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UNIVERSIDADE DE CABO VERDE – FACULDADE DE ENGENHARIAS E 
CIÊNCIAS DO MAR 
CURSO DE LICENCIATURA EM ENGENHARIA MECÂNICA 
 
 
 
 
 
 
DESENVOLVIMENTO DE UM SISTEMA DE GESTÃO DA 
MANUTENÇÃO NA EMPRESA BENTO FORRADOR 
 
 
 
 
 
 
 Elaborado por: Mário Delgado 
Orientador: Alcídio da Cruz 
 
 
Mindelo 
 Ano Letivo 2016-2017 
Sistema de Gestão da Manutenção – Bento Forrador 
2 
 
 
UNIVERSIDADE DE CABO VERDE – FACULDADE DE ENGENHARIAS E 
CIÊNCIAS DO MAR 
CURSO DE LICENCIATURA EM ENGENHARIA MECÂNICA 
 
DESENVOLVIMENTO DE UM SISTEMA DE GESTÃO DA 
MANUTENÇÃO NA EMPRESA BENTO FORRADOR 
 
 
Mário Manuel Gomes Delgado 
 
 
Trabalho de Conclusão de 
Curso apresentado ao Curso de 
Engenharia Mecânica na 
Faculdade de Engenharia e 
Ciências do Mar- Universidade 
de Cabo Verde, como requisito 
parcial à obtenção do título de 
Engenheiro Mecânico. 
 Orientador: Prof. Alcídio da Cruz. 
 
 
 
Mindelo 
Ano Letivo 2016-2017 
 
Dedicatória 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
“Manutenção… 
Quando tudo vai bem, ninguém lembra que existe. 
Quando algo vai mal, dizem que não existe. 
Quando é para gastar, dizem que não é preciso que exista. 
 Porém, quando realmente não existe, todos concordam que devia existir” 
Anónimo 
 
Dedicatória 
I 
 
DEDICATÓRIA 
Dedico este trabalho à minha família, que me propiciou uma vida digna onde eu 
pudesse crescer, acreditando que tudo é possível, desde que sejamos honestos, íntegros de 
caráter e tendo a convicção de que desistir nunca seja uma ação contínua em nossas vidas; que 
sonhar e concretizar os sonhos só dependerá de nossa vontade. 
Sistema de Gestão da Manutenção – Bento Forrador 
II 
 
AGRADECIMENTOS 
A Deus, pelo dom da vida e por sempre iluminar meu caminho. 
Aos meus pais, pelo exemplo de vida, pelo amor presente, pela educação e incentivo 
em toda minha trajetória. Aos meus queridos irmãos, em especial ao Henrique Ribeiro, Dália 
Delgado, Glastone Delgado, Maria José Ribeiro e Máximo Delgado, que me acompanharam 
durante toda esta jornada, pelo apoio, carinho, compreensão e companheirismo nos momentos 
mais difíceis. 
À minha amiga Samira Pires pela companheirismo e alento. 
Ao Adriano Lima e Sónia de Pina pela disponibilidade e facilitação de informações. 
Ao meu supervisor Jaílson Lopes que foi uma peça fundamental durante a 
concretização deste projeto, fornecendo apoio incondicional sempre que preciso. Gostaria 
também de agradecer a todos os funcionários do Bento Forrador pelo carinho e apoio durante 
o estágio, entre eles destaco: Elizen Dias, Edmilson Pires, Bruno Silva, Danielson Silva, 
Danielson Monteiro, Zuleika Fortes e Luisa Morais. 
A todos os meus colegas de curso, em especial ao Klinsmann Gomes, José António 
Delgado e James Correia que me ajudaram na elaboração deste trabalho. 
A todos os professores que partilharam comigo os seus conhecimentos, indispensáveis 
para o término deste curso, em especial ao Professor Luís Jorge Fernandes. 
A todas as pessoas, que de alguma forma, direta ou indiretamente contribuíram para a 
concretização deste projeto, o meu muito obrigado. 
Por fim, agradeço ao meu orientador, Mestre Alcídio Jesus da Cruz, pelo apoio e 
dedicação com que me ajudou na realização deste trabalho. 
 
Resumo 
III 
 
RESUMO 
O presente trabalho, tem como finalidade o desenvolvimento de um sistema de gestão 
da manutenção na empresa Bento Forrador. O procedimento tem como finalidade alargar a 
vida útil dos equipamentos em particular veículos articulados que fazem trabalho transporte 
de contentores, cargas e descargas mercadorias pesadas, permitindo assim obter uma redução 
de custos no que diz respeito a reparação e evitar ter os veículos imobilizados. 
O trabalho conta com três capítulos, nos quais são apresentados conceitos gerais sobre 
os vários tipos de manutenção e um aprofundamento sobre manutenção preventiva, que é o 
tema do nosso caso de estudo, bem como o diagnóstico da empresa e a situação nela existente, 
em termos de manutenção preventiva. 
O principal objetivo deste trabalho foi realizar um projeto que fosse útil para a 
empresa. 
 
 
Palavras-chave 
Manutenção, Manutenção Preventiva, Custos, Fichas. 
Sistema de Gestão da Manutenção – Bento Forrador 
IV 
 
ABSTRACT 
The present work aims at the development of a maintenance management system in 
the company Bento Forrador. The purpose of the procedure is to extend the useful life of the 
equipment, in particular articulated vehicles, which carry out the work of transporting 
containers, loads and discharges of heavy goods, thus allowing a reduction of costs with 
regard to repair and avoiding having immobilized vehicles. 
The work has three chapters, which present general concepts on the various types of 
maintenance and a deepening on preventive maintenance, which is the subject of our case 
study, as well as the diagnosis of the company and the situation therein, in terms of preventive 
maintenance. 
The main objective was to carry out a project that was useful for the company. 
 
 
 
 
Key words 
Maintenance, Preventive Maintenance, Costs, Files. 
 
Índice 
V 
 
ÍNDICE 
Dedicatória ...................................................................................................................... I 
Agradecimentos ............................................................................................................. II 
Resumo ......................................................................................................................... III 
Abstract ......................................................................................................................... IV 
Índice ............................................................................................................................. V 
Índice de Tabelas ....................................................................................................... VIII 
Índice de Figuras .......................................................................................................... IX 
Índice das Fichas ........................................................................................................... X 
Lista de Abreviaturas e siglas ....................................................................................... XI 
Capítulo I: Introdução ..................................................................................................... 1 
1.1 Motivação ......................................................................................................... 1 
1.2 Tema e Objetivos .............................................................................................. 1 
1.3 Metodologia ...................................................................................................... 2 
1.4 Estrutura do Trabalho ........................................................................................... 3 
Capítulo II: Enquadramento Teórico .............................................................................. 4 
2.1 Histórico da Manutenção ...................................................................................... 4 
2.2 Evolução da Manutenção ..................................................................................... 5 
2.3 Definição de Manutenção ..................................................................................... 62.4 Tipos de Manutenção ........................................................................................... 8 
2.4.1 Manutenção Corretiva ................................................................................... 8 
2.4.2 Manutenção Preditiva .................................................................................... 9 
2.4.3 Manutenção de Melhoria ............................................................................... 9 
2.4.4 Manutenção de Rotina ................................................................................. 10 
2.4.5 Manutenção Preventiva ............................................................................... 10 
2.4.5.1 Objetivos de Manutenção Preventiva ................................................... 11 
2.4.5.2 Importância da Manutenção Preventiva ............................................... 11 
Sistema de Gestão da Manutenção – Bento Forrador 
VI 
 
2.4.5.3 Fases para Implementação da Manutenção Preventiva ........................ 13 
Capitulo III: O sistema de gestão da manutenção ........................................................ 14 
3.1 Caracterização e Historial da Empresa Bento Forrador ..................................... 14 
3.1.1 Missão, Visão, Estratégias e Métodos ......................................................... 16 
3.1.2 Diagnóstico .................................................................................................. 17 
3.1.3 Tipo de Serviços de Manutenção Realizados pela Empresa ....................... 18 
3.1.4 Descrição de Distribuição de Tarefas de Manutenção na Oficina do Bento 
Forrador ............................................................................................................................ 19 
3.1.5 Os Operadores/Condutores dos Veículos e Equipamentos ......................... 20 
3.1.6 Infraestrutura e Peças de reposição ............................................................. 20 
3.1.7 Breve Análise da situação Encontrada ........................................................ 20 
3.1.8 Impacte Ambiental .......................................................................................... 21 
3.2 Levantamento das necessidades de manutenção ................................................ 22 
3.2.1 Veículos Articulados ....................................................................................... 23 
a) Cavalo Mecânico ....................................................................................... 24 
b) Semi-Reboque ........................................................................................... 25 
c) Sistemas de Travagem Pneumática ........................................................... 26 
3.3 Definição de estoque mínimo e de segurança .................................................... 27 
3.4 Indicadores da Gestão da Manutenção ............................................................... 28 
3.4.1 Taxa de Avarias ........................................................................................... 29 
3.4.2 Tempo médio entre avarias, (MTBF) .......................................................... 30 
3.4.3 Tempo médio de reparação, MTTR ............................................................ 30 
3.4.4 Tempo médio de espera, MWT ................................................................... 31 
3.4.5 Disponibilidade ............................................................................................ 31 
3.4.6 Fiabilidade dos equipamentos ..................................................................... 32 
3.5 Custos da Manutenção ........................................................................................ 32 
3.6 Plano de Manutenção Preventiva ....................................................................... 34 
Índice 
VII 
 
