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APOIO - QUESTIONÁRIO - PERGUNTAS E RESPOSTAS

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UNIP – RIBEIRÃO PRET0O - DIREITO CIVIL – OBRIGAÇÕES – 2017/2
Prof. Luiz Henrique Beltramini
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AVISO IMPORTANTÍSSIMO:
O presente material SERVE APENAS COMO APOIO às informações ministradas em sala de aula. DE FORMA ALGUMA SUBSTITUI A NECESSIDADE DE ESTUDOS DIRETOS NAS DOUTRINAS PERTINENTES. Assim, mais uma vez destacamos as obras oficialmente contidas no conteúdo programático da disciplina e que devem ser consultadas, sem prejuízo a outras hábeis ao aprofundamento de vossa formação profissional: DINIZ, Maria Helena. Direito Civil Brasileiro: teoria geral das obrigações, v.2.; GOMES, Orlando. Obrigações; GONÇALVES, Carlos Roberto. Direito Civil Brasileiro. MONTEIRO, Washington de Barros. Curso de Direito Civil : responsabilidade civil – 1.ª parte. PEREIRA, Caio Mário da Silva. Instituições de Direito Civil: teoria geral das obrigações. v-3; RODRIGUES, Silvio. Direito civil: parte geral das obrigações. vol. 2; VENOSA, Sílvio de Salvo. Direito Civil: teoria geral das obrigações. vol. 2; STOCCO, Rui. Tratado de responsabilidade civil. .
APOIO – PERGUNTAS / RESPOSTAS - 001
01.-)	O que é obrigação? 
R.: 	Obrigação é o vínculo jurídico, de caráter transitório, estabelecido entre credor e devedor, cujo objeto é a prestação pessoal, licita, determinada ou deter​minável, de cunho econômico, positiva ou negativa. 
02.-)	Quais os elementos constitutivos da obrigação? 
R.: 	Os elementos constitutivos da obrigação são: 
	a) sujeito ativo (credor); 
	b) su​jeito passivo (devedor); 
	c) objeto possível, licito e suscetível de apreciação eco​nômica; e 
	d) vínculo jurídico. 
03.-)	Em que consiste esse vínculo jurídico? 
R.: 	O vínculo jurídico compreende:
	- de um lado, o dever (ou débito) da pessoa obrigada (debitum, em latim);
	- de ou​tro, a responsabilidade (obligatio), que surge em caso de inadimplemento da obrigação. 
	O débito é matéria de Di​r.Privado, a responsabilidade é matéria de Dir.Público (processual). 
04.-)	Quais são as fontes das obrigações perante o direito brasileiro? 
R.: 	A lei é a fonte primária ou imediata das obrigações. Como fontes secundárias ou mediatas das obrigações, nosso Código Civil considera os contratos, as declarações unilaterais de vontade e os atos ilícitos. 
	Modernamente, também são considerados como fonte das obrigações o risco profissional, isto é, aquele assumido pelo empregado ao desenvolver atividade profissional, não se cogitando de sua culpa no caso de infortúnio, considerando-se a culpa do em​pregador como objetiva.
05.-)	Como se classificam as obrigações? 
R.: 	As obrigações podem ser: 
	a) de dar ou restituir (coisa certa ou coisa incer​ta); 
	b) de fazer; e 
	c) de não fazer. 
	As duas primeiras são positivas; a terceira, ne​gativa. 
06.-)	O que são obrigações ambulatórias? 
R.: 	Obrigações ambulatórias são as obrigações que podem ser transferidas sem formalidades, passando de um titular para outro (Ex: títulos ao portador; bilhetes de cinema, de teatro, de trem etc.). 
07.-)	O que são obrigações propter rem? 
R.: 	Obrigações propter rem são obrigações que acompanham a coisa, ou seja, quem se tornar titular será o devedor (Ex: encargos condominiais, IPTU, demarcação entre prédios etc.). 
08.-)	Em que consiste a obrigação de dar? 
R.: 	Consiste em comprometer-se o devedor a entregar algu​ma coisa ao credor. Esta coisa pode ser certa ou incerta, específica ou genérica. 
	Quando a coisa for certa, a obrigação de dar abrange os acessórios, embora não mencionados, salvo se o contrário resultar do título ou das circunstâncias do caso. A coisa incerta deverá ser indicada, ao menos, pelo gênero e pela quan​tidade. Confere ao credor direito pessoal, e não real. 
09.-)	O devedor comprometeu-se a entregar ao credor coisa determinada, de valor 1.000. Por motivos supervenientes, ficou privado do bem e propôs ao credor entregar-lhe outro bem, no valor de 10.000. O credor é obrigado a aceitar a proposta do devedor? 
R.: 	Não. O credor não é obrigado a aceitar coisa diversa da prometida, mesmo sendo mais valiosa. 
10.-)	O devedor deverá pagar ao credor a quantia de 1.000 unidades mone​tárias. Na data do vencimento da obrigação, propõe ao credor que aceite pagamento parcelado, comprometendo-se a pagar juros, correção mone​tária e quaisquer outras despesas decorrentes de seu atraso no pagamento. O credor é obrigado a aceitar? 
