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5° FUNDAMENTOS DE ENFERMAGEM I

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FUNDAMENTOS DE ENFERMAGEM I – MÓDULO V 
O QUE É HIGIENIZAÇÃO DAS MÃOS? 
É a medida individual mais simples e menos dispendiosa para prevenir a propagação das 
infecções relacionadas à assistência à saúde(3). Recentemente, o termo “lavagem das mãos” foi 
substituído por “higienização das mãos” devido à maior abrangência deste procedimento(9). O 
termo engloba a higienização simples, a higienização anti-séptica, a fricção anti-séptica e a anti-
sepsia cirúrgica das mãos, que serão abordadas mais adiante. 
POR QUE FAZER? 
As mãos constituem a principal via de transmissão de microrganismos durante a assistência 
prestada aos pacientes, pois a pele é um possível reservatório de diversos microrganismos, que 
podem se transferir de uma superfície para outra, por meio de contato direto (pele com pele), ou 
indireto, através do contato com objetos e superfícies contaminados). 
A pele das mãos alberga, principalmente, duas populações de microrganismos: os pertencentes à 
microbiota residente e à microbiota transitória. A microbiota residente é constituída por 
microrganismos de baixa virulência, como estafilococos, corinebactérias e micrococos, pouco 
associados às infecções veiculadas pelas mãos. É mais difícil de ser removida pela higienização 
das mãos com água e sabão, uma vez que coloniza as camadas mais internas da pele. 
A microbiota transitória coloniza a camada mais superficial da pele, o que permite sua remoção 
mecânica pela higienização das mãos com água e sabão, sendo eliminada com mais facilidade 
quando se utiliza uma solução anti-séptica. É representada, tipicamente, pelas bactérias Gram-
negativas, como enterobactérias (Ex: Escherichia coli), bactérias não fermentadoras 
(Ex:Pseudomonas aeruginosa), além de fungos e vírus. 
Os patógenos hospitalares mais relevantes são: Staphylococcus aureus, Staphylococcus 
epidermidis,Enterococcus spp., Pseudomonas aeruginosa, Klebsiellaspp., Enterobacter spp. e 
leveduras do gêneroCandida(11). As infecções relacionadas à assistência à saúde geralmente 
são causadas por diversos microrganismos resistentes aos antimicrobianos(12), tais como S. 
aureus e S. epidermidis, resistentes a oxacilina/meticilina; Enterococcus spp., resistentes a 
vancomicina; Enterobacteriaceae, resistentes a cefalosporinas de 3a geração e Pseudomonas 
aeruginosa, resistentes a carbapenêmicos(13). 
As taxas de infecções e resistência microbiana aos antimicrobianos são maiores em Unidades de 
Terapia Intensiva (UTI), devido a vários fatores: maior volume de trabalho, presença de 
pacientes graves, tempo de internação prolongado, maior quantidade de procedimentos 
invasivos e maior uso de antimicrobianos(14,15). 
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PARA QUE HIGIENIZAR AS MÃOS? 
A higienização das mãos apresenta as seguintes finalidades: 
 
 
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• Remoção de sujidade, suor, oleosidade, pêlos, células descamativas e da microbiota da pele, 
interrompendo a transmissão de infecções veiculadas ao contato; 
 
• Prevenção e redução das infecções causadas pelas transmissões cruzadas. 
 
QUEM DEVE HIGIENIZAR AS MÃOS? 
Devem higienizar as mãos todos os profissionais que trabalham em serviços de saúde, que 
mantém contato direto ou indireto com os pacientes, que atuam na manipulação de 
medicamentos, alimentos e material estéril ou contaminado. 
COMO FAZER? QUANDO FAZER? 
As mãos dos profissionais que atuam em serviços de saúde podem ser higienizadas utilizando-
se: água e sabão, preparação alcoólica e anti-séptico. 
A utilização de um determinado produto depende das indicações descritas abaixo): 
USO DE ÁGUA E SABÃO 
Indicação: 
Quando as mãos estiverem visivelmente sujas ou contaminadas com sangue e outros fluidos 
corporais. 
• Ao iniciar o turno de trabalho. 
• Após ir ao banheiro. 
• Antes e depois das refeições. 
• Antes de preparo de alimentos. 
• Antes de preparo e manipulação de medicamentos. 
• Nas situações descritas a seguir para preparação alcoólica. 
USO DE PREPARAÇÃO ALCOÓLICA 
Indicação 
Higienizar as mãos com preparação alcoólica quando estas não estiverem visivelmente sujas, 
em todas as situações descritas a seguir: 
Antes de contato com o paciente 
Objetivo: proteção do paciente, evitando a transmissão de microrganismos oriundos das mãos 
do profissional de saúde. 
Exemplos: exames físicos (determinação do pulso, da pressão arterial, da temperatura corporal); 
contato físico direto (aplicação de massagem, realização de higiene corporal); e gestos de 
cortesia e conforto. 
 
