Buscar

PENSAMENTO LINGUAGEM E DESENVOLVIMENTO HUMANO UNID 5

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 5 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Pensamento, Linguagem e Desenvolvimento Humano unid 5
Pensamento, linguagem e cultura
Refletir sobre o aparecimento e o desenvolvimento da linguagem e do pensamento humano em seu aspecto cultural sem negar outras influências,ex; as determinações genéticas dos indivíduos, pode ampliar sua visão de mundo e contribuir para aprofundar seu conhecimento.
estudaremos a construção e o desenvolvimento do pensamento e da linguagem humana a partir das influências culturais que sofrem que atingem os seres humanos. A ideia é fazermos uma reflexão sobre essas influências e observamos as correlações existentes entre Cultura, Pensamento e Linguagem. conceituando o termo cultura. teremos como fundamentação os estudos da professora e filósofa Marilena Chauí. A autora reflete sobre a complexidade de definir o que é cultura e aponta as mudanças ocorridas, na história, na conceituação do termo. Após faremos uma investigação sobre os desdobramentos ocasionados pela cultura: a contracultura e a cibercultura. Veremos a contracultura questionando os valores e padrões construídos até a década de 1950, e verificaremos que, de certa forma, essa contracultura prepara a sociedade para o surgimento, na contemporaneidade, da cibercultura
na Cultura Digital – da Bienal de São Paulo – 2010, com a exposição do professor André Lemos, da Universidade Federal da Bahia http://www.youtube.com/ watch?v=hCFXsKeIs0w
Para Pensar Como, na cibercultura, a possibilidade de livre expressão se manifesta? Qual a linguagem empregada nessa comunicação? Faça uma reflexão crítica
A dimensão cultural do pensamento e da linguagemfaremos uma reflexão a respeito das influências culturais que, de maneira intensa, permeia o desenvolvimento humano. Neste desafio, não negaremos as outras determinantes do desenvolvimento humano, como o fator genético, valores e sentimentos pessoais, entre outros. Apenas destacaremos as inegáveis influências culturais que o pensamento e a linguagem humana sofrem em seu desenvolvimento e estabelecimento. Iniciaremos nossa reflexão, abordando o conceito de cultura com fundamento nos parâmetros da pensadora Marilena Chauí. Previamente diremos que conceituar cultura não é tarefa de fácil realização; a complexidade própria da cultura é um agravante. Pensar que, na contemporaneidade, a mistura de diferentes culturas é fator predominante é, também, admitir a dinâmica da formação de determinada cultura. A cultura é uma forma viva, dinâmica e em constante transformação.
Para Pensar Somos seres complexos; ao mesmo tempo, somos produto e produtores de cultura. Se assim pensarmos, poderemos concluir que, para o ser humano, basta estar vivo e relacionar-se com outras pessoas para tornar-se um ser cultural, um ser de cultura.
Segundo Chauí (2010, p. 226 a 229), o termo cultura vem, ao longo dos tempos, tendo diferentes conceituações. A palavra cultura vem do latim “colere”, que significa cultivar, criar, cuidar. Como agricultura, a palavra cultura é vista como cultivo da terra; natureza e cultura estão interligadas. Na modernidade, a palavra cultura ganha outro significado, como resultado da educação e contrapõe-se à a ideia de natureza. Desta forma, cultura surge ligada ao trabalho; é a ação do homem sobre a natureza. A transformação da natureza pela ação do trabalho era considerada cultura. Com seu trabalho, o homem construía casas, plantações, vestimenta, entre outros. As diferenças culturais aconteciam, na medida em que cada grupo social criava uma maneira específica para resolução de seus problemas, atendendo, de maneira diversa, às demandas de determinado grupo social. A partir do século XVIII, a ideia de cultura atrela-se à ideia de civilização. Ser culto é ser civilizado, e uma civilização pressupõe arte, religião, ciências, filosofia, entre outras características específicas de determinada civilização.