R.: 	Não. O credor não é obrigado a aceitar a proposta do devedor. Se não tiver sido convencionado, o devedor não poderá desobrigar-se por partes. 
11.-)	Explique o que envolve obrigação de dar coisa certa. 
R.: 	A obrigação de dar coisa certa envolve a entrega de um bem perfeita​mente determinado e individualizado, com características próprias que o tornam individual, único (ex: um carro, marca Fiat, modelo Palio, placa GGG 0000, chassi 0000000; um livro, Prática no processo civil, Editora Zecunha, l.ª edição, exemplar n.º 0000, autografado pelo autor etc.). 
12.-)	Pode o credor de obrigação de coisa certa ser forçado a receber outro bem? 
R.:	O credor não pode ser obrigado a receber coisa diversa da pactuada, ainda que mais valiosa. 
	A regra contida no art.313-CC não mais se aplica apenas para o caso das obrigações de dar coisa certa, mas sim, representa uma regra de aplicação geral à todas as modalidade de obrigações (dar, fazer e não fazer), não sendo possível obrigar o credor a aceitar prestação diversa daquela que foi objeto do ajuste original entre as partes. 
13.-)	Como fica a obrigação de dar coisa certa no caso de haver perda do bem? 
R.: 	Se, antes da tradição (efetiva transferência do domínio), o bem se perde sem culpa do devedor (Ex: o animal morre de causas naturais ou desconhecidas; o carro é furtado, etc), a obrigação resolve-se para ambas as partes, sofrendo o proprietário, no caso o devedor, os prejuízos. Todavia, se o bem se perde por culpa do devedor, este responderá pelo equivalente mais perdas e danos. 
	O art.234-CC cuida das hipóteses de obrigação de entrega de coisa certa que perece antes da tradição, ou seja, dos casos em que a obrigação de entregar ou restituição ainda não foi cumprida, mas seu objeto, que é certo, se perde (seja em decorrência de ato ilícito ou deterioração de qual​quer origem). 
	O conceito de perda para o direito é amplo, podendo abranger várias hipóteses, ou seja, tanto a ocorrência de desaparecimento total (interitus rei) quanto a perda de suas qualidades essenciais, tornar-se indisponível, passar a situar-se em lugar que se tornou ina​tingível, confundir-se com outra.. 
14.-)	Como fica a obrigação de dar coisa certa no caso de haver deterioração do bem? 
R.: 	Se, antes da tradição (quando então ocorre a efetiva transferência do domínio), o bem se deteriora sem culpa do devedor (ex: o animal sofre um acidente e fica manco, o carro é abalroado etc), o art.235-CC prevê que o credor poderá optar por resolver a obrigação ou ficar com o bem, abatendo-se do preço o valor correspondente à depreciação havida com a deterioração. 
	Entretanto, no caso do bem se deteriorar por culpa do devedor, a previsão contida no art.236-CC, determina que o credor poderá optar entre resolver a obrigação e ficar com o bem, com direito a reclamar, em qualquer dos casos, as perdas e danos. 
15.-)	Diferencie obrigação de dar coisa certa da obrigação de restituir. 
R.: 	Ao contrário do que ocorre com a obrigação de dar coisa certa, a obrigação de restituir não tem por escopo a transferência do domínio, desti​nando-se tão-somente a proporcionar, temporariamente, o uso, fruição ou posse direta de um bem (ex: contrato de locação, depósito, comodato etc.). 
16.-)	Explique o que envolve obrigação de dar coisa incerta. 
R.: 	A obrigação de dar coisa incerta consiste no negócio jurídico que tem o objeto indicado deforma genérica no início da relação, vindo a ser determinado mediante um ato de escolha, por ocasião de seu cumprimento. 
17.-)	Quais as condições mínimas das obrigações de dar coisa incerta? 
R.: 	A coisa deverá ser indicada, ao menos, pelo gênero e quantidade, ex: 100 sacas de milho; 5 vacas etc.
	A obrigação de dar coisa incerta, disciplinada no art.243-CC, só é possível se o credor e o devedor tiverem condi​ções mínimas de identificar o bem a ser entregue. Tal identificação mínima reside na indi​cação do gênero e da quantidade. Note que tanto o gênero como a quantidade devem ser indi​cados, pois não se trata de requisitos alternativos, na medida em que a presença de apenas um deles não permitirá a escolha ou concentração.
	A escolha ou concentração é o ato pelo qual se identifica a coisa incer​ta, que, neste momento, se torna certa e passa a ser regida pelas regras aplicáveis à obriga​ção de dar coisa certa. 
	Basta imaginar que a obrigação de entregar cem sacas de café é obri​gação de dar coisa incerta, pois não há especificação do tipo de café a ser entregue, de modo que diversos deles poderão representar o atendimento da prestação. 
	Não é suficiente afir​mar que o objeto da prestação é cem sacas (quantidade), sem especificar o gênero do pro​duto, pois a obrigação será inexequível. 