 
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Após contato com o paciente 
Objetivo: proteção do profissional e das superfícies e objetos imediatamente próximos ao 
paciente, evitando a transmissão de microrganismos do próprio paciente. 
Antes de realizar procedimentos assistenciais e manipular dispositivos invasivos 
Objetivo: proteção do paciente, evitando a transmissão de microrganismos oriundos das mãos 
do profissional de saúde. 
Exemplos: contato com membranas mucosas (administração de medicamentos pelas vias 
oftálmica e nasal); com pele não intacta (realização de curativos, aplicação de injeções); e com 
dispositivos invasivos (cateteres intravasculares e urinários, tubo endotraqueal). 
Antes de calçar luvas para inserção de dispositivos invasivos que não requeiram preparo 
cirúrgico 
Objetivo: proteção do paciente, evitando a transmissão de microrganismos oriundos das mãos 
do profissional de saúde. 
Exemplo: inserção de cateteres vasculares periféricos. 
Após risco de exposição a fluidos corporais 
Objetivo: proteção do profissional e das superfícies e objetos imediatamente próximos ao 
paciente, evitando a transmissão de microrganismos do paciente a outros profissionais ou 
pacientes. 
Ao mudar de um sítio corporal contaminado para outro, limpo, durante o cuidado ao 
paciente 
Objetivo: proteção do paciente, evitando a transmissão de microrganismos de uma determinada 
área para outras áreas de seu corpo. 
Exemplo: troca de fraldas e subseqüente manipulação de cateter intravascular. 
Ressalta-se que esta situação não deve ocorrer com freqüência na rotina profissional. Devem-se 
planejar os cuidados ao paciente iniciando a assistência na seqüência: sítio menos contaminado 
para o mais contaminado. 
Após contato com objetos inanimados e superfícies imediatamente próximas ao paciente 
Objetivo: proteção do profissional e das superfícies e objetos imediatamente próximos ao 
paciente, evitando a transmissão de microrganismos do paciente a outros profissionais ou 
pacientes. 
Exemplos: manipulação de respiradores, monitores cardíacos, troca de roupas de cama, ajuste 
da velocidade de infusão de solução endovenosa. 
 
 
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Antes e após remoção de luvas (sem talco) 
Objetivo: proteção do profissional e das superfícies e objetos imediatamente próximos ao 
paciente, evitando a transmissão de microrganismos do paciente a outros profissionais ou 
pacientes. 
As luvas previnem a contaminação das mãos dos profissionais de saúde e ajudam a reduzir a 
transmissão de patógenos. Entretanto, elas podem ter microfuros ou perder sua integridade sem 
que o profissional perceba, possibilitando a contaminação das mãos. 
USO DE ANTI-SÉPTICOS 
Estes produtos associam detergentes com anti-sépticos e se destinam à higienização anti-séptica 
das mãos e degermação da pele. 
Indicação: 
Higienização anti-séptica das mãos 
• Nos casos de precaução de contato recomendados para pacientes portadores de 
microrganismos multirresistentes. 
• Nos casos de surtos. 
Degermação da pele 
• No pré-operatório, antes de qualquer procedimento cirúrgico (indicado para toda equipe 
cirúrgica). 
• Antes da realização de procedimentos invasivos. Exemplos: inserção de cateter 
intravascular central, punções, drenagens de cavidades, instalação de diálise, pequenas 
suturas, endoscopias e outros. 
SINAIS VITAISOs sinais vitais são indicadores das funções vitais e podem orientar o diagnóstico inicial e o 
acompanhamento da evolução do quadro clínico da vítima. São eles: 
● Pulso; 
● Respiração; 
● Pressão arterial; 
● Temperatura. 
Sua verificação é essencial na avaliação da vítima, devendo ser realizada simultaneamente à 
história e ao exame físico. São mais significativos quando obtidos em série, possibilitando o 
acompanhamento de suas variações, e seus valores devem ser analisados conforme a situação 
clínica. Na obtenção dos sinais vitais devemos considerar as seguintes condições: 
● Condições ambientais, tais como temperatura e umidade no local, que podem causar variações 
nos valores; 
● Condições pessoais, como exercício físico recente, tensão emocional e alimentação, que 
também podem causar variações nos valores; 
 
 
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● Condições do equipamento, que devem ser apropriados e calibrados regularmente. O 
socorrista deve estar atento, pois o uso de equipamentos inapropriados ou descalibrados podem 
resultar em valores falsos. 
 
