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GERAÇÃO DE ENERGIA

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CENTRO UNIVERSITÁRIO ESTÁCIO DA BAHIA
CAMPUS GILBERTO GIL
CURSO DE ENGENHARIA ELÉTRICA 
PROCESSAMENTO DIGITAL DE SINAIS
 DANIEL FONSECA- MATRÍCULA: 201602578311
 
SALVADOR
Outubro/ 2019
A GERAÇAO DE ENERGIA NO BRASIL
Relatório apresentado ao Curso de Engenharia Elétrica, Centro Universitário Estácio da Bahia, como requisito parcial da disciplina 
Geração de Energia
.
Orientador: Prof.: 
RUBEM AGUIAR
Salvador
2019
i
INTRODUÇÃO
Fontes de energia é um elemento básico da infraestrutura econômica e particularmente industrial de uma nação. As fontes de energia, que dão origem à eletricidade ou aos combustíveis,iluminam as ruas e edifícios, movimentam as máquinas, oscaminhões, os eletrodomésticos,etc.Sem energia não há industrialização nem desenvolvimento econômico.O que é energia?Energia significa trabalho armazenamento,isto é,algo que tem a capacidade de realizar trabalho.Assim utiliza-se energia para levantar um peso,para apertar um parafuso,para movimentar um veículo,para ferver água,etc.
DESENVOLVIMENTO
HISTORICO
Apesar de no século XIX existirem usinas de geração de energia para alimentar empresas em crescimento, principalmente do setor de mineração, ainda eram de proporções muito inexpressivas, uma vez que o país ainda possuía maior foco no setor agrário. No início do século XX, investidores estrangeiros começaram à visualizar no Brasil um grande potência industrial, além disso, com o crescimento populacional da região Sudeste, a quantidade de consumidores e mão-de-obra chamou a atenção de empresas consolidadas.
 Nos anos 20, o país passava por um período de industrialização, porém a União não definia regras para o setor de geração, os municípios possuíam autonomia para contratar e autorizar instalação de usinas. Até que nos anos 30, foi criado o “Código das Águas”, que incorporava ao governo federal o poder total sobre todos os recursos naturais explorados para geração de energia, tais recursos foram fixados como patrimônio da União e, desde então, apenas ela poderia conceder ou autorizar a utilização de suas fontes naturais. 
Nos anos 50 havia um processo chamado Urbanização, que iniciou logo após a segunda guerra mundial, onde as cidades cresciam e transformavam áreas rurais em espaços urbanos, assim, a demanda de energia superava a oferta, forçando o governo à criar estatais e aumentar os investimentos no setor elétrico. Nesta época, a quantidade de usinas hidrelétricas em operação aumentou consideravelmente, o que na década seguinte foi “freiado” pelo período inflacionário que desestabilizou a economia. Nos anos que decorreram, o governo decidiu, através de financiamentos, executar projetos monumentais que atendessem a demanda brasileira, pois desenhava-se uma crise energética, então, as hidrelétricas de Itaipu e Tucuruí saíram do papel. 
Já nos anos 80, com grandes dividas geradas na necessidade de elevar a capacidade de geração de energia nos anos anteriores, esgotou-se o crédito nacional e internacional. Sem recursos para investir no setor elétrico e vendo o consumo aumentar, a União criou o programa PROCEL – Programa Nacional de Conservação de Energia, com finalidade de otimizar o consumo e reduzir desperdícios. 
Com empresas estatais no controle do setor elétrico, a crise foi agravada, uma vez que o governo não possuía condições para manter investimentos na proporção que crescia a demanda, assim, já nos anos 90, empresas principalmente do setor de distribuição foram privatizadas, e a União criou a ANEEL (Agência Nacional de Energia Elétrica), mantendo assim o poder de fiscalizar as empresas que, desde então, ficaram responsáveis por parte da cadeia elétrica brasileira. Além disso, a ANEEL cobrava das empresas os planos de desenvolvimento e investimentos no setor de energia, garantindo assim que, não só exploração os recursos, mas que se comprometessem à elevar o setor para garantir o crescimento do país. Também, com a criação da ONS – Operador Nacional do Sistema, todas as redes de transmissão e a interligação da cadeia de usinas passou à ser controlado pela mesma, substituindo a Eletrobrás nesta função. 