	Do mesmo modo, não basta dizer que deverão ser entregues sacas de café colombiano (gênero), sem a indicação da quantidade delas. 
	Não sendo a prestação determinável - pelo gênero e pela quantidade -, ao menos haverá que reconhecer a invalidade do negócio nos termos do disposto no art.166, inc.II, combinado com o art.104, inc. II, ambos do Código Civil.
18.-)	As obrigações de dar coisa incerta podem ser confundidas com as obrigações alternativas? 
R.-	Não. A obrigação de dar coisa incerta não se confunde com as obrigações alterna​tivas. As obrigações alternativas estão disciplinadas entre os arts.252 e 256-CC, sendo que possuem prestações especificadas e não se identificam apenas pelo gênero e pela quantidade.
	Essencialmente, nas obrigações alternativas, as prestações colo​cadas à escolha de um dos contratantes são, em si, certas e determinadas, não sendo, neces​sariamente, do mesmo gênero. 
19.-)	Nas obrigações de dar coisa incerta, de regra a quem cabe o direito de escolha? 
R.: 	Segundo a regra consagrada pelo art.244-CC, salvo estipulação em contrário, nas obrigações de dar coisa incerta a escolha cabe ao devedor, que, por sua vez, não poderá dar a coisa pior, nem será obrigado a prestar a melhor. 
20.-)	Nas obrigações de dar coisa incerta, como se chama o ato de escolha? 
R.: 	Denomina-se concentração ao ato de escolha, que é a individuação da coisa a ser entregue no ato do pagamento. Feita a escolha, seguem-se as regras das obrigações de dar coisa certa. 
21.-)	Corno fica a obrigação de dar coisa incerta no caso de haver perda do bem?
R.: 	Em sintonia com os comandos emanados do art.246-CC, antes da escolha, o devedor não poderá alegar perda ou deterioração da coisa, ainda que por força maior, ou caso fortuito. 
	Se alguém vier a prometer 50 sacos de laranja, ainda que se percam em sua fazenda todas as existentes, nem por isso eximir-se-á da obrigação, urna vez que poderá obter laranjas em outro local 
	Cabe ser ressaltado que, o gênero, em regra, não perece. 
22.-)	Em que consiste a obrigação de fazer? 
R.: 	Obrigação de fazer consiste na prática de um ato ou de um serviço, prestado pelo devedor.
	Geralmente, a pessoa do devedor assume papel relevante no cum​primento dessa espécie de obrigação, como no caso em que o credor contrata determinado artista para pintar um quadro. 
23.-)	Explique o que envolvem as obrigações de fazer. 
R.: 	A obrigação de fazer é aquela que vincula o devedor à prestação de um serviço em benefício do credor ou de terceira pessoa. 
	Segundo dispões o art.594-CC, a prestação de serviços compreende uma ampla gama de atividades lícitas realizadas por aquele que pratica um serviço especializado e eventual, abrangendo o exercício remunerado de um ofício (ex: encanadores, pedreiros, carpinteiro etc); de um profissional liberal (ex: advogado, médico, contadores etc); e de empresas especializadas (dedetização, vigilância, conservação etc) que terceirizam serviços. 
	Em termos essenciais, as obrigações de fazer podem decorrer de condutas físicas (materiais) ou intelectuais (imateriais). Caso decorra de atividade ilícita e/ou que possam ferir os bons cos​tumes, o negócio jurídico será reputado nulo, conforme previsto no art.166, incs. II e III - CC. 
	A prestação de serviço é um contrato:
- 	bilateral que geram direitos e obrigações para ambas as partes; 
- 	oneroso, pois os sacrifícios e vantagens são recíprocos, sendo a remuneração do prestador do serviço inerente ao contrato; 
- 	sinalagmático, pressupondo um perfeito equilíbrio entre prestação e contraprestação,
- 	normalmente realizado intuitu personae. 
- 	consensual e não solene, aperfeiçoando-se mediante simples acordo de vontades, sem a necessidade de adoção de formalidades. 
	Por exemplo: datilografar um trabalho; cortar o cabelo; escrever um artigo etc. 
24.-)	Como se relaciona a obrigação de dar ou restituir coisa certa ou incer​ta com a característica dos bens quanto a sua fungibilidade? 
R.: 	A obrigação de dar ou restituir coisas certas recai sempre sobre bens infun​gíveis, pois são individualizados, não podendo ser substituídos, nem mesmo por outros de maior valor. 
	A obrigação de dar ou restituir coisa incerta recai sempre sobre bens fungíveis, e consiste em entregar bens de mesma espécie, qualidade e quantidade. 
25.;-)	Em que se diferenciam as coisas incertas em sentido próprio (ou estri​to) das coisas incertas em sentido impróprio (ou amplo) e qual a principal consequência dessa distinção? 
R.:	Nas coisas incertas em sentido próprio, os bens são indicados somente pelo gênero ou espécie e pela quantidade, não sendo especificada a qualidade. 
	Nas coisas incertas em sentido impróprio, indica-se o gênero ou a espécie, a quanti​dade e também a qualidade. 
