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Consumo alimentar e prática

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Autor correspondente: Eva Teresinha de Oliveira Boff, Ligia Beatriz Bento Franz. Rua do Comércio, nº 
3000, Bairro Universitário, Ijuí/RS, Brasil, CEP 98700-000. Fone: (055) 33320461. E-mail: 
evaboff@unijui.edu.br, ligiafra@unijui.edu.br. 
Nome: 
 
 
 
Resumo 
 
Contextualização: Realiza-se um estudo com um grupo de estudantes universitários que, 
pela sua formação profissional, apresentam algum nível de responsabilidade quanto a 
promoção de bons hábitos alimentares e um estilo de vida mais saudável. Com as 
mudanças de hábitos de vida que facilitam uma vida sedentária e com hábitos alimentares 
inadequados a investigação destes fatores na vida adulta é necessária. Objetivo: verificar o 
consumo alimentar e nível de atividade física em estudantes universitários, de uma 
instituição de ensino superior, na perspectiva de compreender se estes futuros profissionais 
da área da saúde estão cientes de suas responsabilidades. Métodos: estudo quantitativo 
com delineamento descritivo e transversal, realizado com 31 estudantes formandos de uma 
Universidade do interior do noroeste do Estado do Rio Grande do Sul, no ano de 2011. O 
consumo alimentar foi colhido por meio do registro de três dias. A análise de adequação 
para energia e nutrientes considerou calorias, macronutrientes, ferro, cálcio e vitamina C, 
utilizando-se como adequados entre 90 a 110 %; inadequado < 90 % e > que 110%. As 
análises dos inquéritos, assim como suas adequações foram realizadas pelo software Diet 
Pro. Para avaliar o nível de atividade física foi utilizado o Questionário Internacional de 
Atividade Física–IPAQ versão curta. Resultados: Verificou-se nesse estudo que apenas 
dois estudantes (6,5%) encontraram-se em nível adequado para o consumo alimentar 
relacionado à energia; para proteínas, 12 (38,7%); carboidratos, 9 (29,0%); lipídios, 11 
(35,5%); ferro, 2 (6,5%); cálcio, 2 (6,5%) e vitamina C, 3 (9,7%). Em relação à atividade 
física encontraram-se 16 estudantes (51,6%) ativos; um (3,2%) sedentário; dois (6,5%) 
irregularmente ativo A; 5 (16,1%) irregularmente ativo B e 07 (22,6%) muito ativos. 
Conclusão: Apesar da população de estudo ser composta por estudantes universitários de 
cursos que trazem em suas ementas discussões sobre essas questões, o que poderia 
representar mudanças para um estilo de vida mais saudável, menos de 50% dos estudantes 
encontram-se com o consumo alimentar adequado para todas as variáveis. Para a atividade 
física os dados mostram que a metade dos estudantes são ativos, acentuando-se no curso 
de Educação Física, cujas atividades são inerentes a essa formação profissional. 
 
 
Palavras chaves: consumo alimentar; atividade física; universitários. 
 
 
 
 
 
 
Abstract 
 
Background: A study was carried out with a college student group who, by their training, 
has some level of responsibility for promoting good eating habits and a healthier lifestyle. 
With changes of the life habits towards a sedentary lifestyle and inadequate eating habits, 
the investigation of these factors in adulthood is needed. Objective: To verify the level of 
food intake and physical activity in college students of a higher education institution, in order 
to understand if these future healthcare professionals are aware of their responsibilities. 
Methods: A quantitative study with descriptive and cross-sectional design was conducted 
with 31students graduated from a university in the northwest region of Rio Grande do Sul 
state, in 2011. Food consumption was collected through the period of three consecutive 
days. Calories, macronutrients, iron, calcium and vitamin C were considered for the analysis 
of adequacy. Adequate energy and nutrients levels was considered between 90 to 110%; 
inadequate <90% and >to 110%. The analysis of surveys and their adjustments were made 
by the software Diet Pro. To assess the level of physical activity we used the International 
Physical Activity Questionnaire, IPAQ short version. Results: It has been found that only 2 
students (6.5%) met the appropriate level for food consumption related to energy; for 
proteins, 12 students (38.7%); carbohydrates, 9 (29.0%); lipids, 11 (35.5%); iron, 2 (6.5%); 
calcium 2 (6.5%); and vitamin C, 3 (9.7%). Regarding physical activity 16 students (51.6%) 
were classified as active; 1 (3.2%) sedentary; 2 (6.5%) irregularly active A; 5 (16.1%) 
irregularly active B; and 07 (22.6%) very active. Conclusion: even though the target 
population of this study is comprised of students that regularly discuss these issues in their 
courses, which could stimulate changes for healthier lifestyles, less than 50% of students find 
themselves with an adequate food intake for all variables. For the physical activity, the data 
show that half of the students are active, particularly in the Physical Education course, whose 
activities are associated with such training. 
 