 Pulso 
Pulso é a onda provocada pela pressão do sangue contra a parede arterial cada vez que o 
ventrículo esquerdo se contrai. Em locais onde as artérias de grosso calibre se encontram 
próximas à superfície cutânea, pode ser sentido à palpação. Cada onda de pulso sentida é um 
reflexo do débito cardíaco, pois a freqüência de pulso equivale à freqüência cardíaca. Débito 
cardíaco é o volume de sangue bombeado por cada um dos lados do coração em um minuto. 
A determinação do pulso é parte integrante de uma avaliação cardiovascular. Além da 
freqüência cardíaca (número de batimentos cardíacos por minuto), os pulsos também devem ser 
avaliados em relação ao ritmo (regularidade dos intervalos - regular ou irregular) e ao volume 
(intensidade com que o sangue bate nas paredes arteriais - forte e cheio ou fraco e fino). O pulso 
fraco e fino, também chamado filiforme, geralmente está associado à diminuição do volume 
sangüíneo (hipovolemia). 
Podem ser considerados normais os seguintes índices de freqüência cardíaca: 
● Adultos – 60 a 100 bpm; 
● Crianças – 80 a 120 bpm; 
● Bebês – 100 a 160 bpm. 
 
Respiração 
Respiração é o processo através do qual ocorre troca gasosa entre a atmosfera e as células do 
organismo. É composta pela ventilação e pela hematose. 
A freqüência respiratória pode variar com a idade: 
● Adultos – 12 a 20 movimentos respiratórios por minuto (mrpm); 
● Crianças – 20 a 30 mrpm; 
● Bebês – 30 a 60 mrpm. 
 
Pressão Arterial 
A pressão arterial (PA) é a pressão exercida pelo sangue no interior das artérias. 
Depende da força desenvolvida pela sístole ventricular, do volume sangüíneo e da resistência 
oferecida pelas paredes das artérias. 
Valores médios de pressão arterial considerados ideais de acordo com a idade: 
● 04 anos – 85/60 mmHg; 
● 06 anos – 95/62 mmHg; 
 
 
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● 10 anos – 100/65 mmHg; 
● 12 anos – 108/67 mmHg; 
● 16 anos – 118/75 mmHg; 
● Adultos – 120/80 mmHg; 
● Idosos – 140 a 160/90 a 100 mmHg. 
 
Temperatura 
Existem vários fatores que influenciam no controle da temperatura corporal, sendo influenciada 
por meios físicos e químicos e o controle feito através de estimulação do sistema nervoso. A 
temperatura reflete o balanceamento entre o calor produzido e o calor perdido pelo corpo. 
A temperatura corporal pode ser medida nos seguintes locais: 
● Boca – Temperatura Oral: Colocar o termômetro de vidro sob a língua da vítima, na bolsa 
sublingual posterior. Fazer com que a vítima mantenha o termômetro no local por 3 a 8 minutos 
com lábios fechados. O método oferece temperatura central e é indicado para aqueles que 
respiram pela boca com suspeita de infecção grave. 
● Canal anal – Temperatura Retal: Para o adulto, inserir 03 centímetros do termômetro 
lubrificado no ânus. Não forçar o termômetro. Mantê-lo no local por 2 a 4 minutos. É contra-
indicado após cirurgia do reto ou ferimento no reto e em pacientes com hemorróidas. 
● Axila – Temperatura axilar: Mais utilizado, tendo em vista a facilidade. Colocar o termômetro 
no centro da axila, mantendo o braço da vítima de encontro ao corpo, e mantê-lo ali por 3 a 8 
minutos. O método é conveniente, mas é contra-indicado para crianças pequenas; em pacientes 
com estado mental alterado, trauma facial ou distúrbio convulsivo; após fumar ou beber líquidos 
quentes ou frios; durante administração de oxigênio por cânula ou máscara; e na presença de 
sofrimento respiratório. 
 Cateterismo vesical de alívio e de demora 
A eliminação urinária e o controle dos produtos de excreção urinária são funções elementares, 
indispensáveis para o funcionamento normal do organismo. Ela depende do funcionamento 
adequado dos rins, ureteres, bexiga e uretra. Qualquer modificação da excreção normal é capaz 
de causar problemas em outros sistemas do organismo, além de causar frustração e 
constrangimento a uma pessoa que apresente alteração na excreção. 
Os rins removem os resíduos do sangue e produzem a urina, que será transportada pelos ureteres 
até a bexiga para ser armazenada. Daí, a urina será eliminada através da uretra. 
O cateterismo vesical compreende a introdução de um cateter através da uretra até a bexiga, 
com o objetivo de drenar a urina. É um procedimento estéril, portanto, deve-se atentar para 
medidas assépticas na prevenção de contaminação. 
Finalidades: 
• Proporcionar um fluxo urinário contínuo em pacientes impossibilitados de controlar a 
micção ou naqueles que apresentam alguma obstrução; 
• Drenar a urina de pacientes que apresentem retenção urinária; 
• Controlar o volume urinário; 
 