3.7 Fichas de Apoio à Manutenção Preventiva .................................................... 34 
3.8 Princípio de Funcionamento das Fichas ............................................................. 38 
CAPÍTULO IV – CONSIDERAÇÕES FINAIS .......................................................... 40 
Referências ................................................................................................................... 42 
APÊNDICE .................................................................................................................. 44 
APÊNDICE I – Viaturas e Equipamentos Existente na Empresa ............................ 44 
APÊNDICE II – Plano de Manutenção .................................................................... 47 
APÊNDICE III – Controlo e Inspeção de Viaturas .................................................. 50 
APÊNDICE IV – Ficha de Intervenção/Peças ......................................................... 52 
APÊNDICE V – Históricos das intervenções .......................................................... 53 
APÊNDICE VI – Ficha Técnica ............................................................................... 55 
APÊNDICE VII – Manutenção Periódica dos Três Meses ...................................... 56 
APÊNDICE VIII – Manutenção Periódica dos Seis Meses ..................................... 57 
APÊNDICE IX – Manutenção Periódica dos Nove Meses ...................................... 59 
APÊNDICE X – Manutenção Periódica dos Doze Meses ....................................... 60 
ANEXO ........................................................................................................................ 62 
ANEXO I – Declaração de Trabalho da manutenção na Empresa ........................... 62 
ANEXO II – Tabela de Artigos de Estoque para Manutenção ................................ 63 
 
 
Sistema de Gestão da Manutenção – Bento Forrador 
VIII 
 
ÍNDICE DE TABELAS 
Tabela 1 - Analogia Saúde Humana x Máquina ............................................................. 7 
Tabela 2 - Distribuição das tarefas de manutenção na oficina mecânica ..................... 19 
Tabela 3 - Viaturas existentes na Empresa ................................................................... 44 
Tabela 4 - Equipamentos existentes na Empresa ......................................................... 45 
Tabela 5 - Tabela de artigos em estoque para manutenção .......................................... 63 
 
 
Índice de Figuras 
IX 
 
ÍNDICE DE FIGURAS 
Figura 1 - Fases da metodologia de trabalho .................................................................. 2 
Figura 2 - Hierarquia dos diversos tipos de Manutenção ............................................... 8 
Figura 3 - Reutilização dos pneus inservíveis .............................................................. 22 
Figura 4 - Veículo articulado ........................................................................................ 24 
Figura 5 - Cavalo mecânico .......................................................................................... 24 
Figura 6 - Prato de engate ............................................................................................. 25 
Figura 7 - Semi-reboque ............................................................................................... 26 
Figura 8 - Cabeçote ...................................................................................................... 26 
Figura 9 - Sistema de travagem pneumático ................................................................ 27 
Figura 10 - Iceberg de custos de manutenção .............................................................. 33 
 
 
Sistema de Gestão da Manutenção – Bento Forrador 
X 
 
ÍNDICE DAS FICHAS 
Ficha 1 - Ordem de trabalho .........................................................................................35 
Ficha 2 - Ficha da utilização diária ............................................................................... 36 
Ficha 3 - Plano de manutenção .................................................................................... 49 
Ficha 4 - Controlo e inspeção de viaturas ................................................................... 51 
Ficha 5 - Ficha de intervenção/peças ........................................................................... 52 
Ficha 6 - Histórico das intervenções ........................................................................... 53 
Ficha 7 - Histórico das Peças/Órgãos .......................................................................... 54 
Ficha 8 - Ficha técnica ................................................................................................. 55 
Ficha 9 - Manutenção periódica dos três meses .......................................................... 56 
Ficha 10 - Manutenção periódica dos seis meses ........................................................ 58 
Ficha 11 - Manutenção periódica dos nove meses ...................................................... 59 
Ficha 12 - Manutenção periódica dos doze meses ...................................................... 61 
Ficha 13 - Declaração de trabalho da manutenção na Empresa .................................. 62 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Lista de Abreviaturas e siglas 
XI 
 
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS 
OT`s – Ordens de Trabalho 
FMP – Ficha de Manutenção Planeada 
𝜆 – Taxa de Avarias 
MTBF – Mean Time Between Failure (Tempo Médio Entre Avarias) 
MTTR – Mean Time To Repair (Tempo Médio de Reparação) 
MWT – Mean Waiting Time (Tempo Médio de Espera) 
D – Disponibilidade 
EN – Norma Europeia 
TFi – Tempos de Funcionamento no Período 
TRi – Tempos de Reparação no Período 
TEi – Tempos de espera no Período 
HH – Horas Homem 
 
 
 
Capítulo I: Introdução 
1 
 
CAPÍTULO I: INTRODUÇÃO 
Neste capítulo é apresentado a justificativa e o interesse que originaram a proposta 
deste trabalho, o seu enquadramento no âmbito curricular, os seus objetivos e o respetivo 
planeamento. É ainda apresentada a estrutura deste documento, caracterizada pela sua 
organização por capítulos. 
 
 
1.1 Motivação 
O estaleiro da Serralharia Bento Forrador funciona, em média, seis dias por semana de 
forma ininterrupta para atender às necessidades do setor em que opera. Além disso, o seu 
parque é constituído por um arsenal de mais de 60 viaturas sem contar os equipamentos, de 
modo que a manutenção é sem dúvida um setor a se ter em conta. 
Uma organização deficiente da manutenção de um ambiente com tantas viaturas, como 
no Bento Forrador pode originar um elevado custo de manutenção e de operação, assim como 
dar origem a dificuldades no controlo das intervenções realizadas, podendo derivar daí falhas 
ou atrasos com implicações na produção e consequentemente nos ganhos da empresa. Para 
além disso uma gestão incorreta dos equipamentos e suas peças de reposição pode dar origem 
a material em estoque, de tal forma que também implique no aumento do custo da 
manutenção. 
É então evidente que o setor da manutenção do Bento Forrador necessita de um 
sistema capaz de gerir de forma eficiente e eficaz todas as viaturas e equipamentos existentes, 
as ordens de trabalho geradas para as manutenções, quer preventivas quer corretivas, e o 
estoque de peças de manutenção. 
Com efeito, surgiu assim a oportunidade de análise e desenvolvimento de um sistema 
de gestão da manutenção na empresa Bento Forrador com o objetivo de melhorar a 
organização da manutenção. 
 
 
1.2 Tema e Objetivos 
O tema do presente trabalho é: “Desenvolvimento de um Sistema de Gestão da 
Manutenção no Estaleiro da Serralharia Bento Forrador Lda.”. O trabalho foi desenvolvido no 
âmbito da realização da unidade curricular do Trabalho de Final de Curso da Licenciatura em 
Engenharia Mecânica da Universidade de Cabo Verde. Para isso, foi realizado um estágio na 
Sistema de Gestão da Manutenção – Bento Forrador 
2 
 
seção de manutenção da empresa Bento Forrador onde se pretende aprimorar a gestão da 
manutenção. 
Este tem como principal propósito o desenvolvimento de um manual de gestão da 
manutenção para Bento Forrador, juntando em um só documento, todas as informações 
relevantes sobre a manutenção, de modo a permitir um melhor controlo do funcionamento e 
do desempenho da manutenção. 
Para tal, foram definidos os seguintes objetivos: 
 Estudar os conceitos associados à gestão da manutenção, da manutenção em si 
e às metodologias de gestão por processos; 
 Analisar os processos de manutenção quer preventiva, quer corretiva, dos seus 
fluxos, de toda a documentação associada, e da interação com outros serviços 
ou fornecedores; 
 Diagnosticar a atual situação da gestão da manutenção no Bento Forrador Lda.; 
 Levantar elementos que devem estar presentes em modelo de gestão da 
manutenção apropriado para empresa relativamente a viaturas; 
 Desenvolvimento de um sistema de gestão da manutenção, que se ajuste às 
necessidades específicas do serviço e que permita de forma mais eficiente e 
eficaz a gestão das ordens de trabalho e da documentação associada. 
 
 
1.3 Metodologia 
A metodologia adotada para o desenvolvimento do trabalho foi elaborada tendo em 
conta os objetivos definidos e o contexto em que se enquadra o mesmo. A metodologia 
aplicada pode ser caracterizada da seguinte forma: 
 
 
Figura 1 - Fases da metodologia de trabalho 
Revisão 
bibliográfica do 
estado da arte 
relativa à gestão 
da manutenção
Análise do estudo 
de caso e 
familiarização com 
o mesmo
Desenvolvimento 
de um sistema de 
gestão que 
responda às 
necessidades do 
caso em estudo
Capítulo I: Introdução 
3 
 
Numa fase inicial foi efetuada uma revisão bibliográfica relativa ao estado da arte do 
tema gestão da manutenção e da manutenção em si, como preparação para as seguintes fases 
do trabalho. 
Na análise do estudo de caso, do Setor de Manutenção da empresa Bento Forrador, 
pretendeu-se familiarizar com o funcionamento do setor através de uma análise do parque, da 
documentação técnica, do nível de cumprimento das manutenções planeadas e do 
levantamento das necessidades de manutenção. 
Por sua vez, na fase de desenvolvimento do sistema de gestão da manutenção, 
procedeu-se à elaboração dos procedimentos de manutenção planeada e atualização dos 
mesmos, através das fichas e estabelecimento de indicadores para o controlo do desempenho 
do sistema. 
 
 
1.4 Estrutura do Trabalho 
Este trabalho está dividido em quatros capítulos, com os respetivos conteúdos 
descritos a seguir. 
O capítulo inicial traz a introdução deste trabalho, seu tema, objetivos e a justificativa 
para sua escolha. Ainda neste capítulo encontram-se o método utilizado para atingir os 
objetivos traçados e a estrutura do mesmo. 
No segundo capítulo é apresentado uma introdução à manutenção e a conceitos chave 
deste trabalho. 
No capítulo seguinte é apresentada uma descrição da situação atual da manutenção no 
Bento Forrador, e o desenvolvimento do sistema de gestão em si, que constitui o manual de 
gestão da manutenção em questão. 
O quarto capítulo é reservado para a apresentação das melhorias esperadas do 
desenvolvimento deste sistema, as limitações do trabalho, sugestões para trabalhos futuros e 
as considerações finais. 
 
Sistema de Gestão da Manutenção – Bento Forrador 
4 
 
CAPÍTULO II: ENQUADRAMENTO TEÓRICO 
 
O presente capítulo visa mostraros antecedentes e o marco teórico do trabalho, no que 
diz respeito à manutenção. 
 