Trocando Ideias Também podemos entender a cultura como algo que se liga aos símbolos, algo que é representativo para determinado grupo social. Por exemplo, o que representa o símbolo da cruz para um cristão católico e o que representa o símbolo de uma cruz para um budista? E, para você, o que significa uma cruz?
Podemos pensar a cultura do ponto de vista material, quando, por exemplo, criamos objetos que representam ideias e valores, ou podemos, também, pensar em uma cultura imaterial, quando pensamos no folclore de determinado povo, em seus valores, crenças e costumes. Com estas mudanças e desdobramentos ocorridos no sentido da palavra cultura, ainda podemos pensar que a contemporaneidade nos apresenta duas outras possibilidades de cultura humana, a contracultura e a cibercultura. Contudo é curioso refletir sobre o caso. Ao constatarmos a chegada das novas tecnologias, devemos observar que essas novas tecnologias não chegaram para todos, principalmente as referentes à telecomunicação. Ainda hoje, encontramos grupos sociais que não tiveram contato nem com a energia elétrica, muito menos com essas novas tecnologias. São pessoas que ainda vivem de forma primitiva e existem em todos os continentes do planeta. É um fenômeno da contemporaneidade, uma contradição. A contracultura foi um movimento de contestação social contra os valores vigentes da época. O movimento questionava os valores centrais vigentes e instituídos na cultura ocidental. Iniciado em meados dos anos 1950, o movimento da contracultura teve seu auge nos anos 60, usufruindo dos meios de comunicação de massa que surgiam na época. Além de influenciar a forma de pensar da época, o ideário da contracultura influenciou as artes e a estética ocidental. Com ideais libertários, o movimento da contracultura teve seus desdobramentos como uma cultura underground, cultura alternativa ou cultura marginal, quebrando valores e tabus e buscando novos canais de expressão para os indivíduos. O movimento hippie, que lutava pela paz mundial, talvez represente o auge da contracultura. A característica mais importante desses movimentos foi o sentimento de inconformismo com a realidade social, política e econômica do período. Também não podemos nos esquecer da liberdade sexual que os jovens demandavam no período. Esse inconformismo gerou mobilizações, inicialmente nos Estados Unidos da América, com o movimento hippie, e multiplicou-se em vários países, inclusive no Brasil, influenciando o modo de falar, ao criar novas gírias, e impulsionando uma forma contestadora de pensar de uma geração. Já a Cibercultura é uma manifestação da cultura contemporânea, que é fortemente marcada pelas tecnologias digitais, principalmente a internet. Ela está presente em nossa vida quando usamos o home banking, sites de compras e negócios, redes de relacionamentos, e-mails, cartões magnéticos, entre outras possibilidades. Nesse sentido, com o surgimento das novas tecnologias, configuram-se novas necessidades de alfabetização; uma alfabetização que alcance os novos gêneros literários, como e-mails, blogs, chats, fóruns, entre outros. A contemporaneidade apresenta-nos novos desafios e faz surgir a necessidade social de se alfabetizar e letrar digitalmente. Quanto à etiologia da palavra, Correa (2010) diz sobre sua formação. Em seguida, observe a ilustração proposta pela autora:
Na vertente grega emerge o significado “arte de governar e pilotar”, atribuindo ao prefixo o inerente caráter de controle; na vertente latina colere reflete a ideia de cultivar e revolver a terra e, mais adiante, evolui para a ideia de habitar e cuidar da natureza em cultivo. É a ação humana (ordenada, procedural e, portanto, controladora) sobre os frutos de sua natureza (materiais e intelectuais). Correa (2010, p. 11).
