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FACULDADE PRESIDENTE ANTÔNIO CARLOS FUPAC CURSO DE GRADUAÇÃO EM DIREITO ANNA LEONNOR NUNES DOS SANTOS E SILVA ADOÇÃO POR CASAL HOMOAFETIVO E O MELHOR INTERESSE DA CRIANÇA UBERABA (MG) 2019 ADOÇÃO POR CASAL HOMOAFETIVO E O MELHOR INTERESSE DA CRIANÇA Projeto de Pesquisa apresentado à disciplina “Trabalho de Conclusão de Curso: Elaboração” do Curso de Graduação em Direito da Faculdade Presidente Antônio Carlos – FUPAC de Uberaba, para fins de avaliação. UBERABA (MG) 2019 ANNA LEONNOR NUNES DOS SANTOS E SILVA ADOÇÃO HOMOAFETIVA E O MELHOR INTERESSE DA CRIANÇA Projeto de Pesquisa apresentado à disciplina “Trabalho de Conclusão de Curso: Elaboração” do Curso de Graduação em Direito da Faculdade Presidente Antônio Carlos – FUPAC de Uberaba, para fins de avaliação. Aprovado em / / PROFESSOR DA DISCIPLINA “TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO: ELABORAÇÃO” 1. INTRODUÇÃO A Constituição Brasileira em seu artigo 226 elencou alguns modelos de família, tais como, a família nuclear, constituída por um homem e uma mulher e seus descendentes, e a família monoparental sendo constituído por um dos pais e seus descendentes. Porém o artigo 226 é meramente exemplificaticativo e não taxativo, garantindo, portanto que sejam admitidas novas modalidades, criadas pela dinâmica das relações sociais. Umas das novas dinâmicas familiares é a família homoafetiva que possui em uma relação afetiva entre pessoas do mesmo sexo. Para a formação da família também existe a possibilidade de adoção que apenas é citada pela a constituição para proteger o adotado de discriminação em relação aos filhos consanguíneos. Devemos observar também que apesar da proteção existente na constituição e no estatuto da criança e adolescente, existem no Brasil milhares de crianças vivem em situação de abandono. Traz o estudo sobre o instituto da adoção que de acordo com a legislação atual, é a inserção da criança ou adolescente em uma família substituta, quando da impossibilidade de manutenção destes na família natural. De certo, a colocação em uma família adotiva visa à garantia dos direitos fundamentais, dentre estes o direito a convivência familiar, com base, sempre, no melhor interesse da criança e do adolescente. A adoção visa estabelecer o parentesco entre pessoas que não possuem laços sanguíneos. Ela tem como intuído colocar o adotado que por alguma forma deixou de ter ligação com seus antecedentes, em convívio com uma nova família e estabelecê-lo como parte desta. Visa-se sempre o melhor interesse do adotado e que tenha um lar, onde possa se desenvolver, estabelecer, laços afetivos e se sentir protegido no seio familiar. Para apresentar esse tema é necessário que haja uma discussão sobre os direitos já conquistados pelos casais homoafetivos como o casamento homossexual, e principalmente as dificuldades encontradas por um casal homoafetivo para adoção apenas pelo fato de termos uma sociedade preconceituosa e conservadora, que para manter costumes arcaicos acaba prejudicando crianças e adolescentes impedindo que elas encontrem uma família. A proposta deste projeto de pesquisa é analisar e compreender a dificuldade encontrada por casais homoafetivos para conseguir adotar uma criança ou adolescente, e quando após ultrapassar todas os desafios encontrados para que a adoção como essa nova vida afeta a criança ou adolescente e se realmente essa adoção é o melhor para a criança ou adolescente. Tendo em vista a pluralidade cultural brasileira, no que se refere a possibilidade de adoção por casais homoafetivos, deve prevalecer a liberdade quanto a cor, raça ou sexo, não havendo motivo legítimo para retirar de uma criança ou adolescente a chance de ter e viver numa família, não lhes pode ser negado o direito ao afeto, ao amor, a felicidade, a vida propriamente dita. A par disso, continuar negando as crianças e aos adolescentes a adoção por casais homoafetivos, a sociedade estará contribuindo para que muitas continuem na marginalidade e no abandono e, quando chegarem a vida adulta aumentarão os índices de criminalidade, pois lhe foi negado o direito a uma vida digna O delineamento metodológico para o desenvolvimento desta proposta de trabalho e seu posterior desenvolvimento utilizou-se de pesquisa bibliográfica, como ampla consulta a livros com temáticas afins e, também, da pesquisa telematizada, com apoio de recursos tecnológicos, em especial a internet, que proporcionaram o acesso à legislação e artigos atualizados. 