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A VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER

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Sistema de Ensino Presencial Conectado
curso de graduação em servico social
 
LEOLINA SILVA AZEVEDO
 
VIOLENCIA CONTRA A MULHER E A QUESTÃO SOCIAL 
Macaúbas - BA
2015
 Macaúbas 
 2017
 LEOLINA AZEVEDO SILVA
Macaúbas 
2017
VIOLENCIA CONTRA A MULHER E A QUESTÃO SOCIAL 
Projeto de Ensino apresentado à Universidade Norte do Paraná - UNOPAR, como requisito parcial para a obtenção do título de Assistente Social.
Orientador: Profª. Valquíria Aparecida Dias Caprioli.
 AGRADECIMENTO
Agradeço a deus em primeiro lugar, porque se não fosse ele não seriamos nada, e de ter mim dado a oportunidade de ter saúde e de poder chegar ate aqui no final desta trajetória, podendo realizar meu curso.
Agradeço também a minha família, aos meus pais, minha Irma, por nunca me abandonar nos momentos mais difíceis, aos amigos e colegas de classe. 
A todos os professores do Curso de Serviço Social da UNOPAR que orientaram e ensinaram sobre o ser e fazer profissional, contribuindo com a minha formação sendo verdadeiras fontes de conhecimento e dando um norte para o meu caminhar, como também pela paciência e dedicação na realização dos trabalhos.
E por último, mas não menos importante, a toda a equipe da UNOPAR, meu muito obrigado a todos vocês.
AZEVEDO, Leolina Silva Azevedo. A VIOLENCIA CONTRA A MULHER E A QUESTÃO SOCIAL. 49 folhas. Projeto de Ensino Graduação em Serviço Social – Centro de Ciências Exatas e Tecnologia. Universidade Norte do Paraná, Macaúbas - BA, 2017.
RESUMO
A pesquisa bibliográfica relatada nessa monografia tem como temática a violência domestica contra a mulher. A violência contra mulheres constitui-se em uma das principais formas de violação dos seus direitos , atingindo-as em seus direitos à vida, à saúde e à integridade física. Apesar de ser um fenômeno que atinge grande parte das mulheres em diferentes partes do mundo, dados e estatísticas sobre a dimensão do problema ainda são bastante escassos e esparsos. Para a realização de estudos ate chegar a construção deste trabalho passou por um percurso bem grande enfrentando varias etapas, os dados constantes neste projeto serão adquiridos através de métodos qualitativos o conceito de violência contra as mulheres que é bastante amplo e compreende em diversos tipos de violência: a violência doméstica (que pode ser psicológica, sexual, física, moral e patrimonial), a violência sexual, o abuso e a exploração sexual mulheres adolescentes/jovens, o assédio sexual no trabalho, o assédio moral, o tráfico de mulheres, a violência institucional.Com o intuito de dar ênfase ao objeto de estudo, é imprescindível apresentar uma breve visão da situação de violência com mulheres de todas as idades sejam elas mulheres ou até mesmo meninas e adolescentes vitimas de vários tipos de violência em todo o país.a pesquisa utilizada foi a bibliográfica.A metodologia utilizada para a realização do trabalho foram pesquisas documentais, levantamento bibliográfico da leitura especifica do assunto, através do levantamento bibliográfico. A pesquisa descrita nessa dissertação trata-se, de um estudo de caráter descritivo, desenvolvido através da técnica de revisão bibliográfica.concluímos que para a realizaão doestudo foi utlizado vários autotres entre eles se destaca Filho, 1999 Minayo & Souza, 1999:9 Ministério da Saúde, 2001,Day et al, 2003; OMS, 2002; Schraiber et al; 2002). 
PALAVRAS-CHAVE: Violência, Mulher, Violação. 
 SUMÁRIO
1.0 INTRODUÇÃO	10
 2.0 A VIOLENCIA INTRAFAMILIAR	14
2.1 Legislações de Proteção 	17
2.2 Violência 	18
3.0 CLASSIFICAÇÕES DOS TIPOS DE VIOLÊNCIA 	19
3.1. Os tipos de violência e seu significado 	20
3.2 Violência contra a Mulher 	22
4.0 VIOLÊNCIA DE GENERO	23
4.1 Assistência social na problemática da violência 	28
4.2 Princípios da Política 	34
4.3 consequencia fisica e pissicologica na violência contra a mulher 	40
5.0 A questão social na Atualidade	41
6.0 CONSIDERAÇÕES FINAIS	45
7.0 REFERENCIAS	46
INTRODUÇÃO
A presente monografia tem como eixo central a violência contra a mulher. Atualmente esse tipo de violência vem se constituindo como uma das principais formas de agressão em especial contra a mulher por serem mais indefesas elas têm sido vítimas diárias desta violência que por sua vez deixam marcas profundas e são imprescindíveis.
 Apesar de ser um fenômeno que atinge grande parte das mulheres em diferentes partes do mundo, dados e estatísticos sobre a dimensão do problema ainda são bastante escassos e esparsos. Pois na sua maioria elas não denúncia o seus agressores e se aproveitando dessa fragilidade eles acabam recendido. 
Para prosseguir na elaboração do presente TCC e dar ênfase ao objeto do estudo, é substancial apresentar uma breve visão da situação de violência nas quais muitas mulheres, no decorre do TCC. A violência contra as mulheres só pode ser entendida no contexto das relações desiguais de gênero, como forma de reprodução do controle do corpo feminino e das mulheres numa sociedade exista e patriarcal. As desigualdades de gênero têm, assim, na violência contra as mulheres sua expressão máxima que, por sua vez, deve ser compreendida como uma violação dos direitos humanos das mulheres, para prosseguir o estudo foi dividida em etapas nas quais cada um tem um papel muito importante para elabora cada tópico sendo eles;
1ª Levantamento do material bibliográfico sobre a temática do trabalho: Nesta etapa, foram selecionadas referências pertinentes ao tema proposto para o desenvolvimento da pesquisa, a partir de uma extensa revisão da literatura. O universo investigado foi constituído por fontes bibliográficas impressas, como livros, manuais, monografias, artigos periódicos e de jornais, relatórios e online. No que se refere ao acesso das referências impressas, ressalta-se que algumas delas foram adquiridas nos locais acima descritos, além das pertencentes ao arquivo pessoal da pesquisadora. Quanto ao material on-line foram obtidos das seguintes bases de dados: organização mundial de saúde (OMS), Organização das Nações Unidas (ONU), Instituto Brasileiro de Geografia e estatística (IBGE). 
2ª Seleção do material e construção do texto preliminar Nesta etapa, selecionou-se, criteriosamente, todo o material disponibilizado, considerado relevante e pertinente ao objetivo proposto, para o estudo. Em seguida, a partir de uma leitura atenta e minuciosa de cada material, foram extraídas citações diretas de acordo com cada tópico explorado e suas respectivas referências. Foram digitadas e, em seguida, inseridas em arquivos separados, visando viabilizar a construção da pesquisa. Com base no levantamento realizado foi possível a elaboração de um texto preliminar contemplando-se os pontos principais do estudo proposto. 
3ª Redação final do relatório da pesquisa A elaboração do texto preliminar me permitiu identificar lacunas como também a melhor coerência estrutural do referido trabalho. Desta forma, facilitou a redação final do relatório da pesquisa, permitindo sua apresentação de modo claro, objetivo e coerente.
A metodologia utilizada para a elaboração deste projeto foram qualitativas e quantitativas, pois através de vários estudos relacionados meios de comunicação como a internet me mostraram o quanto é importante estar atualizada com as coisas que acontecem no mundo inteiro, pois a traves destes problemas conseguirem buscar um tema para meu TCC que é violência contra a mulher.
O conceito de violência contra as mulheres que é bastante amplo e compreende em diversos tipos de violência: a violência doméstica (que pode ser psicológica, sexual, física, moral e patrimonial), a violênciasexual, o abuso e a exploração sexual mulheres, o assédio sexual no trabalho, o assédio moral, o tráfico de mulheres, a violência institucional.
O projeto tem como objetivo Identificar os tipos de violência contra as mulheres, características de violência contra a mulher praticada pelo próprio parceiro. Diferenciar a violência contra as mulheres entre elas: (doméstica, psicológica, física, moral, patrimonial, sexual).
Segundo dados da OMS dos quais comprovam que a metade dos crimes cometidos contra mulheres no mundo é de autoria dos seus próprios parceiros. 
 A violência tem ainda enormes custos desde gastos com a saúde e despesas legais a perda de produtividade, impactando os orçamentos nacionais e o desenvolvimento global. Assim este projeto será estendido como a finalidade de mostrar, que não corresponderá não somente a qualquer tipo de violência, mas sim ao combate contra vários tipos de violência espalhados por todo Brasil.
Para o desenvolvimento deste trabalho foram realizadas pesquisas bibliografias e artigos documentais e recursos da internet as quais me levaram a compreensão do assunto, dispondo de métodos qualitativos. 
Portanto para a realização deste trabalho foram seguidos as pesquisas bibliográficas assim como recursos primários e secundarias por me pesquisados para a elaboração do mesmo.
A sociedade mudou seus valores e, consequentemente, a atitude diante de fatos antes considerados pertencentes ao âmbito privado, portanto, “resguardados” da intervenção pública. Algumas ações explicadas como formas de educar ou disciplinar passaram a ser categorizadas como violência, foram, portanto, problematizadas. 
„A família é uma instituição social que independente das variantes de desenhos e formatações da atualidade, “se constitui num canal de iniciação e aprendizado dos afetos e das relações sociais”‟ (MACIEL, 2002, p.123).
No que se refere a sociedade problematiza algo, porém, recebe também a responsabilidade de encontrar caminhos para sua solução, ou, ao menos, para lidar com ele. Será em torno do fenômeno da violência que ocorre no âmbito das famílias e das possíveis práticas sociais que se pode construir e disponibilizar para lidar com ele
A palavra “família” em latim (famulus) significa escravo doméstico utilizado para se referir a um grupo social na antiga Roma, ainda segundo Valderês Maria Romeira (2008.p.1), a família é uma instituição social, [...] em permanente movimento.
No período da Idade Média a família caracteriza-se pelas uniões conjugais sem afetos por parte dos noivos, com a finalidade de evitar a mobilidade econômica, social e política, portanto amor e casamento são relações distintas.
No fim da sociedade medieval, com o crescimento da classe burguesa surge dentro da estrutura familiar a valorização do casal para administrar a casa, sedimentados pelos sentimentos entre eles e valorização dos sentimentos familiares marcados pelos papéis sociais de esposo e esposa, de pais, mães e filhos. 
Na transição entre idade média e moderna, o renascimento, a cultura, a economia, a política, a sociedade e a religião passam por grandes transformações a quais vão influenciar as relações familiares.
Estas transformações consistem nas diferenças de classes sociais entre nobres e camponeses dentro da estrutura familiar, que será a base fundamental para uma nova forma de sociedade em ascensão, isto é, a burguesia e o proletariado, segundo ARIES, Philippe (1981, p.278).
A família moderna [...] corresponde a uma necessidade de intimidade, e também de identidade: os membros das famílias se unem pelo sentimento, o costume e o gênero de vida. As promiscuidades impostas pela antiga sociabilidade lhes repugnam. 
Compreende-se que essa ascendência moral da família tenha sido originalmente um fenômeno burguês: a alta nobreza e o povo, situados nas duas extremidades da escala social, conservaram por mais tempo as boas maneiras tradicionais, e permaneceu indiferente a pressão exterior. 
A família se constitui no grupo de origem ao satisfazer necessidades básicas como alimentação, proteção, afeto e sexo. Seus membros são vitalmente interdependentes, e é dentro e através da família que se viabiliza a construção de personalidade individual que irá construir a base do tecido social (SOUZA, 1997, p. 88).
As classes populares mantiveram ate quase nossos dias esse gosto pela multidão. Existe, portanto, uma relação entre o sentimento de família e o sentimento de classe.
Devido a sua composição hierárquica, acaba adaptando-se aos moldes da propriedade privada e do capitalismo que se modifica historicamente e constitui na sua raiz a manutenção da ordem social.
O legado deste modelo de família influenciou, no Brasil, a concepção da família tradicional, isto é, nuclear burguesa que é constituída por pais e filhos em uma união matrimonial e afetiva com valores, religiosos, culturais, sociais e morais que dava estrutura para o controle social e transforma-se pouco a pouco no decorrer da história do Brasil.
As transformações da família tradicional consentiram espaço e nas mudanças afetivas oferecendo sustentação para o pluralismo familiar.
2.0 A VIOLENCIA INTRAFAMILIAR
