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Introdução veterinaria

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Introdução
Os gatos, membros da família Felídea e conhecidos cientificamente como Felis catus, são animais fascinantes que têm desempenhado papéis diversos na história da humanidade. Desde sua domesticação há milhares de anos até sua posição como animais de estimação amados em lares ao redor do mundo, os gatos têm intrigado e encantado as pessoas com sua beleza, comportamento e mistério.
Nesta revisão abrangente, exploraremos os aspectos mais relevantes da vida felina, desde sua história evolutiva até sua influência na sociedade contemporânea. Começaremos examinando a origem e evolução dos gatos, destacando sua adaptação única como predadores eficientes e sua relação com os humanos ao longo dos séculos.
Além disso, mergulharemos na fisiologia e comportamento dos gatos, explorando sua incrível agilidade, sentidos aguçados e instintos de caça. Discutiremos também as peculiaridades do sistema digestivo felino e suas necessidades nutricionais específicas, fundamentais para garantir sua saúde e bem-estar.
No contexto da medicina veterinária, abordaremos as principais doenças e condições que afetam os gatos, desde doenças infecciosas comuns até condições crônicas como a insuficiência renal e a diabetes felina. Examinaremos os métodos de diagnóstico, tratamento e prevenção disponíveis para essas condições, destacando a importância da medicina preventiva e da conscientização dos tutores de animais de estimação.
Além disso, discutiremos a importância do enriquecimento ambiental e do manejo comportamental na promoção do bem-estar dos gatos, reconhecendo sua necessidade de estímulo mental e físico para uma vida feliz e saudável.
Por fim, exploraremos o papel dos gatos na cultura humana, desde sua representação na arte e na literatura até sua presença nas mídias sociais e na internet contemporânea. Reconheceremos a influência duradoura dos gatos em nossa sociedade e a profunda conexão emocional que muitas pessoas compartilham com esses animais.
Em suma, esta revisão busca oferecer uma visão abrangente e informativa sobre os gatos, destacando sua importância histórica, biológica e cultural. Ao compreender melhor esses animais fascinantes, podemos fortalecer nossa relação com eles e promover seu bem-estar em um mundo cada vez mais interconectado.
ORIGEM E EVOLUÇÃO DO GATO DOMÉSTICO
Os gatos têm uma longa história de convivência com os seres humanos, cuja origem remonta a milhares de anos. Registros arqueológicos indicam que os primeiros indícios de domesticação ocorreram há mais de nove mil anos, durante a Revolução Neolítica. Esses felinos, descendentes de Felis lybica, exibem muitas das características comportamentais e fisiológicas de sua espécie precursora.
A discussão sobre a domesticação dos gatos é frequente entre os especialistas. Alguns argumentam que os gatos estão em um processo contínuo de domesticação, dada a forte ligação de suas peculiaridades comportamentais com seu passado primitivo, além de sua notável adaptabilidade ao ambiente doméstico (TODD, 1977; LLOYD, 1987; DRISCOLL et al., 2009).
A linhagem dos gatos modernos remonta à linhagem Felis, que inclui três felídeos africanos silvestres e quatro pequenos felídeos. Felis lybica, precursora do gato doméstico, habitava regiões do Próximo Oriente e da África, e é apontada como sua ancestral direta. Estudos filogenéticos mostram que essa espécie tinha um alto potencial para domesticação em comparação com outros felídeos africanos, devido aos seus padrões genéticos e comportamento mais sociável (GENTRY et al., 2004; DRISCOLL et al., 2007).
Por muito tempo, acreditou-se que a domesticação dos gatos teve início no Antigo Egito, por volta de 4500 aC. No entanto, evidências recentes sugerem que essa relação começou muito antes, em várias civilizações ao redor do mundo. Estudos genômicos e arqueológicos indicam que os gatos já estavam em contato com os humanos há pelo menos 9500 anos, desafiando a ideia de sua domesticação exclusiva no Egito (DRISCOLL et al., 2009).
Assim, o processo de domesticação teve início há mais de 9000 anos, em diversas regiões, como China, Paquistão, Iraque, Tibet, Turquia e Egito. Durante a Revolução Neolítica, a sedentarização humana e o desenvolvimento da agricultura proporcionaram um ambiente propício para a convivência entre humanos e felinos. A presença de roedores nos locais de armazenamento de alimentos atraiu os gatos, iniciando uma relação de proximidade que culminou na domesticação (TODD, 1977; LLOYD, 1987).
No entanto, mesmo após milênios de convivência, ainda se debate se os gatos podem ser considerados totalmente domesticados. Sua notável habilidade de adaptação selvagem, evidenciada por sua sobrevivência em ambientes urbanos e casos de abandono, sugere que essa relação continua em constante evolução (DRISCOLL et al., 2009).
Fisiológico 
Os triunfos evolutivos que garantiram o sucesso do felino na natureza e na vida doméstica.Com sentidos superapurados, os gatos conseguem ser um dos melhores caçadores entre os mamíferos.A fisiologia do gato é fascinante e reflete suas habilidades como predadores adaptados ao ambiente. Aqui estão alguns aspectos importantes: 
Sistema Digestivo:
Os gatos são carnívoros obrigatórios, o que significa que sua dieta é composta principalmente por proteína animal.
Seus dentes são projetados para rasgar carne, com caninos afiados para perfurar e cortar.
Possuem uma língua áspera que auxilia na limpeza da pelagem e na ingestão de alimentos.
