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DUALISMO Tese de que a alma existe de maneira independente do corpo material, sobrevivendo à morte deste. o Defendida por Pitágoras, Platão, pelo Cristianismo, Descartes (dualismo de substância), Popper & Eccles. O termo "dualismo" tem uma variedade de usos na história do pensamento. o Em geral, a ideia é que, para algum domínio em particular, existem dois tipos ou categorias fundamentais de coisas ou princípios. o Nela estão incluídas diversas teorias bastante diferentes, mas todas elas concordam em que a natureza essencial da inteligência consciente está em algo que é não físico, algo que está definitivamente para além do âmbito de ciências como a física, a neurofisiologia e a ciência da computação Na filosofia da mente, o dualismo é a teoria de que o mental e o físico - ou mente e corpo ou mente e cérebro - são, em certo sentido, tipos de coisas radicalmente diferentes. o Porque o senso comum nos diz que existem corpos físicos, e porque há pressão intelectual para produzir uma visão unificada do mundo, pode-se dizer que o monismo materialista é a "opção padrão". O problema mente-corpo O problema mente-corpo é o problema: o Qual é a relação entre mente e corpo? Ou alternativamente: qual é a relação entre propriedades mentais e propriedades físicas? Os humanos têm (ou parecem ter) propriedades físicas e propriedades mentais. As pessoas têm (ou parecem ter) o tipo de propriedades atribuídas nas ciências físicas. o Essas propriedades físicas incluem tamanho, peso, forma, cor, movimento através do espaço e do tempo, etc. Mas elas também têm (ou parecem ter) propriedades mentais, que não atribuímos a objetos físicos típicos. o Essas propriedades envolvem consciência (incluindo experiência perceptiva), experiência emocional e muito mais), intencionalidade (incluindo crenças, desejos e muito mais), e são possuídos por um sujeito ou por um eu. As propriedades físicas são públicas, no sentido de que são, em princípio, igualmente observáveis por qualquer pessoa. O mesmo não acontece com as propriedades mentais. o Eu posso ser capaz de dizer que você está com dor pelo seu comportamento, mas só você pode sentir isso diretamente. o Da mesma forma, você só sabe como algo parece para você, e só posso supor. Eventos mentais conscientes são privados para o sujeito, que tem um acesso privilegiado a eles de um tipo que ninguém tem com o físico. VARIEDADES DO DUALISMO: ONTOLOGIA Existem várias maneiras de dividir tipos de dualismo. o As categorias mais comuns apontadas para esses propósitos são substância e propriedade , dando um dualismo de substância e dualismo de propriedade . o Há, no entanto, uma terceira categoria importante, a saber, o dualismo predicado . Esta última é a teoria mais fraca, no sentido de que ela afirma menos. Dualismo predicado O dualismo predicado é a teoria de que predicados psicológicos ou mentalistas são: o (a) essenciais para uma descrição completa do mundo e o (b) não são redutíveis a predicados fisicalistas. Para um predicado mental ser redutível, haveria leis de ligação ligando tipos de estados psicológicos a tipos de estados físicos de tal maneira que o uso do predicado mental não contivesse nenhuma informação que não pudesse ser expressa sem ele. Um exemplo do que acreditamos ser uma verdadeira redução do tipo fora da psicologia é o caso da água, onde a água é sempre H 2 O: algo é água se e somente se for H 2 O. Se alguém substituísse a palavra 'água 'por' H 2O ', é plausível dizer que se poderia transmitir todas as mesmas informações. Mas os termos em muitas das ciências especiais (isto é, qualquer ciência exceto a própria física) não são redutíveis dessa maneira. Nem todo furacão ou toda doença infecciosa , muito menos toda desvalorização da moeda ou todo golpe de estado tem a mesma estrutura constitutiva. Esses estados são definidos mais pelo que eles fazem do que pela sua composição ou estrutura. Seus nomes são classificados como termos funcionais e não como termos naturais . Com isso, tais tipos de estado são multiplicáveis.; isto é, eles podem ser constituídos por diferentes tipos de estruturas físicas sob diferentes circunstâncias. Dualismo de Propriedade Apesar de o mundo ser constituído por apenas um tipo de substância, do tipo físico, existem dois tipos distintos de propriedades: o