A violência ela infelizmente esta presente na maior parte das famílias muitas das vezes essa violência ela se torna diária pois a maioria das mulheres tem medo de faze denúncias e acabam sofrendo esses abusos dia após dia, de todas as faixa etária sejam elas mulheres ou até mesmo meninas e adolescentes vitimas de vários tipos de violência em todo o país.
Mesmo após décadas de mobilização da sociedade civil e dos movimentos de mulheres têm colocado o fim da violência de gênero no topo das agendas nacionais e internacionais. Um número sem precedentes de países têm leis contra a violência domestica, agressão sexual e outras formas de violência.
Tavares dos Santos (2001):
A violência seria a relação social de excesso de poder que impede o reconhecimento do outra - pessoa, classe, gênero ou raça - mediante o uso da força ou da coerção, provocando algum tipo de dano, configurando o oposto das possibilidades da sociedade democrática contemporânea” (p.107).
 No entanto, os desafios persistem na implementação dessas leis, limitando o acesso de mulheres e meninas á segurança e a justiça. Em geral, não há iniciativas eficazes de prevenção da violência contra a mulher e, quando esta ocorre, muitas vezes os culpados permanecem impunes ou são condenados a penas brandas. 
A violência contra mulheres constitui-se em uma das principais formas de violação dos seus direitos humanos, atingindo-as em seus direitos à vida, à saúde e à integridade física. Ela é estruturante da desigualdade de gênero. Embora haja leis contra a violência contra a mulher, muitas vezes não são cumpridas, até mesmo pelo fato de muitas mulheres terem medo de denunciar o praticante da violência, é necessário mostrar para todo o publico feminino que as leis foram feitas para serem cumpridas, basta ter coragem e denunciar. 
Toda ação ou omissão que prejudique o bem-estar, a integridade física, psicológica ou a liberdade e o direito ao pleno desenvolvimento de outro membro da família. Pode ser cometida dentro ou fora de casa por algum membro da família, incluindo pessoas que passam a assumir função parental, ainda que sem laços de consanguinidade, e em relação de poder à outra (BRASIL, 2001).
As crueldades vivenciadas por essas mulheres elas se configuram no habitual das relações familiares são, por vezes, denominadas indistintamente de violência doméstica ou intrafamiliar. 
No entanto, a violência doméstica inclui outros membros do convívio domiciliar, sem função parental, abrangendo, dessa forma, a violência perpetrada ou sofrida por empregados, agregados e demais pessoas que convivem esporadicamente no ambiente doméstico. Já o conceito de violência intrafamiliar admite apenas a violência que ocorre nas relações familiares, ou seja, entre os membros da família. Ela pode ser praticada tanto no ambiente domésticoquanto público (BRASIL, 2001). 
Na definição de violência intrafamiliar destacam-se dois aspectos: o primeiro é de que se trata de uma violência interpessoal perpetrada, no caso das crianças e adolescentes, por pessoas investidas de função parenta por sua vez os agressores se julgam no direto de praticar tal ato como exemplo ela foi trabalha fora ou ela não mim obedeceu. 
A violência intrafamiliar contra as crianças e os adolescentes não é um fenômeno natural, mas construído historicamente nas e pelas relações sociais e, desse modo, invocamos o pensamento de Vygotsky (1999), que nos ensina que “estudar alguma coisa historicamente significa estudá-la no processo de mudança: esse é o requisito básico do método dialético. [...] É somente em movimento que um corpo mostra o que é” (p. 85-86). 
A violência intrafamiliar praticada contra crianças e adolescentes é uma prática histórica na sociedade brasileira, presente em todos os segmentos sociais. Ven-turin, Bazon e Biasoli-Alves (2004).
Compreender a violência como um fenômeno social, construído historicamente é imperativo, sabe-se que esta se apresenta na configuração de violência física, psicológica, sexual e a negligência.
 A atuação do Serviço Social com as demandas emanadas da família e da violência intrafamiliar, no seu campo de trabalho, busca uma intervenção profissional crítica no sentido de construir mudanças significativas nessas relações de violência.
Esse enfrentamento profissional, pautado no projeto ético-político do Serviço Social, situa a perspectiva critica na compreensão das relações sociais, desvelando na sua totalidade as particularidades da violência intrafamiliar, como fenômeno mundial e especificamente na realidade brasileira e tem como o objetivo oportunizar e gerar condições para a construção de novas relações familiares, sem violências.
 No processo de enfrentamento profissional da violência intrafamiliar destacamos os trabalhos de prevenção e a atuação com aqueles que foram ou são vitimizados, com base na legislação de proteção a infância e a juventude. 
Para Romani (in: LUZ org., 1982, p. 67):
O processo de socialização que leva à internalizarão dos espaços que circunscrevem o masculino e o feminino tem inicio na infância onde, como diz Simone de Beauvoir, os meninos tornam-se crianças e as meninas mulherzinhas. De fato, a entrada do menino no mundo adulto, onde desempenhará atividades no âmbito doméstico, tem fronteiras bem mais demarcadas do que a entrada da menina. Esta desde pequena, aprende a ser o que "será" quando crescer, aprende a ser mulherzinha, a fazer comidinha, a
trocar a fralda da boneca e é, de fato requisitada a ajudar a mãe nestas tarefas, a diferença do menino. Os brinquedos infantis expressam claramente as esferas assignadas a cada sexo. Fogões, vassouras e panelinhas se opõem a carros,aviões, pipas, revolveres.
A violência doméstica não é irrestrita, pois muitas das vezes, é encarada como crime tanto pelo campo social, quanto pelo jurídico.por essa razão, o Poder Judiciário presume-se estar concentrado no que há de mais retrógrado e conservador. 
E notório que muitas mulheres são vitimas diariamente de violência domestica porem muitas deixa de faze denúncias por medo ou vergonha da família ou da própria sociedade que ainda e preconceituoso.
Como podemos vê Segundo Langley e Levy (1980), quando as mulheres optam por ocultar a violência, quase sempre os motivos que as levam a isso é: uma autoimagem fraca; achar que o marido vai mudar;as dificuldades econômicas; a necessidade de apoio econômico do marido para os filhos; as dúvidas sobre se podem viver sozinhas; a crença de que o divórcio é algo como um estigma e o fato de acharem que é difícil para uma mulher com filhos arranjar trabalho.
E importante retrata que a violência ela não e apenas cometida pelo esposo ela muitas das vezes pela própria família mais violência física, agressão contra a mulher, em sua maioria, não é feita a ocorrência, por pressão familiar, para evitar escândalos, para a acomodação do conflito, especialmente nas brigas de casais, principalmente quando não é a primeira briga.
De acordo com o Artigo 1°,violência contra a mulher incluir:
Qualquer ato de violência de gênero que resulte ou possa resultar em dano físico, sexual ou psicológico ou sofrimento para a mulher, inclusive ameaças de tais atos, coerção ou privação arbitrária da liberdade, quer isto ocorra em público ou na vida privada.
Ainda sobre a violência acometida esta prevista na constituição Federal de 1988, que diz, em seu parágrafo 8°, art. 226: "
“O Estado assegurará a assistência à família na pessoa de cada um dos que a integram, criando mecanismos para coibir a violência no âmbito de suas relações".
2.1 Legislação de Proteção
Após anos de lutas as mulheres consegui uma lei que as ampare mesmo na maioria das vezes ela ser falha mais foi uma das conquistas muito importante adquirida através de lutas por uma guerreira que após ser vitima de violência começou uma luta muito justa para atende as necessidades da classe feminina que era desamparada perante a lei Maria da penha foi uma pioneira nessa luta que por sua vez conseguiu após muitas lutas uma lei que amparasse todas as mulheres vítimas de maus tratos e violência domestica.
A Lei Maria da Penha atende ao anseio da Constituição Federal de 1988 de que o Estado crie e assegure mecanismos para coibir a violência no âmbito das relações familiares. Ainda, mencionado Diploma é fruto de duas Convenções Internacionais, a Convenção sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra as Mulheres da ONU (1979) e a Convenção Interamericana para Prevenir, Punir e Erradicar a Violência contra a Mulher da OEA (1994).
Como podemos nota em seu Art. 3º;
 Art. 3º é assegurado expressamente às mulheres vítimas de violência doméstica as condições para o exercício efetivo do direito ao acesso à Justiça. Mesmo porque sem a garantia efetiva e real de ingresso no Poder Judiciário de nada valeriam as enunciações legais de direitos fundamentais. Sonegar o acesso à Justiça a essas mulheres em situação de vulnerabilidade é condená-las à morte ou ao eterno cativeiro de sofrimento dentro do amargo lar.
A família tem um papel fundamental para a vida da criança coloca a necessidade de discorrer sobre esse conceito. Ferrari (2002, p.28) define a família como sendo;
A constituição de vários indivíduos que compartilham circunstâncias históricas, culturais, sociais, econômicas e afetivas. Sendo uma unidade social emissora e receptora de influências culturais e de acontecimentos históricos. Possui comunicação própria e determinada dinâmica [...] Família é uma unidade básica de desenvolvimento de experiências, de realização ou de fracasso, de saúde ou de doença.
À família e a base da construção humana se perdura no processo da modificação e consolidação em cada sociedade.
Ainda segundo Souza;
Souza (2002, p.12) define família como uma construção cultural, representando “um campo enraizado em crenças, hábitos, atitudes e valores. Trata-se das raízes do ser humano no seu habitat”. 
2.2 Violência
O conceito de violência nada mais He do que a agressividade ou agressão de forma intencional ou excessiva para ameaçar que venha acometer ávida sendo ela em acidente, morte ou trauma psicológico.
A violência contra crianças e adolescentes constitui um grave problema social presente em países desenvolvidos e em desenvolvimento (AZEVEDO, 2003 apud PIRES et al., 2005).
Violência significa usar a agressividade de forma intencional e excessiva para ameaçar ou cometer algum ato que resulte em acidente, morte ou trauma psicológico.
A palavra violência deriva do Latim “violentia”, que significa “veemência, impetuosidade”. Mas na sua origem está relacionada com o termo “violação” (violare).
Quando se trata de direitos humanos, a violência abrange todos os atos de violação dos direitos: civis (liberdade, privacidade, proteção igualitária); sociais (saúde, educação, segurança, habitação);econômicos (emprego e salário); culturais (manifestação da própria cultura) e políticos (participação política, voto).
Segundo Ferrari (2002) a violência deve sempre ser pensada como manifestação de relações de força, que se expressam enquanto relações de dominação. Quer dizer, trata-se das diferenças existentes na sociedade sendo convertidas em relações de desigualdade, enquanto essa desigualdade passa a ser convertida em relação assimétrica e hierarquizada, segundo as quais, à vontade de um, torna-se sempre subordinada à vontade do outro. É assim que a ação se transforma em violência. 
Lamentavelmente a violência é uma realidade que se faz presente em toda parte.como podemos observa no nosso dia a dia que esse esta se tornado tema de manchetes cada vez mais distinta acessar a mídia ,(televisão, jornais, rádios e etc.), nos deparamos infelizmente com uma triste realidade vivenciada por nossas crianças e adolescentes que estão os alvo mais fácil dessa sociedade capitalista e corrupta.
Brasil (apud ASSIS; CONSTANTINO, 2006, p.163) entende violência como “qualquer ação ou omissão realizadas por indivíduos, grupos, classes, nações, que ocasionam danos físicos, emocionais, morais e espirituais a si próprios ou aos outros”.
Ainda segundo CHAUÍ apud AZEVEDO;
O termo violência implica na perda da autonomia, na privação da vontade própria de uma pessoa que fica dominada ou subjugada por outra, ao desejo e à vontade desta outra (FERRARI, 2002). 
3.0 Classificações dos tipos de violência 
A violência contra a mulher pode ser entendida como uma relação de forças que convertem as diferenças entre os sexos em desigualdade.Ao tratarmos aqui sobe violência e importante resalta que existe varias assegure irei destaca cada uma dela:
Para o Ministério da Saúde, a violência intrafamiliar adota as formas de maus-tratos físicos, psicológicos, sexuais, econômicos ou patrimoniais, originando perdas de saúde ainda insuficientemente mencionadas, sendo um desafio para profissionais de todas as áreas os registros dessas informações.
