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COLÉGIO TABLEAU Técnico em Veterinária Turma B - Módulo IIl LAMINITE EQUINA São José dos Campos - SP 2017 LAMINITE EQUINA Projeto apresentado no Programa de técnico em Veterinária integrado ao ensino médio do Colégio Tableau, como complementação da disciplina Projeto Multidisciplinar para a obtenção do título de Técnico em Veterinária. São José dos Campos - SP 2017 AGRADECIMENTOS Agradecemos primeiramente, a Deus, por ser à base de nossas lutas e conquistas. Aos familiares e amigos, por acreditarem, incentivarem e apoiarem em nossas escolhas, para que juntos pudéssemos chegar ao destino planejado. A todos os professores, pela dedicação em suas claras orientações prestadas na elaboração deste projeto, incentivando e colaborando no desenvolvimento das ideias em grupo, do início até o desfecho do mesmo. RESUMO Laminite é uma doença que acomete o casco do equino podendo resultar na inflamação dos tecidos lamelares, e também haver rotação da terceira falange, o que é um processo extremamente doloroso. Apesar da grande frequência de acontecimentos ainda há uma grande controvérsia entre sua patologia e a forma de tratamento. Seus sinais clínicos variam de acordo com o progresso e severidade. Um diagnóstico precoce juntamente com o tratamento pode evitar que a doença chegue a um estado avançado. LISTA DE FIGURAS Figura 1: Ilustração do Eohippos 10 Figura 2: Evolução do cavalo Erro! Indicador não definido. Figura 3: Corte mediano da extremidade distal de um equino 12 Figura 4: Articulações 14 Figura 5: Membro anterior e posterior 14 Figura 6: Casco visto pela face plantar 15 Figura 7: Porções da sola do casco Erro! Indicador não definido. Figura 8: Anatomia do casco 15 Figura 9: Fotografia de um cavalo com laminite 18 Figura 10: Fotografia de um cavalo com laminite 18 Figura 11: Mudanças decorrentes de laminite 18 Figura 12: Casco saudável e um casco afetado pela laminite 19 Figura 13: Radiografia A- Cavalo normal 19 Figura 14: Radiografia B- Cavalo com laminite 20 SUMÁRIO INTRODUÇÃO Considerada uma doença grave e comum a laminite equina vem sendo reconhecida como uma das mais importantes síndromes da história. O relato mais antigo sobre essa doença foi descrita por Aristóteles com o nome de “Doença cevada” á 350 a.C, no qual era associada a ingestão excessiva desses grãos. No século seguinte o grego Apsyrtus escreveu um livro sobre a medicina equina cujo descrevia inúmeros tratamentos veterinários e no caso da laminite, consistia em exercício leve e restrição alimentar. Desde esses tempos até a atualidade foram acrescidos múltiplos fatores, etiologias e muitos tratamentos foram empregados (NETO,2013). O termo laminite indica inflamação das lâminas no casco, ela é uma doença perivascular periférica que se manifesta por uma diminuição na perfusão capilar no interior do membro, quantidades significativas de desvios arteriovenosos,necrose isquêmica das lâminas e dor, podendo levar a um grau de rotação dafalange distal, dependendo das lesões causadas (BUSH, 2012). Uma das consequências do processo inflamatório é a perda de função das estruturas afetadas.De fato, o que acontece em caso de laminite é a diminuição da adesão entre a parede interna do casco e a falange distal, sendo assim, a falange distal separa-se da parede do casco, exercendo pressão sobre a sola (LIPPI, 2008). Atualmenteexistem várias causas para explicar o surgimento da laminite, entre elas podemos citar o excesso de ingestão de carboidratos, excesso de peso apoiado sobre um membro devido à lesão no membro contralateral, exercícios e trabalho em terrenos duros, ingestão de água