Entre 1990 e 2000, o consumo cresceu aproximadamente 49%, porém os investimentos, mesmo com as exigências da ANEEL, ficaram um terço abaixo do necessário para manter linear a demanda e oferta. Assim, no início do século XXI, houve o racionamento de energia elétrica, causando prejuízos de dezenas de bilhões de dólares no PIB brasileiro - segundo Sauber de 2003. No período, as autoridades governamentais se viram mais uma vez obrigadas à procurar soluções que garantissem o desenvolvimento do país, tanto em curto, médio e longo prazo. As empresas privadas do setor elétrico também foram afetadas, pois alguns setores industriais recorreram para soluções que migrassem seu consumo para sistema que tornasse a indústria auto-suficiente, fato que retraiu ainda mais os investimentos na área de geração por parte das empresas privadas do setor. 
 Um método utilizado pelo governo para aumentar a oferta de energia foi o modelo pool, em funcionamento até os dias de hoje. Tal modelo basicamente exigiu que os consumidores livres ou distribuidoras de energia contratassem antecipadamente suas demandas de energia, com prazo de validade maiores de cinco anos, podendo serem revisados à cada três anos, assim, diminuindo os riscos nos investimentos por parte das empresas geradoras. Além disso, os estudos de crescimento de demanda passaram a ser mais criteriosos, pois os compradores de energia assumiriam prejuízos caso comprem muita ou pouca energia. Outra característica é a livre comercializaram entre os próprios contratantes, tornando a energia uma espécie de “moeda”, que obviamente poderá ser valorizada em caso de aumento na demanda. Logo, quem contratou considerando no cálculo uma reserva, poderá lucrar vendendo seu excesso.
Este modelo Pool visa concretizar a energia elétrica como negócio, e para entrar no grupo de comercialização, investimentos no setor de geração estão entre os critérios mínimos:
FONTES DE GERAÇAO NO BRASIL
As fontes de energia são extremamente importantes para o desenvolvimento de um país. Além disso, a qualidade e nível de capacidade das fontes de energia de um determinado local são indicativos para apontar o grau de desenvolvimento da região. Países com maiores rendas geralmente dispõem de maior poder de consumo energético.
No Brasil não é diferente: à medida que o país foi se modernizando, o setor energético brasileiro foi se desenvolvendo. As principais fontes de energia do Brasil, atualmente, são: energia hidroelétrica, petróleo, carvão mineral e os biocombustíveis, além de algumas outras utilizadas em menor escala, como gás natural e a energia nuclear.
Como o próprio nome diz, as energias renováveis são aquelas geradas a partir de recursos naturais que podem ser restabelecidos pela natureza, tais como água, luz solar e o vento. As principais fontes utilizadas são:
Energia hidrelétrica: energia proveniente do aproveitamento do potencial hidráulico existente num rio, utilizando desníveis naturais como quedas de água, ou artificiais, produzidos pelo desvio do curso original do rio
Energia eólica: geração de energia elétrica a partir da força dos ventos através de sistema de turbinas eólicas;
Energia solar: geração de energia elétrica ou térmica através da captação da luz do sol em painéis fotovoltaicos;
Biomassa: produção de combustível ou energia elétrica a partir de matéria orgânica de origem animal e vegetal.
As principais vantagens das energias renováveis são a renovação constante e natural da fonte, em contraste com as fontes de energia não renováveis, que tendem ao esgotamento, e a não emissão de gases do efeito estufa, contribuindo para evitar o aquecimento global, provenientes da queima de combustíveis fósseis.
São irregulares, sujeitas à imprevisibilidade da natureza.Considerando a necessidade de uma fonte permanente de energia confiável para a produção de energia elétrica, por exemplo, as fontes renováveis muitas vezes requerem sistemas de suporte de armazenamento, como barragens das hidrelétricas, ou sistemas de apoio com base em energias não renováveis, como as termoelétricas.
Impacto ambiental para implantação das unidades geradoras: grandes usinas hidrelétricas, por exemplo, acarretam em imenso impacto ambiental e social com inundação de grandes áreas. Outro exemplo é a produção de biocombustível, que requer grandes áreas para cultivo da massa vegetal necessária.