 
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• Preparar o paciente para a realização de cirurgias. 
 
CATERERISMO VESICAL DE ALÍVIO 
Um cateter de uso único é introduzido até a bexiga para drenar a urina. Logo em seguida, o 
mesmo é retirado. 
Indicações: alívio da retenção urinária; obtenção de urina estéril; avaliação da urina residual 
após a micção. 
 
 
CATETERISMO VESICAL DE DEMORA 
Um cateter de Foley é introduzido através da uretra até a bexiga podendo permanecer por um 
período prolongado. O cateter de 2 (uma para drenar a urina e outra para inflar o balonete) ou 3 
vias (uma para drenar a urina, outra para inflar o balonete e a última para irrigar a bexiga) 
possui um balonete em sua extremidade que, quando insuflado, repousa contra a saída da 
bexiga, impedindo a saída do cateter. 
 
Finalidades: Drenagem contínua da urina; obtenção de amostras estéreis de urina; avaliação 
contínua da diurese; fornecer irrigação à bexiga. 
Material utilizado 
• Bandeja de cateterismo vesical contendo: cuba rim, cuba redonda, pinça Cheron ou 
similar, campo fenestrado e gazes; 
• Cateter uretral (8 a 12) ou de Foley (feminino:14 a 16 e masculino:16 a 20) 
• Ampola de água destilada 
• Luvas estéreis 
• Seringa de 20 ml (acrescentar mais uma se paciente do sexo masculino) 
• Xilocaína gel 
• Polvidine tópico 
• Luvas estéreis 
• Agulha 40×12 
• Bolsa coletora de sistema fechado 
• Esparadrapo 
• Biombo 
 
Procedimento 
1. Identificar-se ao paciente e explicar o procedimento a ser realizado; 
2. Promover a privacidade do paciente com o biombo; 
3. Lavar as mãos; 
 
