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Teoria de Karen Horney

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Karen Horney e a Psicologia Feminina
Objetivo
O presente trabalho tem como objetivo apresentar breve reflexão sobre a Teoria de Karen Horney e o desenvolvimento da personalidade pela ótica da Psicologia Feminina
Concepção de homem e mundo
Intrisecamente ligados estão às concepções de homem e mundo quando se trata da teoria de Karen Horney. Segundo Horney o individuo é formado culturalmente, ou seja, trauma, neuroses e demais problemas são causados pela sociedade.
Dessa forma, o homem individual causaria pouco ou nenhum impacto no próprio desenvolvimento sem que as causas estejam relacionadas ao mundo, ou mais especificamente a sociedade e a cultura.
Partindo disso, a parte biológica se adaptou ao longo dos séculos no decorrer da evolução das espécies. Da mesma forma, segundo Horney, o individuo é causa do excesso e da escassez do ambiente em que se desenvolve. Excesso e escassez estando ligados diretamente a eventos físicos e biológicos do desenvolvimento, tal como, alimento, afeto, atenção, reconhecimento, etc. Essas questões modificariam o comportamento do individuo desde a infância, que levariam a adaptações mais, ou menos problemáticas causadas pela própria cultura e sociedade.
O que define a personalidade do individuo seria a própria forma que este é educado e como se relaciona com outras pessoas. Se há necessidade de compensação a partir da ansiedade, desenvolve-se uma neurose que, segundo Horney, fora própria causa e consequência do ambiente.
Em essência, o mal é passado de geração para geração, não só pela educação, mas também pelo convívio, as formas de manipulação e submissão afetam os demais de igual modo, dessa forma o cilco se inicia e só pode ser superado através de u profundo autoconhecimento conquistado pela psicoterapia, Compreender o por que agimos de determinada forma oferece a oportunidade de mudança para vir a ser o que realmente somos, não o que fizeram de nós.
Influências
Karen Horney, fez sua formação médica na Universidade de Berlim, e trabalhou no Instituto Psicanalitico de Berlim durante 14 anos. Horney foi analisada por Karl Abraham e Hans Sachs. Convidada por Franz Alexander, Karen foi para os Estados Unidos e trabalhou como diretora associada no Instituto Psicanalitico de Chicago, por dois anos. Em 1934, mudou-se para Nova York, onde estudou e práticou psicanalise no Instituto Psicanalitoc de Nova York.
A partir da vasta experiência psicanalítica de Karen Horney, nota-se que desde cedo esteve cercada de grandes nomes da época, inclusive Freud. Em confronto a isso, desde cedo Horney trabalhava com seus problemas emocionais e contra a psicanalise ortodoxa, que a seu ver, era composta por diversas falácias relacionadas ao modelo biológico-mecanicista de Freud, que limitava o ser humano a uma psicologia instintiva e genética.
Assim como a historia de vida de Adler teve forte influência em sua Psicologia Individual, a vida e os relacionamentos de Horney tiveram grande impacto na formação de sua Psicologia Feminina, voltada para o desenvolvimento das potencialidades do relacionamento humano. Considerando então o impacto gerado por sua própria vivência como mulher em um ambiente de predominância masculina, Horney prioriza o aspecto social do ser humano e suas consequências, mas sem deixa a essência da psicanalise. Apesar dos diversos pontos de discordância com Freud e a psicanalise ortodoxa, Horney reconhecia a funcionalidade do método psicanalítico e o adaptou a sua concepção de mundo, que contribuiu em diversos aspectos para uma nova visão.
Principais Conceitos
 Os conceitos desenvolvidos por Karen Horney, são voltados para o individuo com o grupo, a forma como ele se adapta e as consequências de sua vivencia em determinado meio.