A palavra cibercultura é formada por duas vertentes: uma com caráter de controle e outra com caráter de cultivo, mostrando a relação intrínseca entre a natureza e a cultura. Este novo mundo ou ciberespaço inaugura novas formas de comunicação. Sites de relacionamentos nos quais os usuários escrevem textos, e-mails e mensagens eletrônicas, que são trocadas, inauguram uma nova forma de escrita. Muitas vezes,a rapidez na troca de informações impulsiona os usuários a abreviarem palavras ou a apropriarem-se de gírias ou, ainda, criarem novas palavras, etc. É o chamado idioma “internetês”, uma forma de escrever e se comunicar característica da internet, uma linguagem do meio virtual. É o nascimento de uma nova língua que identifica a comunidade de internautas. A cibercultura pode ser entendida como uma forma sociocultural contemporânea que é gerada a partir de uma relação de troca entre as pessoas. Esta comunicação em rede tem como suporte as novas tecnologias e propõe a junção das telecomunicações e da informática. Como visto, não podemos falar de cultura, mas sim de culturas.Chauí (2010) diz a esse respeito:
Na realidade, não existe a cultura, no singular, mas culturas, no plural, pois os sistemas de proibição e permissão, as instituições sociais, religiosas, políticas, os valores, as crenças, os comportamentos variam de formação social para formação social e podem variar numa mesma sociedade no decorrer do tempo. Chauí (2010, p.229, grifo no original).
Além de ressaltar a pluralidade cultural, a autora pontua a questão temporal, em que uma mesma sociedade pode reinventar sua cultura em diferentes épocas de sua existência. Então temos diferentes culturas que se entrelaçam e se modificam mutuamente.
Para Pensar O modo de nos expressarmos linguisticamente é influenciado pela dinâmica cultural que estamos inseridos. Isso remete-nos a novos questionamentos: será que essa conjuntura cultural afeta nosso pensamento? Nossa forma de pensar? Linguagem e pensamento humano modificam-se com a cultura? Natureza e cultura humana apontam contradições?
Natureza e culturaA discussão sobre a relação entre natureza e cultura compõe o cenário da filosofia há muitos séculos. Outras ciências, como a antropologia e a sociologia, também avançam nesta discussão. Dos filósofos gregos antigos aos pesquisadores contemporâneos, são inumeráveis as discussões sobre a relação entre natureza e cultura que criam novas visões sobre a temática, inaugurando novos pressupostos para estudos e reflexões sobre o assunto. Todavia essas discussões apontam para as mudanças ocorridas tanto na natureza como na cultura. Observamos, de um lado, as alterações sofridas pelo mundo natural (degelo de continentes, aumento da temperatura e do nível do mar, extinção de espécies animais) e, por outro, as transformações sociais (religiosas, políticas, econômicas, territoriais) ocorridas no processo de desenvolvimento e manutenção de diferentes povos ou etnias.
Para Pensar vamos pensar sobre a existência ou não de uma natureza humana. Em caso afirmativo, a natureza humana pode ser considerada um dado fixo ou sofre mudanças com o desenvolvimento humano?
Entendemos a natureza humana como um conjunto de características puramente humanas que abrangem formas de agir e pensar e que são comuns a todos os seres humanos. Estudadas por várias ciências, essas características compõem o comportamento humano, um comportamento que se enquadre em uma espécie de normalidade comportamental ou que seja um comportamento invariável nos humanos em extensos períodos de tempo. Esse processo torna-se um impasse, um ponto para nossa reflexão. De um lado, podemos pensar em uma essência natural comum a qualquer indivíduo ou, por outro lado, podemos negar que haja qualquer natureza humana e aceitar que o comportamento dos indivíduos irá depender completamente da socialização e das experiências que eles têm ao longo de sua vida. Então, pensar em uma possível natureza humana, imutável e pertencente a todos é mais metafísico do que científico, ou seja, somos seres mutantes em nosso desenvolvimento tanto físico como cognitivo, passamos por mudanças em nosso ser, somos seres em devir, em constante transformação. No desenvolvimento humano, duas grandes instituições da sociedade podem influenciar muito a forma do pensamento e da linguagem dos indivíduos; são elas a família e a escola.