O Ministério da Saúde (2008) aponta a violência como um desafio central do século XXI a ser superado, pois causa grande impacto na saúde da população. Ainda segundo o MDS as principais são crianças e adolescentes. A violência é a quarta causa de mortalidade em crianças de 0 a 9 anos de idade, enquanto constitui a principal causa de morte de crianças e adolescentes de 10 a 19 anos, representando 52,9% das causas de óbito na faixa etária de 10 a 14 anos e 58,7% na faixa etária de 15 a 19 anos de idade (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2008). 
E importante frisar que a violência é definida como a terceira causa de óbitos na população brasileira, com 124.935 mortes em 2006, colocando a violência como representante de 13,7% das causas de mortes no país em 2006 (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2008). Infelizmente este número só aumenta.
A história da violência contra a criança e o adolescente no Brasil data desde a vinda dos exploradores portugueses, que recrutavam crianças e adolescentes pobres de orfanatos e crianças judias raptadas, para compor as tripulações naus transoceânicas, como um modo de resolverem o problema dos investidores que necessitavam manter um número grande de marinheiros em alto mar (ALBERTO, ALMEIDA, DÓRIA, GUEDES, SOUSA & FRANÇA, 2008). 
Ainda segundo ALBERTO;
As infantes eram recrutadas com o intuito de servirem de esposa aos portugueses, e muitas delas “recebiam abusos ainda na embarcação” (ALBERTO et al, 2008, p. 560). 
A violência não é um fenômeno histórico novo, pois sempre fez parte dos processos civilizatórios, e é parte constituinte das sociedades e culturas mais diversas no Ocidente desde a Antiguidade. 
Este fenômeno social tem adquirido, a partir dos anos 80, maior visibilidade, sendo objeto de preocupação por parte do poder público e fonte de estudos científicos nas áreas de História, Ciências Sociais, e Saúde Pública (MINAYO & SOUZA, 1999;)
Odalia (1985: p. 14) aponta que “uma das condições básicas da sobrevivência do homem, num mundo natural hostil, foi exatamente sua capacidade de produzir violência numa escala desconhecida pelos outros animais”. Essa constatação tem suscitado uma inquietação permanente sobre a provável “naturalidade” da violência. Porém, a definição do que é violência, bem como suas justificativas, rejeições e tentativas de controle variam de sociedade para sociedade e em diferentes contextos históricos. 
A violência sexual pode vitimizar, de forma silenciosa as mulheres, trazendo graves consequências físicas e psicológicas à sua saúde. Frequentemente, este tipo de violência está associado a outros tipos de violência, como sexual urbana, doméstica, intrafamiliar, de gênero, dentre outros.
3.1 Os tipos de violência e seu significado
A violência física e uma das mais comuns ela infelizmente deixa cicatriz profundas abaixo irei destaca cada uma.
O uso da força física de forma intencional - não acidental - provocada por pais, responsáveis, familiares ou pessoas próximas, no entanto violência física ela deixa marcas imensuráveis.
Segundo Azevedo (1985) apoia-se em Gregori para e denunciar dois grandes fatores responsáveis por tais condições de violência: constituem o primeiro os fatores condicionantes, que se referem à opressão perpetrada pelo sistema capitalista, pelo machismo e pela educação diferenciada; o segundo fator é formado pelos precipitantes como álcool e drogas ingeridos pelos agentes nos episódios de violência, além do estresse e cansaço, que podem desencadear o descontrole emocional e os atos agressivos. 
Violência psicológica ela e tida como o ator de Rejeição, privação, depreciação, discriminação, desrespeito, cobranças exageradas, punições humilhantes, utilização da criança e adolescentes para atender às necessidades dos adultos.
A negligência e outra forma de violência muito comum nos dias atuais e umas das formas de evidência tal e a Omissão dos pais ou responsáveis inclusive da sociedade quando deixam de prover as necessidades básicas para o desenvolvimento físico, emocional e social da criança e do adolescente.
Para Cardoso (1997 apud MENEZES, 2000, p.128):
Sofrer violência na infância torna as pessoas inseguras, com baixa autoestima, com ausência de senso crítico sobre a violência e dificuldades de estabelecer relações positivas. Essas consequências repercutem na escolha que a mulher fará de seu futuro marido, bem como na sua reação frente à violência. 
Infelizmente a violência sexual e a mais profunda forma de violência que um ser em desenvolvimento e submetida infelizmente a nossa sociedade se torna cada vez mais comum casos de violência sexual ela se caracteriza por violação do corpo da criança onde o agressor faz uso de seu corpo sem seu consentimento forçando a pratica tal ator que infelizmente deixa feridas com cicatrizes profundas, no entanto apara entender melhor o que e a violência sexual .
Toda a ação que envolve ou não o contato físico, não apresentando necessariamente sinal corporal visível. Pode ocorrer a estimulação sexual sob a forma de práticas eróticas e sexuais (violência física, ameaças, indução, exibicionismo, produção de fotos e exploração sexual).
3.2 VIOLÊNCIAS CONTRA A MULHER
Segundo (Filho, 1999), O interesse da área deve-se, sobretudo, aos efeitos nas condições gerais de saúde e bem estar populacional.
No Brasil, o tema insere-se como parte da agenda da Saúde Pública principalmente a partir da década de 80, tendendo a se consolidar no final dos anos 90 (Minayo & Souza, 1999). O reconhecimento da importância da violência se deve“... por um lado, na própria ampliação contemporânea da consciência do valor da vida e dos direitos de cidadania, de outro, nas observações sobre as mudanças no perfil da morbi-mortalidade no mundo e no país” 
De acordo com o 5º artigo, a violência doméstica e familiar é:
Qualquer ação ou omissão baseada no gênero que lhe cause morte, lesão, sofrimento físico, sexual ou psicológico e dano moral ou patrimonial: 
I -noâmbito da unidade doméstica, compreendida como o espaço de convívio permanente de pessoas, com ou sem vínculo familiar, inclusive as esporadicamente agregadas;
II - no âmbito da família, compreendida como a comunidade formada por indivíduos que são ou se consideram aparentados, unidos por laços naturais, por afinidade ou por vontade expressa;
III - em qualquer relação íntima de afeto, na qual o agressor conviva ou Tenha convivido com a ofendida, independentemente de coabitação. Parágrafo único. As relações pessoais enunciadas neste artigo independem de orientação sexual.
(Minayo & Souza, 1999:9) Desde a década de 80, as mortes por acidentes e violências respondem pela segunda causa de óbitos no quadro geral de mortalidade, representando cerca de 15% dos óbitos registrados no País (Ministério da Saúde, 2001).
A violência interpessoal atinge os grupos populacionais de forma diferenciada. Os homens têm maior chance de serem vítimas do tipo de violência que responde pelos índices de mortalidade, que é expressa, principalmente, pelos homicídios e acidentes de trânsito. 
As mulheres, crianças, adolescentes e idosas são vítimas, preferencialmente, da violência familiar, relacionada a agressões não fatais, porém associadas a morbidade devido aos efeitos devastadores que produzem na saúde dos indivíduos que a sofrem (Day et al, 2003; Ministério da Saúde, 2001). 
A violência familiar contra a mulher, denominada muitas vezes como violência doméstica, refere-se a agressões de ordem física, psicológica e sexual cujo principal agressor é o parceiro íntimo (Day et al, 2003; OMS, 2002; Schraiber et al; 2002). 
A luta política feminista, no Brasil e no mundo, fundamentada no ideal de dês naturalizar esse tipo de violência, abarca importantes conquistas. Uma das principais foi o reconhecimento, pelas Nações Unidas, em 1994, de que violência contra a mulher constitui uma violação dos direitos humanos (Almeida, 2001). 
A idéia de criação de delegacias especializadas no atendimento à mulher apresenta,inegavelmente, originalidade e intenção de propiciar às vítimas de violência de gênero em geral e, em especial, da modalidade sob enfoque, um tratamento diferenciado, exigindo, por esta razão, que as policiais conheçam a área das relações de gênero. Sem isto, é impossível compreender a ambiguidade feminina. Todavia, os poderes públicos não implementaram a ideia original. (SAFFIOTI, 2004, p. 89).
Durante muitos anos as mulheres não tinham a quem recorrer e sofriam caladas, em silêncio. Quando recorriam não tinham resposta do Estado, e quando tinham as decisões eram sempre voltadas para a impunidade dos agressores. 
Esse tipo de violência não era considerado de tamanha importância, pois o Estado se posicionava dizendo que era um problema a ser resolvido no âmbito das relações privadas interpessoais. 
4.0 VIOLENCIA DE GENERO
Segundo Saffiotti (1999), gênero refere-se a um conjunto de condutas e normas modeladoras dos seres humanos em homem e em mulher e relaciona-se ao desempenho de papéis e responsabilidades culturalmente atribuídos ao sexo antes mesmo do nascimento. A autora destaca que a “violência de gênero” é uma expressão introduzida pelo movimento feminista para atribuir nome as agressões masculinas praticadas contra a população feminina, apesar do termo não ser sinônimo, necessariamente, de violência entre homens e mulheres. 
Como o próprio termo “violência de gênero” caminhar mais no sentido do homem contra a mulher. 
 Segundo Heise (1994:136) a violência baseada no gênero é 
“o comportamento prejudicial do homem que é dirigido às mulheres e meninas com quem esteja coabitando, incluindo abuso para com a esposa, agressão sexual, assassinato, estupro matrimonial, prostituição forçada, mutilação genital feminina e abuso sexual de meninas” (Heise, 1994). 
Segundo Soares (1997), ao adotarmos o critério de consanguinidade entre as pessoas que habitam um mesmo domicílio, estaremos excluindo outras relações de afinidades, tais como namorado (a), amante(s) ou vizinho(s), colega(s) de trabalho, conhecido(s) e até mesmo desconhecido(s). 
Já para Saffioti (1999) esclarece que a violência familiar é aquela que envolve membros da mesma família extensa ou nuclear convivendo no mesmo ambiente e considerando a consanguinidade e afinidade, podendo ocorrer ou não no interior do domicílio. 
Segundo o levantamento da Organização Mundial de Saúde destaca que as Nações Unidas, em 1994, definiu oficialmente a violência contra a mulher como “todo ato que produz dano físico, sexual ou psicológico a mulher, incluindo as consequências desses atos, a coerção, privação arbitrária da liberdade, independente se ocorre na instância pública ou privada” (OMS, 2001). 
 A variedade de nomeações relacionadas a violência contra a mulher pode ser explicada, em parte, pelas diferentes abordagens que as diversas áreas de conhecimento adotam a partir de suas perspectivas, da caracterização que se adota dos atos violentos e da população pesquisada, ou seja, os recortes que se pode atribuir com base no relacionamento entre vítima e agressor. Os resultados de estimativas de violência são, muitas vezes, de difícil comparação em função, principalmente, da variedade de nomeações atribuídas a violência contra a mulher. 
Segundo Arendt;
 “ninguém que se dedique à meditação sobre a história e a política consegue se manter ignorante do enorme papel que a violência desempenhou sempre nas atividades humanas.” (ARENDT, 1970, pag.7). 
A principio quero destacar a complexidade do tema violência, que se expressa em variadas formas e contra sujeitos diferentes e contextualizações sócio históricas para não decairmos em formulações generalistas: a problemática da violência (que não é uma, mas sim múltipla) emerge de relações sociais que se modificam ao longo da historia. 
 Conforme ressalta MINAYO (2003, p.25), as manifestações da violência “são aprovadas ou desaprovadas, licitas ou ilícitas, segundo normas sociais mantidas por aparatos legais da sociedade ou por usos e costumes naturalizados”. Logo, é muito importante o debate e a atuação nos diversos setores da sociedade e nas mais variadas instituições.
Por meio da Lei Maria da Penha, o termo violência cometido a mulher passou a ser destacado com mais rigidez na mídia com isso mostrando ao praticados desses atos estão cada vez mais punidos pela mídia e mais denunciado pelas vitimas, porém muitas mulheres ainda sofrem caladas o horror da violência que, de certo modo, ainda se mantém escamoteado na sociedade. 
Segundo Day, as mulheres têm maior probabilidade de serem vítimas de membros de suas próprias famílias ou de seus parceiros íntimos. Sabe-se que de 40 a 70% dos homicídios femininos, no mundo, são cometidos por parceiros íntimos. (DAY, 2003, p.15)
Assim, podemos entender a violência intra-familiar como sendo: toda ação ou omissão que prejudique o bem-estar, a integridade física, psicológica ou a liberdade e o direito ao pleno desenvolvimento de um membro da família. Pode ser cometida dentro e fora de casa, por qualquer integrante da família que esteja em relação de poder com a pessoa agredida. Inclui também as pessoas que estão exercendo a função de pai ou mãe, mesmo sem laços de sangue. (DAY, 2003, p.10)
 
