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DIREITO
EMPRESARIAL
EMPRESÁRIO. EMPRESA INDIVIDUAL DE RESPONSABILIDADE LIMITADA. 
ESTABELECIMENTO. ESCRITURAÇÃO
Livro Eletrônico
AUGUSTO ANDRADE
Advogado inscrito na OAB/MG e professor de 
Direito Comercial, Civil e Processual Civil em 
cursos preparatórios, atua também como con-
sultor de Direito Empresarial e Civil além de 
possuir larga experiência prática como empre-
endedor e administrador de empresas.
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DIREITO EMPRESARIAL
Empresário. Empresa Individual de Responsabilidade Limitada. Estabelecimento. 
Escrituração
Prof. Augusto Andrade 
SUMÁRIO
Introdução ................................................................................................5
1 Autonomia do Direito Empresarial ..............................................................5
2 Princípios do Direito Empresarial ................................................................5
3 Fontes do Direito Empresarial ....................................................................9
Conceitos Básicos do Direito Empresarial .....................................................11
4 A Empresa e o Empresário ......................................................................11
5 Empresa Individual de Responsabilidade Limitada ......................................14
6 Agentes Econômicos não considerados empresários ....................................16
Empresário Individual ...............................................................................20
7 Impedimentos Legais .............................................................................20
8 Incapacidade .........................................................................................21
9 Empresário Individual Casado ..................................................................23
Registro do Empresário .............................................................................24
10 Atos de registro ...................................................................................25
Escrituração do Empresário ........................................................................26
11 Escrituração dos microempresários e empresários de pequeno porte ...........27
Nome Empresarial ....................................................................................28
12 Espécies de nome empresarial: ..............................................................28
13 Nome empresarial das sociedades ..........................................................29
14 Princípios aplicáveis ao nome empresarial ...............................................31
Estabelecimento Empresarial ......................................................................32
15 Trespasse ............................................................................................33
Microempresas e Empresas de Pequeno Porte ...............................................40
17 Definição de Microempresa e de Empresa de Pequeno Porte .......................43
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Empresário. Empresa Individual de Responsabilidade Limitada. Estabelecimento. 
Escrituração
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18 Inscrição e Baixa das Microempresas e das Empresas de Pequeno Porte ......47
19 Tributos e Contribuições ........................................................................51
20 Simplificação das Relações de Trabalho ...................................................56
21 Estímulo ao Crédito e à Capitalização ......................................................58
22 Estímulo à Inovação .............................................................................59
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Empresário. Empresa Individual de Responsabilidade Limitada. Estabelecimento. 
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INTRODUÇÃO
Iniciaremos agora o estudo do Direito Empresarial em nosso curso preparatório. 
A partir desta aula enfrentaremos os principais temas dessa importante matéria, 
abordando tanto a doutrina como a legislação, a fim de contextualizar os temas es-
tudados em aula e desmistificar esta matéria que é, injustamente, tida como difícil 
e complexa.
Para facilitar a compreensão de toda a matéria de Direito Empresarial é impor-
tantíssimo que tenhamos uma forte base nos conhecimentos fundamentais, que 
enfrentaremos justamente na presente aula. Conceitos de Empresa e Empresário, 
Nome Empresarial e Estabelecimento, por exemplo, devem ficar muito claros para 
você para que seja possível compreender com mais facilidade os temas mais avan-
çados e específicos que estudaremos nas próximas aulas.
1 Autonomia do Direito Empresarial
Ainda que o Direito Empresarial seja regulado por uma parte especial do Código 
Civil, trata-se de uma matéria autônoma. Claro que não se tratam de ramos com-
pletamente distintos e contrapostos do Direito, estando ambos englobados pelo 
chamado Direito Privado e, com isso, possuem diversos institutos jurídicos comuns.
Pode-se dizer que o Direito Civil seria uma espécie de regime jurídico geral das 
atividades privadas, ao qual o Direito Empresarial recorre para suprir possíveis la-
cunas em suas normas.
2 Princípios do Direito Empresarial
Podemos afirmar que o Direito Empresarial se trata de um regime especial de 
Direito Privado que disciplina o exercício da atividade econômica organizada, em 
outras palavras, é o direito da empresa.
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Com isso, é natural que o Direito Empresarial possua seus princípios próprios, 
que sustentem as regras especiais que regulam todo o mercado. A seguir estuda-
remos estes princípios:
(a) Princípio da Livre-iniciativa
Pode-se dizer que o princípio da liberdade de iniciativa é o princípio fundamen-
tal do Direito Empresarial. Trata-se de um princípio constitucional, como prevê o 
Art. 170, caput, da Constituição Federal:
Constituição Federal, Art. 170. A ordem econômica, fundada na valorização do tra-
balho humano e na livre-iniciativa, tem por fim assegurar a todos existência digna, 
conforme os ditames da justiça social, observados os seguintes princípios: [...]. (Grifos 
nossos).
A livre-iniciativa pode ser dividida em quatro condições básicas para que a pro-
dução empresarial funcione de maneira eficiente, quais sejam:
I – Busca do lucro como principal motivação dos empresários;
II – Necessidade de se oferecer uma proteção jurídica ao investimento privado;
III – Existência da empresa privada para que a sociedade acesse bens e serviços 
necessários para sua sobrevivência;
IV – Reconhecimento da empresa privada comoum foco gerador de empregos 
e riquezas para a sociedade.
Deve ser dispendido um significativo esforço para se compreender que a livre-
-iniciativa não é antagônica aos princípios sociais, pelo contrário, são diversos os 
exemplos de sociedades mais economicamente liberais e que defendem com mais 
vigor a livre-iniciativa e que são mais desenvolvidas econômica e socialmente, 
apresentando uma menor desigualdade social do que países mais intervencionis-
tas, com o mercado mais regulado. Infelizmente a sociedade assume uma postura 
contrária à livre-iniciativa, encarando esse importante princípio como um vilão so-
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cial, o que se reflete nos tribunais que, cada vez mais, relativizam esse importante 
princípio constitucional do Direito Empresarial.
(b) Princípio da Livre Concorrência
Esse princípio também está previsto na Constituição, no Art. 170, inciso IV:
Constituição Federal, Art. 170. A ordem econômica, fundada na valorização do tra-
balho humano e na livre-iniciativa, tem por fim assegurar a todos existência digna, con-
forme os ditames da justiça social, observados os seguintes princípios:
[...]
IV – livre concorrência;
[...]
Como no caso do princípio da livre-iniciativa, o da livre concorrência vem sendo 
desrespeitado crescentemente em nosso país. Apesar de criar diversos órgãos des-
tinados justamente à proteção desse princípio, é justamente o Estado que mais o 
desrespeita, com intervenções econômicas e uma crescente restrição ao exercício 
da atividade econômica.
O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE) é um exemplo de um 
órgão governamental destinado à preservação da livre concorrência, mas é o pró-
prio Estado que, de um lado aparenta promover a proteção desse princípio, mas de 
outro o ataca frontalmente ao intervir em determinados mercados, chegando até 
mesmo a interferir nos preços de produtos e serviços, como pode ser visto, recen-
temente na chamada “Crise dos Caminhoneiros” de 2018.
Seja como for, ao menos teoricamente, esse é um princípio constitucional de 
nosso ordenamento jurídico que compõe um dos princípios basilares do Direito Eco-
nômico e do livre mercado.
(c) Princípio da Garantia e Defesa da Propriedade Privada
A garantia e defesa da propriedade privada é mais um princípio da ordem eco-
nômica presente no Art. 170 Constituição Federal que, juntamente com os prin-
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cípios da livre concorrência e da livre-iniciativa formam o tripé de sustentação do 
Direito Empresarial.