 
Keywords: food intake, physical activity, college students. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Introdução 
 
Atualmente existe um amplo debate sobre as possibilidades de melhoria da 
qualidade de vida, sendo que um dos desejos das pessoas é ter uma vida longa e 
saudável. Sabe-se que um estilo de vida sedentário pode ter influência direta no 
início, no desenvolvimento e na recuperação de vários problemas vasculares e 
metabólicos e, que a prática de atividade física regular é reconhecida como sendo 
uma medida capaz de diminuir os níveis de risco desses problemas. Sendo assim é 
importante que as pessoas conscientizem-se e promovam ações na perspectiva de 
obterem melhor qualidade de vida. Nesse sentido é necessária a adoção de 
mudanças para hábitos saudáveis, optando por uma alimentação e atividades físicas 
prazerosas e adequadas, para conseguir bons resultados (MARCHESONI et al., 
2010). 
As mudanças que ocorreram nos padrões alimentares nas últimas décadas, 
como o aumento do consumo de açúcares simples, alimentos industrializados e 
ingestão insuficiente de frutas e hortaliças, contribuem diretamente para o ganho de 
peso da população (TORAL; SLATER; SILVA, 2007). 
Por outro lado, evidências confirmam que a prática de atividade física pelos 
jovens tem relação inversa com o risco de doenças crônicas não transmissíveis, 
como a obesidade, além de exercer um efeito positivo na qualidade de vida. A 
importância da manutenção de uma vida ativa também é justificada pelo fato de que 
os padrões de atividade na adolescência determinam parte dos níveis de atividade 
física na idade adulta (BARUKI et al., 2006). 
A relação da atividade física e da alimentação com a saúde é estudada há 
muitos anos, tendo como resultados a confirmação de que a prática de atividade 
física regular e uma alimentação equilibrada atuam diretamente na prevenção das 
doenças crônicas não transmissíveis (MARCONDELLI; SCHMITZ; COSTA, 2008). 
Os maus hábitos alimentares dos universitários podem ser influenciados pelos novos 
comportamentos e relações sociais, sugerindo indícios de transtornos alimentares 
em alguns alunos que, ansiosos, podem transformar a alimentação em “válvula de 
escape” para situações de estresse físico e mental (VIEIRA et al., 2002). 
 
Um estudo realizado com estudantes universitários de cursos da área de 
saúde de uma universidade da Espanha demonstrou, como principais achados, a 
inadequação dos hábitos alimentares (79,7%) e o alto nível de sedentarismo (65,5%) 
entre os estudantes da área de saúde, não se incluindo nesta afirmação os alunos 
do Curso de Educação Física, que se destacaram por serem mais ativos 
fisicamente, já que praticam atividade física como parte da própria grade curricular. 
Portanto, considera-se importante a realização de estudos que investigam o 
consumo alimentar, atividade física e estilo de vida em universitários,para a 
implementação de programas de saúde e qualidade de vida, bem como ampliar e 
aprofundar as discussões sobre essa temática. 
Assim, esta pesquisa teve como objetivo analisar o consumo alimentar e a 
prática de atividade física em estudantes universitários, formandos de uma 
Universidade do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul. 
 