 Para melhor entendermos essas conceituações analisaremos a violência de gênero, partindo do fenômeno da divisão sexual do trabalho e sua relação com o patriarcal ismo. O campo de estudos de gênero consolidou-se no Brasil no final dos anos 1970, concomitantemente ao fortalecimento do movimento feminista no país, que visava a resistência sobre verdades estabelecidas nas relações de produção e reprodução das relações sociais entre homens e mulheres, ou seja, a intenção é justamente desassociar a mulher ao papel único da maternidade, da beleza, da delicadeza, etc. 
 A luta era pra evidenciar que a mulher pode e deve ocupar outros espaços na sociedade, porque possui capacidade e inteligência para tal, procura-se até hoje desconstruir a ideiade que a mulher nasceu apenas para procriar e cuidar do lar. 
A violência de gênero emerge de relações estruturalmente desniveladas, assimétricas entre homens e mulheres, que adquiriu variadas formas ao longo da historia, fixando papeis, status, lugares e poderes desiguais na família, no trabalho, na política, etc. Gênero é uma categoria que tem sido normalmente usada para descrever as relações homem e mulher, onde são naturalizadas as atribuições sociais, convertendo diferenças em fontes de desigualdade e dominação, que podemos denominar de “patriarcal”. 
O poder patriarcal erguesse e apóia-se, assim, na desigualdade entre os gêneros masculino e feminino, que alem de se manifestar em diversas esferas sociais, incide sobre o corpo e a sexualidade da mulher. Historicamente quando as mulheres ultrapassam os papeis sociais que as são determinados, o poder patriarcal é, direta ou indiretamente, contestado ou ameaçado. Como resposta é comum surgirem situações de violência física e/ou psicológica. 
Não foi somente a paraplegia que se tornou permanente na vida de Maria da Penha, também as agressões psicológicas a afetaram, contudo, apesar da dor e do sofrimento esta vítima lutou contra a violência doméstica. Mas, lutou de forma ampla buscando não apenas seus direitos no âmbito interno -os quais lhe eram pouco ou quase nada deferidos-, mas também no âmbito internacional, pleiteando os direitos humanos das mulheres, e demonstrando cabalmente a omissão brasileira em implementar medidas investigativas e punitivas contra o agressor, dentro do denominado razoável prazo de duração do processo. (CABRAL, 2008, p. 203-204)
Diante do exposto assim podemos chega a conclusão que para uma efetiva e garantia de diretos a nossa sociedade devera lutar junto com as demais políticas para que assim possamos de alguma forma combater essas violência e extrema falta de amor e respeito .
Contudo, a categoria gênero, não se refere somente as relações homem-mulher, mas também de homem-homem, e mulher-mulher, ou seja, à construção social do masculino e do feminino. Abrangendo crianças, adolescentes e idosos de ambos os sexos como vítimas. 
Como o gênero feminino é considerado como inferior e subalterno, os homens que assumem sua homossexualidade, como os transexuais e travestis, acabam por se tornar vitimas de punição e violência (de ordem física ou psicológica), sendo no limite, eliminados fisicamente. Alem do mais, são marginalizados de certas profissões e de postos de decisão. Uma mulher pode agir também de modo violento contra seu companheiro e/ou filhos. 
Conforme lembra-nos SAFFIOTI (2001, p.116),
 