2. JUSTIFICATIVA A constituição com o artigo 226 deixa claro que a família é apenas aquelas que são formadas da forma convencional pai e mãe e seus descendentes com isso separa uma grande parte de famílias que são formadas de forma diferente e não unidas no que pode ser chamado de tradicional mas sim pelo afeto que é o que transforma a família. A Lei nº 13.509/2017, que altera as regras de adoção a fim de facilitar e acelerar o processo, que altera as regras de adoção a fim de facilitar e acelerar o processo, chamada lei de adoção nacional também assume uma forma conservadora ao não deixar explicita a adoção por casais do mesmo sexo. Desta forma não há nada na referida lei que fale sobre adoção homoafetiva assim nada que acrescente neste trabalho, da mesma forma que não há nada no código civil e no estatuto da criança e do adolescente. Impedir que casais do mesmo sexo adotem crianças ou adolescentes além de punir o casal que deseja realizar o sonho de filiação não é só punir esse casal por sua escolha mas também punir diversas crianças e adolescentes a um lar verdadeiramente estruturado, e fazer com que varias crianças e adolescentes continuem nas ruas ou em casas de assistências, é tirar das crianças a oportunidade de crescer sendo amadas e educadas. Claramente esse trabalho visa deixar claro que depois de provarem ser capaz de preencher todos os requisitos exigidos por lei, o casal homoafetivo ainda tem que transpassar mais uma barreira a do preconceito. Dessa forma se um casal homoafetivo exerce todos os deveres de um casal unidos pelo afeto, por que encontram dificuldade em exercer seus direitos como casal. 3. PROBLEMA A adoção de crianças por casais homossexuais é capaz de assegurar a efetivação do melhor interesse da criança? 4. HIPÓTESE Uma criança abandonada pela família ou quando ocorre a destituição da guarda da família, ela passa ou a viver na rua sem nenhum tipo de amparo ou em lugares destinados ao cuidado do menor sem amparo familiar, por mais que nesses abrigos eles possam ser bem cuidados jamais ocorrera um cuidado especifico para a criança ou adolescente que sempre precisam de tipos de tratamentos diferenciados que só a família é capaz de aprestar, cada criança tem uma necessidade diferente e se um casal pode suprir essas necessidade independentedo sexo com certeza ele estará sendo o melhor para o interesse da criança. 5. OBJETIVOS 5.1 GERAL Analisar as dificuldades que enfrentam os pares homoafetivos ao ingressarem com pedido de adoção até sua efetivação no sistema brasileiro, bem como apresentar os conceitos e evolução da família na sociedade e ordenamento jurídico além de analisar o instituto da adoção e como este é operado no sistema brasileiro. 5.2 ESPECÍFICOS Estudar a lei nº 13.509/2017, que altera as regras de adoção a fim de facilitar e acelerar o processo e as dificuldades encontradas por um casal homoafetivo para realizar a adoção. Compreender a realidade acerca da adoção por casal homoafetivo. 6. REFERENCIAL TEORICO Nos dias atuais a familia não mais se encaixa no antigo padrão da constituição que era pai, mãe e filhos, atualmente família possui um significado mais amplo aonde o que mais importa é a afetividade e não a sexualidade de seus membros. Nesse contexto, Batptista (2014) expõe que com o sugimento da idustrialização, ocorreu o processo de urbanizaçõ acelerada e o surgimento de movimentos de emacipação das mulheres. Dai em diante, ocorreram profundas transformações economicas e sociais conseguentemeente comportamentais que pusseram fim a instituição familiar nos moldes patriarcais. No texto da carta magna no seu artigo 1°; inciso III onde a dignidade humana é valor fundamental deixa claro que nada diferencia o ser humano devendo todos ser tratados da mesma forma sem nenhuma forma de preconceito. Esses novos modelos e familia foram se desligando do elemento biologico para dar lugar ao vinculos pisicologicos do afeto. Neste sentido, é esclarecedor o pensamento de Rosana Amara Girardi Fachin (2001,p.56-57): A pluralidade marca a nova geografia familiar do terceiro milênio. Pessoa e família podem ser redimensionadas adequadamente, para dar sentido, mediante a realização concreta de suas necessidades, à democrática vida em sociedade, com mais justiça e menos