Cultura, família e escolaOs seres humanos têm uma tendência latente de viver em sociedade; somos seres gregários e com uma imensa dificuldade de viver em solidão. Segundo Bock, Furtado e Teixeira (1991), “Mesmo quando estamos sozinhos, nossa referência de valores e normas sociais advém dos grupos que internalizamos no decorrer de nossa vida”. Essa necessidade de viver em grupo impulsiona as pessoas a criarem instituições que, de certa maneira, garantem a manutenção e a transmissão de valores e visões de mundo, peculiares a determinado grupo social. Essas instituições sociais, como a família e a escola, reproduzem valores milenares que se misturam aos novos valores criados com o decorrer do tempo. Esses valores influenciam, de forma contundente, o desenvolvimento de nossa linguagem e de nosso pensamento. Enquanto agência socializadora, a família é responsável pela educação inicial da criança. É a família que irá delinear os papéis sociais que iremos desenvolver em nossa vida. É a família que nos dirá o que a menina deve fazer para ser “menina” e o que menino o deve fazer para ser “menino”. Valores como: menino gosta de tal cor, menina, de outra; um brinca com tal brinquedo, outro pratica tal esporte, entre outras escolhas, vão sendo incorporados e resignificados. São questões de gênero com um caráter social conservador. Bock, Furtado e Teixeira (1991) diz:
A família tem um caráter conservador. É a partir do processo de socialização que ela irá eternizar valores como o da fragilidade feminina e o da superioridade masculina. Bock, Furtado e Teixeira (1991, p. 217). Primeiro é preciso esclarecer que as famílias não são todas iguais e que temos famílias mais conservadoras e outras mais liberais. Mas, de forma geral, a família é uma forte reprodutora das normas e valores sociais. Essa função confere-lhe o caráter conservador, já que ela está aí para manter e não para transformar a sociedade. Bock, Furtado e Teixeira (1991, p. 217).
Nascemos e crescemos segundo valores e normas de família, os quais são incorporados à nossa forma de pensar. Todavia não temos, dessa maneira, um dado fixo, ou seja, nem todos os valores e normas iremos reproduzir, mas, certamente, parte deles; não nos desfaremos de todos esses valores e incorporaremos muitos deles como nossos e os reproduziremos. Além desses aspectos, a família também nos proporcionará nossa primeira linguagem, nossa primeira inserção no mundo cultural. O que chamamos de língua materna é função da família. Inicialmente falamos como nossa família fala, de forma correta ou incorreta; aprendemos a linguagem primária com nossos pais e irmãos. Claro que essa linguagem poderá mudar com as novas experiências linguísticas que iremos ter com outros grupos sociais. Segundo os pressupostos da psicanálise, Bock, Furtado e Teixeira (1991) falam sobre a linguagem:
É na família que a criança adquire a linguagem. Essa aquisição é a condição básica para que ela “entre” no mundo. Ela depende da linguagem para comunicar-se com os outros e também para entender a si mesma. Através da linguagem, a criança passa a ter um controle racional da realidade que, por sua vez, irá estruturar o seu psiquismo, dando significado aos seus sentimentos. Bock, Furtado e Teixeira (1991, p. 216, grifo no original.).
