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Prezado(a) Concurseiro (a) Em primeiro lugar queremos lhe dar os parabéns por ter adquirido nossa apostila. Como você poderá atestar, trata-se de material didático com alta qualidade de conteúdo, abordando de forma clara e precisa os assuntos requeridos para as provas desse concurso. O mundo dos concursos públicos tem ganhado uma importância cada vez maior. É surpreendente o número de pessoas que concorrem todos os anos às oportunidades de emprego estável, boas condições de trabalho e salários. A nossa equipe preocupa-se em oferecer a você um material de estudo especialmente criado para prepara-lo e conduzi-lo ao sucesso. Obrigada pela preferência ATENÇÃO Caro estudante, os conteúdos desta apostila foram baseados nos três ultimos concursos da fadesp no estado do pará, ainda não saiu o edital, mas esperar o edital é um erro, prepare-se antes com conteúdos comuns aos concursos do estado que preparamos especialmente para você CONTEÚDO: 1. Elementos de construção do texto e seu sentido: gênero do texto (literário e não – literário, narrativo, descritivo e argumentativo); interpretação e organização interna. 2. Semântica: sentido e emprego dos vocábulos; campos semânticos; emprego de tempos e modos dos verbos em português. 3. Morfologia: reconhecimento , emprego e sentido das classes gramaticais; processos de formação de palavras; mecanismos de flexão dos nomes e verbos. 4. Ortografia. Acentuação gráfica 4. 5. Sílaba; 6. Fonologia: Fonema; Encontros Vocálicos; Encontros Consonantais. 7. Sintaxe: frase, oração e período. 8. Pontuação. Tele vendas: (091) 983186353 ou www.apostilasautodidata.com.br 1. O Estado do Pará: geografia, história, principais fatos e acontecimentos do estado. 2 Lei orgânica do município de marabá Tele vendas: (091) 983186353 ou www.apostilasautodidata.com.br 1. Leitura e escrita dos números naturais (inteiros e não-negativos). 2. Números pares e números ímpares, antecessor e sucessor de um número natural. 3. Conceito de dobro, triplo, dezena, centena, dúzia. 4. Operações com números naturais. 5. Conceito de fração e operações elementares. 6. Números decimais. 7. Operações elementares envolvendo números decimais. 8. Unidades de comprimento (centímetro, metro, quilômetro), tempo (hora, minuto e segundo, dia, mês e ano) e área (metro quadrado). 9. Problemas envolvendo a nossa moeda, o real. 10. Operações numéricas e resoluções de problemas. Informática 1 windows 2 powerpoint 3 internet LINGUA PORTUGUESA Página 1 GÊNERO DO TEXTO (LITERÁRIO E NÃO LITERÁRIO, NARRATIVO, DESCRITIVO E ARGUMENTATIVO) Elementos de Construção do Texto e seu Gênero As frases produzem significados diferentes de acordo com o contexto em que estão inseridas. Torna-se, assim, necessário sempre fazer um confronto entre todas as partes que compõem um texto. Além disso, é fundamental apreender as informações apresentadas por trás do texto e as inferências a que ele remete. Este procedimento justifica- se por um texto ser sempre produto de uma postura ideológica do autor diante de uma temática qualquer. Denotação e Conotação: Sentido denotativo das palavras é aquele encontrado nos dicionários, o chamado sentido real e verdadeiro. Já o uso conotativo das palavras é a atribuição de um sentido figurado, fantasioso e que, para compreensão, depende do contexto. Polissemia: São algumas palavras, que dependendo do contexto, assumem múltiplos significados, como, por exemplo, a palavra ponto: ponto de ônibus, ponto de vista, ponto final, ponto de cruz... Neste caso, não se está atribuindo um sentido fantasioso à palavra ponto, e sim ampliando sua significação através de expressões que lhe completem e esclareçam o sentido. 1.Textos literários e não literários Os diferentes tipos de textos devem-se, principalmente, às diferenças de finalidade/função e ao público destinatário de cada um deles. Dica: As funções de linguagem na língua portuguesa ajudam a diferenciar um texto literário de um texto não literário. Para perceber se um texto é ou não literário, é preciso analisar sua função predominante, isto é, qual é o seu objetivo principal. Se este for informar algo de modo objetivo, de acordo com os conhecimentos que se tem da realidade exterior, ou se tiver um compromisso com a verdade cientifica, o texto não é literário, mesmo que ao elaborar a linguagem, seu autor tenha feito uso de figuras de estilo, utilizando recursos estilísticos de expressão. O texto não literário trata de um assunto/problema concreto da realidade. A função predominante neste tipo de texto é a denotativa. Já o texto literário não tem essa função nem esse compromisso com a realidade exterior: é expressão da realidade interior e subjetiva de seu autor. São textos escritos para entreter, emocionar e sensibilizar o leitor; por isso muitas vezes utilizam a linguagem poética. Esse tipo de texto cria uma história ficcional a partir de dados da realidade. A função emotiva e a poética predominam no texto literário. Os textos literários exploram bastante as construções de base conotativa, numa tentativa de extrapolar o espaço do texto e provocar reações diferenciadas em seus leitores. Exemplos de textos não literários: notícias e reportagens jornalísticas, textos de livros didáticos, textos científicos em geral, manuais de instrução, receitas culinárias, bulas de remédio, cartas comerciais etc. Exemplos de textos literários: poemas, romances literários, contos, novelas, letras de música, peças de teatro, crônicas etc. Perceba que existem publicações que veiculam textos dos dois tipos. Os jornais e as revistas, por exemplo, que, além de notícias e reportagens, contêm fotos, desenhos, charges, passatempos, receitas, resenhas, sinopses, resumos, poemas, crônicas, editoriais etc. 2. Interpretação e Organização interna Os concursos apresentam questões interpretativas que têm por finalidade a identificação de um leitor autônomo. Portanto, o candidato deve compreender os níveis estruturais da língua por meio da lógica, além de necessitar de um bom léxico internalizado. Para ler e entender bem um texto basicamente deve-se alcançar os dois níveis de leitura: a informativa e de reconhecimento e a interpretativa. A primeira deve ser feita de maneira cautelosa por ser o primeiro contato com o novo texto. Desta leitura, extraem-se informações sobre o conteúdo abordado e prepara-se o próximo nível de leitura. Durante a interpretação propriamente dita, cabe destacar palavras-chave, passagens importantes, bem como usar uma palavra para resumir a ideia central de cada paragrafo. Este tipo de procedimento aguça a memória visual, favorecendo o entendimento. LINGUA PORTUGUESA Página 2 Não se pode desconsiderar que, embora a interpretação seja subjetiva, há limites. A preocupação deve ser a captação da essência do texto, a fim de responder às interpretações a banca considerou como pertinentes. No caso de textos literários, é preciso conhecer a ligação daquele texto com outras formas de cultura, outros textos e manifestações de arte da época em que o autor viveu. Se não houver está visão global dos momentos literários e dos escritores, a interpretação pode ficar comprometida. Aqui não se podem dispensar as dicas que aparecem na referência bibliográfica da fonte e na identificação do autor. A ultima fase da interpretação concentra-se nas perguntas e opções de resposta. Aqui são fundamentais marcações de palavras como não, exceto, errada, respectivamente e etc que fazem diferença na escolha adequada. Muitas vezes, em interpretação, trabalha-se com o conceito do "mais adequado", isto é, o que responde melhor ao questionamento proposto. Por isso, uma resposta pode estar certa para responda à pergunta, mas não ser a adotada como gabarito pela banca examinadora por haver uma outra alternativa mais completa. Ainda cabe ressaltar que algumas questões apresentam um fragmento do texto transcrito para ser a base de análise. Nunca deixe de retornar ao texto, mesmo que aparentemente pareça ser perda de tempo. A descontextualização de palavras ou frases, certas vezes, são também um recurso para instaurar a dúvida do candidato. Leia a frase anterior e a posterior para ter a ideia do sentido global proposto pelo autor, desta maneira a resposta será mais consciente e segura. Podemos, tranquilamente, ser bem-sucedidos numa interpretação de texto. Para isso, devemos observar o seguinte: 1 - Ler todo o texto, procurando ter uma visão geral do assunto; 2 - Se encontrar palavras desconhecidas, não interrompa a leitura, vá até o fim, ininterruptamente; 3 - Ler, ler bem, ler profundamente, ou seja, ler o