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Mídia, educação e cidadania FINAL

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LICENCIATURA EM FÍSICA
2018.1
MÍDIA, EDUCAÇÃO E CIDADANIA
Jéssica Monteiro de Aquino
Thalia de Oliveira Magalhães
Vitor Carneiro Silva de Oliveira
 
Introdução
A mídia tem como objetivo principal a divulgação de informação por meio de rádio, televisão, jornais e mais recentemente, pelo uso da internet levando á população notícias sobre as mais variadas coisas do cotidiano. Esse preceito é muito positivo em relação ao dia-a-dia do brasileiro, pois os informa notícias como o clima, por exemplo, ou o transito o permitindo se programar ao sair de casa e assim poupar tempo para outras tarefas. Entretanto, esse órgão poderoso também tem um poder amplo sobre a população que a maioria infelizmente, não possui o conhecimento.
Por um olhar superficial, podemos dizer que a mídia tem um forte poder de formar senso comum e opinião pública, nos colocando em um círculo fechado, onde não podemos pensar ou enxergar muito além do que ela nos mostra. Ao mesmo tempo em que ela pode nos abrir um novo mundo, uma nova realidade a respeito de tal assunto ela também tem o poder de apagar algumas apenas decidindo em não nos mostrar.
Nesse aspecto, podemos nos perguntar se a mídia teria interesse em mostrar uma realidade crítica a ela mesma, ou seja, faria a mídia em algum momento nos fazer pensar sobre o que é ela, ou o poder que ela exerce sobre nós? A resposta está no forte ataque da mídia para programas democráticos e mais participativos. A mídia não se interessa em criticar a si mesma.
Com base nisso, surge a ideia de um Quinto Poder formado por cidadãos com um alto grau de senso crítico capaz de fiscalizar e assim, controlar o Quarto Poder, a mídia, que já controla os outros três. O Quinto Poder ficaria assim responsável por desafiar, criticar e enfrentar o Quarto. É necessário também uma mídia alternativa, que nos faça pensar e refletir com um senso mais crítico e não que apenas reproduza o atual sistema.
A formação de um Quinto Poder regulador da mídia só é possível através da educação, principalmente na escola. Para isso, precisaríamos de uma reformulação na educação já que não existe um projeto que se ajuste ao processo hegemônico no país. Precisa-se educar a população com um senso crítico contra a mídia oligopolizada, já que a mesma que em tese deveria nos fazer refletir sobre, mas ela não cumpre esse papel. Dessa forma, para ser cidadão no século XXI, na era da informação instantânea, é fundamental que tenhamos conhecimento sobre a importância e o papel da mídia.
 Outro ponto que é interessante ressaltar é que a mídia não presta contas a respeito do que faz ou fala como outras instituições, assim sendo, onde encaixa-se a questão da responsabilidade social dos comunicadores? É preciso ter conhecimento para debater sobre os meios de comunicação e seus impactos. É também uma tarefa cidadã de questionar as informações dadas pela mídia e sua melhoria.
Ainda falando sobre cidadania, vale lembrar de dois direitos que são sistematicamente esquecidos: O direito á informação e o que está diretamente ligado a ela, o direito da comunicação que deriva do direito que temos de construir e ajudar a termos uma sociedade mais justa, solidária e democrática. E para que isso seja levado adiante, precisamos ter conhecimento sobre a mídia.
Mídia e Educação
No início, no meio e no fim... está a educação
 Nos dias de hoje, respiramos meios de comunicação, vivemos em uma sociedade de notícias imediatas, onde a realidade é moldada pela mídia, onde até as nossas conversas são pautadas pela mídia e mesmo alguém dizendo que pode reagir a isso, com sempre uma visão critíca à mídia, sempre haverá uma coisa que não podemos fazer: saber o que a mídia não publica.
De fato, a educação cria barreiras contra as falácias expostas pela mídia e a imersão em notícias que não foram expostas pelo quarto poder. A educação é a solução para que não sejamos apenas mais um na multidão.
	O caminho a ser percorrido para isso é, primeiramente, que haja uma comunicação democrática e participativa na sociedade e segundo, quem vive em sociedade está comprometido com seu funcionamento, ou seja, é impossível não agir e também é impossível ser neutro, toda ação corresponde uma ética.
