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resumo sobre o espírito das leis de Montesquieu

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RESUMO SOBRE “O ESPÍRITO DAS LEIS” – MONTESQUIEU 
Após conceituar o que seriam as leis, Montesquieu, diferentemente dos teóricos que o precedem, 
não está preocupado em estabelecer o motivo e a maneira de como os Estados surgem, mas sim constatar e 
definir as diversas formas de realização do governo (República, Monarquia e Despotismo) que são 
caracterizadas por natureza e princípio. Sendo a natureza a forma como o poder se distribui na sociedade , 
ou seja, quem detém o poder, e o princípio a forma como o poder é exercido, a paixão que o move, como a 
virtude, a honra, e o temor. O livro trata da questão de como a legislação e a educação devem ser 
formuladas para que haja uma estabilidade no governo em suas diferentes formas. O autor também define 
corrupção como o não cumprimento dos princípios, o que leva a extinção dos governos. A obra aborda as 
forças defensivas e ofensivas do Estado, e como elas se relacionam com as leis para a manutenção da 
segurança em seu território e para a conquista de outros. Por fim, Montesquieu estabelece a relação entre a 
liberdade política do cidadão e o ordenamento político do Estado, tal qual no sistema de governo 
britânico, observado por ele em uma viagem. Concluindo que a divisão de poderes em judiciário, 
executivo e legislativo estabeleceria um equilíbrio de poderes com um sistema de freios e contrapesos que 
não permitissem os abusos de poder. 
· LIVRO I "DAS LEIS EM GERAL" 
· Das Leis Em Suas Relações Com Os diversos Seres: 
Neste capítulo Montesquieu fala sobre as leis e relação entre os seres e já diferencia as leis naturais 
das leis positivas, sobre o significado das leis, encontramos: "As leis, no seu sentido mais amplo, são 
relações necessárias que derivam da natureza das coisas." Para Montesquieu todos os seres tem as suas 
leis, inclusive Deus e seres superiores ao homem. Deus, que tem relação com o universo, age segundo as 
leis que ele próprio criou, e elas tem relação com a sua sabedoria e poder. Seres particulares inteligentes 
criam suas leis, mas existem também outras leis, as quais eles não fizeram. Tais leis são as leis de Deus e 
são violadas pelo homem, que apesar de possuir inteligência, também é susceptível e se torna um escravo 
de suas próprias paixões. 
§ Das Leis Da Natureza 
Antes de o homem criar suas próprias leis, quando ele se encontrava em seu estado natural, no qual 
ele “teria a faculdade de conhecer, e não conhecimentos (...). Ele pensaria na conservação do seu ser antes 
de procurar a origem de seu ser.(...)” o homem era regido pelas leis da natureza. A lei da natureza que é 
mais importante ao homem é a ideia de um criador, porém ela não é a primeira. A primeira lei seria a paz, 
pois o homem em seu estado original teria uma extrema timidez, e se sentiria fraco, então ainda não 
existia a ideia de dominação. O sentimento de fraqueza se junta no homem, ao sentimento de suas 
necessidades, daí então a segunda lei natural seria a que o faz procurar alimentar-se. O fascínio que os 
dois sexos sentem um pelo outro e o prazer que traz a um animal ter outro de sua própria espécie próximo, 
criaria uma procura natural de um pelo outro, sendo essa a terceira lei. Os homens, como seres que são 
capazes de adquirir conhecimentos tem um motivo para unir-se, e assim o desejo de viver em sociedade 
surge, junto com a quarta lei. 
 
§ Das Leis Positivas 
Com o homem vivendo em sociedade, perde o sentimento de suas fraquezas; a igualdade que 
existia entre eles desaparece e se iniciam as guerras. Guerras entre nações, e guerras entre os homens em 
uma mesma sociedade, que tentam colocar a seu favor as vantagens da sociedade em que vivem. Surgem 
então as leis que regulam os relacionamentos dos povos entre si, que são chamadas de Direito das Gentes, 
que se fundamenta no principio de que quando nações entram em guerra devem fazer o mínimo possível 
de mal, e em tempo paz, o máximo possível de bem, sem que isso prejudique os seus próprios interesses. 
Considerando o relacionamento dos governantes e governados surge o Direito Político, já que uma 
sociedade não poderia existir sem um governo. Finalmente, as leis que regulam o relacionamento dos 
cidadãos entre si é o Direito Civil. As leis, seguem a razão humana, tanto as leis políticas quanto civis de 
todas as Nações são casos particulares em que se aplica a razão humana. As leis são feitas para o povo, e 
devem ser apropriadas a ele, assim como também aos elementos físicos do país, como o terreno, o clima e 
o gênero de vida dos povos (como agricultores, caçadores ou pastores). Também devem se relacionar com 
religião do povo, seu numero, costumes, inclinações, etc. 
· LIVRO II "DAS LEIS QUE DERIVAM DIRETAMENTE DA NATUREZA DO GOVERNO" 
§ Da Natureza Dos Três Diferentes Governos: 
Existem três espécies de governo: o Republicano, onde o povo todo, ou uma parte dele tem o poder 
soberano; o Monárquico, onde só um governa por leis fixas e estabelecidas e o Despotismo, uma só 
pessoa, sem obedecer a leis e regras, realiza tudo por sua vontade e seus caprichos. 
§ Do Governo Republicano e Das Leis Relativas à Democracia: 
Quando todo o povo, em uma república tem poder, é chamado democracia, nela o povo e suas vontades 
(sufrágio) prevalecem, por isso as vontades são tão importantes neste tipo de Governo. Quando apenas 
uma parte do povo tem o poder, é chamado Aristocracia. Na Democracia, o povo é sob muitos aspectos o 
Monarca, já que com os sufrágios, o povo expressa suas vontades, portanto, é importante estabelecer quem 
tem o direito de sufrágio. Nas assembleias é essencial que exista um numero fixo de cidadãos, assim 
quando houver uma votação pode-se saber se quem falou foi o povo, ou apenas uma parcela dele. 
Montesquieu da ênfase nessa questão no ponto em que diz que o Império Romano, em toda sua extensão, 
população e poder, não especificou o numero de cidadãos fixo para compor a assembleia, sendo essa, 
segundo ele, uma das principais causas de sua ruína. 
O povo que possui o poder soberano deve fazer por si mesmo tudo o que for capaz, e para o que não for 
deve fazer por intermédio de seus ministros. É uma maxima fundamental da democracia que o povo 
nomeie seus ministros, isto é, seus magistrados. Assim como na monarquia, povo tem a necessidade de ser 
guiado, ou conduzido, no caso da espécie de governo tratado, por um conselho ou senado, que para ter 
uma relação de confiança com ele, deve ser eleito pelo povo ou pelo magistrado. O povo sabe bem 
escolher a quem confiar autoridade, sabendo dos feitos daquele em quem confia, porém ele não sabe como 
realizar tais feitos, como conduzir um negócio, conhecer lugares, oportunidades e momentos. - “A maioria 
dos cidadãos tem bastante competência para eleger, mas não para ser eleita. Pois assim também o povo, 
que tem bastante capacidade para fazer lhe prestem contas da gestão dos outros, não é capaz de gerir ele 
próprio.” Ou seja, muitos podem não ter capacidade para serem eleitos, mas podem julgar se uma gestão 
foi boa, ou não. 