 
2.1 Histórico da Manutenção 
A conservação de instrumentos e ferramentas é uma prática observada, historicamente, 
desde os primórdios da civilização, mas, efetivamente, foi somente quando da invenção das 
primeiras máquinas têxteis, a vapor, no século XVI, que a função manutenção emerge. 
Naquela época, aquele que proteja as máquinas, treinava as pessoas para operarem e 
consertarem, intervindo apenas em casos mais complexos. Até então, o operador era o 
mantenedor – mecânico. Somente no último século, quando as máquinas passam a ser 
movidas, também, por motores elétricos, é que surge a figura do mantenedor eletricista. 
Assim, com a necessidade de se manter em bom funcionamento todo e qualquer 
equipamento, ferramenta ou dispositivo para uso no trabalho, em épocas de paz, ou em 
combates militares nos tempos de guerra, houve a consequente evolução das formas de 
manutenção. 
Na era moderna, após a Revolução Industrial, Fayol propõe seis funções básicas na 
empresa, destacando a função técnica, relacionada com a produção de bens ou serviços, da 
qual a manutenção é parte integrante (Fayol, 1950). 
O termo “manutenção” tem sua origem no vocábulo militar, cujo sentido era “manter, 
nas unidades de combate, o efetivo e o material num nível constante”. É evidente que as 
unidades que nos interessam aqui são as unidades de produção, e o combate é antes de tudo, 
econômico. O aparecimento do termo “manutenção” na indústria ocorreu por volta do ano 
1950 nos Estados Unidos da América. Na França, esse termo se sobrepõe progressivamente à 
palavra “conservação” (Monchy, 1989). 
Vivemos hoje uma era de grandes mudanças em praticamente todos os campos e 
atividades. Vivemos profundas transformações políticas com o fim dos regimes ditatoriais e a 
substituição destes governos por governos democráticos, em que as pessoas escolhem 
livremente os seus representantes. Experimentamos uma radical mudança do modelo 
econômico, com o fim dos mercados fechados e cartelizados. 
Capítulo II: Enquadramento Teórico 
5 
 
O consumidor – industrial ou privado – tinha de se contentar em escolher apenas os 
produtos ou serviços oferecidos localmente. Os produtos que incorporavam a tecnologia mais 
moderna e melhor qualidade, que eram vendidos no exterior a preços mais baixos que os 
entrados no mercado local, estavam fora do seu alcance, pois as barreiras à importação eram 
quase intransponíveis. E a competição, mola do desenvolvimento, estimuladora da eficiência 
e controladora dos preços no mercado, se limitava aos fabricantes locais, todos sujeitos a 
essas mesmas limitações” (Mirshawka & Olmedo, 1993). 
 
 
2.2 Evolução da Manutenção 
 Os equipamentos de produção têm sofrido ao longo dos tempos evoluções importantes: 
 Os equipamentos de produção são cada vez mais automatizados. Tornam-se mais 
compactos, mais complexos e são utilizados de forma mais intensa. 
 Os equipamentos são mais “caros” (investimentos mais elevados) com períodos de 
amortização mais pequenos. 
 Os tempos de indisponibilidade sobre um “processo” são economicamente mais 
críticos que sobre um parque de máquinas em linha. 
 A exigência imposta por novos métodos de produção. Assim o “Just-in-time” exige a 
eliminação total dos problemas e avarias das máquinas (Ferreira L. A., 1998). 
 Ainda segundo Ferreira L. A (1998), desde os anos 30, a evolução da manutenção, 
pode ser dividida em 3 gerações: 
1. Primeira geração: abrange o período antes da 2ª Guerra Mundial, quando a 
indústria era pouco mecanizada, os equipamentos eram simples e, na sua 
grande maioria, superdimensionados; Devido à conjuntura econômica da 
época, a produtividade não era prioritária, assim não era necessária uma 
manutenção sistemática; apenas serviços de limpeza, lubrificação e reparo após 
a quebra, ou seja, a manutenção era fundamentalmente corretiva. 
2. Segunda geração: vai desde a segunda Guerra Mundial até os anos 60. As 
pressões do período aumentaram a demanda por todo tipo de produto, ao 
mesmo tempo em que o contingente de mão-de-obra industrial diminui 
sensivelmente. Com consequência, neste período houve forte aumento da 
mecanização, bem como da complexidade das instalações industriais; começa 
a evidenciar-se a necessidade de maior disponibilidade e confiabilidade, na 
busca da maior produtividade; A indústria estava bastante dependente do bom 
Sistema de Gestão da Manutenção – Bento Forrador 
6 
 
funcionamento das máquinas, o que levou a ideia de que as falhas dos 
equipamentos poderiam e deveriam ser evitadas, resultando no conceito de 
manutenção preventiva. 
Na década de 60 a manutenção preventiva consistia em intervenções 
nos equipamentos feitos a intervalo fixo. O custo da manutenção também 
começou a se elevar muito em comparação com outros custos operacionais, o 
que fez aumentar os sistemas de planeamento e controle de manutenção que, 
hoje, são parte integrante da manutenção moderna. A quantidade de capital 
investido em itens físicos, juntamente com o nítido aumento do custo do 
capital, levou as pessoas a começarem a buscar meios para aumentar a vida útil 
dos itens físicos. 
3. Terceira geração: surgiu a partir da década de 70 e acelerou o processo de 
mudança nas indústrias. A paralisação da produção, que sempre diminuiu a 
capacidade de produção aumentou os custos e afetou a qualidade dos produtos, 
era uma preocupação generalizada. Na manufatura, os efeitos dos períodos de 
paralisação foram se agravando pela tendência mundial de utilizar sistemas 
just-in-time, onde estoques reduzidos para a produção em andamento 
significavam que pequenas pausas na produção/entrega naquele momento 
poderiam paralisar a fábrica. 
O crescimento da automação e da mecanização passou a indicar que 
confiabilidade e disponibilidade tornam-se pontos-chave em setores tão 
distintos quanto saúde, processamento de dados, telecomunicações e gestão de 
edifícios. Maior automação significa que falhas cada vez mais frequentes 
afetam nossa capacidade de manter padrões de qualidade estabelecidos. Isso se 
explica tantos aos padrões do serviço quanto à qualidade do produto (Carvalho, 
2012). 
 
 
2.3 Definição de Manutenção 
Segundo Ferreira (1975), manutenção significa: “Ato ou efeito de manter (-se). As 
medidas necessárias param a conservação ou a permanência de alguma coisa ou uma situação. 
Os cuidados técnicos indisponíveis ao funcionamento regular e permanente de motores e 
máquinas”. 
Capítulo II: Enquadramento Teórico 
7 
 
Segundo Monchy (1989), “A Manutenção dos equipamentos de produção é um 
elemento chave tanto para a produtividade das indústrias quanto para a qualidade dos 
produtos. É um desafio industrial que implica resistir as estruturas atuais inertes e promover 
métodos adaptados à nova natureza dos materiais”. 
Segundo Tavares (1996), “Manutenção – todas as ações necessárias para que um item 
(equipamento, obra ou instalação) seja conservado ou restaurado, de modo a poder 
permanecer de acordo com uma condição especifica”. 
De uma ou outra forma, percebe-se que as definições de manutenção que foram 
citadas neste capítulo falam em “manter”, “restabelecer”, “conservar” ou “restaurar” um 
equipamento ou bem. 
 Contudo, a definição dada por Monchy combina-se melhor com o momento atual das 
empresas que buscam a competitividade e a qualidade total, senão vejamos a repetição da 
definição: “A Manutenção dos equipamentos de produção é um elemento chave, tanto para a 
produtividade das indústrias, quanto para a qualidade dos produtos…” 
Monchy estabelece também uma analogia entre a saúdehumana com a saúde da 
máquina conforme a Tabela 1. 
Fonte: Monchy, 1989 
 
 
Conhecimento do Homem Conhecimento Tecnológico
Conhecimento das Doenças Conhecimento dos modos de falha
Carnê de Saúde Histórico
Dossiê Médico Dossiê da máquina
Diagnóstico, exame, visita médica Diagnóstico, perícia, inspeção
Conhecimento de tratamentos Conhecimento das ações curativas
Tratamento curativo Retirada do estado de pane, reparo
Operação Renovação modernização, troca 
ANALOGIA
SAÚDE HUMANA SAÚDE DA MÁQUINA
MEDICINA MANUTENÇÃO INDUSTRIAL
Nascimento
Longevidade 
Boa Saúde 
Morte Sucata
Confiabilidade 
Durabilidade 
Entreda em Operação
Tabela 1 - Analogia Saúde Humana x Máquina 
Sistema de Gestão da Manutenção – Bento Forrador 
8 
 
2.4 Tipos de Manutenção 
A manutenção pode ser definida como a combinação de todas as ações técnicas, 
administrativas e de gestão, durante o ciclo de vida de um bem, destinadas a mantê-lo ou 
repô-lo num estado em que ele pode desempenhar a função requerida (Cabral, 2006). 
Na Figura 1 apresentam-se os diversos tipos de manutenção. 
O objetivo da gestão da manutenção é conseguir, agregando estes tipos de manutenção 
nas proporções ideais, um padrão de desempenho a um custo mínimo, sendo que este custo 
não é apenas o custo da manutenção, no sentido contabilístico, mas sim o custo da 
manutenção mais a soma dos custos indiretos da manutenção e dos benefícios obtidos com 
melhorias (Portuguesa, 2007). 
 
