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Moscas de Importância Veterinária

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- Ordem Díptera (dois pares de asas) : moscas, 
mosquitos e tabanídeos (mutucas). 
Ciclo holometabólico: ovo, larva, pupa e adulto. 
MIÍASES: As larvas se desenvolvem no interior 
ou sobre o corpo do hospedeiro, e se alimentam 
dos seus tecidos (vivos ou em necrose), 
substâncias corporais líquidas ou dos alimentos 
ingeridos por eles. 
 
Localização anatômica das miíases: 
1- Cutânea 
2- Cavitária (ouvidos, nariz, vulva, boca) 
3- Orgânica (internas) 
 
Parasitológico (larvas): 
1- Parasitas obrigatórios: dentro ou sobre o corpo 
de vertebrados vivos. 
2- Parasitas facultativos: substâncias orgânicas ou 
em decomposição. 
Classificação das lesões: 
1- Traumáticas (lesões abertas). 
2- Furunculares (formam cistos). 
Primárias: produzidas por espécies que são capa- 
zes de iniciar uma miíase, e se alimentam de teci- 
dos vivos. 
Secundárias: não são capazes de iniciar miíase, a 
não ser secundariamente a outra miíase, e se ali- 
mentam de tecidos necrosados. 
Cochliomyia hominivorax (mosca da bicheira) - 
Causam miíase primária. 
Família: Calliphoridae. 
Subfamília: Calliphorinae. 
Cor verde azulado escuro com reflexos metálicos, 
três faixas longitudinais escuras no tórax, olhos 
vermelhos amarelados, cabeça amarelada. 
Aparelho bucal: lambedor. 
Nutrição: néctar de flores, secreções de feridas. 
▪ Aparelho bucal: lambedor. ▪ Nutrição: néctar de 
Larvas: cor branca ou rosada, com anéis irregula- 
res de pequenos espinhos em cada segmento. 
 L3: 15 - 16mm. Se distingue das demais através 
dos tubos traqueais pigmentados. 
Nutrição: Biontófagas. 
-Fêmea (acasalam única vez ± 5 a 7 dias começam 
a oviposição). 
- 200/300 ovos (-24 horas). 
- L1 – L2 – L3 (± 5 a 9 dias). 
- L3 - pupa (± 7 a 8 dias ou até 43 dias). 
- 21 a 60 dias 12/13 gerações/ano. 
Patogenia: 
Larvas: fluidos e tecido muscular (ganchos orais + 
enzimas proteolíticas da saliva). 
Lesões: Aumentam de tamanho e exalam odor 
desagradável. Pode haver infecção bacteriana. 
- Traumático = Ganchos orais ao se desprender do 
hospedeiro. 
- Irritante = Movimento “barrenador” constante 
das larvas dentro das lesões. 
- Infecções secundárias = Bactérias e fungos. 
- Tóxico = Excreções larvárias. 
Sinais clínicos: Cegueira, manqueira, afecções 
dentárias, afecções dos órgãos genitais, prosta- 
ção, apatia. 
Diagóstico: Exsudato serohemorrágico que escor- 
re das lesões. Constatação das larvas nas feridas 
abertas. 
Dermatobia hominis (mosca do berne) - causam 
miíase furuncular. 
Família: Oestridae. 
Subfamília: Cuterebrinae. 
Cabeça: amarela, escurecida na parte superior 
olhos alaranjados. Abdômen: curto e largo com 
brilho azul- metálico. Tórax: castanho escuro com 
polinosidades acinzentadas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Aparelho bucal: vestigiais não funcionais. Não se 
alimentam. 
- 250 - 400 ovos 
- 5 - 6 dias: as larvas (L1) se desenvolvem dentro 
dos ovos. 
- Larvas: cor branca ou rosada, possuem 2-3 filei- 
ras de pequenos espinhos em cada segmento. 
- L3: 25mm 
- Nutrição: Biontófagas. 
Patogenia: 
No local da infestação: DOR → IRRITAÇÃO 
DO ANIMAL. 
- Infestações altas: EMAGRECIMENTO PERDA 
DA CAPACIDADE PRODUTIVA. 
- Processos inflamatórios com pústulas: bastante 
frequente. 
- Em casos raros: co-infestação com a mosca C . 
hominivorax 
Diagnóstico: Pela visualização dos nódulos no 
corpo dos animais e no homem. 
Animais parasitados: 
- Desenvolvimento prejudicado: ↓ produção > 
susceptibilidade a outras doenças. 
- Infestação: prurido intenso: estresse. 
- Lesões provocadas pelas larvas: orifícios na pele: 
depreciam a qualidade do couro. 
Localização das larvas: 
Região anterior do corpo (+ numerosos no lado 
esquerdo). 
- Locais mais atingidos: espáduas, costelas e parte 
inferior dos membros torácicos. 
(Pelagens escuras são mais atrativas.) 
Oestrus Ovis (larva nasal dos ovinos) - causam 
miíase cavitária. 
Família: Oestridae. 
Subfámilia: Oestrinae. 
Cabeça: ampla com olhos pequenos, possuem cor 
cinzento – acastanhadas. Aparelho bucal reduzido 
a pequenas protuberâncias. 
Não se alimentam! 
Ciclo de vida : 14 - 20 dias. 
Larvas: brancas, ficando amareladas ou castanhas 
à medida que se tornam maduras. Dorsalmente 
possui em cada segmento uma faixa transversa es- 
cura e ventralmente possuem fileiras de pequenos 
espinhos. 
L3: 30mm. 
Nutrição: sangue, tecidos da mucosa e do muco 
que é secretado em resposta ao estímulo do movi- 
mento larvário. 
 
