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XVI Encontro Latino Americano de Iniciação Científica e XII Encontro Latino Americano de Pós-Graduação – Universidade do Vale do Paraíba 1 O ENSINO DE MORFOLOGIA VEGETAL ATRAVÉS DAS PLANTAS MEDICINAIS NA ESCOLA ESTADUAL PEDRO MAZZA Luiz Fernando Moura de Oliveira1, Patrícia Silva Carolino1, Mirella Santos Aguiar1, Patrícia Cavali de Macedo1, Andreza Rubia Martins1, Simone D’ elboux Miranda de Oliveira1, Nádia M. R. de Campos Velho2, Walderez Moreira Joaquim2. 1Bolsistas Pibid -Univap-Capes, 2 Coordenadores Subprojeto Pibid -Univap-Capes Rua Tertuliano Delfim Jr, 181 - Jd. Aquarius São José dos Campos - SP Cep: 12246-001 nvelho@univap. Resumo -O subprojeto de ciências – PIBID/CAPES/UNIVAP, junto com a rede Estadual de Ensino objetiva proporcionar experiências da prática docente para os licenciandos do curso de Ciências Biológicas. Objetivou-se a partir das plantas medicinais cultivadas em canteiros pelos alunos do ensino fundamental, a realização de atividade prática para a construção do conhecimento sobre morfologia da folha. Os alunos de 6º e 7º ano do ensino fundamental da Escola Estadual Pedro Mazza, coletaram folhas das plantas medicinais para a realização da atividade prática de morfologia da folha, que constou de quatro etapas: a) Coleta, b) esquema e classificação da a folha quanto ao ápice, bordo, limbo e nervura; c) Identificação da classe das angiospermas a qual pertence (monocotiledônea ou eudicotiledônea) d) Montagem de exsicatas. Os resultados obtidos demonstraram que houve a construção do conhecimento referente a morfologia da folha, seguida da associação com a biodiversidade vegetal existente nos vários ecossistemas, além da valorização da preservação do material botânico através das exsicatas. Palavras-chave: PIBID/Capes, Morfologia vegetal, Plantas Medicinais, Ensino Fundamental. Área do Conhecimento: Biológicas Introdução O subprojeto de ciências – PIBID/CAPES/UNIVAP, junto com a rede Estadual de Ensino objetiva proporcionar experiências da prática docente para os licenciandos do cuso de Ciências Biológicas, promovendo a iniciação à docência com experiências metodológicas e práticas a fim de proporcionar resoluções de problemas verificados no processo de ensino- aprendizagem e propiciar a interação entre a educação superior e a educação básica. Tendo como objeto de estudo as plantas medicinais cultivadas em canteiros pelos alunos do ensino fundamental, os licenciandos bolsistas realizam atividades práticas/teóricas para o aprendizado de conteúdos de botânica. Cruz et al (2012) relatam que o ensino de botânica nas escolas é ministrado de forma desmotivadora, e que as plantas medicinais podem ser utilizadas para o aprendizado de conteúdos de botânica, dentre eles, o de morfologia vegetal. . O desenvolvimento de atividades práticas nas aulas de ciências em um ecossistema terrestre natural favorece a manifestação de sensações e emoções nos alunos, as quais normalmente não se manifestariam durante suas aulas teóricas. (SILVA; CAVASSAN, 2005). As atividades práticas proporcionam espaço para que o aluno haja de forma atuante, tornando-se agente de seu próprio aprendizado, construindo e reconstruindo o conhecimento a patir das dúvidas e observações realizadas (CARVALHO et. al., 2010). Para Prigol; Giannotti, (2008), apesar das várias modalidades didáticas existentes para vivenciar o método científico, como atividades expositivas, demonstrações excursões, discussões, aulas práticas e projetos, as aulas práticas e projetos são mais Em função da importância das atividades práticas para a construção do conhecimento, objetivou-se o ensino de morfologia da folha a partir das diferentes plantas medicinais cultivadas em canteiros na escola. Metodologia A atividade foi realizada na Escola Estadual