 
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4. Separar o material a ser utilizado; 
5. Posicionar a paciente de forma a expor a genitália, com as penas flexionadas e 
afastadas; 
6. Abrir a bandeja de cateterismo cuidando para não contaminar o seu interior; 
7. Abrir o invólucro do cateter, da seringa e da agulha, de forma asséptica, e deposita-los 
sobre a bandeja; 
8. Colocar o polvidine na cuba rim (cerca de 30 ml); 
9. Conectar a bolsa coletora no gradil do leito; 
10. Calçar as luvas estéreis; 
11. Testar o balonete do cateter; 
12. Aspirar a água destilada na seringa montada com agulha, com auxílio de outra pessoa; 
13. Realizar a antissepsiada genitália da seguinte forma: 
Sexo feminino: Separar os pequenos lábios com o primeiro e segundo quirodactilos (polegar e 
indicador) protegidos por gaze esteril; passar a gaze embebida em polvidine entre os pequenos e 
grandes lábios, de cima para baixo, num só movimento (clitóris > uretra > vagina) utilizando a 
pinça; utilizando outra gaze molhada, passe-a no meato urinário. 
Sexo masculino: Fazer a antissepsia da glande com a pinça montada com gaze molhada com 
polvidine, afastando com o primeiro e segundo quirodáctilos o prepúcio, realizando a limpeza 
de cima para baixo; utilizando outra gaze, realize a limpeza do meato urinário. 
14. Posicionar o campo fenestrado; 
15. No caso de paciente masculino, colocar cerca de 8 ml de xilocaína gel na seringa com ajuda 
de outra pessoa e introduzir no meato urinário. OBS: Desprezar a primeira porção que sair da 
bisnaga. 
16. Colocar xilocaína em uma gaze ou no dorso da mão com a ajuda de outra pessoa e lubrificar 
os primeiros 10 cm do cateter; 
17. Introduzir o cateter da seguinte forma: 
- Certificar-se de que o orifício escolhido é o meato uretral no caso do sexo feminino; 
- Introduzir o cateter até drenar a urina lembrando que se o cateterismo for de alívio, a outra 
ponta do cateter deve estar posicionada dentro da cuba rim para receber a urina drenada. 
18. Se o cateterismo for de alívio, deixar drenar toda a urina e retirar o cateter logo em seguida. 
Se o cateterismo for de demora, deixa drenar a urina na cuba rim, enquanto infla o balonete do 
cateter com a água destilada; 
19. Tracionar o cateter com movimentos delicados até encontrar resistência; 
20. Pinçar o cateter e conectar à bolsa coletora; 
21. Retirar o campo fenestrado; 
22. Fixar o cateter na coxa do paciente com esparadrapo. 
23. Retirar as luvas e despreza-las; 
24. Lavar as mãos; 
25. Anotar o procedimento. 
 
 
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Sondagem Nasogástrica 
Definição: 
A Sonda Nasogástrica é um tubo de polivinil que quando prescrito, deve ser tecnicamente 
introduzido desde as narinas até o estômago. Sua finalidade está associada à maneira como 
ficará instalada no paciente 
Objetivo da Sonda Nasogástrica: 
A maneira como ela estará instalada determinará seu objetivo. Pode ser aberta ou fechada. 
Sonda Nasogástrica Aberta: 
Quando o objetivo é drenar líquidos intra-gástrico, a saber: 
- esverdeado: Bile 
- borra de café: bile + sangue 
 
 
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- sanguinolenta vivo 
- sanguinolento escuro 
- amarelado 
Podemos exemplificar cirurgias onde no pós operatório se deseja o repouso do sistema digestivo 
e também em casos de intoxicação exógena, onde o conteúdo ingerido precisa ser removido 
rapidamente. 
Sonda Nasogástrica Fechada 
Utilizada com finalidade de alimentação, quando por alguma razão o paciente não pode utilizar 
a boca no processo de digestão. Ex: câncer de língua, anorexia, repouso pós- cirúrgico. 
Material: 
Bandeja contendo: 
- Sonda Nasogástrica (também chamada de Levine) de numeração 10, 12, 14, 16, 18 (adulto) 
- esparadrapo 
- xilocaína gel 
- gaze 
- par de luvas 
- seringa de 20cc 
-estetoscópio 
- copo com água 
- toalha de rosto de uso pessoal 
Caso a Sonda Nasogástrica seja aberta adicione: 
-extensão 
- saco coletor. 
Técnica: 
- explicar a procedimento ao paciente; 
- colocá-lo em posição de Fowler; 
 
 
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- colocar a toalha sob o pescoço; 
- calçar as luvas; 
- abrir a sonda; 
- medir o comprimento da sonda: da asa do nariz, ao lóbulo da orelha e para baixo até a ponta 
do apêndice xifóide. 
- marcar o local com o esparadrapo; 
- passar xilocaína gel aproximadamente uns 10 cm; 
- introduzir a sonda s por uma das narinas; 
- flexionar o pescoço aproximando ao tórax, pedindo ao paciente para realizar movimentos de 
deglutição; 
- introduzir a sonda até o ponto do esparadrapo; 
 
- fazer os 3 testes: pegar a ponta da sonda e colocá-la em um copo com água, se borbulhar, 
retirar a sonda, pois ao invés de estar no estômago, está no pulmão; pegar a ponta da sonda, 
encaixar a seringa e aspirar se vier líquido, a sonda está no lugar certo; pegar o estetoscópio e 
auscultar. 
 
