i a l d e n o s s a s e m b a i x a d a s . R e g i s t r e - s e , 
p o r
e x e m p l o . 
o 
n ú m e r o d e 
e s c r i t ó r ' i o s c o m e r c i a i s , 
c l e n a t u r e z a f e d e r a l , e s t a d u a l
e i n s t i t u c i o n a l , 
q u e 
o s E s t a c l o s U n i d o s m a n t ê m e r n S ã o P a u l o .
L I m a 
q u e s t ã o 
é a " g r a n d e 
p o l í t i c a " , 
i n c l u i n d o - s e 
a A l c a 
- 
s o b r e e s t e a s -
s u n t o t i v e m o s 
a 
o c a s i ã o 
d e 
e s c r e v e r u m a r t i g o l o n g o m o s t r a n d o 
o s 
d e s f o -
r 8 
T A \ , I E R , 
A l b e r t o . A l c a ' l 
O 
q u e 
é i s s o m e s m o ' l O E s t c t d o d e S . P c t t r , l c t , 
1 0 
n o l , .
2 0 0 5 . 
( l : r t l e t ' n o 
d e E c o r r o r n i a , 
p . 
8 7 .
É
/ . 1 )
236 Porle 2 - As ontigos e os novos porcerios
Volume 'l
ques da discussão eru cursotlr 
-; outra questão é a necessidade de uma po-lítica empresarial agressiva no dia-a-dia. Talvez, até por uma certa polÍtica
cartorial da herança colonial, part,imos do princÍpio de que as queslÕes só
se resolvem a partir da assiniitura de um acordo, esquecendo-nos também
de que, após a assinatura, tem inÍcio um processo agressivo. Não se trata de
"negociar por rlegociar, mas de negociar para incrementar o comércio".
As áreas cle comércio precisam ser entendidas como complementares,
e não como uma relação de exclusão. A diversificação geográflca dos fluxos
exportadores não é uma posição nova, é mesmo anterior ao governo de fer-
nanclo Henrique Cardoso, ocasião em que já se tinham feito aproximações
cla China, Rússra e Índia. Para Marcos Tloyjo, "[...] a assimetria do comércio
internacional não deve representar uma'desculpa paralisante' para nosso
esforço cle comércio exterior"ro.
E de bom alütre proceder à clistinção entre vantagens competitivas e
vantagens comparativas, norneadamenteda dÍúda externa desses países e
do regime de segurança das moedas. Integração mundial, regional, acorclos
bilaterais e outros, tudo faz parte de um jogo e de processos específlcos.
Normalmente, a imprensa e os crÍlicos às relaçÕes com as novas ár'eas dào,
primordialmente, maior importância às altas porcerrtagens clo comércio
com os Estados Unidos e a UE, esquecendo-se de que o comércio inter-
regiÕes, envolvendo o N,lercosul, a Comur-ridade Andina, a Comunidade do
Caribe e o Mercado Comum Centro-Americano, já atinge r-rma média 12,7o/ct
(méclia entre 2000 e 2004) e, ern paÍses das Américas do Sul e Central,
14,8% pal'a o rnesmo período.
Não só não é o momento, como nos falta espaÇo para analisar o comér-
cio dos Estados Unidos e da Europa, morrnente da F rança, da Inglaterra,
cla Alemanha, cla ltália, entre outros paÍses, con-L África, a tÍtuio de exemplo,
para mostrar a importâucia relativa desses fluxos nas economias cle cada
um desses paÍses.
:ll
N{OURAO, Fernanclo August,o Nbuquerque. Alca-Niercosui: um ciiscurso des-
focado. In: CASELLA, Paulo Borba; SANCHEZ, Rodrigo Elian (Org.). Quem
tem nrcdo dcL ALcct?: desaf,os e perspectivas para o Brasil. Belo Horizonte: Del
Re1'. 2005. p 341-;396.