Ansiedade Básica – A ansiedade básica trata-se do primeiro conceito de Karen Horney que mantém o olhar voltado para a criança e seu relacionamento com os pais ou responsáveis. De acordo com esse conceito, a criança experimenta a ansiedade, desamparo e vulnerabilidade, naturalmente. Todavia, tal como Adler em seu conceito de inferioridade, a criança vive o desamparo para estabelecer um relacionamento seguro com a mãe ou o pai, desenvolvendo confiança em uma pessoa especifica, isso pode ser elucidado na forma como determinada criança confia em sua mãe, mas não em todas as mulheres semelhantes. Dessa forma, a ansiedade básica faz com que a criança desenvolva sentimento de isolamento e desamparo de um mundo hostil. Alguns aspectos do ambiente contribuem para o surgimento dessa insegurança, tais como: dominação direta ou indireta, indiferença, indiferença, falta de respeito pelas necessidades individuais da criança, falta de orientação, admiração demais ou ausência de admiração, superproteção, isolamento de outras crianças, etc. A partir do desenvolvimento do mal básico pela má relação com os pais, Horney nomeia as consequências como o mal básico, ou seja, tudo que contribui para gerar uma insegurança continua na criança, pode ser considerado como mal básico e gerará ressentimento ou hostilidade básica. Estabelecido um relacionamento que se baseia em um mal básico, a criança desenvolverá ressentimento ou hostilidade como forma de lidar com a ansiedade e garantir o relacionamento, mesmo que não seja totalmente benéfico para ela. Por exemplo: 
“Eu tenho que reprimir minha hostilidade porque preciso de você”
“Eu tenho de reprimir minha hostilidade porque tenho medo de você”
”Eu tenho de reprimir minha hostilidade porque tenho medo de perder você”
Gera-se então um ciclo vicioso, a ansiedade produz uma necessidade excessiva de afeição, que quando não satisfeita, faz com que a criança se sinta rejeitada e aumente sua hostilidade, esta por sua vez, deve ser reprimida (gerando mais ansiedade) a fim de proteger o senso de segurança do vinculo estabelecido. 
As necessidades neuróticas
As necessidades neuróticas estão relacionadas diretamente a ansiedade e ao mal básico. Quando a criança desenvolve meios para lidar com o ciclo vicioso gerado pelas consequências do ambiente, esse método pode vir a se tornar um aspecto mais ou menos permanente de sua personalidade. Horney apresentou uma lista de dez necessidades neuróticas que são caracterizadas por soluções irracionais quando o individuo aplica apenas uma a todos os obstáculos diários. Tais são elas:
A necessidade neurótica de afeição e aprovação. Tudo que é feito pelo individuo é direcionado a necessidade de ser aceito pelo outro. Essa ação pode fazer com que ele se coloque sempre em último plano ou realize todas as vontades do outro para conseguir ser caracterizado como uma pessoal “legal”, “gente boa”, e finalmente estar inserido no grupo pelo que ele faz, não pelo que é.
 A necessidade neurótica de um “parceiro” que assuma a vida da pessoa. Essa necessidade envolve total submissão e ausência de responsabilidades dentro de um relacionamento, ambiente de trabalho ou quaisquer outros lugares. 
A necessidade neurótica de restringir sua vida a limites estreitos. Consiste em não se arriscar, evitando ao máximo qualquer tipo de frustração. Nessa necessidade o individuo só realiza aquilo que tem certeza que vai conseguir, o que muitas vezes é simples e cômodo, não gera desenvolvimento individual em um aspecto de superação de qualidade própria.
A necessidade neurótica de poder. Consiste simplesmente em comandar, mesmo que a pessoa não seja um subordinado, como em um ambiente administrativo, a pessoa necessariamente vê todos os outros como inferiores e atua como se todo devessem lhe obedecer.
A necessidade neurótica de explorar os outros. De certa forma essa necessidade esta ligada a anterior. Tirar vantagem do outro em beneficio do próprio egocentrismo e do desenvolvimento da necessidade de se sentir superior ao outro quando se consegue manipular tirar vantagem de forma pouco ética e moral.
 A necessidade neurótica de prestigio. Necessidade de tudo que se realiza precisa ser reconhecido ou avaliado. Essa necessidade se mostra extremamente presente atualmente,através da facilidade que as redes sociais proporcionam. A necessidade de prestigio está também relacionada a falta de reconhecimento anterior, fazendo com que tudo que se realize precise de aprovação coletiva.
A necessidade neurótica de admiração pessoal. Necessidade de admiração pessoal baseado em um preceito que se desenvolve de si mesmo, não pelo que realmente é.
A ambição neurótica de realização pessoal. Opostos da necessidade de restringir a vida a limites estreitos, essa necessidade neurótica faz com que o individuo busque sempre mais, como forma de suprimir sua insegurança em relação as próprias capacidades. 
 As necessidades neuróticas de autossuficiência e independência. Essa necessidade é gerada a partir do desapontamento em relação as tentativas de relacionamento, fazendo com que o individuo não consiga se vincular a nada e a ninguém. Desenvolvem a partir disso, a necessidade de independência, e buscam isso em todos os aspectos, isolando-se cada vez mais.