O povo é dividido em certas classes no Estado popular, e os grandes legisladores se distinguem no 
modo em que fazem essa divisão, e é dela que sempre dependeu a duração da democracia e sua 
prosperidade Assim como decidir quem tem direito ao voto é importante, a maneira de da-lo, também é. 
Com o sorteio todo cidadão tem a esperança de ser eleito. Sendo o sufrágio pelo sorteio de natureza 
democrática e o sufrágio pela escolha, aristocrático. Uma das leis fundamentais na democracia é o modo 
em que o voto é feito, se ele é público ou secreto. Montesquieu acredita que os votos devem ser públicos. 
Outra lei fundamental na democracia, é que o povo faça as leis, mesmo que em muitas vezes ele precise 
que o Senado legisle. 
§ Das Leis Relativasà Natureza da Aristocracia: 
Na aristocracia o poder esta nas mãos de um certo número de pessoas, que fazem as leis e as 
executam, enquanto o resto do povo fica em relação a elas como súditos em relação a um monarca. 
Quando existe um grande numero de nobres, é preciso a existência de um senado, no qual está a 
aristocracia, e a democracia esta no corpo de nobres, enquanto o povo não tem valor algum. Seria bom, se 
em uma aristocracia, fizessem o povo sair de sua inércia. O senado não deve se renovar por si mesmo. Em 
Roma, que foi nos primeiros tempos um tipo de Aristocracia os novos senadores eram nomeados pelos 
censores. Em toda magistratura quanto maior o grau de poder, mais breve é a sua duração. A Aristocracia 
deve se aproximar da democracia o maximo possível, enquanto se afastar mais da monarquia, para que ela 
seja perfeita. 
§ Das Leis Em Sua Relação Com A Natureza Do Governo Monárquico: 
O governo Monárquico se constitui de poderes intermediários, subordinados e dependentes, no 
qual um sozinho governa por leis fundamentais, sendo que o poder intermediário subordinado mais natural 
é o da nobreza. Nesse Estado, existe apenas a vontade momentânea e de uma única pessoa, 
consequentemente nada é fixo, e nenhuma lei poderá ser natural. 
O poder do clero em uma república é muito perigoso, enquanto em uma monarquia é conveniente, 
principalmente se tal monarquia segue o rumo do despotismo. 
§ Das Leis Relativas Ao Governo Despótico: 
No governo despótico, apenas um homem exerce o poder. Este homem acredita que é tudo, 
enquanto os outros nada são. Também é ignorante e preguiçoso. Ele abandona os negócios públicos e 
confia ele a um homem, que teria os mesmos poderes que ele, pois se confiasse a vários homens, haveriam 
disputas entre eles. Quando o poder é entregue ao outro homem, o déspota passa a achar tudo muito fácil e 
simples, e se entrega às suas paixões. Portanto, quanto mais se tem para governar, menos se pensa no 
governo. 
· LIVRO III "DOS PRINCÍPIOS DOS TRÊS GOVERNOS" 
§ Diferença Entre A Natureza Do Governo E Seu Princípio: 
Depois de analisar, as leis relativas a cada governo, percebemos que a natureza de cada governo é o que o 
faz ser como ele é, e o seu principio é o que o movimenta. 
§ Do Princípio Da Democracia 
Em um Estado popular, virtude é muito importante pois quem manda executar a leis, esta sujeito a elas 
próprias, e tem que arcar com o seu peso. Quando nesse governo, as leis não são mais executadas, isso é 
sinal de corrupção pública, portanto o Estado está perdido. E quando a virtude desaparece, tudo muda 
"(...) cada cidadão é como um escravo que fugiu da casa de seu senhor; chama-se rigor o que era maxima; 
chama-se imposição o que era regra; chama-se temor o que era respeito." 
§ Do Princípio Da Aristocracia: 
Na aristocracia a virtude é tão necessária quanto no governo popular, entretanto não é tão requerido. Para 
os nobres, o povo é como os súditos são para um monarca, é então, coibido por suas leis. Dessa forma, os 
nobres, sentem que estão agindo contra si mesmos ao mandar executar uma lei contra outro nobre. Juntos, 
os nobres, tentam reprimir o povo, fazendo com que leis e esse respeito, sejam executadas. Assim, as 
únicas formas dos nobres reprimirem a si próprios, seria se acreditassem que fossem semelhantes ao povo, 
ou que são iguais entre si, portanto seria uma moderação. 
§ De Como A Virtude Não É O Princípio Do Governo Monárquico: 
Nas monarquias a virtude é mínima. O Estado existe mesmo sem o patriotismo, o altruísmo, e os 
sacrifícios para o bem comum. As leis acabam por fim, ocupando o lugar de tais virtudes, que nesse 
Estado, são dispensáveis. Infelizmente, é muito comum que cortesãos abandonem seus compromissos, 
sejam orgulhosos, se deixem levar pela lisonja, traições. É lamentável que tantos deles sejam desonestos. 
 
§ Do Princípio Da Monarquia: 
A ambição é vantajosa em uma monarquia, pois nela a ambição não é perigosa, pois pode ser facilmente 
reprimida. Na monarquia a honra movimenta o corpo político, e faz com que se caminhe pelo caminho 
que leva ao bem comum, a honra pode inspirar as mais belas ações. 
§ De Como A Honra Não É O Principio Dos Estados Despóticos: 
No estado despótico, a honra não é um principio, já que para a existência dela, é necessária 
uma constituição fixa, que possua leis certas. O déspota não observa nenhum regulamento e os seus 
caprichos destroem todos os demais. 
 
§ Do Principio Do Governo Despótico: 
Assim como a virtude é importante na república, e a honra na monarquia, o medo, se faz necessário em 
um governo despótico. O príncipe passa o poder para aqueles em quem ele confia, tais pessoas seriam 
capazes de promover revoluções, portanto o medo faz com que o menor sentimento de ambição, 
desapareça. 
§ De Como A Obediência É Diferente Nos Governos Moderados E Nos Governos Despóticos: 
No governo despótico, a obediência é extrema e absoluta, não existem acordos, termos ou algo 
melhor a ser proposto. Enquanto um manda, o outro obedece. A única coisa que pode as vezes se opor a 
vontade do príncipe, é a religião. 
· LIVRO IV "QUE A EDUCAÇÃO DEVE RELACIONAR-SE COM OS PRINCÍPIOS DO 
GOVERNO" 
Montesquieu dizia que as leis da educação são as primeiras que recebemos e, por serem as que nos 
preparam para sermos cidadãos, cada família deve ser governada de acordo com a Grande Família, que 
são todas as outras famílias. Para ele, se o povo tinha um princípio, as outras partes que o compõem 
também o terão e a educação seria diferente em cada espécie de governo sendo que na monarquia, o objeto 
seria a honra, nas repúblicas, a virtude ou patriotismo, e no despotismo, o temor. 