	Uma vez que a obrigação de coisas incertas em sentido próprio não especifica a qualidade, o conceito de coisa incerta não coincide exatamente com o de coisa fungível. Considera-se que o devedor deverá cumprir a obrigação entregando produto com a qualidade média da coisa, não podendo dar coisa pior, nem sendo obriga​do a prestar a melhor. 
	Já no caso de coisas incertas em sentido impróprio, o deve​dor deverá entregar coisa exatamente da mesma espécie. 
Sendo assim, a consequência principal é, portanto, a forma como são cumpridas as obrigações no tocante à qualidade da coisa. 
26.-)	O que é obrigação de fazer pessoal? 
R.: 	Obrigação de fazer pessoal ou intuitu personae (personalíssima) é a obrigação que leva em consideração as qualidades pessoais do obrigado, podendo o credor exigir que a prestação pactuada seja fornecida pelo próprio devedor, devido a sua habilidade técnica, cultura, idoneidade etc. 
Ex: serviços prestados por um ilustre advogado, artista, cantor, poeta, mecânico etc. 
	Segundo o art.247-CC, caso o devedor se recuse ao cumprimento da prestação, responderá por perdas e danos, vez que ninguém pode ser diretamente coagido a praticar o ato a que se obrigara. 
Ex: o artista plástico que, após aceitar a obrigação, injustificadamente recusa-se a fazer o retrato, responderá por perdas e danos. 
27.-)	Explique a possibilidade de adimplemento da obrigação de fazer por terceiros. 
R.: 	Segundo o art.249-CC, em se tratando de obrigação fungível, ou seja, podendo a prestação ser efetuada indiferentemente tanto pelo devedor corno por terceiro, caso seja verificado recusa ou mora do obrigado, o credor, ao invés de requerer perdas e danos, poderá mandá-la executar à custa dele . 
Ex: se o empreiteiro que se obrigara a construir urna casa dentro do prazo de um ano tornar-se inadimplente ou em mora, poderáo credor mandar operários executar o serviço às expensas do empreiteiro, obser​vando o procedimento previsto no art. 632 e sgts do CPC. 
28. 	Explique as obrigações de não fazer. 
R.: 	Obrigação de não fazer é aquela em que o devedor assume o compro​misso de se abster de algum fato que poderia praticar livremente se não se tivesse se obrigado, seja para atender a interesse jurídico do credor ou de terceiro. 
Ex: a de não vender urna casa a não ser ao credor; não construir muro acima de certa altura; o alienante de algum negócio obriga-se a não abrir outro, do mesmo ramo, durante certo lapso de tempo; o empregado que se obriga a guardar segredo industrial; a empresa que se obriga a entregar a representação de seus produtos, para certo setor, com exclusividade para alguém etc. 
29.-)	Em que hipótese a obrigação de não fazer se resolve sem culpa do devedor? 
R.: 	Com base no disposto no art.250-CC, resolve-se a obrigação de não fazer sem culpa do devedor, sempre que lhe for impossível abster-se do ato que se obrigou a não praticar. 
Ex: a obrigação de não fazer pode esta presente no compromisso de não demolir determinada edificação existente em um terreno (objeto principal). Assim, a obrigação assumida de não demolir (não fazer) estará extinta se a construção desmoronar em decorrência de fenômeno natural, tal como um terremoto, uma vez que o desmoronamento em tais condições tornará impossível cumprir a obrigação de não demolir.
30.-)	Se o devedor se obriga a prestar determinado serviço e depois se recusa a fazê-lo, como poderá agir o credor, em casos urgentes? 
R.: 	Recusando-se o devedor a prestar o serviço contratado, poderá o credor, em ca​sos urgentes, e independentemente de prévia autorização judicial, contratar terceiro para executar a prestação, às custas do devedor. 
Segundo o art.249-CC, realizada a prestação, o credor po​derá ajuizar ação de indenização contra o devedor, para ser integralmente ressarci​do das despesas havidas. Deverá, para tal, demonstrar em juízo a situação de urgência que o levou à referida contratação. Nesse caso, ao contrário das legislações anteriores, o atual Código Civil tornou dispensável a intervenção judicial para a nomeação de terceiro, o que per​mite maior rapidez na execução das obrigações de fazer. No entanto, esse procedi​mento somente é aplicável às obrigações fungiveis. 
	Quanto às obrigações infungíveis, que somente podem ser cumpridas por um único devedor, e caso este se recuse a cumprir a obrigação, restará ao credor somente buscar, pela via judicial, a respectiva indenização pelo descumprimento. 
31.-)	Em que consiste a obrigação de não fazer? 
R.: 	Obrigação de não fazer consiste no compromisso do devedor de não prati​car determinado ato, que, em princípio, poderia livremente praticar, se não se houvesse obrigado a não fazê-lo, 
E obrigação negativa, real, abstrata, vaga, in​determinada, assumida com o objetivo de não prejudicar direito alheio. Pratica​do o ato pelo devedor, a cuja abstenção se obrigara, o credor poderá exigir dele que a desfaça, sob pena de o fazer à sua custa, cabendo ao devedor o ressarci​mento por perdas e danos. 
