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Aula 18 - 27 10 2017

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DIREITO CONSTITUCIONAL II – AULA X – 27.10.2017
CONTINUAÇÃO
IMUNIDADES PARLAMENTARES
IMUNIDADE FORMAL PARA O PROCESSO: art. 53, §3º, CF/88
restrições implementadas pela EC nº 35/2001
após recebimento da denúncia pelo STF, andamento do processo poderá ser sustado, até decisão final do processo
somente se aplica a crime ocorrido após a diplomação
ciência à casa legislativa do recebimento da denúncia pelo STF
pedido de sustação por partido político com representação na casa legislativa
apreciação do pedido no prazo improrrogável de 45 dias (art. 53, §4º, CF)
aprovação por voto de maioria absoluta
suspensão da prescrição pelo tempo que durar o mandato (art. 53, §5º, CF)
término do mandato e nova legislatura
Aqui na imunidade formal para o processo, a Constituição sofreu uma importante alteração pela EC nº 35, que reduziu a proteção dada ao exercício do mandato parlamentar. Na sistemática antiga, o supremo não poderia receber a denúncia do MP sem a autorização da casa legislativa. Todo processo judicial se inicia com uma petição inicial que, no processo penal, via de regra, é a denúncia. A denúncia chega para o juiz, que vai verificar se há ali indícios de autoria e a materialidade do crime. Se houver isso, o juiz recebe a denuncia e inicia o processo. Senão, o juiz não recebe a denúncia, arquiva o processo e ponto final.
A partir da emenda nº 35, o STF vai analisar a denúncia para recebê-la ou não, se receber, ele tem a obrigatoriedade de comunicar a casa legislativa para que ela, eventualmente possa suspender a tramitação do processo. Na norma originária, o processo precisava de expressa autorização da casa legislativa para prosseguir, o STF não poderia analisar a denúncia se não houvesse a autorização do Supremo.
A votação, por maioria absoluta, pode determinar a suspensão do processo. No período em que a ação penal estiver suspensa, também está suspenso o prazo prescricional. Assim que terminar o mandato do parlamentar, o processo volta a tramitar.
Existe prazo para que um partido político solicite a suspensão do processo? Não. Enquanto o processo estiver tramitando, a qualquer momento o partido pode requerer a suspensão do processo para o STF. É claro que, se o processo for julgado, a partir da sentença e de seu trânsito em julgado, não tem mais como.
O prazo de 45 dias (art. 53, §4º) não é prazo para o partido político pedir a suspensão. Uma vez feito o encaminhamento do pedido de suspensão para a mesa diretora, ela tem o prazo de 45 dias para encaminhar para votação.
Em relação às imunidades em geral, é importante destacar que as imunidades subsistem durante os eventuais estados de exceção. (art. 53, §8º).
PARLAMENTARES ESTADUAIS: art. 27, §1º, CF.
PARLAMENTARES MUNICIPAIS: imunidade material (art. 29, VIII, CF), limitando-se à circunscrição municipal (STF AI 818.693 e STF HC 74.201).
Em relação aos deputados estaduais, o que se estende aos deputados distritais, a resposta está no art. 27, §1º. Então, os deputados estaduais gozam das mesmas imunidades que os parlamentares federais.
Os parlamentares municipais não gozam das mesmas imunidades. Eles não têm imunidade formal, somente a formal e, ainda assim, nos termos do art. 29, VIII. Se o vereador sai do município onde exerce o cargo de vereador, ele não tem imunidade material, nem relativa. Como esse artigo não fala das imunidades formais, entende-se que, pela ausência do legislador constituinte, o vereador não goza de imunidade formais.
Os parlamentares federais têm a prerrogativa de não serem incorporados às forças armadas, ainda que sejam militares, e ainda que estejam em período de guerra. Parlamentares só serão incorporados às forças armadas se houver expressa e prévia licença da casa legislativa (art. 43, §7º).
