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UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ CURSO DE PEDAGOGIA ERICA DA SILVA RANGEL EDUCAÇÃO ESPECIAL E INCLUSIVA NAS ESCOLAS RIO DE JANEIRO 2019 ERICA DA SILVA RANGEL EDUCAÇÃO ESPECIAL E INCLUSIVA NAS ESCOLAS Trabalho de Pré-Projeto apresentado como exigência da disciplina PPE – Pré- Projeto. Orientador : Wilna Mello de S. Campos RIO DE JANEIRO 2019 LINHA DE PESQUISA TEMA: EDUCAÇÃO INCLUSIVA TÍTULO: EDUCAÇÃO ESPECIAL E INCLUSIVA NAS ESCOLAS 1. INTRODUÇÃO O presente trabalho foi realizado através de uma pesquisa bibliográfica, com o objetivo central de retratar o histórico da proposta da escola inclusiva, assim auxiliar os professores a analisarem e refletirem sobre os desafios e dificuldades quanto a educação especial e a educação inclusiva nas escolas. E a importância de uma formação docente que contribua para o desenvolvimento de uma educação que respeite a diversidade. 1.1. APRESENTAÇÃO DO TEMA E DO PROBLEMA O “diferente” sempre causou estranheza e desconforto nas pessoas e o preconceito caracterizou as respostas de muitas organizações sociais ao longo do tempo. Na Grécia Antiga, em Esparta, as crianças eram examinadas ao nascer e, ao apresentarem defeitos físicos, eram eliminadas, pois não correspondiam aos critérios de bons guerreiros. Este é um exemplo clássico de uma percepção preconceituosa em relação à pessoa com deficiência, dentre tantos outros. Ao longo da história, verifica-se que a educação especial esteve marcada, inicialmente, pela segregação e exclusão. As pessoas com deficiências eram, muitas vezes, ignoradas, abandonadas, encarceradas e até mesmo eliminadas. Num segundo momento, reconheceu-se que essas pessoas possuíam certas capacidades, ainda que limitadas, entre elas a de aprender. No entanto, predominou por longos períodos da história um olhar de tutela em relação a esses sujeitos, e a prática para com as pessoas com deficiência passou da rejeição à “proteção”, utilizando-se para tanto de asilos e abrigos dos quais essas pessoas raramente saíam, além de receberem tratamentos inadequados. Em um terceiro momento, pelo reconhecimento do valor humano e dos direitos desses indivíduos (UNICEF, 1990), adotou-se como objetivo o oferecimento de educação para todos, e com a Declaração de Salamanca (UNESCO, 1994) proclamou, entre outros princípios, a necessidade de inclusão da educação especial. QUAL É A DIFERENÇA ENTRE EDUCAÇÃO ESPECIAL E EDUCAÇÃO INCLUSIVA? A diferença está no termo INCLUSIVA. Segundo a psicóloga Marina Almeida, no “Manual Informativo sobre inclusão: informativo para educadores”, podemos definir educação especial e educação inclusiva da seguinte forma: A Educação especial é uma modalidade de ensino que visa promover o desenvolvimento das potencialidades de pessoas portadoras de necessidades especiais, condutas típicas ou altas habilidades, e que abrange os diferentes níveis e graus do sistema de ensino. Ou seja, uma modalidade de ensino para pessoas com deficiência ou altas habilidades. Na escola inclusiva o processo educativo deve ser entendido como um processo social, onde todas as crianças portadoras de necessidades especiais e de distúrbios de aprendizagem têm o direito à escolarização o mais próximo possível do normal. Pressupõe a igualdade de oportunidades e a valorização das diferenças humanas, contemplando, assim, as diversidades étnicas, sociais, culturais, intelectuais, físicas, sensoriais e de gênero dos seres humanos. Implica a transformação da cultura, das práticas e das políticas vigentes na escola e nos sistemas de ensino, de modo a garantir o acesso, a participação e a aprendizagem de todos, sem exceção. Não existem alunos sem deficiência na educação especial. Já na educação inclusiva todos os alunos com e sem deficiência tem a oportunidade de conviverem e aprenderem juntos. É o que Mantoan chamou de cidadania global, plena, livre de preconceitos e que reconhece e valoriza as diferenças. O grande