TROYJO, Marcos. Para a1ém das negociaçÕes. A decolagern para o comércio
exterior não porle se liuritar a acorclos mrütilaterars. Forbe.s, n. 100, p. 56, 5
nov. 2004.
lll
A s r e l o ç õ e s B r o s i l - Á f r i c o
a l ?
1 ) /
C o p í t u l o
A e s t r a t é g i a 
d o s E s t a d o s 
U n i d o s 
c l e a s s i n a r a c o r d o s 
b i l a t e r a i s a m p l o s ,
e n q u a n t o 
o s 
a c o r d o s 
e n t r e 
p a Í s e s 
d a 
A m é r i c a 
d o S u l 
e s t ã o 
m a i s ü r a d o s
p a r a 
o c o m é r c i o 
d e b e n s , 
p r e c i s a 
s e r 
e n t e n d i d o 
c o m o u m 
j o g o 
n o 
p r o c e s -
s o d e 
i n t e g r a ç ã o , 
c o r n a d i f e r e n ç a 
q u e 
o B r a s i i é u m d o s 
p o u c o s p a í s e s 
d a
A m é r i c a d o S u l , c o m 
a l g u m a s 
c o n d i ç Õ e s 
p a r a 
g a r a n t i r 
n o v o s 
r e s u l t a d o s 
n a s
n o v a s 
á r e a s r e g i o n a i s . E u m 
a s s u n t o 
e m a b e r t o e n v o l v e n c l o a 
p r o p r i e d a c l e
i n t e l e c t u a l , 
a 
c o m p e t i ç ã o 
- 
e m u m e s t u d o r e c e n t e d a 
F e d e r a ç ã o 
d a s I n -
d ú s t r i a s 
d o 
E s t a d o 
d e S ã o 
P a u l o 
( F i e s p ) , 
o B r a s i l , 
e m L r m 
c o n j u n t o 
d e 4 3
p a Í s e s , 
e s t a r i a 
n a 3 9 u 
p o s i ç ã o 
- , 
o 
q u e 
l e v a n t a 
p r o b l e m a s 
s é r i o s e m 
r a m o s
c o r n o a 
q u Í m i c a 
f i n a , a i n d ú s t r i a d e s e m i c o n d u t o r e s 
- 
e m b o r a 
j á 
i n i c i a d a ,
h o j e 
é 
u m c a s o m a l p a r a d o 
- , 
s ó 
p a r a 
c i t a r a l g u n s s e t o r e s .
E 
b o m n ã o 
e s q u e c e r 
q u e 
a s 
p r e s s Õ e s 
q u e 
e m e r g e m 
e m t o r n o d a s 
n e g o -
c i a ç Õ e s e m c u r s o , d e a m b o s o s l a d o s , a p r e s e n t a m m a i o r 
p e s o p o r p a r t e 
d o s
L o b b i , e s 
q u e 
r e p r e s e n t a m s e t o r e s 
e 
g r u p o s 
d e e m p r e s a s 
p o u c o 
c o m p e t i t i -
v o s . 
A 
U n i ã o E u r o p é i a , 
q u e 
r e s u l t o u 
d e u m 
l o n g o 
p r o c e s s o 
p a r a 
a u m e n t a r 
a
c o m p e t i t i ü d a d e 
i n t e r f i r m a s e 
o f e r e c e r 
g a n h o s 
a o s c o n s u m i d o r e s , 
v o l t a - s e ,
h o j e , 
p a r a 
a 
d e f e s a d e s e t o r e s 
p o u c o 
e f , c i e n t e s , c o m o , 
n o s 
E I J A , 
q u e p r a t i c a
e s s a 
p r o t e ç ã o , p o r 
e x e m p i o , 
n o 
c a s o d a 
i n d ú s t r i a 
d o 
a ç o .