1.A educação prática necessária a todas as sociedades
	Todos os grupos da sociedade tem a necessidade vital de se reproduzir para poderem sobreviver e a maneira de como manter essa sociedade com tranquilidade e paz, como foi discutido por Émile Durkheim, é preciso muito cuidado à maneira como os novos membros são introduzidos na sociedade, necessitando a preparação para que passem a fazer parte dela sem problemas e conflitos. Essa deveria ser a tarefa da educação em geral e das escolas em especial.
Como pressuposto por Durkheim, toda sociedade são realidades socias, são fatos sociais, completos em si mesmos, que se auto-regulam e possuem vida própria.
	Ou seja, para que as sociedades e grupos continuem a viver, “eduquem”, isto é, adaptem os novos membros às normas, leis, tradições e práticas da sociedade em vigor para que façam parte dela sem conflitos. Uma critíca bem visível há isso é o clipe da banda Pink Floyd na música “Another Brick in the Wall”.
2.Diferentes tipos de educação
	Durante os anos, as percepções sobre educação foram mudando, para Durkheim, por exemplo, foi um estágio de adaptação para as pessoas. No ponto de vista dos autores, a educação tem como tarefa fundamental e imprecindível possibilitar a existência de seres humanos conscientes, livres e responsáveis.
	Os autores dizem que conciência é um processo contínuo e infinito de buscas e respostas. A capacidade de refletir, de voltar-se sobre si mesmo e se perguntar: quem sou? Por que sou o que sou? Por que o mundo é assim? As resposta conseguidas formam sua conciência, com possibilidades infinitas de ampliação: é o processo de concientização.
	A consciência leva à liberdade. O processo de tomada de consciência leva a libertação do ser. E um terceiro passo, a consciência leva também à responsabilidade. Resumindo, eu sou responsável porque sou livre e sou livre porque tenho consciência.
	O ser humano é tratado como um animal na tentiva de tonar responsáveis, sendo estes metódos: castigos, punições, multas. O ser humano quando não cumpri o prescrito é punido.
Educar é um processo ativo de a pessoa desabrochar. A própria etimologia da palavra sugere isso. Educar vem do latim e significa “de dentro para fora” e ducere significa “conduzir, trazer”. Portanto, educar é trazer algo que já está dentro das pessoas para fora, fazer emergir o que lá se encontra. Aquilo que Sócrates dizia: o educador é um parteiro, que tira o humano do humano.
Porém quem faz o ser humano é ele mesmo no processo da educação, pois o papel do educador não é dar respostas, mas sim fazer perguntas. Para Paulo Freire, educação era a “prática da liberdade”.
Sendo assim, podemos dizer que há dois grande modelos de educação: autoritário (vertical, dominador) e o modelo Dialogal(libertador).
2.1. Modelo Autoritário
	Este modelo tem como pressuposto que o que existe na sociedade é bom e que há pessoas que sabem e pessoas que não sabem. Supõem também que o “saber” é algo que pode ser quantificado, medido. Ele supõem indivíduos semelhantes, uniformes, como se fossem máquinas de processamento, robôs praticamente iguais. Nesse sentido as pessoas são objetos de aprendizagem, são plasmadas, treinada e aparelhadas, de maneira semelhante, em grupos, classes ou turmas. As pessoas são “educadas” para se ajustarem à sociedade existentes.	
	O educador, neste caso, é mais um técnico que dita ordens e transmite informações
2.2 Modelo Libertador
	O segundo modelo considera pessoas diferentes, realizam tarefas diferentes no processo de aprendizagem. Elas são sujeitos do seu saber. Elas procuram aprender e vão se aperfeiçoando e descobrindo na reflexão e no diálogo, repostas aos problemas.
	Já o educador neste caso tem o trabalho de fazer perguntas, aguçando o aprendizado do estudante,desta forma, o educando não é tratado como um objeto.
3.A dimensão política da educação
	Quem vive em sociedade não pode deixar em agir e viver observando o rio.