desigualdade. Esta expressiva mudança revela-se marcante na migração do Código à Constituição, isto é, dos direitos civis aos direitos fundamentais. No mesmo sentido, José Bernardo Ramos Boeira (1999, p. 27) diz: A nova família se estrutura nas relações de autenticidade, afeto, amor, diálogo e igualdade, não se confunde com o modelo tradicional, quase sempre próximo da hipocrisia, da falsidade institucionalizada, valorando a verdade sociológica construída todos os dias através do cultivo dos vínculos de afetividade entre seus membros.” Para a língua portuguesa, adotar “é um verbo transitivo direto” (AURÉLIO, 2004), uma palavra genérica, que de acordo com a situação pode assumir significados diversos, como: optar, escolher, assumir, aceitar, acolher, admitir, reconhecer, entre outros. Quando falamos da adoção de um filho, porém, esse termo ganha um significado particular: Nesta perspectiva adotar significa acolher, mediante a ação legal e por vontade própria, como filho legítimo, uma pessoa desamparada pelos pais biológicos, conferindo-lhe todos os direitos de um filho natural. Para além do significado, do conceito, está a significância dessa ação, ou seja, o valor que ela representa na vida dos indivíduos envolvidos: pais e filhos. A adoção é um ato jurídico solene pelo qual se estabelece um vínculo de paternidade e filiação entre o(s) adotante(s) e o adotado, independente de qualquer relação natural ou biologica de ambos conhecida como uma filiação civil necessitando de um desejo do adotante em trazer para sua familia um alguem que lhe é estranho. O tema ainda divide opiniões, mas não existe obstáculo à adoção por homossexuais. As únicas exigências para o deferimento da adoção são que apresente reais vantagens para o adotado e se fundamente em motivos legítimos (ECA 43) Nos termos do artigo 46 do ECA (estatuto da criança e do adolescente) a adoção devera ser precetida de estagio de convivencia ou seja o juiz devara fixar um prazo a fim da adaptação do adotado com sua nova familia bem como para que se consolide as vontades do adotante e adotado. Em seu livro Maria Berenice Dias explica como a criança era prejudicada quando ainda não era reconhecida a adoção por casais homoafetivos, sendo que para conseguir realizar a adoção apenas um dos parceiros entraria com o pedido, assim alem de só uma das partes passava pelo estudo social tornando a habililitação deficiente e incompleta tambem tinha o fato de que em caso de separação do casal apenas a parte que adotiu o menor teria responsabilidade por ele não dando responsabilidade a outra parte pelo menor do qual ele tambem era responsavel, ja no caso de morte daquele que não fez parte do processo de adoção o menor não teria direito a sucessão. De aordo com Maria Berenice Dias (2016, p.837) Vivendo em família homoafetiva e possuindo vínculo jurídico com somente um do par, restava absolutamente desamparada com relação ao outro, que também considerava pai ou mãe, mas que não tinham os deveres decorrentes do poder familiar. O não estabelecimento de uma vinculação obrigacional gerava a absoluta irresponsabilidade de um dos genitores para com o filho que também era seu. Conforme Paulo Lôbo, na Constituição atual não há qualquer referência a determinado tipo de família, como ocorria com as Constituições anteriores. Com isso está sob a tutela constitucional "a família", ou seja, qualquer família. E conclui de modo enfático: a interpretação de uma norma ampla não pode suprimir de seus efeitos situações e tipos comuns, restringindo direitos subjetivos. A referência constitucional é norma de inclusão, que não permite deixar ao desabrigo do conceito de família a entidade familiar homoafetiva. E, na inexistência de regra restritiva, é de ser reconhecida a união estável homoafetiva como entidade familiar. O Estado tem para com o cidadão o compromisso do respeito à dignidade humana e o aos princípios da igualdade e da liberdade. Quando se dispõe a proteger a todos, veda a discrimição e preconceitos por motivos de origem, raça, sexo ou idade e assegura o exercicio dos direitos sociais e individuais: direito à liberdade, à segurança, ao bem-estar, ao desenvolvimento, à igualdade e a jutiça como valores supremos de uma sociedade fraterna, pluralista e sem preconceitos. Ao elencar os direitos e as garantias fundamentais, proclama (CF 5°):todos são iguais peramte a lei,sem distinção de