Nada impede, embora seja inusitado, que uma mulher pratique violência física contra seu marido/companheiro/namorado. As mulheres como categoria social não têm, contudo, um projeto de dominação-exploração dos homens. E isto faz uma gigantesca diferença.
 
O patriarcalismo foi durante anos uma das principais causas da universalidade da violência contra a mulher, por ser um sistema antiguíssimo que promove desigualdades, abusos e discriminações, devido aos papeis atribuídos na sociedade a homens e mulheres, ou seja, foi posto que a mulher é um ser que possui uma inferioridade natural. 
 Bourdieu (1995, p.137), "a dominação masculina está suficientemente assegurada de modo que não precisa de justificação", ou seja, é uma estruturação social da propriedade, do poder e do mando sobre os corpos, sobre a sexualidade e as condutas sexuais dos gêneros não masculinos, sobre os territórios públicos no mercado de trabalho e nos postos de decisão, direção e na política. 
Para Kergoat e Hirata (2007): a primeira indica uma separação entre trabalho de “homens” e trabalho de “mulheres”, e a segunda indica uma hierarquização, na medida em que o “trabalho de mulheres” possui menor valoração. 
Esse conceito de divisão sexual do trabalho surgiu na França no inicio dos anos 1970, impulsionado pelo movimento feminista que reivindicava o reconhecimento das atividades domesticas como trabalho, pois o mesmo era invisível, ainda que executado por muitas mulheres em todo o país. 
Foi com a tomada de consciência de uma “opressão” específica que teve início o movimento das mulheres: torna-se então coletivamente “evidente” que uma enorme massa de trabalho é efetuada gratuitamente pelas mulheres, que esse trabalho é invisível, que é realizado não para elas mesmas, mas para outros, e sempre em nome da natureza, do amor e do dever materno (HIRATA; KERGOAT, 2007. p. 597).
Conforme ressalta Hirata (2001, p.144), “as trabalhadoras podem ser vistas como cobaias para o desmantelamento das normas de emprego predominantes até então”. No modelo de sociedade que vivemos, na qual a desigualdade social e a precarização do trabalho se fazem presentes, temos ainda a figura feminina muitas vezes enquanto a responsável economicamente pelo lar, tornando o subemprego uma alternativa para sustentar a família, sair do desemprego e tentar propiciar melhores condições de vida para os filhos. 
Notou-se um crescimento da participação das mulheres no mercado de trabalho, tanto nas áreas formais quanto nas informais da vida econômica, assim como no setor de serviços. Contudo, essa participação se traduz principalmente em empregos precários e vulneráveis, como tem sido o caso na Ásia, Europa e América Latina. (HIRATA, 2001. P.143)
Todos esses fatores se constituem como estruturas danosas a vida dessas mulheres que necessitam sobreviver e prover o lar. Soma-se a isso ainda a dupla jornada de trabalho, pois, além de ter de se inserir no mercado de trabalho, ainda é associado à mulher a responsabilidade pelas tarefas domésticas e cuidados com a família. 
Pode-se dizer que as desigualdades de salários, de condições de trabalho e de saúde não diminuíram, e que a divisão do trabalho doméstico não se modificou substancialmente, a despeito de um maior envolvimento nas responsabilidades profissionais por parte das mulheres. (HIRATA, 2001. p.144).
4.1 ASSISTENTE SOCIAL NA PROBLEMATICA DA VIOLENCIA
As primeiras expressões da chamada “questão social” foram observadas no inicio do século XIX, nos primórdios da industrialização. Os protagonistas deste fenômeno social eram representados por trabalhadores rurais que, expulsos do campo, migraram para as cidades em busca de garantir a subsistência. Esses trabalhadores, que num primeiro momento não foram absorvidos pela sociedade industrial emergente, experimentaram uma situação de grande miserabilidade. 
Essa população, que se encontrava aquém da sociedade industrial, era percebida como uma ameaça à ordem social vigente, pois poderiam se revoltar e “contaminar” todo o corpo social, como bem nos mostra Robert Castel (2000),
 São essas populações flutuantes, miseráveis, não socializadas, cortadas de seus vínculos rurais e que ameaçam a ordem social, seja pela violência revolucionaria, seja como uma gangrena. Aliás, essa é uma palavra utilizada no vocabulário da época, uma espécie de contaminação da miséria, da desgraça que infectaria progressivamente todo o corpo social. (CASTEL, p.239. 2000).
A pauperização massiva da população se constituiu como efeito mais imediato da instauração do capitalismo. Este foi um fato inédito observado por estudiosos da época. Se não eram novas as desigualdades sociais, era totalmente nova essa dinâmica da pobreza que s e generalizava. 
Netto (2004, p.42), “a pobreza crescia na razão direta em que aumentava a capacidade social de produzir riquezas”. Isso mostra que quanto mais a sociedade revelava sua capacidade em produzir bens e serviços, maior era a quantidade de pessoas que não tinham acesso a esses bens e, além disso, encontravam-se sem as condições materiais que possuíam anteriormente. 
O diferencial deste fenômeno está justamente na produção de mercadorias, pois, se anteriormente a pobreza estava ligada a um quadro de escassez, com a industrialização, o cenário poderia serdiferente, uma vez que a capacidade de produção aumentou o que em tese, facilitaria o acesso. 
Segundo Netto (2004, p.43), “a designação desse pauperismo pela expressão “questão social” relaciona-se diretamente aos seus “desdobramentos sócio-políticos”. Isso porque a classe trabalhadora não se conformou com a situação imposta e protestou de diversas formas, uma delas foi o Movimento Ludita, na qual os operários quebraram muitas maquinas das indústrias onde trabalhavam, pois identificaram nas máquinas uma fonte de opressão (porque ditam o ritmo do trabalho) e a causa principal do desemprego. Destacam-se também as diversas revoluções de 1848, também chamada de Primavera dos Povos. Esse cenário se configurou como uma ameaça à burguesia. 
Posta em primeiro lugar, com o caráter de urgência, a manutenção e a defesa da ordem burguesa, a “questão social” perde paulatinamente sua estrutura histórica determinada e é crescentemente naturalizada, tanto no âmbito do pensamento conservador laico quanto no do confessional. (NETTO, 2004).
Ainda segundo Netto (2004), muitos pensadores laicos percebiam as manifestações da “questão social” como características intrínsecas à sociedade burguesa e a qualquer outra ordem, ou seja, é algo natural e impossível de ser sanado. As mudanças que, por ventura, poderiam ser implementadas, eram ligadas a reformas morais da sociedade e do homem. E com tal pensamento, a questão econômica não era associada às diferentes expressões da “questão social”. 
 As manifestações de 1848 alteraram também a base da cultura política que embasava o movimento dos trabalhadores. Com isso, o operariado dissolveu a idéia de uma colaboração entre classes, pois ficaram nítidos os diferentes interesses entre burguesia e classe trabalhadora. Foi um momento importante da historia, pois o proletariado passou da condição de “classe em si” a “classe para si”, ou seja, foi uma tomada de consciência política que evidenciava que a “questão social” está intrinsecamente associada à sociedade burguesa e apenas o fim desta pode conduzir a supressão daquela. 
Mas, consciência política não é o mesmo que compreensão teórica e o movimento dos trabalhadores tardariam alguns anos a encontrar os instrumentos teóricos e metodológicos para apreender a gênese, a constituição e os processos de reprodução da “questão social”. [...] Somente com o conhecimento rigoroso do “processo de produção do capital.” 
O autor Marx pôde esclarecer com precisão a dinâmica da “questão social”, consistente em um complexo problemático muito amplo, irredutível à sua manifestação imediata como pauperismo. (NETTO, 2004).
No Brasil, a questão social tomou forma mais concreta no Brasil por volta dos anos 1930. Foi um período marcado por intensas transformações sociais, culturais e políticas. O país voltou-se para o advento do capital industrial, carregando como herança cultural o processo de colonização e o regime. 
É nesse cenário que aparece a questão social como uma expressão concreta das contradições entre o capital e o trabalho no processo de industrialização retardatária e periférica. Entretanto, esse fenômeno foi visto em sua gênese como algo perigoso, devendo ser reprimido pelo Estado. Temos então, a questão social como um caso de policia.
A questão social não aparecia nos discursos da classe dominante, pois era vista como uma questão ilegal, fato que se agravou quando os socialistas defenderam idéias que tinham como temática central a preocupação com a sociedade, não apenas no seu âmbito econômico, mas nas condições de vida da população, nas relações desiguais impostas aos operários pelo capital. 
No inicio da Primeira República, compreendida entre os anos 1889 e 1930, é possível identificar cinco correntes político-ideológico: a dos monarquistas, dos liberais, a dos militares, a positivista e da classe operária. Cada uma possuía características especificas e ideologias próprias. 
No entanto, existe uma coisa em comum entre as quatro primeiras, que é o fato de a questão social não existir como questão em si. Portanto, desse fenômeno permanecerá durante um longo tempo como uma questão marginal, com respostas prontas que não visavam solucionar nenhum problema, pois, a mesma não era reconhecida pelo pensamento dominante. Porém, para a classe operaria, esse é um tema central. 
Após 1930, com o governo de Vargas, a questão social é reconhecida como legitima, sendo tratada assim, por outros aparelhos do Estado.
Lembrando que a questão social refere-se à contraditória relação entre capital e trabalho, o que fará a diferença para um novo tratamento da mesma é exatamente a intervenção do governo nas questões trabalhistas, visando a desmobilização e despolitização da classe operaria. Tem-se aí a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) no ano de 1943, e a transformação da questão social em “caso de política”.
Com a criação do Ministério do Trabalho, Lindolfo Collor, na condição de ministro, lê em praça pública, em 02/01/1930, a Plataforma da Aliança Liberal, na qual reconhece a questão social e exalta a pouca legislação social criada até então, reconhecendo que esta vem sendo tratada com pouca seriedade pelo Estado. Acrescenta em seu discurso que “existe a questão social porque não poderia deixar de existir” (FILHO, 1982). É possível notar que a questão social não só é vista com “naturalidade”, mas como algo fatalista, que intrínseco a esse tipo de sociedade e que não é passível de mudança. 
Entretanto, coloca tal questão como passível de ser controlada, uma vez que afirma como que para tranqüilizar a burguesia que a “existência da questão social entre nós nada tem de grave ou inquietador...” (FILHO, 1982). 
O que o Brasil teria de peculiar no que tange à “questão social”? Se a “questão social” é uma questão mundial (e no mundo tal questão é grave e inquietadora) porque no Brasil ela não teria esses caracteres? Se inquietador e grave é a classe dominante não reconhecer a “questão social” como o Sr. Lindolfo Collor diz, fica claro que o discurso politico passa a ver no operariado uma força social que dever levada em conta, no cenário da luta de classes. (FILHO, 1982)
É diante desse cenário que podemos perceber que a legislação criada em prol da questão social direciona-se no sentido de incorporar o sindicalismo nas leis do Estado, para desta forma moldá-lo e controlá-lo segundo os interesses da classe dominante. E com isso conduzir a legislação para um caráter paternalista, ocultando a luta de classes e transformando direitos em mecanismos de favor.
No entanto, A existência da legislação não quer dizer que tenha desaparecido para sempre a interferência da policia. Esta fará se sentir toda vez que, saindo do terreno legal, enveredem os litigantes para o caminho da justiça pelas próprias mãos (FILHO, 1982). 
 