texto pelo menos umas três vezes ou mais; 4 - Ler com perspicácia, sutileza, malícia nas entrelinhas; 5 - Volar ao texto quantas vezes precisar; 6 - Não permitir que prevaleçam suas ideias sobre as do autor; 7 - Partir o texto em pedações (parágrafos, partes) para melhor compreensão; 8 - Centralizar cada questão ao pedaço (parágrafo, partes) do texto correspondente; 9 - Verificar, com atenção e cuidado, o enunciado de cada questão; 10 - Cuidado com os vocábulos: destoa (= diferente de...), não, correta, incorreta, certa, errada, falsa, verdadeira, exceto, e outras; palavras que aparecem nas perguntas e que, às vezes, dificultam a entender o que se perguntou e o que se pediu; 11 - Quando duas alternativas lhe parecem corretas, procurar a mais exata ou a mais completa; 12 - Quando o autor apenas sugerir ideia, procurar um fundamento de lógica objetiva; 13 - Cuidado com as questões voltadas para dados superficiais; 14 - Não se deve procurar a verdade exata dentro daquela resposta, mas a opção que melhor se enquadre no sentido do texto; 15 - Às vezes a etimologia ou a semelhança das palavras denuncia a resposta; 16 - Procure estabelecer quais foram as opiniões expostas pelo autor, definido o tema e a mensagem; 17 - O autor defende ideias e você deve percebê- las; 18 - Os adjuntos adverbiais e os predicativos do sujeito são importantissimos na interpretação do texto. Ex: Ele morreu de fome. de fome: adjunto adverbial de causa, determina a causa na realização do fato ( = morte de "ele" ). Ex: ele morreu faminto faminto: predicativo do sujeito, é o estado em que "ele" se encontrava quando morreu. Tipos Textuais Para escrever um texto, necessitamos de técnicas que implicam no domínio de capacidades linguísticas. Temos dois momentos: o de formular pensamentos (o que se quer dizer) e o de expressá-los por escrito (o escrever propriamente dito). Fazer um texto, seja ele de que tipo for, não significa apenas escrever de forma correta, mas sim, organizar ideias sobre determinado assunto. E para expressarmos por escrito, existem alguns modelos de expressão escrita: Descrição –Narração – Dissertação. Ø Narração : A Narração é um tipo de texto que relata uma história real, fictícia ou mescla dados reais e imaginários. O texto narrativo apresenta personagens que atuam em um tempo e em um espaço, organizados por uma narração feita por um narrador. É uma série de fatos situados em um espaço e notempo, tendo mudança de um LINGUA PORTUGUESA Página 3 estado para outro, segundo relações de sequencialidade e causalidade, e não simultâneos como na descrição. Expressa as relações entre os indivíduos, os conflitos e as ligações afetivas entre esses indivíduos e o mundo, utilizando situações que contêm essa vivência. Todas as vezes que uma história é contada (é narrada), o narrador acaba sempre contando onde, quando, como e com quem ocorreu o episódio. É por isso que numa narração predomina a ação: o texto narrativo é um conjunto de ações; assim sendo, a maioria dos verbos que compõem esse tipo de texto são os verbos de ação. O conjunto de ações que compõem o texto narrativo, ou seja, a história que é contada nesse tipo de texto recebe o nome de enredo. As ações contidas no texto narrativo são praticadas pelas personagens, que são justamente as pessoas envolvidas no episódio que está sendo contado. As personagens são identificadas (nomeadas) no texto narrativo pelos substantivos próprios. Além de contar onde, o narrador também pode esclarecer "quando" ocorreram as ações da história. Esse elemento da narrativa é o tempo, representado no texto narrativo através dos tempos verbais, mas principalmente pelos advérbios de tempo. É o tempo que ordena as ações no texto narrativo: é ele que indica ao leitor "como" o fato narrado aconteceu. A história contada, por isso, passa por uma introdução(parte inicial da história, também chamada de prólogo), pelodesenvolvimento do enredo (é a história propriamente dita, o meio, o "miolo" da narrativa, também chamada de trama) e termina com a conclusão da história (é o final ou epílogo). Aquele que conta a história é o narrador, que pode serpessoal (narra em 1ª pessoa: Eu) ou impessoal (narra em 3ª pessoa: Ele). Assim, o texto narrativo é sempre estruturado por verbos de ação, por advérbios de tempo, por advérbios de lugar e pelos substantivos que nomeiam as personagens, que são os agentes do texto, ou seja, aquelas pessoas que fazem as ações expressas pelos verbos, formando uma rede: a própria história contada. Tudo na narrativa depende do narrador, da voz que conta a história. Elementos Estruturais (I): Enredo: desenrolar dos acontecimentos. Personagens: são seres que se movimentam, se relacionam e dão lugar à trama que se estabelece na ação. Revelam-se por meio de características físicas ou psicológicas. Os personagens podem ser lineares (previsíveis), complexos, tipos sociais (trabalhador, estudante, burguês etc.) ou tipos humanos (o medroso, o tímido, o avarento etc.), heróis ou anti-heróis, protagonistas ou antagonistas. Narrador: é quem conta a história. Espaço: local da ação. Pode ser físico ou psicológico. Tempo: época em que se passa a ação. Cronológico: o tempo convencional (horas, dias, meses); Psicológico: o tempo interior, subjetivo. Elementos Estruturais (II): Personagens - Quem? Protagonista/Antagonista Acontecimento - O quê? Fato Tempo – Quando Época em que ocorreu o fato Espaço - Onde? Lugar onde ocorreu o fato Modo - Como? De que forma ocorreu o fato Causa - Por quê? Motivo pelo qual ocorreu o fato Resultado - previsível ou imprevisível. Final - Fechado ou Aberto. Esses elementos estruturais combinam- se e articulam-se de tal forma, que não é possível compreendê-los isoladamente, como simples exemplos de uma narração. Há uma relação de implicação mútua entre eles, para garantir coerência e verossimilhança à história narrada. Quanto aos elementos da narrativa, esses não estão, obrigatoriamente sempre presentes no discurso,exceto as personagens ou o fato a ser narrado. Exemplo: Porquinho-da-índia Quando eu tinha seis anos Ganhei um porquinho-da-índía. Que dor de coração me dava Porque o bichinho só queria estar debaixo do fogão! Levava ele pra sala Pra os lugares mais bonitos mais limpinhos Ele não gostava: Queria era estar debaixo do fogão. Não fazia caso nenhum das minhas ternurinhas... - O meu porquinho-da-índia foi a minha primeira namorada. Observe que, no texto acima, há um conjunto de transformações de situação: ganhar um porquinho-da-índia é passar da situação de não ter o animalzinho para a de tê-lo; levá-lo para a sala ou para outros lugares é passar da situação de ele estar debaixo do fogão para a de estar em outros lugares; ele não gostava: “queria era estar debaixo do fogão” implica a volta à situação anterior; “não fazia caso nenhum das minhas ternurinhas” dá a entender que o menino passava de uma situação de não ser terno com o animalzinho para uma situação de ser; no último LINGUA PORTUGUESA Página 4 verso tem-se a passagem da situação de não ter namorada para a de ter. Verifica-se, pois, que nesse texto há um grande conjunto de mudanças de situação. É isso que define o que se chama o componente narrativo do texto, ou seja, narrativa é uma mudança de estado pela ação de alguma personagem, é uma transformação de situação. Mesmo que essa personagem não apareça no texto, ela está logicamente implícita. Assim, por exemplo, se o menino ganhou um porquinho-da- índia, é porque alguém lhe deu o animalzinho. Existem três tipos de foco narrativo: - Narrador-personagem: é aquele que conta a história na qual é participante. Nesse caso ele é narrador e personagem ao mesmo tempo, a história é contada em 1ª pessoa. - Narrador-observador: é aquele que conta a história como alguém que observa tudo que acontece e transmite ao leitor, a história é contada em 3ª pessoa. - Narrador-onisciente: é o que sabe tudo sobre o enredo e as personagens, revelando seus pensamentos e sentimentos íntimos. Narra em 3ª pessoa e sua voz, muitas vezes, aparece misturada com pensamentos dos personagens (discurso indireto livre). Estrutura: - Apresentação: é a parte do texto em que são apresentados alguns personagens e expostas algumas circunstâncias da história, como o momento e o lugar onde a ação se desenvolverá. - Complicação: é a parte do texto em que se inicia propriamente a ação. Encadeados, os episódios se sucedem, conduzindo ao clímax. - Clímax: é o ponto da narrativa em que a ação atinge seu momento crítico, tornando o desfecho inevitável. - Desfecho: é a solução do conflito produzido pelas ações dos personagens. Tipos de Personagens: Os personagens têm muita importância na construção de um texto narrativo, são elementos vitais. Podem ser principais ou secundários, conforme o papel que desempenham no enredo, podem ser apresentados direta ou indiretamente. A apresentação direta acontece quando o personagem aparece de forma clara no texto, retratando suas características físicas e/ou psicológicas, já a apresentação indireta se dá quando os personagens aparecem aos poucos e o leitor vai construindo a sua imagem com o desenrolar do enredo, ou seja, a partir de suas ações, do que ela vai fazendo e do modo como vai fazendo. - Em 1ª pessoa: Personagem Principal: há um “eu” participante que conta a história e é o protagonista. Exemplo: “Parei na varanda, ia tonto, atordoado, as pernas bambas, o coração parecendo querer sair-me pela boca fora. Não me atrevia a descer à chácara, e passar ao quintal vizinho. Comecei a andar de um lado para outro, estacando para amparar-me, e andava outra vez e estacava.” (Machado de Assis. Dom Casmurro) Observador: é como se dissesse: É verdade, pode acreditar, eu estava lá e vi. Exemplo: “Batia nos noventa anos o corpo magro, mas sempre teso do Jango Jorge, um que foi capitão duma maloca de contrabandista que fez cancha nos banhados do Ibirocaí. Esse gaúcho desabotinado levou a existência inteira a cruzar os campos da fronteira; à luz do Sol, no desmaiado da Lua, na escuridão das noites, na cerração das madrugadas...; ainda que chovesse reiúnos acolherados ou que ventasse como por alma de padre, nunca errou vau, nunca perdeu atalho, nunca desandou cruzada!... (...) Aqui há poucos – coitado! – pousei no arranchamento dele. Casado ou doutro jeito, afamilhado. Não nos víamos desde muito tempo. (...) Fiquei verdeando, à espera, e fui dando um ajutório na matança dos leitões e no tiramento dos assados com couro.” (J. Simões Lopes Neto – Contrabandista) - Em 3ª pessoa: Onisciente: não há um eu que conta; é uma terceira pessoa. Exemplo: “Devia andar lá pelos cinco anos e meio quando a fantasiaram de borboleta. Por isso não pôde defender-se. E saiu à rua com ar menos carnavalesco deste mundo, morrendo de vergonha da malha de cetim, das asas e das antenas e, mais ainda, da cara à mostra, sem máscara piedosa para disfarçar o sentimento impreciso de ridículo.” (Ilka Laurito. Sal do Lírico) LINGUA PORTUGUESA Página 5 Narrador Objetivo: não se envolve, conta a história como sendo vista por uma câmara ou filmadora. Tipos de Discurso: Discurso Direto: o narrador passa a palavra diretamente para o personagem, sem a sua interferência. Exemplo: Caso de Desquite __ Vexame de incomodar o doutor (a mão trêmula na boca). Veja, doutor, este velho caducando. Bisavô, um neto casado. Agora com mania de mulher. Todo velho é sem-vergonha. __ Dobre a língua, mulher. O hominho é muito bom. Só não me pise, fico uma jararaca. __ Se quer sair de casa, doutor, pague uma pensão. __ Essa aí tem filho emancipado. Criei um por um, está bom? Ela não contribuiu com nada, doutor. Só deu de mamar no primeiro mês. __Você desempregado, quem é que fazia roça? Discurso Indireto: o narrador conta o que o personagem diz, sem lhe passar diretamente a palavra. Exemplo: Frio O menino tinha só dez anos. Quase meia hora andando. No começo pensou num bonde. Mas lembrou-se do embrulhinho branco e bem feito que trazia, afastou a idéia como se estivesse fazendo uma coisa errada. (Nos bondes, àquela hora da noite, poderiam roubá-lo, sem que percebesse; e depois?... Que é que diria a Paraná?) Andando. Paraná mandara-lhe não ficar observando as vitrines, os prédios, as coisas. Como fazia nos dias comuns. Ia firme e esforçando-se para não pensar em nada, nem olhar muito para nada. Discurso Indireto-Livre: ocorre uma fusão entre a fala do personagem e a fala do narrador. É um recurso relativamente recente. Surgiu com romancistas inovadores do século XX. Exemplo: A Morte da Porta-Estandarte Que ninguém o incomode agora. Larguem os seus braços. Rosinha está dormindo. Não acordem Rosinha. Não é preciso segurá-lo, que ele não está bêbado... O céu baixou, se abriu... Esse temporal assim é bom, porque Rosinha não sai. Tenham paciência... Largar Rosinha ali, ele não larga não... Não! E esses tambores? Ui! Que venham... É guerra... ele vai se espalhar... Por que não está malhando em sua cabeça?... (...) Ele vai tirar Rosinha da cama... Ele está dormindo, Rosinha... Fugir com ela, para o fundo do País... Abraçá-la no alto de uma colina... Narrativa e Narração Existe alguma diferença entre as duas? Sim. A narratividade é um componente narrativo que pode existir em textos que não são narrações. A narrativa é a transformação de situações. Por exemplo, quando se diz “Depois da abolição, incentivou-se a imigração de europeus”, temos um texto dissertativo, que, noentanto, apresenta um componente narrativo, pois contém uma mudança de situação: do não incentivo ao incentivo da imigração européia. Se a narrativa está presente em quase todos os tipos de texto, o que é narração? A narração é um tipo de narrativa. Tem ela três características: - é um conjunto de transformações de situação (o texto de Manuel Bandeira – “Porquinho-da-índia”, como vimos, preenche essa condição); - é um texto figurativo, isto é, opera com personagens e fatos concretos (o texto "Porquinho-da-índia" preenche também esse requisito); - as mudanças relatadas estão organizadas de maneira tal que, entre elas, existe sempre uma relação de anterioridade e posterioridade (no texto "Porquinho-da-índia" o fato de ganhar o animal é anterior ao de ele estar debaixo do fogão, que por sua vez é anterior ao de o menino levá-lo para a sala, que por seu turno é anterior ao de o porquinho-da-índia voltar ao fogão). Essa relação de anterioridade e posterioridade é sempre pertinente num texto narrativo, mesmo que a sequência linear da temporalidade apareça alterada. Assim, por exemplo, no romance machadiano Memórias póstumas de Brás Cubas, quando o narrador começa contando sua morte para em seguida relatar sua vida, a sequência temporal foi LINGUA PORTUGUESA Página 6 modificada. No entanto, o leitor reconstitui, ao longo da leitura, as relações de anterioridade e de posterioridade. Resumindo: na narração, as três características explicadas acima (transformação de situações, figuratividade e relações de anterioridade e posterioridade entre os episódios relatados) devem estar presentes conjuntamente. Um texto que tenha só uma ou duas dessas características não é uma narração. SENTIDO E EMPREGO DOS VOCÁBULOS Semântica é o estudo do sentido das palavras de uma língua. Na língua portuguesa, o significado das palavras leva em consideração: Falaremos, portanto, um pouquinho sobre a semântica (parte da gramática que estuda o sentido das palavras e da interpretação das sentenças e dos enunciados) I) Sabemos que as palavras podem associar-se de várias maneiras, ou seja, quando as palavras se relacionam pelo sentido, temos um campo semântico. Não se trata de sinônimos ou antônimos, mas de aproximação de sentido num dado contexto. Ex.: perna, braço, cabeça, olhos, cabelos, nariz -> partes do corpo humano azul, verde, amarelo, cinza, marrom, lilás – cores martelo, serrote, alicate, torno, enxada -> ferramentas II) As palavras têm de assumir significados variados de acordo com o contexto – POLISSEMIA. Ex.: Ele anda muito. Mário anda doente. Aquele executivo só anda de avião. Meu relógio não anda mais. ATENTEM-SE! O verbo andar tem origem no latim ambulare. Possui inúmeros significados em português, portanto polissêmico. III) Há sinonímia quando duas ou mais palavras têm o mesmo significado em determinado contexto. Diz-se, então, que são sinônimos. Ex.: O comprimento da sala é de oito metros. A extensão da sala é de oito metros. ATENTEM-SE! Em verdade, as palavras são sinônimas em certas situações, mas podem não ser em outras. Por exemplo, pode-se dizer, em princípio, que face e rosto são dois sinônimos: ela tem um belo rosto, ela tem uma bela face. Mas não se consegue fazer a troca de face por rosto numa frase do tipo: em face do exposto, aceitarei. IV) A ideia antonímia, o emprego de palavras de sentido contrário, requer os mesmos cuidados da sinonímia. Na realidade, tudo é uma questão de bom vocabulário. LINGUA PORTUGUESA Central de Atendimento: (91) 983186353 ou pelo site: www.apostilasautodidata.com.br Página 7 Ex.: É um menino corajoso. É um menino medroso. V) Relações de hominínia e/ou paronímia * Palavras homônimas ou homônimos são palavras que são pronunciadas da mesma forma, mas têm significados diferentes. Existem três tipos de homônimos: homônimos perfeitos, homófonos e