qualquer natureza. De acordo com Maria Berenice Dias (2011, p.462): Ainda que não haja expressa referência às uniões homoafetivas, não há como deixá- las fora do atual conceito de família. Passando duas pessoas ligadas por um vínculo afetivo a manter relação duradoura, pública e contínua, como se casadas fossem, formam um núcleo familiar, independentemente do sexo a que pertencem. A única diferença que essa convivência guarda com a união estável entre um homem e uma mulher é a inexistência da possibilidade de gerar filhos. Tal circunstância, por óbvio, não serve de fundamento para qualquer diferenciação, por não ser requisito para o reconhecimento da entidade familiar. Não cabe à sociedade marginalizar a relação homossexual, pois a liberdade não é apenas um princípio fundamental aplicado apenas na esfera interna de um Estado, mas sim um direito positivado na Declaração dos Direitos Humanos: Preâmbulo: Considerando que o reconhecimento da dignidade inerente a todos os membros e direitos. São dotados de razão e consciência e devemagir em relação uns aos outros com da família humana e de seus direitos iguais e inalienáveis é o fundamento da liberdade, da justiça e da paz no mundo;(...). Artigo I. Todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e direitos. São dotados de razão e consciência e devem agir em relação uns aos outros com espírito de fraternidade. Artigo II. 1. Todo ser humano tem capacidade para gozar os direitos e as liberdades estabelecidas nesta Declaração, sem distinção de qualquer espécie, seja de raça, cor, sexo, idioma, religião, opinião pública ou de outra natureza, origem nacional ou social, riqueza, nascimento ou qualquer outra condição. Artigo VII. Todos são iguais perante a lei e têm direito, sem qualquer distinção, a igual proteção da lei. Todos têm direito a igual proteção contra qualquer discriminação que viole a presente Declaração e contra qualquer incitamento a tal discriminação .(ONU, 1948) O conceito de entidade familiar não pode deixar de fora a união entre pessoas do mesmo sexo, voltou a afirmar o plenário do Supremo Tribunal Federal (STF), por unanimidade, ao julgar a constitucionalidade de uma lei do Distrito Federal (DF). “Quando a norma prevê a instituição de diretrizes para implantação de política pública de valorização da família no Distrito Federal, deve-se levar em consideração também aquelas entidades familiares formadas por união homoafetiva”, escreveu Moraes em seu voto, que foi acompanhado por todos os demais ministros do Supremo. Moraes lembrou que o Supremo já julgou inconstitucional qualquer dispositivo do Código de Processo Civil que impeça o reconhecimento da união homoafetiva. Ao fim, foi dada interpretação conforme a Constituição para a lei distrital, que passa a abarcar em sua eficácia também as famílias formadas pela união de pessoas do mesmo sexo. A maior preocupação quando e fala da adoção por um casal homoafetivo é o transtorno pisicologico que poderia ser causado por uma strutura familia dos padrões considerados normais pela sociedade. Maria Berenice Dias explica claramente como nada diso é verdadeiro sendo apoiado apenas em suposições preconceituosas ja enraizadas na nossa cultura. Atraves de suas pesquisas provam que não ha possibilidade de ocorrência de disturbios ou desvio de contudas pelo fato de alguem ter dois pais ou duas mães. Não foram constatados quaisquer efeitos danosos ao normal desenvolvimento ou à estabilidade emocional decorrentes do convívio de crianças com pais do mesmo sexo. Também não há registro de dano sequer potencial ou risco ao sadio estabelecimento dos vínculos afetivos. Igualmente nada comprova que a falta do modelo heterossexual acarreta perda de referenciais a tornar confusa a identidade de gênero. Diante de tais resultados, não há como prevalecer o mito de que a homossexualidade dos genitores gere patologias nos filhos. Nada justifica a estigmatizada visão de que a criança que vive em um lar homossexual será socialmente rejeitada ou haverá prejuízo a sua inserção social. Identificar os vínculos homoparentais como promíscuos gera a falsa idéia de que não se trata de um ambiente saudável para o seu bom desenvolvimento. Assim, a insistência em rejeitar a regulamentação da adoção por homossexuais tem por justificativa indisfarçável preconceito. De acordo com a legislação brasileira um casal homoaftivo não tem nenhum