§ Da Educação no Governo Monárquico: 
A principal educação nas monarquias não é recebida, segundo Montesquieu, nas escolas públicas. 
Ela seria recebida, na verdade, ao nascemos, e é a chamada honra, a maestria universal que deve nos guiar 
por toda a nossa vida e por isso que o autor dizia "que se deve colocar nas virtudes certa nobreza, nos 
costumes certa franqueza, nas maneiras certa polidez." As virtudes são sempre menos o que devemos aos 
outros do que o que devemos a nós mesmos: não são tantos os que nos aproximam de outras pessoas do 
que os que nos distinguem delas. As ações dos homens não são julgadas como boas, e sim como belas; 
não como justas, e sim como grandes; não como razoáveis, e sim como extraordinárias. 
Sobre os costumes, o autor dizia que a educação das monarquias deveriam por certa franqueza. Procura-se 
então a verdade nas palavras, mas não por amor à elas e sim pois o homem acostumado com ela parece 
audacioso e livre. Por fim, a educação exige nas maneiras um certa polidez. Os homens que nascem para 
viver juntos, também nascem para agradar um ao outro. Mas não é de fonte tão pura que a polidez 
costuma surgir, ela na verdade nasce da vontade de se distinguir dos demais. É por orgulho que as pessoas 
são polidas: elas se sentem lisonjeadas de terem maneiras que provem que não estão na baixeza e que não 
vivem com o tipo de gente que foi deixada de lado em todas as épocas. Não há nada na monarquia que as 
leis, a religião e a honra prescrevam mais do que a obediência às vontades do príncipe: mas essa honra nos 
dita que o príncipe não deve jamais prescrever uma ação que nos desonre, porque as pessoas seriam 
incapazes de servi-lo. Portanto a honra tem suas regras supremas e a educação deve se adaptar a elas. 
§ Da Educação no Governo Despótico: 
Se na monarquia a educação tinha como princípio a honra, no despotismo ela procura oprimir. Ela há de 
ser servil, para tornar o povo escravo e, para isso, é reduzida à instalar o temor no coração das pessoas e 
oferecer ao espírito alguns conhecimentos simples da religião, paraque o povo possa obedecer sem 
discordar ou questionar. Segundo Aristóteles, não havia nenhuma virtude essencial aos escravos e isso 
limitaria e muito a função da educação nesse estilo de Estado. O saber nele é perigoso e é necessário que 
se faça um mau súdito, para se fazer um bom escravo. 
§ Da Educação no Governo Republicano: 
É nesse tipo de governo que é necessário todo o poder da educação. O temor nos governos 
despóticos nascem em meio a ameaças e castigos. Nas monarquias, a honra surge pelas paixões. Mas as 
virtudes nada mais são do que uma renúncia a si mesmo. Pode ser definidas como o amor às leis e à Pátria 
e esse amor requer que se prevaleça o interesse público sobre o particular. Esse tipo de amor está 
relacionado particularmente às democracias pois somente nelas que o governo é confiado ao povo e para, 
assim como tudo no mundo, para conservá-lo é preciso amá-lo. Assim como os reis amam as Monarquias 
e os déspotas amam o Despotismo, o povo deve amar a democracia e, para que esse amor seja 
estabelecido, deve à educação inspirá-lo. Mas para que esse amor cresça nas crianças, é necessário que os 
pais o tenham eles próprios pois são eles que devem transmitir aos descendentes seus conhecimentos e, 
acima disso, suas paixões. Quando isso não acontece é porque o que é aprendido em casa é desfeito por 
algo de fora. "Não é a juventude que degenera; ela só se perde quando os adultos já estão corrompidos." 
· LIVRO V "QUE A LEGISLAÇÃO DEVE RELACIONAR-SE COM OS PRINCÍPIOS DO 
GOVERNO" 
§ Como As Leis Se Relacionam Com O Princípio No Governo Republicano: 
1ª Seção: Na Democracia 
Essa seção abrange os capítulos I ao VII do quinto livro da obra. Montesquieu inicia esse livro dando uma 
definição sobre o que são as virtudes. Para ele essas virtudes, ou patriotismo, em uma república tem um 
significado simples: é o amor à República. É um sentimento, e não uma série de conhecimentos. O homem 
menos importante de um Estado pode ter esse sentimento, assim como o mais importante. Segundo o 
autor, o amor à pátria conduz à excelência nos costumes e tal excelência leva ao amor à Pátria. Quanto 
menos as pessoas satisfazem suas paixões pessoais, mais eles se entregam às gerais. Nessa passagem 
Montesquieu cita como exemplo os monges ao questionar o porque de eles amarem tanto a regra deles. 
Ele mesmo responde sua pergunta ao dizer que os monges a amam pois ela priva-os de todas as coisas 
sobre as quais as paixões comuns recaem e por isso sobra apenas a paixão pela regra. Quando os monges 
conseguem evitar o amor à outras paixões, o amor a sua regra cresce, e assim deveria ser a relação entre os 
amores particulares e o amor à Pátria. 
A partir daí o autor começa a responder algumas perguntas que tem como objeto a relação entre as 
leis na democracia começando com o que é o amor na democracia. Responde com a seguinte fala: "O 
amor à república, numa democracia, é o amor à democracia; o amor à democracia é o amor à igualdade. O 
amor à democracia é também o teor à frugalidade. Cada um deve possuir a mesma felicidade e as mesmas 
vantagens, deve experimentar os mesmos prazeres e ter as mesmas esperanças; coisa que só se pode 
esperar da frugalidade geral. O amor à igualdade, numa democracia, limita a ambição ao único desejo, à 
única felicidade, de prestar à pátria maiores serviços do que os outros cidadãos. Estes não podem prestar 
todos iguais serviços mas devem, toda igualmente, prestar algum serviço. Ao nascermos, contraímos para 
com ela uma dívida imensa que nunca conseguimos quitar." Em seguida questiona como que faz para se 
inspirar o Amor da Igualdade e frugalidade. Responde que tais amores são estimulados pela própria 
Igualdade e Frugalidade. Nas Monarquias e nos Estados Despóticos ninguém aspira à igualdade pois todos 
procuram ser superiores, portanto para serem iguais as pessoas têm que quererem serem iguais. A mesma 
coisa com relação a Frugalidade. Quem já foi corrompido pelos prazeres da vida, ou que invejaram os 
luxos dos outros jamais conseguirão amar a vida frugal. A seguir questiona de que maneira as leis 
estabelecem a Igualdade e depois como elas conservam a Frugalidade na Democracia. A resposta para a 
primeira delas veio divida em quatro partes: 
A) Quando legisladores antigos repartiram as terras igualmente, segundo Montesquieu, o único modo 
dessa repartição se manter seria criando leis para protegê-la. Com esse objetivo os dotes das mulheres, as 
doações, as sucessões, os testamentos e todas as outras formas de transmitir riquezas teriam que ser 
disciplinados pois se fosse permitido repassar seus bens a quem gostaria, cada vontade particular 
atrapalharia a lei fundamental. 