A linguagem apresenta-se como chave para a entrada no mundo; a criança desenvolve-se em um mundo culturalmente vivido. O caráter cultural presente na família é determinante para aquisição da linguagem pela criança. Com a entrada da criança no universo escolar, essa linguagem irá se modificar, uma vez que será apresentada à criança uma linguagem culta, a linguagem que segue regras e apresenta formas corretas de falar. Uma linguagem oral que irá ser transformada em linguagem escrita. Na escola, a exigência da leitura e da escrita é muito grande; na escola, é necessário conhecer vários gêneros textuais, como notícia, bilhete, artigo, anúncios, mensagens, entre outros. A prática da leitura e da escrita é a melhor forma de aprender a dominar esse tipo de comunicação utilizado na escola. A escola,enquanto uma instituição que promove valores, é uma agência socializadora. Nela, encontramos novas referências culturais e de relacionamento que, também, nos acompanharão no decorrer da vida. A escola é uma formadora de opinião que, às vezes, como a família, adquire um caráter conservador e pouco transformador da sociedade. É na escola que os indivíduos são preparados para o mundo do trabalho, que enfrentarão quando chegarem à juventude ou, posteriormente, à vida adulta. Nesse sentido, a escola apresenta uma contradição: por um lado, ela se apresenta conservadora; por outro lado, ela se apresenta como emancipadora e promotora de uma possível mudança cultural, social e econômica na vida dos indivíduos que por ela passam. Todavia os participantes da escola também trazem suas culturas; a escola é um ambiente multicultural; nela produzimos cultura e somos produzidos culturalmente.
Grandes mudanças no desenvolvimento humanoNo decorrer do desenvolvimento humano, alguns fatos nos marcam definitivamente. Destacamos, agora, três importantes mudanças ocorridas no desenvolvimento humano. A princípio, a criança tem a necessidade da presença do adulto para se desenvolver; a dependência do adulto está presente na alimentação, nos cuidados com a higiene, na segurança etc. e, aos poucos, a criança vai ganhando a independência e a autonomia necessárias à sua vida. Andar: Inicialmente a criança tem um desenvolvimento físico e motor acelerado e, por volta do décimo quinto mês de existência, a criança já adquire a habilidade de andar. Com essa habilidade desenvolvida, a criança ganha outra visão de mundo. Ver o mundo de cima e em uma postura bípede é uma grande conquista para a criança, pois aponta certa autonomia de vida, pelo menos, no que tange à locomoção humana
Falar: Como acontece com o andar, cada criança tem seu tempo para falar, entretanto esse tempo depende dos estímulos que a criança recebe. Esses estímulos significam muito para o seu desenvolvimento. Para a criança, a linguagem é a conexão com a sociedade; com a fala ela, adentra no mundo adulto. Escrever: Ao entrar na escola, a criança, entre outros objetivos, está predestinada a aprender a ler e a escrever, como uma nova forma de conexão com ambiente social. O papel da instituição de ensino passa a ser determinante; a escola dará subsídios para a criança inserir-se em uma cultura letrada. Neste processo, faz-se necessária a construção da capacidade de ação simbólica sobre o mundo social e natural, possibilitando que as crianças representem esse mundo através de símbolos.
O desenvolvimento da linguagemA língua não é totalmente transparente; suas regras e significações não são totalmente evidentes para a criança, neste sentido, o processo de aquisição da linguagem é singular na vida da criança. O período do desenvolvimento da linguagem que vai de 0 a 6 anos é conhecido como período da pré-linguagem, no qual os estímulos sensoriais determinam o comportamento do bebê, como, por exemplo, o seu balbucio. A audição e a visão são de grande importância nesse início de contato com o mundo. Logo no início, o bebê já é capaz de reconhecer a voz da mãe e se acalmar quando a ouve, e, na medida em que o desenvolvimento motor avança, amplia-se sua exploração visual, reconhecendo, inclusive, rostos familiares. O choro é a primeira manifestação sonora do bebê e surge como resposta à sensação de fome, frio, etc. Logo aparecem outros sons. Por volta do terceiro mês, aparecem as primeiras consoantes, que são bem diferentes das correspondentes na língua falada, emitindo os mesmos sons característicos da língua falada na família
Assim como exercita a musculatura dos seus membros, agitando suas pernas e braços, o bebê também exercita a musculatura dos órgãos da fala nesse jogo vocal. É por isso que, nesse período, todos os bebês, incluindo as crianças surdas, emitem os mesmos sons e assumem características da língua falada na família. A emissão de som dos bebês surdos cessará no final desta fase
Entre o sexto e o nono mês, o bebê começa a produzir sílabas. Por exemplo, a criança é capaz de compreender algumas palavras que são mais familiares (mamãe, papai, nenê); inicia-se uma espécie de diálogo, o adulto responde imitando a criança. Quando ele se cala, a criança repete o som para fazê-lo repetir e escutá-lo novamente. .
