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FACULDADE SERGIPANA CURSO DE DIREITO TÍTULOS DE CRÉDITO 14 AGO 2019 DENISSON DOS SANTOS BATISTA CONTITUCIONALIZAÇÃO DO DIREITO PRIVADO (RESUMO) Um dos temas mais relevantes e recorrentes no ambiente jurídico, a constitucionalização do direito privado levanta importantes discussões, notadamente em relação ao grau de interferência da norma constitucional nas relações entre os particulares. Para entender o referido tema, se faz necessário conhecer sua base histórica, tanto em nível mundial quanto nacional. A quase totalidade de doutrinadores apontam a criação do Tribunal Constitucional da Alemanha, em 1949, como um marco de consolidação da constitucionalização do direito. Assim, após a segunda grande guerra tornou-se mais forte a discussão acerca da supremacia das normas constitucionais, não somente nas relações do particular em face do poder público. O pioneirismo alemão se deu principalmente graças ao célebre “Caso Lüth”, julgado em 15 de janeiro de 1958. De maneira resumida, sem entrar na discussão trazida por tal processo, o caso Lüth foi um dos primeiros onde os princípios fundamentais foram invocados para reformar decisões ordinárias que tratavam de relações entre particulares. Passava-se então a reconhecer a supremacia hierárquica da Constituição. Dentre todas as acepções de constitucionalização do direito, a que parece ser mais aceita a define como um fenômeno de expansão das normas constitucionais, de modo que os princípios constitucionais passaram a condicionar a validade e o sentido de todo o ordenamento jurídico. No Brasil, a chegada da Constituição Federal de 1980 reforçou as discussões acerca do tema, pois aquela Carta Magna tratava de temas como usucapião e leis trabalhistas, típicos das normas infraconstitucionais. É importante ressaltar que essa influência, ou até mesmo predominância dos princípios fundamentais, não serve de parâmetro apenas quando da criação e/ou atualização de normas de direito privado. A constitucionalização se mostra presente ainda na interpretação e na aplicação da norma de direito privado, seja de forma extrajudicial, seja através da atividade jurisdicional. Diversos são os exemplos que tornam visíveis a constitucionalização no direito privado, no entanto merecem destaque as limitações impostas à autonomia da vontade e ao uso da propriedade privada, considerados pela doutrina majoritária como os dois institutos mais importantes das normas que regem as relações entre particulares. Assim, pelo que foi exposto, fica demonstrada a importância do tema no mundo jurídico. A constitucionalização no direito privado põe as normas infraconstitucionais em consonância com a dignidade da pessoa humana, princípio basilar da Constituição Federal.
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