Propriedades físicas o Propriedades mentais. Por outras palavras, é a visão segundo a qual as propriedades não- físicas, mentais, como crenças, desejos e emoções, inerem em alguma substância física, nomeadamente o cérebro. O dualismo de substâncias, por seu lado, é a visão de que existem dois tipos de substância: física e não-física (a mente), e por consequência também dois tipos de propriedades relacionadas com as respectivas substâncias. Solução do Dualismo de propriedades Uma única e mesma substância (o cérebro) pode instanciar propriedades físicas e, além dessas, propriedades mentais ou estados subjetivos. Problemas do dualismo de propriedades O dualista de propriedades defende que nós nunca vamos conseguir reduzir o mental ao físico. o Mas então depende ou não das propriedades do cérebro? o Se depende de propriedades físicas do cérebro, passa a ter um viés mais materialista o Se não depende do cérebro, então consciência pode surgir em qualquer matéria? Dualismo de Substância Tese de Descartes que afirma a existência de duas substâncias separadas, a alma, pensamento ativo e sem extensão, e o corpo, extensão não-pensante e passiva. O problema que surge é porque essas substâncias parecem interagir causalmente. As respostas dadas na época foram: o Internacionalismo interação entre o indivíduo e a cultura, onde, para Vygotsky, é fundamental que o indivíduo se insira em determinado meio cultural para que aconteçam mudanças no seu desenvolvimento. o Ocasionalismo Atividades da alma que parecem causar efeitos sobre o corpo, e todas as "ações" do corpo sobre a alma são, na realidade, causas ocasionais da vontade de Deus. Deus seria, portanto a única verdadeira causa eficiente do acordo entre os movimentos do corpo e as idéias da alma. o Harmonia pré-estabelecida. O comércio entre as substâncias, e, num caso mais particular, a união da alma e do corpo. Esses dois reinos seguem suas próprias leis, “e se ajustam em virtude da harmonia pré-estabelecida entre todas as substâncias”. E, é por meio desse conceito filosófico que o pensamento leibniziano elimina definitivamente a possibilidade de uma relação causal entre alma e corpo. Vantagem: No dualismo de substâncias minha mente é algo imaterial. Mas como explicar sua natureza? Como posso dizer que as sensações são minhas? TEORIA DOS AUTÔMATOS Animais são apenas substância extensa. INTERAÇÃO MENTE-CÉREBRO Estas duas matérias possuem uma interação causal constante em nosso corpo: estímulos físicos podem influenciar nossa mente e a nossa mente pode influenciar nosso corpo Uma substância material, muito sutil – espíritos animais – transmitia a influência da mente ao corpo. DUALISMO POPULAR Forma menos radical de Dualismo da Substância. A pessoa é um “fantasma numa máquina”, onde o fantasma é a substância espiritual de constituição absolutamente diferente da matéria física. Entretanto, ela possui propriedades espaciais e são, em geral, consideradas como estando dentro dos corpos (na maioria das vezes, dentro da cabeça) que elas controlam. A interação entre as substâncias podem se dar por meio de uma troca de energia não bem compreendida por nossa ciência A coisa-mente podeinclusive ser uma forma de energia também não bem descrita ainda. Assim, esta visão poderia ser compatível com o que se conhece de conservação de energia atualmente ARGUMENTOS A FAVOR Argumento da religião (a maioria das religiões crê em uma alma imortal). Argumento da introspecção (sensação do fluxo de pensamentos, sensações e etc, muito diferentes das propriedades físicas) Argumento da irredutibilidade (uma série de fenômenos mentais parece não ter explicação puramente física) Fenômenos parapsicológicos ARGUMENTOS CONTRA Teoria da Relatividade. o O tempo não é igual para todos, podendo variar de acordo com a velocidade, a gravidade e o espaço. Experimentos com pacientes Argumento da simplicidade. o Tipo de argumentos de simplicidade para a existência de Deus ou para o monoteísmo em detrimento de outras formas possíveis de teísmo Impotência explicativa Argumento da dependência neural Argumentos evolutivos VARIEDADES DO DUALISMO Thomas Nagel Existem estados mentais que não podem ser descritos a partir de um vocabulário fisicalista. Nossa linguagem apenas resvala nestes estados e sua verdadeira compreensão exigiria mais do que a simples possibilidade de referir- se