homógrafos. acender – pôr fogo a ascender – elevar-se acento – inflexão da voz assento – objeto onde se senta asado – com asas azado – oportuno caçar – perseguir cassar – anular cegar – tirar a visão segar – ceifar, cortar cela – cômodo pequeno sela – arreio censo – recenseamento senso – juízo cerração – nevoeiro serração – ato de serrar cheque – ordem de pagamento xeque – lance do jogo de xadrez cidra – certa fruta sidra – um tipo de bebida conserto – reparo concerto – harmonia estático – firme, parado extático – em êxtase espiar – olhar expiar – sofrer estrato – camada; tipo de nuvem extrato – que se extraiu passo – passada paço – palácio imperial incerto – duvidoso inserto – inserido incipiente – que está no início insipiente – que não sabe lasso – cansado laço – tipo de nó remissão – perdão remição – resgate seda – tipo de tecido ceda – flexão do verbo ceder taxa – imposto tacha – tipo de prego viagem – jornada viajem – flexão do verbo viajar * Palavras parônimas ou parônimos são palavras que são escritas de forma parecida e são pronunciadas de forma parecida, mas que apresentam significados diferentes. Ex.: O tráfego era intenso naquela estrada. O tráfico de escravos é uma nódoa em nossa história. As palavras tráfego e tráfico são parecidas, mas não se trata de homônimos, pois a pronúncia e a grafia são diferentes. Tráfego é movimento de veículo; tráfico, comércio. amoral – sem o senso da moral imoral – contrário à moral apóstrofe – chamamento apóstrofo – tipo de sinal gráfico cavaleiro – que anda a cavalo cavalheiro – gentil comprimento – extensão cumprimento – saudação conjetura – hipótese conjuntura – situação delatar – denunciar dilatar – alargar descrição – ato de descrever discrição – qualidade de discreto descriminar – inocentar discriminar – separar despercebido – sem ser notado desapercebido – desprevenido destratar – insultar distratar – desfazer docente – professor discente – estudante emergir – vir à tona, sair imergir – mergulhar emigrar – sair de um país imigrar – entrar em um país eminente – importante iminente – que está para ocorrer estada – permanência de alguém estadia – permanência de veículo flagrante – evidente fragrante – aromático fluir – correr; manar fruir -desfrutar inflação – desvalorização infração – transgressão LINGUA PORTUGUESA Página 8 infligir – aplicar pena infringir – transgredir mandado – ordem judicial mandato – procuração prescrever – receitar; expirar (prazo) proscrever – afastar, desterrar ratificar – confirmar retificar – corrigir sortir – abastecer surtir – resultar tráfego – movimento de veículo tráfico – comércio vultoso – grande vultuoso – vermelho e inchado TESTES 1) Devemos alterar, ou seja, ............... agora este projeto, porque, após, não serão permitias ................ a) ratificar - ratificações b) retificar - retificações c) ratificar - retificações d) retificar - ratificações 2) ............. as minhas palavras iniciais, pois não sou homem de fazer modificações no que está feito. Acho que tenho o equilíbrio suficiente para não ............ certas normas. a) Ratifico - infringir b) Ratifico - infligir c) Retifico - infringir d) Retifico - infligir 3) No .......... do violoncelista ......... havia muitas pessoas, pois era uma ......... beneficente. a) conserto - eminente - sessão b) concerto - iminente - seção c) conserto - iminente - seção d) concerto - eminente - sessão 4) O submarino .............. do mar. a) holandês imergiu b) holandez imergiu c) holandês emergiu d) holandez emergiu 5) .......... sem licença; teve a licença ............ a) Caçava - caçada b) Caçava - cassada c) Cassava - caçada d) Cassava - cassada 6) Dê o sinônimo da palavra "propensão": a) vontade b) tendência c) indiferença d) firmeza e) indisposição 7) Aponte o antônimo do vocábulo "sucinto": a) conciso b) inerente c) ampliado d) breve e) eficaz 8) Assinale o homônimo de "censo": a) senço b) cenço c) sensso d) cenzo e) senso RESPOSTAS: 1-B 2-A 3-D 4-C 5-B 6-B 7-C 8-E CAMPOS SEMÂNTICOS O campo semântico, é o conjunto de possibilidades que uma mesma palavra ou conceito tem de ser empregada (o) em diversos contextos. O conceito de campo semântico está ligado ao conceito de polissemia. Uma mesma palavra pode tomar vários significados diferente em um mesmo texto, dependendo de como ela for empregada e de que palavras a acompanham para tornar claro o significado que ela assume naquela situação. Por exemplo: conhecer: ver, aprofundar-se, saber que existe, etc. bacia: utensílio de cozinha, parte do esqueleto humano. brincadeira: divertimento, distração, passatempo, gozação, piada, etc. estado: situação, particípio de estar, divisão de um país, etc. O campo semântico pode também ser o conjunto das maneiras que são utilizadas para expressar um mesmo conceito. Exemplos: Campo semântico em torno do conceito de morte: bater as botas, falecer, ir dessa para a melhor, passar para um plano superior, falecer, apagar, etc. Campo semântico em torno do conceito de enganar: trapacear, engabelar, fazer de bobo, vacilar, etc. campo semântico de nota Que nota você me daria? LINGUA PORTUGUESA Central de Atendimento: (91) 983186353 ou pelo site: wwwapostilasautodidata.com.br Página 9 Aquela boneca custou uma nota preta! campo semântico de pé Meu pé está todo machucado. Ela bateu o pé. Disse que queria ir e foi. campo semântico de bola Nunca joguei bola na rua. Aquele ali está uma bola. campo semântico de morte Ele partiu. O rapaz lá bateu as botas. EMPREGO DE TEMPOS E MODOS DOS VERBOS EM PORTUGUÊS EMPREGO DE TEMPOS DOS VERBOS TEMPO VERBAL informa, de uma maneira geral, se o verbo expressa algo que já aconteceu, que acontece no momento da fala ou que ainda irá acontecer. São essencialmente três tempos: PRESENTE, PASSADO ou PRETÉRITO e FUTURO. Os tempos verbais são: PRESENTE SIMPLES (amo) – expressa algo que acontece no momento da fala. PRETÉRITO PERFEITO (amei) – expressa uma ação pontual, ocorrida em um momento anterior à fala. PRETÉRITO IMPERFEITO (amava) – expressa uma ação contínua, ocorrida em um intervalo de tempo anterior à fala. PRETÉRITO MAIS-QUE- PERFEITO (amara) – contrasta um acontecimento no passado ocorrido anteriormente a outro fato também anterior ao momento da fala. FUTURO DO PRESENTE (amarei) – expressa algo que possivelmente acontecerá em um momento posterior ao da fala. FUTURO DO PRETÉRITO (amaria) – expressa uma ação que era esperada no passado, porém que não aconteceu. O verbo indica um processo localizado no tempo. Podemos distinguir: presente, pretérito e futuro. Tempo presente: exprime um fato que ocorre no momento da fala. Ex.: Estou fazendo exercícios diariamente. Tempo passado: exprime um fato que ocorreu antes do momento da fala. Ex.: Ontem eu fiz uma série de exercícios. Tempo futuro: exprime um fato que irá ocorrer depois do ato da fala. Ex.: Daqui a quinze minutos irei para a academia fazer exercícios. O pretérito (ou passado) subdivide-se em: • Pretérito perfeito: indica um fato passado totalmente concluído. Ex.: Ninguém relatou o seu delírio. • Pretérito imperfeito: indica um processo passado não totalmente concluído, revela o fato em sua duração. Ex.: Ele conversava muito durante a palestra. • Pretérito mais-que-perfeito: indica um processo passado anterior a outro também passado. Ex.: “... sempre nos faltara aquele aproveitamento da vida...” (Mário de Andrade) O futuro subdivide-se em: • Futuro do presente: indica um fato posterior ao momento em que se fala. Ex.: Não tenho a intenção de esconder nada, assim que seus pais chegarem contarei o fato ocorrido. • Futuro do pretérito: indica um processo futuro tomado em relação a um fato passado. Ex.: Ontem você ligou dizendo que viria ao hospital. Empregos especiais: • Presente: - pode ocorrer com valor de perfeito, indicando um processo já ocorrido no passado (presente histórico). Ex.: Em 15 de agosto de 1769 nasce Napoleão Bonaparte. (nasce = nasceu) - pode indicar futuro próximo. Ex.: Amanhã eu compro o doce pra você. (compro = comprarei) - pode indicar um processo habitual, ininterrupto. Ex.: Os animais nascem, crescem, se reproduzem e morrem. • Imperfeito: - pode ocorrer com valor de futuro do pretérito. Ex.: Se eu não tivesse motivo, calava. (calava = calaria) LINGUA PORTUGUESA Central de Atendimento: (91) 983186353 ou pelo site: www.apostilasautodidata.com.br Página 10 • Mais-que-perfeito: - pode ser usado no lugar do futuro do pretérito ou do imperfeito do subjuntivo. Ex.: Mais fizera se não fora pouco o dinheiro que dispunha. (fizera = faria, fora = fosse) - pode ser usado em orações optativas. Quem me dera ter um novo amor! • Futuro do presente: - pode exprimir ideia de dúvida, incerteza. Ex.: O rapaz que processou o patrão por racismo, receberá uns trinta mil de indenização. - pode ser usado com valor de imperativo. Ex.: Não levantarás falso testemunho. • Futuro do pretérito: - pode ocorrer com valor de presente, exprimindo polidez ou cerimônia. Ex.: Você me faria uma gentileza? MODOS DOS VERBOS EM PORTUGUÊS MODO VERBAL caracteriza as várias maneiras como podemos utilizar o verbo, dependendo da significação que pretendemos dar a ele. Rigorosamente, São três os modos verbais: INDICATIVO, SUBJUNTIVO e IMPERATIVO. Porém, alguns gramáticos incluem, também como modos verbais, o PARTICÍPIO, o GERÚNDIO e o INFINITIVO. Alguns autores, no entanto, as denominam FORMAS NOMINAIS DO VERBO. Segundo o gramático Rocha Lima, existem algumas particularidades em cada uma destas formas que podem impedir-nos de considerá-las modos verbais: INFINITIVO: tem características de um substantivo, podendo assumir a função de sujeito ou de complemento de um outro verbo, e até mesmo ser precedido por um artigo. GERÚNDIO: assemelha-se mais a um advérbio, já que exprime condições de tempo, modo, condição e lugar. PARTICÍPIO: possui valor e forma de adjetivo, pois além de modificar o substantivo, apresenta ainda concordância em gênero e número. Mas voltemos aos modos verbais, propriamente ditos: INDICATIVO: O verbo expressa um ação que provavelmente acontecerá, uma certeza, trabalhandocom reais possibilidades de concretização da ação verbal ou com a certeza comprovada da realização daquela ação. SUBJUNTIVO: Ao contrário do indicativo, é o modo que expressa a dúvida, a incerteza, trabalhando com remotas possibilidades de concretização da ação verbal. IMPERATIVO: Apresenta-se na forma afirmativa e na forma negativa. Com ele nos dirigimos diretamente a alguém, em segunda pessoa, expressando o que queremos que esta(s) pessoa(s) faça(m). Pode indicar uma ordem, um pedido, um conselho etc., dependendo da entonação e do contexto em que é aplicado. LINGUA PORTUGUESA Central de Atendimento: (91) 983186353 ou pelo site: www.apostilasautodidata.com.br Página 11 RECONHECIMENTO, EMPREGO E SENTIDO DAS CLASSES GRAMATICAIS classes de palavras variáveis e invariáveis e seus empregos no texto. Consultando a gramática, descobrimos que dentre as partes que a constituem há uma que, por excelência, permite-nos tornar conhecedores da forma como se estruturam as palavras, levando em conta aspectos específicos, como é caso das flexões, por exemplo. Estamos fazendo referência à morfologia, obviamente, aquela responsável por nos apresentar acerca das dez classes gramaticais. Em se tratando delas, das classes gramaticais, um dos aspectos que lhes são inerentes diz respeito à flexão e não flexão das palavras, que, por sua vez, traduz os nossos objetivos ao travar essa importante discussão, por isso, iremos falar um pouco mais acerca das palavras variáveis e das palavras invariáveis. Cabe, portanto, ressaltar que as palavras variáveis são aquelas que sofrem variações em sua forma, o que resulta nas chamadas desinências nominais de gênero e de número, bem como nas desinências verbais, de modo, tempo, número e pessoa. Assim, ao revelarmos acerca das desinências nominais, já que estamos fazendo referência à morfologia, equivale afirmar que elas se aplicam às classes gramaticais representadas pelo substantivo, artigo, adjetivo, pronome e numeral, haja vista que se classificam, gramaticalmente dizendo, como nomes. Dessa forma, nada melhor que analisarmos alguns exemplos, tornando nosso aprendizado ainda mais efetivo: Ele é um menino esperto – gênero masculino, o que nos permite concluir que há a ausência de desinência. Ela é uma garota esperta – Constatamos agora o gênero feminino e a desinência “a”. Mário é um rapaz educado – Em se tratando do número, afirmamos ser tal elemento demarcado no singular, bem como constatamos a ausência de desinência. Eles são uns rapazes educados – constatamos se tratar de um número plural associado à presença da desinência “s”. Agora, referindo-nos às desinências verbais, constata-se que elas são representadas pelas desinências de modo e tempo (DMT) e pelas desinências de número e pessoa (DNP). Observemos então o exemplo que segue: Estávamos com muita saudade de todos vocês. Assim, infere-se que: - va – DMT - desinência modo-temporal indicando o pretérito imperfeito do modo indicativo. - mos – DNP – desinência número-pessoal indicando a primeira pessoa do plural (nós). Diante de tais elucidações, afirmamos que elas se aplicam às chamadas palavras variáveis. Para completar nossos estudos acerca do caso em questão cumpre afirmar que palavras invariáveis, como nos revela o próprio nome, são aquelas que não sofrem flexão nenhuma, demarcadas pelos advérbios, preposições, conjunções e interjeições. CLASSES DE PALAVRAS CLASSIFICAÇÃO E EMPREGO: As palavras são classificadas de acordo com as funções exercidas nas orações. Na língua portuguesa podemos classificar as palavras em: Substantivo Adjetivo Pronome Verbo Artigo Numeral Advérbio Preposição Interjeição Conjunção SUBSTANTIVO: É a palavra variável que denomina qualidades, sentimentos, sensações, ações, estados e seres em geral. LINGUA PORTUGUESA Central de Atendimento: (91) 983186353 ou pelo site: www.apostilasautodidata.com.br Página 12 Quanto a sua formação, o substantivo pode ser primitivo (jornal) ou derivado (jornalista), simples (alface) ou composto (guarda-chuva). Já quanto a sua classificação, ele pode ser comum (cidade) ou próprio (Curitiba), concreto (mesa) ou abstrato (felicidade). Os substantivos concretos designam seres de existência real ou que a imaginação apresenta como tal: alma, fada, santo. Já os substantivos abstratos designam qualidade, sentimento, ação e estado dos seres: beleza, cegueira, dor, fuga. Os substantivos próprios são sempre concretos e devem ser grafados com iniciais maiúsculas. Certos substantivos próprios podem tornar-se comuns, pelo processo de derivação imprópria (um judas = traidor / um panamá = chapéu). Os substantivos abstratos têm existência independente e podem ser reais ou não, materiais ou não. Quando esses substantivos abstratos são de qualidade tornam-se concretos no plural (riqueza X riquezas). Muitos substantivos podem ser variavelmente abstratos ou concretos, conforme o sentido em que se empregam (a redação das leis requer clareza / na redação do aluno, assinalei vários erros). Já no tocante ao gênero (masculino X feminino) os substantivos podem ser: biformes: quando apresentam uma forma para o masculino e outra para o feminino. (rato, rata ou conde X condessa). uniformes: quando apresentam uma única forma para ambos os gêneros. Nesse caso, eles estão divididos em: epicenos: usados para animais de ambos os sexos (macho e fêmea) - albatroz, badejo, besouro, codorniz; comum de dois gêneros: aqueles que designam pessoas, fazendo a distinção dos sexos por palavras determinantes - aborígine, camarada, herege, manequim, mártir, médium, silvícola; sobrecomuns - apresentam um só gênero gramatical para designar pessoas de ambos os sexos - algoz, apóstolo, cônjuge, guia, testemunha, verdugo; Alguns substantivos, quando mudam de gênero, mudam de sentido. (o cisma X a cisma / o corneta X a corneta / o crisma X a crisma / o cura X a cura / o guia X a guia / o lente X a lente / o língua X a língua / o moral X a moral / o maria- fumaça X a maria-fumaça / o voga X a voga). Os nomes terminados em -ão fazem feminino em -ã, -oa ou -ona (alemã, leoa, valentona). Os nomes terminados em -e mudam-no para -a, entretanto a maioria é invariável (monge X monja, infante X infanta, mas o/a dirigente, o/a estudante). Quanto ao número (singular X plural), os substantivos simples formam o plural em função do final da palavra. vogal ou ditongo (exceto -ÃO): acréscimo de -S (porta X portas, troféu X troféus); ditongo -ÃO: -ÕES / -ÃES / -ÃOS, variando em cada palavra (pagãos, cidadãos, cortesãos, escrivães, sacristães, capitães, capelães, tabeliães, deães, faisães, guardiães). Os substantivos paroxítonos terminados em -ão fazem plural em -ãos (bênçãos, órfãos, gólfãos). Alguns gramáticos registram artesão (artífice) - artesãos e artesão (adorno arquitetônico) - artesões. -EM, -IM, -OM, -UM: acréscimo de -NS (jardim X jardins); -R ou -Z: -ES (mar X mares, raiz X raízes); -S: substantivos oxítonos acréscimo de -ES (país X países). Os não-oxítonos terminados em -S são invariáveis, marcando o número pelo artigo (os atlas, os lápis, os ônibus), cais, cós e xis são invariáveis; -N: -S ou -ES, sendo a última menos comum (hífen X hifens ou hífenes), cânon > cânones; -X: invariável, usando o artigo para o plural (tórax X os tórax); -AL, EL, OL, UL: troca-se -L por -IS (animal X animais, barril X barris). Exceto mal por males, cônsul por cônsules, real (moeda) por réis, mel por méis ou meles; IL: se oxítono, trocar -L por -S. Se não oxítonos, trocar -IL por -EIS. (til X tis, míssil X mísseis). Observação: réptil / reptil por répteis / reptis, projétil / projetil por projéteis / projetis; sufixo diminutivo -ZINHO(A) / -ZITO(A): colocar a palavra primitiva no plural, retirar o -S e acrescentar o sufixo diminutivo (caezitos, coroneizinhos, mulherezinhas). Observação: palavras com esses sufixos não recebem acento gráfico. metafonia: -o tônico fechado no singular muda para o timbre aberto no plural, também variando em função da palavra. (ovo X ovos, mas bolo X bolos). Observação: avôs (avô paterno + avô materno), avós (avó + avó ou avô + avó). Os substantivos podem apresentar diferentes graus, porém grau não é uma flexão nominal. São LINGUA PORTUGUESA Central de Atendimento: (91) 983186353 ou pelo site: www.apostilasautodidata.com.br Página 13 três graus: normal, aumentativo e diminutivo e podem ser formados através de dois processos: analítico: associando os adjetivos (grande ou pequeno, ou similar) ao substantivo; sintético: anexando-se ao substantivo sufixos indicadores de grau (meninão X menininho). Certos substantivos, apesar da forma, não expressam a noção aumentativa ou diminutiva. (cartão, cartilha). alguns sufixos aumentativo: -ázio, -orra, -ola, -az, -ão, -eirão, -alhão, -arão, -arrão, -zarrão; alguns sufixos diminutivo: -ito, -ulo-, -culo, -ote, - ola, -im, -elho, -inho, -zinho (o sufixo -zinho é obrigatório quando o substantivo terminar em vogal tônica ou ditongo: cafezinho, paizinho); O aumentativo pode exprimir desprezo (sabichão, ministraço, poetastro) ou intimidade (amigão); enquanto o diminutivo pode indicar carinho (filhinho) ou ter valor pejorativo (livreco, casebre). Algumas curiosidades sobre os substantivos: Palavras masculinas: ágape (refeição dos primitivos cristãos); anátema (excomungação); axioma (premissa verdadeira); caudal (cachoeira); carcinoma (tumor maligno); champanha, clã, clarinete, contralto, coma, diabete/diabetes (FeM classificam como gênero vacilante); diadema, estratagema, fibroma (tumor benigno); herpes, hosana (hino); jângal (floresta da Índia); lhama, praça (soldado raso); praça (soldado raso); proclama, sabiá, soprano (FeM classificam como gênero vacilante); suéter, tapa (FeM classificam como gênero vacilante); teiró (parte de arma de fogo ou arado); telefonema, trema, vau (trecho raso do rio). Palavras femininas: abusão (engano); alcíone (ave doa antigos); aluvião, araquã (ave); áspide (reptil peçonhento); baitaca (ave); cataplasma, cal, clâmide (manto grego); cólera (doença); derme, dinamite, entorce, fácies (aspecto); filoxera (inseto e doença); gênese, guriatã (ave); hélice (FeM classificam como gênero vacilante); jaçanã (ave); juriti (tipo de aves); libido, mascote, omoplata, rês, suçuarana (felino); sucuri, tíbia, trama, ubá (canoa); usucapião (FeM classificam como gênero vacilante); xerox (cópia). Gênero vacilante: acauã (falcão); inambu (ave); laringe, personagem (Ceg. fala que é usada indistintamente nos dois gêneros, mas que há preferência de autores pelo masculino); víspora. Alguns femininos: abade - abadessa; abegão (feitor) - abegoa; alcaide (antigo governador) - alcaidessa, alcaidina; aldeão - aldeã; anfitrião - anfitrioa, anfitriã; beirão (natural da Beira) - beiroa; besuntão (porcalhão) - besuntona; bonachão - bonachona; bretão - bretoa, bretã; cantador - cantadeira; cantor - cantora, cantadora, cantarina, cantatriz; castelão (dono do castelo) - castelã; catalão - catalã; cavaleiro - cavaleira, amazona; charlatão - charlatã; coimbrão - coimbrã; cônsul - consulesa; comarcão - comarcã; cônego - canonisa; czar - czarina; deus - deusa, déia; LINGUA PORTUGUESA Central de Atendimento: (91) 983186353 ou pelo site: www.apostilasautodidata.com.br Página 14 diácono (clérigo) - diaconisa; doge (antigo magistrado) - dogesa; druida - druidesa; elefante - elefanta e aliá (Ceilão); embaixador - embaixadora e embaixatriz; ermitão - ermitoa, ermitã; faisão - faisoa (Cegalla), faisã; hortelão (trata da horta) - horteloa; javali - javalina; ladrão - ladra, ladroa, ladrona; felá (camponês) - felaína; flâmine (antigo sacerdote) - flamínica; frade - freira; frei - sóror; gigante - giganta; grou - grua; lebrão - lebre; maestro - maestrina; maganão (malicioso) - magana; melro - mélroa; mocetão - mocetona; oficial - oficiala; padre - madre; papa - papisa; pardal - pardoca, pardaloca, pardaleja; parvo - párvoa; peão - peã, peona; perdigão - perdiz; prior - prioresa, priora; mu ou mulo - mula; rajá - rani; rapaz - rapariga; rascão (desleixado) - rascoa; sandeu - sandia; sintrão - sintrã; sultão - sultana; tabaréu - tabaroa; varão - matrona, mulher; veado - veada; vilão - viloa, vilã. Substantivos em -ÃO e seus plurais: alão - alões, alãos, alães; aldeão - aldeãos, aldeões; capelão - capelães; castelão - castelãos, castelões; cidadão - cidadãos; cortesão - cortesãos; ermitão - ermitões, ermitãos, ermitães; escrivão - escrivães; folião - foliões; hortelão - hortelões, hortelãos; pagão - pagãos; sacristão - sacristães; tabelião - tabeliães; tecelão - tecelões; verão - verãos, verões; vilão - vilões, vilãos; vulcão - vulcões, vulcãos. Alguns substantivos que sofrem metafonia no plural: abrolho, caroço, corcovo, corvo, coro, despojo, destroço, escolho, esforço, estorvo, forno, forro, fosso, imposto, jogo, miolo, poço, porto, posto, reforço, rogo, socorro, tijolo, toco, torno, torto, troco. Substantivos só usados no plural: anais, antolhos, arredores, arras (bens, penhor), calendas (1º dia do mês romano), cãs (cabelos brancos), cócegas, condolências, damas (jogo), endoenças (solenidades religiosas), esponsais (contrato de casamento ou noivado), esposórios (presente de núpcias), exéquias (cerimônias fúnebres), fastos (anais), férias, fezes, manes (almas), matinas (breviário de orações matutinas), núpcias, óculos, olheiras, primícias (começos, prelúdios), pêsames, vísceras, víveres etc., além dos nomes de naipes. Coletivos: alavão - ovelhas leiteiras; armento - gado grande (búfalos, elefantes); assembléia (parlamentares, membros de associações); atilho - espigas; baixela - utensílios de mesa; banca - de examinadores, advogados; LINGUA PORTUGUESA Central de Atendimento: (91) 983186353 ou pelo site: www.apostilasautodidata.com.br Página 15 bandeira - garimpeiros, exploradores de minérios; bando - aves, ciganos, crianças, salteadores; boana - peixes miúdos; cabido - cônegos (conselheiros de bispo); cáfila - camelos; cainçalha - cães; cambada - caranguejos, malvados, chaves; cancioneiro - poesias, canções; caterva - desordeiros, vadios; choldra, joldra - assassinos, malfeitores; chusma - populares, criados; conselho - vereadores, diretores, juízes militares; conciliábulo - feiticeiros, conspiradores; concílio - bispos; canzoada - cães; conclave - cardeais; congregação - professores, religiosos; consistório - cardeais; fato - cabras; feixe - capim, lenha; junta - bois, médicos, credores, examinadores; girândola - foguetes, fogos de artifício; grei - gado miúdo, políticos; hemeroteca - jornais, revistas; legião - anjos, soldados, demônios; malta - desordeiros; matula - desordeiros, vagabundos; miríade - estrelas, insetos; nuvem - gafanhotos, pó; panapaná - borboletas migratórias; penca - bananas, chaves; récua - cavalgaduras (bestas de carga); renque - árvores, pessoas ou coisas enfileiradas; réstia - alho, cebola; ror - grande quantidade de coisas; súcia - pessoas desonestas, patifes; talha -lenha; tertúlia - amigos, intelectuais; tropilha - cavalos; vara - porcos. Substantivos compostos: Os substantivos compostos formam o plural da seguinte maneira: sem hífen formam o plural como os simples (pontapé/pontapés); caso não haja caso específico, verifica-se a variabilidade das palavras que compõem o substantivo para pluralizá-los. São palavras variáveis: substantivo, adjetivo, numeral, pronomes, particípio. São palavras invariáveis: verbo, preposição, advérbio, prefixo; em elementos repetidos, muito parecidos ou onomatopaicos, só o segundo vai para o plural (tico-ticos, tique-taques, corre-corres, pingue- pongues); com elementos ligados por preposição, apenas o primeiro se flexiona (pés-de-moleque); são invariáveis os elementos grão, grã e bel (grão-duques, grã-cruzes, bel-prazeres); só variará o primeiro elemento nos compostos formados por dois substantivos, onde o segundo limita o primeiro