Pedro Mazza com alunos de 6º e 7º ano do ensino fundamental, localizada no município de São José dos Campos-SP. A prática de morfologia da folha constou de quatro etapas: a) Coleta, b) identificação e esquema da a folha quanto ao ápice, bordo, limbo e nervura; c) Identificação da classe das XVI Encontro Latino Americano de Iniciação Científica e XII Encontro Latino Americano de Pós-Graduação – Universidade do Vale do Paraíba 2 angiospermas a qual pertence (monocotiledônea ou eudicotiledônea) d) Montagem de exsicatas. As etapas foram realizadas nos canteiros de plantas medicinais, nos quais os alunos cultivaram diferentes espécies de plantas, e na sala de aula. Na primeira etapa antes dos os alunos realizarem a coleta das folhas, foi solicitado que observassem as folhas das plantas de cada canteiro. As plantas medicinais coletadas foram: Anador (Justicia pectoralis), Alecrin (Rosmarinus officinalis), Erva - cidreira (Lippia sp), Fortuna (Bryophylum sp), Hortelã pimenta (Mentha piperita), Capim limão (Cymbopogon citratus), Cana-do-brejo (Costus spiralis), Confrei (Symphytum Officinale), Penicilina (Alternanthera brasiliana), e proposto pelos licenciandos bolsistas à observação das folhas dos canteiros (Figura 1). A segunda e terceira etapa foi realizada na sala de aula onde os licenciandos bolsistas em roda de conversa explanaram sobre a morfologia da folha e posteriormente apresentaram material elaborado para consulta baseado em Gonçalves, Lorenzi (2011). Os alunos em grupo realizaram triagem das folhas por semelhança, e utilizando para consulta o material elaborado pelos alunos licenciandos realizaram esquemas, e classificação das folhas quanto à margem, ápice, base e nervura, além de diferenciá-las em monocotiledôneas e eudicotiledôneas com base nos tipos de nervura (ramificada ou paralela), A terceira etapa constou da montagem das exsicatas utilizando ramos de seis exemplares dos canteiros, segundo proposto por BRUN; BRUN. (2012) (Figura. 2). Figura 1 - Coleta dos exemplares de plantas medicinais para aprendizado de morfologia da folha e elaboração de exsicatas. Figura. 2 – Elaboração das exsicatas por alunos do ensino fundamental orientada por licenciando bolsista. Resultados Constatou-se a partir dos esquemas elaborados e observações realizadas, que houve a construção do conhecimento quanto à morfologia do limbo e diferenciação das classes das angiospermas, além do aprendizado sobre a biodiversidade existente no material botânico observado (Figura 3). Figura 3 – Esquema e classificação da morfologia da folha de plantas medicinas selecionadas pelos alunos do ensino fundamental da E.E. Pedro Mazza. As exsicatas foram elaboradas de forma dinâmica pelos alunos, que demonstraram cuidados e interesse durante a elaboração das mesmas, além da conscientização da importância da preservação do material botânico e da existência de herbários (Figura 4). Verificou-se a passagem do conhecimento de geração a geração expressado pelos alunos durante a escolha das plantas para elaboração das exsicatas Algumas das plantas escolhidas já eram utilizadas e cultivadas nos quintais das casas dos alunos, e na casa de outros familiares. XVI Encontro Latino Americano de Iniciação Científica e XII Encontro Latino Americano de Pós-Graduação – Universidade do Vale do Paraíba 3 Figura 4 – Montagem de exsicata por aluna do ensino fundamental da E.E. Pedro Mazza. Discussão Durante a explanação teórica sobre a morfologia da folha, constatou-se maior interesse, e dinamismo dos alunos na roda de conversa, socializando detalhes observados como percepção das diferenças de forma das folhas das plantas existentes nos canteiros. Silva e Cavassan (2005)observaram maior eficiência no processo de ensino e aprendizagem de morfologia vegetal, quando a aula prática de campo ocorreu antes