fria, síndrome de Cushing, síndrome metabólica equina, estresse e obesidade (SAMPAIO, 2007; SILVA, 2013). O principal sinal clínico da laminite é dor. Essa patologia pode afetar os 4 membros, porém os mais afetados são os membros anteriores pois eles suportam aproximadamente 60% do peso do equino (REIS, 2004). Devido ao alto nível de dor a laminite impede a independência do animal e os movimentos cotidianos, isso torna uma das patologias mais traumáticas para o cavalo. A maioria dos cavalos que são acometidos por essa doença não retomam a atividade atlética, causando nos proprietários dos equinos enorme prejuízo emocional e financeiro (NETO,2013). O diagnóstico da laminite baseia-se na anamnese, nos sinais clínicos e radiográficos. A anamnese é importante para o reconhecimento de possíveis causas predisponentes ao desenvolvimento de laminite (FERREIRA,2008). Atualmente existe vários tratamentos para a laminite, sendo que a escolha de método depende da experiencia do clínico, mas a eficácia dos tratamentos utilizados é questionável devido ao conhecimento incompleto, pois não existe uma fisiopatologia concreta da doença (NASCIMENTO,2015). A laminite deve ser considerada uma emergência médica. Esta doença pode ter efeitos potencialmente devastadores, uma vez que, em estado avançado, o grau de destruição do casco e consequente grau de dor podem levar a eutanásia como única opção para aliviar o sofrimento do animal (LIPPI,2008). OBJETIVOS Objetivos Gerais O objetivo desse projeto é citar todas as formas de inflamação, para que o proprietário tenha todo o cuidado na hora do manejoe identificar o tratamento mais adequado para que não haja nenhuma falha na cura do animal. Objetivo Específico Identificar as causas da laminite Tratamento adequado Anatomia do casco REVISÃO LITERÁRIA Evolução dos equinos O cavalo passou por um longo processo de evolução que abrange cerca de cinquenta a 60 milhões de anos. Sua evolução começou com Eohippus – em português, eoípo. Esses cavalos pré-históricos tinham o tamanho entre 25 e 50 cm e peso de quatro a 16 quilos, apresentavam crânio curto, quatro dedos em cada mão e três em cada pé, sendo que cada dedo terminava com um pequeno casco separado e sua alimentação era a base de folhas e frutos (CARTELLE, 1991). Figura 1: Ilustração do Eohippos Fonte: www.clinicadoalmargem.pt/uploads/6/5/.../evolucao_cavalo_ _perpectiva_dentria.pdf Logo depois de anos o Eohippus evoluiu para Mesohippus em português miópio. Este tinha cerca 70 cm de altura e seus dedos laterais começam a se reduzir. Em consequência, a sustentação passou a ser feita exclusivamente pelos dedos centrais, entretanto os laterais eram quase inúteis, terminavam em um casco curvo que sustentava o peso inteiro do animal. Animais parecidos com o cavalo continuaram a evoluir, e há cerca de 26 milhões de anos o Merychippus se desenvolveu, tinha cerca de 1m de altura. Ha cerca de seis milhões de anos, os cavalos passaram a ter aparência muito próxima do que se conhece hoje, com o surgimento do Pliohippus.Os dedos laterais se transformaram em ossos laterais das patas e ficou apenas o casco central, grande e robusto, que sustenta o peso do animal. Os dentes também mudaram, passaram a ser mais aptos a comer capim. Os cientistas agruparam esses cavalos junto com seus antepassados em um gênero e espécie chamado Equus caballus (SACRINI, 2013). Figura 2: Evolução do cavalo Fonte: http://comprecavalos.comunidades.net/evolucao-dos-cavalos 3.2 Anatomia dosmembros anteriores e posteriores distal dos equinos Os membros locomotores de um equino possuem estruturas anatômicas especializadas para propiciar a locomoção de forma eficiente e com baixo custo energético. O cavalo é uma verdadeira máquina locomotiva e os milhões de anos de evolução proporcionaram a ele inúmeras particularidades que o tornaram um grande corredor (RIBEIRO, 2013). O local de maior percepção da laminite se encontra na extremidade distal do membro dos equinos (NASCIMENTO, 2015). 