De acordo com o Ministério de Minas e Energia, a matriz energética brasileira é composta por 42,5% de energias renováveis, sendo uma das mais limpas do mundo. Se considerada apenas a geração de energia elétrica, o uso de fontes renováveis chega a 84%. Em dez anos, esse tipo de energia cresceu30%, passando de 2,8% da oferta de energia interna em 2004 para 4,1% em 2014. As hidrelétricas fazem parte da maior parte da energia elétrica gerada no país. Porém, conforme explica Altino Ventura, secretário do Ministério de Minas e Energia, “a partir dos anos 1970 até o ano 2000, o Brasil priorizou muito a hidreletricidade. Já temos uma indicação nos próximos 30 anos de que esgotaremos esse potencial. Então é importante que o Brasil desenvolva novas fontes para a produção de energia elétrica dentro da política de diversificar a matriz, o que temos feito nos últimos 15 anos”.
Por este motivo, a política de diversificação da matriz energética brasileira é uma das prioridades do Ministério de Minas e Energia e demanda investimentos em fontes alternativas de energias renováveis. Uma das principais alternativas encontradas é a energia eólica, que expandiu 62% sua geração somente no ano de 2015, chegando a mais de 12 terawatts por hora de energia gerada. Hoje, a geração eólica é responsável por 8,3% da oferta de energia no país, tendo como maior produtor a região nordeste.
Ainda em expansão, a energia solar vem conquistando seu espaço. Estima-se que até 2024, 700 mil consumidores residenciais e comerciais deverão ter instalados em seus telhados painéis fotovoltaicos, e que até 2050, 13% da energia consumida pelas residências será proveniente de painéis solares. No campo, a geração de energia a partir de biomassa é pioneira através do uso da cana-de-açúcar como fonte de energia. Os derivados da cana, como o etanol e o bagaço, representam a segunda fonte de energia do país, atrás apenas dos derivados de petróleo.
. As fontes não renováveis de energia são aquelas que se utilizam de recursos naturais esgotáveis, ou seja, que terão um fim, seja em um futuro próximo, seja em um período de médio ou longo prazo. Em alguns casos, esse tipo de energia costuma apresentar problemas de ordem ambiental, além de disputas envolvendo a extração e comercialização de suas matérias-primas.
Os principais exemplos de fontes de energia não renováveis são os combustíveis fósseis (petróleo, carvão mineral, gás natural e xisto betuminoso) e os combustíveis nucleares. A seguir, você pode conferir um resumo de cada um desses tipos citados.
Petróleo
O Petróleo é, ainda nos dias atuais, a principal matéria-prima e uma das principais fontes de energia do mundo. Assim sendo, sua extração e utilização foram e ainda são alvos de conflitos envolvendo potências imperialistas e países produtores e refinadores. Trata-se, assim, de um recurso natural de caráter estratégico, pois é amplamente utilizado por veículos, constituindo-se como um elemento importante nos meios de transporte, além de também poder ser utilizado na fabricação de produtos derivados, notadamente o plástico.
Sabe-se que o petróleo é um hidrocarboneto que se forma a partir da deposição de restos orgânicos de animais e vegetais no fundo dos oceanos, onde também se constituem as bacias sedimentares. Assim, o soterramento desse material durante a consolidação das diversas camadas de sedimentos ao longo dos anos dá origem a um ambiente desprovido de oxigênio que se torna propício para a constituição de hidrocarbonetos.
Os combustíveis oriundos do petróleo são profundamente criticados sob o ponto de vista ambiental, pois a sua queima é responsável pela emissão de poluentes na atmosfera. Por esse motivo, vários países e entidades vêm buscando alternativas, a exemplo dos biocombustíveis. Além disso, o uso de outras fontes de energia também seria uma importante forma de depender menos economicamente desse tipo de recurso natural. Mesmo assim, podemos dizer que vivemos a “era do petróleo”, em que quem domina ou controla o uso desse material possui, em torno de si, um amplo poder econômico e político.
Carvão Mineral
O carvão mineral passou a ser amplamente utilizado a partir das revoluções industriais resultantes do capitalismo, sendo ainda hoje uma fonte de energia bastante utilizada em todo o mundo, perdendo somente para o petróleo. No total, ele corresponde a pouco menos de 26% dos recursos utilizados na produção de energia mundialmente, um número que cai para cerca de 6% no Brasil.