 Mesmo com avanços no que tange a questão social, leva tempo até que haja alteração de atitudes, métodos e interpretações, além dos freqüentes retrocessos como o que ocorreu no período da ditadura varguista (1937/1947),na qual a questão social é novamente tratada como caso de policia, com um diferencial, no entanto: neste momento ela não é mais percebida como uma questão ilegal, visto que foi anteriormente reconhecida pelo Estado.
 A questão social teve seu véu rompido e dominou a esfera pública quando os sujeitos sociais manifestaram sua insatisfação com o sistema vigente, que explorava a mão de obra trabalhadora a um preço ínfimo e deixava à margem milhares de famílias vivendo à própria sorte. O objetivo era o reconhecimento de direitos e a criação de legislações que regulamentassem o trabalho, assegurando o mínimo ao trabalhador. 
É importante ressaltar que foram justamente as lutas sociais, ou seja, as múltiplas formas de resistência e enfrentamento da classe trabalhadora que acabaram com o domínio privado nas relações entre capital e trabalho, transpondo a questão social para a esfera pública,e com isso exigindo a interferência do Estado não só no reconhecimento de direitos e deveres dos sujeitos sociais envolvidos, mas também na sua legalização.
A questão social, portanto, diz respeito ao conjunto das expressões das desigualdades sociais geradas pelo sistema capitalista e as resistências e aos enfrentamentos a tais expressões. Sua origem está ligada ao sistema produtivo, na qual o trabalhador deixa de ser “livre” e passa a ter que vender sua força de trabalho ao capital. Há aí a apropriação privada da atividade humana. 
A questão social expressa, portanto, desigualdades econômicas, políticas e culturais das classes sociais, mediatizadas por disparidades nas relações de gênero, características étnico-raciais e formações regionais, colocando em causa amplos segmentos da sociedade civil no acesso aos bens da civilização (IAMAMOTO, 2012).
Um dos maiores desafios da atualidade e reconhecer as maiores desafios e na orientação das famílias em reconhecer que e preciso mudar as mentes das famílias Brasileiras.
Violência e definido, não apenas com agressões físicas, mas também omissões, ações que prejudiquem a integridade física,emocional da vitima. Por ser um fenômeno histórico, é apontado como crime na Constituição Federal de 1988, e no Estatuto do Idoso de 2003. Este tipo de crime muitas vezes passa despercebido pela própria vitima, por naturalizá-las. 
Os principais vitimizadores são geralmente os próprios familiares, vizinhos ou cuida dores, pessoas de sua alta confiança, que deveriam protegê-los de situação de risco ou abandono. São inúmeras formas de violência, as quais os idosos são expostos devido a sua fragilidade, desde agressões físicas ate a violência financeiro econômico.
Vários programas e políticas sociais foram criados para a proteção do idoso, trazendo punições ou tratamento para os vitimizadores que às vezes sem ter conhecimento do crime às naturaliza. Às vezes o excesso de zelo com idoso, faz com que este se sinta doente, inútil. 
As políticas e programas voltados à questão do idoso no Brasil, não são suficientes para amenizar o descaso como são tratados. Um idoso que possui uma situação econômica razoável compra os serviços que as políticas publicas não oferecem de maneira a procurar as unidades privadas. Na sociedade moderna a questão que envolve o idoso tem pouca visibilidade social, tornando desta forma uma demanda para a intervenção do Assistente Social.
Na maioria das vezes observa-se que a agressão vem de pessoas da própria família ou próximas a ele. Isso quando não são abandono nos asilos infelizmente os descaso são formas de agressão que muitas vezes passam desapercebidas. No entanto os familiares devem – se atentar a qualquer sinal de agressão. Na consulta de enfermagem todos os sinais e sintomas de agressividade devem ser analisados minuciosamente. Cabe a enfermagem o papel de reinserção do idoso na sociedade como também auxiliar nos cuidados prestados a ele.
4.2 Princípios da Política:
Vale desta que (PNM) Política Nacional para as Mulheres se baseia nos seguintes princípios disposto Plano Nacional de Políticas para as Mulheres (2004) :
Igualdade e respeito à diversidade:
– mulheres e homens são iguais em seus direitos.A promoção da igualdade implica no respeito à diversidade cultural, étnica, racial, inserção social, situação econômica e regional, assim como os diferentes momentos da vida das mulheres; 
 
Equidade 
– a todas as pessoas deve ser garantida a igualdade de oportunidades, observando-se os direitos universais e as questões específicas das mulheres; 
 
Autonomia das mulheres
– o poder de decisão sobre suas vidas e corpos deve ser assegurado às mulheres, assim como as condições de influenciar os acontecimentos em sua comunidade e seu país; 
 