3.2.1 Ossos No equino o pé é compostopor três falanges (a proximal ou primeira, a medial ou segunda e a distal ou terceira) e pelo osso navicular ou sesamóide distal. Deste modo, estruturalmente é formado por um único dedo (dígito), altamente modificado e adaptado para correr rapidamente por pastos, funcionando de forma adaptada para a locomoção eficiente (NETO, 2014). Figura 2: Corte mediano da extremidade distal de um equino Fonte: http://informativoequestre.com.br/venografia-em-equinos/ Legenda: 1- primeira falange ou falange proximal; 2- segunda falange ou falange média; 3- terceira falange ou falange distal; 4- Osso sesamoideo distal ou osso navicular; 5- tendão do musculo flexor digital profundo; 6- inserção do tendão do musculo flexor digital profundo na terceira falange; 7- tendão do musculo extensor digital comum; 8- bordo coronário; 9- parede dorsal do casco; 10- linha branca; 11- sola; 12- ranilha. 3.2.2 Tendões Na parte distal dos equinos existem tendões e ligamentos que se inserem nas articulações da extremidade distal e têm principal importância nos movimentos de flexão e extensão (NASCIMENTO,2015). Os tendões extensores são o tendão extensor digital comum e o tendão extensor digital lateral, sendo que o primeiro se insere no processo extensor da terceira falange, na face dorso proximal desta, e o tendão do músculo flexor digital profundo que se insere na face palmar da terceira falange (FERREIRA,2008). Os tendões flexores são conhecidos como superficial e profundo, eles se diferem na sua inserção distal, sendo que o tendão flexor superficial se insere distalmente ao nível da segunda falange (face palmar). O tendão flexor profundo insere-se palmarmente na terceira falange, e possui uma relação bastante próxima com o osso navicular. Existe a este nível uma bolsa sinovial chamada bolsa do navicular que tem como principal função proteger o tendão de atritos e pressões excessivas (NASCIMENTO, 2015). Radiografia B- Cavalo com laminite Articulações Na parte distal de cada membro podemos encontrar 3 importantes articulações, a articulação metacarpo (tarso) -falângica e as articulações interfalângicas proximal e distal. A interfalângica proximal e distal permitem movimentos laterais, assim como ligeiros movimentos de rotação para além dos movimentos de flexão e extensão. A proximal tem uma maior capacidade de se mover e envolve somente as duas primeiras falanges, enquanto a interfalângica distal tem a menor capacidade de se mobilizar abrange a 2ª e 3ª falange, o navicular (SIMÕES, 2009). Figura 3: Articulações Fonte: SIMÕES, 2009 3.2.4 Casco O casco é uma estrutura especializada, projetada para resistir ao desgaste, suportar o peso do animal e absorver o impacto, reduzindo assim, o surgimento de injúrias no aparelho locomotor. Ele está dividido em três partes: parede, sola e ranilha (RIBEIRO, 2013). A parede é a parte do casco visível, a sola preenche o espaço entre a parede e a ranilha e forma a maior parte da superfície inferior dos cascos (FERREIRA, 2014). Na sua vista dorsal e da parte anterior para a posterior, o casco divide-se em pinça ou ponta do pé, e em sua lateral encontra-se seguida de ambos os lados os ombrose depois os quartos os quais são delimitados pelos talões. Com excepção destes últimos, estas estruturas representam o apoio do casco. Este deve