A formação do carvão mineral assemelha-se, em partes, com a do petróleo, pois ambos (e também o gás natural) são combustíveis fósseis, que se formaram em áreas sedimentares. Durante o período carbonífero da Era Paleozoica, havia áreas com imensas florestas e pântanos onde houve um gradativo acúmulo de plantas mortas, constituindo um material orgânico que foi por diversas vezes soterrado por várias camadas de sedimentos. Assim, com o tempo, formou-se uma condição natural de grande pressão sobre esse material que se transformou em carvão mineral.
Para extrair o carvão mineral do subsolo, constroem-se túneis e poços. Em alguns casos, sua disponibilidade ocorre em áreas de reservas ambientais ou florestais, o que pode gerar impactos ambientais elevados. Além disso, a queima do carvão mineral é considerada ainda mais poluente que a do petróleo. Esse material foi muito utilizado em trens de ferro como combustível e também é adotado em alguns tipos de usinas termoelétricas.
Gás natural
O gás natural nada mais é do que a mistura de hidrocarbonetos leves na forma gasosa, tais como o metano, etano, propano, butano e outros. Suas reservas encontram-se quase sempre disponibilizadas nas áreas onde se extrai o petróleo, passando pelo mesmo processo de constituição. No entanto, ao contrário do petróleo e do carvão mineral, o gás natural é menos poluente, embora a sua combustão ainda sim apresente alguns níveis de poluição que causam danos à atmosfera.
O gás natural é muito utilizado em usinas termoelétricas, sendo considerado como uma fonte mais vantajosa por apresentar menor impacto ambiental, maior facilidade de transporte, além de uma necessidade quase nula de armazenamento. É também utilizado como fonte de energia em indústrias, residências (gás de cozinha) e também em alguns tipos de veículos com adaptação para esse tipo de combustível.
O transporte do gás natural é realizado por meio de gasodutos, que são estruturas de custo mediano para instalação, mas de fácil manutenção, o que representa certa vantagem em comparação com outras fontes de energia. No Brasil, existem importantes áreas de extração desses recursos, com destaque para a Bacia de Santos, havendo também gasodutos que transportam petróleo retirado da Bolívia, produto de importação.
Xisto betuminoso
O xisto betuminoso é um recurso natural fóssil também encontrado em áreas de rochas sedimentares, em que um material de origem orgânica, sob determinadas condições de pressão e temperatura, forma-se e agrega-se por entre essas rochas. Assim, ao aquecê-las a mais ou menos 500ºC, obtém-se o chamado óleo de xisto, o que é, literalmente, um ato de “tirar óleo de pedra”.
O Brasil possui uma das maiores reservas de xisto betuminoso do planeta, o que pode ser visto como uma condição estratégica. Por outro lado, sua extração não é tão vantajosa, pois ele é considerado uma fonte de energia menos eficiente e também com produtividade menor, alémde ser responsável por profundos impactos ambientais tanto em sua coleta quanto em sua combustão.
Energia nuclear
A energia nuclear é obtida a partir do processo de fissão nuclear de átomos de urânio, que é considerado uma fonte esgotável de energia. Quando ocorre a fissão do núcleo desse material, libera-se uma grande quantidade de energia, que é utilizada para a produção, principalmente, de eletricidade.
Trata-se de um recurso energético estratégico, principalmente para países ou regiões que apresentam um baixo potencial hidrelétrico, além de ser menos dependente de outras fontes de energia. As energias nucleares contam com reservas maiores, utilizam menores áreas e não emitem poluentes gasosos na atmosfera.
Por outro lado, existem muitas críticas direcionadas à energia nuclear em razão de suas desvantagens, a saber: a destinação nem sempre eficaz do lixo atômico (radioativo e muito perigoso) das usinas nucleares, os elevados custos de produção, os altos riscos ambientais e sociais em casos de acidentes e também o fato de essa ser a mesma tecnologia utilizada para a fabricação de armamentos nucleares.