 
Metodologia 
 
Apresentam-se os resultados de um estudo quantitativo com delineamento 
descritivo e transversal, realizado com acadêmicos de ambos os sexos, formandos 
de uma Universidade do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul. A escolha da 
amostra pesquisada justifica-se por entender-se que estes estudantes já 
vivenciaram discussões sobre essa temática, as quais poderiam promover 
mudanças nos hábitos alimentares e na prática de atividade física. Também, 
entende-se que esses profissionais têm o compromisso de auxiliar a população de 
sua abrangência profissional, na promoção de um estilo de vida saudável. 
No início da coleta de dados foram contatados 54 alunos, mas apenas 31 
concordaram em participar da pesquisa e retornaram com os dados solicitados. 
A coleta de dados foi realizada durante o período de 05 de julho a 30 de 
setembro de 2011, mediante agendamento, nas dependências da Universidade, 
sendo realizada avaliação nutricional individual e aplicado um questionário 
estruturado. 
O critério de inclusão na amostra foi estar matriculado no último semestre de 
um dos cursos de graduação da Universidade, que apresentam alguma interface 
 
entre a temática e área de atuação profissional, sem limite de idade. Foram 
excluídos os estudantes que estavam com os dados incompletos, aqueles que não 
estavam presentes em sala de aula quando realizada a pesquisa, ou que não 
aceitaram participar da mesma. 
Para início das atividades foi realizado o convite aos acadêmicos, 
esclarecendo os objetivos e os aspectos éticos da pesquisa. Após a leitura do Termo 
de Consentimento Livre e Esclarecido e concordância dos acadêmicos, foi solicitada 
a assinatura do mesmo e realizada a avaliação. 
As informações e dados coletados foram obtidos e registrados por meio de 
questionário aplicado nas turmas nos horários das aulas, com a autorização dos 
professores. Foram registradas as informações como, sexo, idade, massa corporal, 
estatura. 
Para avaliar o nível de atividade física foi utilizado o Questionário 
Internacional de Atividade Física – IPAQ versão curta (CELAFISCS, 2010a) no qual 
os estudantes relatavam as atividades desenvolvidas diariamente. O questionário 
aplicado foi o instrumento validado internacionalmente e avaliado de acordo com a 
classificação do nível de atividade física específica (CELAFISCS, 2010b). 
Os dados sobre consumo alimentar foram obtidos por meio do registro de três 
dias alternados, incluindo um dos dias do final de semana. Os acadêmicos 
receberam para orientação um manual de registro dos alimentos e bebidas 
consumidos no período do estudo. O registro alimentar estimou a quantidade de 
calorias e nutrientes da dieta a partir de dados referentes ao número de refeições e 
horários para realizá-las, tipos de alimentos consumidos, porções e local de 
consumo. A análise de adequação para nutrientes e energia considerou os 
parâmetros propostos pelo Institute of Medicine (CUPPARI, 2005). considerando 
calorias, vitamina C, ferro, cálcio e macronutrientes, com auxílio do software Diet 
Pro. 
Após as avaliações e aplicação dos questionários, foram revisadas, 
padronizadas as questões abertas e os dados foram digitados em uma planilha do 
Excel para tabulação e análises estatísticas no software Epi info versão 3.3.2. 
Este estudo foi encaminhado ao Comitê de Ética em Pesquisa da 
Universidade, sendo aprovado com parecer consubstanciado número 085/2011, e 
foram adotados os procedimentos descritos na resolução do Conselho Nacional de 
 
Saúde 196/1996. Alguns resultados foram informados e discutidos com os 
estudantes no momento da avaliação nutricional. No entanto, como os estudantes 
eram formandos, não foi possível discutir posteriormente as respostas dos 
questionários. 
 