a eles. A nossa compreensão destes estados mentais ocorre por causa da existência de um ponto de vista subjetivo, irredutível à imagem cientifica do mundo. Nada se assemelha ao ponto de vista subjetivo: além de irredutível, ele é único. É impossível para uma pessoa imaginar ou descrever como é ser um morcego. Essa indescritibilidade é sintoma da intransponibilidade da experiência. Qualquer descrição da experiência será sempre necessariamente incompleta. Existem mais coisas no mundo do que aquilo que é proporcionado por sua descrição objetiva. Dualismo de Propriedade – Epifenomenalismo Forma mais antiga de dualismo da propriedade. Os fenômenos mentais seriam manifestações das diversas atividades do cérebro Entretanto, esses fenômenos não possuem quaisquer efeitos causais com o mundo físico. Isso implica que a convicção de que nossas ações são determinadas por desejos, decisões e volições é falsa nesta visão. David Chalmers Problemas fáceis: discriminação e estímulos, atenção, estados mentais, diferença entre sono e vigília Problema difícil: o Por que a performance destas funções é acompanhada por experiência? o Como processos físicos no cérebro geram a experiência subjetiva: Não é possível formular uma teoria que explique plenamente como um sinal cerebral pode dar origem a um estado consciente. Solução: tomar a noção de experiência consciente como sendo um elemento básico Dualismo Naturalista Antecedentes históricos na ciência: processos eletromagnéticos não podem ser explicados em termos de processos mecânicos. Chalmers argumenta que a experiência subjetiva deve ser tomada como ponto de partida e não ponto de chegada de uma filosofia da mente. Essa visão não possui nada de místico ou espiritual SUPERVENIÊNCIA Uma propriedade B é chamada de superveniente se é produzida por um conjunto de propriedades A. Se as propriedades B variarem, então as propriedades A também irão variar. Essa superveniência pode ser lógica (necessária) ou natural. Para Chalmers: a superveniência de estados mentais e físicos não é lógica ou necessária DUALISMO METODOLÓGICO Nem todos os sistemas físicos têm características sobre as quais a experiência consciente possa supervir. Estas características estão presentes em nosso SNC. Um outro sistema físico pode instanciar essas características de outra forma. Porém, isso seria condição necessária para a consciência, mas não suficiente Princípios psicofísicos Estabelecem as condições necessárias para um paralelismos entre mente e cérebro. 1. Coerência estrutural 2. Invariância Organizacional 3. Duplo Aspecto da Teoria da Informação Coerência estrutural Relação coerente entre structure of consciousness e structure of awareness. Relação intima entre o que é consciente e o que é cognitivo. Invariância Organizacional Dois sistemas com a mesma organização funcional poderão ter experiências idênticas. Duplo Aspecto da Informação Tem como base a noção de Informação de Shannon e argumenta que essa tem um aspecto duplo: um físico e um fenomênico. É o aspecto fenomênico que dá aspecto à consciência. Criticas ao Dualismo Naturalista “New mysterians” Tão diferente assim de Descartes? Problema da repredicação Zumbis existem? Noção de Superveniência MATERIALISMO Monismo que defende que o que chamamos de alma ou mente é na verdade apenas uma manifestação da matéria. Uma das correntes mais fortes da filosofia da mente no século XX. Foi muito influenciado por descobertas da neurociência. Comporta algumas variações como: o Estados mentais são estados cerebrais o Estados mentais são redutíveis a estados cerebrais o Estados mentais emergem de estados cerebrais Estados mentais são equivalentes a estados do sistema nervoso Terminologias Estados qualitativos (qualia) vs. Atitudes proposicionais Estados qualitativos (qualia): sensações Atitudes proposicionais: crenças, desejos, medos, dúvidas e etc. Envolvem a ideia de existir um agente ou sujeito que tem uma determinada atitude em relação a determina proposição. o Proposições são normalmente expressas por sentenças, mas são diferentes dela. o “Esta chovendo” e “It is raining” Sentenças diferentes, mas com a mesma proposição o Proposições são dotadas de intencionalidade, são sobre algo Contextos Opacos A': Édipo deseja Jocasta B': Édipo deseja sua própria mãe “Jocasta” e sua “própria mãe” são formas diferentes de representar