 
Figura 2 - Hierarquia dos diversos tipos de Manutenção 
Fonte: Norma Portuguesa, 2007 
 
 2.4.1 Manutenção Corretiva 
Também designada curativa, destina-se a reparar avarias e maus funcionamentos 
ocorridos em serviço. 
O objetivo da gestão é conseguir, agregando estes tipos de manutenção nas proporções 
ideais, um padrão de desempenho a um custo mínimo, sendo que este custo não é apenas o 
custo da manutenção, no sentido contabilístico, mas sim o custo da manutenção mais a soma 
dos custos indiretos da manutenção e dos benefícios obtidos com as melhorias. 
Manutenção
Manutenção 
Corretiva 
Manutenção 
Preventiva
Manutenção 
Preventiva 
Sistematica 
Manutenção 
Preventiva 
Condicional
Manutenção 
de Melhoria 
Capítulo II: Enquadramento Teórico 
9 
 
Este objetivo, naturalmente, só pode ser procurado nos domínios da manutenção 
planeada, isto é, aquela em que a gestão pode intervir efetivamente. Na manutenção não 
planeada, designadamente, na manutenção corretiva, a gestão anda a reboque dos 
acontecimentos, que são aleatórios e variadíssimos, em vez de os terminar (Cabral, 2006). 
Podemos citar entre as vantagens e desvantagens da manutenção corretiva o seguinte: 
Vantagens: 
 Não exige acompanhamentos e inspeções nas máquinas; 
Desvantagens: 
 As máquinas podem quebrar-se durante os horários de produção; 
 As empresas utilizam máquinas de reserva; 
 Há necessidade de se trabalhar com estoques. 
 
 
2.4.2 Manutenção Preditiva 
É seguro dizer que a manutenção preditiva é um passo adiante da manutenção 
preventiva. É a manutenção de acompanhamento e planeamento mais preciso, exige maior 
qualificação do profissional e tem como objetivo evitar qualquer falha das peças antes mesmo 
que apresentem defeito. Caracteriza-se pelo acompanhamento de parâmetros dos 
equipamentos como, por exemplo, a vida útil predefinida pelo fabricante. 
A manutenção preditiva usa do acompanhamento dos parâmetros das peças para que 
as trocas das mesmas sejam feitas antes do fim da sua vida útil. Pela vistoria na máquina, o 
profissional de manutenção – com base nos parâmetros de acompanhamento – identifica a 
necessidade de troca de peça e programa o melhor momento para a manutenção, que é feita 
sem intervenção na produção, facilitando a manutenção e evitando custos maiores com a 
ociosidade da máquina (NG, 2016). 
 
 
2.4.3 Manutenção de Melhoria 
Segundo Cabral (2006), “Inclui as modificações ou alterações destinadas a melhorar o 
desempenho do equipamento, ajustá-lo a novas condições de funcionamento, melhorar ou 
reabilitar as suas características operacionais”. 
 
 
Sistema de Gestão da Manutenção – Bento Forrador 
10 
 
2.4.4 Manutenção de Rotina 
Atividades elementares de manutenção, regulares ou repetitivas, que, geralmente, não 
exigem qualificações, autorização ou ferramentas especiais. 
No dia-a-dia utiliza-se a expressão rotina para designar operações normalmente 
sistemáticas, de baixa periodicidade (diárias ou semanais) e frequentemente realizadas pelos 
próprios operadores, como inspeção, limpeza, apertos, verificação dos níveis de fluidos, etc.. 
Revisão (EN 13306) – conjunto completo de verificações e ações realizadas com o 
objetivo de manter os níveis requeridos de disponibilidade e segurança de um bem. 
 Uma revisão pode ser realizada a intervalos de tempo prescritos ou na 
sequência de um número determinado de operações; 
 Uma revisão pode exigir a desmontagem total ou parcial do bem (Cabral, 
2009). 
 
 
2.4.5 Manutenção Preventiva 
Orientada no sentido de evitar a ocorrência de avarias e garantir o funcionamento 
seguro e eficiente do equipamento. 
Dentro da manutenção preventiva existem os seguintes subtipos: 
 Manutenção preventiva sistemática – os trabalhos são feitas a intervalos de 
tempo predeterminados; 
 Manutenções preventivas condicionais – fazem-se os trabalhos quando há 
indicações técnicas para fazer: a) ou um diagnóstico de aproximação de uma 
avaria, conseguido através das técnicas da manutenção condicionada (análise 
de vibrações, análises de tendência, entre outros.) que os anglo-saxónicos 
designam condition monitoring; b) ou uma avaliação mais imediatista do 
estado do equipamento (ruído, folgas visíveis, rendimento, parâmetros de 
funcionamento, etc.) que os anglo-saxónicos designam on condition. NB: o 
termo mais apropriado para este tipo de manutenção seria “manutenção 
condicionada”, porém, esta designação aplica-se, na prática, mais às inspeções 
e técnicas de análise conducentes ao diagnóstico do que aos decorrentes 
trabalhos de manutenção (Cabral, 2006). 
 
Capítulo II: Enquadramento Teórico 
11 
 
Para se poder fazer uma manutenção preventiva esclarecida seria necessário saber 
como é que as avarias acontecem. Conhecer os múltiplos mecanismos de ocorrência é tarefa 
muito difícil, se não impossível, pelo que as respostas a estas questões são, necessariamente, 
sempre aproximadas. 
Em qualquer caso, as técnicas de manutenção preventiva têm sempre como objetivo: 
1º. Prever as datas prováveis em que as avarias padrão ocorrer a fim de poder 
tomar, antecipadamente, as medidas tendentes a evitá-las. 
2º. Reduzir ao mínimo os fatores que contribuem para as avarias ou, se 
preferirmos, incrementar os fatores que contribuem para o bom funcionamento 
dos equipamentos. 
3º. Minorar, na medida possível, as consequências de uma avaria (Cabral, 2006). 
 
 
2.4.5.1 Objetivos de Manutenção Preventiva 
Os objetivos visados pela manutenção preventiva são: 
 Aumentar a fiabilidade de um equipamento, reduzindo as avarias em serviço; 
 Redução de custos devido a avarias, aumento da disponibilidade; 
 Aumentar a duração de vida eficaz de um equipamento; 
 Melhorar o planeamento dos trabalhos, logo as relações com a produção; 
 Reduzir e regularizar a carga de trabalho; 
 Facilitar a gestão de stocks (consumos previstos); 
 Assegurar a segurança das intervenções (menos improvisos); 
 Reduzir os acontecimentos fortuitos, melhorar o clima de relações humanas 
(uma avaria imprevista é sempre causa de tensões) (Ferreira L. A., 1998). 
 
 
2.4.5.2 Importância daManutenção Preventiva 
A importância de manutenção preventiva, como plano de substituição dos 
equipamentos, reside no facto de que todos os equipamentos falham e estas falhas geram 
consequências nos processos produtivos; consequências estas, que nem sempre são da mesa 
gravidade. 
Nos sistemas de produção de bens, as falhas significam: atraso de produção, trabalho 
extra, ineficiência, desperdício de investimento, horas extras; uma série de prejuízos que 
Sistema de Gestão da Manutenção – Bento Forrador 
12 
 
podem ser traduzidos em unidades monetárias, através do custo que, na maioria das vezes não 
atinge os clientes. Por outro lado, principalmente em sistemas de produção de serviços, a 
falha tem uma conotação bastante negativa e é de perceção imediata por parte do cliente. 
Neste sentido, a elevada fiabilidade não é unicamente desejável; é essencial. Passa a ser um 
objetivo necessário que reduz a probabilidade de uma falha ocorrer numa determinada 
duração de tempo e sobre condições predeterminadas. 
Contudo, nos sistemas de produção de bens e, principalmente, nos sistemas de 
produção de serviços, deseja-se antecipar as falhas, uma vez que os prejuízos advindos destas 
são diversos e muitas vezes difíceis de serem mensurados. Assim sendo, a observação da 
fiabilidade e o custo, juntos permitem estabelecer uma política de manutenção preventiva que 
mais facilmente alcança o objetivo da preservação do sistema produtivo em estados 
específicos de desempenho. 
Pode-se afirmar que existem muitas vantagens em aplicar uma manutenção preventiva 
e as vantagens são (Sacristán, 1992): 
 Redução de perda de produção, o que equivale à redução dos custos de fabrico; 
 Mudança de manutenção de reparações por avarias para manutenção planeada 
mais económica e eficaz, com um melhor controlo de trabalho e que reduz as 
horas extraordinárias devido à urgência; 
 Conhecimento do custo da conservação de cada equipamento de trabalho, pelo 
que é fácil detetar as atividades com elevados custos de manutenção, o que 
leva à investigação e correção das causas (más condições, condições de 
trabalho anormais); 
 Redução do custo das reparações por simples reparações levadas a cabo antes 
de uma avaria, necessitando de menos tempo de trabalho menos sobressalentes 
e interrupções mais curtas, visto que as paralisações planeadas substituem 
aquelas que têm de se fazer forçosamente devido a avarias; 
 Controlo rigoroso de peças sobressalentes, permite reduzir as exigências; 
 Redução de defeito, com menos deterioração, devido à afinação correta e 
permanente dos equipamentos; 
 Melhor ambiente de trabalho, melhorando as relações humanas, visto que o 
pessoal de produção, cujo salário depende em geral da produção realizada na 
base de prémios, não vê as suas atividades afetadas por continuas paralisações 
devidas a avarias; 
Capítulo II: Enquadramento Teórico 
13 
 
 O número de reparações importantes reduz-se, evitando a repetição de 
trabalhos laborais; 
 Redução dos custos de fabrico como resultado das vantagens anteriores. 
 