apresentar-se de superfície lisa e sem saliências nem depressões (SIMÕES, 2009). Na face plantara sola deve ser ligeiramente côncava longitudinal e transversalmente. Enquanto os cascos dos membros anteriores têm uma conformação arredondada, os dos membros posteriores apresentam-se mais pontiagudos na pinça (SIMÕES, 2009). Figura 4: Membro anterior e posterior. Fonte: NETO, 2013 Figura 5:Casco visto pela face plantar. Fonte: https://dspace.uevora.pt/.../RRom202005_Anatomia%20podall%20equideos.pdf Figura 7: Porções da sola do casco Fonte: https://dspace.uevora.pt/.../RRomao%2C%202005_Anatomia%20podal%20equideos.pdf Figura 6: Anatomia do casco Fonte: equitacaoespecial.blogspot.com 3.3 Patologia A laminite apresenta uma patogenia complexa cuja lesão mais visível é a inflamação das lâminas sensíveis do casco. Está é, no entanto, uma simples explicação da patologia, que envolve uma sequência complicada e inter-relacionada de processos que resultam num grau variável de rotura da interdigitação das lâminas primárias e secundárias epidérmicas e dérmicas. Se esta lesão for suficientemente grave pode originar a rotação ou mesmo o afundamento da falange distal. Está, no entanto, confirmado que existe uma marcada alteração ao nível das lâminas que leva à sua posterior desunião. E é a gravidade dessas alterações que se pode analisar ser uma patologia de maior ou menor gravidade (REIS, 2014). Atualmente a laminite pode ser classificada em quatro estágios, sendo eles prodrômico, agudo, subagudo e crônico. A fase prodrômica começa quando o animal entra em contato com o agente causador e termina quando o animal apresenta os primeiros sinais de claudicação, tendo sua duração em média 40 horas. Portanto, esse é um estágio é geralmente assintomático. Então logo vem a fase aguda que começa quando inicia os primeiros sinais de claudicação ou até que se observe a rotação da terceira falange. Normalmente é nesse período que inicia o tratamento, visando a severidade da inflamação (BUSH, 2012). Na fase subaguda o cavalo mantém os sinais clínicos por 72 horas, porém não há falha estrutural no casco. Já na fase crônica, houve a necrose isquêmica, resultando em rotação e afundamento da terceira falange, perdendo a relação de paralelismo com a muralha do casco, indo em direção a sola. Se esse processo for muito intenso, pode até romper a sola se transformando em um processo séptico (SAMPAIO,2007). A medida que a ciência e os estudos avançam a patologia da laminite vem sendo base de grandes controvérsias devido a existência várias teorias que tentam explicar essa doença. Os tratamentos e a prevenção da laminite baseiam-se nessas teorias, sendo as principais a teoria isquêmica, traumática e enzimática (FERREIRA, 2008). A teoria isquêmica leva o casco a ter alteração da perfusão do digito como fator inicial dos diversos eventos que leva à disfunção metabólica e falência estruturas da lâmina do casco. Apesar da laminite ser uma doença não completamente compreendida, sabe-se que os mecanismos vasculares iniciais são caracterizados por hipoperfusão devido à vasoconstrição, formação de edema, levando a abertura de anastomoses arteriovenosas que prejudicariam ainda mais a circulação nos tecidos laminares, causando isquemia e necrose desse tecido, resultando em falência mecânica com rotação da terceira falange em direção a sola (LUZ, 2009). Na teoria traumática a laminite ocorre por circunstancias que afetam de forma direta o casco sem ter uma causa sistêmica. Para explicar a teoria pode-se dizer que a força colocada no membro distal causa uma reação inflamatória, que resulta no aumento da pressão no local, levando a formação