a mesma coisa no mundo. Podemos dizer que o mesmo ocorre com a descrição de estados mentais e cerebrais? Será que estamos apenas descrevendo de formas diferentes o mesmo fenômeno? Grande esperança e calcanhar de Aquiles do materialismo: que o intensional (mente, crenças e desejos) possa ser reduzido ao extensional (Sistema Nervoso Central) Extensional e Intensional Estrela da manhã e Estrela da tarde – Extensão de ambos: o planeta Vênus – Mas ambos tem intensões diferentes. TEORIA DA IDENTIDADE MENTE-CÉREBRO (MATERIALISMO IDENTISTA/Feigl, Place, Smart) Materialismo realista que defendia originalmente que tipos de sensações são (numericamente) idênticos a tipos de processos cerebrais. A identificação é contingente, e seria preciso a pesquisa científica para estabelecer as identidades 'É' de definição Um quadrado é um retângulo equilátero. Um solteiro é um homem solteiro. "e nada mais" Necessário Auto evidente "É" de composição. Uma nuvem é uma massa de gotículas de água. Sua mesa é uma caixa antiga de transporte. "e nada mais" Contingente Verificável A consciência é um processo no cérebro. Podemos descrever uma nuvem com base em sua forma como com base no que forma a nuvem (gotículas de água). Duas terminologias podem descrever o mesmo objeto. Apesar de "massa de gotícula ≠ 'nuvem', não se segue que deve ser duas coisas. Apesar de "processo no cérebro ≠ 'consciência' , não quer dizer que eles devem ser duas coisas O que a teoria da Identidade afirma e o que ela não afirma Estados mentais são estados cerebrais, mas: o Falar sobre estados mentais não é a mesma coisa do que falar sobre estados cerebrais o Lembre-se: “é” de definição vs. “é” de composição Eu sou capaz de falar sobre meus estados mentais sem saber nadasobre neurociência. Portanto, meus estados mentais não podem ser idênticos aos meus estados cerebrais” Eu posso falar de água sem saber nada sobre química, mas isso não implica que água não seja composta por moléculas de H20. Tipo-Tipo Cada tipo de estado mental é idêntico a um dado tipo de estado cerebral. As extensões a se referem os diferentes significados coincidem exatamente. Espécime-Espécime (Token-Token) A teoria Tipo-Tipo impõe uma hipótese muito forte e restrita para estados mentais. Não poderia a dor em situações diferentes, em pessoas diferentes, em animais diferentes ser idêntica a um tipo distinto de estado físico? Argumentos a favor da Teoria da Identidade Origem e constituição puramente física dos seres humanos História da evolução Dependência neural Êxito crescente das neurociências Argumentos contra a Teoria da Identidade Argumento da introspecção Argumento semântico Argumento da qualia MATERIALISMO ELIMINATIVISTA ou ELIMINATIVISMO (Paul Churchland, 1981) Os termos usados para descrever nossos estados psicológicos de senso comum (“tenho crenças, desejos, etc.”) deverão ser eliminados quando surgir uma teoria neurofisiológica mais completa, da mesma maneira que conceitos como “flogisto” e “calórico” já foram eliminados das teorias físicas Uma das críticas à teoria da identidade é a dificuldade em encontrar relação um-a-um entre psicologia popular e a neurociência o A estrutura psicológica de nosso senso comum é uma concepção falsa e radicalmente enganosa das causas do comportamento humano e da natureza da atividade cognitiva. A evolução da neurociência levaria ao desaparecimento de conceitos da psicologia popular, como desejo, medo e afins. Redução versus eliminação Redução “uma teoria T1 é reduzida logicamente a uma nova teoria T2 se os eventos antes explicados por T1 passam a ser explicados por T2. Assim, temos um caso exemplar na história da física, em que a temperatura, antes explicada pelas leis da termodinâmica clássica passou a ser entendida em termos de energia cinética molecular, o que garantiu a redução da termodinâmica clássica à mecânica estatística.” Eliminação Os conceitos de determinada teoria são errados e não são passíveis de serem reduzidos a conceitos da nova teoria. Estes conceitos são então eliminados na nova teoria. Folk psychology: Teoria habitual que todos nós possuímos através da qual explicamos os comportamentos de outros seres humanos recorrendo às ideias comuns de intenção, crença, desejo. o Esses conceitos são falsos, não devemos procurar por uma redução entre eles e atividade mental, porque eles simplesmente