 
2.4.5.3 Fases para Implementação da Manutenção Preventiva 
Pôr a funcionar a manutenção pressupõe desenvolver esforço em duas áreas distintas: 
 Primeira fase: construir a informação base de manutenção; 
 Segunda fase: implementar os processos de gestão do dia-a-dia. 
Na primeira fase, organiza-se, pesquisa-se, registam-se elementos, ajustam-se, fazem-
se planos de manutenção, mas tudo se mantém estático. Na segunda fase, põe-se a gestão a 
funcionar: passam-se as ordens de trabalho para a área de intervenção técnica, registam-se as 
realizações, apontando-se a mão-de-obra e os materiais, analisam-se os programas de 
trabalho, decide-se as datas de sua realização. É a fase de adaptação das pessoas a novos 
procedimentos e a uma nova disciplina de trabalho. É também a fase de adaptação do estilo de 
gestão idealizado na primeira fase à realidade concreta da empresa. 
É essencial para pôr a funcionar um sistema de gestão de manutenção (Cabral, 1998): 
 Estabelecer um plano de realização realista; 
 Incumbir um responsável da empresa pela sua concretização; 
 Perseguir o plano e avaliar periodicamente o progresso. 
A manutenção preventiva deve ser programada de forma cíclica, com inspeções 
preventivas. A manutenção deve ser organizada antes da intervenção pois só desta forma 
obteremos a vantagem que nos dá uma manutenção preventiva. 
Os programas de manutenção devem incluir sempre as seguintes atividades básicas 
(Sacristán, 1992): 
 Inspeção periódica de máquinas e instalações, para revelar as condições que possam 
causar paralisações da produção ou utilização de peças; 
 Manter a maquinaria e as instalações de modo a evitar estas condições, reparando-se 
enquanto os danos não são significantes. 
Para finalizar, para que qualquer plano de manutenção preventivo tenha êxito, deve ser 
bem planificado e deve ser sempre atualizado, também deve incluir outras funções de 
manutenção como trabalho de oficina bem organizado, planificação do trabalho e sua 
medição, formação do pessoal, entre outros. 
Sistema de Gestão da Manutenção – Bento Forrador 
14 
 
CAPITULO III: O SISTEMA DE GESTÃO DA MANUTENÇÃO 
 
3.1 Caracterização e Historial da Empresa Bento Forrador 
 
A Bento Forrador – Agro-indústria e Transporte, Sociedade Unipessoal 
Limitada é uma empresa cabo-verdiana de movimentação de cargas pesadas, 
embarque de contentores de S. Vicente para as outras ilhas, aluguer de gruas e 
máquinas empilhadoras e remoção de viaturas. Sedeada na cidade do Mindelo, na zona 
industrial Sul de Campim, a firma possui mais de 20 anos de experiência no transporte 
de mercadorias, um legado criado com base numa relação de confiança com os 
clientes. 
Para cada caso, a Bento Forrador aplica a solução adequada, tendo como 
preocupação cimeira satisfazer o pedido e proteger o meio ambiente. Nesse sentido, 
trabalha diariamente para corresponder às expectativas dos clientes, investindo na 
formação dos funcionários, aquisição de equipamentos eficientes e em novos sistemas 
informáticos de gestão. 
Enquanto empresa com sensibilidade social, destaca-se como uma das maiores 
patrocinadoras de eventos culturais, sociais e desportivas. Além disso desenvolve uma 
parceria exemplar com a Proteção Civil. Graças à sua postura de seriedade e a 
qualidade do seu serviço, a Bento Forrador já foi distinguida diversas vezes por 
entidades nacionais e internacionais de elevado prestígio. 
Decorria o ano de 1997 quando a Bento Forrador iniciou a sua atividade no 
sector da construção civil em S. Vicente com apenas três viaturas, sendo dois camiões 
de caixa aberta e um de água pertencentes ao falecido empresário Bento António 
Lima, fundador e sócio da firma Bento António Lima & Filhos Limitada. Em 
1999/2000, com aquisição do primeiro atrelado, assistiu-se a um período de grande 
expansão da jovem empresa com a sua entrada no ramo de transporte de cargas e 
contentores. Uma aposta visionária, que se revelou acertada e impulsionadora do 
crescimento do negócio. 
Em 2001 é lavrada a escritura de constituição da sociedade comercial Bento 
Forrador – Agro-Indústria e Transportes, Lda., que tinha como sócia maioritária a 
monarca da família Inocência Martina Delgado Lima. Os restantes acionistas eram os 
filhos José António Lima, Jorge Delgado Lima, Hélio Delgado Lima, Adriano 
Capitulo III: O sistema de gestão da manutenção 
15 
 
Delgado Lima, Manuel Delgado Lima, António Delgado Lima, Maria Adelaide 
Delgado Lima, Edna Delgado Lima e Vicente Almeida Lima. Volvidos dois anos da 
constituição da sociedade, e ciente que já não podia continuarpor muito mais tempo 
nas exíguas instalações da Editora Nazarena, a empresa faz um grande investimento 
em 2003 ao adquirir o seu edifício próprio frente aos Bombeiros Municipais na Zona 
Industrial Sul do Campim, onde se mantem até hoje. 
Em 2009, com o falecimento da sócia maioritária, começou o processo de 
partilha e todos os títulos foram transferidos para os herdeiros. No decurso do processo 
de partilha, em 2011 os sócios deliberam de comum acordo ceder as suas quotas ao Sr. 
Adriano Delgado Lima, que passou a ser o único detentor do capital social de 30 
milhões de escudos. Este foi integralmente subscrito e realizado em bens pertencentes 
ao sócio, alterando desde modo a denominação da empresa para Bento Forrador – 
Agro-indústria e Transporte, Sociedade Unipessoal Limitada. 
Em 2012, a empresa decidiu adquirir novas viaturas, atrelados, empilhadoras e 
máquinas multifunções, que lhe permitiram diferenciar-se no mercado pela sua notável 
capacidade de resposta a clientes que manuseiam grandes volumes de mercadorias e 
de cargas. A pronta resposta deu mais notoriedade à firma, que optou, entretanto, por 
expandir a sua oficina e capacitá-la por forma a prestar assistência técnica aos seus 
equipamentos e aos de terceiros. 
Dois anos decorridos, a empresa foi abalada por um grave acidente com a sua 
maior grua. A perda foi superada em pouco tempo com o abnegado empenho dos 
gestores e funcionários. Assim, em 2015 a firma investiu de novo na sua frota com a 
compra de viaturas e aquisição da maior grua de Cabo Verde, uma máquina com 
capacidade para suspender 200 toneladas. Com isto melhorou a capacidade de resposta 
e registou um aumento do volume de negócio. 
No ano seguinte, dando seguimento à sua política de investimentos, a Bento 
Forrador reforçou-se com novos equipamentos e modernizou a sua oficina, o que lhe 
permitiu prestar serviços de manutenção de viaturas a empresas nacionais e a pessoas 
individuais nas áreas da mecânica, serralharia, bate-chapa e pintura. 
Cada vez mais firme na sua área de negócio, a estratégia da empresa para os 
próximos tempos é simples: aumentar a sua quota de mercado, impulsionar a sua 
reputação, melhorar a qualidade do serviço prestado (Bento Forrador, 2017). 
 
Sistema de Gestão da Manutenção – Bento Forrador 
16 
 
3.1.1 Missão, Visão, Estratégias e Métodos 
Garantir um transporte de cargas pesadas diferenciado, eficiente e seguro, que 
satisfaça no limite as necessidades dos nossos clientes. Almejamos contribuir para o 
crescimento da atividade dos nossos colaboradores e o desenvolvimento económico e social 
do país. 
Ser uma Empresa inovadora e de referência no mercado, reconhecida como a melhor 
opção pelos clientes, colaboradores, fornecedores e outras entidades pela qualidade dos 
nossos serviços e o bom relacionamento institucional. 
As nossas estratégias nos servirão para conquistar uma maior quota do mercado e de 
clientes; impulsionar a reputação da empresa junto dos consumidores; alcançar vantagens 
competitivas e capturar oportunidades atrativas de crescimento: 
 Criar valor para os sócios e para os clientes gerindo da melhor forma os 
recursos e capacidades; 
 Conquistar clientes e fidelizá-los através de um serviço cuidado e de uma 
relação preço-qualidade vantajosa; 
 Motivar e estimular o crescimento dos colaboradores tanto a nível profissional 
como pessoal, de forma a oferecer um serviço de alta qualidade aos clientes. 
O sector de transportes de carga está cada vez mais competitivo. Para se manter no 
mercado precisamos ter uma eficiente gestão de custos. E é isso que nos orgulhamos de fazer 
e propomos: 
 Comprometimento com horários e objetivos dos nossos clientes; 
 Transporte sempre com excelência e segurança; 
 Trabalhamos com respeito e transparência; 
 Conquistamos a confiança dos nossos clientes com trabalho; 
 Respeitamos os nossos clientes e parceiros. 
Valores 
 Respeitar a Ética em tudo que fazemos; 
 Ser objetivo e honrar compromissos; 
 Comprometimento, profissionalismo e excelência; 
 Atenção aos detalhes; 
 Sustentabilidade: económica, ambiente e social; 
 Organização; 
Capitulo III: O sistema de gestão da manutenção 
17 
 
 Informação; 
 Respeito pelas pessoas; 
 Pontualidade; 
 Qualidade; 
 Segurança. 
 
 
3.1.2 Diagnóstico 
Para melhor se saber como a manutenção é feita na empresa, foram feitas um conjunto 
de questões ao chefe de departamento de mecânica auto. A partir daí, conseguiu-se aceder a 
informações relativas a como se processa a manutenção no Bento Forrador. 
Os equipamentos pertencentes ao Bento Forrador são diversos, indo desde veículos 
ligeiros até a maquinaria pesada. 
Apurou-se que em termos de viaturas e equipamentos estes se encontram agrupados 
em seis grandes grupos, que são: 
1. Veículos Atrelados: transporte de contentores, cargas e descargas de e para as 
outras ilhas, movimentação e transporte de cargas pesadas remoção e 
movimentação de veículos acidentados. 
2. Viaturas: camiões de gruas (veículos pesados): transportam contentores, cargas 
e descargas de e para as outras ilhas, movimentação e transporte de cargas 
pesadas, remoção e movimentação de veículos acidentados e serviço de grua 
para construção civil. Toyota (veículos ligeiros): serviço de apoio - transporte 
de pessoal e expedientes diversos. 
3. Empilhadoras: movimentação de cargas e de serviços da serralharia, elevação 
de cargas/equipamento no estaleiro e também prestação de serviços fora da 
empresa. 
4. Veículos multifunções: movimentação de cargas/equipamentos, construção de 
estruturas metálicas e na maioria das vezes prestação de serviço fora da 
empresa. 
5. Auto gruas: serviço de grua e movimentação de cargas pesadas. 
6. Equipamentos (maquinarias que não são veículos): são equipamentos que não 
são viaturas e que existem na empresa para o bom funcionamento/lucro da 
mesma. 
Sistema de Gestão da Manutenção – Bento Forrador 
18 
 
As tabelas 2 e 3 no Apêndice I discriminam as viaturas e equipamentos que existem na 
empresa, onde pode-se observar que estes são de várias marcas e modelos. 
 