B) Sólon permitiu deixar os bens por testamento para quem se quisesse, desde que não tivesse filhos, 
contrariando as leis antigas que ordenavam que a herança continuasse na família do testador. Por isso foi 
criticado por Montesquieu que acreditava que a lei que proibia alguém de receber duas heranças era boa 
para a Democracia já que tinha origem na repartição igual de terras e nas porções dadas a cada cidadão. 
C) Ainda que na democracia a igualdade real seja a alma do Estado, ela é, no entanto, tão difícil de ser 
estabelecida que uma extrema exatidão neste sentido nem sempre seria conveniente. Basta que se 
estabeleça um censo que reduza ou que fixe as diferenças num certo ponto; depois é função das leis 
particulares igualar, por assim dizer, as desigualdades, com os encargos que impõem aos ricos e com 
alívio que dão aos pobres. Porém apenas as riquezas medianas é que sofreriam tais compensações, já que 
as imoderadas, tudo que não lhes concedam de poder e de honra considerarão como injúria 
D) Toda desigualdade na democracia deve ser tirada da natureza da democracia e do próprio princípio da 
igualdade. Por exemplo, pode-se, temer que pessoas que precisem de um trabalho contínuo para viver 
fossem muito empobrecidas por uma magistratura, 
ou negligenciassem suas funções; que artesãos se tornassem orgulhosos; que libertos demasiados 
numerosos se tornassem mais poderosos do que antigos cidadãos. Nestes casos, a igualdade entre os 
cidadãos pode ser suprimida da democracia em proveito da democracia. Mas é apenas uma igualdade 
aparente que se suprime, pois um homem arruinado por uma magistratura estaria em pior situação do que 
os outros cidadãos, e este mesmo homem, que se veria obrigado a negligenciar suas funções, colocaria os 
outros cidadãos numa situação pior do que a sua; e assim por diante. 
Acerca da segunda pergunta, de como as Leis devem conservar a frugalidade, Montesquieu é a 
favor da ideia de que não basta que as porções de terras sejam iguais, eles também devem ser pequenos. 
Assim como a Igualdade de fortunas mantém a Frugalidade, a Frugalidade mantém a Igualdade das 
fortunas. Essas coisas, mesmo sendo diferentes, não subsistem sem a outra, cada qual sendo uma causa e, 
ao mesmo tempo, um efeito. O único modo de algum particular acumular grande riqueza seria em uma 
democracia fundada no comércio, já que o comércio em si traz consigo próprio o espírito de simplicidade. 
Portanto mesmo que alguém acumulasse riquezas, se mantivesse o espírito intacto, a riqueza não faria mal 
algum. No último capítulo dessa primeira sessão, Montesquieu discute outras meios de favorecer o 
princípio da democracia. Diz ele que nem sempre tudo aquilo que manteria os costumes da democracia 
deve ser aplicado. A repartição igualitária, por exemplo, não pode ser aplicada em todas as repúblicas pois 
há circunstâncias em que tal providência seria impraticável e poderia até se chocar com a constituição. De 
qualquer modo deve-se sempre buscar manter os costumes antigos, já que povos corruptos não costumam 
estabelecer sociedades duradouras.2ª Sessão: Na Aristocracia 
Essa segunda sessão abrange apenas o capítulo VIII do livro. Montesquieu começa dizendo que se 
o povo for patriota, isso é, virtuoso, desfrutará mais ou menos da felicidade do governo popular, e o 
Estado se tornará poderoso, mas que, por ser raro encontrar tanto patriotismo onde as riquezas são tão 
desiguais, as Leis devem dar, tanto quanto possam, o espírito de moderação, e devem procurar estabelecer 
a igualdade que a constituição do Estado afasta necessariamente. O chamado espírito de moderação nada 
mais é do que o patriotismo na aristocracia, substituindo o espírito de Igualdade da democracia. Há duas 
fontes principais de desordens no Estado aristocrático: a extrema desigualdade entra governantes e 
governados e a mesma desigualdade entre os componentes do corpo dos governantes; dessas duas 
desigualdades surgem ódio e ciúmes que as leis devem ao máximo tentar prevenir. A primeira das 
desvantagens ocorre quando os privilégios das pessoas consideradas "superiores" são afrontosos aos do 
Povo; ela ocorrerá ainda caso a condição dos cidadãos em relação aos tributos forem diferentes. Isso se 
verifica de quatro maneiras: quando os nobres se dão ao privilégio de não pagá-los; quando promovem 
fraudes para se livrarem deles; quando os atribuem a si como forma de retribuição ou vencimentos pelos 
cargos que exercem; ou quando tornam o Povo tributário, e repartem entre si os impostos que coletam 
dele. 
Montesquieu admirava bastante a Aristocracia em Roma e a cita diversas vezes nesse capítulo. Diz 
ele que os romanos evitaram muito bem os inconvenientes dessa forma de Estado pois os nobres não se 
beneficiavam de seus cargos para adquirirem para si os tributos e os principais de Roma sempre foram 
taxados como os outros, as vezes até mais e outra vezes ainda apenas eles eram taxados. Ou seja longe de 
repartirem entre si o produto obtido, eles repartiam na verdade entre o Povo tudo o que podiam retirar de 
tesouro público. Uma máxima fundamental é a que rezam que as distribuições feitas ao povo numa 
democracia têm tantos efeitos perniciosos quanto bons efeitos têm no governo aristocrático. As primeiras 
fazem com que se perca o espírito de cidadania, as segundas levam a ele. 
Segundo o autor é essencial, na Aristocracia, que os nobres não arrecadem os tributos. Essa tarefa 
deveria recair sobre as demais classes e no governo aristocrático em que os nobres arrecadassem os 
tributos todos os particulares estariam à discrição dos homens de negócio portanto não haveria, para 
corrigi-los, um tribunal superior. Aqueles dentre os nobres encarregados de eliminar os abusos iriam na 
verdade preferir se aproveitar deles e, portanto, seriam como os Príncipes dos Estados Despóticos, que 
confiscam os bens da formar como preferirem. Seguindo o mesmo princípio as leis devem lhes proibir o 
comércio: comerciantes com tamanha influência fariam todo tipo de monopólio. O comércio é a profissão 
de pessoas iguais e, até entre os Estados Despóticos, aqueles onde o Príncipe é também comerciante são 
os mais miseráveis. 
Duas coisas são prejudiciais à Aristocracia: a extrema pobreza dos nobres, e sua riqueza 
exorbitante. Para que ocorra a prevenção da pobreza é necessário desde cedo obrigar-lhes a pagarem suas 
dívidas. Para moderar sua riqueza é preciso dispor de sensatas e imperceptíveis tributações e não 
confiscações abusivas ou leis agrárias, que fazem males infinitos. As Leis devem também abolir entre os 
nobres o direito de primogenitura, a fim de que, pela contínua partilha das sucessões, as fortunas tendam à 
igualdade. São desnecessários as inalienabilidades, as retrovendas de família, morgadios, adoções e todo 
tipo de expediente inventado para perpetuar as grandezas das famílias nos Estados Monárquicos. Quando 
as leis conseguirem finalmente igualarem as famílias, resta apenas manter entre elas a união. As 
pendências entre os nobres devem ser resolvidas imediatamente. Sem isso, as disputas entre pessoas se 
tornam disputas entre famílias. Os juízes tem portanto a opção de terminar os processos, ou simplesmente 
de evitá-los no nascedouro. 