O e m p r e s a r i a d o b r a s i l e i r o 
p r e c i s a 
s e r m a i s 
a g r e s s i v o , n e c e s s i t a m o s d e
m a i s 
e m p r e s a s 
g l o b a i s , 
c o m o 
a 
E m b r a e r , d e 
e r n p r e s a s s ó l i d a s c o m o a 
V o -
t o r a n t i m , e , n o c a m p o d a s 
t e c n o l o g i a s 
a v a n ç a d a s . 
p r e c i s a m o s g a n h a r 
p o s i -
ç õ e s , 
e 
n ã o 
p e r d e r , 
c o m o 
o c o r r e u n o 
ú l t i m o 
r c t n k i n g c l o Í n d i c e 
c l e A p t i d ã o
p a r a 
I n t e g r a r R e d e s 
( N e t w o r k e d 
R e a d i n e s s I n d e x ) 
d o F ó r u m E c o n ô m i c o
M u n d i a l .
A i n d a 
q u e 
c o n c e n t r a d o e m 
p o u c o s p r o d u t o s , 
o 
c o m é r c i o d o 
B r a s i l 
c o m
o s 
p a í s e s 
a f r i c a n o s 
a u m e n t o u d e 3 , 2 o / o 
p a r a 
6 , 5 0 / o e n t r e 
1 9 9 8 
e 
2 0 0 4 . 
E m
a l g u n s 
p r o d u t o s , 
c o m o 
o 
a ç ú c a r e 
o s 
p r o d u t o s 
d e 
c o n f e i t a r i a , a 
p a r t i c i p a ç ã o
f o i d e 
3 5 % .
C r í t i c a s a p r e s s a c l a s c l ã o 
ê n f a s e 
a o c l é f l c i t c o m e r c r a l 
c o r n a 
Á f r i c a , 
U S $ 
2
b i l h õ e s . C o n t u d o , a o r e t i r a r m o s o 
p e t r ó l e o 
d e s s e 
c á l c u l o , s u r g e 
u m 
s u p e r á -
v i t 
d e 
a p r o x i m a d a m e n t e 
3 , 5 b i l h õ e s 
d e d ó i a r e s
P o r 
a b s o l u t a i n d i s p o n i b i l i d a d e d e e s p a ç o 
e 
a t é 
p o r q u e 
o n o s s o 
t e r n a 
n ã o
é 
e s p e c í f , c o à s 
r e l a ç Õ e s 
c o m e r c i a i s c o m o s 
p a í s e s 
d o c o n t i n e n t e 
a f r i c a n o ,
d e i x a m o s d e f a z e r u m a a n á l i s e 
d e 
p a Í s p o r p a í s , 
n o 
q u a l 
c e r t a m e n t e c a b e r i a
d e s t a c a r o s 
p a í s e s 
d a A f r i c a 
c l o 
N o r t e , m o r m e n t e d o E g i t o , 
c o n c e n t r a n d o - n o s ,
e m b o r a 
s u p e r f l c i a l m e n t e , e a p e r l a s a t Í t u l o c i e e x e m p l o s 
i n d i c a t i v o s , e m a l -
g u n s 
p a Í s e s 
d a 
S A D C , 
p r i n c i p a l m e r r t e 
A r g o l a , Á Í r i c a d o 
S u l 
e N i g é r i a .
ll-il -'.. Porte 2 
- 
As ontigos e os novos porcerios
Volume I
Fonte: Eloborodo por Clóudio Oliveiro Ribeiro. Disponível em: <http://www.mdic.gov.b>.
A CPLP, que de nosso ponto de vista padece de um certo déf,cit institu-
cionalrl, vem desenvolvendo uma boa atividade no campo da cooperação e
atua, nos seus limites) como instrumento de corlcertação diplomática.
A CPLP é fundamentalmente uma instituição fundarnentada na língua
comum, destinada a clesenvolver aÇÕes no campo da amizade múrtua, da corr-
certação político-diplornática e na cooperaÇão. Embora não sendo uma ins-
tituição econômica, nenl preterrcla vir a ser, entre outras conclusões, o IV
Fórum Empresarial da CPLP aponta que:
É assim fácil cle perceber o enorme caminho que temos qlre percor-
rer para alterar esta situação e as glarrdes oportunidades que esse
percurso cerlamente tem para oferecer aos países e às empresas da
Comunidade, rlum mercado de 220 milhoesde consumidores lusófo-
nos, número que se aproxima da população da União Européia. Tüdo
lsto foi unanimemente reconhecido por todos os interuenientes no
painel Oportunidcrdes cle Int:estitnento ttct CPLP2!.