 
3.1.3 Tipo de Serviços de Manutenção Realizados pela Empresa 
Na empresa Bento Forrador, existem oficinas de mecânica para realização de 
manutenção de veículos e equipamentos, não existindo, no entanto, uma manutenção 
preventiva planeada, basicamente apenas se procede a uma manutenção corretiva e reparações 
quando ocorrem falhas. 
Também podemos afirmar que é levado a cabo um serviço de manutenção preventiva 
deficiente, dado que não dispõem de um cronograma específico e de um controlo sobre as 
atividades a ser empreendidas, assim como, a periodicidade para a realização das mesmas. 
Os veículos e equipamentos chegam à oficina, basicamente para serem reparados ou 
em caso de defeito, um serviço que inclui mudança de óleo e filtro para o motor, mudança de 
filtro de combustível, lubrificantes, limpeza, mudança de filtro de ar, substituição das rodas. 
Nos veículos articulados a manutenção preventiva “deficiente” é feita periodicamente 
consoante a quilometragem percorrida, nomeadamente óleo de motor Rimula R3 turbo 
15W40, óleo de caixa e do diferencial Spirax S2 A 85W-140, filtro de óleo B7396 e OC 280, 
filtro de combustível SP830M e DN220, correias 3A 1950 e 13x1250LA, os filtros de ar 
E1024L, alternador e motor de arranque são desmontados para limpeza e troca de escovas. 
No entanto, existem outras reparações que são realizadas com muita frequência, mas 
quando a rutura é grande, já que não existem condições de levar a cabo esse tipo de 
intervenção, portanto enviam a marca do veículo ou referência de peçaspara determinadas 
lojas de peças em Portugal e algumas vezes, na Holanda para importar novas 
peças/equipamentos. Não existem verdadeiros registos ou histórico das atividades tanto 
preventivas como corretivas, o que faz com que seja difícil conhecer a evolução histórica do 
equipamento/viatura, acompanhando o seu tempo de funcionamento e as suas falhas. Por 
outro lado, essa inexistência corrobora para que seja cada vez mais provável a criação de 
“super-heróis” na área da manutenção. 
Outra situação recorrente no Bento Forrador é a não criação de OT’s1 para todas as 
atividades de manutenção realizadas. Este é outro aspeto decisivo na criação do histórico do 
equipamento que tem sido negligenciado. 
 
1 Ordem de Trabalho 
Capitulo III: O sistema de gestão da manutenção 
19 
 
Para além, de não dispor de um histórico de intervenções originada pelas situações 
supramencionadas, surge também a dificuldade de contabilizar com exatidão os custos da 
manutenção. Sabe-se que ter este conhecimento é indispensável, pois a partir dele é possível 
conhecer a situação real da manutenção no que tange a custos e daí avaliar o seu impacto nos 
custos gerais da empresa. Importa, no entanto, realçar que, a manutenção no Bento Forrador 
tem uma forte componente corretiva, esta componente deve-se à necessidade de estruturação 
do sistema de manutenção e também às limitações relacionadas com os custos da manutenção 
preventiva sistemática. 
. 
 
3.1.4 Descrição de Distribuição de Tarefas de Manutenção na Oficina do Bento 
Forrador 
Na oficina de manutenção do Bento Forrador, as tarefas são estipuladas conforme a 
seguinte tabela: 
 
Tabela 2 - Distribuição das tarefas de manutenção na oficina mecânica 
Tarefas Funcionário Nº de Funcionários 
Diagnósticos de avarias mecânica simples Mecânico 3 
Diagnósticos complexos mecânicos Mecânico 2 
Desmontagem de motores 
Mecânico 3 
Ajudante mecânico 1 
Reparação e montagem de motores de 
motores 
Mecânico 5 
Manutenção geral, reposição de peças 
Mecânico 3 
Ajudante mecânico 1 
Reparação hidráulica Mecânico 4 
Reparação pneumática 
Mecânico 4 
Ajudante mecânico 1 
Diagnóstico computadorizado Mecânico 1 
Diagnóstico de sistemas elétricos Eletricista 1 
Reparação elétrica 
Eletricista 1 
Ajudante eletricista 1 
 
No final do trabalho de reparação são feitas algumas anotações de manutenção ou 
intervenção, não com intuito de o fazer como um registo ou historial, mas sim para justificar o 
trabalho efetuado na oficina pelos operários. As anotações são realizadas no formulário típico, 
desenvolvido na empresa (Anexo I). 
 
 
Sistema de Gestão da Manutenção – Bento Forrador 
20 
 
3.1.5 Os Operadores/Condutores dos Veículos e Equipamentos 
Os funcionários que conduzem os veículos ou manipulam os equipamentos devem 
fazer diariamente um controlo e inspeção dos veículos. 
Os operários de veículos estão encarregados de fazer uma análise nos mesmos todos 
os dias, e caso haja alguma avaria durante a realização do serviço devem comunicar o tipo de 
avaria aos técnicos da manutenção para que possam avaliar o problema, soluciona-lo, de 
modo a pôr o veículo de novo em funcionamento. 
 
 
3.1.6 Infraestrutura e Peças de reposição 
No que diz respeito às infraestruturas pode-se constatar, claramente, que existem 
condições na oficina de que dispõem para realizar vários tipos de manutenção, com espaços 
equipados, materiais e ferramentas suficientes para executar certos tipos de intervenções. Em 
relação, a peças de reposição existe três armazéns: sala A4 para Lubrificantes, sala A5 para 
bombas e válvulas e a sala A2 que armazenam vários tipos de peças de mecânica e 
ferramentas, todas elas catalogadas, facilitando assim o trabalho de manutenção. 
 
 
3.1.7 Breve Análise da situação Encontrada 
Na análise da situação encontrada decidiu-se desenvolver um sistema de gestão da 
manutenção para veículos articulados que transportam contentores, com o propósito de criar 
uma base de trabalho e futuramente alarga-la para os outros tipos de viaturas e equipamentos. 
Como referenciado no capítulo anterior, que foi dedicado à análise da situação da 
manutenção na empresa, sendo esta classificada como deficitária, mesmo com um controlo 
rigoroso, pois apenas é feita uma manutenção corretiva, com exceção de algumas 
intervenções que são feitas sem serem programadas, porque tornam-se necessárias. Não há 
registos ou histórico de manutenção de cada viatura, permitindo fazer um trabalho mais 
proveitoso em benefício da preservação das viaturas. O que se faz é tirar apontamentos dos 
trabalhos de manutenção realizados, do tipo de trabalho feito em cada viatura/equipamento, e 
do tempo de trabalho que os funcionários dispensam em cada tarefa, com a finalidade de 
controlar a manutenção na oficina mecânica (como se pode verificar no anexo I). 
 
 
Capitulo III: O sistema de gestão da manutenção 
21 
 
3.1.8 Impacte Ambiental 
O aumento crescente de resíduos sólidos é uma grande preocupação na sociedade 
moderna. Entre estes resíduos, estão os óleos usados e pneus inservíveis que devido à 
significativa quantidade existente no mundo transformou-se um sério problema ambiental. 
Sendo assim, com a necessidade de reduzir o passivo ambiental representado pela grande 
quantidade de óleos usados e do estoque de pneus descartados que hoje existe, tornou-se 
inadiável um debate que crie soluções para minimizar impactes ambientais e tecnologia para 
reaproveitar estes resíduos. 
 Óleos Usados 
Na empresa Bento Forrador existem regras de boas práticas para o manuseamento de 
óleos usados porque estes são classificados como resíduos perigosos. Os mesmos são 
conservados em bidões metálicos de duzentos litros e quando atingem os trezentos litros é 
solicitado a recolha pela empresa Garça Vermelha que é a responsável pela recolha de óleos 
usados e algumas das vezes são entregues à empresa Cosan (empresa de Fundição), que os 
utilizam na fundição. 
 Os óleos usados são classificados como resíduos perigosos, de acordo com a 
legislação em vigor, pois contêm inúmeros produtos perigosos que podem provocar graves 
riscos para a saúde e para o ambiente. Por isso, o óleo lubrificante usado tem um impacte 
ambiental muito grande. É fundamental garantir a sua recolha e entrega a operadores 
devidamente licenciados, de modo a garantir o seu tratamento e valorização em condições 
ambientalmente adequadas (Sogilub, 2014). 
 Pneus Usados ou Inservíveis 
Os pneus inservíveis, por sua vez se tornaram um problema, devido à grande 
quantidade existente e o descarte inadequado, tornando-se assim um grande fator de 
degradação ambiental. O Bento Forrador por prevenção contra a degradação ambiental, 
armazena-os num local apropriado. Muitas vezes são requisitados pela navegação marítima 
para as defesas dos navios e também por pessoas particulares para a sua reutilização, como 
mostra a figura abaixo: 
Sistema de Gestão da Manutenção – Bento Forrador 
22 
 
 
Figura 3 - Reutilização dos pneus inservíveis 
Fonte: Google 
 
 Emissão dos gases poluentes 
A empresa possuiu desaseis (16) cavalos mecânicos, com dez veículos sem tecnologia 
de redução de emissão dos gases poluentes e com seis veículos com sistema Euro 6 (Conjunto 
de normas regulamentadoras sobre emissão de poluentes para motores diesel), mas o 
propósito da empresa é eliminar os dez veículos que não têm tecnologia de redução de 
emissão dos gases poluentes para substituir por sistema Euro 6. 
 