§ Como As Leis Se Relacionam Com O Princípio No Governo Monárquico: 
Sendo a Honra o princípio desse governo, as leis devem se relacionar com ela. É preciso que elas 
trabalhem para sustentar este nobre sentimento, tornando-o algo hereditário para que ela seja não o limite, 
mas o liame entre o poder do Príncipe e a fraqueza do Povo. As inalienabilidades, que conservam os bens 
de família, embora prejudiciais nas outras formas de governo, são úteis nessa em particular. As reversões 
familiares devolverão às famílias nobres as terras que a prodigalidade de um parente houver alienado. As 
terras dos nobres deverão ter privilégios, assim como as pessoas. Da mesma forma que não se pode 
separar a dignidade do monarca da de seu reino, também não se pode separar a dignidade de um nobre da 
de sua terra. Algo importante de se ressaltar é que todos esses privilégios serão privativos da nobreza, não 
devendo passar pelo povo se não se quiser chocar o princípio desse governo, diminuindo a força da 
nobreza e aumentado a do povo. Tais privilégios quando ligados aos feudos dão às pessoas que as sofrem 
poder restrito, mas quando são estendidas ao povo, chocam-se inutilmente todos os princípios. 
Em seguida Montesquieu faz uma espécie de comparação entre a Monarquia e as outras duas 
formas de governo (república e despotismo). Com relação à República, diz ele, o governo monárquico 
possui uma grande vantagem que é, sendo os comércios tratados por uma pessoa apenas, há maior 
presteza na execução. Mas como essa presteza poderia se tornar precipitação, as leis deverão colocar certa 
lentidão. Os corpos que têm os encargos das leis obedecem melhor quando caminham a passos lentos e 
trazem para os negócios do príncipe a reflexão de que não se pode esperar muito da falta de competência 
da corte sobre as leis de Estado, nem da precipitação de seus Conselhos. 
Após isso o autor escreve sobre as diferenças entra monarquia e despotismo. Mais uma vez o 
Governo Monárquico tem uma vantagem sobre seu "concorrente": como da natureza que surge sob 
Príncipe há várias ordens ligadas à constituição, o Estado é mais estável e a pessoa que governa tem mais 
garantias. Aqui o autor cita novamente Roma ao citar uma frase de Cícero que acreditava que o 
estabelecimento dos Tribunos em Roma foi a salvação da República: "Com efeito - diz ele - a força do 
Povo que não tem chefe é mais terrível. Um chefe sente que o negócio passa por ele e pensa nisso; mas o 
Povo, na sua impetuosidade, desconhece o perigo em que se atira". Para Montesquieu, portanto, um 
Estado Despótico é um povo sem tribunos, enquanto a monarquia, de certa forma, é um povo com 
tribunos pois verifica-se que nos Governos Despóticos, o povo, conduzido por si mesmo, sempre leva as 
coisas até onde pode, todas as desordens que provocam são extremas, enquanto nas monarquias as coisas 
raramente são levadas a excessos. 
Montesquieu termina a parte sobre monarquia dizendo que os povos que vivem numa boa 
disciplina são mais felizes do que aqueles que vivem nas florestas, sem regras e sem chefe. Da mesma 
forma os monarcas que vivem sobre as leis de seu Estado são mais felizes que os príncipes despóticos, os 
quais nada têm que possam regrar o coração de seus povos, nem o seu próprio. 
§ Como As Leis Se Relacionam Com O Princípio No Governo Despótico 
Montesquieu começa essa parte do livro com uma analogia. Diz ele que os selvagens da Luisiana, quando 
querem frutas, cortam a árvore e as colhem, Para ele, esse seria o Governo Despótico. 
O Governo Despótico tem por princípio o temor e por isso, para povos tímidos e ignorantes, não é 
preciso muitas leis. Bastamduas ou três ideias e, contando que tudo gire em torno delas, o príncipe não 
terá problemas. A seguir o autor critica veementemente os governantes despóticos e o próprio estilo de 
Governo. Diz ele: "Tal príncipe tem tantos defeitos que se deveria temer expor à luz do dia sua estupidez 
natural. Ele fica escondido e ignora-se o estado em que se encontra. [...] A conservação do Estado é 
apenas a conservação do príncipe, ou melhor, do palácio ande ele está trancado. Tudo a que não ameaça 
diretamente este palácio ou a capital não causa nenhuma impressão em espíritos ignorantes, orgulhosos e 
preconceituosos; e, quanto ao desenvolvimento dos acontecimentos, eles não conseguem acompanha-lo, 
prevê-lo e até pensar nele. A política, seus mecanismos e suas leis devem ser limitados neste governo; e o 
governo político é ali tão simples quanto o governo civil. Tal Estado estará em sua melhor situação 
quando puder considerar-se o único no mundo; quando estiver cercado por desertos e separado das povos 
que chamar de bárbaros. Não podendo contar com sua milícia, será bom que ele destrua uma parte de si 
mesmo. Assim como o princípio do governo despótico é o temor, seu objetivo é a tranquilidade; mas não 
se trata de paz; é o silêncio dessas cidades que o inimigo está prestes a ocupar. Sendo que “a força não se 
encontra no Estado, mas no exército que o fundou, seria necessário, para defender o Estado, conservar este 
exército; mas ele é formidável demais para o príncipe." 
Continua o livro dizendo que nesses Estados a religião tem mais influência do que nos demais, por 
se tratar de um temor acrescido a outro temor. A seguir fala que de todos os governos despóticos, aqueles 
que mais se arrasam são aqueles em que o Príncipe se elege proprietário de todas as terras e herdeiro de 
todos os seus súditos. Isso resultaria no abandono da cultura das terras e, caso o governante também seja 
comerciante, toda espécie de indústria estará arruinada. Em seguida Montesquieu volta a criticar o 
despotismo da seguinte maneira: "Para formar um governo moderado, devem-se combinar os poderes, 
regulá-los, temperá-los, fazê-los agir, dar, por assim dizer, maior peso a um deles, para colocá-lo em 
condições de resistir a outro; é uma obra-prima de legislação, que o acaso cria raramente e que raramente 
se deixa à prudência. Um governo despótico, pelo contrário, salta, por assim dizer, aos olhos; é uniforme 
por toda parte: como só precisamos de paixões para estabelecê-lo, todos são bons para isso." 
Após tratar sobre as três formas de Governo Montesquieu fala sobre a comunicação do Poder. 