O desenvolvimento sintático ocorre no período entre 1 e 2 anos: as palavras, os símbolos ou representações simbólicas, um nome que representa vários tipos de objetos. A capacidade de compreender a linguagem antecede a capacidade de se expressar e, embora ainda não consiga nomeá-los, já é capaz de compreender os nomes dos objetos familiares. Já consegue mostrar, nomeando, as partes do corpo. Perto dos dois anos, começará a produzir frases com duas ou três palavras. A linguagem revela o progresso do pensamento e do desenvolvimento social e emocional. Para Barbosa (2005), é a partir dos dois anos de idade que a criança expande seu repertório linguístico:
Dos trinta (dois anos e meio) aos trinta e seis meses (três anos), a estrutura da frase da criança vai tornando-se mais complexa, mais aperfeiçoada, chegando à combinação de quatro elementos. Surgem as primeiras frases coordenadas (por exemplo: papai não está e mamãe não está). Há um sensível aumento na frequência de emprego das principais flexões, gênero, número, plural, enquanto vão aparecendo outros usos dos verbos: emprego de formas rudimentares dos verbos auxiliares ser e estar (por exemplo: nenê não está). Também é nesta fase que se dá o aparecimento e o uso mais sistemático dos pronomes de primeira, segunda e terceira pessoa (eu, tu, ele, ela) e dos artigos definidos (o, a). É perceptível o emprego de diversas frases simples; começam a surgir os advérbios de lugar combinados em orações de forma coerente (por exemplo: Alex está detrás da porta). Barbosa (2005, p. 8).
Segundo a autora, por volta dos 2 anos e meio aos três anos surgem as primeiras frases coordenadas e um sensível aumento do emprego das flexões de gênero e número, dos verbos auxiliares. Nesse período, a criança apresenta uma expansão gramatica. Assim, a criança é capaz de formar frases simples com 3 ou 4 palavras, usando substantivos e verbos, de nomear figuras, de usar os pronomes “eu” e “você” e, praticamente, de compreender tudo o que vê e escuta, articulando dinamicamente o pensamento e a palavra, estabelecendo, dessa forma, uma prática social da linguagem. As últimas aquisições da linguagem ocorrem dos 4 aos 6 anos. Ao redor dos 4 anos, a criança é capaz de reproduzir pequenas sequências de fatos ou histórias. O final desse período culmina com a entrada da criança no Ensino Fundamental da escola básica., lembramos que a voz é o suporte da palavra falada; a voz é nossa habilidade de emitir sons, coisa que a maioria dos animais faz para se comunicar. A linguagem nos diferencia dos outros animais, e a cultura determina as diferentes formas de linguagem. Chauí (2010), ao refletir sobre a linguagem humana,diz:
A linguagem é, assim, a forma propriamente humana da comunicação, da relação com o mundo e com os outros, da vida social e política, do pensamento e das artes. Chauí (2010, p. 160).
Material Complementar
TV Escola, interessa-nos compreender quais são as mudanças que ocorrem e/ou poderão ocorrer nas práticas curriculares da educação presencial e da educação a distância, em conexão com a cibercultura.
Programa 1 – EAD: antes de depois da Cibercultura Programa 2 – A docência on-line Programa 3 – Currículo Multirreferencial Programa 4 – Outros Olhares sobre Cibercultura e Educação Programa 5 – Cibercultura e Educação em Debate
Todos os programas encontram-se no seguinte endereço eletrônico: https://www.youtube.com/watch?v=AoR8Bfo4pG4&list=PLCC549137852F48B9

Continue navegando