Constituição Federal, Art. 170. A ordem econômica, fundada na valorização do tra-
balho humano e na livre-iniciativa, tem por fim assegurar a todos existência digna, con-
forme os ditames da justiça social, observados os seguintes princípios:
[...]
II – Propriedade Privada;
[...]
A garantia e a defesa da propriedade privada dos meios de produção é um pres-
suposto básico e fundamental do livre mercado, uma vez que sem a propriedade 
privada não há, obviamente, o mercado.
(d) Princípio da Preservação da Empresa
Esse princípio vem sendo cada vez mais citado por doutrinadores, inspirando 
legisladores, como foi o caso da Lei n. 11.101/2005 (Lei de Falência e Recuperação 
de Empresas), além de servir de fundamento para diversas decisões judiciais.
Esse princípio não garante que uma atividade empresarial deva ser preservada 
artificialmente. Caso uma empresa não seja capaz de sobreviver de maneira autô-
noma, mostrando-se deficitária, ela deve, sim, encerrar suas atividades. Os cha-
mados “pacotes de socorro” governamentais que objetivam salvar determinadas 
empresas consideradas “grandes demais para quebrar” fogem não só ao espírito 
desse princípio, como afrontam o princípio da livre concorrência.
Esse importante princípio deve se limitar, idealmente, a situações em que o 
próprio mercado chega a soluções para a crise de um determinado agente econô-
mico, de maneira espontânea e não ser utilizado como uma justificativa para que o 
governo interfira no mercado e salve determinada empresa.
(e) Princípio da Função Social da Empresa
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Esse princípio deriva do conceito de função social da propriedade, presente 
na Constituição Federal. Para compreendermos esse princípio devemos fazer uma 
breve introdução a importantes conceitos que estudaremos mais adiante: empre-
sa é uma atividade econômica organizada para a produção de bens e/ou serviços. 
O empresário, por sua vez, é a pessoa, que pode ser jurídica ou física, que exerce a 
referida empresa. Já o estabelecimento empresarial, nada mais é do que o conjunto 
de bens, materiais ou imateriais, utilizados no exercício de determinada empresa.
Quando falamos em função social da empresa nos referimos à atividade em-
presarial, que ocorre com o uso dos bens de produção pelos empresários. Uma vez 
que a propriedade desses bens se sujeita ao cumprimento da função social, como 
prevê a Constituição Federal em seu Art. 5º, inciso XXIII, o exercício da empresa, 
por consequência, também deve cumprir uma função social específica.
Segundo doutrinadores, a função social da empresa será cumprida no momento 
em que forem criados empregos, pagos tributos, criadas riquezas e houver uma 
contribuição para o desenvolvimento socioeconômico e cultural de seu entorno.
3 Fontes do Direito Empresarial
Podemos dividir as fontes do direito entre as materiais e as formais, ou seja en-
tre os diversos fatores e elementos que determinam e/ou influenciam a criação das 
normas jurídicas e a forma pela qual essas normas se manifestam.
No Direito Empresarial podemos destacar os fatores econômicos como fontes 
materiais. É sempre no Direito Empresarial que podemos perceber com maior cla-
reza a influência da economia no ordenamento jurídico.
Já no que diz respeito às fontes formais do Direito Empresarial, pode-se dividi-
-las entre fontes diretas ou indiretas.
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As fontes formais diretas (ou primárias) mais relevantes para o Direito Empre-
sarial são as normas que regulam o exercício da atividade econômica organizada, 
em outras palavras, as normas que regema empresa e o empresário. Atualmente 
essas regras estão contidas no Código Civil, entre os Arts. 966 e 1.195, no Livro II 
da Lei Civil, chamado de “Direito de Empresa”. Essas normas apresentam o con-
ceito de empresário, definem os requisitos para o exercício da empresa de maneira 
individual, além de reger as sociedades empresárias, tratar do nome empresarial, 
estabelecimento comercial e demais disposições fundamentais.
O Código Comercial foi revogado quase que inteiramente com o Código Civil 
de 2002, tratando apenas de normas sobre o comércio marítimo. Além dos Có-
digos Civil e Comercial, outras leis também se apresentam como fontes formais 
diretas do Direito Empresarial, por exemplo, a Lei n. 6.404/1976 (Lei das S/A), 
a Lei n. 11.101/2005 (Lei de Falência e Recuperação Judicial), Lei Complemen-
tar n. 123/2006 (Lei das Microempresas e Empresas de Pequeno Porte), Lei n. 
8.934/1994 (Lei do Registro de Empresas), entre outras.
Podemos citar como fontes formais indiretas (ou secundárias) os usos e costu-
mes mercantis, desde que a prática atenda aos seguintes requisitos básicos e seja:
I – Uniforme;
II – Constante;
III – Observada por certo período de tempo;
IV – Exercida de boa-fé; e
V – Não contrarie nenhuma lei.
Cabe, também, citar como fonte formal indireta do Direito Empresarial as nor-
mas civis, em especial no campo das obrigações e contratos.
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CONCEITOS BÁSICOS DO DIREITO EMPRESARIAL
Ao estudarmos o Direito Empresarial no ordenamento jurídico brasileiro, os pri-
meiros conceitos que devemos nos familiarizar são os de empresário, de empresa 
e de estabelecimento.
4 A Empresa e o Empresário
O Art. 966 do Código Civil define o conceito legal de empresário, vejamos:
Art. 966. Considera-se empresário quem exerce profissionalmente atividade econômi-
ca organizada para a produção ou a circulação de bens ou de serviços.
Parágrafo único. Não se considera empresário quem exerce profissão intelectual, de 
natureza científica, literária ou artística, ainda com o concurso de auxiliares ou colabo-
radores, salvo se o exercício da profissão constituir elemento de empresa.
Pode-se retirar do artigo supracitado os seguintes elementos caracterizadores 
do conceito de empresário:
I – Profissionalmente;
II – Atividade econômica;
III – Organizada;
IV – Produção ou Circulação de Bens ou de Serviços.
Analisando um a um os elementos destacados, temos o seguinte:
a) Profissão Habitual
Só é empresário quem exerce uma atividade econômica de forma profissional, 
ou seja, que faça do exercício dessa atividade sua profissão habitual. Se o exercício 
dessa atividade se der de forma eventual, não será o caso de uma atividade em-
presária e, em consequência, não será regulado pelo regime jurídico empresarial.
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b) Objetivo de obter lucro
O que se pretende evidenciar com a expressão “atividade econômica” é que 
a atividade tem o objetivo de obter lucro. Não é necessário que a atividade seja 
lucrativa para que ela se caracterize como atividade empresária, afinal diversas 
atividades empresárias se provam deficitárias e resultam em prejuízos, mas o que 
se exige é o intuito lucrativo. Uma atividade sem fins lucrativos, de caridade, por 
exemplo, não pode ser considerada uma atividade empresária.
c) Fatores de produção
Considera-se empresário quem desempenhe a atividade de maneira organiza-
da, ou seja, que articule os fatores de produção, quais sejam:
I – Capital;
II – Mão de obra;
III – Insumos; e
IV – Tecnologia.
É pressuposto, portanto, que o exercício da empresa envolva a organização de 
pessoas e meios para que o fim objetivado seja alcançado.
Em outras palavras, o empresário utiliza-se de capital para que a mão de obra 
alocada para determinada atividade possa utilizar os insumos necessários para que 
os produtos ou serviços sejam disponibilizados obtidos e disponibilizados no mer-
cado com o objetivo de se obter lucro.
d) Produção ou circulação de bens e de serviços
Essa expressão delimita o alcance da teoria da empresa, que é extremamente 
amplo, permitindo que nenhuma atividade econômica seja excluída. Trata-se de um 
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contraponto à teoria dos atos de comércio, que restringia o âmbito de incidência 
do regime jurídico comercial a algumas atividades econômicas específicas, listadas 
em lei.