de edema e o restante do quadro semelhante ao da teoria vascular. Já na teoria enzimática a presença de endotoxinas, originados de outros processos patológicos ocorridos no organismo, resulta na ativação da produção de metaloproteinases que desencadearia todo o processo de resposta inflamatória (BUSH, 2012). O surgimento da laminite pode ser causada por vários fatores, tais como doenças síndrome cólica que afeta o trato gastrointestinal, dieta com excesso de alimentos fermentáveis, retenção fetais seguida de metrite e pleuropneumonias, apoio execessivo e prolongado em um membro devido à claudiação sem apoio do membro contralateral, problemas hormonais, estresse, transporte, indução por drogas, principalmente corticosteroides, exercícios em terrenos duros e ingestão de água fria (REIS,2014). A laminite é uma doença que pode incidir nos quatro cascos, porém, acomete principalmente os membros torácicos, isso porque eles suportam uma maior carga de peso.O aumento de carga nos membros torácicoscomparado com a dos membros pélvicos, é uma justificativa para esclarecer a ocorrência maior da laminite nosmembros torácicos. Um cavalo com essa doença pode ser observadoposição antiálgica, mediante o deslocamento do peso corpóreo para os membros pélvicos, com o objetivo de aliviar o suporte do peso nos membros torácicos. A principal queixa no equino com laminite são as evidências de claudicação ou relutância a movimentar-se. Tipicamente, a claudicação induz alterações tanto na postura quanto no andamento (NETO,2014). Existem outros sinais clínicos característicos da laminite como o aumento da temperatura na superfície dorsal da parede do casco, pulsodigital aumentado, teste de sensibilidade dos cascos, edema da faixacoronária, e contínua alteração de distribuição de peso nos membros.Sinais mais severos como depressão na faixa coronária ou perfuração de sola são indicações de rotação ou afundamento da falange distal(NETO,2014). Figura 7:Fotografia de um cavalo com laminite Fonte: NETO, 2014 Figura 8: Fotografia de um cavalo com laminite Fonte: https://www.equisport.pt/artigos/previna-a-laminite/ Figura 9:Mudanças decorrentes de laminite Fonte: http://www.cavalosdosul.com.br/artigo/laminite-o-que-e-e-como-tratar Figura 10: Casco saudável e um casco afetado pela laminite Fonte: https://aprendizequestre.wordpress.com/2012/07/28/a-humidade-e-os-cascos-do-cavalo/ Fonte:http://rosivaldounir.blogspot.com.br/2015/06/pododermatite-asseptica-difusa.html O diagnóstico da laminite é baseado na anamnese detalhada na tentativa de reconhecer os fatores que levaram ao desencadeamento do processo. Deve-se levar em conta a avaliação criteriosa dos sinais clínicos gerais e dos cascos e, principalmente, uma avaliação radiográfica rigorosa para avaliação do grau de rotação da falange distal em relação à muralha do casco, levando em conta que a posição mais utilizada é a látero-medial, porém deve ser executada também projeções dorsopalmares e antero-posteriores (NETO, 2013). A principal alteração que pode ser observada por meio da radiografia é o aumento da distância entre a face dorsal de falange e a parede. O aumento desta distância sugere hemorragia, tumefacção laminar e edema (FERREIRA, 2008). Figura 11: Radiografia A- Cavalo normal Fonte: LIPPI, 2008 Figura 12: Radiografia B- Cavalo com laminite Fonte: LIPPI, 2008 3.4 Tratamentos O tratamento da laminite envolve uma série de grandes controvérsias, uma vez que não existe uma patologia concreta da doença. Nos dias atuais existe uma vasta lista de tratamentos e prevenções para a laminite, sendo que a escolha do mesmo depende da experiência do clínico que irá realiza-lá.Devido