impedimento legal devendo apenas comprovar real vantagem para o adotando de acordo com (ECA art 43) A adoção será deferida quando apresentar reais vantagens para o adotando e fundar-se em motivos legítimos. A única mudança será que esse poder parental será conferido aos casais homossexuais, cuja capacidade de cuidar de uma criança é igual à de um casal heterossexual, como podemos observar no relatório da Ordem dos Psicólogos Portugueses - OPP (2013, p.11) “Os pais e mães homossexuais apresentam resultados iguais aos pais e mães heterossexuais no que diz respeito às competências parentais, desenvolvendo com as crianças relações de qualidade e proporcionando-lhe seguro e favorável ao seu desenvolvimento”. Ainda nesse entendimento, Zambrano (2006, p.22), indicou que “não existem diferenças entre pais/mães homossexuais e heterossexuais quanto à atenção dedicada aos filhos/as, ao tempo passado juntos ou à qualidade da relação entre eles.” Um dos maiores argumentos trazidos a desfavor da homoparentalidade é o fato de não saber se a criança terá seu desenvolvimento emocional ou psicológico afetado por ser criado por pessoas do mesmo sexo. Várias pesquisas foram realizadas para responder tal questão. Crowl, Ahn e Baker, citados pelo relatório da OPP (2013, p.10) realizaram uma meta-analise agrupando uma vasta gama de pesquisa envolvendo esse tema, onde foram analisados 19 estudos, do qual a observação revelou que as crianças criadas por pais homossexuais têm desempenho igual às criadas por pais heterossexuais, e quando houve alguma diferença positiva elas eram a favor das crianças de famílias homoparentais A Ordem dos Psicólogos Portugueses (2013, p.20) tratou dessa questão analisando os vários estudos realizados nesse sentido. Alguns estudos demonstraram que houve a existência de experiências de discriminação de forma negativa para o desenvolvimento psicológico da criança, inclusive, com um grande impacto em sua auto- estima. Outros estudos demonstram resultados mistos, revelando que ocorre a discriminação, porém, que há maneiras de amenizar o impacto negativo sobre a criança, como o contato com outras crianças filhas de casais homossexuais. (2013, p.21). Há outras pesquisas que demostram não haver impacto negativo pela ocorrência de discriminação ou que essas crianças são tão discriminadas como quaisquer outras crianças, pelos mais diversos motivos. (2013, p.21). Nesse sentido, analisando tais pesquisas a OPP concluiu que o fato de crianças de famílias homoparentais sofrerem discriminação não as impede (assim como não impede outras crianças provenientes dos mais diversos tipos de famílias, que também sofrem discriminação) de “se desenvolverem saudavelmente e manterem relações positivas com os outros, uma vez que existem factores de protecção e resiliência que diminuem ou anulam os possíveis efeitos negativos da discriminação.” (2013, p.24). é que a criança possa ser influeniada pela sexualidade deoa adotantes. De acordo com Zambrano e a OPP, a criança não teria a sua orientação sexual influenciada por seus pais homossexuais. A OPP analisou diversos estudos realizados envolvendo esse questionamento, um desses estudos foi o trabalho de Golombok e Badger, onde foram observados que 18 jovens adultos de famílias homossexuais femininas, uma única pessoa se identificou como bissexual, o restante como heterossexual. Zambrano (2006) . Para conseguir descobrir se a adoção homoafetiva atende ao melhor interesse da crinça é necessario entender o que realmente siguinifica esse princípio e como ele se aprimorou como o passar dos tempos. Houve diversos tratados internacionais sobre direitos humanos que surgiram ao longo da históriaque auxiliaram para se chegar ao que se entende hoje pelo Princípio do melhor interesse do menor. A Declaração de Genebra em 1924 já enfatizava a importância de uma proteção especial para criança. Após a segunda guerra mundial, a Declaração Universal dos Direito Humanos trouxe mais expressividade a essa proteção. No entanto, foi com a Declaração dos Direitos da Criança de 1959 que o princípio do melhor interesse do menor pôde ser visto em sua forma mais nítida, quando em seu texto dispõe que:A criança gozará proteção social e ser-lhe-ão proporcionadas oportunidades facilidades, por lei e por outros meios, a fim de lhe facultar o desenvolvimento físico, mental, moral, espiritual e social, de forma sadia e