Ciclo de vida: Fêmeas = Larvíparas. 25 larvas por 
vez/ até 500 larvas durante o ciclo. 
L1: depositadas nas narinas passagens nasais (2 
semanas) L2: seios frontais L3 L3: expulsa para o 
meio ambiente (ESPIRRO). 
Sinais clínicos: 
Os ovinos espirram com frequência. Podem mani- 
festar movimentos descoordenados da cabeça 
(falso torneio). 
 - Rinite, sinusite secreção nasal: Exsudato seroso 
(muco - purulento). 
Patogenia: 
- Espinhos cuticulares e ganchos orais irritação e 
destruição das delicadas membranas das passa-
gens aéreas. 
- Espessamento da mucosa e secreção de exsudato 
seroso purulento (infecção bacteriana). 
- Algumas larvas jovens invadem pequenos seios 
ósseos não conseguem sair, morrem e se 
desintegram nestes locais. 
- Eventualmente migração errática para o pulmão 
ou cérebro. 
Diagnóstico: clínico ou necropsia. 
Gasterophilus spp (parasitam equinos) - causam 
miíase orgânica. 
Família: Oestridae. 
Subfamília: Gasterophilidae. 
Apresenta grande quantidade de pelos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
- Tórax: castanho escuro com reflexos dourados na 
face dorsal. 
- Abdômen: castanho, preto na região mediana 
com pilosidades amarelas na extremidade posteri- 
or (ovopositor é longo, fortemente curvado para 
debaixo do abdômen). 
- Aparelho bucal: vestigiais não funcionais. Não se 
alimentam. 
- Ciclo de vida: 14 – 20 dias. 
 
Gasterophilus nasalis e Gasterophilus intestinalis. 
Larvas: grandes com ganchos orais em forma de 
foice. 
Corpo segmentado coberto por espinhos: 
Gasterophilus nasalis = 1 fileira. Gasterophilus 
intestinalis = 2 fileiras. 
Ciclo biológico: 
Ovoposição é feita em voos rápidos e os ovos ade-
rem ao pelo. 
2. Eclosão da L1 (após 7 a 10 dias) penetra na 
mucosa bucal onde fica migrando de 2 a 6 sema-
nas (depende da espécie). 
3. Mudam para L2, são deglutidas, vão para o es-
tômago e/ou duodeno L3. 
4. Eliminadas pelas fezes. 
Oviposição: 
- G. nasalis: oviposição nos pelos na região do 
lábio inferior do equino, região da ganacha. 
- G. intestinalis: pelos dos membros anteriores. 
Ovos (coloração): G. nasalis: amarelada G. 
intestinalis: amarelo-claro. 
Eclosão da larva: 
- G. nasalis: larva penetra na mucosa bucal assim 
que eclode. 
- G. intestinalis: necessita um estímulo térmico de 
umidade e fricção (lambida do cavalo). 
Cavidade bucal: 
- G. nasalis: larvas permanecem nas cavidades 
existentes entre os molares ou entre os dentes e as 
 