PLANEJAMENTO ENERGETICO
As mudanças implementadas no setor elétrico, ao longo da última década, trouxeram importantes alterações institucionais, orientadas por uma perspectiva de auto-regulação pelo mercado, que acabou por se mostrar frágil e ineficiente, como ficou exposto no racionamento de energia elétrica ocorrido entre 2001 e 2002. Desde então, tornou-se evidente e inadiável a necessidade de um novo ordenamento setorial para fazer frente aos entraves e inadequações que colocavam em risco o suprimento às demandas presentes e as expansões para garantir atendimento às projeções futuras. Sob a premissa de resgatar e assumir com firmeza a indelegável responsabilidade do Estado de assegurar as condições de infra-estrutura básica para dar sustentação ao desenvolvimento econômico e social do país, um novo modelo do setor elétrico resultou com a promulgação, em 15 de março de 2004, das Leis nos 10.847 e 10.848 que tratam, respectivamente, da criação da EPE e de um novo arcabouço das regras de comercialização de energia elétrica. Esse novo arranjo institucional do setor elétrico tem como fundamentos básicos: a segurança do suprimento de energia elétrica, para dar sustentação ao desenvolvimento do país; a modicidade tarifária, para favorecer a competitividade da economia e a inserção social de toda a população no atendimento desse serviço público; e a estabilidade do marco regulatório, com vistas a atrair investimentos para a expansão do setor. Para alcançar tais objetivos, o novo modelo focou uma importante reestruturação do planejamento da expansão dos sistemas elétricos, em favor de uma abordagem mais ampla e integrada, de modo a, estrategicamente, conciliar pesquisa, exploração, uso e desenvolvimento dos insumos energéticos, dentro de uma política nacional unificada e ajustada às diretrizes de governo e às necessidades do país. Foi nesse sentido que ganhou destaque a criação da EPE. Em sua função de subsidiar o planejamento energético nacional, a EPE tem como competência legal elaborar estudos e análises que nortearão as escolhas do Estado com vistas à promoção da prestação eficiente do serviço público e do desenvolvimento eficaz de todo o setor de energia, para melhor atender o bem-estar social, o interesse coletivo e o desenvolvimento sustentável. A EPE é, portanto, um instrumento para assegurar o preceito constitucional que atribui ao Estado a responsabilidade pela fiscalização, incentivo e planejamento das ações setoriais.
Planejamento de Curto e Médio Prazo
O planejamento de curto e médio prazo feito pela EPE é consubstanciado no Plano Decenal de Expansão de Energia (PDE), documento de caráter informativo.  Voltado para toda a sociedade, o PDE apresenta uma indicação, e não determinação, das perspectivas de expansão futura do setor de energia sob a ótica do Governo no horizonte de dez anos. Tal expansão é analisada a partir de uma visão integrada para os diversos energéticos. São resultados do PDE, entre outros: análise da segurança energética do sistema; balanço de oferta e demanda de garantia física; disponibilidade de combustíveis, em particular do gás natural; cronograma dos estudos de inventário de novas bacias hidrográficas; e recursos e necessidades identificados pelo planejador para o atendimento à demanda. O PDE é instrumento fundamental para a explicitação de custos e benefícios de medidas e políticas públicas.
No caso da expansão da capacidade de produção de energia elétrica, o PDE define as licitações de linhas de transmissão e indica a expansão da geração.
Estudos adicionais de viabilidade e detalhamento permitem dimensionar e especificar as instalações de transmissão (linhas e subestações) a serem incluídas no programa de licitação da transmissão. Esses estudos resultam nos relatórios “R1” – estudos de viabilidade técnico-econômicos. Tais estudos focalizam um horizonte de longo prazo detalhando particularmente as obras a serem instaladas nos cinco primeiros anos do período decenal. O conjunto destes empreendimentos compõe o Plano de Expansão da Transmissão (PET). Cabe ao ONS, no Plano de Ampliações e Reforços (PAR), propor ajustes nas especificações das instalações de transmissão, a partir de aspectos conjunturais e de requisitos específicos da operação do sistema, de modo a reforçar e dar maior segurança operativa. As recomendações do PET e as propostas do PAR são compatibilizadas pelo MME, resultando no Plano de Outorgas e Licitações, que passa a ser seguido pela ANEEL. Para a realização dos leilões das instalações de transmissão necessárias para a expansão do sistema são elaborados ainda os estudos de detalhamento de engenharia da alternativa de referência – consolidados no relatório “R2”; de caracterização e análise socioambiental do corredor ou área selecionado para o empreendimento – relatório “R3” e; de análise de engenharia da integração entre a nova obra e as instalações de transmissão existentes – relatório “R4”.