não existem e por isso devem ser eliminados. Exemplos na ciência: o conceito de flogisto não foi identifico ou reduzido a outros conceitos, mas sim eliminado. Críticas ao Materialismo Eliminativo Intencionalidade. Qualia MATERIALISMO REDUTIVO OU REDUCIONISTA Termo genérico que congrega os itens h-i-j e possivelmente outras variedades, mas não o materialismo eliminativista, que discorda que se possa reduzir adequadamente o mental ao corporal. Qualquer defesa da micro-redução da psicologia humana à neurociência. BEHAVIORISMO Corrente da psicologia (em português: “comportamentalismo”) que identifica estados mentais com disposições para o comportamento. Behaviorismo Filosófico Alcançou seu apogeu após a Segunda Guerra Mundial. Não é tanto uma teoria sobre estados mentais, sendo mais uma teoria de como analisar ou compreender o vocabulário que usamos para falar deles. Falar sobre emoções, sensações e desejos é um modo abreviado de falar sobre padrões de comportamento. Toda frase sobre estados mentais pode ser parafraseada numa longa e complexa sentença sobre que comportamento observável iria resultar se a pessoa estivesse em determinada circunstância. “x é solúvel em água” “se x for colocado em água insaturada, x irá se dissolver” Neste exemplo, ser solúvel não é um estado espiritual interior, mas apenas descreve aspectos observáveis de x em certas situações. “Anne deseja férias no Caribe” “se perguntassem se é isso que ela quer, ela diria que sim” “se recebesse prospectos de férias para Caribe e Japão, ela olharia antes o do Caribe” “se ganhasse um bilhete de avião para o Caribe, ela iria” “...” •Não tem sentido o problema de mente e corpo nesta visão. •Falar sobre os estados mentais de alguém é falar de suas capacidades e disposições Para Ryle a doutrina oficial da época incorria em um erro de argumentação (falácia). Erro: suposição de que para além de todo um conjunto de comportamentos e disposições existiria algo mais. A mente se esgota no conjunto de comportamentos e disposições manifestadas por alguém. Ghost in the machine Supor que existe algo mais do que estes comportamentos e disposições é postular a existência de um fantasma imaterial que nos habita. Segundo tipo de erro: confundir um conceito com algo físico. o Um casamento é um conceito que designa um tipo de relação entre pessoas. Para Ryle, a mente não é nada além de um conceito que usamos para designar um conjunto de comportamentos e disposições exibidos pelas pessoas E de onde vem todas estas confusões? Na linguagem e no modo como a empregamos, criando um vocabulário psicológico que nos induz a supor a existência dessa substância imaterial (category mistake). Hoje estou muito cansado mentalmente. •Exemplo típico de category mistake. •Pode ser usado como metáfora, mas quando levada literalmente incorre em um erro lógico. FUNCIONALISMO Os estados mentais são definidos pelo seu papel funcional: pelas suas relações causais com outros estados mentais, com as entradas sensoriais e com as saídas comportamentais. O antônimo de funcionalismo seria “substancialismo”. Três pressuposições básicas: 1. Estados mentais existem. 2. Estados mentais não são redutíveis a estados físicos. 3. Os estados mentais são definidos e caracterizados pelo papel funcional que ocupam no caminho entre o input e o output de um organismo ou sistema. Materialismo não-reducionista O cérebro instancia uma mente, mas essa não é o cérebro nem se reduz a ele. O Funcionalismo é compatível com o dualismo e com o materialismo não-reducionista Múltipla-instanciação A ideia de que um sistema cognitivo pode ocorrer em diferentes suportes físicos desde que a mesma arquitetura funcional seja preservada. Os estados mentais têm uma realidade que deve ser reconhecida: a mente é o software do cérebro, mas esse software poderia ser instanciado em algum outro tipo de mecanismo que pudesse rodá-lo. O mesmo vale para organismos: os mesmos estados mentais podem ser instanciados em substratos neurais diferentes. Grande atrativo do funcionalismo: não temos que esperar por qualquer decisão acerca da natureza dos estados mentais para iniciar uma ciência da mente. o A mente é o software que roda em nosso SNC. o O substrato físico não deve ser ignorado, mas pode ser abstraído quando tentamos explicar suas funções. Mas como construir uma ciência da mente considerando