ao desconhecimento anexo a esta doença, a eficácia dos tratamentos utilizados é questionável (NASCIMENTO,2015). Para a recuperação do equino é necessário além do uso de fármacos algumas medidas complementares de importância, tais como evitar esforços para reduzir as forças mecânicas estabilizar a falange distal, evitar exercícios que podem exacerbar a separação das interdigitações laminares já comprometidas. A baia deve ser forrada com cama macia e alta, feita com qualquer material desde que forneça suporte para a ranilha (LUZ,2009). Os principais objetivos do tratamento são eliminar ou minimizar os fatores predisponentes, reduzir a dor, reduzir ou prevenir a magnitude dos danos permanentes causados ao tecido laminar, melhorar a hemodinâmica laminar, e evitar qualquer movimento adicional da falange distal dentro da cápsula do casco (BUSH, 2009). 3.4.1 Anti-inflamatório/ analgésico (AINEs) Um dos sintomas que devem ser rapidamente tratado é a intensa dor que o animal apresenta, para isso a terapia com antiinflamatória / analgésica deve ser iniciada e a administração de antiinflamatórios não esteroidais, os AINEs, pois eles vão ajudr na diminuição da dor (NETO,2013). Fenilbutazona é utilizada com uma dose 4,4 mg/kg, ou seja, 1 mL/45 Kg de peso corporal por dia, durante 3 a 5 dias, com um intervalo de 12 horas. Ela deve ser aplicada na forma introvenosa ou oral. Apresenta-se como um potente anti-inflamatório tendo um bom controlo sobre a dor do casco (BULAFENILBUTAZONA OF). Flunixina meglumina pode ser administrada 1 mL / 45 Kg de peso corporal, por dia, durante 5 dias por via intramuscular ou endovenosa.O início da ação se faz dentro de uma hora (BULA FLUNIXINA). 3.4.2 Vasodilatadores O objetivo do uso destes medicamentos é melhorar a perfusão laminar. São utilizados pelos clínicos que acreditam que a vasoconstrição é o fenómeno desencadeador da laminite, ou que contribui para o agravamento e perpetuação das lesões (FERREIRA,2008) Acepromazina é geralmente administrada nas doses 0,03 a 0,06 mg/kg IM de 3 a 5 dias, em alguns casos durante semanas. A dose e a duração do tratamento são ajustadas consoante a alteração do pulso digital. Este agente também diminui a ansiedade (NASCIMENTO,2015). Nitroglicerina utilizada na dose 2-4 mg/h, aplicação deste fármaco é cutânea e feita sempre em conjunto com outras terapias. É aplicado na zona da quartela diminuindo o pulso e a claudicação, é também bastante utilizado em póneis (BULA TRIDIL; SAMPAIO, 2007). 3.4.3 Anticoagulantes Os anticoagulantes são utilizados para prevenção e tratamento da laminite aguda, devido a umas das muitas teorias descritas na fisiopatologia desta doença ser o facto de se formarem agregados plaquetários ou agregados de plaquetas-neutrófilos durante os episódios de laminite aguda (NASCIMENTO,2015). Ácido acetilsalicílico, a administração deve ser feita de 10 a 20mg/kg PO a cada 48horas o que inibe a agregação plaquetária. Ele é o único agente cuja eficácia em aumentar o fluxo sanguíneo nas extremidades distais tem suporte científico. No entanto dados recentes sugerem que esta eficácia só existe se administrada IV (FERREIRA, 2008). Heparina com uso de 0,05 a 0,1 mg/kg, quatro vezes por dia, IM ou IV, inibe a coagulação por potencializar a ação da antitrombina III sobre diversos fatores da coagulação (BULA HEPARINA; NETO, 2013). 