Em relação à expansão da geração, há que se destacar dois aspectos: primeiro, há uma interação entre os estudos de geração e transmissão que ocorre por meio da análise de custos e benefícios da ampliação de capacidade das interligações regionais, considerando os requisitos de intercâmbio, além de estudos socioambientais das alternativas de geração e transmissão. Em segundo lugar, devido à predominância da fonte hidráulica no sistema gerador, decisões operativas afetam o comportamento futuro do sistema e, de forma recíproca, são afetadas pela evolução do sistema. O planejamento da operação do sistema é de responsabilidade exclusiva do ONS que coordena, de forma centralizada, a operação do SIN, prepara os procedimentos de rede e executa o programa de operação, sob regulação e fiscalização da ANEEL. Embora as atribuições de cada órgão estejam bem definidas, as atividades de planejamento da expansão e da operação são complementares. Dessa forma, nas projeções de médio prazo (horizonte de cinco anos) há uma interface EPE-ONS no processo de previsão de carga, para os estudos e política de operação energética, além de intercâmbio de dados, informações e modelos computacionais.
Planejamento de Longo Prazo
Planejar estrategicamente o setor energético nacional é condição essencial para que o país possa posicionar-se de maneira competitiva no contexto econômico internacional e, ao mesmo tempo, atender as enormes necessidades sociais e ambientais inerentes a uma nação emergente e continental como o Brasil. A energia não apenas é um vetor de promoção do desenvolvimento de um país, na medida em que é parte do processo produtivo de todas as cadeias econômicas e essenciais para a sobrevivência da população na atualidade, mas também porque a energia é objeto de cobiça de nações preocupadas com a segurança energética e tema de discussões nos fóruns internacionais sobre mudanças climáticas. Pensar o futuro energético e planejar estrategicamente esse futurono Brasil são os objetivos do planejamento de longo prazo.
Estudos dessa natureza demandam a análise de horizontes de longo prazo, com intuito, principalmente, de antecipar as inovações e eventos que possam produzir importantes mudanças na sociedade, na economia e no seu relacionamento com a energia. Mudanças estas de natureza tecnológica, econômica ou sociais, como, por exemplo, a tecnologia dos veículos elétricos, a geração solar, os novos hábitos da sociedade oriundos da conectividade e das redes sociais, o impacto da elevação do PIB per capita e da incorporação de milhares de brasileiros nas classes mais elevadas de consumo, etc. A visão antecipada de possíveis futuros para o setor energético permite a tomada de ações para a construção desse futuro bem como definir estratégias robustas de expansão do sistema energético brasileiro.
Os estudos de planejamento de longo prazo são a base para a formulação de políticas públicas que têm rebatimento na estratégia nacional para expansão da oferta de energia com vistas ao atendimento da demanda, observados os objetivos básicos de segurança energética, universalização do acesso da população aos serviços energéticos, geração de emprego e renda e redução das desigualdades regionais, sustentabilidade ambiental e modicidade de preços e tarifas. Nesse contexto, o planejamento de longo prazo do setor energético é instrumento fundamental para o país, na medida em que avalia tendências na produção e no uso da energia e baliza as estratégias alternativas para expansão da oferta de energia nas próximas décadas e é instrumento fundamental para a explicitação de custos e benefícios de medidas e políticas públicas.
CPAMP
A CPAMP (Comissão Permanente para Análise de Metodologias e programas Computacionais do Setor Elétrico) foi instituída pelo Ministério de Minas e Energia - MME conforme determinação do Conselho Nacional de Política Energética – CNPE na Resolução CNPE nº 01/2007, com a finalidade de garantir a coerência e a integração das metodologias e programas computacionais utilizados pelo MME, pela Empresa de Pesquisa Energética- EPE, pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico - ONS e pela Câmara de Comercialização de Energia Elétrica - CCEE. 
A Portaria MME nº 47/2008, regulamentou a CPAMP, sob coordenação da Secretaria Executiva do MME, com a seguinte composição:
MME: Secretaria Executiva, Secretaria de Energia Elétrica, Secretaria de Planejamento Energético;
Agência Nacional de Energia Elétrica;
Empresa de Pesquisa Energética;
Operador Nacional do Sistema Elétrico;
Câmara de Comercialização de Energia Elétrica
O Centro de Pesquisas de Energia Elétrica - CEPEL participará das reuniões da CPAMP e prestará a assessoria técnica necessária aos trabalhos da mesma. Na condução das suas atividades, a Comissão poderá convidar representante de outros órgãos, entidades e associações vinculadas ao Setor Elétrico Brasileiro. A CPAMP poderá constituir Grupos de Trabalho para realização de estudos específicos.