Laicidade do Estado
– as políticas públicas voltadas para as mulheres devem ser formuladas e implementadas independentemente de princípios religiosos, de forma a assegurar os direitos consagrados na Constituição Federal e nos instrumentos e acordos internacionais assinados pelo Brasil; 
 
Universalidade das políticas
– as políticas públicas devem garantir, em sua implementação, o acesso aos direitos sociais, políticos, econômicos, culturais e ambientais para todas as mulheres;
 
Justiça social
– a redistribuição dos recursos e riquezas produzidas pela sociedade e a busca de superação da desigualdade social, que atinge de maneira significativa às mulheres, devem ser assegurados; 
 
Transparência dos atos públicos
– o respeito aos princípios da administração pública, tais como legalidade, impessoalidade, moralidade e eficiência, com transparência nos atos públicos e controle social, deve ser garantido; 
 
Participação e controle social
– o debate e a participação das mulheres na formulação, implementação, avaliação e controle social das políticas públicas devem ser garantidos e ratificados pelo Estado brasileiro, como medida de proteção aos direitos humanos das mulheres e meninas.
Em virtude da violência vivenciada, percebemos que a mulher torna-se insegura e dependente do marido, em todas as situações, não só econômica, mas também emocional. O descontrole emocional se torna comum, podendo ser tanto com os filhos, ou com quem tenta ajudá-la. 
[...] estabelecer conceitos, princípios,diretrizes e ações de prevenção e combate à violência contra as mulheres,assim como de assistência e garantia de direitos às mulheres em situação de violência, conforme normas e instrumentos internacionais de direitos humanos e legislação nacional.(BRASIL, 2011, p.9)
Na atualidade, as propostas imediatas para enfrentar a questão social no país atualizam a articulação assistência focalizada/repressão, com o reforço do braço coercitivo do Estado em detrimento da construção do consenso necessário ao regime democrático, o que é motivo de inquietação. (IAMAMOTO, 2012).
Por tanto para que seja consolide cada vez mais, a Política Nacional buscará algumas ações como: 
Ampliar e aperfeiçoar a Rede de Prevenção e Atendimento às mulheres em situação de violência (assistência); Revisar e programar a legislação nacional e garantir a aplicação dos tratados internacionais ratificados visando o aperfeiçoamento dos mecanismos de enfrentamento à violência contra as mulheres (combate e garantia de direitos);Promover ações preventivas em relação à violência doméstica e sexual (prevenção);Promover a atenção à saúde das mulheres em situação de violência doméstica e sexual (assistência);Produzir e sistematizar dados e informações sobre a violência contra as mulheres (prevenção e assistência); Capacitar lideranças comunitárias e profissionais das áreas de segurança pública, saúde, educação e assistência social na temática da violência de gênero (assistência);Ampliar o acesso à justiça e à assistência jurídica gratuita (combate e garantia de direitos). (BRASIL, 2011, p.37)
Ao ignorar a gênese das desigualdades sociais, caímos em um problema ainda maior que é o de focalizar um fenômeno que é amplo, que engloba diversos sujeitos sociais. Gerando, assim, uma individualização das questões sociais. Isso significa dizer, que recai para o individuo a culpa pela sua pobreza e pelas suas dificuldades. 
A partir de uma artimanha ideológica e mistificadora, elimina se, no nível da análise, a dimensão coletiva da questão social, reduzindo-a a uma dificuldade do indivíduo isolado, típica do pensamento liberal. (IAMAMOTO, 2012).
Há fatores que fazem com que a questão social seja revestida de novas roupagens, pois há de se considerar as continuas mudanças históricas. O capitalismo é um sistema social, político e econômico que gera crises cíclicas, que, aprofundando as contradições e problemas inerentes a sua lógica, agrava a questão social e provoca regressão nas políticas sociais.
Na esfera da produção, o padrão for dista tende a ceder o predomínio à "acumulação flexível" para acompanhar o ritmo da economia e não gerar prejuízos às empresas. Esse processo de flexibilização impactou o mundo do trabalho, gerandodesemprego e intensa precarização e também a organização das lutas sindicais.
 A exigência é reduzir custos e ampliar as taxas de lucratividade. Nesta lógica, o rebaixamento dos custos do chamado "fator trabalho" tem peso importante, envolvendo o embate contra a organização e as lutas sindicais, os cortes de salário, cortes na contratação e direitos conquistados. (IAMAMOTO, 2012).
 “A proposta é reduzir despesas (e, em especial, os gastos sociais), diminuir atendimentos, restringir meios financeiros, materiais e humanos para implementação dos projetos.” (IAMAMOTO, 2012). 
Todos esses fatores unidos interferem diretamente nas formas de sociabilidade. Atualmente vivemos na sociedade do consumo, na qual a lógica do mercado é imperativa, invadindo todos os setores da vida social, e não apenas os meios produtivos. 
Temos com isso uma sociedade baseada na competitividade, na produtividade, na rentabilidade, na eficácia e na eficiência. 
Com isso, há um reforço ao individualismo, assim como uma naturalização do que está posto. Esse cenário, de nítido teor conservador, atinge as formas culturais, a subjetividade, a sociabilidade, as identidades coletivas, erodindo projetos e utopias. Estimula um clima de incertezas e desesperanças. 
A debilitação das redes de sociabilidade e sua subordinação às leis mercantis estimula atitudes e condutas centradas no indivíduo isolado, em que cada um "é livre" para assumir os riscos, as opções e responsabilidades por seus atos em uma sociedade de desiguais. (IAMAMOTO, 2012). 
Quais as situações consideradas como principais fatores de risco para a violência?
Veja abaixo um dos principais fatores determinantes para o violência ,aprenda a identifica e prevenir risco aos nossos idoso.Destaca entre eles o uso abusivo de álcool e/ou outras drogas;
• História de antecedentes criminais e uso de armas;
• Presença de um modelo familiar violento;
• Comprometimento psicológico/psiquiátrico dos indivíduos;
• Dependência econômica e/ou emocional, baixa autoestima e pouca autonomia entre os indivíduos;
• Ambiente familiar com nível de tensão permanente, que se manifesta pela dificuldade de se estabelecer diálogo;
• Famílias baseadas numa distribuição desigual de poder e de autoridade;
• Estrutura familiar de funcionamento fechada, onde não há abertura para contextos externos.
Essa tensão é marcada pela forma como se estruturam as políticas sociais públicas e os serviços sociais, que são direitos contidos em legislação, e a forma como estes serão implementados na sociedade. A tensão reside entre a defesa dos direitos sociais e a privatização e mercantilização no atendimento das demandas sociais, o que traz fortes implicações para o cotidiano profissional do assistente social. 
De um lado, temos um projeto ético político, marcado pela defesa intransigente dos direitos sociais de cada indivíduo. 
Esse projeto visa a emancipação dos sujeitos através de programas e projetos sociais que visam a participação direta dos usuários nas políticas publicas, atuando como co participantes na elaboração, e implantação das mesmas. É um projeto com caráter universalista e democrático, baseado na concepção de seguridade norteada pela Constituição Federal de 1988.
Essa não é uma proposta impossível de se realizar, pois é baseada na Constituição e, portanto, na legalidade democrática. 
No Brasil, no âmbito governamental, é da maior importância o trabalho que vem sendo realizado pelos assistentes sociais nesse campo. Merece destaque a atuação desenvolvida junto aos Conselhos de Saúde e de Assistência social nas esferas nacional, estadual e municipal, além dos Conselhos Tutelares e Conselhos de Direitos, responsáveis pela formulação de políticas públicas para a criança e o adolescente, para a terceira idade e pessoas portadoras de necessidades especiais. (IAMAMOTO, 2012). 
Nesse sentido, faz-se necessário assumir, mas também extrapolar, os espaços dos Conselhos. E reassumir o trabalho de base, de educação, mobilização e organização popular, que parece ter sido submerso do debate teórico-profissional ante o preciso ter em mente que a qualidade da participação popular pode se enveredar para uma participação democrática, que propicie um aprendizado sob novas formas de sociabilidade ou se apoiar em ações clientelistas, que visam a “benesse” e o “favor” como formas do trato com a coisa publica. 
Segundo Iamamoto (2012), a elaboração e interpretação dos orçamentos passam a ser efetuados segundo os parâmetros empresariais de custo/benefício, eficácia/inoperância, produtividade /rentabilidade.
Esse é mais um desafio para a formação universitária, pois é necessário introduzir elementos teóricos e técnicos que capacitem os novos profissionais a fazerem uma leitura critica dos orçamentos fiscais, de forma que se possam criar estratégias que viabilizem recursos para os projetos e programas sociais. 
Diante da precária das condições de trabalho dos assistentes sociais, outro desafio no seu fazer cotidiano é a aproximação com o público alvo das políticas sociais, pois ao encurtar a distancia entre instituição/ usuário é mais fácil apreender a realidade a que aqueles indivíduos estão inseridos, criando ou adaptando assim os programas direcionados a eles de forma que sejam de fato eficazes para aquela população. 
Tudo isso implica em romper com a burocracia do cotidiano profissional, potencializando os atendimentos e todo o contato com os usuários, na busca por uma reorganização do trabalho que beneficie o profissional e os usuários. 
Enfim, é o conhecimento criterioso dos processos sociais e sua vivência pelos indivíduos sociais que poderá alimentar propostas inovadoras, capazes de propiciar o reconhecimento e atendimento às efetivas necessidades sociais dos segmentos subalternizados, alvos das ações institucionais. (IAMAMOTO, 2012).