Atualmente, na teoria da empresa, qualquer atividade econômica está sujeita 
a se submeter ao regime jurídico empresarial, desde que seja exercida de forma 
profissional e organizada, com o objetivo de se obter lucro.
A definição de empresário apresentada pelo Art. 966 da Lei Civil e analisada 
anteriormente não se refere apenas ao indivíduo empresário, pessoa natural, que 
explora uma atividade econômica, mas também a sociedades empresárias (pesso-
as jurídicas).
Com isso, o empresário pode ser um empresário individual (indivíduo que exer-
ça uma atividade econômica organizada profissionalmente) ou uma sociedade em-
presária (sociedade que possua o objetivo social de desenvolver uma atividade 
econômica organizada), desde que os referidos requisitos sejam cumpridos.
Como a sociedade empresária é uma pessoa jurídica, ela possui patrimônio pró-
prio e independente dos sócios que a integram. Com isso, a princípio, os bens dos 
sócios não podem ser executados por dívidas da sociedade, antes da execução dos 
próprios bens desta. Vejamos o que determina o Art. 1.024 do Código Civil a esse 
respeito:
Art. 1.024. Os bens particulares dos sócios não podem ser executados por dívidas da 
sociedade, senão depois de executados os bens sociais.
O empresário individual não se beneficia dessa separação patrimonial, sendo 
responsável pelas obrigações e pelo risco do empreendimento, inclusive respon-
dendo com todos os seus bens.
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Isso significa que a responsabilidade dos sócios de uma sociedade empresária 
é subsidiária, podendo ainda ser limitada, a depender do tipo societário escolhido, 
como é o caso das Sociedades Limitadas e Anônimas. Nesses casos, o sócio parti-
cipacom determinado valor para a formação do chamado capital social, e sua res-
ponsabilidade fica limitada a esse montante. Com a integralização do capital social, 
ou seja, com o aporte do valor correspondente ao percentual de sua participação 
societária, os sócios não podem ter seu patrimônio alcançado pela execução de dí-
vidas da sociedade, salvo em casos de desconsideração da personalidade jurídica 
ou em responsabilização pessoal dos sócios pela prática de atos ilícitos.
5 Empresa Individual de Responsabilidade Limitada
A Lei n. 12.441/2011 alterou alguns dispositivos do Código Civil e incluiu outros, 
criando a figura da Empresa Individual de Responsabilidade Limitada (EIRELI).
O objetivo é que um empreendedor exerça atividade empresarial individual-
mente, mas com sua responsabilidade limitada ao capital investido no empreendi-
mento, protegendo seu patrimônio pessoal.
O Art. 980-A do Código Civil apresentas as regras da EIRELI:
Art. 980-A. A empresa individual de responsabilidade limitada será constituída por uma 
única pessoa titular da totalidade do capital social, devidamente integralizado, que não 
será inferior a 100 (cem) vezes o maior salário-mínimo vigente no País.
§ 1º O nome empresarial deverá ser formado pela inclusão da expressão “EIRELI” após 
a firma ou a denominação social da empresa individual de responsabilidade limitada.
§ 2º A pessoa natural que constituir empresa individual de responsabilidade limitada 
somente poderá figurar em uma única empresa dessa modalidade.
§ 3º A empresa individual de responsabilidade limitada também poderá resultar da 
concentração das quotas de outra modalidade societária num único sócio, independen-
temente das razões que motivaram tal concentração.
§ 4º (VETADO).
§ 5º Poderá ser atribuída à empresa individual de responsabilidade limitada constituída 
para a prestação de serviços de qualquer natureza a remuneração decorrente da cessão 
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de direitos patrimoniais de autor ou de imagem, nome, marca ou voz de que seja de-
tentor o titular da pessoa jurídica, vinculados à atividade profissional.
§ 6º Aplicam-se à empresa individual de responsabilidade limitada, no que couber, 
as regras previstas para as sociedades limitadas.
A primeira característica de uma EIRELI que deve ser apontada é o fato de que 
se trata de uma empresa constituída por uma única pessoa, titular de todo o capital 
social. Trata-se, portanto de uma “empresa” individual, e não de uma sociedade, 
e não de uma sociedade.
Atenção para o fato de que o legislador errou ao utilizar o termo “empresa” no 
nome da EIRELE, que deveria ser chamada Empresário Individual de Responsabili-
dade Limitada, uma vez que Empresa = Atividade econômica organizada, e empre-
sário é a pessoa que exerce esta atividade.
O capital social da EIRELI deve ser, no mínimo, equivalente a cem salários míni-
mos e ser devidamente integralizado, ou seja, não pode ser simplesmente subscri-
to para posterior integralização como ocorre em algumas sociedades.
Em relação à sua natureza jurídica, a EIRELI não é uma sociedade unipessoal, 
nem se configura como um empresário individual. Trata-se, pois, de uma pessoa 
jurídica sui generis, que se une às demais espécies já existentes em nosso orde-
namento jurídico, como as sociedades, associações, fundações, partidos políticos e 
organizações religiosas.
O § 2º do Art. 980-A do CC deixa claro que o titular de uma EIRELI não pode 
ser titular de outra empresa dessa modalidade, ou seja, uma pessoa natural pode 
figurar em apenas uma EIRELI.
Todas as regras da sociedade limitada devem ser aplicadas as EIRELI, nos ter-
mos do Art. 980-A, § 6º do CC.
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6 Agentes Econômicos não considerados empresários
Como o critério utilizado para delimitar o âmbito de incidência do direito em-
presarial, no nosso ordenamento jurídico é a Teoria da Empresa, não há uma lista 
rígida de atividades que se sujeitem ao regime jurídico empresarial, mas sim um 
critério material para a classificação do empresário. Trata-se de um critério abran-
gente, que não exclui nenhuma atividade econômica, ainda que ele não se aplique 
a alguns agentes econômicos.
Esses agentes econômicos, ainda que exerçam atividade econômica, não são 
considerados empresários pelo Código Civil.
(f) Profissionais Intelectuais:
Conforme o Art. 966, Parágrafo único, “não se considera empresário quem exer-
ce profissão intelectual, de natureza científica, literária ou artística, ainda que com 
o concurso de auxiliares ou colaboradores, salvo se o exercício da profissão consti-
tuir elemento de empresa”.
Primeiramente é necessário se compreender o que o legislador quis dizer com a 
expressão “elemento de empresa”. Lembre-se de que a empresa é uma atividade 
econômica organizada, ou seja, uma atividade em que há a organização dos fatores 
de produção. No caso de uma atividade intelectual, esses fatores de produção não 
possuem a mesma importância que na atividade empresária, sendo primordial a 
atividade intelectual ou artística do agente econômico.
Porém, caso o profissional intelectual dê um formato empresarial à sua ativida-
de, ele passará a ser considerado um empresário e será abrangido pelas regras do 
direito empresarial.
Um exemplo que deixa essa análise bem clara é o de uma clínica médica. Ima-
gine uma clínica médica “A”, em que um médico atue na área de sua especialidade. 
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Para o desenvolvimento das atividades do médico, a clínica conta com o auxílio de 
diversos colaboradores, como a secretária, a copeira, a equipe de limpeza e conser-
vação, entre outros, mas a atividade-fim, o serviço médico, é exercido pessoalmen-
te pelo médico proprietário da clínica. Nesse caso, não importa o volume de fatu-
ramento da clínica ou o número de funcionários que ela mantenha em sua folha de 
pagamentos, a atividade será intelectual e não poderá ser considerada empresária.