.....''...
MOURAO, Fernando Augusto Abuquerque. Avaliação crítica da CPLP: o proje-
to, seus mecanismos e üabilidade política. In: CARDIN{, Carlos Henriclue; CRUZ.
João Batista (Org ) CPLP: oportunidades e perspectivas. BrasÍlia: Ipri, 2002.
p. 43-66.
Tlecho das conclusões do IV F órum Empresarial CPLP, Funchal, 14 e 15 de ou-
tubro de 2005, apresentadas por Francisco N{antero, Secrelário-Geral do Con-
selho Empresarial da CPLP.
, Brosil: Exportoções poro Áf.i.o por cotegorio de produtos 
- 
1984 o 2OO4
: Carconras or
i Pnoouros
Axcou NroÉnla Arnrca oo Sul Arnrca Torar
ot/o o,//o o//o o//o
Bósicos
Semimon uÍoturodos
Monufoturodos
Operoções Especiois
12,4
29
84,5
o,2
2,1
7,0
,o_,
| 4,4
8,2
77,3
0,1
| 6,2
15,0
ó8,ó
o,2
Totois (US$ FOB) 2.579.938.086 6.820 546.802 5.89ó. r 94.956 34.rs8.855.r37
Porticipocõo % oo, 20% 17% I 00%
:1
A s r e l o c õ e s 
B r o s i l - Á f r i c o
) 3 9
C o p i t u l o 7
7 . ó 
C o r . r c L u s à o
A 
p a r 
c l o r e n o v a d o i n t e r e s s e b r a s i l e i r o e 
d a r e t o m a d a 
d a s 
p e r s p e c t i v a s
c i e u m r e n a s c i m e n t o a f r i c a n o , 
b e r n c o m o d a 
p e r c e p ç ã o 
d e 
q u e 
o 
r e l a c i o n a -
m e n t o b r a s i l e i r o 
c o m o c o n t i n e n t e a f r i c a n o 
a p r e s e n t a u m c a r á t e t ' c o m p i e -
n t e n t a r 
e c o r n u m t e m p o 
p r ó p r i o 
d e m a t u r a ç ã o . h á u m 
p o n t o q u e 
n l e r e c e
c i e s t a q u e e s p e c i a l , o u 
s e j a . 
o 
p o n t o 
c i e 
e q u i i Í b r i o e n t r e 
a C E A C e 
a 
S A D C
( A n g o l a 
e Á f r i c a d o S u i ) . E s s a r e f l e x ã o , a i n d a 
q u e 
j á 
a b o r c l a d a e m 
o u t r o
t e x t o } r m e r e c e , a t o d o s o s t í t u l o s , s e r r e c o l o c a d a , 
p o i s 
o t e r n a . c e r t a m e n t e
c l a r o 
p a r a 
a d i p l o r n a c i a 
b r a s i i e i r a . 
p a r e c e 
e s c a p a r a o u t r o s s e t o r e s .
A o 
t r a t a r r n o s 
d a s r e l a ç ô e s d o B r a s i l o u c l o M e r c o s u l 
c o m a Á f r i c a A u s t r a l ,
n ã o 
p o c l e n r o s 
r i e i x a r c l e l e v a r e n r c o n t a 
a 
Á f r i c a 
C e n t r a l , m o r m e n t e A n g o l a ,
q u e 
s e 
p a r t i l h a 
n a s 
c l u a s 
r e g i Õ e s . 
U l t i m a m e n t e , a Á f r i c a 
c l o 
S u l 
v e m 
o c u p a n d o
g r a n c l e 
a t e n ç ã o , c o m o n o c a s o c l o 
p r o j e t o 
Í n c l i a , 
B r a s r l . 