 
Resultados 
 
Os 31 estudantes que constituíram a população de estudo deste trabalho 
estavam distribuídos entre quatro cursos da seguinte forma: quatro alunos do curso 
de Ciências Biológicas (12,9%), oito alunos do curso de Pedagogia (25,8%), 15 
alunos do curso de Nutrição (48,49%) e quatro alunos do curso de Educação Física 
(12,9%) (Tabela 1). Na tabela 01 também são apresentados dados sobre sexo, e 
sobre os hábitos de fumar e consumir bebida alcoólica. Quanto ao hábito de fumar 
dois estudantes (6,5%) afirmaram que são fumantes e 29 (93,3%) dizem que não 
fumam. Ao serem questionados quanto à ingestão de bebida alcoólica, 12 
estudantes (38,7%) relataram ingerir bebida alcoólica. As respostas sobre a 
frequência de ingestão variaram de raramente, a quatro vezes por semana e 19 
estudantes (61,3%) responderam não ingerir bebida alcoólica. 
 
A idade média dos entrevistados foi de 23 anos (± 4,96), sendo a idade 
mínima de 20 e a máxima de 42 anos. A média do peso da massa corporal dos 
 
estudantes foi de 65 kg, variando de 45,3 a 89,6 kg (± 13,97). Para a estatura a 
média foi de 165 cm, com o mínimo de 152 cm e o máximo de 182 cm (± 7,33). 
Quanto ao estado nutricional (tabela 2) 58,1% dos estudantes apresentaram 
eutrofia e 29%, sobrepeso. Observou-se associação estatística (p=0,003) entre IMC 
e cursos frequentados pelos alunos. Entre os alunos do Curso de Nutrição se 
observou o maior percentual de eutrofia. No Curso de Pedagogia 37,5% eram 
eutróficos e no curso de educação física todos os alunos apresentaram sobrepeso. 
No curso de Biologia dois dos alunos (50%) estavam em sobrepeso. 
Quanto aos dados de atividade física segundo o IPAC (tabela 2), observou-se 
que do total de 31 estudantes, 16 (51,6%) são ativos e sete (22,6%) muito ativos. 
Quando se observam estes dados por curso, entre os estudantes do Curso de 
Nutrição apenas um referiu ser sedentário (3,2%), sendo os demais 10 estudantes 
deste curso (66,7%), ativos e quatro (26,6%) muito ativos. No curso de Pedagogia 
quatro alunos (50%) referiram ser ativos e no curso de educação física, três (75,0%) 
se consideraram como muito ativos. Entre os alunos do curso de Biologia apenas 
um foi considerado ativo. 
Sobre o consumo de alimentos (tabela 2) a média estimada para o gasto 
energético da amostra foi de 2377 (± 841,74) kcal per capta, com um mínimo de 
1828 kcal e máximo de 4057 kcal. Os valores encontrados tiveram uma média de 
1728 (± 663,58) kcal, variando de 829 a 3790 kcal. A maioria dos estudados (80,6%) 
apresentaram um consumo energético menor do que se esperava: apenas 6,5% 
dentro do adequado e 6,5% a cima do adequado. 
 
 
 
 
A distribuição dos carboidratos (CHO) nos registros alcançou uma média de 
52% (±8,42) do valor energético total (VET), apresentado o mínimo de 32% e o 
máximo de 66%. Quando se observa o consumo de carboidratos por curso verifica-
se que o consumo foi abaixo do esperado em todos. 
 Destaca-se uma maior adequação no consumo de proteínas para o curso de 
Nutrição, 53,3% e 75% acima do adequado para os demais cursos. 
 