Por outro lado, imagine a Clínica “B”, em que um médico atue de forma similar, 
mas como o volume de clientes é alto, ele resolve oferecer um estacionamento 
pago no grande espaço livre que dispõe, além de uma lanchonete em que os clien-
tes podem comprar lanches. Para essas atividades, são contratados funcionários 
especializados e o lucro ajuda a clínica a manter sua estrutura de funcionamento e 
investimento em maquinário e pessoal especializado.
No caso da Clínica “B”, independente do faturamento ou do número de funcio-
nários, será caracterizada uma atividade empresarial, uma vez quea atividade 
intelectual do médico proprietário da clínica não é a única atividade econômica 
desenvolvida, havendo a organização de fatores de produção com fins lucrativos.
Podemos dizer, portanto, que o profissional intelectual nunca exercerá uma ati-
vidade empresária, desde que não se configure a organização dos fatores de pro-
dução a ponto de se constituir um estabelecimento comercial para o exercício de 
empresa.
(g) Sociedades Simples
Como nem todos que exercem atividade econômica são considerados empresá-
rios, nem toda sociedade é empresária. Isso ocorre em casos como o do exemplo 
das clínicas, citado anteriormente, mas em que um grupo de médicos se une para 
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criar uma clínica e dividir seus custos. Essas sociedades constituídas para a explo-
ração das atividades intelectuais de seus sócios são chamadas Sociedades Simples.
O Art. 982, caput, do Código Civil determina que:
Art. 982. Salvo as exceções expressas, considera-se empresária a sociedade que tem 
por objeto o exercício de atividade própria de empresário sujeito a registro (art. 967); 
e, simples, as demais.
Parágrafo único. Independentemente de seu objeto, considera-se empresária a socieda-
de por ações; e, simples, a cooperativa.
Com isso, percebe-se que o que determinará se uma sociedade será simples ou 
empresária será, a princípio, seu objetivo social. Existem duas exceções, listadas 
no Parágrafo único, que são as Sociedades por Ações, que sempre serão empre-
sárias e as Cooperativas, que sempre serão simples, ambas independente de seu 
objeto.
(h) Atividade Econômica Rural
Aqueles que exerçam economicamente atividade rural recebem um tratamento 
especial do Código Civil, incluindo a não obrigatoriedade de registro na Junta Co-
mercial.
Exige-se do empresário, antes do início de suas atividades, o registro na Jun-
ta Comercial, independente de se tratar de um empresário individual ou de uma 
sociedade empresária. Mas para aqueles que exercem uma atividade econômica 
rural, esse registro é facultativo.
Dessa forma, se alguém que exerça uma atividade econômica rural não se re-
gistrar na Junta Comercial, ele não será considerado empresário para os efeitos 
legais, independente de quão vultuosa é sua atividade. Nessa hipótese, ele não se 
sujeitará ao regime jurídico da Lei n. 11.101/2005, por exemplo, que versa sobre 
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a falência e recuperação de empresas. Por outro lado, caso ele opte pelo registro, 
será considerado empresário para todos os efeitos legais.
Essa é uma regra apresentada pelo Art. 971 do Código Civil:
Art. 971. O empresário, cuja atividade rural constitua sua principal profissão, pode, ob-
servadas as formalidades de que tratam o art. 968 e seus parágrafos, requerer inscrição 
no Registro Público de Empresas Mercantis da respectiva sede, caso em que, depois de 
inscrito, ficará equiparado, para todos os efeitos, ao empresário sujeito a registro.
Com isso, pode-se concluir que, para quem exerça atividade econômica rural, 
o registro na Junta Comercial tem natureza constitutiva, e não declaratória, como 
ocorre nos demais casos. Normalmente, o registro não é pré-requisito para que se 
considere alguém como empresário, mas tão somente uma obrigação imposta por 
lei aos praticantes de uma atividade econômica empresária. Já no caso de quem 
exerça uma atividade rural, o registro (que é opcional) é condição para que ele seja 
caracterizado como empresário.
(i) Sociedades Cooperativas
Como vimos no Art. 982 do Código Civil, uma sociedade será empresária se 
forem atendidos os pré-requisitos do Art. 966: exercer profissionalmente uma ati-
vidade econômica, de maneira organizada, para a produção ou circulação de bens 
ou de serviços. Não sendo preenchidos todos os requisitos listados, será o caso de 
uma sociedade simples.
Porém, uma das exceções listadas no Parágrafo único desse mesmo artigo é 
a Sociedade Cooperativa. Nesse caso, ainda que todos os requisitos do Art. 966 
estejam presentes, independente do objetivo social, ela será considerada uma So-
ciedade Simples.
Lembre-se disso, ainda que todos os fatores de produção estejam presentes e 
que o objetivo da sociedade seja o lucro, independente de qualquer característica 
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apresentada para a Cooperativa, ela sempre será considerada uma Sociedade 
Simples.
EMPRESÁRIO INDIVIDUAL
O empresário individual, como vimos, é uma pessoa física que exerce atividade 
econômica profissionalmente, de maneira organizada, para a produção ou circula-
ção de bens ou de serviços.
O Código Civil apresenta, além da conceituação do empresário individual, um 
conjunto de regras gerais que disciplina o exercício individual da empresa. Nesse 
sentido, algumas vedações foram estabelecidas, decorrentes de impedimentos le-
gais ou da incapacidade pessoal do indivíduo.
Conforme o Art. 972 do Código Civil:
Art. 972. Podem exercer a atividade de empresário os que estiverem em pleno gozo da 
capacidade civil e não forem legalmente impedidos.
7 Impedimentos Legais
Os impedimentos legais ao exercício da atividade empresarial estão espalhados 
pelas leis de nosso ordenamento jurídico, não havendo um dispositivo específico 
que liste todas as causas de impedimento.
O objetivo desses impedimentos é, normalmente, proteger a coletividade, evi-
tando que determinadas pessoas tirem vantagem de sua condição ou função.
Exemplos de impedimentos legais são os servidores públicos federais (Art. 117, 
X, da Lei n. 8.112/1990), os magistrados (Art. 36, I, da LC n. 35/1979), os mem-
bros do Ministério Público (Art. 44, III, da Lei n. 8.625/1993) e os militares (Art. 29 
da Lei n. 6.880/1980).
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É importantíssimo que se compreenda, porém, que o impedimento é para o 
exercício da empresa, não havendo vedação que alguns impedidos sejam sócios 
de sociedades empresárias. Lembre-se, a empresa equivale a uma atividade, por-
tanto, o que se veda é o exercício de empresa. A participação em uma sociedade 
caracteriza apenas uma forma de investimento, desde que o sócio não seja umadministrador da sociedade, e isso, a princípio, não é proibido.
Outros impedimentos podem decorrer da natureza da atividade da empresa, 
como, por exemplo, o Art. 222 da Constituição Federal, que determina que “a pro-
priedade de empresa jornalística e de radiodifusão sonora e de sons e imagens é 
privativa de brasileiros natos ou naturalizados há mais de dez anos, ou de pessoas 
jurídicas constituídas sob as leis brasileiras e que tenham sede no país”.
Uma relevante previsão do Código Civil sobre o impedimento está no Art. 973:
Art. 973. A pessoa legalmente impedida de exercer atividade própria de empresário, se 
a exercer, responderá pelas obrigações contraídas.
Ou seja, ainda que uma pessoa esteja impedida do exercício de empresa, caso 
não respeite esse impedimento, ela deverá responder pelas obrigações contraídas, 
e nunca poderá alegar o impedimento para se safar de das obrigações.
8 Incapacidade
Além do impedimento legal, a outra vedação ao exercício da empresa, apresen-
tada pelo Art. 972 do Código Civil é a incapacidade. Apenas quem está em pleno 
gozo de sua capacidade civil pode exercer a empresa.