O trato gastrointestinal dos gatos é relativamente curto, refletindo uma adaptação para dietas de alta proteína e digestão rápida.
Sistema Respiratório:
O sistema respiratório dos gatos é composto por nariz, traqueia, brônquios e pulmões.
Eles têm uma taxa de respiração em repouso de cerca de 20-30 respirações por minuto.
Os gatos têm uma capacidade pulmonar adequada para suportar atividades físicas intensas, como corridas curtas e saltos.
Sistema Circulatório:
O coração dos gatos é composto por quatro câmaras: dois átrios e dois ventrículos.
A frequência cardíaca normal de um gato em repouso varia de 140 a 220 batimentos por minuto, dependendo da idade e do nível de atividade.
Sistema Urinário:
Os rins dos gatos são altamente eficientes na filtração de resíduos e na regulação do equilíbrio de líquidos e eletrólitos.
Eles têm a capacidade de concentrar a urina em uma alta osmolaridade para conservar água, uma adaptação importante para sua origem desértica.
Sistema Nervoso:
O sistema nervoso dos gatos é complexo e altamente desenvolvido.
Eles possuem sentidos aguçados, incluindo visão noturna superior, audição sensível e olfato aguçado, importantes para suas habilidades de caça.
Sistema Reprodutivo:
As fêmeas entram no estro, o período de receptividade sexual, várias vezes ao longo do ano, a menos que sejam acasaladas.
Os machos podem ser sexualmente maduros entre 5-12 meses de idade, dependendo da raça e do ambiente.
Pelos
Além da função de manter o isolamento térmico, também são usados para intimidar: num confronto, eles se eriçam para fazer o gato parecer maior. 
Músculos
Sua musculatura é bastante incomum – pode se expandir e se contrair como uma mola, o que garante uma enorme explosão muscula. Isso permite aos gatos saltar até sete vezes a própria altura ou acelerar a quase 50 km/h em distâncias curtas. 
Limpeza
Gatos passam pelo menos cinco horas diárias se lambendo. Assim, removem o excesso de pelos na troca da estação e reduzem a temperatura do corpo.
Espáduas
Gatos não têm ossos da clavícula – só uma pequena cartilagem ligada aos músculos. Resultado: passadas mais largas na corrida e habilidade de se enfiar em buracos estreitos. 
Cauda
Formada por 18 a 23 vértebras, concentra cerca de 10% de todos os ossos do animal. 
Órgão sexual
O pênis dos gatos está repleto de pequenos espinhos queratinizados, que servem para estimular a ovulação das fêmeas. 
Vibrissas
Os “bigodes” são mais longos e três vezes mais espessos do que seus outros pelos. Eles são detectores precisos de vibrações na terra e no ar. Por isso, gatos percebem abalos sísmicos à distância– e são capazes de detectar mudanças minúsculas na orientação e força do vento. 
Olfato
Permite identificar o sexo ou o tamanho de outro animal pelo cheiro. 
Audição
O gato, tem 32 músculos nas orelhas, que podem ser movidos de modo independente. Conforme a intensidade relativa do ruído em cada ouvido, ele sabe para onde virar a cabeça. 
Paladar
Por ser só carnívoro, o gato não desenvolveu a percepção do sabor doce. Nem um bom aproveitamento de carboidratos, como outros mamíferos. 
Visão
Gatos só enxergam com nitidez a até 6 m de distância. Em compensação, o campo de visão deles é de 200º.
Células fotossensíveis
Eles têm 6 a 8 vezes mais delas. Por isso, caçam bem à noite.
Pupilas
Conseguem se fechar quase totalmente durante o dia, porque o gato é muito sensível à luz. À noite, inversamente, se abrem mais.
Espectro de luz
Eles podem ver frequências de luz, tons de azul.
Comportamental
conhecidos por seu comportamento complexo e adaptativo. Aqui estão alguns aspectos importantes do comportamento dos gatos:
Comportamento Social:
Os gatos são animais essencialmente solitários, embora possam viver em grupos sociais em determinadas circunstâncias, como colônias de gatos ferais.
Dentro de uma casa, os gatos geralmente estabelecem hierarquias sociais com outros animais de estimação ou membros da família humana.
Comunicação Vocal e Corporal:
Os gatos se comunicam de várias maneiras, incluindo vocalizações, como miados, ronronados, grunhidos e rosnados.
Eles também usam linguagem corporal, como postura corporal, movimentos da cauda, orelhas e expressões faciais, para expressar emoções e intenções.
Comportamento de Caça:
Os gatos são predadores naturais e exibem comportamento de caça, mesmo em ambientes domésticos.
Eles podem caçar pequenos roedores, pássaros e insetos, exibindo comportamentos de emboscada, perseguição e captura.
Comportamento de Higiene:
Os gatos são animais extremamente limpos e passam grande parte do tempo se limpando.
Eles também podem usar caixas de areia para fazer suas necessidades, exibindo comportamento de eliminação específico.
Comportamento de Marcação Territorial:
Os gatos marcam seu território usando glândulas odoríferas localizadas em suas bochechas, patas e cauda.
Eles também podem marcar áreas usando urina e arranhões, comunicando sua presença e status social para outros gatos.
Comportamento de Brincadeira:
Os gatos são brincalhões por natureza e usam a brincadeira para exercitar seus instintos de caça e satisfazer sua curiosidade.
Eles podem brincar com uma variedade de brinquedos, incluindo bolinhas, varinhas com penas e objetos em movimento.

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