Começa dizendo que no governo despótico, o poder passa por inteiro para as mãos daquele a quem foi 
dado. No governo monárquico, o poder se aplica menos imediatamente; o monarca, quando o exerce, 
modera-o. Faz tal distribuição de sua autoridade, que nunca dá uma parte sem que tenha ficado com outra 
maior. Nos países moderados, a lei é conhecida em toda parte e em toda parte conhecida, e os menores 
magistrados podem segui-la. Mas no despotismo, onde a lei não é nada além da vontade do príncipe, ainda 
que o príncipe fosse sábio, como um magistrado poderia seguir uma vontade que não conhece? Tem que 
seguir a sua própria. E mais: sendo que a lei é só o que o príncipe quer, e sendo que o príncipe só pode 
querer o que conhece, é preciso que exista uma infinidade de pessoas que queiram por ele e como ele. 
Enfim, sendo que a lei é a vontade momentânea do príncipe, é necessário que os que querem por ele 
queiram subitamente como ele. 
Em seguida o autor trata sobre as recompensas que o soberano dá e sobre os presentes. Diz ele que 
é comum nos países despóticos não abordar alguém superior sem lhe oferecer um presente. Isso é claro em 
um governo onde fica claro que o superior nada deve ao inferior, um governo de poucos negócios, onde é 
raro se apresentar a um superior para lhe fazer um pedido e, menos ainda, uma queixa. Na República, por 
outro lado, os presente são evitados a todo custo, porque o patriotismo não tem necessidade disso. Nas 
monarquias, a honra é sempre maior do que os presentes. Mas no despotismo, onde não há honra e nem 
patriotismo, ninguém pode ser levado a agir senão pela esperança de comodidades da vida. Com relação 
às recompensas, no despotismo, as pessoas, por serem levadas a agir buscando certas facilidades, olham 
para as recompensas como uma comodidade. E o príncipe usa do dinheiro para recompensar alguém. Nas 
repúblicas, o patriotismo já basta como motivo e por isso tudo o resto é excluído, cabendo ao Estado 
recompensar apenas como conhecimento sobre o próprio patriotismo. As recompensas na monarquia e na 
república, como regra geral, constituem sinal de decadência, por provarem que seu princípios estão 
corrompidos. De um lado a ideia de honra, que já não tem tanta força, do outro a qualidade do cidadão que 
enfraqueceu-se. 
LIVRO VIII: "DA CORRUPÇÃO DOS PRINCÍPIOS DO TRÊS GOVERNOS" 
Ideia geral do livro: A corrupção de cada Governo começa, quase sempre, pela corrupção dos seus 
princípios. 
§ Da Corrupção Do Principio Da República: 
1ª Seção: Na Democracia 
A corrupção do princípio da democracia acontece não só quando se perde o espírito de Igualdade, 
mas ainda quando se obtém o espírito de extrema igualdade, e cada um quer ser igual aos que escolheu 
para governar. Então, o povo, não podendo suportar o poder que ele mesmo confiou, quer fazer tudo por 
si: deliberar no lugar do senado, executar no lugar do magistrado e despojar todos os juízes. Os 
magistrados não seriam mais respeitados, o senado não teria mais importância, se perderia o respeito aos 
anciãos e, por consequência, aos pais, os maridos não mereceriam deferência, e nem os senhores; as 
mulheres, as crianças e os escravos não seriam submissos a ninguém. Se perderia os costumes, o amor à 
ordem e, por fim, o patriotismo. 
O povo, segundo Montesquieu, cairia nessa desgraça quando aqueles que recebem o poder 
procuram ocultar sua própria corrupção, corrompendo o povo. Estimulam a avareza do povo para que não 
percebam a sua própria, por exemplo. O povo distribuirá entre si o dinheiro público e, como ele terá 
juntado preguiça a gestão dos negócios, irá querer juntar à sua pobreza os gostos do luxo. E então, com 
sua preguiça e seu luxo, o alvo acabaria sendo o dinheiro público. Portanto a democracia tem que evitar 
dois excessos: o espírito de desigualdade, que leva à Aristocracia, ou ao governo de um só; e o espírito de 
extrema igualdade, que conduz ao despotismo. 
O Espírito de Igualdade: 
"Assim como o céu está distante da terra, o verdadeiro espírito de igualdade o está do espírito de 
igualdade extrema." 
Tal espírito não consiste em fazer com que todo mundo mande, ou que ninguém seja mandado. Consiste 
apenas em mandar e obedecer a seus iguais. No estado natural o homem nasce assim, mas não pode 
permanecer assim: a sociedade os faz perdê-lo, e eles não se tornam iguais senão através das leis. 
A diferença entra a democracia regrada e aquela que não é é que, nesta só se é igual como cidadão; na 
outra também se é igual como magistrado, senador, juiz, como pai, marido ou senhor. 
2ª Sessão: Na Aristocracia 
A Aristocracia se corrompe quando o poder dos nobres se torna arbitrário, dessa forma não poderia 
mais haver patriotismo nos governantes, e nem nos governados. Quando as famílias que estão no poder 
respeitam as leis surge uma monarquia com diversos monarcas, o que, por natureza, é algo bom. Porém, 
quando não as observam, surge um Estado Despótico, com vários déspotas. Neste caso, a república não 
subsiste senão a respeito dos nobres e somente deles. A extrema corrupção se dá quando os nobres 
tornam-se hereditários. Nesse caso eles quase não podem mais ter moderação. Se sãoem pequeno número, 
seu poder aumenta, mas sua segurança diminui. Se são em maior número, por consequência, seu poder é 
menor, mas a segurança se torna maior. E dessa forma vai o poder crescendo e a segurança diminuindo 
sobre um grupo cada vez menor até que sobre apenas o déspota, sobre cuja a cabeça recai todo o poder, 
assim como toda o perigo. Portanto, o grande número de nobres na aristocracia hereditária tornará o 
governo menos violento, mas, como o patriotismo é pouco, cai-se numa espécie de negligência, ou 
abandono, que faz com que o Estado não tenha mais ímpeto algum. Uma Aristocracia pode então manter a 
força de seu princípio se as leis são tais que façam os nobres sentirem mais os perigos e as fadigas do 
mando do que as suas delícias; e se o Estado tiver algo a temer a segurança deve vir de dentro e a 
incerteza de fora. Assim como uma certa confiança faz a glória e a segurança de uma Monarquia, ao 
contrário a República precisa temer algo. 
§ Da Corrupção Do Princípio Da Monarquia: 
Assim como as democracias se perdem quando o povo despoja das funções do senado, dos 
magistrados e dos juízes, as monarquias também se corrompem quando, pouco a pouco se tiram as 
prerrogativas das categorias, ou os privilégios das cidades. A monarquia se perde quando o príncipe 
acreditar ser mais o seu poder mudando a ordem das coisas do que seguindo-a, quando ele retira as 
funções naturais de uns para conferi-las a outros arbitrariamente ou quando prefere seus caprichos às suas 
vontades. A monarquia se perde quando o príncipe centraliza tudo nele, relacionando tudo unicamente em 
si: absorve o Estado na sua capital, a capital na sua corte, e a corte na sua pessoa. Enfim, ela se perde 
quando o Príncipe desconhece a sua autoridade, sua condição e o amor do seu Povo. 