4.0 CONSIDERAÇÕES FINAIS Consideramos neste presente trabalho que a laminite acomete vários equinos podendo afetar os quatro membros ou apenas um deles, sendo que é mais frequente nos membros posteriores pois eles suportam maior parte do peso do animal. Essa doença causa grandes perdas econômicas e de desempenho, além de prejudicar o bem-estar do animal. Embora seja bem frequente na vida dos médicos veterinários que trabalham com equinos, ainda tem muitas incertezas sobre essa doença, o que acaba tornando o tratamento da doença um constante desafio aos veterinários. O tratamento varia de acordo com a experiência do médico. Se prevenir é muito importante, sendo assim conscientizar proprietários sobre a necessidade de mantes os seus animais com uma condição corporal adequada, com cascos em boas condições e com exercícios adequados. REFERÊNCIAS BUSCH, L. ATUALIDADES NO TRATAMENTO DA LAMINITE EM EQUINOS. Botucatu, Brasil. 2012. https://repositorio.unesp.br/bitstream/handle/11449/118438/busch_l_tcc_bot.pdf (Acesso em 24/05/2017). CARTELLE, C. A EVOLUÇÃO DO CAVALO NA HISTÓRIA. Minas Gerais, Brasil. 1991. Disponível em pedigreedaraca.com.br/a_evolucao_do_cavalo_na_historia.doc (Acesso em 10/ 09/ 2017). FENILBUTAZONA: fenilbutazona of. São Paulo: Ouro fino. Bula de remédio. FERREIRA, C. R. L. V. LAMINITES EM EQUINOS. Lisboa. 2008. Disponível em:https://www.repository.utl.pt/bitstream/10400.5/.../Laminites%20em%20Equinos.pdf (Acesso em 02/06/2017). FLUNIXINA: Banamine injetável. São Paulo: MDS saúde animal. Bula de remédio. HEPARINA. Rio de Janeiro: Liquemine. Bula de remédio. LIPPI, B. M. PODODERMATITE ASSÉPTICA DIFUSA OU LAMINITE EM EQUINOS. São Paulo, SP, Brasil. 2008. Disponível em arquivo.fmu.br/prodisc/medvet/bml.pdf (Acesso em 25/05/2017). LUZ, D. V. CASQUEAMENTO E FERRAGEAMENTO PARA ANIMAIS COM LAMINITE. Porto Alegre,SC, Brasil. 2009. Disponível em: http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/handle/10183/22924/000737186.pdf (Acesso em 12/08/2017). NASCIMENTO, C. DESCRIÇÃO CLÍNICA DE 10 CASOS DE LAMINITE E COMPARAÇÃO COM A BIBLIOGRAFIA INTERNACIONAL. Lisboa. 2015. Disponível em: recil.grupolusofona.pt/handle/10437/6747 (Acesso em 25/05/2017). NETO, O. M. A. LAMINITE EQUINA E FERRAGEAMENTO CORRETIVO. Curitiba, PR, Brasil. 2013. Disponível em: tcconline.utp.br/wp.../LAMINITE-EQUINA-E-FERRAGEAMENTO-CORRETIVO.pdf (Acesso em 01/06/2017). NETO, A. T.; GODOY, R. F. Pododermatite asséptica difusa – LAMINITE. Brasil. 2014. Disponível em: https://evz.ufg.br/up/66/o/laminiteNetoeGodoy.pdf (Acesso em 02/06/2017). REIS, F. B. Laimite em equinos. Porto Alegre, RS, Brasil. 2004. Disponivel em https://www.lume.ufrgs.br/bitstream/handle/10183/106624/000942315.pdf (Acesso em 25/05/2017). RIBEIRO, G. H. C. ANATOMIA, BIOMECÂNICA E PRINCIPAIS PATOLOGIAS DO MEMBRO DISTAL DE EQUINOS: QUARTELA E CASCO. Goiania, GO, Brasil. Disponivel em https://ppgca.evz.ufg.br/up/67/o/2013_Gustavo_Coutinho_Seminario1corrig.pdf (Acesso em 20/ 04/ 2017). SAMPAIO, R. C. L.; LAMINITE EXPERIMENTAL: ASPECTOS MORFOLÓGICOS, MORFOMÉTRICOS E ULTRA-ESTRUTURAIS DAS LÂMINAS DÉRMICAS E EPIDÉRMICAS DO CASCO DE EQÜINOS TRATADOS COM A TRINITROGLICERINA. Jaboticabal, SP. 2007. Disponível em http://hdl.handle.net/11449/101144 (Acesso em 20/ 04/ 2017). SACRINI, E. HIPOLOGIA. São Paulo, Brasil. Disponível em: www.conexaoequestre.com.br/wp-content/uploads/2017/07/OS-CAVALOS17.doc (Acesso em 12/08/2017). SILVA, G. B.; CÔRTEII, F. D.; BRASSII, K. E.; FIALHOII, S. S.; Pereira, R. C. F. Laminite crônica em equídeos da raça Crioula: características clínicas e radiográficas. Santa Maria, RS, Brasil. 2013. Disponível em http://www.scielo.br/pdf/cr/v43n11/a31913cr2012-1010.pdf (Acesso em 10/07/2017). SIMÕES, J. Introdução a siderotecnia. 2009. Disponivel em http://www.veterinaria.com.pt/media//DIR_27001/VCP1-1-e6.pdf (Acesso em 12/08/2017). TRIDIL. São Paulo: Cristália. Bula de remédio.
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