 A distribuição dos lipídios (LIP) encontrou-se a cima do adequado na maioria 
dos estudantes (64%), contemplando todos os cursos. 
 A distribuição do mineral ferro e cálcio, de vitamina C na maioria dos 
entrevistados apresentaram um consumo abaixo do recomendado. 
 O consumo que apresentou menor inadequação foi com os macronutrientes, 
sendo encontrada adequação para carboidratos em 37,5% dos universitários 
sedentários e em 26,1% dos ativos; para as proteínas foiencontrado adequação em 
12,5% nos sedentários e em 47,8% nos ativos; e, para os lipídios a adequação foi 
em 37,5% nos sedentários e em 34,8% nos ativos (tabela 3). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Discussão 
 
Este estudo analisou o consumo alimentar e nível de atividade física em 
estudantes universitários, formandos das áreas de saúde e educação. Apesar deste 
estudo não ter representatividade populacional, pois alcançou-se uma amostra 
composta por 31 estudantes e ter verificado apenas características específicas dos 
estudantes da universidade, os dados em relação ao consumo alimentar são 
semelhantes aos encontrados em outros estudos (MARCONDELLI; SCHMITZ; 
COSTA, 2008; GIL e RAMOS, 2009). 
Quanto ao estado nutricional dos estudantes, observou-se que a maioria 
(58,1%) apresentou eutrofia. Constatou-se que os alunos do curso de Nutrição 
apresentaram o maior percentual de eutrofia (93,3%), no curso de pedagogia 37,5% 
eram eutróficos, no curso de Biologia 50% dos alunos estavam em sobrepeso e no 
curso de Educação física todos apresentaram sobrepeso. Portanto, a pesquisa 
mostra que a formação acadêmica influencia no estilo de vida dos estudantes, por 
isso torna-se necessário implementar discussões sobre a temática, em cursos que 
não têm como foco principal ações de promoção à saúde, de prevenção de doenças 
resultantes e/ou influenciadas pelo estilo vida. 
Quanto aos dados de atividade física, observou-se que a maioria dos 
estudantes (74,2%) são ativos ou muito ativos. Os maiores percentuais de 
estudantes ativos estão distribuídos nos cursos de Nutrição e Educação Física. Um 
estudo (MARCONDELLI; SCHMITZ; COSTA, 2008), realizado com cursos da área 
de saúde de uma universidade pública em Brasília (DF) demonstrou como principais 
achados, a inadequação dos hábitos alimentares (79,7%) e alto nível de 
sedentarismo (65,5%) entre os estudantes da área de saúde, não se incluindo nesta 
afirmação os alunos do Curso de Educação Física, que se destacaram por serem 
mais ativos fisicamente, já que praticam atividade física como parte da própria grade 
curricular. A avaliação realizada somente levou em conta se os hábitos alimentares 
estavam adequados ou inadequados, Observou-se ainda que, em relação ao estado 
nutricional e o nível de atividade física, 77,7% dos estudantes que apresentaram 
sobrepeso eram ativos ou muito ativos. Destaca-se que a avaliação do estado 
 
nutricional é de grande importância na prática clínica e não dispõe de padrão-ouro 
para diagnóstico das desordens nutricionais, pois o melhor método depende dos 
objetivos da avaliação (ACUÑA e CRUZ, 2004). O IMC não é um bom indicador de 
estado nutricional para indivíduos muito ativos porque, no caso, o peso nominal da 
balança pode estar relacionado com a massa muscular e não com a gordura 
corporal. Sendo assim devem ser utilizados também outros marcadores, como a 
circunferência da cintura ou bioimpedância. 
Há uma relação complexa entre a obesidade e o uso de álcool (ROHRER et 
al., 2005; JOHN et al., 2005). Esse se apresenta como fator de risco que contribui 
para o sobrepeso e a obesidade, visto que a bebida alcoólica possui elevado valor 
energético. Há estudos evidenciando (BITSORI et al., 2009) que o consumo abusivo 
de álcool colabora de forma complexa para o aumento do IMC entre indivíduos do 
sexo masculino, por favorecer o armazenamento de lipídios e, consequentemente, o 
ganho de peso. Os estudos indicam associação entre o uso do álcool com a 
obesidade, mostrando que as pessoas com consumo moderado de bebida alcoólica 
têm menos de 1% de chance de ser obesas, quando comparadas aos abstêmios. Já 
as pessoas que ingeriam mais de quatro doses ao dia apresentaram 46% de chance 
de serem obesos, quando comparados com os que não bebiam (JOHN et al., 2005). 
Verificamos através da pesquisa que dos estudantes que relataram ingerir bebidas 
alcoólicas, 50 % encontravam-se em sobrepeso. 
A energia que uma pessoa precisa diariamente para manter um adequado 
estado nutricional depende de seu gasto energético, o qual é determinado pelo 
metabolismo basal, nivel de atividade física e termogênese causada pelos alimentos 
(GIL e RAMOS, 2009). Quanto ao consumo calórico a maioria dos estudados 
(80,6%) apresentou um consumo energético menor do que esperava. 
Verifica-se que nosso estudo, quanto ao consumo calórico, se assemelha a 
estudo realizado com estudantes universitários da Universidade Autônoma de 
Madrid, ou seja, inferior ao recomendado por meio dos cálculos de gasto energético 
(GIL e RAMOS, 2009). Os valores encontrados foram de 1.926,41 Kcal ao dia em 
média, indicando que 75% dos entrevistados, afirmaram ingerir menos calorias do 
que as recomendações para a população espanhola. Os valores encontrados por 
nós tiveram uma média de 1.728 kcal, sendo que a maioria dos estudados (80,6%) 
apresentou um consumo energético menor do que se esperava. 
 