	O que constitui a sociedade não são organogramas ou fluxogramas, uma sociedade é um processo dinâmico, vivo e em contínua ebulição.
	O omitir é uma ação, ou seja neste drama que constitui a sociedade é imposível não agir, é impossível ser neutro. Ou seja, não existe nenhuma maneira de não estar comprometido e quem não se dá conta é, no minímo, um ingênuo.
	
O impacto da mídia na Sociedade moderna
A mídia está presente em vários momentos e aspectos, seja na política, na educação, religião, consumo, economia e em vários outros setores. Além de ser responsável pela movimentação capitalista, ela também influencia em relações pessoais. A mídia constrói nossa subjetividade, passamos muito tempo com acesso a ela. Citando o autor, ele diz que o brasileiro fica cerca de 3,9 horas diárias na mídia (apesar de acreditar que esse número é bem maior) e criança é cerca de 6h a 9h. 
As crianças da sociedade moderna e as crianças de hoje, tem uma grande diferença. As de antigamente, quase não assistiam TV, já as de hoje passam a maior parte assistindo. Hoje, a leitura está sendo desvalorizada e a diferença entre uma criança que lê e a que assiste TV é que: a criança que assisti um conto pela TV, não tem aquela magia de imaginar como seria aquela cena, aquela princesa sendo beijada pelo príncipe. Já as crianças que lêem, apesar de ter figuras, conseguem imaginar e sentir essa magia e usar sua criatividade.
Segundo o autor Pedrinho, a mídia é uma nova linguagem: A linguagem digital. Ela junta o texto, a imagem e som. Antigamente eram usados vários meios de comunicação como jornais, revistas e até mesmo comunicação pessoal. Hoje, tudo se resume em um único bit, em um único lugar, a mídia. É um meio rápido e fácil de passar informações, seja informações reais ou irreais. O acesso de informações é infinito, porém é preciso tomar muito cuidado, pois nem tudo que está na mídia, é verdade.
Ela constrói a realidade? A resposta é sim. Geralmente, se não está na mídia não é verdade. As pessoas, principalmente as mais despreparadas, acreditam no que veem na mídia. Conforme o autor utilizou o exemplo no livro, sobre a greve, vou citar a frase que marca essa questão: “Ué, não vejo mais nada na televisão, então não deve ter mais.” Seja verdade, seja mentira, para algumas pessoas, a mídia sempre estará certa. Afinal, se não está passando na TV, não está acontecendo. Além de construir a realidade, quem “está na mídia” é mais respeitado, um bom exemplo seria um ator, um político, uma certa marca de roupa ou restaurante. 
Para a mídia, não há distância e nem fronteiras. Há uma nova concepção de espaço, tempo e distância. Ontem, para se viajar para outro estado/pais, gastávamos hora, hoje basta apertar umas teclas e pronto, estamos aonde quisermos. Podemos viajar pelo mundo e um único clique. Além disso, ela estreita relacionamentos pessoais, podemos nos comunicar com pessoas a quilômetros de distância. Sobre o espaço, ela traz boas condições: não precisamos estocar livros, por exemplo, podemos guardar tudo de forma virtual. E sobre o tempo, já foi citado acima também, ela economiza nosso tempo por ser tudo bem virtual. 
Alguns termos foram criados, como dataholics e cronofagia, este remete, segundo o auto, a “estar viciados em notícias”, as pessoas não vivem mais sem uma nova notícia. Antigamente as noticias com uma semana, eram consideradas novas. Hoje, com um dia ela passa a estar sem validade. Quantas vezes ouvi: “caramba”, mas essa notícia de novo e toda hora?”. 
Quando a pessoa sofre essa ansiedade de notícias novas, ela acaba que não consegue separar o que é realidade e o que não é e é claro que mídia se aproveita disso. Ela corre para procurar noticias novas e jogar na mídia. As vezes uma noticia é simples, mas ela faz com que seja uma catástrofe, uma coisa de um nível bem superior ao que ela realmente é. Nesse meio que surge o “é realidade ou, não é?”. Na verdade, ela não surge, como citado acima, se está na mídia, é verdade e para ser verdade basta ser presente. 