da aula teórica, apresentando menores distorções e limitações para a construção de conhecimentos do aluno, além de observarem que a aula teórica foi agradável, constataram maior interesse dos alunos nas atividades em sala de aula nos assuntos trabalhados em campo. O registro por meio do desenho de observação é um recurso fundamental em Ciências Naturais para a construção do conhecimento. A aprendizagem sobre a diversidade da vida pode ser significativa aos alunos mediante oportunidades de contato com uma variedade de espécies que podem observar, direta ou indiretamente. as mais amplos (BRASIL, 1998). As observações e esquematização das plantas medicinais coletadas pelos alunos na atividade prática proposta, promoveu a construção do conhecimento sobre morfologia da folha e a associação das diferentes formas com a biodiversidade existente nos vários ecossistemas. Segundo Bizzo (2001), os alunos têm acesso ao conhecimento procedentes de saberes populares, culturais, mitos, religiosos ou da experiência de vida. Cabe à escola promover o acesso a outras formas de conhecimento, como o cultural e o científico. Durante a execução das atividades, verificou-se que os alunos apresentam um saber popular em torno das plantas medicinais e após a elaboração dos esquemas, classificações, discussões notou-se não só a aquisição do conhecimento científico mas a oportunidade de trabalhar com o método científico durante a classificação da morfologia da folha e confecção das exsicatas, observando a importância e metodologia utilizada para a conservação das espécies vegetais, bem como, reconheceram as particularidades morfológicas encontradas nas espécies coletadas para a realização do trabalho. Conclusão As estratégias utilizadas para a realização das atividades propostas permitiram aos alunos do ensino fundamental a construção do conhecimento sobre morfologia da folha, associação e valorização da biodiversidade vegetal a partir das plantas trabalhadas, e conscientização da importância da preservação do material botânico através das exsicatas nos herbários. Referências BIZZO, N. Ciências: fácil ou difícil? São Paulo: Ática, 2000. BRASIL. Ministério da Educação, Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros curriculares nacionais: Ciências Naturais, Brasília: Ministério da Educação, 1998. BRUN J.E.; BRUN K. G. F.; LONGHI J.S.Técnicas de Coletas e Herborização de material botânico, disponível em <http: //www.utfpr.edu.br[1].pdf> acesso em Agosto 2012. CARVALHO R. U. L.; PEREIRA D. D.; MACEDO E.; A importância das aulas práticas de biologia no ensino médio. X Jornada de Ensino, Pesquisa e Extensão UFRPE. Recife. p. 1-3, 2010. CRUZ, L. P.; FURLAN, M. R.; JOAQUIM, W. M. O estudo de plantas medicinais no ensino fundamental: uma possibilidade para o ensino da botânica. Disponível em: http://www.foco.fae.ufmg.br/viienpec/index.php/en pec/viienpec/paper/viewFile/270/484. Acesso em: 14 de Agosto de 2012. GONÇALVES, E. G.; LORENZI, H. Morfologia vegetal- Organografia e dicionário ilustrado de morfologia das plantas vasculares. 2a ed. Instituto Plantarium. p. 19-50. 2011. XVI Encontro Latino Americano de Iniciação Científica e XII Encontro Latino Americano de Pós-Graduação – Universidade do Vale do Paraíba 4 PRIGOL S.; GIANNOTTI M. S.; A importância da utilização de práticas no processo ensino- aprendizagem de Ciências Naturais enfocando a morfologia da flor. 1º Simpósio Nacional de Educação, XX Semana da Pedagogia, Unoeste. Cascavel, p. 1-16. 2008. SILVA P. P.G.; CAVASSAN O.; Avaliação da ordem de atividades didáticas teóricas e de campo no desenvolvimento do conteúdo de botânica na disciplina Ciências na 6ª série do ensino fundamental. V Encontro Nacional de Pesquisa em Educação em Ciências. Bauru, p. 1- 11. 2005.
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