Porém, existem duas exceções que permitem que um incapaz exerça a empresa 
individualmente, conforme prevê o Art. 974 da Lei Civil:
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Art. 974. Poderá o incapaz, por meio de representante ou devidamente assistido, con-
tinuar a empresa antes exercida por ele enquanto capaz, por seus pais ou pelo autor de 
herança.
§ 1º Nos casos deste artigo, precederá autorização judicial, após exame das circuns-
tâncias e dos riscos da empresa, bem como da conveniência em continuá-la, podendo a 
autorização ser revogada pelo juiz, ouvidos os pais, tutores ou representantes legais do 
menor ou do interdito, sem prejuízo dos direitos adquiridos por terceiros.
§ 2º Não ficam sujeitos ao resultado da empresa os bens que o incapaz já possuía, 
ao tempo da sucessão ou da interdição, desde que estranhos ao acervo daquela, deven-
do tais fatos constar do alvará que conceder a autorização.
§ 3º O Registro Público de Empresas Mercantis a cargo das Juntas Comerciais deverá 
registrar contratos ou alterações contratuais de sociedade que envolva sócio incapaz, 
desde que atendidos, de forma conjunta, os seguintes pressupostos:
I – o sócio incapaz não pode exercer a administração da sociedade;
II – o capital social deve ser totalmente integralizado;
III – o sócio relativamente incapaz deve ser assistido e o absolutamente incapaz deve 
ser representado por seus representantes legais.
Antes de mais nada, note que o Art. 974 trata do exercício individual de empre-
sa. Portanto, trata de casos em que o incapaz é autorizado a explorar a atividade 
empresarial individualmente (como empresário individual). Não se trata da possi-
bilidade de o incapaz ser sócio de uma sociedade empresária, uma vez que o sócio 
de uma sociedade não é um empresário.
Outra importante observação é que, em ambas as exceções, admite-se que o 
incapaz continue a exercer uma empresa, nunca que ele inicie o exercício desta.
As possibilidades em que se permite que o incapaz de prosseguimento ao exer-
cício de uma atividade empresária são:
• Se ele já exercia a atividade empresarial, tendo a incapacidade ocorrido após 
o início da atividade;
• Se a atividade era exercida por outra pessoa, de quem o incapaz adquire a 
titularidade do exercício por sucessão causa mortis.
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O juiz deve autorizar o incapaz a continuar o exercício da empresa, após ouvir 
o Ministério Público, nos termos do Art. 178, II, do Código de Processo Civil. Em 
qualquer dos casos, deve-se observar a conveniência do exercício da empresa pelo 
incapaz, podendo a autorização ser revogada pelo juiz, sem prejuízo dos direitos 
adquiridos por terceiros, nos termos do § 1º do Art. 974 do CC.
Caso seja concedida a autorização para a continuação do exercício da empresa 
pelo incapaz, o juiz concederá um alvará o autorizando a fazê-lo por meio de um 
representante ou assistente, a depender do grau da incapacidade. Caso o repre-
sentante ou assistente do incapaz for impedido de exercer a empresa, um ou mais 
gerentes devem ser nomeados, mediante aprovação do juiz (Art. 975 do CC).
A nomeação do gerente pode, ainda, ser feita sempre que o juiz julgar conve-
niente (Art. 975, § 1º), mas é relevante frisar que essa nomeação não exime o 
representante ou assistente do incapaz da responsabilidade pelos atos do gerente 
nomeado (Art. 975, § 2º).
Os bens que o incapaz já possuía no momento da sucessão ou da interdição não 
podem ser alcançados pelas obrigações contraídas no exercício da empresa, desde 
que sejam estranhos ao acervo desta. Para tanto, os bens devem constar do alvará 
que conceder a autorização (Art. 974, § 2º do CC).
9 Empresário Individual Casado
O empresário casado pode, sem a necessidade de outorga conjugal alienar os 
imóveis que integrem o patrimônio da empresa ou gravá-los de ônus real, qualquer 
que seja o regime de casamento, conforme determina o Art. 978 do Código Civil.
Devem ser arquivados e averbados, porém, no Registro Civil e no Registro Públi-
co de Empresas Mercantis, os pactos e as declarações antenupciais do empresário, 
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o título de doação, herança, ou legado, de bens clausulados de incomunicabilidade 
ou inalienabilidade (Art. 979 do CC). Caso esses atos não sejam devidamente re-
gistrados na Junta Comercial, eles não poderão ser opostos a terceiros pelo em-
presário.
REGISTRO DO EMPRESÁRIO
Todo empresário individual ou sociedade empresária tem a obrigação de se ins-
crever na Junta Comercial antes de dar início a suas atividades, e caso não o faça 
estará exercendo a empresa irregularmente.
Esse registro, ainda que se trate de uma exigência legal (exceto para aqueles 
que exercem atividade econômica rural, como vimos), não é um requisito para a 
caracterização do empresário nem para sua submissão ao regime jurídico empre-
sarial.
Assim, se alguém exercer a atividade empresária antes do devido registro, ele 
será considerado um empresário, ainda que irregular, o que acarretará em algumas 
consequências, como não poder se valer da recuperação judicial.
A inscrição deve ser feita no Registro Público de Empresas Mercantis (RPEM), 
a cargo das Juntas Comerciais. Para tanto, o empresário deve obedecer às forma-
lidades previstas no Art. 968 do Código Civil:
Art. 968. A inscrição do empresário far-se-á mediante requerimento que contenha:
I – o seu nome, nacionalidade, domicílio, estado civil e, secasado, o regime de bens;
II – a firma, com a respectiva assinatura autógrafa que poderá ser substituída pela as-
sinatura autenticada com certificação digital ou meio equivalente que comprove a sua 
autenticidade, ressalvado o disposto no inciso I do § 1º do art. 4º da Lei Complementar 
n. 123, de 14 de dezembro de 2006
III – o capital;
IV – o objeto e a sede da empresa.
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§ 1º Com as indicações estabelecidas neste artigo, a inscrição será tomada por termo 
no livro próprio do Registro Público de Empresas Mercantis, e obedecerá a número de 
ordem contínuo para todos os empresários inscritos.
§ 2º À margem da inscrição, e com as mesmas formalidades, serão averbadas quais-
quer modificações nela ocorrentes.
§ 3º Caso venha a admitir sócios, o empresário individual poderá solicitar ao Registro 
Público de Empresas Mercantis a transformação de seu registro de empresário para re-
gistro de sociedade empresária, observado, no que couber, o disposto nos arts. 1.113 a 
1.115 deste Código.
§ 4º O processo de abertura, registro, alteração e baixa do microempreendedor indivi-
dual de que trata o art. 18-A da Lei Complementar n. 123, de 14 de dezembro de 2006, 
bem como qualquer exigência para o início de seu funcionamento deverão ter trâmite 
especial e simplificado, preferentemente eletrônico, opcional para o empreendedor, na 
forma a ser disciplinada pelo Comitê para Gestão da Rede Nacional para a Simplificação 
do Registro e da Legalização de Empresas e Negócios – CGSIM, de que trata o inciso III 
do art. 2º da mesma Lei.
§ 5º Para fins do disposto no § 4º, poderão ser dispensados o uso da firma, com a res-
pectiva assinatura autógrafa, o capital, requerimentos, demais assinaturas, informações 
relativas à nacionalidade, estado civil e regime de bens, bem como remessa de docu-
mentos, na forma estabelecida pelo CGSIM. (Grifos nossos).
Lembre-se que a única exceção em relação à obrigatoriedade do registro é no 
que se refere aqueles que exercem atividade econômica rural. Todos os outros de-
vem promover o devido registro sob pena de ficarem irregulares.