	Em caso de urgência, poderá o credor desfazer ou mandar desfazer, independentemente de autorização judicial, sem prejuízo do ressarcimento devido. 
32.-)	Diferencie obrigações transeuntes de obrigações de trato sucessivo. 
R.: 	Obrigações transeuntes, ou instantâneas, são aquelas que exaurem com um só ato ou fato.
Obrigações de trato sucessivo, ou periódicas, são aquelas cumpridas por meio de prestações que se prolongam no tempo, como por exemplo, um contrato de locação
33.-)	Quanto ao número de credores e ao objeto da prestação, como se clas​sificam as obrigações? 
R.: 	Podem ser simples, quando há somente um devedor, um credor e um único objeto; ou complexas, quando houver mais de um devedor, mais de um credor, ou mais de um objeto. 
34.-) O que são obrigações cumulativas? 
R.: 	Obrigações cumulativas são aquelas em que devem ser cumpridas duas ou mais obrigações, mas o devedor somente se exonerará se cumprir todas elas. 
35.-)	O que são obrigações facultativas? 
R.: 	Obrigações facultativas são aquelas em que, embora haja somente uma obrigação, o devedor pode desonerar-se dela, substituindo a obrigação devida por outra, à sua escolha. 
36.-)	O que são obrigações alternativas? 
R.: 	Obrigações alternativas são aquelas em que há mais de uma obrigação esti​pulada, podendo o devedor escolher, dentre elas, aquela que lhe convier, para desonerar-se, se de outra forma não foi estipulado. 
37.-)	Qual a diferença entre obrigação alternativa e obrigação de dar coisa incerta? 
R.: 	Na obrigação alternativa, existem várias formas de cumprir-se a obrigação, recaindo a escolha sobre uma delas, que é certa, determinada, liquida. 
	Na obriga​ção de dar coisa incerta, o objeto da prestação é um só, embora indeterminado. 
38.-)	O que são obrigações divisíveis e indivisíveis? 
R.: 	As obrigações divisíveis permitem que o devedor cumpra a obrigação assu​mida por partes.
	As obrigações indivisíveis são as que somente podem ser cum​pridas totalmente, na íntegra, portanto, quando a prestação tiver por objeto uma coisa ou um fato insuscetível de divisão, por sua natureza, por moti​vo de ordem econômica, ou dada a razão determinante do negócio jurídico. 
	Ha​vendo mais de um devedor ou mais de um credor em obrigação divisível, esta presume-se dividida em tantas obrigações, iguais e distintas, quanto os credores ou devedores. 
39.-)	O que são obrigações solidárias? 
R.: 	Obrigações solidárias são aquelas em que concorre mais de um credor, ou mais de um devedor, cada um com direito, ou obrigado, à dívida toda. 	Existindo solidariedade, o credor será livre para acionar um dos devedores, alguns deles ou todos, a seu critério. 
	A solidariedade pode ser ativa ou passiva, conforme haja, respectivamente, pluralidade de credores ou de devedores. 
40.-)	Haverá sempre solidariedade, quando houver mais de um credor ou mais de um devedor na relação obrigacional? 
R.: 	Não. A solidariedade não se presume; resulta da lei ou da vontade das partes. 
41.-)	Havendo solidariedade entre os devedores, demandado um deles, po​derá alegar, em sua defesa, o benefício da divisão, isto é, a necessidade de serem todos os co-devedores demandados, para juntos se defenderem, sen​do também juntos condenados ou absolvidos? 
R.: 	Não poderá ser invocado este beneficio, porque o credor conserva intacto seu direito quanto aos demais, sem necessidade de demandá-los diretamente. 
42.-)	Havendo solidariedade, se um dos codevedores é demandado pelo credor e paga, sozinho, o total da divida, os demais codevedores têm ainda dívida com o credor? 
R.: 	Recebida integralmente a prestação, liberam-se, frente ao credor, todos os codevedores. 
Se o pagamento for parcial, o credor continua a ter o direito de exigir o restante de um, de alguns ou de todos os devedores, à sua escolha. 
43.-)	Que são obrigações de meio e obrigações de resultado? Exemplifi​car. 
R.: 	Obrigações de meio - a obrigação do devedor consiste em ser diligente, conduzir-se com prudência e empenhar-se para alcançar determinado resultado. Considera-se cumprida mesmo que não seja consegui​do o resultado almejado. É o caso de serviços prestados por médicos (mas nem sempre o dos cirurgiões plásticos) ou advogados. 
	Obrigações de resultado - nas obrigações de resultado o devedor se obriga a realizar um fato determinado, a alcançar certo objetivo, sendo que a obrigação só se considera cumprida alcançando-se o resultado previamente definido. Ex.: serviços de engenharia, contrato de transporte etc. 
44.-)	O que são obrigações principais e acessórias? 
R.: 	Obrigações principais - são as que têm vida própria e independente, como, por exem​plo, um contrato de compra e venda; 
	Obrigações acessórias - são as subordinadas e depen​dentes da obrigação principalcomo, por exemplo, o contrato de fiança em relação ao de compra e venda. 