No entanto, cabe considerar que o registro utilizado como instrumento de 
medida apresenta a limitação de subestimar o real consumo alimentar, visto que os 
estudantes não foram acompanhados durante os registros. Porém, a diferença 
observada entre os valores encontrados e os recomendados para ingestão de 
energia e nutrientes apresentam-se muito evidentes, não podendo ser atribuídas 
apenas à limitação do instrumento utilizado, mas também a um hábito alimentar 
inadequado. 
 Neste estudo o consumo de CHO foi abaixo do recomendado nos estudantes 
dos diferentes cursos, diferentemente do consumo de proteínas e lipídios que se 
encontraram acima do adequado. Isso pode estar relacionado com o consumo de 
refeições pequenas, ricas em gordura e proteína, como os lanches. Estes dados 
também podem ter influência cultural, visto que no Rio Grande do Sul, a maioria da 
população tem o hábito de consumir muita carne com alto teor de gordura, em 
especial no churrasco, cardápio principal da maioria das famílias gaúchas, nos finais 
de semana. O registro alimentar inclui, necessariamente, um final de semana. 
Assim como no estudo realizado na Espanha (GIL e RAMOS, 2009), nossos 
dados mostram que a distribuição dos nutrientes se afasta das RDAs para a 
população brasileira, de forma que assim como na Espanha, têm-se dietas 
hipoglicídicas, hiperprotéica e hiperlipídicas. 
Ao considerarmos o consumo dos minerais, ferro, cálcio e vitamina C, a 
maioria dos estudantes apresentou consumo abaixo do recomendado. Preocupa 
especialmente o fato de que 77,4% dos entrevistados apresentaram um consumo de 
ferro abaixo do recomendado, levando em consideração que a baixa ingestão de 
ferro pode causar sérios danos ao organismo humano, visto ser um nutriente 
essencial em inúmeras reações metabólicas, incluindo o transporte de oxigênio. 
Portanto, a falta de ferro leva á anemia, prejudicando também a função e a 
capacidade muscular. Para a vitamina C, 58,1% apresentaram consumo abaixo do 
esperado, lembrando que ela é um excelente antioxidante, além de atuar na 
absorção do ferro, transformando-o do estado férrico para o ferroso, possibilitando 
assim sua absorção para a corrente sanguínea. É no estado ferroso que se torna 
possível transportar o oxigênio, dos pulmões até o interior de todas as células. 
 Quanto ao mineral cálcio, 87,1% dos estudantes apresentaram um consumo 
abaixo do recomendado, que associado ao baixo nível de atividade física, 
 