elemento, indicando tipo, semelhança ou finalidade deste (sambas-enredo, bananas-maçã) nenhum dos elementos vai para o plural se formado por verbos de sentidos opostos e frases substantivas (os leva-e-traz, os bota-fora, os pisa- mansinho, os bota-abaixo, os louva-a-Deus, os ganha-pouco, os diz-que-me-diz); compostos cujo segundo elemento já está no plural não variam (os troca-tintas, os salta- pocinhas, os espirra-canivetes); palavra guarda, se fizer referência a pessoa varia por ser substantivo. Caso represente o verbo guardar, não pode variar (guardas-noturnos, guarda-chuvas). ADJETIVO: É a palavra variável que restringe a significação do substantivo, indicando qualidades e características deste. Mantém com o substantivo que determina relação de concordância de gênero e número. adjetivos pátrios: indicam a nacionalidade ou a origem geográfica, normalmente são formados pelo acréscimo de um sufixo ao substantivo de que se originam (Alagoas por alagoano). Podem ser simples ou compostos, referindo-se a duas ou mais nacionalidades ou regiões; nestes últimos casos assumem sua forma reduzida e erudita, com exceção do último elemento (franco-ítalo- brasileiro). locuções adjetivas: expressões formadas por preposição e substantivo e com significado equivalente a adjetivos (anel de prata = anel LINGUA PORTUGUESA Central de Atendimento: (91) 983186353 ou pelo site: www.apostilasautodidata.com.br Página 16 argênteo / andar de cima = andar superior / estar com fome = estar faminto). São adjetivos eruditos: açúcar - sacarino; águia - aquilino; anel - anular; astro - sideral; bexiga - vesical; bispo - episcopal; cabeça - cefálico; chumbo - plúmbeo; chuva - pluvial; cinza - cinéreo; cobra - colubrino, ofídico; dinheiro - pecuniário; estômago - gástrico; fábrica - fabril; fígado - hepático; fogo - ígneo; guerra - bélico; homem - viril; inverno - hibernal; lago - lacustre; lebre - leporino; lobo - lupino; marfim - ebúrneo, ebóreo; memória - mnemônico; moeda - monetário, numismático; neve - níveo; pedra - pétreo; prata - argênteo, argentino, argírico; raposa - vulpino; rio - fluvial, potâmico; rocha - rupestre; sonho - onírico; sul - meridional, austral; tarde - vespertino; velho, velhice - senil; vidro - vítreo, hialino. Quanto à variação dos adjetivos, eles apresentam as seguintes características: O gênero é uniforme ou biforme (inteligente X honesto[a]). Quanto ao gênero, não se diz que um adjetivo é masculino ou feminino, e sim que tem terminação masculina ou feminina. No tocante a número, os adjetivos simples formam o plural segundo os mesmos princípios dos substantivos simples, em função de sua terminação (agradável X agradáveis). Já os substantivos utilizados como adjetivos ficam invariáveis (blusas cinza). Os adjetivos terminados em -OSO, além do acréscimo do -S de plural, mudam o timbre do primeiro -o, num processo de metafonia. Quanto ao grau, os adjetivos apresentam duas formas: comparativo e superlativo. O grau comparativo refere-se a uma mesma qualidade entre dois ou mais seres, duas ou mais qualidades de um mesmo ser. Pode ser de igualdade: tão alto quanto (como / quão); de superioridade: mais alto (do) que (analítico) / maior (do) que (sintético) e de inferioridade: menos alto (do) que. O grau superlativo exprime qualidade em grau muito elevado ou intenso. O superlativo pode ser classificado como absoluto, quando a qualidade não se refere à de outros elementos. Pode ser analítico (acréscimo de advérbio de intensidade) ou sintético (-íssimo, -érrimo, -ílimo). (muito alto X altíssimo) O superlativo pode ser também relativo, qualidade relacionada, favorável ou desfavoravelmente, à de outros elementos. Pode ser de superioridade analítico (o mais alto de/dentre), de superioridade sintético (o maior de/dentre) ou de inferioridade (o menos alto de/dentre). São superlativos absolutos sintéticos eruditos da língua portuguesa: acre - acérrimo; alto - supremo, sumo; amável - amabilíssimo; amigo - amicíssimo; baixo - ínfimo; cruel - crudelíssimo; doce - dulcíssimo; dócil - docílimo; fiel - fidelíssimo; frio - frigidíssimo; humilde - humílimo; livre - libérrimo; magro - macérrimo; LINGUA PORTUGUESA Central de Atendimento: (91) 983186353 ou pelo site: www.apostilasautodidata.com.br Página 17 mísero - misérrimo; negro - nigérrimo; pobre - paupérrimo; sábio - sapientíssimo; sagrado - sacratíssimo; são - saníssimo; veloz - velocíssimo. Os adjetivos compostos formam o plural da seguinte forma: têm como regra geral, flexionar o último elemento em gênero e número (lentes côncavo-convexas, problemas sócio-econômicos); são invariáveis cores em que o segundo elemento é um substantivo (blusas azul-turquesa, bolsas branco- gelo); não variam as locuções adjetivas formadas pela expressão cor-de-... (vestidos cor-de-rosa); as cores: azul-celeste e azul-marinho são invariáveis; em surdo-mudo flexionam-se os dois elementos. PRONOME: É palavra variável em gênero, número e pessoa que substitui ou acompanha um substantivo, indicando-o como pessoa do discurso. A diferença entre pronome substantivo e pronome adjetivo pode ser atribuída a qualquer tipo de pronome, podendo variar em função do contexto frasal. Assim, o pronome substantivo é aquele que substitui um substantivo, representando-o. (Ele prestou socorro). Já o pronome adjetivo é aquele que acompanha um substantivo, determinando-o. (Aquele rapaz é belo). Os pronomes pessoais são sempre substantivos. Quanto às pessoas do discurso, a língua portuguesa apresenta três pessoas: 1ª pessoa - aquele que fala, emissor; 2ª pessoa - aquele com quem se fala, receptor; 3ª pessoa - aquele de que ou de quem se fala, referente. Pronome pessoal: Indicam uma das três pessoas do discurso, substituindo um substantivo. Podem também representar, quando na 3ª pessoa, uma forma nominal anteriormente expressa (A moça era a melhor secretária, ela mesma agendava os compromissos do chefe). A seguir um quadro com todas as formas do pronome pessoal: Pronomes pessoais Número Pessoa Pronomes retos Pronomes oblíquos Átonos Tônicos singular primeira segunda terceira eu tu ele, ela me te o, a, lhe, se mim, comigo ti, contigo ele, ela, si, consigo plural primeira segunda terceira nós vós eles, elas nos vos os, as, lhes, se nós, conosco vós, convosc o eles, elas, si, consigo Os pronomes pessoais apresentam variações de forma dependendo da função sintática que exercem na frase. Os pronomes pessoais retos desempenham, normalmente, função de sujeito; enquanto os oblíquos, geralmente, de complemento. Os pronomes oblíquos tônicos devem vir regidos de preposição. Em comigo, contigo, conosco e convosco, a preposição com já é parte integrante do pronome. Os pronomes de tratamento estão enquadrados nos pronomes pessoais. São empregados como referência à pessoa com quem se fala (2ª pessoa), entretanto, a concordância é feita com a 3ª pessoa. Também são considerados pronomes de tratamento as formas você, vocês (provenientes da redução de Vossa Mercê), Senhor, Senhora e Senhorita. Quanto ao emprego, as formas oblíquas o, a, os, as completam verbos que não vêm regidos de preposição; enquanto lhe e lhes para verbos regidos das preposições a ou para (não expressas). Apesar de serem usadas pouco, as formas mo, to, no-lo, vo-lo, lho e flexões resultam da fusão de dois objetos, representados por pronomes oblíquos (Ninguém mo disse = ninguém o disse a mim). LINGUA PORTUGUESA Central de Atendimento: (91) 983186353 ou pelo site: www.apostilasautodidata.com.br Página 18 Os pronomes átonos o, a, os e as viram lo(a/s), quando associados a verbos terminados em r, s ou z e viram no(a/s), se a terminação verbal for em ditongo nasal. Os pronomes o/a (s), me, te, se, nos, vos desempenham função se sujeitos de infinitivo ou verbo no gerúndio, junto ao verbo fazer, deixar, mandar, ouvir e ver (Mandei-o entrar / Eu o vi sair / Deixei-as chorando). A forma você, atualmente, é usada no lugar da 2ª pessoa (tu/vós), tanto no singular quanto no plural, levando o verbo para a 3ª pessoa. Já as formas de tratamento serão precedidas de Vossa, quando nos dirigirmos diretamente à pessoa e de Sua, quando fizermos referência a ela. Troca-se na abreviatura o V. pelo S. Quando precedidos de preposição, os pronomes retos (exceto eu e tu) passam a funcionar como oblíquos. Eu e tu não podem vir precedidos de preposição, exceto se funcionarem como sujeito de um verbo no infinitivo (Isto é para eu fazer ≠ para mim fazer). Os pronomes acompanhados de só ou todos, ou seguido de numeral, assumem forma reta e podem funcionar como objeto direto (Estava só ele no banco / Encontramos todos eles). Os pronomes me, te, se, nos, vos