A Í r i c a 
c t o S u l 
( f u n d o
I b a s ) , 
o 
q u e 
m e r e c e m a i o r r e f l e x á o , 
p o i s , 
c 1 o n o s s o 
p o n t o 
c l e 
l i s t a , 
n ã o s e t r a t a
d e 
p r i ü l e g i a r 
u r ü l a t e r a l m e n t e 
a 
A f r i c a 
d o S u t e m r e l a q r ã o 
a 
A n g o l a , o 
p a r c e i r c r
t r a d i c i o n a i 
e 
f , e i , c u j a 
r e l a ç ã o s e s o l i c i i i c o u c o m o h i s t ó r i c o r e c o n h e c i r n e n t o
d e s t e 
p a í s 
n o 
p r ó p r i o 
d i a e m 
q u e p r o c l a m o u 
s u a i n d e p e n d ê n c i a .
A A Í r i c a 
c l o 
S u 1 
t e m 
a v a n t a g e m 
d e c o n t a r c o r n u m a r e d e d e 
d i s t r i b u i ç ã o
c o m e r c i a l a v a n ç a c l a 
e c o m u m r a z o á v e l 
s i s t e n i a 
b a n c á r i o , 
m a s é u m 
p a Í s
p o b r e 
e m 
m a t é r i a 
d e e n e r g i a 
( e m b o r a 
c l o m i n e 
t é c n i c a s a v a n ç a c i a s n o t r a t a -
r n e n t o c i o c a r v ã o v e g e t a l ) , 
c l e p e n d e 
d a 
e n e r g i a d o s 
p a í s e s 
v i z i n h o s , 
p r i n c i -
p a l m e n t e 
d e M o ç a m b i q u e e 
f u t t r a m e n t e 
d e A r g o l a , e m b o r a 
j á 
d i s p o n h a 
d e
e n e r g i a a t ô m i c a c o m o 
f o r m a 
d e 
e n e r g i a 
p a c í f l c a . 
A 
p a r c e r i a 
c o m e r c i a l v e m
a u m e n t a n d o , o 
q u e 
r - r à o é 
e s t r a n h o à 
s u a d i n â m i c a 
r e d e d e s e r v i ç o s 
q u e , 
p o t '
s u a 
v e z , n ã o d e i x a 
d e s e r u m c o n c o r r e n t e f o l t e 
p a r a 
o B r a s i l e m m a t é r i a
d e s e n i ç o s n a Á Í r i c a A u s t r a l 
c o m o u r n t o d o . A o s e f a l a r 
d a 
Á í r i c a 
d o S u l ,
v e m 
à 
l e n r b r a n ç a 
o 
o u r o ; 
e s t e 
c o m o c o m t n o c l í t u 
v e m 
p e r d e n d o 
v a l o r , e 
s u a
e x t r a ç ã o é 
c a d a v e z m a i s 
c a r a , 
n o 
c a s o d a s m i n a s .
E x i s t e m u m 
o r d e n a m e n t o d e 
p r i o r i d a d e s 
r e g i o n a i s e u m a h i e r a r c l u i a
c e n t r a l d e 
p r i o r i d a d e s g l o b a i s ' ' ' 
p o r p a r t e 
d a c l i p l o r n a c i a s u l - a f r i c a n a .
N ' I O L T R Ã O , F e r n a n d o 
A u g u s t o A l b u q u e r q u e . A 
p o l í t i c a 
e x t e r n a 
b r a s i l e i r a 
e s u l -
a f r i c a n a 
p a r a 
a 
Á f r i c a A u s t r a i . I n : 
G U I L t r A R À E S , S a m u e l P i n h e i r o . B r a s , i L e A f t i c c t
d r : 
S t t l : 
r i s c o s 
e 
o p o r t u n i d a d e s 
n o t u m u l t o d a 
g l o b a l i z a ç à o . 
B r a s Í l i a : 
C N P q / I p r i ,
1 9 9 9 . 
p . 
B 1 - 9 7 .