representa um fator de risco para o desenvolvimento de doenças ósseas em idades 
mais avançadas, como a osteoporose. O cálcio, principal mineral que atua na 
formação da massa óssea, é essencial para a coagulação sanguínea, agregação 
plaquetária, tendo ainda um papel importantíssimo na contração muscular (BIESEK;ALVES; GUERRA, 2005). 
Não foi encontrada associação (p ≤ 0,05) entre o consumo alimentar e a 
atividade física, já que a maioria da população apresentou inadequação no consumo 
tanto de energia quanto de macronutrientes, ferro, cálcio e vitamina C. 
A relação entre o consumo alimentar, prática de atividade física e estilo de 
vida com a saúde é estudada há muitos anos, sendo que resultados de estudos4 
confirmam que a prática de atividade física regular e uma alimentação equilibrada, 
atuam diretamente para prevenir as doenças crônicas não transmissíveis. 
A qualidade de vida, por sua vez, está relacionada diretamente com a prática 
diária de atividade física e a alimentação equilibrada e saudável, que em associação 
a abstinência ao tabagismo pode eliminar até 80% das chances de desenvolvimento 
de doenças cardíacas, e 70% do aparecimento de alguns tipos de câncer. A escolha 
errada dos alimentos, o seu consumo em grandes quantidades, ou a associação ao 
consumo do álcool, aumentam as chances do desenvolvimento de doenças como 
câncer, doenças cardíacas, distúrbios digestivos, diabetes e obesidade (PERCEGO, 
2002). 
 
 
Conclusão 
 
Ao realizar este estudo com estudantes universitários formandos da área de 
saúde e educação, investigaram-se o consumo alimentar e o nível de atividade 
física, com a expectativa de encontrar uma população condescendente com sua 
posição profissional futura, pois, serão eles os disseminadores dessas informações. 
No entanto, apesar do perfil da amostra, observou-se um alto percentual de 
inadequação no consumo alimentar, sendo assim, acredita-se não ser correta a 
associação entre o conhecimento teórico e a mudança real no estilo de vida. Isso 
indica a importância da realização desses estudos, com jovens estudantes, a fim de 
contribuir na sensibilização para adoção de hábitos saudáveis. 
 
Apesar de que na idade adulta, a mudança de hábitos torna-se difícil, ainda é 
possível, pois o trabalho dos profissionais da saúde também é contribuir para uma 
reeducação alimentar mais saudável e mudança do estilo de vida das pessoas, 
independente do estágio da vida em que se encontram. 
 
 
Referências 
 
MARCHESONI, C.; MARTINS, R.; SALES, R.; SALES, R.; BORRAGINE, S.O.F. 
Método Pilates e aptidão física relacionada à saúde. EFDeportes.com, Revista 
Digital. Buenos Aires, Año 15, Nº 150, Noviembre de 2010. 
http://www.efdeportes.com/. 
 
TORAL, N.; SLATER, B.; SILVA, M.V. Consumo alimentar e excesso de peso de 
adolescentes de Piracicaba, São Paulo. Rev Nutr, V.20, p. 449-459. 
 
BARUKI, S.B.S.; ROSADO, L.E.F.P.L; ROSADO, G.P.; RIBEIRO, R.C.L. Associação 
entre estado nutricional e atividade física em escolares da Rede Municipal de Ensino 
em Corumbá, MS. Rev. Bras. Med. Esporte, v.12, p.90-94, 2006. 
 
MARCONDELLI, P.; SCHMITZ, B.A.S.; COSTA, T.H.M. Nível de atividade física e 
hábitos alimentares de universitários do 3º ao 5º semestres da área da saúde. 
Revista de Nutrição, v. 21, p. 39-47, 2008. 
 
VIEIRA, V.C.R.; PRIORE, S.E.; RIBEIRO, S.M.; FRANCESCHINI, S.C.C.; 
ALMEIDA, L.P. Perfil Socioeconômico, nutricional e de saúde de adolescentes 
recém ingressos em uma universidade pública brasileira. Revista de Nutrição, v. 
15, n.3, p. 273-282, set./dez. 2002. 
 
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