gengivas. Alimentam- se de exsudatos dos tecidos, 
não se alimentam de sangue. Permanecem até 
mudar para L2 (18 a 24 dias). 
- G. intestinalis: perfuram a mucosa dorsal da 
região anterior da língua onde podem permanecer 
por 3 a 4 semanas. Mudam para L2. 
Ambas espécies de Gasterophilus spp. se posicio-
nam dorsalmente no trato digestório: aporte de 
oxigênio. 
Sinais clínicos/patogenia: 
Fase na cavidade bucal: periodontite. 
G. intestinalis: glossite. 
 Pode ocorrer perfuração do epitélio do estômago 
e do intestino pelo aparelho bucal da larva. 
Fixação: provoca inflamação local e úlceras pre-
judica a a digestão. Pode ocorrer obstrução do 
piloro, abscessos gástricos, ulcerações, peritonite.Obstrução ou dificuldade do trânsito alimentar 
pelo acúmulo de larvas. 
Diagnóstico: 
Pelos sinais clínicos e identificação de larvas 
encontradas nas fezes ou visualizadas através de 
endoscopia. Constatação dos ovos nos pelos e 
necropsia. 
Moscas que irritam os animais: 
- Família Muscidae 
- Subfamília: Muscinae: Musca domestica. 
- Subfamília Stomoxyinae: Stomoxys calcitrans , 
Haematobia irritans. 
Moscas que irritam os animais: Musca domestica 
e Haematobia irritans. 
Moscas Sinantrópicas: 
Aproveitam-se das condições criadas pelo homem, 
ou seja, dos produtos resultantes do pro-cesso de 
urbanização e/ou do baixo nível de higi-ene 
ambiental. 
Musca domestica, Chrysomya spp, Lucillia spp. 
Moscas Simbovinas: 
Ligadas ao homem através dos excretos dos ani- 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
mais domésticos, principalmente herbívoros. 
Stomoxys calcitrans, Haematobia irritans. 
Musca domestica: Vetor mecânico/biológico de 
patógenos. (Fezes de equinos, bovinos e suínos). 
- Tórax : cinza amarelado a cinza escuro quatro 
lis-tras pretas longitudinais. 
- Abdômen: amarelado, c/ uma mancha escura lon-
gitudinal de forma difusa. 
- Alimento: Substâncias líquidas e/ou fluidas. 
Fêmeas, requerem também proteínas e aminoáci-
dos para a maturação dos folículos ovarianos. 
- Se consome alimento sólido: Regurgita uma gotí-
cula de saliva: p/ dissolvê-lo. 
- Espiráculos em forma de M. 
- Postura: 100 - 150 ovos → matéria orgânica 
fermentável. 
- Ovo→ adulto: 5-10 dias (25ºC); 40-50 dias 
(16ºC). 
- Longevidade: 2 a 4 semanas. 
Adultos: Estômogo do equino. Ovos embrionados 
ou Larvas eliminados nas fezes L1 Ingeridos pelas 
larvas de Musca domestica (L1 - L3). 
L3 depositadas: Próximo aos olhos (em feridas na 
pele) = Habronemose (Ocular/Cutânea). 
Próxima a boca ingerida c/ alimento = Gástrica L4 
- adulto. 
Stomoxys calcitrans (mosca dos estábulos): Inseto 
hematófago, ataca preferencialmente equinos e bo-
vinos, também outros animais domésticos e o ho-
mem. 
Tórax: acinzentado com 4 faixas longitudinais 
- Abdômen: 3 manchas escuras no 2° e 3° segmen-
tados abdominais. 
- Aparelho bucal: picador-sugador (probóscide rí-
gida e escura, visível pelo dorso). 
Machos e fêmeas - sangue: 1 ou 2x/dia. 
Fêmeas: 25 a 50 ovos (matéria vegetal em decom-
posição: feno e palha, contaminados com fezes e 
urinas). 
- Eclosão: 1-4 dias após a postura, podendo se 
estender mais (condições climáticas): 06 a 30 dias. 
 
- Após a emergência, as fêmeas adultas: várias 
ingestões de sangue p/ maturação dos ovários e p/ 
iniciar a postura. 
- Ciclo evolutivo completo (ovo: mosca adulta): 12 
a 60 dias. 
Bovinos e Equinos: Membros torácicos e pélvicos 
Cães: Extremidades das orelhas. 
Picadas doloridas, hematofagismo (vírus da anemia 
infecciosa equina). 
Haematobia irritans (moscas dos chifres): 
Hospedeiro preferencial: Bovinos. 
Região do pescoço, cruzes e dorso. Pousada c/ a 
cabeça voltada para baixo e as asas abertas: posição 
de “asa delta". 
Cor acinzentada. Aparelho bucal: picador/sugador. 
Palpos maxilares: os palpos são espatulados e quase 
tão longos quanto a probóscida rígida. 
Bovinos de raças européias ou mestiços. 
Preferência por pelagem escura . 
Machos inteiros = Maior tamanho atividade das 
glândulas e concentração de testosterona. 
- Macho e fêmea: hematófagos). 
- Permanecem sobre o hospedeiro dia e noite; 
fêmeas fecundadas só os abandonam quando vão 
realizar a postura. 
- Realizam uns vinte repastos sanguíneos/dia (25 - 
30 min.) 
Espoliação: picada dolorosa. 
Estresse e irritação: queda de peso corporal e pro-
dução 
Machos: diminuição da libido e baixo desempenho 
reprodutivo.

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