O s r e s p o n s á v e i s 
s u l - a f r i c a n o s s a b e m 
q u e 
n o 
c e n t r o c l e 
s u a 
a ç ã o e x t e r n a e s t á 
a
c o m p e t i t i ü d a c l e i n t e r n a c i o n a l e 
g l o b a l , 
i s t o é , e m t o d a s a s 
á r e a s 
e 
s e t o r e s , p r r l . 
o s
?
240 Poüe 2 - As ontigos e os novos porcerios
Volume'l
Na Africa Central, a Comurriclacle Econômica dos Países da Africa Central
(CEEAC), após run longo período de ir"roperância, já esperado, comeÇa a se
f,rmar, náo como um mecanismo de natureza econômica para o que fora cria-
da, mas como um organismo e rnstrumento de seguranÇa e defesa, em face
do longo cenário de lutas intestinas nos seus principais paÍses membros.
O seu relançamento ocorreu em 2001, ocasião em que se tomaram me-
didas para dinamizar o Secretariado-Geral da Organização e se deu irÍcio à
criação de novos meios, tencio em üsta restabelecer a segurança da região,
um fator impositivo para que se possa voltar a pensar em integração econô-
rnica, por meÍo cia criação do Conseiho cie Paz e Segurar-rça da África Cen-
tral (Copax), do Reguiamento Intenro da Comissão de Defesa e Segurança
(CDS), clo Regulamento Interno da Força Multinacional da ÁÍrica Central
(Fomac) e do Regulamento Interno do Nlecanismo de Alerta Rápido (Marac),
o que possibilitou entrar em urna fase de relativa cahna, embora entrecortada
por choques pontuais, com a ajr-rda do exército angolano, urna vez que para
a Angola a seguranÇa regional era indispensável para o término da sua luta
urterna, alimentadaem grande parte pelas fronteiras cle ninguém e que teve,
ainda, o beneplácito dos Estaclos Unidos, um país novo na área, e, mesmo, da
França em face dos seus interesses petroÍferos no Gabão.
Angola, ao interferir no conflito armado na África Central, garantiu as
concliçoes para o término da luta interna, mas, ao mesmo tempo, provocou
nma reação cle desconforto na África do Sul, pois que muito cleve a Angola
quando da luta contra o cLpartlteid, e náo vê com bons olhos o crescirnento
regionai, inter-regional e internaciorral de A-ngola que, aliás, faz parte não só
da CEEAC mas também da SADC.
É nesse cenário real que devemos refletir em relação ao tema das rela-
ções rio Brasil com a AÍrica Austral e Central que, logicamente, não excluclen-
tes, não permitem urn desequi-líbrio de forças entre as duas regiões. A tarefa
diplon'rática que se impÕe não é simples, e levando em conta clados econô-
internacionais para as grancies ürterniediaçÕes, o aliniramento com os "lugares
coniuns" (norte-americanos, à partida), que constituern os atuais desafi.os co-
muns da humanidade; o reforço do papel hoje crescentemente atribuído à in-
teligência econômica, no[adamente à contra-informação, entre rnuitos aspectos
cle relevo. Em urna palawa: a África do Sul quer r,ir a liclerar urn bloco regional,
separando ao Iongo do processo as águas dos seus interesses próprios uis-à.-t-,is
os seus r,izirüos, tanto no plano regionai como, nuis ainda. no plano mundial, em
que o regional não dexa de alavancar o perf,i próprio da jovern democracia.
A s r e l o ç õ e s 
B r o s i l - A f r i c o 
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C o p í t u l o 
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G O N Ç A L \ i E S , 
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p o l Í t r c a 
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2 0 0 5 .
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C a r l o s . 
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L t r l a , . B t ' i t s í l í a
C o r r e i o 
I n t e r n a c i o n a l , R e h r e t , 2 0 0 4 . D i s p o n Í v e l 
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< h t t p : / / w r , v - v r , ' . r e l n e t . c o m . b r > .
L I M A , M a n a 
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d o S t t L 
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B r a s Í l i a : 
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