45.-)	O que são obrigações condicionais? 
R.: 	Obrigações condicionais são aquelas cujo cumprimento está sujeito à ocor​rência de evento futuro e incerto como, por exemplo, o pagamento do seguro por acidente. 
46.-)	O que são obrigações líquidas e iliquidas? 
R.: 	Obrigações líquidas- são as certas quanto à existência e determinadas quanto ao obje​to. 
	Obrigações ilíquidas- dependem de apuração, para que o valor correto, ainda incerto, seja determinado. 
	
47.-)	O que são obrigações civis? 
R.: 	Obrigações civis - são aquelas em que existe débito e responsabilidade, sen​do juridicamente exigíveis. Ex.: cheque, título de crédito. 
48.-)	O que são obrigações naturais? 
R.: 	Obrigações naturais - são aquelas em que existe débito mas inexiste respon​sabilidade, sendo, portanto, inexigíveis juridicamente. Os casos mais comuns em nosso direito são as dívidas prescritas, as dívidas de jogo e os juros não previamente convencionados. 
	Na obrigações naturais, o credor não tem o direito de exigir o pagamento e o devedor não poderá ser forçado a pagar. Entretanto, caso o devedor pague tal divida, não po​derá pedir a repetição do indébito. 
49.-)	O que são obrigações comerciais? 
R.: 	Obrigações comerciais são aquelas que derivam de negócios tipicamente mercantis. 
50.-)	Existe diferença essencial entre a obrigação de natureza civil e a de natureza comercial? 
R.: 	Não existe diferença essencial. 
	A obrigação mercantil (ou comercial) apre​senta algumas regras peculiares, principalmente quanto a formas e prazos de pagamento, derivados, muitas vezes, de usos e costumes, mas fundamental​mente não há sentido em diferenciá-las. 
51.-)	Diferencie dano emergente de lucro cessante. 
R.: 	Dano emergente é a perda efetivamente sofrida pelo credor. 
	Lucro cessante é o que deixou razoavelmente de ganhar. 
52.-)	O que envolvem obrigações alternativas? 
R.: 	Obrigação alternativa é aquela que tem por objeto duas ou mais presta​ções, das quais uma somente será cumprida. 
	Ex: o devedor obriga-se a pagar em moeda nacional ou estrangeira; a prestar garantia real ou fidejussória; a transportar pessoalmente ou a fornecer o transporte etc. 
53.-)	Nas obrigações alternativas, como se resolve a obrigação se houver impos​sibilidade de qualquer das prestações cabendo a escolha ao devedor? 
R.: 	As hipóteses são: 
I.-) 	segundo art.253-CC, se uma das duas prestações não puder ser objeto da obrigação, ou tornar-se inexeqüível, subsistirá o débito quanto à outra. 
	Tal disposição alcança os casos em que uma das prestações perece ou não pode ser obje​to da obrigação sem culpa do devedor. Importa notar que somente uma das presta​ções remanesce e, por isso mesmo, concentra-se nela a opção, passando a haver uma obriga​ção simples, e não alternativa. 
	É possível imaginar algum caso em que a alternativa seja a essência da obrigação. Nesse caso, desaparecendo a alternativa, é de considerar resolvi​da a obrigação. 
	Para exemplificar, imagine que um viajante contrate prestações alternativas consistentes em ter à sua escolha, em determinado local de seu percurso, um barco ou um avião para prosse​guir viagem. Essas alternativas lhe são essenciais, pois somente desse modo poderá prosseguir a viagem aventureira a que se comprometeu. No entanto, nesse local isolado, o barco, que era uma de suas alternativas, sofre uma pane que o impossibilita de navegar. A consolidação da obrigação na entrega do avião não atenderá às suas necessidades, pois condições climáticas inesperadas poderão acarretar sua inutilidade. 
	Desse modo, antes mesmo de chegar ao local da entrega da prestação, poderá dar por desfeito o negócio, na medida em que a existência das alternativas é, por si mesma, fundamental ao resultado visado pelo credor. 
	Como há de ser concluído através do exemplo supra, a própria alternatividade desaparece, de modo que o que se verificará será uma cláusula reso​lutiva, ou seja, desaparecendo uma das duas alternativas, resolve-se a obrigação. 
II.-) 	segundo o art.254-CC, se, por culpa do devedor, as prestações se impossibilitarem, ficará obrigado a pagar o valor da que por último se impossibilitou, mais as perdas e danos. 
Nesse caso, a escolha não é feita pelo credor, mas sim pelo próprio devedor culpado do perecimento. Por sua culpa, alguma ou algumas das alternativas se tornam impossíveis. Enquanto remanescerem alternativas será o caso de ima​ginar que o devedor culpado optou por elas e descartou a que pereceu por culpa sua. Caso somente uma única prestação permaneça, será esta devida ao credor, já que as demais pere​ceram por culpa do devedor, o que equivale a urna espécie de escolha efetuada por ele, que não foi diligente para preservar as outras. Nesse caso, portanto, cuidar-se-á de uma prestação simples, que se perde por culpa do devedor. 