apenas os estados mentais? Jerry A. Fodor Estados mentais são essencialmente proposições. É preciso estudar o modo como essas proposições se relacionam, ou seja, o conjunto de regras subjacente a sua organização. Podemos assumir que proposições são símbolos e pensar é, então, manipular símbolos. Essa manipulação segue uma certa lógica, uma sintaxe. Pensamentos são “representações mentais” A mente manipula representações mentais na forma de sentenças não- interpretadas que se encontramna linguagem do pensamento. Grande atrativo do funcionalismo Não temos que esperar por qualquer decisão acerca da natureza dos estados mentais para iniciar uma ciência da mente. Tal qual um computador, a mente humana seria uma máquina capaz de manipulação simbólica. Teste de Turing O Teste de Turing testa a capacidade de uma máquina exibir comportamento inteligente equivalente a um ser humano, ou indistinguível deste. Objeções ao Funcionalismo Importância da base cerebral Semântica Qualia Funcionalismo e Cérebro O cérebro é um computador, mas o que é um computador? Qualquer dispositivo físico que execute um conjunto de regras? Qualquer dispositivo físico que trabalhe de maneira digital? Não importando o meio físico? Quarto chinês Pretende mostrar que a implementação de um programa de computador não é por si só suficiente para a instanciação, por parte dos computadores, de estados mentais genuínos. Searle ataca assim uma tese central no projecto de investigação que denomina de Inteligência Artificial forte: um computador adequadamente programado tem estados cognitivos genuínos. Para refutar esta tese, Searle elabora uma experiência mental com o objectivo de mostrar um computador adequadamente programado a executar o seu programa e no entanto não há qualquer cognição relevante. Qualia Ausente Um robô que seja funcionalmente igual a uma pessoa vai ter qualia? Qualia Invertido É possível que existam criaturas funcionalmente equivalentes a nós que tem experiências de cores completamente diferentes. Contudo, seus comportamentos e estados internos seriam indistinguíveis do nosso. O funcionalismo nós dá uma descrição incompleta da mente. Funcionalismo e Significado Intencionalidade: capacidade apresentada pelos seres vivos, através da qual nossos estados mentais se relacionam com os objetos e estados de coisas no mundo. Essa capacidade, estritamente biológica, percorre nossa linguagem, convertendo-a em um tipo particular de relação organismo/mundo. Naturalismo Biológico Para começar a pensar na natureza da consciência, o melhor caminho é esquecer toda a história da discussão e começar com o que sabemos de fato. Os estados conscientes são aqueles estados de consciência (awareness) ou sentimentos que começam pela manhã quando acordamos de um sono sem sonhos e continuam durante todo o dia até adormecermos ou nos tornamos "inconscientes". Estados conscientes são qualitativos. São ontologicamente subjetivos Todos os seus estados conscientes são experimentados por você como parte de um único campo consciente unificado. A maioria, mas não todos, dos estados conscientes são intencionais, no sentido do filósofo de que eles são ou se referem a objetos e estados de coisas. A base neuronal da consciência. Todos os estados conscientes são causados por processos cerebrais de nível inferior. Nós não conhecemos todos os detalhes de como a consciência é causada por processos cerebrais, mas não há dúvida de que é de fato. A tese de que todos os nossos estados conscientes, de sentir sede para experimentar êxtases místicos, são causados por processos cerebrais, agora estabelecido por uma enorme quantidade de evidências. O fato de os processos cerebrais causarem consciência não implica que apenas os cérebros possam estar conscientes. O cérebro é uma máquina biológica, e podemos construir uma máquina artificial consciente. Assim como o coração é uma máquina, nós construímos corações artificiais. Porque não sabemos exatamente como o cérebro o faz, ainda não estamos em posição de saber como fazê-lo artificialmente Vantagens do Funcionalismo Sobre o dualismo: o não postula a existência de substâncias misteriosas não-físicas. Sobre o behaviorismo: o não identifica estados mentais com o comportamento. Sobre a identidade de tipo: o capacidade de múltipla implementação.
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