O Perigo Da Corrupção Do Princípio Do Governo Monárquico: 
O inconveniente não ocorre quando certo Estado passa de uma forma moderada de governo para 
outra forma moderada como, por exemplo, passando de república para uma monarquia ou de monarquia 
para uma república. O verdadeiro problema é quando o governo cai, se precipita, de uma forma moderada 
para o despotismo. 
§ Da Corrupção Do Princípio Do Governo Despótico: 
Na visão de Montesquieu, o princípio do governo despótico se corrompe a toda hora, sem nunca 
cessar, pois o despotismo é corrupto por natureza. Os outros tipos de governo perecem por acidentes 
particulares que acabam violentando o seu princípio. O despótico perece por seu próprio vício interior. 
Portanto, ele só se mantém quando circunstâncias decorrentes do clima, da religião ou da índole do povo 
forçam-no a seguir alguma ordem e a sofrer alguma regra. Tais circunstâncias forçam a sua natureza sem 
mudá-la; sua ferocidade permanece; está domada momentaneamente. 
§ Efeitos Da Corrupção Dos Princípios 
1) Uma vez corrompidos os princípios dos governos, as melhores leis tornam-se más e prejudicam o 
Estado. Quando os princípios estão sadios, por outro lado, até as más leis têm o efeito de boas. A força 
dos princípios é que prevalece. 
2) Quando uma república é corrompida não há de remediar-se qualquer dos males resultantes a não ser 
afastando a própria corrupção e restabelecendo os princípios. Qualquer outra forma de correção será inútil 
ou somente causará um novo mal. 
Na sequência, Montesquieu trata sobre as propriedades distintivas de cada forma de Governo 
§ Propriedades Distintivas da República 
É da natureza da república que ela só possua um pequeno território; sem isto não pode subsistir. 
Numa república grande, existem grandes fortunas e consequentemente pouca moderação nos espíritos; 
existem grandes fortunas nas mãos dos cidadãos, e por isso os interesses se privatizam. Primeiro um 
homem sente que pode ser feliz sem sua pátria; depois que pode ser grande sozinho, sobre as ruínas da 
pátria. Numa grande república, o bem comum é sacrificado por diversas razões; fica subordinado a 
exceções, dependendo de acidentes. Nas repúblicas pequenas, o bem comum é sentido melhor, conhecido 
melhor, mais próximo de cada cidadão. Nelas, os abusos são menos vultosos, por conseguintes menos 
protegidos. 
 
§ Propriedades Distintivas da Monarquia 
Um Estado Monárquico deve ser de tamanho médio. Caso fosse pequeno demais se tornaria um 
república. Fosse muito extenso os membros mais importantes do Estado, não estando sob a vista do 
Príncipe, e tendo sua própria corte fora delem as vezes até mesmo garantidos pelas leis e costumes contra 
as execuções prontas, parariam de obedecer ao governante, pois não temeriam uma punição 
excessivamente lenta e distante. 
§ Propriedades Distintivas do Despotismo 
Um grande império requer um governante único e autoritário. Requer portanto uma autoridade 
despótica. Cumpre que a presteza das resoluções compense a distância dos lugares de destino; que a lei 
esteja num cabeça só, e que ela mude sem cessar, como os acidente, que se multiplicam sempre no Estado, 
na proporção de seu tamanho. É propriedade natural dos pequenos Estados serem governados como 
república, dos Estados medianos serem submetidos a um monarca, e dos Impérios serem dominados por 
um déspota. Então segue-se que, para conservar os princípios do governo estabelecido precisa conservar-
se o Estado do tamanho que já tinha; e que esse Estado mudará de espírito, à medida que reduzirem ou 
estenderem seus limites. 
· LIVRO IX "DAS LEIS NA RELAÇÃO QUE POSSUEM COM A FORÇA DEFENSIVA" 
§ Como as Repúblicas Proveem À Sua Segurança: 
Montesquieu via a formação de repúblicas federativas como uma solução para o problema da 
segurança nas repúblicas. Algo que combinaria as vantagens internas do governo republicano e a força 
externa da monarquia. “Esta forma de governo é uma convenção segundo a qual vários corpos políticos 
consentem em se tornar cidadãos de um Estado maior que pretende formar. É uma sociedade de 
sociedades, que formam uma nova sociedade, que pode crescer com novos associados que se unirem a 
ela.” Se acontecer alguma sedição em um dos membros confederados, os outros podem pacificá-la. Se 
abusos se introduzirem em alguma parte, serão corrigidos pelas partes sãs. A constituição federativa deve 
ser composta por Estados da mesma natureza, principalmente por Estados republicanos. 
“O espírito da monarquia é a guerra e o crescimento; o espírito da república é da paz e a moderação. Estes 
dois tipos de governo só podem subsistir forçados numa república federativa.” 
§ Como os Estado Despóticos Proveem À Sua Segurança: 
Os Estados despóticos adquirem segurança através de separações entre si e isolamentos, dificultando a 
acessibilidade. 
§ Como A Monarquia Provê À Sua Segurança: Por meio de fortificações e exércitos 
§ Da Força Defensiva Dos Estados Em geral 
Montesquieu observa que é necessário para a segurança de um Estado que sua grandeza seja tal 
qual exista uma relação entre a rapidez com que se pode executar contra ele alguma ofensiva e a prontidão 
com que pode torna-la vã. Portanto a extensão dos Estados é de grande importância para a segurança de 
um Estado, sendo um território de médio porte o ideal. Como exemplo, temos a Espanha e a França. 
“Desta forma, assim como os monarcas devem possuir sabedoria para aumentar seu poder, também não 
devem possuir menos prudência para limitá-lo. Fazendo cessar os inconvenientes da pequenez, é preciso 
que vigiem sempre os inconvenientes da grandeza.” 
· Da Força Relativa Dos Estados: 
“Toda grandeza, toda força, todo poder é relativo. É preciso que se tome bastante cuidado para que. 
Procurando aumentar a grandeza real, não se diminua a grandeza relativa.” 
 Da Fraqueza Dos Estados Vizinhos: 
“Quando temos como vizinho um Estado que se encontra em decadência, devemos evitar apressarsua 
ruína, porque estamos neste sentido na situação mais feliz em que poderíamos estar; e não há nada que 
seja mais cômodo para um príncipe do que estar perto de outro que recebe todos os golpes me todos os 
ultrajes da sorte. E é raro que, com a conquista de tal Estado, cresçamos tanto em poder real quanto em 
poder relativo.” 
· LIVRO X "DAS LEIS NA RELAÇÃO QUE POSSUEM COM A FORÇA OFENSIVA" 
§ Da Força Ofensiva: 
“A força ofensiva é regulada pelo direito das gentes, que é a lei política das nações consideradas na 
relação que possuem umas com as outras.” 