Finalmente, o Art. 1º, § 2º do Estatuto da OAB (Lei n. 8.906/1994) determina 
que os atos de registro de empresários individuais e de sociedades empresárias de-
vem ser assinados por um advogado, excluindo-se desta regra as microempresas e 
as empresas de pequeno porte.
10 Atos de registro
Os atos de registro praticados pelas Juntas Comerciais são:
I – Matrícula: ato de registro que se refere a profissionais específicos, como 
leiloeiros, tradutores públicos, intérpretes, trapicheiros e administradores de ar-
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mazéns gerais. São os chamados auxiliares do comércio e, nesses casos, a Junta 
Comercial funciona como uma espécie de órgão regulador dessas profissões;
II – Arquivamento: ato de registro dos atos constitutivos da sociedade empre-
sária, da EIRELI ou do empresário individual. Exige-se o arquivamento dos atos 
relativos a:
a) constituição, alteração, dissolução e extinção de firmas mercantis individuais, 
sociedades mercantis e cooperativas;
b) de atos relativos a consórcio e grupo de sociedade que trata a Lei n. 6.404/1976 
(Lei das S/A);
c) dos atos concernentes a empresas mercantis estrangeiras autorizadas a fun-
cionar no Brasil;
d) das declarações de microempresa;
e) de atos ou documentos que sejam atribuídos ao RPEM por determinação legal 
e Atividades Afins ou daqueles que possam interessar ao empresário e às empresas 
mercantis.
III – Autenticação: ato de registro referente aos instrumentos de escrituração 
contábil do empresário e dos agentes de comércio, como os livros empresariais, 
por exemplo.
ESCRITURAÇÃO DO EMPRESÁRIO
Além do registro, outra obrigação imposta ao empresário individual e à socie-
dade empresária é a de seguir um sistema de contabilidade que tenha por base a 
escrituração uniforme de seus livros, de acordo com a respectiva documentação, 
bem como levantar anualmente o balanço patrimonial e o resultado econômico, 
conforme o Art. 1.179 do Código Civil.
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Em outras palavras, todo empresário deve manter uma escrituração contábil 
periódica e levantar o balanço patrimonial e o resultado econômico anualmente.
Os instrumentos de escrituração são:
I – Livros;
II – Conjunto de fichas ou folhas soltas;
III – Microfichas extraídas de microfilmagem digital.
A escrituração do empresário deve ser feita por um contabilista profissional, 
devidamente habilitado, de acordo com o Art. 1.182 do Código Civil. Não havendo, 
porém, um contabilista habilitado na localidade, a tarefa caberá a outro profissional 
ou pelo próprio empresário.
O Art. 1.180 do Código Civil aponta o Livro Diário como o único livro obrigatório 
a todo e qualquer empresário, podendo ele ser substituído por fichas se for adotada 
a escrituração mecanizada ou eletrônica. O Art. 1.185 autoriza, porém, o empresá-
rio a substituir o Livro Diário pelo Livro Balancetes Diários e Balanços, quando for 
adotado o sistema de fichas de lançamentos.
A legislação fiscal ou trabalhista pode pedir outros livros do empresário, mas 
eles não serão considerados livros empresariais, denominação reservada aos livros 
exigidos pela legislação empresarial.
11 Escrituração dos microempresários e empresários de 
pequeno porte
O Código Civil, em seu Art. 1.179, § 2º, afirma que:
Art. 1.179. O empresário e a sociedade empresária são obrigados a seguir um sistema 
de contabilidade, mecanizado ou não, com base na escrituração uniforme de seus livros, 
em correspondência com a documentação respectiva, e a levantar anualmente o balan-
ço patrimonial e o de resultado econômico.
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§ 2º É dispensado das exigências deste artigo o pequeno empresário a que se refere o 
art. 970. (Grifos nossos).
Ou seja, aos pequenos empresários são dispensadas as exigências do Art. 1.179, 
caput, relativas ao sistema de escrituração e balanços anuais.
Era entendimento majoritário que a expressão “pequeno empresário” se referia 
a microempresários e aos empresários de pequeno porte, porém, a lei que trata 
dasmicroempresas e empresas de pequeno porte deixou claro que são considera-
dos pequenos empresários, para efeitos de aplicação dos Arts. 970 e 1.179 do Có-
digo Civil, o empresário individual caracterizado como microempresa na forma da 
LC 123/2006, que tenha renda bruta anual de até R$ 81.000,00 (art. 68 c/c 18-A, 
§ 1º, da LC 123/2006).
NOME EMPRESARIAL
O nome empresarial possui um importante elemento identificador do empre-
sário nas relações jurídicas que ele participe. Mas o que é o nome empresarial? 
Trata-se do nome sob o qual o empresário individual, a sociedade empresária, 
as cooperativas e a EIRELI exercem suas atividades profissionais.
Não confunda, porém, o nome empresarial com elementos como a marca, nome 
fantasia, nomes de domínio e os sinais de propaganda. O nome empresarial identi-
fica o empresário no exercício de sua atividade, e possui as funções de individuali-
zação e identificação, bem como garantir reconhecimento do mercado em que atua.
12 Espécies de nome empresarial:
O nome empresarial pode ser composto por duas espécies distintas, a firma e a 
denominação, conforme o Art. 1.155 do Código Civil.
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(j) Firma
A firma é uma espécie de nome empresarial formada pelo nome civil do empre-
sário (se tratando de firma individual), do titular (no caso de EIRELI), ou de um ou 
mais sócios (se tratando de firma social).
O nome civil é, obrigatoriamente, o núcleo da firma, como por exemplo “João 
da Silva” ou “J. Silva”, mas é permitido que seja incluído um elemento identificador 
do ramo de atividade, como no exemplo dado “João da Silva Manutenções” ou “J. 
Silva Manutenções”. O acréscimo do ramo de atividade é uma opção prevista no 
Art. 1.156 do Código Civil, não sendo obrigatória para a firma.
(k) Denominação
A denominação pode ser formada por qualquer expressão linguística, unida a 
indicação do objeto social. Ao contrário da firma, na denominação a indicação do 
ramo de atividade é obrigatório.
13 Nome empresarial das sociedades
Cada tipo societário possui uma regra no que diz respeito ao nome empresarial, 
como veremos a seguir.
O empresário individual deve, obrigatoriamente, utilizar o nome do tipo firma, 
enquanto as sociedades podem utilizar a firma ou denominação, a depender do tipo 
societário.
(l) Sociedade Limitada
A Limitada é um tipo de sociedade que pode utilizar tanto a firma quanto a de-
nominação, sendo obrigatória a inclusão da expressão “Limitada” ou “Ltda”. Caso 
seja escolhido o tipo firma, este deve ser o nome de um dos sócios, desde que pes-
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soa física. Na hipótese de ser utilizada a denominação, esta deverá incluir o objeto 
da sociedade.
(m) EIRELI
Como a EIRELI segue as regras da sociedade limitada, no caso do nome empre-
sarial todas as regras observadas anteriormente são aplicáveis, podendo ser esco-
lhida a firma ou a denominação. A diferença óbvia é que no lugar da expressão “Li-
mitada” ou “Ltda”, deve-se utilizar “EIRELI” ao final do nome empresarial escolhido.
(n) Sociedade Anônima
Nas companhias, ou sociedades anônimas, deve ser utilizado o nome tipo deno-
minação, obrigatoriamente. Ao final da denominação deve ser incluída a expressão 
“Sociedade Anônima”, “S/A”, “Companhia” ou “Cia”.
O Código Civil autoriza que conste da denominação o nome do fundador, acio-
nista, ou pessoa relevante para o bom êxito da empresa, mas isto não significa que 
será o caso de uma Firma. Ainda que seja utilizado essa opção e um destes nomes 
pessoais seja utilizado, será o caso de Denominação.