 
3.2 Levantamento das necessidades de manutenção 
O passo seguinte foi o levantamento douso diário de serviços das 
viaturas/equipamentos, para que se possa verificar o grau de necessidades de manutenção de 
cada grupo funcional. A partir deste levantamento foi possível ter conhecimento de que 
equipamentos necessitam de um plano de manutenção preventivo. Durante esta fase, com a 
análise de cada grupo funcional, concluiu-se que os grupos em geral dispunham de um grau 
de criticidade bastante considerável, uma vez que os veículos articulados atingiram os 100% 
do uso mensal. A percentagem das viaturas/equipamentos do uso mensal por grupo funcional, 
é expresso no gráfico seguinte: 
Capitulo III: O sistema de gestão da manutenção 
23 
 
 
 
 
3.2.1 Veículos Articulados 
Como se pode constatar no Apêndice I, existem várias marcas e modelos de viaturas 
que realizam esse tipo de serviço na empresa. Todos com a mesma estrutura que procede ao 
transporte de cargas e contentores, e por este motivo criou-se uma estandardização que 
permite desenhar um único procedimento de manutenção preventiva para ser levado a cabo no 
universo dessas viaturas. 
Realiza-se em seguida uma breve descrição relativa a veículos articulados. 
 
Veículo articulado, conforme ilustrado na Figura 4, é constituído por um veículo trator 
(cavalo mecânico) e seu semi-reboque, ou seja, por dois segmentos rígidos permanentemente 
ligados por uma seção articulada que permite a comunicação entre ambos. Os principais 
órgãos são: a parte dianteira do trator (cavalo mecânico) e a parte traseira semi-reboque. O 
conjunto de sistemas mais relevantes nos veículos articulados é composto por freios 
pneumáticos (sistema de travagem), cabeçote e prato de engate. 
 
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
90%
100%
Veículos
Atrelados
Auto Gruas Veículos
Multifunções
Viaturas Empilhadoras Equipamentos
U
so
 M
en
sa
l
Viaturas/Equipamentos
Percentagem do Uso Mensal de Viaturas/Equipamentos
Gráfico 1 - Gráfico das necessidades de manutenção por grupo funcional 
Sistema de Gestão da Manutenção – Bento Forrador 
24 
 
 
Figura 4 - Veículo articulado 
 
O veículo articulado é composto por: 
a) Cavalo Mecânico 
O cavalo mecânico (Figura 5) é formado pela cabine, o motor e todos os componentes 
de tração de um caminhão e é usado para puxar um semi-reboque. 
 
 
Figura 5 - Cavalo mecânico 
Capitulo III: O sistema de gestão da manutenção 
25 
 
O principal elemento do cavalo mecânico é o prato de engate, normalmente conhecido 
por “quinta roda” (Figura 6), é formado por um disco metálico bastante resistente em forma 
de V na parte de traseira e com um furo ao meio onde se engata o cabeçote. 
 
Figura 6 - Prato de engate 
Fonte: Costa 2012 
 
 
b) Semi-Reboque 
O semi-reboque (Figura 7) é acoplado ao cavalo mecânico através do engate universal 
B, composto pela quinta-roda ou prato de acoplamento no cavalo mecânico e pino-rei ou 
pinhão de acoplamento no semi-reboque, recebendo travagem dos freios pneumáticos através 
do cavalo mecânico. O veículo rebocado cujo eixo ou eixos estão situados à retaguarda do 
centro de gravidade do veículo, uniformemente carregado, e que está equipado com um 
dispositivo de engate que permite a transmissão das forças horizontais e verticais ao cavalo 
mecânico (Costa, 2012). 
 
Sistema de Gestão da Manutenção – Bento Forrador 
26 
 
 
Figura 7 - Semi-reboque 
Fonte: Costa 2012 
 
 
O principal elemento de semi-reboque é o cabeçote (Figura 8) também designado de 
pino central ou cavilha de engate que está assentado na parte debaixo do semi-reboque, à 
frente. 
 Fonte: Costa 2012 
 
 
c) Sistemas de Travagem Pneumática 
Nestes sistemas pneumáticos as ligações entre os veículos, rebocador e o reboque, 
devem ser do tipo de duas condutas, pelo menos. 
Para que o sistema de travagem de reboque ou de semi-reboque possa funcionar ao 
mesmo tempo que o veículo trava, é necessário que o seu sistema de travagem se adapte ao 
sistema de travagem do veículo trator. 
Figura 8 - Cabeçote 
Capitulo III: O sistema de gestão da manutenção 
27 
 
O veículo trator deve possuir uma válvula de comando para reboque e o circuito deve 
estar equipado com duas cabeças de acoplamento com mangueiras. 
Uma das cabeças liga a alimentação do depósito de reserva do reboque e a outra o ar 
que ativa a válvula de travagem do reboque, como mostra a Figura 9. 
 
Fonte: Costa 2012 
 
 
 
3.3 Definição de estoque mínimo e de segurança 
Cabral (2006) diz que uma boa gestão de materiais tem, entre outros, os seguintes 
objetivos: 
 Reduzir materiais imobilizados em armazém. 
 Saber a todo momento o que se tem e quanto vale. 
 Dispor dos materiais necessários nas oportunidades certas. 
Com isso em mente foi definido que cada FMP deveria conter o conjunto de artigos 
que são necessários para a sua execução. Com este conjunto de artigos definido para cada 
FMP e para cada objeto de manutenção pode-se prever qual será a encomenda a ser feita para 
Figura 9 - Sistema de travagem pneumático 
Sistema de Gestão da Manutenção – Bento Forrador 
28 
 
que, no momento da manutenção, estes artigos estejam em estoque. No entanto, não é 
suficiente ter os artigos em estoque, eles devem estar na quantidade certa e pelo período de 
tempo certo. Para além disso eles devem estra devidamente identificados e organizados. 
Priori à elaboração deste trabalho os artigos de estoque já haviam sido cadastrados e 
identificados. Esta identificação foi feita seguindo as recomendações de Cabral (2006) nas 
seguintes classes: 
 Sobressalentes específicos (E) 
 Peças de reserva comuns (S) 
 Material de consumo (C) 
 Lubrificantes e afins (L) 
 Ferramentas (F) 
O Bento Forrador faz encomenda de artigos a cada seis meses assim, o objetivo é 
definir a quantidade de artigos a ser encomendada de cada vez. Esta quantidade deverá ser 
definida de tal forma que as manutenções programadas não sejam adiadas por falta de 
material, ao mesmo tempo que deve evitar ao máximo artigos acumulados em estoque. No 
Anexo II encontra-se a tabela onde foram definidos os artigos a ter em estoque. 
 
 
3.4 Indicadores da Gestão da Manutenção 
Segundo Xavier, “Indicadores são medidas ou dados numéricos estabelecidos sobre os 
processos que queremos controlar”. Um indicador serve para, como o nome já diz, dar 
indicação sobre uma característica ou acontecimento. Para aplicação em situações práticas da 
gestão da manutenção deve-se entender que sem exprimir toda a verdade sobre a realidade, 
fornecem indicações muito úteis para saber o que se passa: ritmo de ocorrência das avarias, 
tempos de reparação, a disponibilidade dos equipamentos, o sucesso da política preventiva, 
etc. 
Para (Tavares M. C., 2005) e Parida e (Kumar, 2009) os indicadores têm a função de: 
 Apoiar a tomada de decisões; 
 Avaliar a situação atual; 
 Comparar o desempenho em anos diferentes; 
 Avaliar os benefícios de um tipo de manutenção; 
 Avaliar o orçamento de manutenção; 
 Auxiliar na identificação de problemas; 
Capitulo III: O sistema de gestão da manutenção 
29 
 
 Preencher as lacunas entre o estado inicial e futuro; 
A aplicação de indicadores em excesso pode atrapalhar o processo de monitorização 
do desempenho da manutenção, podendo inclusive desmotivar os colaboradores 
(Vierri,2007). 
Para o controlo do desempenho da manutenção após a implementação do sistema de 
gestão optou-se por definir o seguinte conjunto de indicadores a serem aplicados: 
 Taxa de avarias; 
 Tempo médio entre avarias; 
 Tempo médio de reparação; 
 Tempo médio de espera; Disponibilidade; 
 Fiabilidade dos equipamentos; 
A escolha destes indicadores baseou-se na análise feita da situação da manutenção e 
das possíveis formas de monitorar o seu desempenho. Outra razão que levou à escolha destes 
indicadores é o fato de serem indicadores que são obtidos através de parâmetros que podem 
ser obtidos com facilidade, mesmo no estado atual da manutenção no Bento Forrador. A 
seguir encontra-se uma descrição destes indicadores e suas respetivas fórmulas, segundo 
(Cabral, 2006). 
 