	A solução do art.254-CC é idêntica ao do art.234, segunda parte, CC. Em ambos os artigos, além de pagar o valor da própria prestação que se impossibilitou, o devedor culpado deverá indenizar as perdas e danos, em sintonia com o artigo art.402-CC. 
III.-)	conforme art.256-CC, se, sem culpa do devedor, as prestações se impossibilitarem, resolve-se a obrigação, liberando-se as partes contratantes.
 
54.-)	Nas obrigações alternativas, como se resolve a obrigação se houver impos​sibilidade de qualquer das prestações cabendo a escolha ao credor? 
R.: 	As hipóteses são: 
I.-) 	se, sem culpa do devedor, uma das prestações não puder ser objeto da obrigação, ou se tornar inexeqüível, subsistirá o débito quanto à outra, conforme previsão consagrada no art. 253-CC; 
II.-)	se, por culpa do devedor, uma das prestações se impossibilitar, o credor terá direito de exigir ou a prestação subsistente ou o valor da outra, com perdas e danos, conforme determinado pelo art. 255, primeira parte - CC; 
III.-) 	se, por culpa do devedor, perecem ambas as prestações, o credor poderá exigir o valor de qual​quer das duas, além de indenização por perdas e danos, segundo o princípio emanado do art. 255, segunda parte - CC; 
IV.-) 	se, sem culpa do devedor, as prestações se impossibilitarem, resolves​se a obrigação, liberando-se as partes contratantes, conforme determina o art. 256-CC. 
55.-)	Quanto a divisibilidade ou não das obrigações, qual é a regra básica? 
R.: 	Havendo apenas um credor e um só devedor, irrelevante indagar se a prestação é ou não divisível, pois, quer seja, quer não seja, deve ser prestada por inteiro, se outra coisa não se convencionou, segundo sustenta o art.314-CC. Tal dispositivo encontra sintonia e paralelo no art.313-CC, segundo o qual ninguém é obrigado a receber prestação diversa da que lhe é devida. Esta é a regra.
	Contudo, se a obrigação for fracionada entre diversos credores, não se poderá negar ao devedor o direito de efetuar o pagamento proporcionalmen​te a cada um dos credores, conforme assim é autorizado pela regra emanada do art.257-CC. Esta também é a regra geral.
	Ainda como regra, cabe também ser destacado que, os pagamentos parciais não poderão acarretar redução às garantias da dívida, de acordo com o princípio da indivisibilidade da garantia e os efeitos do próprio direito real de garantia, nos termos do art.1.421-CC. 
	Entretanto, merece igual destaque, agora como EXCEÇÃO A REGRA do arts.313 e 314-CC, os comandos consagrados no parágrafo segundo, do art.52, do Código de Defesa do Consumidor que autoriza o consumi​dor a quitar seu débito antecipadamente, total ou parcialmente. 	
	Ante a EXCEÇÃO supra, é possível reconhecer até mesmo a ocorrência de abuso de direito (art.187-CC) caso o credor se recuse a receber o pagamento parcelado de contas de luz ou água em atraso, por exemplo, para evi​tar o respectivo corte do fornecimento, uma vez que a outra solução possível será exatamente o aludido corte do fornecimento e a cobrança da dívi​da. 
	Assim, se o consumidorquer pagar os débitos vincendos e parcelar o atrasado, não se vis​lumbra finalidade social e econômica útil para a recusa ao recebimento parcelado, tal como o Egrégio Primeiro Tribunal de Alçada Civil já teve oportunidade de decidir em acórdão pro​ferido nos autos do Agravo de Instrumento n. 1.130.350.7, rel. Juiz Rui Cascaldi, j. 16.10.2002. 
	O abuso de direito do credor poderia ser identificado nos casos em que o devedor ina​dimplente não dispõe de patrimônio algum, ou opõe à execução embargos que protelam por muito tempo o recebimento efetivo da dívida. 
	Em tais hipóteses, qual a razão jurídica para que o credor recuse o parcelamento? 
	Se não houver fundamento jurídico defensável para essa recusa, ela será abusiva, a despeito do teor do artigo em exame. Cabe ser destacado que, atualmente, a possibilidade de parcelamento da dívida está prevista no art.745-A-CPC, que admite expressamente que o executado deposite nos autos da execução, no prazo dos embargos, 30% do valor devido, com custas e honorários, e obtenha o parcelamento do saldo em seis parcelas. Tal dispositivo processual dispensa o exame do prejuízo do cre​dor com o procedimento e a verificação da possibilidade econômica do devedor. Limita-se a criar uma regra genérica que, de acordo com alguns entendimentos doutrinários, possui o efeito até mesmo de revogar parcialmente os comandos do art.314-CC.