 
 
 
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LAVAGEM INTESTINAL 
A lavagem intestinal, também chamada de limpeza intestinal, é um procedimento onde se 
efetua a limpeza das vísceras (intestino grosso) com o objetivo de promover a retirada 
de resíduos fecais, os quais são fontes de processos intoxicativos do corpo. É usada 
uma sonda retal, tendo por finalidade: eliminar ou evitar a distensão abdominal e flatulência, 
facilitar a eliminação de fezes, remover sangue nos casos de melena e preparar o paciente 
para cirurgia, exames e tratamento do trato intestinal. Há também o método natural de limpeza 
intestinal. Nele são usados plantas, como o mastruço, o sene, ambos com alto poder 
desintoxicante do trato intestinal. Óleos minerais, como o óleo de rícino, também fazem parte 
do tratamento caseiro de limpeza dos intestinos, desobstruindo resíduos de fezes acumulados 
por até décadas no trato digestivo dos que se alimentam de carne. 
O posicionamento do paciente a ser submetido à lavagem intestinal deve proporcionar conforto 
e facilitar o acesso ao trato intestinal. Para isso, é necessário que o paciente seja colocado em 
decúbito lateral esquerdo. 
OBJETIVO 
Promover o esvaziamento intestinal para a realização de procedimento diagnóstico ou cirúrgico; 
evitar distensão abdominal. 
MATERIAL 
• Irrigador com extensão clampada contendo solução prescrita: água morna, glicerina, 
solução salina, SF +glicerina, fleet enema, minilax; 
• Sonda retal (mulher: 22 ou 24 e homem: 24 ou 26); 
• Pincha para fechar o intermediário; gazes; vaselina ou xylocaína; cuba rim; papel higiênico; 
luva de procedimento; suporte de soro; comadre; biombo; impermeável; lençol móvel; 
solução glicerinada ou fleet enema; saco para lixo. 
TÉCNICA 
• Comunicar ao paciente o procedimento 
• Realizar a lavagem das mãos 
• Organizar o material a ser usado 
• Colocar biombo ou fechar as cortinas ou porta do quarto 
• Posicionar o paciente em posição de sims 
• Afastar o glúteo 
• Lubrificar a sonda ou o fleete enema 
• Introduzir aproximadamente 5 a 10 cm no reto 
• Injetar todo o líquido do frasco 
• Colocar a comadre 
• Observar se o procedimento teve resultado positivo ou negativo 
• Se positivo, anotar coloração, consistência, quantidade e etc. 
 
 
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OXIGENOTERAPIA 
 
É a administração de oxigênio medicinal através de via inalatória, com finalidade 
terapêutica de previnir ou melhorar a hipóxia tecidual, mantendo no ar inspirado uma 
concentração de gás capaz de oxigenar adequadamente o sangue que sai dos pulmões. 
Embora haja vários tipos de gás medicinal – como hélio, dióxido de carbono, óxido 
nitroso, nitrogênio – o mais comumente usado é o oxigênio (O2): o oxigênio é um gás inodoro, 
incolor, altamente combustível e indispensável à vida humana. É um medicamento e deve ser 
utilizado com cutela e sob prescrição médica. A situação clínica do cliente é o melhor 
indicativo. 
 
A oxigenoterapia é indicada quando o cliente apresenta: 
 
* respiração ruidosa 
* dificuldade ou impossibilidade de respirar estando deitado 
* saturação menor que 90% 
* taquipneia e ou taquicardia 
* batimentos de asa de nariz (é mais raro no cliente adulto) 
* tiragem supraclavicular e intercostal (manifestação visual da insuficiência 
respiratória), 
 ou seja, usa a musculatura acessória para respirar 
* cansaço e/ou agitação 
* sinais de desorientação, que antes não apresentava 
* cianose (sinal tardio de hipóxia) 
 
Medidas de segurança 
 
Sendo o oxigênio inflamável, é muito importante: 
* Não permitir quese fume no local 
* Cuidado com os aparelhos elétricos que podem emitir faíscas 
* Nunca usar graxa ou óleo nas válvulas e no manômetro de oxigênio 
* Transportar o cilindro com cuidado: a queda pode provocar explosão 
* É ideal que o oxigênio seja canalizado. Os cilindros portáteis devem ser reservados 
 apenas para os casos de transportes de clientes. 
 
Meios de administração 
 
O oxigênio pode ser administrado por intermédio de: 
* cânula nasal (óculos para oxigênio) 
* cateter nasal 
* nebulização 
* máscara Venturi (macronebulização) 
* cânula endotraqueal 
* capacetes (crianças) 
* tenda

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