A mídia mente? O autor não diz exatamente nessas palavras, mas diz que há uma ocultação de fatos. Ela manipula da forma que fique mais confortável aos interessados ou até mesmo gera uma outra noticia polêmica, para abafar a outra. É um método que funciona bem, pois as pessoas acabam esquecendo da outra, como por exemplo: um roubo de político (citação pessoal). 
As consequências da mídia para a política, vem através dos votos. Quem mais aparece na mídia, é o mais votado. Mas porque? Por que eles mostram serviço com mais facilidade, mesmo que seja uma verdadeira mentira. Talvez seja por isso, que o espaço na mídia seja algo bem caro (exceto em propaganda eleitoral gratuita, que por sinal a mídia é contra), pois a mídia consegue exatamente o que ela quer. 
A imagem vem com a força total na mídia e a informação fica muito mais interessante acompanhada dela. Segundo Ramonet, citado no livro, o peso das palavras não vale o choque das imagens. Quando a imagem é forte, ela capta o olhar. 
A mídia e o consumismo
(citação pessoal)
A mídia em relação ao consumismo não está cumprindo seu papel social, está apenas interessada em sua margem de lucro. Mas o que seria o consumismo? Seria o mesmo que consumo? A resposta é não. O consumo está ligado à compra de itens realmente necessários e o consumismo está relacionado à compra exagerada de itens que não exigem necessidade. Eles deixam-se influenciar excessivamente pela mídia. Após a revolução industrial, que aumentou o volume de produção de mercadorias, houve uma profunda mudança. Com a industrialização veio o desenvolvimento econômico nos moldes do liberalismo e o consumismo alienado. Em outras palavras, é como se as mercadorias fossem entendidas ou abstratas e autônomas, independente dos esforços humanos. 
A forma que é feita a mídia, no caso a publicidade, na maioria das vezes exerce um papel de apologia ao consumismo. Há toda uma “manipulação” mostrando que as pessoas precisam comprar aquele determinado item. Já dizia o ditado antigo: A propaganda é a alma do negócio. O consumista pode ter 50 pares de sapato, mas se na mídia aparece outro tipo de sapato aonde mostra a eficiência e a elegância do mesmo, uma publicidade bem-feita, certamente a pessoa irá comprar, pois ela sentirá o 	desejo de comprar. Isso não funciona apenas com roupas, mas também com alimentos e outros tipos. Quando a mídia mostra aquele sanduíche aparentemente gigantesco, onde tem uma modelo em excelente forma física comendo o sanduíche e super feliz, é quase de imediato a resposta: “eu quero”. Mesmo que não estejamos com fome, a mídia manipula de uma forma que a resposta vem imediata. Claro que o fato das pessoas consumirem algo, é positivo, não só para satisfação pessoal, mas também para o capitalismo. Por outrora, traz consequências como consumo exagerado e compulsivo, aumento de dívidas e também afeta saúde física e psíquica. Além dessas consequências, a quantidade de produtos descartados aumenta, trazendo assim consequência a natureza por conta do “estoque de objetos supérfluos/lixos” e aumento de energia e todo aquele esquema para fabricar novos objetos. Por conta da mídia, em relação ao consumismo, as relações sociais se desvalorizam, pois há aquela disputa interna de quem tem mais e melhor. 
OBS: A citação acima não está no texto do autor do livro. É apenas um complemento do pensamento sobre as consequências da mídia.
Conclusão
Como podemos perceber, a mídia faz parte de nossa vida e, atualmente, ela vem participando cada vez mais. Há pontos positivos e negativos e não podemos citar ao certo para que lado a balança pesa mais. Gasta-se muito tempo e dinheiro que as vezes poderia ser usado com algo útil. Além disso, é uma excelente fonte de manipulação de imagem, aonde as pessoas fracas sempre caem na rede.
Bibliografia
Livro: Mídia, Educação e cidadania- Pedrinho a Guareschi Osvaldo Biz
Site: http://www.sociologia.com.br/o-site/
Site:www.labeurb.unicamp.br/livroEurbano/volumeII/arquivos/pdf/eurbanoVol2_CacianeMedeiros.pdf
09 de Junho de 2018
Nilópolis/RJ

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