	Entretanto, O PARCELAMENTO ADMITIDO PELO CPC NÃO PODE SER ABSOLUTO. Uma vez identificado situação em que o parcelamento, pleiteado pelo devedor, é dispensável e a demora se apresentará extremamente nociva ao credor, abre-se a possibilidade de utilizar os argumentos até aqui expostos (art. 313 e 314-CC) para afastar a regra benéfica ao devedor e recusar a aplicação do artigo 745-A-CPC, com amparo na boa-fé objetiva e na vedação do abuso de direito.
 
56.-)	Diferencie obrigação divisível de obrigação indivisível. 
R.: 	Obrigação divisível é aquela cuja prestação é suscetível de cumprimento parcial, sem prejuízo de sua substância e de seu valor. Segundo o art.257-CC, havendo mais de um devedor ou mais de um credor, haverá presunção relativa de que a obrigação está dividida em tantas partes, iguais e distintas, quantos forem os credores ou devedores. Sendo que cada credor só poderá pedir sua parte e o devedor, por sua vez, só poderá ser demandado por sua. 
	Já obrigação indivisível é aquela cuja prestação só pode ser cumprida por inteiro. 
57.-)	Quando cessa a indivisibilidade? 
R.: 	O inadimplemento da obrigação indivisível converte-a em perdas e danos, dando lugar à indenização, em dinheiro, dos prejuízos causados ao credor, o que torna a obrigação divisível. 
	Com base nos comandos do art.263-CC, se apenas um dos devedores foi o culpado pela inadimplência, só ele responderá pelas perdas e danos, exone​rando-se os demais; mas, se a culpa for de todos, todos responderão por partes iguais. 
58.-)	Defina obrigação solidária. 
R.: 	Diz-se solidária a obrigação quando no mesmo negócio jurídico concorre mais de um credor, ou mais de um devedor, cada um com direito, ou obrigado, à dívida toda. 
59.-)	Qual o princípio básico que rege as obrigações solidárias? 
R.: 	Conforme art.265-CC, a solidariedade não se presume; resulta da lei ou da vontade das partes. 
	Em outras palavras, a solidariedade deve ser expressamente acordada pelas partes ou resultar de imposição legal. 
60.-)	Explique o princípio da variabilidade do modo. 
R.: 	Embora se reconheça no direito brasileiro a "unidade do vínculo", onde todos os co-credores ou co-devedores têm direito ou são obrigados pela dívida toda, segundo os comandos do art.266-CC, a obrigação solidária única pode revestir-se de características próprias em relação aos diversos sujeitos, ou seja, pode ser "condicional ou a prazo" para uns e "pura e simples" para outros, visto que a "solidariedade" diz respeito à prestação e não à maneira pela qual ela é devida (princípio da variabilidade do modo). 
61.-)	No caso de credores solidários, a quem o devedor deverá efetuar o pagamento? 
R.: 	Segundo previsto no art.267-CC, o pagamento feito a qualquer dos credores solidários extingue inteira​mente a dívida. 
62.-)	Que direito cabe ao devedor solidário que quita totalmente o débito? 
R.: 	O devedor que satisfaz à dívida por inteiro tem direito a exigir de cada um dos co-devedores sua cota, dividindo-se igualmente por todos a parte de eventual devedor insolvente. 
63.-)	Qual é a principal característica da chamada obrigação natural? 
R.: 	A principal característica da obrigação natural é o fato de que o credor de semelhante obrigação não dispõe de ação para reclamar o pagamento, dado que ela é desprovida de exigibilidade. 
	Exemplos de obrigações naturais: dívidas prescritas; dívidas de jogo; juros não convencionados etc. 
64.-)	Defina cessão de crédito. 
R.: 	Cessão de crédito, segundo consta no art.286-CC, pode ser definida corno a transferência, a título gratuito ou oneroso, que o credor faz a outrem de seus direitos. 
65.-)	Que créditos podem ser cedidos? 
R.: 	Segundo o princípio consagrado no art.286-CC, qualquer crédito poderá ser cedido, conste ou não de um título, esteja vencido ou por vencer, se a isso não se opuser: 
	I.-	a natureza da obrigação, corno ocorre nos casos dos direitos personalíssirnos; 
	II.-	a convenção com o devedor, pacto de non cedendo; 
	III.-	 a lei. 
66.-)	Quais as espécies de cessão de crédito? 
R.: 	A cessão de crédito pode ser convencional, legal ou judicial. 
	Destas, a mais comum é a convencional, que pode ser onerosa ou gratuita. 
67.-)	De regra, responde o cedente pela solvência do devedor? 
R.: 	Segundo previsto no art.296-CC, o cedente é responsável pela existência do crédito ao tempo em que cedeu, porém não responde pela solvência do devedor. 
68.-)	O que é assunção de dívida? 
R.: 	Assunção de dívida, ou cessão de débito, é a possibilidade de urna pessoa, estranha à relação contratual, assumir a obrigação do devedor, que, neste caso, fica exonerado. 
	Tal como determinado no art.299-CC, a assunção só é válida se contar com consentimento expresso do credor. 
69.-)	Diferencie solvens de accipiens. 
R.: 	Solvens é a pessoa que efetua o pagamento (devedor).
	Accipiens é a pessoa que recebe (credor). 
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