Desde janeiro de 2017 a EPE atua como coordenadora do Grupo Técnico de Metodologias (GT Met) da CPAMP.
Mais informações sobre a CPAMP podem ser obtidas no site do MME:
http://www.mme.gov.br/web/guest/conselhos-e-comites/cnpe/cpamp
MATRIZ ELETRICA BRASILEIRA
Segundo informações da ANEEL (Agencia Nacional de Energia Elétrica ), publicado em 17/06/2019, o Brasil possui no total 7.439 empreendimentos em operação , totalizando 165.465.927 kW de potência instalada. 
	Está prevista para os próximos anos uma adição de 21.256.652 kW na capacidade de geração do País, proveniente dos 217 empreendimentos atualmente em construção e mais 381 em Empreendimentos com Construção não iniciada. 
	A hidroeletricidade lidera o ranking com 60,9676% do total (105,6 GW), seguido do vento com 15,1 GW (8,6%), biomassa com 8,56% (9 GW), gás natural com 13,4 GW (8,1%), petróleo com 9,9 GW (5,4%), carvão mineral com 3,3 GW (2%), (esses ultimos três são da mesma categoria que é de origem Fóssil corresponde a 14,738%), solar com 2,1 GW (1,3%) e nuclear com 2 GW (1,2%)e a importação de origem Paraguai, Venezuela, Argentina e Uruguai que somadas geram 8GW e equivalem a 4.7%.
DESAFIOS E OBSTACULOS 
Desafios para expansão da geração hidrelétrica. 
Acabar com a alocação ao MRE de qualquer risco não hidrológico: – Deslocamento Hidrelétrico por GFOM/Importação; – Exposições Residuais; – Efeito dos Atrasos de Transmissão; – Efeito da Resposta da Demanda, etc. 
Reconhecimento dos atributos da geração hidrelétrica: – Fonte renovável; – Tempo de vida útil -> aumento do prazo de concessão; – Armazenamento de Energia -> segurança energética; – Atendimento a ponta, seguimento da carga, etc. 
Estímulo ao desenvolvimento de novos projetos de UHEs: – Atuação para facilitar o licenciamento ambiental; – Critérios para ressarcimento dos custos de desenvolvimento: Banco de Projetos; – Equacionamento da contratação da expansão em ambiente de mercado liberalizado.
Implantar soluções estruturais para o GSF de modo a restaurar a segurança e previsibilidade econômico-financeiras dos geradores e evitar a judicialização. 
Aprimorar o mecanismo de formação de preços visando menor volatilidade e maior aderência à realidade operativa do SIN. 
Estabelecer um regime especial para o licenciamento ambiental de novos empreendimentos hidrelétricos, principalmente aqueles de interesse nacional.
Melhoria substancial no ambiente de negócios para investidores em geração: alocação adequada de riscos, previsibilidade dos fluxos financeiros, segurança jurídica e regulatória, etc.
DESAFIOS PARA EXPANSÃO DE GERAÇÃO TERMICA 
Fatores Indicadores de Problemas de Segurança Energética 
Existem fatores que são indicadores efetivos destas situações, além do parâmetro
Existem fatores que são indicadores efetivos destas situações, além do parâmetro RD: 
Níveis dos Reservatórios baixos; PLD no teto; 
Despacho de Geração Termelétrica com CVUs elevados; 
Comportamento do PIB/Demanda e atrasos no cronograma de obras da expansão da geração; Limites de interligação próximos ao máximo.
Desafios das PCHS 
Eliminar a emissão obrigatória de autorização sem mercado. Eliminar conflito regulatório: potencial ótimo x garantia física. Empreendedores enfrentam o Meio Ambiente e Recursos Hídricos, praticamente sozinhos. Recentemente, ANEEL tem se deslocado para falar com órgãos ambientais. Intensificar ação da ANEEL. Mudança da Modalidade Operativa para UHEs entre 30 e 50MW representa aumento de custos para o empreendedor e para o ONS, sem nenhum ganho para a sociedade.