(o) Sociedade em Comandita por Ações
Pode utilizar nome tipo firma ou denominação, devendo ser crescido da expres-
são “Comandita por Ações”, conforme determina o Art. 1.161 do Código Civil.
(p) Sociedades com Sócios de Responsabilidade Ilimitada
Essas sociedades devem utilizar o nome tipo Firma, em que o nome que pode 
figurar é justamente o de um ou mais sócios com responsabilidade ilimitada.
Importante repisar que o nome dos sócios a ser utilizado na firma é o daqueles 
que possuem responsabilidade ilimitada, podendo ser utilizado o nome de apenas 
um deles, acrescido da expressão “e Companhia” ou “e Cia”.
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Caso um sócio que não tenha responsabilidade ilimitada figure no nome (firma) 
de uma sociedade desse tipo, ele passará a responder solidária e ilimitadamente 
pelas obrigações sociais (Art. 1.157, Parágrafo único, CC).
(q) Sociedades Simples
As sociedades simples podem utilizar tanto o nome tipo firma como denomina-
ção.
O Art. 977 do Código Civil, em seu inciso II, preconiza que o contrato so-
cial da sociedade simples deve conter sua “denominação”, mas isso não significa 
que o nome empresarial utilizado deve ser, obrigatoriamente, o tipo denominação. 
O Enunciado 213 da Jornada de Direito Civil do CJF afirma que: “o art. 997, inciso 
II, não exclui a possibilidade de sociedade simples utilizar firma ou razão social”.
(r) Microempresas e Empresas de Pequeno Porte
Não é o caso, aqui, de um tipo societário, mas de empresários individuais, so-
ciedades empresárias e EIRELI que se enquadrem como Empresa de Pequeno Porte 
ou Microempresa.
Nessa hipótese, deve ser acrescido ao final de seu nome empresarial a sigla 
“ME” ou “EPP”, a depender do caso.
14 Princípios aplicáveis ao nome empresarial
Dois importantes princípios norteadores do nome empresarial são o Princípio da 
Veracidade e o Princípio da Novidade.
(a) Princípio da Veracidade
Conforme esse princípio, o nome empresarial não pode apresentar informações 
falsas. A importância desse princípio é a preservação da confiança de quem venha 
a negociar com o empresário ou sociedade empresária.
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Por exemplo, caso um sócio venha a falecer ou saia da sociedade, seu nome 
não poderá continuar figurando na firma social, para não levar aqueles que venham 
a negociar com a sociedade a crer que uma pessoa que não mais se encontra no 
quadro societário está participando da negociação.
(b) Princípio da Novidade
Esse princípio proíbe o registro de um nome empresarialidêntico ou muito simi-
lar a outro já registrado. Sobre isto, o Art. 1.163 do Código Civil afirma que o nome 
empresarial deve distinguir-se de qualquer outro já inscrito no mesmo registro. 
Caso o nome seja idêntico ao de outro já inscrito, ele deve ser acrescido de alguma 
designação que o diferencie (parágrafo único do Art. 1.163 do CC).
A proteção ao nome empresarial se inicia no registro e é restrita ao território na-
cional do Estado em que se encontre a Junta Comercial na qual o registro foi feito. 
Nesse sentido, o Art. 1.166, caput, do CC afirma que:
Art. 1.166. A inscrição do empresário, ou dos atos constitutivos das pessoas jurídicas, 
ou as respectivas averbações, no registro próprio, asseguram o uso exclusivo do nome 
nos limites do respectivo Estado.
Parágrafo único. O uso previsto neste artigo estender-se-á a todo o território nacional, 
se registrado na forma da lei especial.
Caso o empresário ou a sociedade empresária promova o registro do nome em-
presário na junta Comercial de mais de um Estado da Federação, ele contará com 
a proteção ao nome registrado em todos os estados em que tenha feito o registro.
ESTABELECIMENTO EMPRESARIAL
O estabelecimento empresarial não é o local em que o empresário ou a socie-
dade empresária exerce sua atividade profissional, mas sim do conjunto de bens, 
materiais ou imateriais, utilizados no exercício da atividade empresária.
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Nos termos do Art. 1.142 do Código Civil, “considera-se estabelecimento todo 
o complexo de bens organizado, para o exercício da empresa, por empresário, ou 
por sociedade empresária”.
Com essa definição, percebe-se que o local em que a empresa é exercida é ape-
nas um dos elementos do estabelecimento comercial (o chamado ponto comercial).
Uma confusão muito corriqueira no dia a dia é o do estabelecimento empresa-
rial com a empresa. Como vimos, a empresa é a atividade profissional, enquanto 
o estabelecimento é o conjunto de bens organizados para o exercício da empresa. 
Dessa forma, frases comuns como “O fulano está na empresa” é tecnicamente er-
rado e leva a uma grande dificuldade de compreensão destes importantes conceitos 
do Direito Empresarial.
Outra distinção que deve ser feita é no que diz respeito ao patrimônio do empre-
sário e o estabelecimento comercial. Nem todos os bens que integrem o patrimônio 
pessoal do empresário serão também parte do estabelecimento empresarial, já que 
para que se caracterizem como tal, devem estar diretamente relacionados com o 
exercício da atividade empresária.
15 Trespasse
O estabelecimento empresarial pode, nos termos do art. 1.143, “ser objeto uni-
tário de direitos e de negócios jurídicos, translativos ou constitutivos, que sejam 
compatíveis com a sua natureza”. Essa é uma previsão legal de que o estabeleci-
mento seja negociado como um todo, negócio jurídico, este, chamado de Trespas-
se.
Apesar da previsão de que o estabelecimento seja negociado como um todo, 
nada impede que ele seja objeto de negociações individuais, como prevê o Art. 90, 
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Parágrafo único do Código Civil, mas aqui, nosso estudo se concentrará no trespas-
se, que é o contrato oneroso de transferência de um estabelecimento comercial.
Em primeiro lugar, para que o contrato de trespasse produza efeitos perante 
terceiros, ele deve ser averbado à margem da inscrição do empresário, ou da so-
ciedade empresária, no Registro Público de Empresas Mercantis, e de publicado na 
imprensa oficial, conforme determina o Art. 1.144 do CC. Isso significa que, para 
que tenha eficácia erga omnes, é necessário que seja dada a devida publicidade 
ao trespasse, o que só ocorre após o devido registro na Junta Comercial e a sua 
posterior publicação.
Os Arts. 1.145 e 1.146 do Código Civil apresentam importantes regras sobre o 
trespasse, vejamos:
Art. 1.145. Se ao alienante não restarem bens suficientes para solver o seu passivo, 
a eficácia da alienação do estabelecimento depende do pagamento de todos os credo-
res, ou do consentimento destes, de modo expresso ou tácito, em trinta dias a partir de 
sua notificação.
Art. 1.146. O adquirente do estabelecimento responde pelo pagamento dos débitos an-
teriores à transferência, desde que regularmente contabilizados, continuando o devedor 
primitivo solidariamente obrigado pelo prazo de um ano, a partir, quanto aos créditos 
vencidos, da publicação, e, quanto aos outros, da data do vencimento. (Grifos nossos).
Em primeiro lugar, vemos uma clara regra que obriga que o alienante pague 
todo seu passivo antes de promover o trepasse, ou obtenha o consentimento dos 
credores, de maneira expressa ou tácita, em trinta dias da notificação (Art. 1.145). 
Isso tem como objetivo impedir que os credores sejam lesados com o trespasse, 
mas prevê que o negócio jurídico seja eficaz mediante autorização destes. Como 
é possível que a autorização seja tácita, basta que os credores não se oponham, 
dentro do período de 30 dias da notificação do alienante, para que se presuma o 
consentimento e o trespasse seja eficaz.