normal e em condições de liberdade e dignidade. Na instituição das leis visando este objetivo levar-se-ão em conta sobretudo, os melhores interesses da criança. (Declaração dos Direitos da Criança, 1959) O mais importante neste caso é que o melhor interesse da criança seja sempre posto em primeiro lugar e que independente da sexualidade dos adotantes estes tenham a capacidade de passar para o adotado educação e orientação, assim como a oportunidade de uma infância saudável e feliz, livres de traumas que a falta de um lar estruturado pode lhe causar. A Declaração dos direitos da Criança dispõe sobre isto no Principio 7°: Os melhores interesses da criança serão a diretriz a nortear os responsáveis pela sua educação e orientação; esta responsabilidade cabe, em primeiro lugar, aos pais. A criança terá ampla oportunidade para brincar e divertir-se, visando os propósitos mesmos da sua educação; a sociedade e as autoridades públicas empenhar-se-ão em promover o gozo deste direito. (Declação dos Direitos da Criança,1959) Com vasta conquista alcançada com esses tratados, o princípio do melhor interesse do menor encontra-se no ordenamento jurídico brasileiro, não só no texto da Constituição Federal como também na legislação infraconstitucional. Portanto, o artigo 227 da CF dá absoluta prioridade ao menor dispondo sobre o dever da família, da sociedade e do Estado de assegurar à criança e ao adolescente seus direitos fundamentais, incluindo o direito a convivência familiar. O Estatuto da Criança e do Adolescente, por sua vez, trouxe o princípio do melhor interesse do menor implícito em todo o seu texto. Assim se o melhor interesse criança inclue o direito de uma convivencia familiar saudavel fica claro que a adoção homoafetiva atende sim o melhor interrese da crinça desde que atenda todas as necesidades para se tornarem aptos à adoção. 7. METODOLOGIA A utilização da pesquisa bibliográfica é fundamental para alcançar a base teórica para a análise da eficácia da pena no cumprimento dos objetivos que a teoria preventiva propõe, enquanto a pesquisa telematizada, via internet, viabiliza o acesso e a análise da legislação brasileira atualizada, visando encontrar os fundamentos necessários para o estudo proposto, o que também exige consultar a jurisprudência. 8. CRONOGRAMA ATIVIDADES AGO 2019 SET 2019 OUT 2019 NOV 2019 DEZ 2019 Levantamento dos possíveis temas/ definição do tema. Demonstrar para análise da professora coordenadora os temas pesquisados. Contato com o futuro professor orientador, para trocas de ideias. X Pesquisa e seleção das referências bibliográficas dos temas definidos. Início do projeto de pesquisa com leitura dos materiais disponibilizados. Criar o problema principal do tema. Desenvolver as hipóteses para o problema. Citar os objetivos principais e específicos pertinentes à abordagem do tema. Definir a metodologia adotada X Descrever o referencial teórico. X x 9. REFERÊNCIAS BITTENCOURT, Sávio. A nova lei de adoção: do abandono à garantia do direito à convivência familiar e comunitária. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2010 BOEIRA, José Bernardo Ramos. Investigação de Paternidade: posse do estado de filho: paternidade socioafetiva. Porto Alegre: Livraria do Advogado, 1999. Como unciona adoção por casais homoafetivos Editorial EPD online https://www.epdonline.com.br/noticias/como-funciona-adocao-por-casais- homoafetivos/1562. Data de acesso: acessado em 21/10/2019 CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL DE 1988 Declaração dos Direitos Humanos; ONU, 1948. Declaração de Genebra, 1924. DIAS, Maria Berenice. Família Homoafetiva: o preconceito e a justiça. 4ed. São Paulo. Editora dos Tribunais, 2009. DIAS, Maria Berenice, Manual de direito das famílias. São Paulo: Revista dos Tribunais 2011. DIAS, Maria Berenice, Manual de direito das famílias de aordo com o novo CPC. 11° ed. São Paulo: Revista dos Tribunais 2016. DIUANA, Solange; LADVOCAT, Cynthia. Guia de adoção: no jurídico, no social, no psicológico e na família. São Paulo: Roca, 2014 Estatuto da Criança e do Adolescente, 1990 FACHIN, Rosana Amara Girardi. Em Busca da Família do Novo Milênio: Uma reflexão crítica sobre as origens histórias e as perspectivas do Direito de Família brasileiro contemporâneo. Rio de Janeiro: Renovar, 2001. FANTE, Ana Paula; LATIF, Antonia Cassab. 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