Outra prerrogativa é que deputados e senadores não são obrigados a testemunhar em juízo, ou fora dele, sobre informações recebidas ou prestadas em razão do exercício do mandato, e nem sobre pessoas que lhes confiaram ou deles receberam informações (art. 53, §6º). A imunidade material não o protege se ele resolver testemunhar. Se ele testemunhar e mentir, responderá por falso testemunho.
PRERROGATIVA DE FORO
PRERROGATIVA DE FORO: competência por prerrogativa de função
fundamento: art. 53, §1º, CF/88
termo inicial: expedição do diploma
competência: STF
aplicação: qualquer tipo de crime¹
término do mandato e a derrubada da regra da perpetuatio jurisdictionis²
SÚMULA 394 STF
Cometido o crime durante o exercício funcional, prevalece a competência especial por prerrogativa de função, ainda que o inquérito ou a ação penal sejam iniciados após a cessação daquele exercício.
(cancelada em agosto de 1999)
Lei nº 10.628/02 e o art. 84, §1º e § 2º, do CPP: ADI 2797
Diplomado o parlamentar, no âmbito criminal, esse parlamentar vai ser julgado pelo STF. É competência originária do STF processar e julgar crimes eventualmente praticados por parlamentares, a partir do momento em que o parlamentar é diplomado.
Vale para qualquer tipo de crime, seja ele comum, seja ele praticado no exercício da função. Qualquer outra demanda que não seja criminal, segue a regra de competência da legislação constitucional e infraconstitucional.
Durante um tempo, o STF entendia pela regra da perpetuacio jurisdiciones, ou da não modificação da competência. Uma vez fixada a competência, ela se perpetua a não ser em situações excepcionais. Ou seja, se eu sou parlamentar, existe um processo crime contra mim, que é distribuído no STF, ainda que, posteriormente, eu perca o mandato, entendia o STF que o processo continuava lá. Esse entendimento foi modificado no ano de 1999, quando houve o cancelamento da Súmula 394, que tratava da perpetuacio jurisdiciones.
Agora, o parlamentar deixou de exercer a função, ou pela perda ou pelo término, a competência sai do STF e segue as regras ordinárias de atribuição de competência.
PERDA DO MANDATO PARLAMENTAR
Art. 55. Perderá o mandato o Deputado ou Senador:
I - que infringir qualquer das proibições estabelecidas no artigo anterior; (o art. 54 trata das incompatibilidades parlamentares. Atuações que são incompatíveis com o exercício do mandato.) Pergunta que pode cair na prova: parlamentar está impedido de ter contrato com a CPFL? A CPFL é PJ concessionária de direito público. “Salvo quando o contrato obedecer a cláusulas uniformes”, ou seja, a CF procura preservar a lisura administrativa, não quer que o parlamentar use de seu cargo para benefício com determinados entes. Agora, contrato de fornecimento de energia elétrica, é contrato de adesão, não dá para ele nenhum privilégio.
II - cujo procedimento for declarado incompatível com o decoro parlamentar;
III - que deixar de comparecer, em cada sessão legislativa, à terça parte das sessões ordinárias da Casa a que pertencer, salvo licença ou missão por esta autorizada;
IV - que perder ou tiver suspensos os direitos políticos;
V - quando o decretar a Justiça Eleitoral, nos casos previstos nesta Constituição;
VI - que sofrer condenação criminal em sentença transitada em julgado.
Podemos ler o art. 55 como um rol de deveres parlamentares, sob pena de perda do mandato.
CASO CONCRETO SLIDE 08
Parlamentar, membro de um CPI, vai realizar diligência investigatória fora do DF, em um Estado da Federação. Lá chegando, suas ações estão protegidas pela imunidade parlamentar?
Resposta do Leopoldo: Sim, desde que haja nexo de causalidade entre suas ações e o exercício do mandato parlamentar.
CASO CONCRETO SLIDE 07
Resposta Leopoldo: o parlamentar, porque goza de imunidade material não será condenado, porque não praticou crime. José, na condição de suplente, não goza de imunidade parlamentar, porque é atinente à função, então ele será julgado pelos crimes de injúria e desacato.

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