Licenciamento Ambiental e MP:Demonizarão X Endeusamento; -Irracionalidade, Lentidão, Multiplicidade; -Exigências desproporcional ao impacto de cada fonte – 10% Capex hidro; Demonizarão irracional dos Reservatórios; -Travou UHEs sem destravar PCHs e CGHs;-Cadeia ameaçada; -Solução definitiva e sustentável para MRE, GSF e PLD; -Falta de Isonomia; -Perda de sustentabilidade do Modelo Atual: -Esgotamento financeiro do SEB, do consumidor e do contribuinte; -Não tem mais o que tirar das hidros; -Novo modelo: mercado, racionalidade, sinal econômico, isonomia, etc.
Desafios para expansão da Geração Eólica
Acesso ao Sistema de Transmissão – Margens de Escoamento. Revitalização do mecanismo de instalações de transmissão de interesse exclusivo de geração para conexão compartilhada (ICG). Leilões coordenados de geração e instalações da rede básica para escoamento da potência de geradores. Planejamento proativo da transmissão.Leilões de Concessões de transmissão
Logística, Modelo proposto, Mercado Livre, Tributação, O&M, Capacitação.
Desafios para Expansão da Geração Solar Fotovoltaica
Fomento ao Mercado - 89% dos brasileiros querem gerar energia renovável em casa (fonte: Ibope Inteligência), mas a geração distribuída abrange apenas 0,02% dos consumidores. O país está 15 anos atrasado frente a outros mercados.
Financiamento no Brasil - Dificuldade de acesso a crédito por pessoas físicas e jurídicas. Linhas definanciamento existentes não estão alinhadas com as características de empreendimentos de geração distribuída solar fotovoltaica, inviabilizando projetos e reduzindo competitividade.
Sobre a participação da fonte solar fotovoltaica em Leilões A-6: Faltou isonomia: solar foi à única fonte renovável que foi excluída do leilão! Faltou coerência: a fonte já participou de leilões A-5 no Brasil (duas vezes em 2013). Esta prática é habitual no mundo e a decisão do Brasil foi fortemente questionada pelo setor FV. internacional.Falta conhecimento das práticas de mercado: redução do preço da fonte é linear e não exponencial. O mercado está acostumado a projetar preços e administrar riscos neste horizonte de tempo. Sinal frustrou expectativas: setor já havia sido prejudicado pelo cancelamento intempestivo de leilões em 2016 e aguardava um posicionamento com visão de longo prazo pelo Brasil.
Isonomia Tributária para a Solar FV - Elevada carga tributária federal (IPI, PIS e COFINS) e estadual (ICMS) sobre os principais componentes e equipamentos de um sistema solar fotovoltaico, onerando a fonte no Brasil: – Módulo fotovoltaico – Inversor – Estrutura de suporte – Material elétrico (cabos, conectores etc.)
Cadeia Produtiva Nacional - Racionalização tributária para a cadeia produtiva nacional, trazendo competitividade para o atendimento do mercado interno e viabilizando a exportação.
Desafios para Expansão da Biomassa
Valoração dos atributos. Definição do VR ES Biomassa. Aprimoramento da Regulamentação dos 30/50 MW. Revisão da Metodologia da GF Biomassa. Geração Híbrida (Biomassa + GN/Biogás). Inclusão Perene da Biomassa nos Leilões Regulados. Inadimplência no MCP. Recuperação da Indústria de Equipamentos.
CONCLUSÃO
Pelo exposto inicialmente sobre a evolução histórico e o modelo atual do setor elétrico Brasileiro, vale salientar a percepção de que o setor é marcado por constantes mudanças, impactando e sendo impactado pelo cenário amplo de desenvolvimento do pais.
Em ambas as vertentes, algumas medidas apresentam sucesso e outras não geraram resultados tão efetivos levando á necessidade de representação que culminou no atual modelo do setor elétrico. 
No entanto, é esse mesmo modelo que passa por freqüente ajustes, principalmente, em termos regulatórios, para promover equilíbrio entre as necessidades dos diferentes agentes do setor e, conseguintemente, garantir sua eficácia e eficiência. 
REFERÊNCIAS
A História da eletricidade no Brasil. Disponível em:
<http://www.sel.eesc.sc.usp.br/proteção/SiaeEESC/conteudodehistoricobrasil.htm
>. Acesso em: 30 setembro 2007.
CASTRO, Nivalde J. Problemas e perspectivas da crise financeira do Setor
Elétrico Brasileiro. Rio de Janeiro, IFE n° 1097. Instituto de Economia – UFRJ,
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