Diante deste cenário de desestruturação de direitos sociais, na qual o assistente social se vê inserido, é comum o desvio de tarefas do profissional,seja no âmbito público, como também no âmbito privado, ou seja, muitas vezes o empregador exige dos profissionais ações que os mesmos não estão de acordo, seja porque não cabe em suas atribuições privativas, seja porque seu projeto ético, político e profissional não é igual ao de seu patrão. 
O fato é que o assistente social necessita criar estratégias para que seu foco enquanto profissional não destoe daquele preconizado em seu Código de Ética 
Profissional, na qual o coloca como defensor intransigente na luta pela defesa dos direitos sociais. 
É comum que o assistente social trabalhe em equipe, normalmente com sociólogos, psicólogos, pedagogos, enfermeiros, etc. No entanto, esse tipo de trabalho não anula as potencialidades e capacidades que cada profissional possui. 
É necessário desmistificar a ideia de que a equipe, ao desenvolver ações coordenadas, cria uma identidade entre seus participantes que leva à diluição de suas particularidades profissionais. São as diferenças de especializações que permitem atribuir unidade à equipe, enriquecendo-a e, ao mesmo tempo, preservando aquelas diferenças. Em outros termos, a equipe condensa uma unidade de diversidades. (IAMAMOTO, 2012).
Com isso, temos que cada profissional possui capacidades singulares e ângulos particulares de observação, que permitem o encaminhamento de ações, e é isso que distingue cada profissional. Portanto, o trabalho em equipe, seja no âmbito do governo ou das empresas, não anula as atribuições privativas do assistente social, nem tampouco suas capacidades. 
Diante disto, cabem aos profissionais terem maior clareza de suas responsabilidades e competências, para assim potencializar o trabalho em equipe. 
4.3 CONSEQÜÊNCIAS FÍSICAS E PSICOLÓGICAS DA VIOLÊNCIA DOMÉSTICA PARA A SAÚDE DA MULHER 
Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS) a violência doméstica contra a mulher como uma questão de saúde pública, que afeta negativamente a integridade física e emocional da vítima, seu senso de segurança, configuradapor círculo vicioso de “idas e vindas” aos serviços de saúde e o consequente aumento com os gastos neste âmbito (GROSSI, 1996).
Conforme Souza (1996, p. 31), a violência é “um fenômeno gerado nos processos sociais, que atinge o âmbito das instituições, grupos e indivíduos, sendo desigualmente distribuída, culturalmente delimitada e reveladora das contradições e das formas de dominação na sociedade”.
E infelizmente muitas mulheres entram em depressão por ser vitimas de violência constante de seu Conge e por sua vez refletem na criança que crescer nesse meio e infelizmente mesmo após anos de lutas muitas deles ainda se submetem a esse tipo de situação pelos filhos ou por medo do que eles podem estar fazendo. 
De acordo com Simone de Beauvoir:
o que elas reivindicam hoje é serem reconhecidas como existentes ao mesmo título que os homens e não de sujeitar a existência à vida, o homem à sua animalidade.Uma perspectiva existencial permitiu-nos, pois, compreender como a situação biológica e econômica das hordas primitivas devia acarretar a supremacia dos machos (BEAUVOIR, 1970, p. 86)
Como podem observa que o dano causado às vitima são devastadoras, ou seja, alem do desenvolvimento físico, cognitivo, social, moral, emocional ou afetivo. As marcas da agressão físicas fica agudas, de diversas formas entre elas como as inflamações, contusões, hematomas, ou crônicas, deixando sequelas para toda a vida, como as limitações no movimento motor, traumatismos, a instalação de deficiências físicas, entre outras.
Alem das físicas tem a manifestação psicológica regular vista nas vítimas de violência dentre elas: insônia, pesadelos, falta de concentração, irritabilidade, falta de apetite, e até o aparecimento de sérios problemas mentais como a depressão, ansiedade, síndrome do pânico, stress pós-traumático, além de comportamentos autodestrutivos como o álcool e drogas, ou o próprio suicídio.
Alem de sofre todos esses agravos muitas delas quando não são vítimas fatais leva essa vida diariamente por medo ou mesmo pela própria fragilidade das leis que rege esse nosso Pais.
5.0 A QUESTÃO SOCIAL NA ATUALIDADE
O Serviço Social atua na área das relações sociais, mas em sua busca deve viabiliza os objetivos profissionais tendo estes que serem adequadamente formulados guardando estreita relação com objeto. Deve ser uma prática, um processo de atuação que se alimenta por uma teoria e volta à prática para transformá-la um contínuo ir e vir iniciado na prática dos homens face aos desafio de sua realidade.
No processo de ruptura com o conservadorismo, o Serviço Social passou a tratar o campo das políticas sociais, não mais no campo relacional com demanda da população carente e oferta do sistema capitalista, mas acima de tudo como meio de acesso aos direitos sociais e à defesa da democracia. Dessa forma, não se trata apenas de operacionalizar as políticas sociais, embora importante, mas faz-se necessário conhecer as contradições da sociedade capitalista, da questão social e suas expressões que desafiam cotidianamente os assistentes sociais, pensar as políticas sociais como respostas a situações indignas de vida da população pobre e com isso compreender a mediação que as políticas sociais representam no processo de trabalho do profissional, ao deparar-se com as demandas da população.
Para uma análise do Serviço Social na atualidade, com suas demandas e perspectivas nesse momento histórico, é necessário situá-lo em sua trajetória histórica e revelar o legado desse momento com seus rebatimentos no contexto do século da globalização. Tempos em que a economia e o ideário neoliberal intensificam as desigualdades sociais com suas múltiplas faces. Assim, crescem as demandas por políticas sociais, de um modo geral e, particularmente, por políticas de proteção social.
A partir dos anos 80, as mudanças ocorridas na profissão foram pautadas na necessidade de conhecer e acompanhar as transformações econômicas, políticas e sociais do mundo contemporâneo.Durante os anos finais do século XIX, a sociedade brasileira passou por grandes transformações: a consolidação do capitalismo; o surgimento dos centros urbanos que ofereciam novas alternativas de convivência social; a ascensão da sociedade burguesa e o surgimento de uma nova mentalidade – a da classe burguesa, as modificações do espaço urbano e do estilo de vida; e a efetivação de um novo modelo de família, a nuclear burguesa.
No Pós-Guerra, ocorre no Brasil uma maior industrialização, com isso surge novas expressões da questão social. Nesse período o poder público investiu na expansão da economia, em geral através de empresas estatais ou de associações com capital privado e estrangeiro. Houve avanços sociais nas áreas de educação,saúde, assistência social, mas com políticas voltadas a classe trabalhadora incluída no mercado de trabalho, deixando de lado os desempregados trabalhadores rurais, os informais. A principal expressão da questão social, passa a ser então a desigualdade social.
No cenário atual, a família brasileira assume atribuições na sociedade enquanto agente importante e central das políticas públicas sociais, haja vista a proliferação dos programas e projetos assistenciais de combate a fome e miséria que tem como alvo a família. Nesse sentido, os assistentes sociais são chamados a intervir nas relações sociais cotidianas, visando à ampliação e consolidação da cidadania na garantia dos direitos civis, políticos e sociais aos segmentos menos favorecidos e mais vulnerabilizados socialmente.
As profundas alterações do sistema capitalista, que intensifica o processo de exploração e expropriação das classes trabalhadoras, reduzem o papel do Estado na garantia de direitos e promoção de políticas públicas sociais que atendam às necessidades básicas de maior parte da população.
No que se refere a forma de tratamento no início do serviço social se dava através de intervenções públicas que iam da assistência aos indigentes, passando pela regulação estatal da organização do trabalho. Porém a assistência pública se resumia basicamente a situações de indigência, onde estruturas da assistência confessional não haviam sido rompidas. 
A produção industrial impôs uma nova fisionomia ao contexto social, e surge um novo tipo de regulação que se rege pelo estatuto do direito do cidadão e do dever do Estado, e este era sempre moldado às exigências do capitalismo.
Esse capitalismo sofisticou-se em capitalismo financeiro, que vive do lucro de transações financeiras, sem qualquer compromisso com a produção geradora de empregos, e com a justiça social, assumiu proporções enormes, onde um pequeno número de poderosos grupos ou especuladores privados lucram. Com isso os ricos ficam mais ricos enquanto os pobres mais pobres, agravando mais o fenômeno da desigualdade social que sempre esteve presente.
A questão social hoje, torna-se complexa, adquire dimensões amplas e profundas. Adentra-se a um novo milênio com incertezas, crises e de dilemas. O mundo está cada vez mais globalizado, vivencia-se a era dasinovações tecnológicas e a educação não pode se tornar retrógrada e acompanhar pensamentos egocêntricos. Nesse contexto, a questão social mundializa-se, passa a ter novos significados e características, ganha dimensões globais expressas, por exemplo, no aumento do desemprego em todo o mundo, nos crescentes processos migratórios envolvendo diferentes países e na assunção, cada vez maior, de processos de trabalho flexíveis, precários e sem garantia de proteção social.
Desta forma, o fenômeno da globalização por um lado permite 
o intercâmbio mundial por meio da maior interação entre os povos, por outro, tem trazido uma série de contradições e divergências: o aumento do desemprego estrutural, a exclusão social, o aumento da pobreza, guerras políticas e religiosas e outros, ratificando a lógica do capital, que trazem a concentração da riqueza nas mãos dos setores monopolizados e o acirramento da desigualdade social.
Assim, os processos de exclusão social, política, econômica, cultural, étnica,

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