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Já o Art. 1.146 define a responsabilidade do adquirente e do alienante pelo pa-
gamento das obrigações anteriores ao trespasse. A regra imposta pelo dispositivo 
é que o adquirente do estabelecimento deverá responder pelo pagamento dos dé-
bitos já existentes no momento da transferência, desde que estes estejam devida-
mente contabilizados. A obrigação imposta ao adquirente do estabelecimento não 
exime completamente o devedor primitivo (o alienante), que continuará obrigado 
solidariamente pelo prazo de 1 ano:
a) contados do seu vencimento, para os débitos que ainda não estiverem ven-
cidos no momento do trespasse; ou
b) caso já estejam vencidos, da data da publicação do trespasse.
Essa regra para a sucessão obrigacional (do Art. 1.146 do CC) só é aplicável 
às obrigações contraídas em consequência do exercício da atividade empresarial, 
porém, dívidas trabalhistas e tributárias não são alcançadas por ela, pois possuem 
regimes próprios de sucessão, o Art. 133 do CTN para tributário e 448 da CLT para 
trabalhista.
Mais uma regra a ser observada quanto ao disposto no Art. 1.146 é que ele só 
se aplica, nos termos do Enunciado 233 do CNJ: “quando o conjunto de bens trans-
feridos importar a transmissão da funcionalidade do estabelecimento empresarial”.
(c) Cláusula de não concorrência
Conforme preconiza o Art. 1.147 do Código Civil, sem a expressa autorização do 
adquirente, o alienante do estabelecimentocomercial não pode fazer concorrência 
a ele, pelo período de cinco anos após o trespasse.
Essa regra baseia-se no princípio da boa-fé objetiva das relações contratuais, 
e impede que o alienante, valendo-se de sua experiência prévia, limite os benefí-
cios esperados pelo adquirente no momento da celebração do negócio jurídico do 
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trespasse. Ao adquirir o estabelecimento, espera-se adquirir também sua clientela, 
o que não ocorre em toda sua plenitude caso o alienante abra concorrência ao ad-
quirente.
Não há, porém, nada que impeça um acordo entre as partes que permita a con-
corrência a qualquer momento, desde que a autorização seja expressa.
Há de se manter em mente, entretanto, que essa proteção se refere ao âmbito 
territorial de atuação do alienante, não podendo ser imposta uma restrição exa-
gerada ao alienante, como por exemplo, no caso do trespasse de uma padaria em 
uma determinada cidade não poder abrir uma nova padaria em outra cidade. Cer-
tamente, uma padaria em outra cidade não “roubaria” a clientela do adquirente.
O importante é que o julgador analise caso a caso, pois alguns estabelecimentos 
têm alcance de atuação territorial maior que outros.
(d) Transferência de contratos e créditos:
Contratos como o de prestação de serviços não se transmitem automaticamente 
ao adquirente do estabelecimento empresarial, pois possuem caráter personalís-
simo. Um exemplo é o contrato com um advogado, que não será transmitido au-
tomaticamente ao adquirente, justamente por envolver a confiança na pessoa do 
prestador de serviços, o que não pode ser imposto a outrem.
Nesse sentido, determina o Art. 1.148 do Código Civil:
Art. 1.148. Salvo disposição em contrário, a transferência importa a sub-rogação do 
adquirente nos contratos estipulados para exploração do estabelecimento, se não tive-
rem caráter pessoal, podendo os terceiros rescindir o contrato em noventa dias a contar 
da publicação da transferência, se ocorrer justa causa, ressalvada, neste caso, a res-
ponsabilidade do alienante.
Já no que diz respeito aos créditos referentes ao estabelecimento, o Art. 1.149 
do CC prevê que sua cessão produzirá efeitos em relação aos devedores a partir da 
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publicação da transferência. Ou seja, a partir do momento em que o trespasse for 
publicado, os devedores deverão pagar as dívidas ao adquirente, que será o novo 
titular dos créditos, e não o alienante.
Porém, caso o devedor venha a pagar, de boa-fé, ao credor original (o alienan-
te) ele ficará exonerado da dívida, cabendo ao adquirente cobrar do alienante, que 
recebeu os valores indevidamente.
16 Locação Empresarial
Como um dos mais importantes elementos de um estabelecimento comercial, 
o ponto de negócio recebe proteção legal caso seja objeto de um contrato de loca-
ção.
Se o empresário, após desenvolver sua empresa em determinado ponto comer-
cial por um determinado período de tempo, ele terá o direito de permanecer nesse 
local, ainda que o locador não pretenda mais renovar o contrato de locação.
Existem condições especiais para que essa garantia seja caracterizada e ela não 
significa que o proprietário do imóvel perde a liberdade de utilizar seu imóvel como 
bem entender, mas simplesmente que os investimentos feitos no ponto de negócio 
serão preservados, bem como outros importantes elementos do estabelecimento, 
como sua clientela.
Essa proteção está prevista na Lei n. 8.245/1991, a chamada Lei do Inquilinato. 
O Art. 51 da referida lei afirma, a este respeito, que:
Lei n. 8.245/1991, Art. 51. Nas locações de imóveis destinados ao comércio, o loca-
tário terá direito a renovação do contrato, por igual prazo, desde que, cumulativamente:
I – o contrato a renovar tenha sido celebrado por escrito e com prazo determinado;
II – o prazo mínimo do contrato a renovar ou a soma dos prazos ininterruptos dos con-
tratos escritos seja de cinco anos;
III – o locatário esteja explorando seu comércio, no mesmo ramo, pelo prazo mínimo e 
ininterrupto de três anos.
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§ 1º O direito assegurado neste artigo poderá ser exercido pelos cessionários ou suces-
sores da locação; no caso de sublocação total do imóvel, o direito a renovação somente 
poderá ser exercido pelo sublocatário.
§ 2º Quando o contrato autorizar que o locatário utilize o imóvel para as atividades de 
sociedade de que faça parte e que a esta passe a pertencer o fundo de comércio, o di-
reito a renovação poderá ser exercido pelo locatário ou pela sociedade.
§ 3º Dissolvida a sociedade comercial por morte de um dos sócios, o sócio sobrevivente 
fica sub-rogado no direito a renovação, desde que continue no mesmo ramo.
§ 4º O direito a renovação do contrato estende – se às locações celebradas por indús-
trias e sociedades civis com fim lucrativo, regularmente constituídas, desde que ocor-
rentes os pressupostos previstos neste artigo.
§ 5º Do direito a renovação decai aquele que não propuser a ação no interregno de um 
ano, no máximo, até seis meses, no mínimo, anteriores à data da finalização do prazo 
do contrato em vigor.
O empresário locatário tem, portanto, o direito de se valer da Ação Renovatória, 
em que é feita a renovação compulsória da locação do imóvel comercial, desde que 
o empresário tenha transformado esse ponto de negócio em um fator de atração 
de clientela.
O requisito formal exigido é a existência de um contrato escrito por prazo de-
terminado, não podendo ser garantida a renovação compulsória de um contrato 
verbal ou por prazo indeterminado (Art. 51, Inciso I, da Lei do Inquilinato). Como 
requisito temporal há a exigência de um mínimo de cinco anos de relação contratu-
al ininterrupta (Art. 51, inciso II). Já o requisito material é que o empresário atue 
no mesmo ramo por três anos ininterruptos (Art. 51, inciso III).
Atendidos esses requisitos, o empresário terá o direito a ter o direito de se 
manter no ponto, mediante renovação do contrato de locação, ainda que o locador 
deseje a rescisão contratual.
A Ação Renovatória, porém, deve ser ajuizada nos seis primeiros meses do úl-
timo ano de vigência do contrato de locação, nos termos do § 5º do Art. 51 da Lei 
do Inquilinato.
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