3.4.1 Taxa de Avarias 
A taxa de avarias (𝜆) exprime o número de avarias dadas pela equação 1 e 2, por 
unidade de utilização. Por exemplo, numa máquina, o número de avarias/hora, num veículo, 
número de avarias por Km, entre outros. Para evitar números muito pequenos e pouco 
sugestivos é conveniente exprimir a taxa de avarias em nº avarias/1.000 horas ou nº 
avarias/10.000 Km (Cabral, 2006). 
Taxa de avarias de um equipamento (avarias/1.000 horas): 
 
𝜆 = (
𝑁ú𝑚𝑒𝑟𝑜 𝑑𝑒 𝑎𝑣𝑎𝑟𝑖𝑎𝑠 𝑛𝑜 𝑝𝑒𝑟í𝑜𝑑𝑜 𝑑𝑒 𝑎𝑛á𝑙𝑖𝑠𝑒
𝑇𝑒𝑚𝑝𝑜 𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 𝑑𝑒 𝑓𝑢𝑛𝑐𝑖𝑜𝑛𝑎𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 𝑛𝑜 𝑝𝑒𝑟í𝑜𝑑𝑜
) ∗ 1.000 
Equação 1 - Taxa de avarias para equipamentos 
 
Para veículos (avarias/10.000 Km) 
 
Sistema de Gestão da Manutenção – Bento Forrador 
30 
 
𝜆 = (
𝑁ú𝑚𝑒𝑟𝑜 𝑑𝑒 𝑎𝑣𝑎𝑟𝑖𝑎𝑠 𝑛𝑜 𝑝𝑒𝑟í𝑜𝑑𝑜 𝑑𝑒 𝑎𝑛𝑎𝑙𝑖𝑠𝑒
𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙 𝑑𝑒 𝑞𝑢𝑖𝑙ó𝑚𝑒𝑡𝑟𝑜𝑠 𝑟𝑒𝑎𝑙𝑖𝑧𝑎𝑑𝑜𝑠 𝑛𝑜 𝑝𝑒𝑟𝑖𝑜𝑑𝑜
) ∗ 10.000 
Equação 2 - Taxa de avarias para veículos 
 
 
3.4.2 Tempo médio entre avarias, (MTBF2) 
A abreviatura MTBF deriva do inglês Mean Time Between Failures. Mantê-la-emos 
no português. Num determinado equipamento, exprime o tempo médio de bom 
funcionamento, ou seja, o tempo que decorre, em média, entre duas avarias consecutivas ou, 
se preferirmos ainda, numa aceção mais virada para os eventos de gestão do dia-a-dia, o 
tempo médio entre manutenções corretivas. 
O tempo médio entre avarias pode ser calculado através da Equação 3 ou 4. 
 
𝑀𝑇𝐵𝐹 =
∑ 𝑇𝑒𝑚𝑝𝑜𝑠 𝑑𝑒 𝑓𝑢𝑛𝑐𝑖𝑜𝑛𝑎𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 𝑛𝑜 𝑝𝑒𝑟í𝑜𝑑𝑜
𝑁ú𝑚𝑒𝑟𝑜 𝑑𝑒 𝑎𝑣𝑎𝑟𝑖𝑎𝑠 𝑛𝑜 𝑝𝑒𝑟í𝑑𝑜
 
Equação 3 - Tempo médio entre avarias 
 
𝑀𝑇𝐵𝐹 ≈
1
𝜆
 
Equação 4 - Fórmula alternativa para Tempo médio entre avarias 
 
O MTBF dá uma medida da fiabilidade do equipamento, isto é, da sua aptidão para 
funcionar durante determinado período de tempo em boas condições (Cabral, 2006). 
 
 
3.4.3 Tempo médio de reparação, MTTR 
Segundo Cabral (2006), “A sigla MTTR deriva do inglês Mean Time to Repair e 
exprime o tempo médio necessário para reparar uma avaria ou, se preferirmos, a média dos 
tempos utilizados nas reparações no período em análise”. 
O tempo médio de reparação pode ser calculado através da equação seguinte: 
 
𝑀𝑇𝑇𝑅 =
∑ 𝑇𝑒𝑚𝑝𝑜𝑠 𝑢𝑡𝑖𝑙𝑖𝑧𝑎𝑑𝑜𝑠 𝑛𝑎𝑠 𝑟𝑒𝑝𝑎𝑟𝑎çõ𝑒𝑠 𝑛𝑜 𝑝𝑒𝑟í𝑜𝑑𝑜
𝑁ú𝑚𝑒𝑟𝑜 𝑑𝑒 𝑎𝑣𝑎𝑟𝑖𝑎𝑠 𝑛𝑜 𝑝𝑒𝑟𝑖𝑜𝑑𝑜
 
 
2 MTBF – do inglês Mean Time Between Failure 
Capitulo III: O sistema de gestão da manutenção 
31 
 
 
⟺ 𝑀𝑇𝑇𝑅 =
∑(𝐷𝑎𝑡𝑎 𝑑𝑒 í𝑛𝑖𝑐𝑖𝑜 𝑑𝑎 𝑂𝑇 − 𝐷𝑎𝑡𝑎 𝑑𝑒 𝑐𝑜𝑛𝑐𝑙𝑢𝑠ã𝑜 𝑑𝑎 𝑂𝑇)
𝑁ú𝑚𝑒𝑟𝑜 𝑑𝑒 𝑎𝑣𝑎𝑟𝑖𝑎𝑠 𝑛𝑜 𝑝𝑒𝑟í𝑜𝑑𝑜
 
Equação 5 - Tempo médio de reparação 
 
 
3.4.4 Tempo médio de espera, MWT 
Um outro conceito com interesse no contexto de reparação das avarias é o tempo 
médio de espera, do inglês, mean waiting time – que fornece um indicador sobre as condições 
de atendimento do serviço de manutenção às situações de avarias (Cabral, 2006). 
É o tempo médio de espera antes de iniciar uma reparação e pode ser calculado através 
da Equação 6. 
𝑀𝑊𝑇 =
∑ 𝑇𝑒𝑚𝑝𝑜 𝑑𝑒 𝑒𝑠𝑝𝑒𝑟𝑎 𝑛𝑜 𝑝𝑒𝑟í𝑜𝑑𝑜 
𝑁ú𝑚𝑒𝑟𝑜 𝑑𝑒 𝑎𝑣𝑎𝑟𝑖𝑎𝑠 𝑛𝑜 𝑝𝑒𝑟𝑖𝑜𝑑𝑜
 
 
⟺ 𝑀𝑊𝑇 =
∑(𝐷𝑎𝑡𝑎 𝑑𝑒 𝑒𝑚𝑖𝑠𝑠ã𝑜 𝑑𝑎 𝑂𝑇 − 𝐷𝑎𝑡𝑎 𝑑𝑒 𝑖𝑛í𝑐𝑖𝑜 𝑑𝑎 𝑂𝑇)
𝑁ú𝑚𝑒𝑟𝑜 𝑑𝑒 𝑎𝑣𝑎𝑟𝑖𝑎𝑠 𝑛𝑜 𝑝𝑒𝑟í𝑜𝑑𝑜 
 
Equação 6 - Tempo médio de espera 
 
3.4.5 Disponibilidade 
Entre as propriedades dos bens a EN3 13306 define “disponibilidade como a aptidão 
de um bem para estar em estado de cumprir uma função requerida em condições 
determinadas, num dado instante ou em determinado intervalo de tempo, assumindo que é 
assegurado o fornecimento dos necessários meios externos”. Esta definição sugestiona a nossa 
mente com uma noção de tempo durante o qual determinado equipamento estará disponível 
para operação. O indicador com o mesmo nome caracteriza essa noção em percentagem, 
através da razão entre o tempo de funcionamento e o tempo total (Cabral, 2006): 
 A disponibilidade de um equipamento pode ser calculada através da Equação 7. 
 
𝐷 =
∑ 𝑇𝐹𝑖
∑(𝑇𝐹𝑖 + 𝑇𝑅𝑖 + 𝑇𝐸𝑖)
 
 
 
3 Norma Europeia 
Sistema de Gestão da Manutenção – Bento Forrador 
32 
 
⟺ 𝐷 =
𝑀𝑇𝐵𝐹
𝑀𝑇𝐵𝐹 + 𝑀𝑇𝑇𝑅 + 𝑀𝑇𝑊
 
Equação 7 – Disponibilidade 
Onde: 
 TFi – tempos de funcionamento no período 
 TRi – tempos de reparação no período 
 TEi – tempos de espera no período 
 
 
3.4.6 Fiabilidade dos equipamentos 
Para melhorar o conhecimento dos indicadores de desempenho enunciados, torna-se 
necessário conhecer, de forma mais precisa e matemática, os valores dos parâmetros 
envolvidos, isto é, taxa de avarias, MTBF, MTTR, entre outros. 
É de importância essencial o conhecimento dos parâmetros ligados à fiabilidade que 
pode ser definida como sendo a probabilidade de um bem cumprir a função requerida durante 
um certo intervalo de tempo sob condições especificadas. Esta probabilidade é estabelecida 
através de leis matemáticas e após análise do histórico do equipamento (Cabral, 2006). 
 
 
3.5 Custos da Manutenção 
A abordagem dos custos de manutenção não é completamente direta. Isto porque, além 
de custos contabilísticos diretos há outros custos que advêm das consequências da 
manutenção ou da ausência desta. Estes últimos não são padronizados e muitas das vezes de 
difícil perceção. Para os identificar há que responder à questão do tipo “O que aconteceria 
se…?” (e.g. O que aconteceria se a qualidade do nosso produto diminuísse?). 
Os custos de manutenção, são tipificados no iceberg dos custos verdadeiros da 
manutenção, Figura 10. Onde a ponta visível representa os custos contabilísticos e a parte 
imersa, representa todos os restantes. 
Capitulo III: O sistema de gestão da manutenção 
33 
 
Fonte: Cabral, 2003 
 
Custos Contabilísticos 
Os custos subjacentes aos custos Contabilísticos são: 
I. Mão-de-obra; 
Esforço em HH (horas Homem) x respetivo custo padrão; aqui, são 
considerados os custos de mão-de-obra e são normalmente embutidos os 
custos das máquinas, ferramentas e outros meios; 
II. Materiais; 
Custo das peças retiradas de armazém ou compradas. 
III. Serviços; 
Custo dos serviços aplicados por terceiros; incluirá, quando for o caso, o custo 
dos contratos de manutenção. 
Custos indiretos 
Estes custos podem apresentar pouca percetibilidade. Uma vez que a expressão se 
refere a qualquer perda de custos afetada pelo não uso ou mau uso da manutenção, podem 
apresentar várias formas, como, por exemplo, perdas de qualidade, de rendimento, acidentes 
ou poluição. 
Os custos de manutenção que podem ajudar a definir a melhor política de manutenção, 
são uma soma algébrica complexa que inclui os custos contabilísticos, os custos indiretos e os 
Figura 10 - Iceberg de custos de manutenção 
Sistema de Gestão da Manutenção – Bento Forrador 
34 
 
benefícios resultantes de melhorias de manutenção. Contudo, nem sempre é fácil construir um 
modelo simples que

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