podem ter valor reflexivo, enquanto se, nos, vos - podem ter valor reflexivo e recíproco. As formas si e consigo têm valor exclusivamente reflexivo e usados para a 3ª pessoa. Já conosco e convosco devem aparecer na sua forma analítica (com nós e com vós) quando vierem com modificadores (todos, outros, mesmos, próprios, numeral ou oração adjetiva). Os pronomes pessoais retos podem desempenhar função de sujeito, predicativo do sujeito ou vocativo, este último com tu e vós (Nós temos uma proposta / Eu sou eu e pronto / Ó, tu, Senhor Jesus). Quanto ao uso das preposições junto aos pronomes, deve-se saber que não se pode contrair as preposições de e em com pronomes que sejam sujeitos (Em vez de ele continuar, desistiu ≠ Vi as bolsas dele bem aqui). Os pronomes átonos podem assumir valor possessivo (Levaram-me o dinheiro / Pesavam-lhe os olhos), enquanto alguns átonos são partes integrantes de verbos como suicidar- se, apiedar-se, condoer-se, ufanar-se, queixar-se, vangloriar-se. Já os pronomes oblíquos podem ser usados como expressão expletiva (Não me venha com essa). Pronome possessivo: Fazem referência às pessoas do discurso, apresentando-as como possuidoras de algo. Concordam em gênero e número com a coisa possuída. São pronomes possessivos da língua portuguesa as formas: 1ª pessoa: meu(s), minha(s) nosso(a/s); 2ª pessoa: teu(s), tua(s) vosso(a/s); 3ª pessoa: seu(s), sua(s) seu(s), sua(s). Quanto ao emprego, normalmente, vem antes do nome a que se refere; podendo, também, vir depois do substantivo que determina. Neste último caso, pode até alterar o sentido da frase. O uso do possessivo seu (a/s) pode causar ambigüidade, para desfazê-la, deve-se preferir o uso do dele (a/s) (Ele disse que Maria estava trancada em sua casa - casa de quem?); pode também indicar aproximação numérica (ele tem lá seus 40 anos). Já nas expressões do tipo "Seu João", seu não tem valor de posse por ser uma alteração fonética de Senhor. Pronome demonstrativo: Indicam posição de algo em relação às pessoas do discurso, situando-o no tempo e/ou no espaço. São: este (a/s), isto, esse (a/s), isso, aquele (a/s), aquilo. Isto, isso e aquilo são invariáveis e se empregam exclusivamente como substitutos de substantivos. As formas mesmo, próprio, semelhante, tal (s) e o (a/s) podem desempenhar papel de pronome demonstrativo. Quanto ao emprego, os pronomes demonstrativos apresentam-se da seguinte maneira: uso dêitico, indicando localização no espaço - este (aqui), esse (aí) e aquele (lá); uso dêitico, indicando localização temporal - este (presente), esse (passado próximo) e aquele (passado remoto ou bastante vago); uso anafórico, em referência ao que já foi ou será dito - este (novo enunciado) e esse (retoma informação); LINGUA PORTUGUESA Central de Atendimento: (91) 983186353 ou pelo site: www.apostilasautodidata.com.br Página 19 o, a, os, as são demonstrativos quando equivalem a aquele (a/s), isto (Leve o que lhe pertence); tal é demonstrativo se puder ser substituído por esse (a), este (a) ou aquele (a) e semelhante, quando anteposto ao substantivo a que se refere e equivalente a "aquele", "idêntico" (O problema ainda não foi resolvido, tal demora atrapalhou as negociações / Não brigue por semelhante causa); mesmo e próprio são demonstrativos, se precedidos de artigo, quando significarem "idêntico", "igual" ou "exato". Concordam com o nome a que se referem (Separaram crianças de mesmas séries); como referência a termos já citados, os pronomes aquele (a/s) e este (a/s) são usados para primeira e segunda ocorrências, respectivamente, em apostos distributivos (O médico e a enfermeira estavam calados: aquele amedrontado e esta calma / ou: esta calma e aquele amedrontado); pode ocorrer a contração das preposições a, de, em com os pronomes demonstrativos (Não acreditei no que estava vendo / Fui àquela região de montanhas / Fez alusão à pessoa de azul e à de branco); podem apresentar valor intensificador ou depreciativo, dependendo do contexto frasal (Ele estava com aquela paciência / Aquilo é um marido de enfeite); nisso e nisto (em + pronome) podem ser usados com valor de "então" ou "nesse momento" (Nisso, ela entrou triunfante - nisso = advérbio). Pronome relativo: Retoma um termo expresso anteriormente (antecedente) e introduz uma oração dependente, adjetiva. Os pronome nomes demonstrativos apresentam- se da seguinte maneira: mento, armamentomes relativos são: que, quem e onde - invariáveis; além de o qual (a/s), cujo (a/s) e quanto (a/s). Os relativos são chamados relativos indefinidos quando são empregados sem antecedente expresso (Quem espera sempre alcança / Fez quanto pôde). Quanto ao emprego, observa-se que os relativos são usados quando: o antecedente do relativo pode ser demonstrativo o (a/s) (O Brasil divide-se entre os que lêem ou não); como relativo, quanto refere-se ao antecedente tudo ou todo (Ouvia tudo quanto me interessava) quem será precedido de preposição se estiver relacionado a pessoas ou seres personificados expressos; quem = relativo indefinido quando é empregado sem antecedente claro, não vindo precedido de preposição; cujo (a/s) é empregado para dar a idéia de posse e não concorda com o antecedente e sim com seu conseqüente. Ele tem sempre valor adjetivo e não pode ser acompanhado de artigo. Pronome indefinido: Referem-se à 3ª pessoa do discurso quando considerada de modo vago, impreciso ou genérico, representando pessoas, coisas e lugares. Alguns também podem dar idéia de conjunto ou quantidade indeterminada. Em função da quantidade de pronomes indefinidos, merece atenção sua identificação. São pronomes indefinidos de: pessoas: quem, alguém, ninguém, outrem; lugares: onde, algures, alhures, nenhures; pessoas, lugares, coisas: que, qual, quais, algo, tudo, nada, todo (a/s), algum (a/s), vários (a), nenhum (a/s), certo (a/s), outro (a/s), muito (a/s), pouco (a/s), quanto (a/s), um (a/s), qualquer (s), cada. Sobre o emprego dos indefinidos devemos atentar para: algum, após o substantivo a que se refere, assume valor negativo (= nenhum) (Computador algum resolverá o problema); cada deve ser sempre seguido de um substantivo ou numeral (Elas receberam 3 balas cada uma); alguns pronomes indefinidos, se vierem depois do nome a que estiverem se referindo, passam a ser adjetivos. (Certas pessoas deveriam ter seus lugares certos / Comprei várias balas de sabores vários) bastante pode vir como adjetivo também, se estiver determinando algum substantivo, unindo- se a ele por verbo de ligação (Isso é bastante para mim); o pronome outrem equivale a "qualquer pessoa"; o pronome nada, colocado junto a verbos ou adjetivos, pode equivaler a advérbio (Ele não está nada contente hoje); o pronome nada, colocado junto a verbos ou adjetivos, pode equivaler a advérbio (Ele não está nada contente hoje); existem algumas locuções pronominais indefinidas - quem quer que, o que quer, seja quem for, cada um etc. todo com valor indefinido antecede o substantivo, sem artigo (Toda cidade parou para ver a banda ≠ Toda a cidade parou para ver a banda). Pronome interrogativo: LINGUA PORTUGUESA Central de Atendimento: (91) 983186353 ou pelo site: www.apostilasautodidata.com.br Página 20 São os pronomes indefinidos que, quem, qual, quanto usados na formulação de uma pergunta direta ou indireta. Referem-se à 3ª pessoa do discurso. (Quantos livros você tem? / Não sei quem lhe contou). Alguns interrogativos podem ser adverbiais (Quando voltarão? / Onde encontrá-los? / Como foi tudo?). ARTIGO Precede o substantivo para determiná-lo, mantendo com ele relação de concordância. Assim, qualquer expressão ou frase fica substantivada se for determinada por artigo (O 'conhece-te a ti mesmo' é conselho sábio). Em certos casos, serve para assinalar gênero e número (o/a colega, o/os ônibus). Os artigos podem ser classificado em: definido - o, a, os, as - um ser claramente determinado entre outros da mesma espécie; indefinido - um, uma, uns, umas - um ser qualquer entre outros de mesma espécie; Podem aparecer combinados com preposições (numa, do, à, entre outros). Quanto ao emprego do artigo: não é obrigatório seu uso diante da maioria dos substantivos, podendo ser substituído por outra palavra determinante ou nem usado (o rapaz ≠ este rapaz / Lera numa revista que mulher fica mais gripada que homem). Nesse sentido, convém omitir o uso do artigo em provérbios e máximas para manter o sentido generalizante (Tempo é dinheiro / Dedico esse poema a homem ou a mulher?); não se deve usar artigo depois de cujo e suas flexões; outro, em sentido determinado,
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