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negro no sul do brasil

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Negro no Sul?
A região sul do nosso Brasil é grandemente influenciada pela colonização europeia, quando pensamos sobre as raízes do Sul já se vem à mente culturas alemães, italianas e ucranianas. A questão a qual queremos abordar é e afinal tem cultura africana no Sul? A resposta é SIM! Apensar do pouco reconhecimento temos grandes influências em nossa região.
De acordo com a Associação Brasileira de Cultura Negra o negro aparece no Rio Grande do Sul em 1725, com a frota de João Magalhães, vinda por terra. Esses negros certamente escravos, realizavam o serviço pesado. Porém oficialmente a presença negra, no território gaúcho, data de 1737, quando o Brigadeiro José da Silva Paes se estabelece na Barra erigindo o Presídio Jesus, Maria e José, marco inicial da nossa colonização. Durante muitos anos esta região, distante e hostil, denominada Continente foi usada como ameaça contra os escravos rebeldes ou preguiçosos do centro do Brasil, sendo esses enviados para este local, considerado por eles como pior que o inferno, um autêntico degredo na solidão verde da pampa. Assim deu-se o início da colonização negra no Rio Grande do Sul, estendendo para o Prata clandestinamente.
O negro marcou sua presença na História, na Geografia, no folclore, no linguajar, nas artes, no esporte e na política. Na história, há uma notável participação dos negros durante a Guerra dos Farrapos e na Guerra do Paraguai, nessa última lutaram substituindo o sinhozinho branco e que, após a vitória, se recusaram a voltar para o Rio Grande
No folclore, algumas lendas falam de escravos entre nós: As Torres Malditas, Cambai, Santa Josefa e o Negrinho do Pastoreio. No linguajar, são correntes termos como: caiambola, cacimba, mondongo, mocotó. Nas artes são inúmeras as influências de elementos negros, como o maior tambor brasileiro atualmente, o “sopapo”. Artistas negros marcaram a cultura brasileira como Lupicínio Rodrigues, e o ator Breno Mello, o inesquecível Orfeu Negro do cinema.
Também encontramos influência africana em Santa Catarina, de acordo com FAPESC ( add explicação da sigla) pouco se sabia sobre a presença de africanos no cotidiano no local entre o final do século 18 e o início do século 19. Essa situação vem mudando a partir de uma relevante pesquisa coletiva envolvendo professores e alunos do curso de História da UFSC, que estão desvendando a presença de africanos, tanto escravos quanto libertos, na economia e na vida da Ilha de Santa Catarina. 
A escravidão na Ilha foi por muito tempo percebida como doméstica e menos importante do que a escravidão dos engenhos de açúcar, dos cafezais ou das charqueadas.
Até hoje, o centro de Florianópolis guarda construções, espaços e símbolos do desterro do tempo da escravidão como o Terminal Cidade de Florianópolis, indo pela praça Fernando Machado, onde ficava o primeiro mercado da cidade, inaugurado em 1850. Nesse local muitas africanas libertas viviam do trabalho de quitandeira, outros escravos vendiam alimentos e comida em tabuleiros e entregavam a renda aos seus donos, gente que cultivava roças e trazia os produtos para vender.
	Por fim chegamos ao Paraná, região hoje predominada pela influência europeia, entretanto até o início do século 19, os curitibanos eram basicamente descendentes de índios, portugueses e africanos, sendo que no final do século 18 a população escrava já somava várias centenas, enquanto a população total da cidade era inferior a cinco mil.
	Em Curitiba foi formada a primeira engenheira do Paraná, a curitibana Enedina Alves Marques, uma mulher negra formada pela Faculdade de Engenharia do Paraná, em 1945
	A errônea percepção, de muitos paranaenses, de que a maior parte da população de negros do Paraná veio de outras partes do Brasil deve-se ao fato de que esses negros viviam principalmente na periferia pobre ou em comunidades isoladas (quilombolas), receosos com a forte discriminação que existia. Mas a crescente inclusão social, por que passa o Brasil, mudou, em grande parte, a participação dos negros na região Sul do Brasil, e ao que pesquisas indicam é possível ver que os africanos estiveram presente em nossa região desde o primórdio.

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