desafio, nesse sentido, é garantir o acesso, permanência e aprendizagem dos alunos que apresentam especificidades sensoriais, cognitivas, físicas e psíquicas no sistema regular de ensino. São muitos os desafios da educação inclusiva que precisam ser enfrentados, mas as iniciativas e as alternativas realizadas pelos educadores são fundamentais. A ideia da inclusão é mais do que somente garantir o acesso à entrada de alunos e alunas nas instituições de ensino. O objetivo é eliminar obstáculos que limitam a aprendizagem e participação discente no processo educativo. As diferenças têm de ser valorizadas, respeitando-se as necessidades de cada pessoa. 2. LEVANTAMENTO DO REFERENCIAL DA PESQUISA Muito tem se falado sobre a inclusão, e variados métodos para se trabalhar com a mesma, visando uma inserção de crianças com deficiência. Mas há uma necessidade de refletir sobre o processo educacional. Novas formas de compreender a deficiência são desenvolvidas ao longo dos anos. Diante dessas novidades a escola não pode continuar a ignorar o que acontece ao seu redor, identificar como esses conceitos vêm sendo alterados permite ao docente identificar suas próprias limitações e pré- conceitos. Os professores do ensino regular precisam ter acesso aos conhecimentos específicos para trabalhar com alunos com necessidades educacionais especiais. É importante que os docentes tenham conhecimento a respeito da legislação que orienta a educação especial, bem como quais os serviços oferecidos por essa modalidade de educação. A “educação especial”, termo usado para os “alunos com deficiência, transtornos globais de desenvolvimento e altas habilidades/superdotação” (BRASIL, 2008, p. 46), é considerada pela Constituição Brasileira de 1988 como parte inseparável do direito à educação. A criação de diversas leis, como a presente no Estatuto da Criança e do Adolescente (BRASIL, 1990), art. 54, III, que afirma: “É dever do estado assegurar a criança e ao adolescente […] atendimento educacional especializado aos portadores de necessidades especiais, preferencialmente na rede regular de ensino”. E, ainda, a Lei de Diretrizes e Bases nº 9.394/1996, cap. V, “Da educação especial”, parágrafo 3º, que determina: “A oferta de educação especial, dever constitucional do Estado, tem início na faixa etária de zero a seis anos, durante a educação infantil” (BRASIL, 1996), contribuiu de forma significativa para melhorias no que concerne a políticas de inclusão de pessoas com deficiência. É considerada escola inclusiva aquela que abre espaço para todas as crianças, abrangendo, portanto, aquelas que apresentam necessidades especiais. Inspirada nos princípios da Declaração de Salamanca (UNESCO, 1994), que proclamou, dentre outros princípios, o direito de todos à educação, independente das diferenças individuais – esta declaração teve como referência a Conferência mundial sobre educação para todos – a educação inclusiva propõe que todas as pessoas com deficiência sejam matriculadas na escola regular. Ao refletir sobre a abrangência do sentido e do significado do processo de Educação inclusiva, estamos considerando a diversidade de aprendizes e seu direito à equidade. Trata-se de equiparar oportunidades, garantindo-se a todos - inclusiveàs pessoas em situação de deficiência e aos de altas habilidades/superdotados, o direito de aprender a aprender, aprender a fazer, aprender a ser e aprender a conviver. (CARVALHO, 2005). 3. REFERÊNCIAS BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Especial. Saberes e práticas da Inclusão. Brasília, DF: MEC; 2003. http://portal.mec.gov.br/ Acesso em: 2 jun. 2019 INCLUSÃO – REVISTA DA EDUCAÇÃO ESPECIAL. Secretaria da Educação Especial, out. 2005; jan./jul. 2010. MANTOAN, Maria Tereza Egler. Inclusão escolar: O que é? Por quê? Como fazer? SP: Moderna, 2003. UNESCO. Declaração de Salamanca e linha de ação sobre necessidades educativas especiais. Brasília: CORDE, 1994.
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