 A necessidade neurótica de perfeição e não vulnerabilidade. Essa necessidade faz com que o individuo busque perfeição em suas ações, atitudes e busque corririr “erros” em si próprio antes de ser criticado. Torna-se então uma pessoa mecanicamente neurótica com tudo que realiza, sendo pouco espontânea em suas ações.
Três soluções:
Karen Horney, classificou as necessidades em três grupos principais:
Aproximar-se das pessoas ou solução de auto-anulação:
Lida com a insegurança por meio do raciocínio lógico, por exemplo a necessidade de amor, “se você me ama, não vai me magoar”
Afastar-se das pessoas ou solução de renuncia:
Utiliza o afastamento como forma de evitar magoa ou frustração, por exemplo a necessidade neurótica de autossuficiência.
Ir contra as pessoas ou solução expansiva:
Obter poder ou se auto imaginar com características “poderosas” para evitar sofrimento e conquistar o que se deseja. Por exemplo: a necessidade neurótica de poder.
Cada uma das soluções enfatiza elementos desenvolvidos na ansiedade básica, aproximar-se, isolar-se e ir contra as pessoas. Horney diz que todos desenvolvemos esses aspectos em determinados momentos, mas a diferença entre um individual normal e um neurótico é o grau. Enquanto um individuo normal consegue pensar em outras formas de resolução de problema, atribuindo novos comportamentos ou suprimindo outros, o individuo neurótico utiliza apenas um método, que torna-se uma tendência neurótica desenvolvida e utilizada diariamente.
Alienação: 
A alienação ocorre quando a criança que sofre hostilidade e ansiedade é induzida a crer que seu “self real” é inadequado e sem valor, transformando-se então um “self-desprezado” que é combatido com uma imagem daquilo que ela deveria ser. Horney chamou este aspecto de “a tirania do deveria” e a “busca da gloria”. 
Dessa forma, a alienação fundamenta-se do desprezo daquilo que se é e em contrapartida na idealização daquilo que é aceito ou tido como uma excelente conquista dentro da sociedade.
Contribuições
O olhar de Karen Horney as potencialidades do relacionamento, ampliou a ótica da psicanalise em um sentido direcionado ao social e suas consequências. Partindo do mesmo pressuposto da psicanalise, a infância tem forte influencia, porém diferentemente de Freud, Horney analisa os relacionamentos atuais e anteriores que formaram o que somos hoje. Freud por outro lado, parte de um olhar fatalista, mecanicista-biológico, que vê os relacionamentos como forma de satisfação individual do principio do prazer. Horney, instiga esses relacionamentos e a partir deles constrói o individuo como resultado da cultura e sociedade em que se desenvolveu.
Criticas pessoais: 
O desenvolvimento da Psicologia Feminina é tal como a de Adler, extremamente interessante pelo fato vivido da experiência de seus autores. A teoria de Horney é atual até mesmo no aspecto do rebaixamento da mulher e valorização do aspecto masculino. Neste ponto, vemos que nada foi alterado além de um aumento no número de pessoas que lutam pela igualdade de gêneros nos diversos aspectos sociais. 
A teoria de Horney provoca desconforto por provocar reflexão as nossas próprias atitudes, fazendo com que nos recordemos de como nossos próprios pais agiam, isso provoca lembranças que naturalmente podem trazer a consciência nossas formas de retração, egoísmo ou submissão. Partindo dessa teoria, aparentemente é extremamente eficaz como método de analise se o sujeito estiver disposto a desconsiderar tudo o que tem de concreto de si.
Todavia, diferentemente da teoria de Adler, Horney aparenta busca independência a partir da consciência de traumas sofridos. Busca apresentar o reconhecimento de um possível sofrimento por alienação, resultante da idealização de uma “busca de gloria” neurótica. 
Tal como Adler, Horney traz um complemento de uma visão que integra o individuo ao mundo, tornando-o consequência de uma sociedade e cultura. Não a reconheço como fatalista pela possibilidade de mudança através do autoconhecimento conquistado em terapia e reflexão.
A Psicologia Feminina, como um todo, aproxima e diferencia o individuo da cultura, reconhecendo que grande parte dos problemas que temos, são produzidos por nós mesmos através de uma manifestação inconsciente de necessidades neuróticas.
Referências
Re f e rências: 
HALL, C. S.; LIN DZEY, G.;CAMP BELL, J.B.: Teorias da personalidade / trad: Maria Adriana Verissimo Veronese .- 4 ª ed .- Artes Médicas Sul:Porto Alegre , 2000.

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