§ Da Guerra: 
Da mesma maneira que os homens possuem o direito de matar no caso de defesa natural; os 
Estados possuem o direito de fazer a guerra para sua própria conservação. Enquanto o direito de defesa 
dos homens deve ser exercido somente em casos momentâneos em que estariam perdidos se esperassem 
pelo socorro das leis, o direito de ataque entre as sociedades às vezes é necessário quando um povo 
percebe que uma paz mais prolongada colocaria o outro Estado em condições de destruí-lo e que o ataque 
é, neste momento, o único meio de impedir esta destruição. Portanto as pequenas sociedades têm o direito 
de fazer a guerra com mais frequência do que as maiores, porque se encontram com maior frequência no 
caso de temerem ser destruídas. 
 
§ Do Direito De Conquista: 
“Do direito à guerra deriva o de conquista, que é sua consequência; logo, deve seguir seu espírito.” 
Após a conquista o Estado conquistador trata o outro de uma das maneiras seguintes: continua a 
governá-lo segundo suas leis e só toma para si o exercício do governo político e civil; ou dá-lhe um novo 
governo político civil; ou destrói a sociedade e dispersa-a; ou enfim extermina todos os cidadãos. O 
extermínio dos homens com o pretexto de destruição da sociedade não é válido, pois a sociedade é a união 
dos homens, e não os homens; o cidadão pode morrer e o homem permanecer. O direito de reduzir a 
servidão só é válido quando ela é necessária para a conservação da conquista. O objetivo da conquista é a 
conservação: a servidão nunca é o objetivo da conquista; mas pode acontecer que ela seja um meio 
necessário para se chegar à conservação. Portanto a servidão não deve ser eterna, é preciso que o povo 
escravo possa tornar-se súdito com a assimilação sociocultural. É dever de um conquistador reparar uma 
parte dos males que fez. 
§ De Uma República Que Conquista: 
Se uma democracia conquistar um povo para governá-lo como súdito, exporá a sua própria 
liberdade, porque confiará um poder grande demais aos magistrados que enviar ao Estado conquistado. 
Nas conquistas feitas pela democracia, seu governo é sempre odioso para os Estados sujeitados. “É 
monárquico na ficção, mas na verdade é mais duro do que o monárquico, como a experiência de todos os 
tempos e de todos os países demonstrou. Os povos conquistados ficam num triste estado; não gozam nem 
das vantagens da república, nem das da monarquia. Isso também serve para as aristocracias.” Assim 
quando uma república mantém algum povo em sua dependência. É preciso que ela procure reparar os 
inconvenientes que nascem da natureza da coisa, dando-lhe um bom direito político e boas leis civis. 
§ Da Monarquia Que Conquista: 
As monarquias conquistadoras de províncias geralmente causam um estado de luxo absurdo na 
capital e de miséria nas províncias que estão distantes. “Algumas vezes, uma monarquia conquista outra. 
Quanto menor for esta última, melhor será contida por fortalezas, quanto maior for, melhor será 
conservada por colônias.” Nestas conquistas, não é suficiente deixar para a nação vencida suas leis; é 
talvez mais necessário deixar-lhe seus costumes, porque um povo conhece, ama e defende sempre melhor 
seus costumes do que suas leis. 
§ Novos Meios De Conservar A Conquista: 
Para não desesperar o povo vencido e não orgulhar o vencedor, para impedir que o governo se 
tornasse militar e para manter os dois povos dentro dos limites do dever estabelece-se que cada corpo de 
tropas seria composto metade pelo povo conquistado e metade pelo povo conquistador, assim como os 
tribunais. 
“Isto produz vários bons efeitos: 1º as duas nações contém uma a outra; 2º ambas mantêm o poder militar 
e civil, e uma não é destruída pela outra; 3º a nação conquistadora pode espalhar-se por toda parte sem se 
enfraquecer e se perder; ela se torna capaz de resistir às guerras civis e estrangeiras.” Uma ferramenta que 
o conquistador pode usar para a conservação da conquista é o ato de ceder o trono ao príncipe legítimo, 
fazendo com que ele vire um aliado, obtendo um maior controle da população e aumentando suas tropas. 
§ De Um Estado Despótico Que Conquista: 
Quando a conquista é imensa, ela supõe o despotismo. Para tanto, o exército espalhado pelas 
províncias não é suficiente. É preciso que sempre haja em volta do príncipe uma guarda particularmente 
fiel. 
· LIVRO XI "DAS LEIS QUE FORMAM A LIBERDADE POLÍTICA EM SUA RELAÇÃO COM 
A CONSTITUIÇÃO" 
Neste capítulo, Montesquieu discorre sobre a relação entre a liberdade política do cidadão e o 
ordenamento político do Estado. 
§ Ideia Geral: 
Distingue as leis que formam a liberdade política em sua relação com a constituição daquelas que formam 
em sua relação com o cidadão. No livro XI observa-se o primeiro caso. 
§ Diversos Significados Atribuídos À Palavra Liberdade: 
A palavra liberdade pode adquirir diversos significados de acordo com a pessoa ou grupo social 
que a profere. Cada um chamou liberdade ao governo conforme a seus costumes ou as suas inclinações; e 
como numa república não se têm diante dos olhos, e de maneira tão presente, os instrumentos dos males 
dos quais se queixa, e menos, ela é normalmente situada nas repúblicas e excluída das monarquias. Enfim, 
como nas democracias o povo parece mais ou menos fazer o que quer, situou-se a liberdade nestes tipos de 
governo e confundiu-se o poder do povo com a liberdade de povo. 
§ Que É A Liberdade 
A liberdade política não consiste em se fazer o que se quer. Liberdade é o direito de fazer tudo o 
que as leis permitem; e se um cidadão pudesse fazer o que elas proíbem ele já não teria liberdade, porque 
os outros também teriam esse poder. Podemos observar a privação da liberdade política no abuso do 
poder. Portanto, é preciso que, pela disposição das coisas, que o poder limite o poder. 
Uma constituição pode ser tal que ninguém seja obrigado a fazer as coisas a que a lei não obriga e a não 
fazer aquelas que a lei permite. 
§ Da Constituição Da Inglaterra: 
Montesquieu realiza um estudo, na Inglaterra, sobre as bases constitucionais da liberdade e seu sistema de 
governo e de distribuição de poderes. Onde acreditava que a liberdade política era por princípio o eixo de 
condução dos governos. Sendo então, a teoria da separação dos poderes um retrato do convívio, na 
Inglaterra, entre liberdade e governo. 
Considerava que havia em cada Estado três tipos de poder: o poder legislativo, o poder executivo 
das coisas que dependem do direito das gentes e o poder executivo daquelas que dependem do direito 
civil. O primeiro seria responsável pela formulação e manutenção de um sistema de normas jurídicas; o 
segundo (também chamado de poder executivo, somente) é responsável pela política exterior, instauração 
da segurança, prevenção de invasões e construção e manutenção da estrutura pública; o último (poder 
judiciário) possui a função de julgar. A liberdade política só é encontrada nos governos moderados, que 
teria um sistema de freios e contrapesos responsável pelo equilíbrio entre os poderes. 
FONTE: https://.jusbrasil.com.br/artigos/454397060/resenha-do-livro-o-espirito-das-leis

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